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ANDREAS HUYSSEN
“MEMÓRIAS DO MODERNISMO”
Huyssen, por seu turno, argumenta que este projeto já se esgotou e está sendo
substituído por um novo paradigma, o paradigma do pós-moderno. Mais do que uma
ruptura, nos termos de Huyssen, o pós-moderno é uma negociação constante e até
obsessiva com o moderno.
Outro dos temas discutido pelo autor é o destino da memória dentro da cultura
pós-moderna. O autor destaca que os últimos anos viram surgir uma explosão do
discurso da memória e afirma que memória e representação são duas preocupações
chave do fim de século e de milênio. De seu ponto de vista, a re-presentação sempre
vem depois, ainda que os meios de comunicação de massa tentem nos passar a ilusão de
pura presença, e a memória, por conseguinte, vem depois também, uma vez que é
baseada na representação. O passado precisa ser articulado para se transformar em
memória.
Nesse sentido, Huyssen complementa que o status temporal da memória é
sempre o presente, e não o passado, como poderia sugerir uma investigação mais
ingênua.
É essa tênue fissura entre o passado e o presente que constitui a
memória, fazendo-a poderosamente viva e distinta do arquivo, ou de
qualquer outro mero sistema de armazenamento e recuperação. A
instabilidade da memória, assim, não é apenas o resultado de algo
como um esquecimento geracional, natural, que pode ser contra-
atacado através de uma representação mais confiável. Em vez disso,
ela está dada nas próprias estruturas de representação em si. A
obsessão com a memória na cultura contemporânea deve ser lida em
termos dessa dupla problemática. (HUYSSEN, 1997, p. 15).