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(10290) Materiais De Construção II – 3A/1S

Relatório
Fabrico de misturas betuminosas drenantes PA 12,5 com
aditivos

Lutonda Adolph Tomalela, Nº 38775

(1332) Engenharia Civil


(Mestrado Integrado)

Docente: Prof. Doutora Marisa Dinis de Almeida


Ano Letivo 2019/2020

Covilhã, 8 de janeiro de 2020


Índice:
Fabrico de misturas betuminosas drenantes PA 12,5 com aditivo ................................... 1

1. Introdução ............................................................................................. 1

2. Objetivo ................................................................................................ 1

3. Estudo de composição (Fuso PA 12,5) ............................................................. 2

3.1. Cálculo da mistura de agregados ................................................................ 2

3.2. Cálculo da quantidade inicial de betume ...................................................... 2

3.3. Cálculo da baridade máxima teórica ........................................................... 3

4. Procedimentos experimentais ...................................................................... 3

4.1. Produção da mistura betuminosa ............................................................... 3

4.2. Ensaio Cantabro .................................................................................... 6

5. Caraterização das propriedades da mistura betuminosa ........................................ 6

5.1. Porosidade, VMA e VFB das misturas compactadas (EN 12697-8) ........................... 6

5.2. Densidade máxima teórica da mistura compactada (EN 12697-5) .......................... 8

6. Resultados e conclusão .............................................................................10

7. Bibliografia ...........................................................................................11

ii
Lista de Figuras:

Figura 1 - Fibras celulósicas;


Figura 2 - Pó de pedra, cal hidráulica e brita 5/15;
Figura 3 – Betume;
Figura 4 – Mufla;
Figura 5 - Mistura betuminosa;
Figura 6 - Compactação da mistura betuminosa;
Figura 7 - Provetes nos moldes;
Figura 8 – Provetes;
Figura 9 - Massa dos provetes;
Figura 10 - Desgaste de Los Angeles.

iii
Lista de tabelas:

Tabela 1 - Cálculo da mistura de agregados;


Tabela 2 - Percentagem de cada agregado;
Tabela 3 - Percentagem em relação ao peso total de agregados e percentagem em relação ao
peso total da mistura, respetivamente;
Tabela 4 - Quantidades otimizadas para a mistura;
Tabela 5 - Alturas, massas inicial e final;
Tabela 6 -Porosidade, VMA e VFB;
Tabela 7 – Baridade dos provetes.

iv
Fabrico de misturas betuminosas drenantes PA
12,5 com aditivo

1. Introdução

Os ligantes hidrocarbonetos designam o conjunto de materiais de base betuminosa, com origem


em matérias orgânicas como o petróleo ou carvão. O termo ‘ligante’ resulta das caraterísticas
de adesividade e poder aglutinante dos seus constituintes, o que permite a sua utilização
genérica com essa ou outras funções. O betume é um material adesivo e impermeável, muito
viscoso e quase sólido à temperatura ambiente.
Na construção civil, os ligantes betuminosos aplicam-se em diversos trabalhos:
• Estabilização de solos;
• Revestimentos superficiais;
• Argamassas e betões betuminosos, etc.

Existem diversos materiais betuminosos para serem usados como ligantes, mas atualmente só
são usados praticamente produtos derivados do petróleo bruto, os betumes. O comportamento
do betume é dependente do petróleo de origem e da refinação, assim o excesso e escassez de
asfalteno podem causar perda de elasticidade e elevada suscetibilidade térmica e deformação
plástica excessiva, respetivamente. Assim, as propriedades fundamentais que devem ter os
betumes e, os ligantes betuminosos, para a sua utilização são:
• A variação da temperatura faz variar a sua consistência, podendo o ligante, ao ser
aquecido a temperaturas mais elevadas, ser capaz de envolver os agregados e, para
temperaturas ambientes, proporcionar uma adequada rigidez e coesão das misturas;
• Boa adesividade;
• Bom comportamento reológico e mecânico;
• Durabilidade.

2. Objetivo

Formulação de uma mistura betuminosa drenante, com betume modificado com polímeros
(fibras celulósicas).

1
3. Estudo de composição (Fuso PA 12,5)

3.1. Cálculo da mistura de agregados

CE EP
Abertura Abertura Pó de Brita 3/6 Brita 5/10 Brita 5/15 Cal hidráulica Mistura Fuso
da malha da malha Pedra % acumulada dos passados PA 12,5
76,2 100 100 100 100 100 100 100
50,8 100 100 100 100 100 100 100
40 38,1 100 100 100 100 100 100 100
31,5 25,4 100 100 100 100 100 100 100
20 19,1 100 100 100 100 100 100 100
12,5 12,7 100 100 100 99 100 99,11 90 - 100
10 9,51 100 100 97 77 100 79,53 55-75
4 4,75 100 46 17 6 100 16,34 12 - 30
2 2,36 85 2 3 3 100 12,47 11 - 18
1 1,19 63 0 1 1 100 8,93 6 - 14
0,5 0,59 44 0 1 1 100 7,41
0,125 0,149 14 0 0 0 100 4,12
0,063 0,075 5 0 0 0 100 3,4 2-5

Tabela 1 - Cálculo da mistura de agregados

% de cada agregado 8 0 0 89 3 100


Massa volúmica agreg. ρi 2,55 2,62 2,56 2,62 2,76
Tabela 2 - Percentagem de cada agregado

Massa volúmica do betume 35/50 ρb = 1,03 𝑔/𝑐𝑚3

3.2. Cálculo da quantidade inicial de betume

Com base numa expressão empírica de cálculo da superfície específica (AI):


Pb = 0,035 x A + 0,045 x B + K x C + F
Onde:
• Pb – percentagem de betume em relação ao peso total da mistura;
• A – Percentagem de agregados retidos no peneiro 2,36 mm;
• B – Percentagem de agregados que passa no peneiro 2,36 mm e fica retido no peneiro
0,075 mm;
• C – Percentagem de agregados que passa no peneiro 0,075 mm;
• K – Constante, função da quantidade de material que passa no peneiro 0,075 mm:
a) K = 0,15 para 11-15% passados no peneiro 0,075 mm;
b) K = 0,18 para 6–10% passados no peneiro 0,075 mm;
c) K = 0,20 para ≤ 5% passados no peneiro 0,075 mm;
• F – Fator de absorção dos agregados (entre 0 e 2%), F = 0,7%.

Pb = 4,85 %

2
3.3. Cálculo da baridade máxima teórica

ρ máx = 2,436

Pó de Brita 3/6 Brita 5/10 Brita 5/15 Cal Betume Total


pedra hidráulica
8 0 89 0 3 - 100
7,61 0,00 84,68 0,00 2,85 4,85 100,00
95,15
Tabela 3 - Percentagem em relação ao peso total de agregados e percentagem em relação ao peso total
da mistura, respetivamente

4. Procedimentos experimentais

4.1. Produção da mistura betuminosa

Após a formulação da mistura betuminosa, em laboratório, otimizou-se as misturas quanto à


quantidade de materiais a utilizar (tab. 4), tendo em vista o cumprimento das exigências e um
adequado desempenho.

Materiais % 1200 g
Pó de pedra 7,6 91,2
Cal hidráulica 2,9 34,8
Brita 5/15 84,6 1015,2
Betume 4,9 58,8
Fibras celulósicas 0,5 6
Tabela 4 - Quantidades otimizadas para a mistura

3
Procedeu-se a pesagem dos materiais. Primeiro pesou-se as fibras celulósicas (fig. 1), depois a
cal hidráulica, registou-se a massa, tarou-se a balança e adicionou-se o pó de pedra, e fez-se a
mesma coisa para as britas (fig. 2).

Figura 1 - Fibras celulósicas Figura 2 - Pó de pedra, cal hidráulica e brita 5/15

Para o betume procedeu-se de forma diferente, ou seja, pesou-se no seu próprio recipiente
(fig. 3).

Figura 3 – Betume Figura 4 – Mufla

Nota: todos os materiais antes da pesagem, com exceção das fibras celulósicas, estavam dentro
de uma mufla, à temperatura constante (fig. 4).

Após a pesagem, procedeu-se a mistura à quente, com todo cuidado (fig. 5) e pôs-se no molde
(fig. 7) para então ser compactado com 55 pancadas (fig. 6).

4
Figura 5 - Mistura betuminosa Figura 6 - Compactação da mistura betuminosa

Repetiu-se o procedimento 5 vezes para a obtenção de 5 provetes, para melhor avaliação (fig.
8).

Figura 7 - Provetes nos moldes Figura 8 - Provetes

24 horas após a produção dos provetes, procedeu-se a pesagem (fig. 9) e a medição das alturas
e diâmetros para a caraterização das propriedades.

Figura 9 - Massa dos provetes

5
4.2. Ensaio Cantabro

Cada provete deu aproximadamente 300 voltas no equipamento (fig. 10), e mediu-se as massas,
𝑊1−𝑊2
e através da seguinte expressão, calculou-se a perda por desgaste: 𝑃𝐿 = ∗ 100
𝑊1

Onde:
• PL – Perda de partículas (%);
• W1 – Massa inicial da amostra (g);
• W2 – Massa final da amostra (g).

Figura 10 - Desgaste de Los Angeles

Após os cálculos, obteve-se os resultados (tabela 5).

Provetes Altura 1 Altura 2 Altura 3 Altura 4 Média Massa Massa PL (%)


(cm) (cm) (cm) (cm) inicial final (g)
(g)
1 7,0 7,2 7,1 7,2 7,1 1199,8 984,7 17,9
2 7,9 7,4 7,3 7,9 7,6 1178,4 963,7 18,2
3 7,3 7,2 7,2 7,2 7,2 1203,7 1049,2 12,8
4 7,3 7,2 7,5 7,5 7,4 1213,6 1126,4 7,2
5 7,3 7,2 7,1 7,2 7,2 1211,7 1094,4 9,7
Tabela 5 - Alturas, massas inicial e final

5. Caraterização das propriedades da mistura betuminosa

5.1. Porosidade, VMA e VFB das misturas compactadas (EN


12697-8)

A determinação da porosidade (Vm) é feita com base na fórmula:

6
  − b 
Vm =  m   100
 m 
Onde:
• ρm – Baridade máxima teórica da mistura (EN 12697-5);
• ρb – Baridade do provete (EN 12697-6).

Determinação de VMA (vazios na mistura de agregados):

b
VMA = Vm + B 
B
Onde:
• Vm – Porosidade do provete (%);
• B – Conteúdo de betume do provete, em 100% de mistura (%);
• ρb – Baridade do provete (kg/m3);
• ρB – Massa volúmica do ligante (kg/m3).

Determinação de VFB (vazios nos agregados cheios de betume):

   
VFB =   B  b  / VMA   100

 B  
Onde:
• B – Conteúdo de betume do provete, em 100% de mistura (%);
• ρb – Baridade do provete (kg/m3);
• ρB – Massa volúmica do ligante (kg/m3);
• VMA – Vazios na mistura de agregados (%);

Após a aplicação dos dados nas fórmulas, obteve-se os resultados respetivos (tabela 6).

7
Identificação do provete 1 2 3 4 5

b Baridade do provete 3
(kg/m ) 1982,0 1819,0 1954,0 1937,0 1981,0

m Baridade máxima teórica da mistura 3


(kg/m ) 2436,0 2436,0 2436,0 2436,0 2436,0

Vm Porosidade da mistura (%) 19 25 20 20 19

  − b 
Vm =  m   100 Porosidade da Mistura (%) 21
 m 

B Massa volúmica do ligante (kg/m 3) 1030


B Conteúdo de ligante, em 100% de mistura (%) 4,85

VMA Vazios na mistura de agregados (%) 28 34 29 30 28

b
VMA = Vm + B  Vazios na mistura de agregados (%) 30
B

VFB Vazios nos agregados cheios de betume (%) 33 25 32 31 33

   
VFB =   B  b  / VMA   100 Vazios nos agregados cheios de betume (%) 31
 B  

Tabela 6 -Porosidade, VMA e VFB

5.2. Densidade máxima teórica da mistura compactada (EN


12697-5)

Existem 3 procedimentos diferentes, mas o procedimento utilizado no presente relatório é o


Procedimento D – Medida geométrica do volume aparente.
Para este procedimento, seguiram-se os seguintes passos:
• Pesou-se os provetes à temperatura ambiente – m1 (g);
• Determinou-se o volume dos provetes (cilindros);
• Mediu-se 4 alturas diametralmente opostas e calculou-se a média – h (mm) (tabela 5);
• Mediu-se o diâmetro do molde (diâmetro do molde = diâmetro do provete = 104 mm) –
d.

m1
Baridade ( b,dim ) =

 h  d2
4
Com base na fórmula, obteve-se os resultados (tabela 7).

Provetes Baridade(kg/𝑚3 ) Baridade Porosidade VMA (%) VFB (%)


máxima (%)
(kg/𝑚 )3

1 1982 2436 19 28 34
2 1819 2436 25 35 25

8
3 1954 2436 20 29 32
4 1937 2436 21 30 30
5 1981 2436 19 28 33
Tabela 7 – Baridade dos provetes

9
6. Resultados e conclusão

Após a realização de todos os cálculos, fez-se a comparação dos resultados obtidos com os
valores de referência no Caderno de Encargos das Estradas de Portugal. A percentagem
acumulada do material passado no peneiro 10 deve estar no intervalo [55;75], o que não
aconteceu no presente caso, obteve-se um valor de 79,53.
A porosidade média deve estar dentro do intervalo [22;30], e no caso, obteve-se 21, que
também não está dentro do intervalo, mas tais erros, provavelmente terão acontecido devido
a um erro na fórmula, detetado pela docente após o início dos cálculos.

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7. Bibliografia

Apontamentos disponibilizados pela docente na plataforma moodle.


Estradas de Portugal, S.A. – Caderno de Encargos Tipo Obra, 14.03 – Pavimentação, setembro
2014 - https://www.infraestruturasdeportugal.pt/sites/default/files/cet/14_03_set_2014.pdf

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