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CONCEITO DE EMPRESA
O EMPRESÁRIO
FATORES DE PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
TECNOLOGIA
Teoria da Produção
Restrição Tecnológica
Esta última restrição pode ser resolvida dentro da empresa, que decide sobre sua
oferta considerando o fato de que existem algumas formas viáveis de se produzir a
partir dos insumos disponíveis, ou seja, só existem algumas escolhas possíveis. A
função de produção da empresa é uma representação matemática de como os
insumos são combinados e transformados em produtos a serem ofertados no
mercado.
Função de Produção
A produção efetuada por uma empresa é uma função dos recursos que ela
mobiliza. O volume de produção será maior ou menor, e esse nível de produção
depende basicamente da combinação dos seguintes fatores: a) da qualidade e da
quantidade dos recursos (fatores de produção) utilizados pela firma (propriedade
rural); b) das técnicas de produção ou tecnologia (know-how); e c) dos meios
físicos para transformar os recursos utilizados.
Y = f (X1/X2,...Xn),
Y = Produto
L = Trabalho
Do produto físico total (PFT), que vem a ser produção (Y), nós podemos derivar
duas importantes relações, o produto físico médio (PFMe) e o Produto físico
marginal (PFMa).
Como dito anteriormente, uma função de produção pode também ser descrita em
termos de uma função matemática. A equação (1) expressa, matematicamente a
função de produção apresentada na tabela X:
Y = 30 X2 – X3
Y 5000
Retornos Crescentes Retornos Decrescentes Retornos Negativos
4000
Ex > 1 Ex = 1 0 <Ex < 1 Ex =0 Ex < 1
3000
2000
1000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
-1000
-2000
X1
Produto Físico Total Produto Físico Médio Produto Físico Marginal
O produto físico médio é o produto físico total dividido pela quantidade empregada
do insumo variável.
PFT Y
PFMe = ------------- = ---------
X1 X1
Δ PFT ΔY dY
PFMa = ------------- = --------- ou --------------
Δ X1 Δ X1 dX1
dY
PFMa = -------- = 60 X - 3 X2 (2)
DX1
Y
PFMex1 = -------- = 30 X – X2 (3)
X
O produto físico marginal que se encontra na quinta coluna da tabela foi obtido a
partir da equação 2. Para a quantidade de 2.000 Kg produzida a produtividade
marginal é assim obtida: 60 (10) – 3 (10)2 = 300. O produto físico marginal, neste
exemplo, inicialmente cresce, atinge um máximo, decresce e, por último torna-se
negativo.
A forma ou a curvatura da curva do produto físico total (Y) indica o que acontece
quando se mudam as proporções do insumo variável (X1) relativamente aos
recursos fixos, (x2,X3,...,Xn) deixando claro, quase sempre as evidências da
chamada lei dos rendimentos decrescentes. Esta célebre lei estabelece que, se a
quantidade de apenas um recurso for aumentada, enquanto a de outros recursos
permanecerem constante, a quantidade total de produção aumentará; mas além
de certo ponto, o acréscimo resultante do produto tornar-se-á cada vez menor,
podendo o produto alcançar um máximo e eventualmente diminuir. Por exemplo,
analisando-se a resposta da produção de milho para diferentes níveis de
nitrogênio, deve-se esperar que, a medida que aumenta a quantidade de
nitrogênio (insumo), a produção do cereal por hectare aumenta em princípio a uma
taxa elevada, passando em seguida a aumentos proporcionalmente menores,
chega a um máximo e pode até decrescer. A quantidade excessiva de nitrogênio
pode resultar num perfilhamento exagerado, dificultando a insolação e
favorecendo o acamamento, com conseqüências adversas à produção.
Estágios de Produção
Os três estágios de produção podem ser definidos das relações: produto físico
total, produto físico médio e produto físico marginal.
Max π = RT – CT (4)
Lucro é dado pela diferença entre a receita total (RT) e o custo total (CT). Na
determinação do lucro é necessário, portanto, conhecer a receita e o custo. Os
preços dos insumos de produção e a tecnologia constituem-se os determinantes
básicos do custo. Uma vez estabelecida a tecnologia o total de cada insumo
necessário para produzir qualquer nível de produto pode ser determinado.
CT = X1 . PX1 + K, (5)
RT = Y * Py (6)
Para maximizar lucro tem-se que diferenciar a função com relação ao insumo
variável X1. Assumindo que os preços do produto (Py) e insumo (Px1) sejam
constantes
Lucro π = Y * Py – X1 * Px1 – K
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Y = 30 X2 – X3
dY
PY ------- = PX1
dX1
dY
PY ------- = 60 X – 3 X2
dX1
Py * PFMaX1 = Px1
3X2 – 60 X + 175 = 0
dY
PFMaX1 = ------- = 0
dX
dY
------- = 60 X – 3 X2 = 0 => X1 = 20 é nº de trabalhadores que maximiza a
dX1 produção física.
Quando se utilizam insumos não livres, isto é, que possuem preços, o nível de
insumo que maximiza o lucro é sempre menor que o nível de insumos que
maximiza a produção física.
Teoria dos Custos
Restrição Tecnológica
Curto e Longo Prazos são conceitos de tempo, mas eles não são definidos como
períodos fixos de calendário, mas o tempo necessário para que os indivíduos se
adaptem a novas condições. O curto prazo é aquele período de tempo durante o
qual um ou mais insumos produtivos são fixos na quantidade e não podem variar.
Por exemplo, no início da estação de plantio, pode ser tarde para aumentar ou
diminuir a quantidade de terra própria ou alugada. O ciclo de produção agrícola
corrente poderia ser um período de curto prazo, já que a terra está fixa em
quantidade.
Tipos de Custos
Os custos implícitos constam dos custos dos fatores que a empresa já possui,
quase sempre não registrados pela contabilidade, por não constituírem despesas
pagas, em dinheiro, durante o processo produtivo (por exemplo, aluguel não
recebido sobre uma propriedade possuída e utilizado pela firma). Nesta
abordagem dos custos, os fatores pertencentes a empresa e utilizados no
processo produtivo tem custo associado , medido pelo seu preço em uso
alternativo, ou seja, preço relativo ao que o empresário está deixando de receber
ao alocar os recursos produtivos em sua empresa.
Custos Fixos
Outra característica dos custos fixos é que eles não estão sob o controle do
administrador no curto prazo. Eles existem e no mesmo nível, independente de
quanto do recurso é usado.
O custo fixo médio (CFMe), que expressa o custo fixo por unidade de produto (Y),
determinado pela equação.
CFT
CFMe = ------------------
Produto (Y)
Em que o produto é medido em unidades físicas. Uma vez que, por definição, o
custo fixo total é um valor fixo ou constante, independentemente do nível de
produção, o CFMe irá decrescer, continuamente, com o aumento de produção.
Custos Variáveis
Os custos variáveis são aqueles que o administrador controla no curto prazo. Eles
podem ser aumentados ou diminuídos pela ação do administrador e irão aumentar
com o aumento da produção. Itens como semente, ração, fertilizante, produtos
químicos, gastos com a sanidade do rebanho, com serviços de máquinas e com
mão-de-obra, em geral, são exemplos de custos variáveis. Se nenhum nível de
produto for produzido, o custo variável pode ser evitado.
De acordo com Reis e Guimarães, 1986, os custos variáveis são os custos com os
recursos que:
a) tem duração inferior ou igual, no curto prazo, sendo, portanto sua recomposição
feita a cada ciclo do processo produtivo;
O custo variável total (CVT) pode ser encontrado pela soma de cada custo variável
individual, que é igual a quantidade do recurso comprada multiplicada pelo preço.
O custo variável médio (CVMe) é o custo variável total dividido pelo produto, e é
calculado pela equação:
CVT
CVMe = ---------------
Produto (Y)
O custo variável existe tanto no curto quanto no longo prazo. Todos os custos são
considerados variáveis no longo prazo, uma vez que não existem recursos fixos. A
distinção entre custos fixos e variáveis também depende do exato ponto no tempo,
no qual a próxima decisão será tomada. Gasto com fertilizante é, geralmente, um
custo variável. No entanto, uma vez que ele tenha sido comprado e aplicado, o
administrador não tem mais controle sobre esse gasto. Esse custo deve ser,
então, considerado como fixo para o restante do ciclo da produção desse produto
e futuras decisões devem considerar esse fato. O custo do trabalho e o gasto com
arrendamento de terra são exemplos similares. Após a contratação da mão-de-
obra e o contrato de arrendamento ter sido assinado, o administrador não pode
alterar o valor e seus custos devem ser considerados como fixos.
Custo Total
O custo total é a soma do custo fixo total e do custo variável (CT = CFT + CVT).
No curto prazo, ele irá aumentar somente com o aumento do CVT, uma vez que o
CFT é um valor constante.
O custo total médio (CTMe), para dado nível de produto, é igual ao CFMe + CVMe
e também pode ser calculado pela equação:
CT
CTMe = ---------------
Produto (Y)
Custo Marginal
O custo marginal (Cma) é definido como a variação no custo total dividido pela
variação no produto. (tabela x)
Δ CT Δ CVT
Cma = -------------- ou Cma = --------------
Δ Produto Δ Produto
PFMe X Y CF CV CT CFMe CVMe CTMe CMa
0 1 29 100 0 100
56 2 112 100 80 180 0,89 0,71 1,61 0,96
81 3 243 100 155 255 0,41 0,64 1,05 0,57
104 4 416 100 225 325 0,24 0,54 0,78 0,40
125 5 625 100 290 390 0,16 0,46 0,62 0,31
144 6 864 100 350 450 0,12 0,41 0,52 0,25
161 7 1127 100 405 505 0,09 0,36 0,45 0,21
176 8 1408 100 455 555 0,07 0,32 0,39 0,18
189 9 1701 100 500 600 0,06 0,29 0,35 0,15
200 10 2000 100 540 640 0,05 0,27 0,32 0,13
209 11 2299 100 575 675 0,04 0,25 0,29 0,12
216 12 2592 100 605 705 0,04 0,23 0,27 0,10
221 13 2873 100 645 745 0,03 0,22 0,26 0,14
224 14 3136 100 695 795 0,03 0,22 0,25 0,19
225 15 3375 100 755 855 0,03 0,22 0,25 0,25
224 16 3584 100 825 925 0,03 0,23 0,26 0,33
221 17 3757 100 905 1005 0,03 0,24 0,27 0,46
216 18 3888 100 995 1095 0,03 0,26 0,28 0,69
209 19 3971 100 1095 1195 0,03 0,28 0,30 1,20
200 20 4000 100 1205 1305 0,03 0,30 0,33 3,79
189 21 3969 100 1325 1425 0,03 0,33 0,36 (3,87)
176 22 3872 100 1455 1555 0,03 0,38 0,40 (1,34)
161 23 3703 100 1595 1695 0,03 0,43 0,46 (0,83)
144 24 3456 100 1745 1845 0,03 0,50 0,53 (0,61)
125 25 3125 100 1905 2005 0,03 0,61 0,64 (0,48)
104 26 2704 100 2075 2175 0,04 0,77 0,80 (0,40)
81 27 2187 100 2255 2355 0,05 1,03 1,08 (0,35)
56 28 1568 100 2445 2545 0,06 1,56 1,62 (0,31)
29 29 841 100 2645 2745 0,12 3,15 3,26 (0,28)
0 30 0 100 2855 2955
Tabela X, Produto Físico Médio, Produto, Custo Variável, Custo Fixo, Custo Fixo
Médio, Custo Variável Médio, Custo Total Médio e Custo Marginal.
Curvas de Custo
A curva de custo fixo total é paralela ao eixo das quantidades, uma vez que
independe do nível de produção. Situa-se acima do eixo das quantidades por sua
distância equivalente aos custos fixos. Por sua vez, o custo variável total, que
depende do nível de produção, cresce à medida que maior quantidade de produto
é produzida, isto é, maior quantidade de insumo variável está sendo utilizada.
Inicialmente, a curva de custo variável total cresce a uma taxa decrescente e
depois a uma taxa crescente.
A curva de custo total é paralela a curva de custo variável total e são separadas
por uma distância equivalente ao custo fixo total.
R$ 1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Quantidade Produzida
CF CV CT
As curvas de custo fixo médio, custo variável médio, custo total médio e custo
marginal são apresentadas no gráfico X.
A curva de custo fixo médio inclina-se para baixo e para a direita em toda a sua
extensão, não interceptando o eixo horizontal ou vertical. É uma hipérbole
retangular.
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Quantidade Produzida
Custo Fixo Médio Custo Variável Médio Custo Total Médio Custo Marginal
Gráfico X – Curvas de Custo Fixo Médio, Custo Variável Médio, Custo Total
Médio e Custo Marginal.
350
300
250
200
PFMe PFMa
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
X1
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
R$
0,80
0,60
0,40
0,20
-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Quantidade Produzida
É fácil perceber que, quando o PFMa está aumentando, O CMA está caindo;
quando o PFMg atinge o máximo, o CMA está no seu ponto mínimo. Da
mesma, o CVMe atinge um mínimo quando o PFMe alcança o seu máximo, e
passa a crescer quando o PFMe diminui. Assim, o CMa eo CVMe estão
intimamente ligados à lei dos rendiments decrescentes e, portanto, após certo
nível de produção eles passa a crescer. Em outras palavras, as curvas de CMa
e de CVMe são os recíprocos das curvas de PFMa e PFMe.
Ressalte-se que o custo total(CT) é a soma do custo fixo total (CFT) e do custo
variável médio (CVMe) e portanto o custo total médio (CTMe) é a soma do
custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe).
Matematicamente tem-se:
Δ RT Pq . Δ q
Rma = ----------- = ---------------- = Pq
Δq Δq
Há duas maneiras (ou regras) pelas quais o produtor pode decidir o nível ótimo
de produção. A primeira regra, (pelo lado do custo do fator utilizado) enuncia
que o nível ótimo de uso de um fator variável pode ser determinado pela
igualdade entre o produto físico marginal desse fator (PFMa) e a relação entre
o preço do fator (Px) e o preço do produto (Pq).
Algebricamente , tem-se:
PFma = Px/Py)
RMa = Cma ou
Portanto, tem-se:
Como já foi dito, o lucro total é o máximo quando a diferença entre a receita
total (RT) e o custo total (CT) for o maior possível.
Por outro lado, a produção de 4.000 unidades do bem X reduz o lucro total da
empresa em R$ 1,79, já que seu custo marginal de R$ 3,79 é maior que a
receita marginal de R$ 2,00. Este fato sugere que a empresa deva reduzir a
produção se quiser maximizar lucro. Portanto, a empresa terá seu lucro
máximo se produzir 3.971 unidades do bem X.
3,5
2,5
RMa CMa
1,5
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Q
O que aconteceria se o preço caísse para P2? Neste caso, o agricultor deveria
diminuir a sua produção para q2, onde o Cma = P. O lucro econômico para
produzir q2 seria zero, uma vez que o preço recebido P2 apenas cobriria o
custo médio de produção. Ressalte-se que, nesta situação, mesmo no médio
prazo, o agricultor continuaria produzindo, pois os custos de oportunidade
sobre os recursos fixos também estaria cobertos (é bom lembrar que a curva
CTMe inclui tanto os custos variáveis médios como os custos fixos médios).
CMa
P1 e
c
11
P
Lucro Econômico CTme
g
a
d
P2 b
P3
CVme
h
P4
P5 i f
Cfme
q5 q4 q3 q2 q q1
Gráfico X – Custos, Receitas e Lucro de uma Firma (ou propriedade rural) no curto
prazo.
CF
Q = -------------
Pv – CVMe
RT = 20 Q
CF= 120
CVT = 16 Q
RT = CT
20 Q = 120 + 16 Q
20 Q – 16 Q = 120
4 Q = 120
Q = 30 unidades
De fato, se Q = 30
RT = 20 x 30 = 600
CFT = = 120
CVT = 16 x 30 = 480
LT (lucro) = RT – CT
= 600 – 600 = 0
A empresa, produzindo e vendendo 30 unidades, não tem lucro nem
prejuízo. Se produzir e vender uma quantidade maior que 30, auferirá
lucros e se menor que 30, prejuízos:
RT = 20 Q
RT,
CT
CT= 120 + 16 Q
Lucro
CVT= 16 Q
Prejuízo
Observe que, para que haja break even point, é necessário que a reta da receita
total seja mais inclinada em relação à origem dos eixos que a reta do custo total.
Isto implica que o preço de mercado (P) seja maior que o custo variável médio
(CVMe), ou seja, que a margem de contribuição unitária (MCu) seja positiva:
CF 100 100
Q = ----------------- = ------------------------------ = ---------------- = 58
Pv – Cvme 2 – 0,28 1,72
RT = CT
2 Q = 100 + 0,28 Q
2Q – 0,28 Q = 100
1,72 Q = 100
Q = 58
De fato, se que = 58
RT = 2 x 58 = 116
CFT = = 100
CVT = 0,28 * 58 = 16
CT = = 116