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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


COORD. DE ENSINO DA REG. METROP. DA GRANDE SÃO PAULO
EE. PROF. NÉLSON PIZZOTTI MENDES

ATIVIDADES ESCOLARES NÃO PRESENCIAIS

Ensino Fund. 9º A – 9º B – Disciplina: Língua Portuguesa Turma:

Professora: Adailde DATA:

Nome do aluno: Nº:


OBSERVAÇÕES:
Roteiro de Estudo 4
HABILIDADE: (EF09LP03B) Assumir posição diante de tema polêmico.
OBJETIVOS: Ler e interpretar o artigo de opinião, observando como o autor apresenta seu
ponto de vista e o sustenta por argumentos.
Responder às questões propostas, produzir o texto e enviar pelo Classroom, e-mail
(adailde@prof.educacao.sp.gov.br) ou WhatsApp 96396-3149.

Olá! Como você está? Vamos prosseguir nossos estudos, entrando em contato com um
importante gênero textual, o Artigo de Opinião. Nesse gênero textual, o autor emite sua
opinião a respeito de uma questão polêmica e a defende por meio de argumentos.
Então vamos ler atentamente o texto abaixo:

JORNAL DA USP

Os rastros duradouros da pandemia


Por Helena Ribeiro e Wanda Maria Risso Gunther, professoras da Faculdade de Saúde
Publica
da USP

Pouco se tem falado dos impactos ao meio ambiente causados pela pandemia de covid-
19. Os resíduos sólidos decorrentes das ações de proteção e cuidados constituem os principais
perigos, sobretudo pelo elevado volume, complexidade e potencial de contaminação,
associados ao alto custo de seu gerenciamento adequado. Este problema é sobretudo grave em
regiões e países de baixa e média renda, sem infraestrutura e serviços adequados de coleta,
tratamento e disposição final de resíduos sólidos. Soma-se a isto o comportamento da
população, que descarta inadequadamente os materiais ao fim da vida útil.
Um rápido levantamento sobre os números de produtos e materiais, que necessitam de
descarte especializado, nos dá a dimensão do problema.
Máscaras de proteção descartáveis: cerca de 129 bilhões de máscaras são descartadas ao
mês no mundo. Grande parte delas é feita de polipropileno, material de alta durabilidade e não
degradável. O descarte incorreto, infelizmente, é comum e pode ser observado em áreas
urbanas. Com pluviosidade em maior volume, as máscaras de material leve são carreadas para a
rede de drenagem, levadas para corpos d’água (lagos, rios e mares) e representam risco para a
fauna aquática e poluição ambiental. Uso doméstico de máscaras laváveis e reutilizáveis por
população fora de áreas de maior risco é uma forma de reduzir o uso de máscaras descartáveis.
RUA JOSÉ DE ALENCAR, 75 JARDIM CARLA, CEP 09131-250 SANTO ANDRE –SP EMAIL E008424A@SEE.SP.GOV.BR
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Luvas descartáveis: Em 2020, a Malásia, um dos países maiores produtores de luvas


descartáveis no mundo, forneceu 220 bilhões de luvas para suprir uma demanda de 330 bilhões,
que prossegue em 2021. A demanda, em 2020, foi quatro vezes maior que em 2019, levando à
falta de produto e grande aumento de preço: de 2 a 10 vezes em relação a 2019. Luvas
descartáveis são feitas de látex, vinil ou nitrílica e têm grande durabilidade, além de exigirem
descarte ambientalmente adequado. Com o decorrer da pandemia e estudos indicando que
superfícies constituem risco baixo de transmissão do coronavírus, quando fora de hospitais, o
uso de luvas descartáveis pela população em geral passou a não ser recomendado.

Seringas e recipientes de vacinas constituem outros materiais de difícil e caro


gerenciamento. Por entrarem em contato com o paciente, são classificados como resíduos
infectantes (Grupo A pela Resolução Anvisa 222/2018) e exigem segregação na fonte geradora
e logística estruturada com tratamento prévio à disposição final no solo. O tratamento envolve
métodos de desinfecção ou esterilização, em geral por meio de autoclavagem, micro-ondas ou
incineração, o que incide no custo do gerenciamento. Até 4 de abril 2020, haviam sido
aplicadas 1.175.451.507 doses de vacinas no mundo, não só em áreas urbanas, como também
em zonas rurais e áreas distantes de locais onde operam sistemas adequados de tratamento. Este
número é crescente e deve se ampliar em futuro próximo, com maior produção de vacinas e
campanhas de vacinação deslanchando em países de renda baixa e média.

Diferentes materiais constituem os resíduos da vacinação como: seringas e agulhas,


vidro com resíduo da vacina e algodão, que são considerados resíduos infectantes; tampas de
plástico e metal dos vidros, invólucros de plástico e papel das seringas e papelão das caixas
contendo as vacinas. Por alguns desses resíduos representarem risco à saúde e outros, potencial
para reciclagem, necessitam ser segregados na fonte, ou seja, no momento da vacinação.
Considerando-se as condições nas quais tem ocorrido a vacinação em âmbito global, a questão
dos resíduos torna-se secundária, porém não menos importante. Em geral, nota-se a mistura de
todos os resíduos, com pouca possibilidade de recuperação dos materiais presentes,
contribuindo para significativo aumento dos resíduos de serviços de saúde.

Somam-se a esses produtos de uso comum pela população os resíduos infectantes de


serviços de saúde produzidos nos exames para detectar o vírus e nos hospitais durante os
milhões de hospitalizações.

Mas os resíduos sólidos não são os únicos a impactar o ambiente. Produtos


domissanitários e álcool em gel, usados para limpeza e eliminação do vírus sars-cov-2, em que
pesem seus enormes benefícios na proteção das pessoas e na prevenção de casos, além de todos
os recipientes descartados, também apresentam impactos ao ambiente e possíveis riscos à saúde
humana. Sprays antissépticos com cloro, pulverizados em transportes, calçadas, superfícies,
podem ter efeitos respiratórios em humanos, exacerbar casos de asma em crianças e, em longo
prazo, com níveis de cloro mais elevados, podem apresentar risco de câncer, sobretudo de
bexiga, cólon e reto, por causa dos trihalometanos. Notícias falsas de que a ingestão de cloro
mataria o vírus no organismo humano fizeram com que a OMS emitisse um alerta sobre os
riscos do cloro e proibisse seu uso para tal fim. Por outro lado, o escoamento desses produtos
para a rede de drenagem pode levar à poluição dos corpos d’água.

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Quanto ao álcool em gel, houve um aumento da demanda de 2.800% em 2020 e de


3.000% no Brasil, por conta de seu preço não muito elevado e grande usabilidade, sobretudo
em locais de difícil acesso à água corrente para lavagem das mãos e quando não há sujidade
aparente. Ele é feito a partir de 70% de álcool mais glicerol e espessantes e a recomendação de
cada aplicação, pela OMS, é de um volume equivalente a uma moeda na mão. Seu risco de
queimadura em uso doméstico é reduzido, mas acidentes em transporte podem ser impactantes
por sua inflamabilidade e recomenda-se uso de areia para contê-lo.

Num primeiro momento, havia preocupação de que sua elevada demanda mundial
pudesse causar aumento de área plantada em cana e possível pressão para abertura de áreas
agrícolas em florestas no país. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás
dos Estados Unidos. Em 2020 houve a maior produção de etanol da história, no país, com
aumento de 5% em relação a 2019. Entretanto, este incremento se deu por aumento de
produtividade no processo industrial, pois houve redução de 1,78% da área plantada no
período. Dos 34,50 bilhões de litros produzidos em 2020, 10,12 bilhões foram para álcool
anidro adicionado à gasolina e 23,89 bilhões de litros para álcool hidratado para veículos
movidos a etanol. Assim, proporcionalmente, o volume de etanol usado para álcool em gel não
pressionou o uso e ocupação do solo. Contrariamente, na safra 2020/2021, houve queda de 15%
a 20% na produção de etanol, motivada por menor consumo com a restrita mobilidade e a
substituição no campo por outros produtos, como soja e milho.

O transporte e distribuição desses insumos protetores da saúde exigem grandes


movimentações transfronteiriças e intranações de meios de transporte, como aviões, caminhões,
navios, veículos automotores de menor porte e barcos, dependentes de combustíveis fósseis. Os
impactos da combustão destes combustíveis para a qualidade do ar e as mudanças climáticas
são fartamente descritos na literatura.

Este artigo é um chamado aos cientistas para investigarem mais a fundo estas questões e
pensarem em soluções mais adequadas e sustentáveis para o planeta e a saúde humana.

https://jornal.usp.br/artigos/os-rastros-duradouros-da-pandemia/. Acesso em 01/06/2021.

Responda:

1- Releia o primeiro parágrafo do artigo de opinião e responda às questões a seguir:

Pouco se tem falado dos impactos ao meio ambiente causados pela pandemia de
covid-19. Os resíduos sólidos decorrentes das ações de proteção e cuidados constituem os
principais perigos, sobretudo pelo elevado volume, complexidade e potencial de
contaminação, associados ao alto custo de seu gerenciamento adequado. Este problema é
sobretudo grave em regiões e países de baixa e média renda, sem infraestrutura e serviços
adequados de coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos. Soma-se a isto o
comportamento da população, que descarta inadequadamente os materiais ao fim da vida
útil.

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a) Os artigos de opinião apresentam uma questão controversa a ser discutida, ou seja, uma
questão que gera debate, que pode causar polêmica. Que questão controversa dá origem ao
artigo de opinião que você acabou de ler?
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b) A tese é o posicionamento do autor em relação à questão controversa. Qual é a tese


apresentada pelas autoras do texto em estudo?
____________________________________________________________________________

2- Leia o quadro e responda às perguntas:

Argumento é o recurso que utilizamos para justificar uma afirmação ou convencer


alguém a mudar de opinião ou comportamento. Fatos, ideias, razões ou provas são
exemplos de argumentos.
A argumentação pode aparecer em diferentes gêneros orais ou escritos. Por exemplo, as
pessoas podem defender ideias em um debate, em um artigo de opinião, em uma crônica
ou até mesmo em uma conversação espontânea.
OLIVEIRA, Tania Amaral. Tecendo Linguagens: Língua Portuguesa. S. Paulo: IBEP, 2018. p. 129

a) Qual é o argumento utilizado pelas autoras do texto, no segundo parágrafo, para sustentar a
sua tese?
____________________________________________________________________________

b) Quais são os produtos e materiais que necessitam de descarte especializado?


____________________________________________________________________________

3- As autoras do artigo de opinião apresentam dados estatísticos em sua argumentação. Na sua


opinião, para que servem esses dados?
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4- Na argumentação, além de citar produtos e materiais que precisam de descarte especializado,


como máscaras de proteção, luvas e seringas, as autoras também apresentam outros produtos
que impactam o meio ambiente. Que produtos são esses?
____________________________________________________________________________

5- Como as autoras finalizam o texto.


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Bons estudos!

RUA JOSÉ DE ALENCAR, 75 JARDIM CARLA, CEP 09131-250 SANTO ANDRE –SP EMAIL E008424A@SEE.SP.GOV.BR

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