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Olá a todos!

Meu nome é Fernanda Mota, eu sou professora de Orientação


Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo (conhecida também como
OPEE) e também da disciplina Educação Digital no Colégio Passo Seguro.
Hoje irei falar a respeito das potencialidades do ensino-aprendizagem por meio
de projetos no ensino híbrido e para isso, vou falar justamente das minhas
experiências e dos saberes que eu adquiri durante a minha trajetória desse ano
lidando com o ensino híbrido.

Pois bem, eu escolhi explorar a metodologia dos projetos porque é uma


metodologia que se relaciona com o que há de melhor dentro do
empreendedorismo: a ideia de criar. Por meio de projetos os alunos adquirem
autonomia, se colocam como protagonistas do processo de ensino-
aprendizagem, e conseguem aprender por meio do conhecimento prático. A
aprendizagem se desloca da teoria para o mundo real, das experimentações e
da aprendizagem significativa.

E no ensino híbrido, nós temos alunos que estão acompanhando as


aulas somente remotamente, outros que vão presencialmente e ainda aqueles
que intercalam, de modo com que o ensino por meio de projetos foi muito
importante para manter engajamento e coesão entre os alunos. Através dos
projetos, todos conseguiam mostrar um pouco de si, eram momentos de serem
ouvidos e de apresentar intervenções. E como, durante o desenvolvimento dos
projetos há bastante convivência entre os alunos, é um período que se
apresenta também como uma oportunidade de exercitar as habilidades
socioemocionais e cognitivas que tanto falamos em sala de aula: como a
empatia, a solidariedade, a colaboração, a criatividade, a amizade, o respeito, e
até mesmo o perdão.

Eu trabalhei com projetos em todas as faixas etárias do 6º ano do ensino


fundamental II ao 3º ano do Ensino Médio, e os projetos iam surgindo
organicamente, a partir do que estudávamos e despertava maior interesse da
parte dos alunos. No 6º ano tivemos uma aula sobre integração na apostila de
OPEE que provocava a pensar: o que faríamos para integrar um aluno
estrangeiro? E por coincidência, há na sala dois alunos que vieram da China e
ainda estão no processo de aprender a língua portuguesa. A partir de então,
decidimos começar um projeto de integração entre os alunos brasileiros e
chineses, de modo a apresentar mais da cultura chinesa para os alunos
brasileiros e mais do Brasil aos olhos de um pré-adolescente de onze anos
para os alunos chineses: assistimos filmes chineses, contextualizamos
mitologia e história da China, fizemos uma atividade em que os alunos
apresentavam seus lugares favoritos (no Brasil e na China, a depender do
aluno) e pretendemos em breve fazer um festival de comida brasileira e
chinesa.

No 7º ano temos muitos alunos que adoram jogos eletrônicos, e foi a


chance perfeita em Educação Digital para problematizar algumas questões
relacionadas a esses jogos, de uma maneira que os motivassem: eles
apresentaram seminários com as origens dos jogos, criaram personagens
digitais, desenharam, jogamos Among Us na sala de aula e refletimos sobre as
habilidades socioemocionais que desenvolvemos jogando esses jogos, e
também sobre quais são as consequências do vício em jogos, a importância do
equilíbrio no tempo dispendido jogando, o porquê de existirem regras e
classificação indicativa.

No 8º ano trabalhamos com uma unidade temática em OPEE que falava


bastante sobre buscarmos fazer o bem para a nossa comunidade e àqueles a
nossa volta e daí surgiu o nosso projeto: heróis do cotidiano. Em que os alunos
apresentaram a vida de um herói do cotidiano que eles conheçam (nessa
atividade se destacou a presença de pais e mães incríveis!). E em que os
alunos ao longo da semana buscaram fazer ações que melhorassem a vida
daqueles ao seu redor ou que fizessem bem para o mundo: tivemos um
engajamento lindo! Teve aluna que doou cabelo para o Cabelegria, alunos que
doaram brinquedos, que separaram lixos reciclados, que doaram roupas, que
fizeram os serviços domésticos para ajudar a mãe, que ajudaram a avó a se
integrar às tecnologias, que fizeram vídeos exaltando a beleza das amigas e
até houve uma aluna que adotou um cachorrinho numa feira de adoção.

No 9º ano trabalhamos com a importância da memória e da cultura dos


povos, bem como da valorização das memórias familiares e do patrimônio
imaterial, de tal forma com que fizemos juntos um tour pelo Museu da Pessoa e
depois organizamos nós mesmos nossa própria exposição com a mesma
proposta do Museu da Pessoa: cada aluno buscou trazer um ou mais relatos
de episódios de sua vida que gostariam que fosse integrado a um museu de
vivências pessoais. Tivemos relatos muito interessantes e a contribuição
também do avô de um dos alunos.

No 1º ano quase todos os alunos eram alunos novos e estavam com


dificuldade em se adaptar aos desafios do ensino médio, então trabalhamos
muito as questões de autoestima, integração e fizemos um projeto chamado “A
minha felicidade”, em que os alunos buscaram trazer para apresentar aos
colegas diferentes aspectos do que os deixavam felizes, cada um mostrou a
sua playlist, fotos dos amigos, da família, compartilhou seus hobbies, foram
aulas bastante agradáveis.

No 2º ano trabalhamos mais a fundo a questão da orientação


profissional e a partir dessa temática surgiu o projeto Podcast das Profissões,
em que os alunos criaram um podcast em que recebem convidados especiais:
a primeira foi uma psicóloga especialista em orientação profissional, e os
próximos desde então estão sendo profissionais das áreas em que os alunos
do Colégio mais tem interesse, conforme verificamos por meio de levantamento
estatístico, o podcast se chama “Como não vender arte na praia” e está
disponível no Youtube, no Google Podcasts e no Spotify.

No 3º ano nosso projeto principal é o Terceirão solidário que são uma


série de iniciativas sociais e de caridade que estamos promovendo: de maneira
com que arrecadamos mais de 2 mil caixas de leite para a confecção de
mantas térmicas para a ONG Anjos da Leste, e também agasalhos para a
Campanha do Agasalho da ONG Somos da Rua. Agora estamos arrecadando
brinquedos e livros infantis para o dia das crianças da ONG Ação Univida.

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