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Memória de cálculo

Guindaste

Grupo de Mecânica Aplicada (GMAP) – Demec/


UFRGS

Prof. Eng. Mecânica Ignacio Iturrioz

Prof. Eng. Mecânica Alberto Tamagna

Prof. Eng. Mecânica Juan Carlos Ortiz

Eng. Mecânico Mestrando André S. Casagrande

Acadêmico Eng. Mecânica Tomas W. Tech


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1. Dados geométricos, do material e bibliografia consultada.


A geometria e o material foram obtidos em parte do manual de instruções do próprio
guindaste [1], e parte foi levantada pela equipe de trabalho utilizando paquímetro e trena,
para dimensões externas, e um analisador de espessura (modelo Echometer 1073), com
resolução 0.1mm para medir as espessuras dos elementos fechados.
Os cálculos foram realizados utilizando as normativas da NBR8400 [2] que fornece
subsídios no dimensionamento e verificação de equipamentos de levantamento de cargas, e
da NBR6123 [3], a qual fornece subsídios na determinação das forças de ação do vento em
edificações. Também foi consultado a NBR 10084 [4] sobre cálculo de estruturas suporte
de equipamentos de levantamento de carga.

2. Classificação do guindaste por grupo (segundo NBR-8400)


Isto depende da intensidade das cargas a serem levantadas e da quantidade de repetições
para guindastes de canteiro de obra anexo A- tabela 36 da NBR8400, temos que o grupo do
equipamento será então:
GRUPO: 5

3. Análise dos estados de carga


Definidos segundo NBR 8400

3.1. Peso próprio


Duas situações estarão sendo analisadas para as mesmas solicitações.
-lança a 00

-lança a 450

3.2. Carga de Serviço

Definidos seis casos de carga apresentados na Tabela1.


L P (Carga de serviço)
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Tabela 1 - Carregamentos de serviço.


Inclinação da lança P: (8ton). 80KN, P: (3,9ton). 39KN, P: (2,6ton). 26KN,
L: 16,2 m L: 30,0 m L: 40,0 m
0o SL1_0 SL2_0 SL3_0
45o SL1_45 SL2_45 SL3_45

Desta forma o estado de carga SL1_45 é o carregamento de serviço sobre a estrutura


com a lança a 45o com a carga de serviço P = 80kN aplicada sobre o carrinho da lança a
uma distância de L: 16.2m (os valores de L, e de P estão estabelecidos no manual de
instruções do equipamento) [1].

3.3. Majoração das cargas de serviço pela ação dinâmica da carga em movimento
(tabela 5 NBR8400).

Tabela 2- Coeficientes de majoração das cargas de serviço.


Carga de Serviço Velocidades do Movimento Ψ
Vertical da carga [1]
SL1 (16m/min), 0,27 m/s 1,15
SL2 (58m/min), 0,97 m/s 1,30
SL3 (114,5m/min), 1,9 m/s 1,30

3.4. Solicitações devidas aos Movimentos Horizontais

3.4.1. O movimento do carrinho sobre a lança está esquematizado abaixo:

Adota-se 1/12 da carga total sobre as rodas motoras do carrinho.(ver NBR8400 - 1/4
à 1/30). O peso próprio do carrinho com acionador é (400kgf), 4 kN (segundo o manual do
equipamento )[1].

Tabela 3- Valores das cargas horizontais na direção da lança devidas ao movimento do carrinho.
Carga de Carga por roda do carrinho HL
Serviço
HL1 (80+4)/(4x12)=1,75 kN =(175kgf)
HL2 (39+4)/(4x12)=0,895 kN =(89,5kgf)
HL3 (26+4)/(4x12)=0,625 kN =(62,5kgf)
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3.4.2. Força centrífuga da carga de serviço quando a lança gira (Fc):

Segundo Zignoli [4], devido a este efeito em guindastes pode-se considerar que o
cabo sofre uma inclinação de 6o:

Giro da lança

SL

Fc

Figura 1- Esquema do movimento de giro da lança respeito da torre.

Fc = SL . tg (6o) = SL . 0,105

3.4.3. Cálculo das forças de inércia horizontais pelo giro da lança com carga de serviço
(apêndice B da NBR8400) [2].

Devem ser realizados os seguintes cálculos:


a) Determinação das massas e distâncias auxiliares das partes móveis da lança e
contra-lança.
Os valores das massas e as localizações delas foram obtidos por medição no equipamento e
do manual de instruções [1]. Foi desconsiderado o peso do carrinho.

Lastro

B1 B2 M33 M11 M12 M22

Eixo de giro

Figura 2- Esquema da lança e contra lança com suas massas


4

Tabela 4- Descrição das massas e distância ao eixo de giro da lança e contra-lança (do manual) [1].
Descrição Nomenclatura Massa [kg] Distância do Comprimento do
Mi baricentro da elemento sobre o
massa ao eixo qual a massa está
de giro (Li) [m] repartida (ei) [m]
Ponta da contra- B1 4600 12,92 2
lança + motor
Lastro da contra- Lastro 9250 10,92 2
lança (5x1650+1000)
Primeira parte da B2 2200 5,96 11.92
contra-lança
Módulo M11 1250 15,8 10
intermédio da
lança
Módulo M12 1250 25,8 10
intermédio da
lança
Ponta da lança M22 800 35,8 10

Primeiro módulo M33 1370 5,4 10,8


da lança

Para calcular o momento de inércia da lança e da contralança girando ao redor do eixo


(figura 2), aplicamos a expressão:
2
I =Σ (Μι Li )

Substituindo a expressão anterior pelos valores apresentados na tabela 4 tem-se

I = 4600 x (12,92)2 +9250 x (10,92)2 +.....= 43355156 Kg m2


Igualando duas formas de escrever a energia cinética

½ I ω2= ½ mi vi2
Onde mi é a massa equivalente de todas as partes que giram (lança e contralança
concentradas no ponto onde está pendurada a carga suspensa), lembrando que

ri ω = vi
Chega-se à seguinte expressão para a massa equivalente

mi = I /r2
O que para as três posições da carga suspensa estudadas, vão resultar:

m1 = 4335516 Kg m2 / (16.2m)2 = 16594.9 Kg


5

m2 = 4335516 Kg m2 / (30 m)2 = 4839.06 Kg


m3 = 4335516 Kg m2 / (40m)2 = 2712 Kg
Estes valores das massas equivalentes são utilizados na tabela 7 para calcular o fator de
amplificação dinâmica das cargas suspensas.

b) Torque do motor que produz o giro da lança.


Como este dado não está disponível vamos realizar os cálculos impondo uma aceleração
tangencial na ponta da lança que é sugerida como condição mais desfavorável pela NBR
8400 [2] pp17, aceleração entre 0,1 e 0,6 m/s2. Nos cálculos a maior aceleração foi adotada,
pois foi verificado que ela produz forças equivalentes horizontais sobre a lança superiores
às produzidas pela aceleração mínima sugerida (0,1m/s2).

c) Velocidade tangencial para as três posições do carrinho consideradas no cálculo.

Velocidade angular do giro da lança (do manual de instruções):

ω = 0,9 rpm = 0,9.(2.π)/60 = 94,2E-3 rad/s


Tabela 5- Cálculo das velocidades tangenciais para cada caso.
Distância do eixo do giro ao ponto de Velocidade tangencial = ω . ri
fixação da carga de serviço (ri [m]) [m/s]
VL1 16.2 1,526
VL2 30 2,827
VL3 40 3,769

e) Cálculo da aceleração angular da lança produzida pela carga suspensa.


A partir da consideração da aceleração na ponta da lança = 0,6m/s2,(valor sugerido pela
NBR 8400 pp17) é possível calcular uma aceleração angular da lança como segue:

α = (0.6m/s2)/(40 m) = 0,015 rad/s2


Sendo 40 m o comprimento da lança. Para calcular a aceleração tangencial para cada
posição da carga móvel utiliza-se a seguinte expressão

Ji = α . ri
Os valores de Ji para as três posições do carrinho consideradas estão apresentados na
Tabela 6.
6

Tabela 6- Cálculo dos valores da aceleração tangencial Ji no baricentro do carrinho.


ri [m] Ji [m/s2]
16,2 0,243
30 0,45
40 0,6

f) Os valores das massas suspensas são as seguintes (estabelecido no manual).

M1 = 8000Kg
M2 = 3900 Kg
M3 = 2600 Kg

g) Determinação da duração da aceleração ou desaceleração da lança devido a seu


movimento horizontal.

tmi = vi / Ji = 6.28 s (para os três casos que estão sendo analisados)


h) Forças equivalentes na lança, contra-lança e carga suspensa.
(Calculadas através dos valores determinados nos itens a-g).
-A aceleração tangencial para cada elemento em movimento

J j = αx . r j
-onde as rj representam as distâncias das partes móveis da lança e contra-lança
indicadas na Figura 2. É possível calcular a força aplicada sobre cada parte móvel da lança
e da contra-lança devido à aceleração ou desaceleração no movimento horizontal com a
seguinte expressão:
Fcmj = Jj .Mj .ψj
e em particular para a carga suspensa

Fcmi = Mi . Ji . ψi
Nas expressões anteriores ψ é um coeficiente de amplificação dinâmica que segundo
o apêndice B da norma será igual a 2 (NBR 8400), para as Fcmj o fator de amplificação
dinâmica ψ tem que ser calculado como se indica no item seguinte.

i) Fator de amplificação dinâmica ψ para a carga suspensa (ψ).


O período de oscilação do cabo será:
Tf = 2π. (L/g) 0,5
7

Onde L é o comprimento do cabo, g é a aceleração da gravidade. L é mais crítico quando o


cabo é curto (considera-se 2m). Neste caso:
Tf = 2,83 s
Tabela 7- Cálculo dos fatores de amplificação dinâmica para a força equivalente aplicada no baricentro
do carrinho para a carga suspensa devido à aceleração e desaceleração no movimento horizontal da
lança (ver NBR8400 apêndice B, fig19).
Mi[kg] Jmi[m/s2] tmi =Vi/Jmi [s] βi=tmi/Tf µι=Mi/mi ψi (fig19 - NBR8400)
M1= 8000 0,243 6,28 6.28/2,83 8000/16594.9= 0,49 2
M2= 3900 0,45 6,28 6.28/2.83 3900/4839= 0,8 2
M3= 2600 0,6 6,28 6.28/2.83 2600/2721= 0,96 2

j) Forças aplicadas nas massas das partes móveis da lança e contra-lança e as devidas
à carga suspensa.

Fcmi
ω v ri
Mj

Fcmj

o
Ponto de
fixação da rj
carga
suspensa

Figura 3- Posição das cargas devido ao movimento horizontal da lança (anexo B NBR8400) [2].

Fcmj na Figura 3 representa a força de uma das partes móveis genérica.


A partir dos valores de ψ calculados na Tabela 7 se apresentam os cálculos das
forças devidas à aceleração e desaceleração da lança e contra-lança quando esta se move
horizontalmente (giro).

Para melhor exemplificar, abaixo da tabela 8 estão citadas e indicadas cada uma
dessas componentes listadas. Cabe lembrar que as Fcm’s correspondentes às cargas
suspensas e ao carrinho estarão posicionadas de acordo com o caso correspondente
(caso1→16,2m; caso2→30m; caso3→40m).
8

Tabela 8 - Cálculo das forças das partes móveis Fcmj e a devida à massa suspensa
(Fcmi). Para os três casos de carga estudados.

Fcm1=M1.ψcs.α.r1 8000 . 2 . 0,015 . 16,2 = 3888 N


(Carga suspensa M1)
Fcarr-pos1 = mcarr.α.r1.ψ 400 . 0,015 . 16,2 . 2 = 194,2 N
Fcm2 = M2.ψcs.α.r2 3900 . 2 . 0,015 . 30 = 3510 N
(Carga suspensa M2)
Fcarr-pos2 = mcarr.α.r2.ψ 400 . 0,015 . 30 . 2 = 360 N
Fcm3 = M3.ψcs.α.r3 2600 . 2 . 0,015 . 40 = 3120N
(Carga suspensa M3)
Fcarr-pos3 = mcarr.α.r3.ψ 400 . 0,015 . 40 . 2 = 480 N
Fcb1 = mb1.α.rb1.ψ 4600 . 0,015 . 12,92 . 2 = 1783 N
Fcb2 = mb2.α.rb2.ψ 2200 . 0,015 . 5,96 . 2 = 393,4 N
Flastro = mlastro.α.rlastro.ψ 9250 . 0,015 . 10,92 . 2 = 3030 N
Fcm33 = mm3.α.rm3.ψ 1370 . 0,015 . 5,4 . 2 = 223 N
Fcm11 = mm11.α.rm11.ψ 1250 . 0,015 . 15,8 . 2 = 593 N
Fcm12 = mm12.α.rm12.ψ 1250 . 0,015 . 25,8 . 2 = 967,5 N
Fcm22 = mm2.α.rm2.ψ 800 . 35,8 . 0,015 . 2 = 859,2 N

Fcm33 Fcm11 Fcm12 Fcm22

Fcb1 Flastro Fcb2


Figura 4 - Exemplos do posicionamento das forças citadas na Tabela 8.

3.4.4. Reações transversais devidas ao rolamento (ver 5.5.3.3 da NBR 8400) [2].
Caso onde o carrinho está andando com a carga e tranca uma de suas rodas, ou
descarrila do trilho, gerando uma força chamada de HT, conforme Figura 5.
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HT

HT

v
Figura 5 - Disposição das forças HT devido ao travamento do carrinho na sua translação sobre a lança.

Segundo manual do equipamento [1]: a = 1,65m, v = 1,50m, então v/a = 0,90 ξ = 0,05
(da figura 3 da NBR 8400).

Tabela 9- cálculo das forças transversais para as três cargas de serviço consideradas.

HT = [(carga pendurada + peso do carrinho)/2]. ξ [N]


HT1 = [(80000 + 4000) / 2]. 0,05 = 2100N
HT2 = [(39000 + 4000) / 2]. 0,05 = 1075N
HT3 = [(26000 + 4000) / 2]. 0,05 = 750N

3.4.5. Efeitos do choque contra batentes ou pára-choques.


Vamos considerar somente o choque do carrinho sobre o batente, desconsiderando a
força que a carga irá produzir nesse choque, pois esse efeito da carga é retardado por ela
estar suspensa.

F choque no batente= Mcarr . (Vcarr)2 / Tenc-bat


Mcarr = massa do carrinho (400Kg);
Vcarr = velocidade do carrinho;
Tenc-bat = encurtamento da batente no impacto (considerada de 0.01m).
O batente está constituído por um cilindro de borracha como se ilustra na Figura 6.
Existem dois batentes uma em cada extremo da lança.
Como existe um bloqueio elétrico para decaimento da velocidade do carrinho
quando da aproximação das cabeceiras, é considerada para este cálculo a velocidade de
12m/min (0,20 m/s).

Fchoque na batente = 400 . (0,20)2/0,01 = 1600N


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Figura 6- Foto que ilustra as características da batente do carrinho localizada sobre a lança

3.5. Ação do Vento


Para realizar estes cálculos foi utilizada a Norma NBR 6123 e a NBR 8400.

3.5.1. Geometria da Grua:


5.3m
M3 M1 M1 M3

40 m
5.8m
12.5

10 módulos
de 2.5m de
35.8m altura

1 módulo
de 5metros

1.65 m

Figura 7- Esquema do guindaste com as medidas principais, as áreas hachuradas serão consideradas como
totalmente densas para efeito do vento.
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3.5.2. Cálculos auxiliares.


a) cálculo da relação Ae/A da torre.
Para calcular a área efetiva (Ae) da torre, vamos considerar o reticulado de um módulo
básico para toda a torre:

112mm
55mm

2500 mm

68 mm
1650mm

Figura 8 - Esquema do módulo básico da torre ( para calcular a área efetiva da mesma).

A = 1650 x 2500 mm2


Ae = 797820,9 mm2
(Ae/A) = 0,20
b) cálculo da relação (Ae/A) para a lança: para realizar este cálculo vamos considera a área
da face lateral do módulo M1 e considerar Ae igual para toda a lança.
Vista
inferior Barras redondas de
diâmetro 60 mm

40m

Vista lateral

110x110mm

1600m
m

1215mm

Figura 9 - Esquema do módulo M1 da lança.


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Tomamos o módulo M1 para fazer o cálculo da área efetiva da lança. Considerando a


área lateral para o cálculo.
A = 1,711 . 40 = 68 m2
Ae = 0,110 . 2 . 40 + 40 . 0,06 . 1,85 = 13,2 m2
(Ae/A) = 0,20

3.5.3. Cálculo da pressão dinâmica básica do vento

Segundo a NBR 8400 será considerado:

Vento de serviço (tabela 7-norma) v= 20m/s produz uma pressão aerodinâmica = 250 N/m2.

Para o vento máximo foi realizado o cálculo segundo a norma NBR 6123 [4] por
considerar os valores dados pela NBR 8400 pouco conservativos dadas as características
desfavoráveis do guindaste frente a este tipo de ação (está localizado frente ao rio Guaíba).
A NBR 8400 considera os valores 0 à 20m de altura como sendo v0 = 36 m/s , e de 20 à
100m de altura como v0 = 42 m/s .Segundo a NBR 6123 o vento máximo será dado por:

Vmax(h) = V0 . S1 . S2(h) . S3

h = altura considerada m;
V0 = valor de vento básico obtido de um mapa de isopletas;
S1= coeficiente que depende do relevo onde está a estrutura a analisar neste caso.
Direção do vento

Figura 10 - Esquema da topografia do terreno

Do mapa de isopletas: V0 = 47m/s.

Segundo o relevo: S1 = 1
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Cálculo do S2(h): considerar rugosidade do terreno com categoria I, (a mais baixa por
ter o Guaíba na frente). Segundo o tamanho da estrutura considerar classe B. Entrando na
tabela 2 pp15 da NBR 6123 tem-se que o coeficiente S2 varia de 1.04 a 1.19 para uma
altura de 0 a 40 metros, para simplificar o cálculo das cargas irá se considerar S2 constante
e igual a 1.20, então:
S2 = 1,20
O fator S3 é dado em função do tipo de estrutura. Por ser estrutura de montagem,

S3 = 0,83
Então
Vmax = 1 . 1,20 . 0,83 . 47 m/s = 47m/s
qmax = (Vmax)2/1.6 [N/m2] = 1380 N/m2

3.5.4. Cálculo das forças de arrasto considerando o vento de serviço

qserviço= (Vserv)2/1.6 [N/m2] = 250N/m2

Fa = Ca . q . Ae
A)Cálculo da força de arrasto sobre a lança

Parte treliçada (figura 9 da NBR 6123), considerando fi = Ae/A = 0,20 => Ca = 2,6

Então, Fa = 2,6 . 250 . 0,20 . 1,711. 40 = 8900N

Determinação da carga sobre os nós da lança

Cada 2.88m da lança temos 1 nó inteiro acima e dois médios abaixo (ver figura 11),
então, para 40 metros temos

Fnó lança = 8900 N/ ((40 m / 2,88 m ). 3) = 214 N

Os nós da parte inferior da lança vão ter a metade da carga.

(Ver na Figura 11 como distribuir esta carga sobre os nós da treliça da lança)
14

1,711 m

2.88m

40 m

214N

Direção do
vento 107N

Figura 11 - Esquema de distribuição das cargas sobre a lança.

B) Cálculo da Força de arrasto sobre a contra-lança, considerando a contra-lança um


prisma cheio.
L = (14,1-1,65) = 12,45 m, B = 3650mm, H = 1000mm
ver esquema da Figura 13:

contra-lança
B

Porção da
H torre

DV

Fa [N]

Figura 12 - Esquema da contra-lança e da força de arrasto distribuída que atua sobre ela.

A = L . H = 12,45 . 1,00m = 12,45 m2

Fa = Ca . q . A
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Para calcular Ca, entrar na tabela 10 - NBR 6123 com H1 = 12,45 m, L1 = 1,00 m
e L2 = 3,6 m.

H1=12.45m

L1=1.0m

>L1

Figura 13 - Caso da NBR6123 na qual entramos na tabela 10 da norma [4].

H1/L1 = 12,45 → Ca = 0,6 (da tabela 10)


A força de arrasto fica

Fa = Ca . q . A = 0,6 . 250 .(12,45 . 1,00) = 1867,5 N


Calculando uma força distribuída por unidade de comprimento

fa = Fa/H1 = 1867,5N / 12,45m = 150 N/m


C) Cálculo da força de arrasto sobre o tirante da lança.

Este tirante tem seção quadrada de 110mm de lado. Colocamos metade da força em cada
ponto de vinculação do tirante. A força de arrasto fica então com a consideração do número
de Reynolds mais desfavorável. Utilizando a tabela 10 da NBR 6123, seção quadrada e uma
relação h/L1 = 21,7 / 0,11 infinito (tabela 10),

Comprimento do cabo L = 21,7m

Considerando o número de Reynolds mais desfavorável adotamos Ca = 1,3. A força de


arrasto fica então:

Fa = Ca . q . A = 1,3 . 250 . (0,11 . 21,7) = 775,8 N


Colocamos metade da força em cada ponto de vinculação do cabo:

F c/ ponto do tirante = 387,9N


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D) Cálculo da força de Arrasto dos tirantes da contra-lança

Por ser de menor diâmetro e não entrar em um caso específico da norma vamos considerar
que sobre cada um destes tirantes atua uma força de arrasto de 100N. Como são dois cabos
vamos ter uma força de 100N nos pontos de amarre dos cabos como se indica na vista
superior da contra-lança da Figura 14.

Fa = 100N em cada tirante


contra-lança lança

50 N
100N

50 N

Figura 14- Esquema da vista superior da contra-lança

E) Cálculo da força de arrasto sobre a torre.


Vamos ter que considerar dois casos:

Vento a 0o
Vento a 45o

Figura 15 - Esquema que ilustra os dois caso a serem considerados para a análise da torre do guindaste.

E1) Para vento a 0o


E1.1) Parte treliçada da torre:

Fa = Ca . q . Ae
Ver figura 9 da NBR 6123 entrando com Ae/A = 0.20 (foi calculada em 3.5.2 deste
informe). Obtém-se
Ca = 2.9
Então para o vento de serviço (justificativa das distâncias na Figura 7):
Fa = 2,9 . 250N/m2 .(1,650m (10 x 2,5m + 1 . 5m) 0,20) = 7177.5 N
17

1650 mm

1.25 m 10 . 2,5 +1 . 5 = 30 m

Figura 16- Vista do modulo básico da torre e medidas indicadas para calcular a força de arrasto

Determinação da carga por nó sobre a torre

Temos quatro nós a cada 1.25m aprox. (Figura 16), então

Fnó torre (vento 0O) = 7177,5 N / ((30/1,25).4) = 75 N

E1.2) Parte cheia (cabine de comando):


Será considerada cheia a região da cabina do operador (ver região hachurada na torre na
Figura 7).

5.8m

Fa = 3480 N

2.4m
2.40m

Figura 17- Esquema da região cheia da torre para realizar o cálculo do vento.
Para entrar na tabela 10 da NBR 6123[3], consideramos h = 5,8m Ca = 1,0. Então:

Fa = A . q . Ca = (2,40m . 5,8m . 250N/m2 . 1) = 3480 N


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E2) vento atuando a 45º


E2.1) Parte treliçada:
Segundo o indicado pela NBR 6123 considerar uma majoração nos esforços de 16%.
Respeito aos calculados com vento a 0o.
Então ficará em cada nó da parte treliçada da torre atuando uma força de

FN45o = FN0o . 1,16 = 75N . 1,16 = 87 N


Dispostas como se indica na abaixo:
FN45o Torre

Figura 18- Vista superior da torre com as forças aplicadas nos nós indicados.

E2.2) Parte cheia (cabine de comando):


Vento atuando sobre a seção cheia, é considerado igual ao item E1.2 anteriormente
citado, pois a cabine gira junto com a lança e contra-lança.
Fa = A . q . Ca = (2,40m . 5,8m . 250N/m2 . 1) = 3480 N

F) Cálculo da força de arrasto sobre o peso a ser levantado.


Segundo a NBR 8400[2] (pp22) 1m2 cada 10KN de carga ate 50KN, e 0.5m2 por cada
10KN de carga de 50 KN ate 250KN, então

para 80000N 6,5 m2


para 39000N 4,0 m2
para 26000N 3,0 m2
A norma indica adotar um coef. de arrasto C = 1,0. Então a força de arrasto ficará para os
três casos (Essa força será colocada na união do cabo com a lança):

Fa1 = C . q . Ae = 1 x 250 x 6,5 = 1625 N


Fa2 = C . q . Ae = 1 x 250 x 4 = 1000 N
Fa3 = C . q . Ae = 1 x 250 x 3 = 750 N
Esses valores calculados para força de arrasto sobre o peso a ser levantado serão
utilizados tanto para o vento de serviço quando transversal à lança quanto para o vento de
serviço quanto longitudinal à lança.
19

3.5.5. Cálculo das solicitações devidas ao vento atuando com a lança alinhada ao mesmo
Esta disposição da estrutura será a considerada quando o vento é máximo, também será
verificada esta situação para vento de serviço.
Neste caso se considera que a lança e contra-lança ficam alinhadas com a direção do
vento (foi consultado com o motorista do guindaste que quando a lança está fora de serviço
ela fica sem freio na coroa de giro de tal forma que em caso eventual de uma tormenta ela
fique acomodada na posição mais favorável – pp37 seção 5.11 parte C da NBR 8400)[2].

A) Cálculo da força de arrasto máxima e de serviço sobre a lança e contra-lança.

Neste caso será considerado que a área de sombra produzida pela lança e contra-lança
alinhadas, que se indica na que segue:

DV 3,65m
2h = 1,60m

L1=3,65m
L2=infinito
Figura 19- Área considerada da lança e contra-lança

Considera-se a profundidade do prisma equivalente considerado infinita. Nestas condições


entrando na tabela 10 da NBR 6123[2] L1/L2 0, h/l1 = 0,80 / 3,65 = 0,2

Ca = 0,7
Famax = Ca . q . Ae = (3,65m . 1,60m ) . 0,7 . (1380 N/m2) = 5640 N
Faserv = Ca . q . Ae = (3,65m . 1,60m ) . 0,7 . (250 N/m2) = 1022 N

B) Cálculo das ações do vento atuando sobre a torre.


Mesmo roteiro de cálculo ao realizado no ponto 3.5.4 E1, e E2 do presente informe, a
única modificação é a pressão dinâmica considerada agora será de qmax = 1380N/m2, em
vez de qserviço = 250N/m2. Então multiplicando as solicitações já calculadas por

(qmax/qserv) = 1380 / 250 = 5,52


Têm-se os valores são resumidos na Tabela seguinte:
Tabela 10 - Valores das solicitações devidas ao vento máximo para a torre do guindaste
Orientação do vento Parte treliçada Parte cheia

0o Fnó = 75x 5,52 = 414N F = 3480 . 5,52 = 19209 N


45º Fnó = 87 x 5,52 = 481N F = 3480 . 5,52 = 19209 N
20

4-Combinações de Carregamento

Será utilizado um coeficiente de majoração das ações obtidas da tabela 10 da NBR 8400
sendo que para o grupo no qual foi classificado o equipamento (grupo 5), o coeficiente é

Mx = 1,12
A partir dos estados de carga analisados e seguindo as diretrizes da NBR 8400 é
possível montar os estados de carregamento, que se descriminam a seguir:

4.1. Caso I – serviço normal sem vento

(SG + ψ . SL + H) . Mx
Onde:
SG= solicitações devidas ao peso próprio;
ψ = coeficiente de amplificação dinâmica (ver tabela 2 do presente informe);
SL= solicitações devidas a cargas de serviço;
H = conjunto de forças horizontais mais desfavoráveis atuantes.

Aqui teríamos dois conjuntos de forças:

a) Forças de inércia produzidas pela aceleração e desaceleração da lança ao girar sobre


a torre e força centrífuga que a carga de serviço pendurada exerce sobre a estrutura;

b) Forca de travamento do carrinho sobre a lança (HT) e força de aceleração e


desaceleração do carrinho sobre a lança (HL).
Ambos efeitos foram calculados (a,b).
Temos então como resultados do caso I 12 combinações de carregamento resumidas na
Tabela 11, estes são resultado da combinação de quatro posições da lança(0o e 45º), dois
tipos de ações dinâmicas devidas à movimentação da carga e com as três cargas de serviço
consideradas nas suas posições limites: SL1 (80000N e 16,2m) , SL2 (39000N e 30m) ,
SL3 (26000N e 40m),

Tabela 11 - Combinações de carregamento para o caso I.

Inclinação da lança SL1 SL2 SL3


0º CI1-0a CI2-0a CI3-0a
0º CI1-0b CI2-0b CI3-0b
45º CI1-45a CI2-45a CI3-45a
45º CI1-45b CI2-45b CI3-45b
21

4.2. Caso II – serviço normal com vento limite de serviço

Mx . (SG + Ψ . SL + H) + Swserviço
Onde:
Swserviço: indica as solicitações no guindaste devidos ao vento de serviço.

Vamos ter neste caso 18 combinações de carregamento resultantes de combinar as duas


orientações da lança com 4 posições do vento de serviço (0o,45o,90o,135o) e com os dois
tipos de cargas horizontais (a-b) isto se resume na Tabela 12. As posições 90o e 135o são
combinadas só com a ações dinâmicas tipo b (carrinho andando para fora e trancando) por
ser este potencialmente mais critico.

Tabela 12 - Combinações de carregamento para o caso II.

Inclinação da lança SL1 SL2 SL3


0o CII1-0a CII2-0a CII3-0a
0o CII1-0b CII2-0b CII3-0b
45º CII1-45a CII2-45a CII3-45a
45º CII1-45b CII2-45b CII3-45b
90º CII1-90b CII2-90b CII3-90b
135º CII1-135b CII2-135b CII3-135b

O caso SL1 citado na acima está exemplificado abaixo, onde se sabe que SL1
representa a carga de 8 ton aplicada à 16,2m da torre. As posições para a lança e torre em
relação ao vento para 0o,45o,90o,135o é respectivamente:

0o
45o

90o 135o

Figura 20- Esquema para explicar a direção do vento no caso II.


22

4.3. Caso III – cargas excepcionais

4.3.1. Caso IIIA – equipamento sem carga de serviço e com vento máximo

(SG + Swmax)
Neste caso deve-se considerar que o vento esteja atuando a 0o ou 45º em relação a torre
(considera-se que a lança está orientada na mesma direção em que atua o vento). Assim
haverá duas combinações de carregamento.

4.3.2. Caso IIIB – peso próprio + carga de serviço+ maior solicitação de choque

SG + SL + Schoque

Neste caso foram consideradas as combinações mais críticas, onde haverá quatro
combinações de carregamento.

Tabela 13 - Combinações de carregamentos considerados no caso IIIB.

Inclinação Sem carga de serviço Com SL3 batendo no


da lança (batendo próximo à torre) extremo da lança
0o CIIIB1-0 CIIB2-0
45º CIIIB1-45 CIIIB2-45
4.3.3. Caso IIIC – ensaio estático ou dinâmico (considerar o caso mais desfavorável
estabelecido na NBR 8400).

Ensaio Dinâmico: (SG + Ψ . 1,2 . SL)


Ensaio Estático: (SG + 1,4 . SL)
Neste caso vamos ter como resultante 6 combinações de carregamentos os quais são
indicados abaixo:

Tabela 14 - Combinações de carregamento para o caso III C.


Inclinação da lança SL1 SL2 SL3
0o CIIIC1-0 CIIIC2-0 CIIIC3-0
(SG + 1,4 . SL1) (SG + 1,2 . 1,30 . SL2) (SG + 1,2 . 1,30 . SL3)
45º CIIIC1-45 CIIIC2-45 CIIIC3-45
(SG + 1,4 . SL1) (SG + 1.2 . 1.30 . SL2) (SG + 1,2 . 1,30 . SL3)
23

5. Resumo com todas as combinações de carregamento consideradas.


CASOS I de Carregamento
• 1/42 – CI1-0b
Mx = 1,12
Y = 1,15
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As cargas
indicadas na Figura 20 são:

Fvert 1 = ((Peso carga suspensa 1 . Ψ + peso carrinho ).Mx)/(num.


de rodas do carrinho)
Fvert 1 = (80000N . 1,15 + 4000N) . 1,12/4 = 26880 N (aplicada em
cada roda do carrinho)
FHL1=(peso da carga + peso carr).Mx/(4 . núm. rodas do carr.)
=(80000+4000).1,12 /(4.x12)= 1960 N ( carga aplicada em cada
roda)
FHT1= 2100. Mx = 2100. 1,12 = 2352 N (Tabela 9 desse informe)

y
FHT1
x (2352N)

*80000N 16.2 m

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo Fvert1


de levantamento do guindaste. (26880 N)

FHT1
(2352N) FHL1
(1960N)

Figura 21- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI1-0b.


24

• 2/42 – CI1-45b
Mx = 1,12 Y = 1,15
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

z FHT1
(2352N)
y

80000N* x

16.2 m

Fvert1 FHT1
(26880 N) (2352N)

45o FHL1
* esta força auto equilibrada (1960N)
é produzida pelo cabo de
levantamento do guindaste.

Figura 22- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI1-45b.

• 3/42 – CI1-0a
Mx = 1,12
Y = 1,15
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As forças
horizontais devidas à aceleração e desaceleração angular da lança foram calculadas na
seção 3.4.3 e descriminadas na Tabela 8. Majoradas pelo coeficiente 1,12 tem-se os
seguintes valores:

FB1 = 1783N . 1,12 = 1197N


FB2 = 393,4N . 1,12 = 441N
Flastro = 3030N . 1,12 = 3393,6N
Fcm2 = 859,2N . 1,12 = 963N
25

Fcm3 = 223N . 1,12 = 250N


Fcm11 = 593N . 1,12 = 664N
Fcm12 = 967,5N . 1,12 = 1084N
A força horizontal produzida pela carga somada à produzida pelo o carrinho:

FHc = 1,12 .(Fcm1 + Fcarr-pos1)/4= 1,12 .(3888 + 194,2)/4=1143 N


A força horizontal produzida pela aceleração centrífuga que atua sobre a carga
pendurada quando a lança gira será (ver cálculo seção 3.4.2):

Fc = 1,12 . (80000N . tg 6o)/4 = 2355N


A força vertical Fvert será igual à calculada na cominação CI1-0a:

Fvert = 26880N

x FHc=(1143N)
80000N*

16.2 m

Fvert1=26880 N

Fcm3= 250 N
Fcm12=1084N
Fc=2355N
Flastro=3393,6N

Fcm2=963N

FB2=441N Fcm11=664 N
FB1=1197N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 23- Combinação de cargas para o caso CI1-0a.


26

• 4/42 – CI1-45a
Mx = 1,12
Y = 1,15
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

x FHc=(1143N)
80000N*

16.2 m

Fcm11=664 N
Fvert1=26880 N

Fcm2=963N
Flastro=3393,6N
Fcm12=1084N
Fc=2355N

Fcm3= 250 N

FB2=441N
FB1=1197N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 24- Combinação de carregamento CI1-45a.


27

• 5/42 – CI2-0b
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As cargas
indicadas na Figura 25 são:

Fvert 1= ((Peso carga suspensa 1 . Ψ + peso carrinho ) . Mx)/(num.


de rodas do carrinho)
Fvert 1 = (39000 N . 1,30 + 4000 N) .1,12/4 = 15316 N (aplicada em
cada roda do carrinho)

FHL1 = (peso da carga + peso carr) . Mx /(4x número de rodas do


carr.) = (39000+4000). 1,12 /(12x4) = 1003 N ( carga aplicada em
cada roda)

FHT1 = 1075 . Mx = 1075 . 1,12 = 1204 N (Tabela 9 desse informe)

y
FHT1
x (1204N)

39000N* 30 m

Fvert1
(15316 N)

FHT1
(1204N)
FHL1
(1003N)
* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 25- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI2-0b.


28

• 6/42 – CI2-45b
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

z
FHT1
(1204N)
y

39000N* x

30 m
Fvert1 FHT1
(15316 N) (1204N)

FHL1
(1003N)

45o * esta força auto equilibrada


é produzida pelo cabo de
levantamento do guindaste.

Figura 26- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI2-45b.

• 7/42 – CI2-0a
Mx = 1,12 Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As forças
horizontais devidas a aceleração e desaceleração da lança foram calculadas na seção 3.4.3 e
descriminadas na Tabela 8. Majoradas pelo coeficiente 1,12 ficam os seguintes valores:

FB1 = 1,12 . 1783 = 1197


FB2 = 393,4N . 1,12 = 441N
29

Flastro = 3030N . 1,12 = 3393,6N


Fcm2 = 860N . 1,12 = 963N
Fcm3 = 223N . 1,12 = 250N
Fcm11 = 593N . 1,12 = 664N
Fcm12 = 967.5N . 1,12 = 1084N
FHc = 1,12 . (Fcm2 + Fcarr-pos2)/4 = 1,12 . (3510 + 360)/4 = 1083N
A força horizontal produzida pela aceleração centrífuga que atua sobre a carga
pendurada quando a lança gira será:

Fc = 1,12 . (39000N . tg 6o)/4 = 1147,75N


A força vertical Fvert será igual a calculada na cominação CI2-0a: Fvert = 15316N

x FHc=(1083N)
39000N*

30 m

Fvert1=15316 N

Fcm3= 250 N
Fcm12=1084N
Fc=1148N
Flastro=3393,6N

Fcm2=963N

FB2=441N Fcm11=664 N

FB1=1197N
* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.
Figura 27- Combinação de cargas para o caso CI2-0a.
30

• 8/42 – CI2-45a
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

x FHc = 1083N
39000N*

30 m

Fcm11=664 N
Fvert1=15316N

Fcm2=963N
Flastro=3393,6N
Fcm12=1084N
Fc=1148N

Fcm3= 250 N

FB2=441N
FB1=1197N
* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do
guindaste.

Figura 28- Combinação de carregamento CI2-45a.


31

• 9/42 – CI3-0b
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As cargas
indicadas na Figura 29 são:

Fvert 1 = ((Peso carga suspensa 1 . Ψ + peso carrinho ) . Mx)/(num.


de rodas do carrinho)
Fvert 1 = (26000 N . 1,30 + 4000 N) . 1,12/4 = 10584 N (em cada
roda do carrinho)
FHL1 = (peso da carga + peso carr) . Mx /(4x numero de rodas do
carr.) = (26000 + 4000). 1,12 /(12.4) = 700 N ( carga em cada roda)
FHT1 = 750 . Mx = 750 . 1,12 = 840 N (Tabela 8 desse informe)

y
FHT1
x (840N)

26000N* 40 m

Fvert1
(10584 N)

FHT1
(840N)
FHL1
(700N)

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 29- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI3-0b.


32

• 10/42 – CI3-45b
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

z
FHT1
(840N)
y

26000N* x

40 m
Fvert1 FHT1
(10584 N) (840N)

FHL1
(700N)

45o * esta força auto equilibrada


é produzida pelo cabo de
levantamento do guindaste.

Figura 30- Esquema para explicar combinação de carregamentos CI3-45b.

• 11/42 – CI3-0a
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 0o. As forças
horizontais devidas à aceleração e desaceleração da lança foram calculadas na seção 4.3.4.
e descriminadas na Tabela 8. Majoradas pelo coeficiente 1,12 tem-se os seguintes valores:

FB1 = 1,12 . 1783 = 1197


33

FB2 = 393,4N . 1,12 = 441N


Flastro = 3030N . 1,12 = 3393,6N
Fcm2 = 860N . 1,12 = 963N
Fcm3 = 223N . 1,12 = 250N
Fcm11 = 593N . 1,12 = 664N
Fcm12 = 967,5N . 1,12 = 1084N
FHc = 1,12 . (Fcm3 + Fcarr-pos2)/4 = 1,12 .(3120 + 468)/4 = 1005 N
A força horizontal produzida pela aceleração centrífuga que atua sobre a carga
pendurada quando a lança gira será:

Fc = 1,12 . (26000N . tg 6o)/4 = 766N


A força vertical Fvert será igual à calculada na cominação CI3-0a: Fvert = 10584 N

x FHc=(1005N)
26000N*

40 m

Fvert1=10584 N

Fcm3= 250 N
Fcm12=1084N
Fc=766N
Flastro=3393,6N

Fcm2=963N

FB2=441N Fcm11=664 N
FB1=1197N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 31- Combinação de cargas para o caso CI3-0a.


34

• 12/42 – CI3-45a
Mx = 1,12
Y = 1,30
Majorar o peso próprio da estrutura em 12%, a lança está orientada a 45o.

x FHc=(1005N)
26000N*

40 m

Fcm11=664 N Fvert1=10584N

Fcm2=963N
Flastro=3393,6N
Fcm12=1084N
Fc=766N

Fcm3= 250 N

FB2=441N
FB1=1197N
* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do
guindaste.

Figura 32- Combinação de carregamento CI3-45a.


35

CASOS II de Carregamento
(SG + Ψ . SL + H) . Mx + Swserviço
Neste caso também ter-se-ão 18 combinações possíveis. Para defini-las determinam-se
os estados de carga do vento de serviço que vão se superpor com as combinações já vistas
para formar 18 novas combinações de carregamento.

SW0o
Fcabo contra-lança +F cabo lança: 488N

F cabo lança=
388N
Fcabo contra-lança
100N

r
150N/m 214N
3480N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre a


parte treliçada: DV
Forças de 75N em
cada nó atuando 107 N
perpendicular ao plano
da figura Ação do vento sob
a carga pendurada
(adotar,Fl1=407N,
Fl2=250N,
Fl3=188N em cada
roda do carrinho)

Figura 33- Descrição do estado de carregamento Sw0o ( vento de serviço).


36

SW45o
Fcabo contra-lança +F cabo lança: 488N

F cabo lança:
388N

Fcabo contra-lança
100N

r
150N/m 214N
3480N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre a


parte treliçada: DV
Forças de 87N em
cada nó atuando 107 N
perpendicular ao plano
da figura
Ação do vento sob a carga
pendurada(Ação do vento sob
a carga pendurada
(adotar,Fl1=407N,Fl2=250N,
Fl3=188N em cada roda do
carrinho)

45o

DV

Figura 34- Descrição do estado de carregamento Sw45o ( vento de serviço).


37

Combinações de carregamento para os casos de carga II:

• 13/42 – CII1-0a = CI1-0a + SW0o

• 14/42 – CII1-0b = CI1-0b+SW0o

• 15/42 – CII1-45a = CI1-45a+SW45o

• 16/42 – CII1-45b = CI1-45b + SW45o

• 17/42 – CII2-0a = CI2-0a+SW0o

• 18/42 – CII2-0b = CI2-0b+SW0o

• 19/42 – CII2-45a = CI2-45a+SW45o

• 20/42 – CII2-45b = CI2-45b+SW45o

• 21/42 – CII3-0a = CI3-0a+SW0o

• 22/42 – CII3-0b = CI3-0b+SW0o

• 23/42 – CII3-45a = CI3-45a+SW45o

• 24/42 – CII3-45b = CI3-45b+SW45o


38

SW90o

DV

r
1022N
3480N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre a


parte treliçada: Ação do vento sob
Forças de 75N em a carga pendurada
cada nó atuando (adotar,Fl1=407N,
perpendicular ao plano Fl2=250N,
da figura Fl3=188N em cada
roda do carrinho)

Figura 35 - Descrição do estado de carregamento Sw90o (vento de serviço).

• 25/42 – CII1-90b = CII1-0b+SW90o


• 26/42 – CII1-135b = CII1-45b+SW1355o
• 27/42 – CII2-90b = CII2-0b+SW90o
• 28/42 – CII2-135b = CII2-45b+SW135o
• 29/42 – CII3-90b = CII3-0b+SW90o
• 30/42 – CII3-135b = CI3-45b+SW135o
39

SW135o

DV

r
1022N
3480N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre


a parte treliçada: Ação do vento sob a carga
Forças de 87N em pendurada(Ação do vento sob
cada nó atuando a carga pendurada
perpendicular ao (adotar,Fl1=407N,Fl2=250N,
plano da figura Fl3=188N em cada roda do
carrinho)

DV
45o

Figura 36 - Descrição do estado de carregamento Sw135o ( vento de serviço).


40

CASOS III de Carregamento


Os casos III de carregamento referem-se a situações excepcionais. Nestes casos o peso
próprio não será majorado.

(A) SG + SWmax( 0o,45º)

SWmax 0o

r
5642 N
19209N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre a


parte treliçada:
Forças de 414N em
cada nó atuando
perpendicular ao plano
da figura

Figura 37- Carregamento SWmax 0o.


41

SWmax 45o

r
5642 N
19209N no
baricentro
da região
opaca

Ação do vento sobre a


parte treliçada:
Forças de 481N em
cada nó atuando
perpendicular ao plano
da figura

45o

Figura 38- Carregamento SWmax 45o.


42

Então as duas combinações que surgem são:

• 25/42 – CIIIA0 (SG + SWmax0o)

• 26/42 – CIIIA45 (SG + SWmax45o)

(B) SG + SL + Schoque

• 27/42 – CIIIB-0a
Carrinho vazio que colide no batente do lado da torre.

4000N

1600N

Figura 39- Carregamento 27/42 CIIIB-0a.

• 28/42 – CIIIB-45a
Mesmo estado de carga que o anterior, porém com lança girada 45o.
43

• 29/42 – CIIIB-0b
Carrinho com peso mínimo (SL3) + Choque no batente da ponta da lança.

z
1600N
y

x
26000N*

40 m

Fvert1=(26000+4000)/4=

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do


guindaste.

Figura 40- Carregamento 29/42 CIIIB-0b.

• 30/42 – CIIIB-45b
Mesmo estado de carga que o anterior, porém com lança girada 45o.

Caso CIIIC – Prova de carga no equipamento. Peso próprio é considerado sem


majoração, mas a sobrecarga é majorada.
44

• 31/42 – CIIIC1-0 (SG + 1,4 . SL1)

y
80000N*

x
16.2 m

Fvert1=(1.4x80000+4000)/4=29000N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do


guindaste.

Figura 41- Carregamento 31/42 CIIIC1-0.

• 32/42 – CIIIC1-45
Mesmo estado de carga que o anterior, porém com lança girada 45o.

• 33/42 – CIIIC2-0 (SG + 1,2 . 1,35 . SL2) – Ensaio Dinâmico


45

y
39000N*

x
30 m

Fvert1=1.62x(39000+4000)/4=17415N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 42- Carregamento 33/42 CIIIC2-0.

• 34/42 – CIIIC2-45
Mesmo estado de carga que o anterior, porém com lança girada 45o.
46

• 35/42 – CIIIC3-0 (SG + 1,2 . 1,35 . SL3)

y
26000N*

x
40 m

Fvert1=1.62x(26000+4000)/4=12150N

* esta força auto equilibrada é produzida pelo cabo de levantamento do guindaste.

Figura 43- Carregamento 35/42 CIIIC3-0.

• 36/42 – CIIIC3-45
Mesmo estado de carga que o anterior, porém com lança girada 45o.
47

6. Análise das solicitações

Para realizar a análise das solicitações foram construídos dois modelos que se
apresentam a continuação:

6.1. Descrição dos modelos numéricos

a) Modelo detalhado

Neste modelo todos os elementos do guindaste foram representados. Foram utilizados


1111 elementos de viga (pórtico espacial, elementos uniaxiais com seis graus de liberdade
em cada nó e dois nós por elemento), 256 elementos de casca (com seis graus de liberdade
em cada nó e quatro nós por elemento) para representar a cabine de comando e 21
elementos de massa concentrada, como pode ser visto na Figura 44. As propriedades
geométricas dos elementos do modelo detalhado estão descritas nas Figura 45 à 48 e na
Tabela 15.

Figura 44- Discretização do modelo detalhado.


48

Figura 45- Nomenclatura dos elementos da torre e da base (1).

Figura 46- Nomenclatura dos elementos da ponta da torre (2), da peça pivô da lança (3) e
do tirante da lança (7).
49

Figura 47- Nomenclatura dos elementos da peça intermediária da lança (4) e da ponta da lança (5).

Figura 48- Nomenclatura dos elementos da contra-lança (6) e dos tirantes da contra-lança (7).

Tabela 15 - Propriedades geométricas dos elementos do equipamento.


Elemento Iz[m4] Iy[m4] J[m4] A[m2] rmin[m] L[m] λ=1.L/rmin
EL_1.1 9,85E-07 9,85E-07 1,56E-06 0,001533 0,0253 1,77 69,71
EL_1.2 1,93E-06 1,93E-06 3,05E-06 0,001000 0,0439 1,60 36,42
......

b) Modelo simplificado
50

Para verificação dos resultados obtidos com o modelo anterior foi desenvolvido um
modelo simplificado como demonstrado na Figura 48. Foram utilizados 565 elementos de
viga e 5 elementos de massa concentrada no modelo. As propriedades geométricas
equivalentes do componente analisado foram calculadas levando em conta a seção
transversal de todo o componente representado (torre, base, lança, contra-lança e tirantes).

Figura 49- Representação do modelo simplificado.

6.2. Calibração dos modelos

Para aferição dos modelos numéricos foram realizadas medições de deslocamento


durante operação do guindaste (real) para comparação com os deslocamentos obtidos nos
modelos. A medição foi realizada com um teodolito e foram determinados o deslocamento
vertical da lança no ponto de içamento da carga e o deslocamento horizontal da torre
quando o guindaste içava uma carga de 2600kg à 30m de distância da torre (ligação entre a
segunda peça intermediária da lança e a ponta da lança).

7. Verificação dos elementos estruturais

7.1. Verificação dos elementos a tração e compressão.

A seguir nas Tabelas 16 e 17 se apresentam os valores de tensão máxima a tração e a


compressão respectivamente para os principais elementos da grua , para os 42 estados de
carregamento determinados, comparando os mesmos com os valores admissíveis para
cada tipo de elemento.Lembrar que a maior parte da estrutura estudada esta trabalhando
como treliça, solicitada a tração ou compressão uniforme ( para as vigas das contralança se
realizará uma verificação separada). O indicado em ditas tabelas como CS é o quociente
entre a tensão admissível e a tensão máxima, se o CS<1 indica que a tensão admissível está
51

ultrapassada. Também são indicadas nas ditas tabelas o caso de carga na qual se produz no
elemento a solicitação máxima.
Como não se tem informação do tipo de aço utilizado na fabricação da grua será
considerada nesta verificação um aço A36 com tensão de escoamento de 250 MPa, (ensaio
da microestrutura de uma mostra da estrutura de telescopagem indicou a utilização de aço
de qualidade similar).

Para calcular as tensões admissíveis a NBR8400 na tabela 12 estabelece coeficientes de


minoração diferentes para os três conjuntos de cargas analisados (CASOI, CASOII,
CASOIII), que para o problema estudado vai dar as seguintes tensões admissíveis :

σesc=250Mpa

σadm(caso I) = σesc/1,5 = 167 MPa

σadm(caso II) = σesc/1,33 = 188 MPa

σadm(casoIII) = σesc/1,1 = 227 MPa

Para determinar a tensão máxima de compressão a NBR8400 indica levar em conta a


flambagem global da barra utilizando o método ω. Tal método propõe calcular um
coeficiente ω que é função da esbeltez da barra e da qualidade do material a ser utilizado.
A NBR8400 apresenta tabelas com os valores de ω correspondentes para diferentes
qualidades de aço (adotando a qualidade de aço de 370 MPa de tensão de ruptura o qual
corresponde aprox. a uma tensão de escoamento de 250 MPa), utiliza-se então a tabela 42
da NBR8400).
Para calcular a esbeltez das barras vamos considerar:

λ = K . L / rmin
Onde
λ é a esbeltez;
L o comprimento do elemento considerado;
rmin o raio de giração mínimo ( I min / A );
K é o coeficiente de flambagem (=1).

resultados dos cálculos de esbeltez são apresentados na Tabela 15:

Utilizando λ e a tabela 42da NBR8400 se obtém o ω correspondente ficando então:

σmax(-)= Smax x ω /Α
52

onde Smax é a solicitação normal máxima a compressão na barra, e A é a área transversal da


mesma destes valores se apresentam na Tabela 4 do presente informe
53

Tabela 16 - Comparação de solicitações máximas de tração e tensões admissíveis de tração para os


elementos mais solicitados devido à aplicação dos estados de carregamento determinados na seção 4.

σmax (+) σadm (+)


Elemento [MPa] [MPa] CS Caso
EL_1.1 172 188 1,09 CII2_45a
EL_1.2 11 188 16,80 CII2_0a
…….

Tabela 17 - 1Comparação de solicitações máximas de compressão e tensões admissíveis de compressão


para os elementos mais solicitados devido à aplicação dos estados de carregamento determinados na
seção 4.

σmax (-) σadm (-)


Elemento [MPa] λ ω [MPa] CS Caso
EL_1.1 -175 69,71 1,41 -133 0,76 CII2_0a
EL_1.2 -29 36,42 1,12 -168 5,81 CII3_0a
…….
Analisando os valores obtidos nas tabelas 16 e 17 é possível observar que as
solicitações de quase todos os elementos da grua que estão tracionados ou comprimidos
apresentam uma tensão de trabalho inferior a admissível para os 42 estados de
carregamento testados,
O único elemento comprometido é o tipo de elemento EL1.1, que apresenta um CS
mínimo de 0,76. Este elemento, como é possível observar na Figura 45, é uma das
diagonais inferiores da torre da grua. O tipo de carregamento que produz solicitação maior
que a admissível como se indica na tabela 17 é o CII2-0a, (combinação de vento de serviço
com a lança girando e parando e carga localizada na posição intermediária). Também foi
possível determinar tensões superiores às admissíveis, porém menos críticas para (CII1-0a,
CII3-a,CII1-45a,CII2-45a,CII3-45a). Frente a esta situação se realizam os seguintes
comentários:

• Foi utilizado um aço com tensão de escoamento σesc>250Mpa. Se for considerado


um aço de uma qualidade melhor que a assumida para realizar os cálculos, todas as
barras passariam as condições impostas pela NBR8400 (CS>1).
• O vento de serviço que é indicado na NBR8400 para determinar as combinações de
carregamento mais desfavoráveis é de 72km/h. Reduzindo a 55% deste valor
(40km/h), todas as barras teriam um CS>1, e a estrutura estaria totalmente segura
para todos os estados de carregamentos.
• Realizando os cálculos destas barras utilizando uma norma de cálculo mais moderna
(NBR8800 utilizada para o cálculo de perfis laminados e soldados), temos que se
λ=70, empregando curva (a) para flambagem global é possível calcular um
coeficiente de minoração ρ=0.807, o que daria um coeficiente equivalente ao ω de
1.24 contra 1.41 que fornece o cálculo clássico, desta forma o CS passa a ser de
0.87, ainda menor que 1 mas por uma margem muito pequena.
54

• Para contornar o problema, sugere-se um dos seguintes itens:

a) Determinar a qualidade do aço da estrutura principal para definir se é possível considerar


uma tensão de escoamento maior que 330MPa para realizar os cálculos.

b)Reforçar a estrutura na base, de forma de descarregar as diagonais do primeiro módulo.

c) Instalar um anemômetro na parte superior da grua para ter condições de medir in-situ a
velocidade do vento, podendo parar ou restringir a operação da grua para ventos maiores do
que 40 Km/h.

7.1.1 verificação das vigas da contra-lança


Seção tubo de 260x130x11

Características do elemento a ser analisado


Comprimento da contra-lança: 12.5m
Área da contra-lança: 0.008096m2
Momento de inércia Z: 2.26e-5m4
Momento de inércia Y: 6.91e-5m4
Os diagramas de esforços estão mostrados na continuação

Figura 50 - Momento Fletor [Nm]


55

Figura 51 - Esforço Cortante [N]

Verificação da viga segundo a NBR8400


Verificação quanto à flambagem lateral, não se faz necessária pois as duas vigas das
contralança estão ligadas por elementos horizontais limitando assim esta possibilidade de
colapso.

Verificação à flexão e corte, calculando a tensão normal nos pontos (1) e (2) (Figura 52).

y y

(2)

σx=Mz y/Iz
(1) τ=Q/Aalma

Figura 52 - Seção da viga da contralança


Para a fibra (1) temos

σx = 27104Nmx0,13m/6,91E-5m4 = 50,99 MPa


56

τ=0
σvm = 50,99MPa
para a fibra (2) temos

σx= 27104Nmx0.119m/6.91E-5m4 = 46.7 MPa


τ= 18860Ν/5.236Ε−3m2
σvm=( (46.7)2 +3x(3.6)2)0.5=47MPa.

Então
σvm(1)=51Mpa < σadm= 250MPa/1,5= 166MPa OK!

7.2 Verificação à flambagem local dos elementos analisados

Os elementos utilizados têm uma esbeltez muito baixa como para ter problemas de
flambagem local

A NBR8800 na sua tabela 1, fornece como valores limites para apresentar problemas de
flambagem local (para perfis tubulares retangulares) o seguinte:

b/t(max) =27;

e para os tubos circulares


(D/t)Max =52

onde b é o lado maior do tubo retangular e t a espessura.

Para os diferentes elementos tubulares da grua temos

Cordões da torre b/t =130/11= 12 < (b/t)Max =27

Diagonais da torre b/t = 85/8=11 < (b/t)Max =27

Montantes da torre b/t=85/9=9 < (b/t)Max =27

Cordões da lança b/t= 70/8=9 < (b/t)Max =27

Diagonais da lança D/t= 63/3.7 < (D/t) Max=52


57

(são tubos circulares).

Viga da contralança b/t=260/11 25 < (b/t)Max=27

Pelo analisado nenhum dos elementos estudados apresenta condições criticas frente ao
flambagem lateral

7.3 -Verificação ao tombamento da estrutura


Para o caso de tombamento, a grua é analisada sob o ponto de vista de dois
aspectos, que são:
• Tombamento simples da estrutura, visto que não existe nenhum
chumbamento ou ancoramento nas barras da base da grua;
• Tombamento por torção da base.
Para os dois casos citados foram examinados todos os 42 estados de carga
anteriormente citados. Outro fator importante de ser ressaltado é que os blocos de concreto
que foram modelados numericamente não estão com o coeficiente de majoração de peso
como os componentes da grua, isso significa que as análises estão a favor da segurança.
Esses blocos estão modelados como cargas pontuais em quatro locais da estrutura da base,
posicionados levando em consideração os centros de gravidade dos blocos e os apoios
fornecidos por perfis I de aço, mostrados na Figura 53. Os blocos são 20 blocos de 3
toneladas cada dispostos como se indica na abaixo.
58

Figura 53- Detalhamento dos blocos de ancoragem da base da grua.

7.3.1. Tombamento simples


Para essa solicitação, são consideradas as reações verticais existentes nos apoios da
base da grua, para os casos mais críticos que estão apresentadas abaixo.
Tabela 18 – Reações verticais nos apoios da base da grua.
Reação 1 [N] Reação 2 [N] Reação 3 [N] Reação 4 [N]
CII2-0b 502000 341000 263000 99000
CII1-0a ……
CII2-135b
CIII3C-45 492000 289000

Como todas as reações verticais encontradas são positivas, não há perigo de


tombamento frente aos estados de carga apresentados (definidos segundo a NBR8400).
Abaixo se ilustra o detalhamento da base da grua na modelagem numérica utilizada.
59

Reação 4
Reação 2

Reação 1
Reação 3
Figura 54 – Figura da grua modelada com elementos finitos e seu detalhamento dos vínculos da base.

7.3.2. Tombamento por torção da base

Para o caso de torção da base, foram analisados da mesma forma os 42 casos de


carregamentos, e serão citados aqui apenas os quatro casos mais críticos. Como a base da
grua possui seus elementos ligados por tubos, desconsidera-se a hipótese de apenas uma
sapata sofrer uma ação horizontal a ponto de vencer o atrito que a mesma possui com o
bloco de concreto, ou seja, para a grua tombar por torção as quatro sapatas devem deslizar
sobre o concreto.
Para descobrir qual o coeficiente de atrito estático a ser utilizado, se fez um ensaio
em laboratório e encontrou-se um valor de µ = 0,5. Esse valor foi utilizado e se obteve um
coeficiente de segurança para tombamento por torção.
No modelamento numérico, foram modificados os vínculos para apenas um, no
ponto central da lança, onde todos os graus de liberdade foram restringidos, conforme
Figura 55. Dessa forma, obtiveram-se todos os valores de momentos aplicados em cada
caso.

3.16m

Figura 55- Detalhamento do ponto de vinculação da base para cálculo de tombamento por torção.
Como as reações já haviam sido obtidas, somaram-se todas elas e realizou-se o
seguinte cálculo:
60

Fatrito resistente = Fnormal . µ

Considerando que a força normal seja “peso da grua”/4, a força de atrito encontrada
para cada sapata deve ser maior do que ¼ do momento torsor dividido pelo braço de
alavanca medido do ponto central ate o extremo da Zapata (3,16m) indicado na figura 55.
A condição a verificar é a seguinte:

Fatrito resistente > Mtorsor/(4x3.16m)

Tabela 19 – Valores utilizados nos cálculos referentes ao tombamento por torção.


1/4 1/4 Solicitação Coef.
Coef. Força de Braço de
reações momento Perpend. Segurança
Atrito atrito [N] alavanca
[N] [N.m] [N]
CII2-0a 301350 0,5 150675 115950 3,16 36693 4,1
CII2-45a 301500
CII3-0a 296500 …….
CII3-45a 296600 0,5 148300 116315 3,16 36809 4,0

A partir dos valores apresentados na tabela 19 é possível verificar esta forma de


colapso.

7.4- Verificação dos parafusos Principais da torre.

Força de tração máxima: 455.56 KN nos parafusos principais para os 42 estados de


carregamento estudados. Para estas uniões são utilizados parafusos M36 de aço ISSO 898
para a classe 10,9. Estes parafusos foram ensaiados segundo relatório [5], apresentando
estes uma resistência à tração de 810 KN. Então o coeficiente de segurança adicional neste
caso fica:

CS= 810 / 455,56 =1,78


61

8- Considerações Finais
Neste estudo se realizou a verificação da grua Liebherr, modelo 98.3HC considerando os
seguintes aspectos estruturais:
a) Verificação dos elementos estruturais principais submetidos a 42 estados de
carregamento diferentes definidos segundo exigência da NBR8400.
b) Verificação ao tombamento e à torção da grua frente aos 42 estados de carga.
c) Verificação dos parafusos principais da grua.
Observações:
-O item (8.a) foi verificado com restrições sendo que um dos tipos de barras (diagonais na
parte inferior da base), apresenta uma solicitação maior (20%) para algumas das
combinações verificadas (aquelas que tem a carga de serviço em qualquer posição + a lança
girando + vento de serviço), isto poderia ser solucionado colocando um reforço na base
para diminuir a solicitação nas diagonais inferiores. Mas cabe salientar que este problema
não parece ser crítico, já que o estado de carga não é corriqueiro, embora a norma exija seu
cumprimento.
Para a verificação da estrutura utilizou-se uma tensão de escoamento de 250 Mpa para o
aço. Um ensaio do material, provavelmente, permitiria utilizar um valor mais favorável.
- Os itens (8.b) e (8.c) foram preenchidos satisfatoriamente.
- A verificação a Fadiga não foi realizada por considerar ela não necessária para o caso
analisado, a grua é inspecionada periodicamente e não tem apresentado na sua história de
mais de 20 anos de trabalho nenhuma patologia neste sentido.

Outro ponto a salientar é a importância da grua ser utilizada por pessoas treinadas tanto na
sua montagem como na sua utilização. A obediência deste item é fundamental para o bom
funcionamento - podendo ser mais bem detalhado na Portaria 3214/78 NR-18 no item sobre
Gruas - pois uma utilização inadequada poderia gerar um tipo de carregamento não previsto
por norma o qual poderia produzir um colapso não verificado neste estudo.

9- Referências Bibliográficas.
[5] Relatório de Análise de Integridade de conjuntos de fixação da Grua Liebherr, modelo
98.3HC, Informe técnico do Eng Mattos (documentação interna da empresa Camargo
Correa).
[1] NBR8800 Projeto de Estruturas de Aço de edifícios (1986)
[2] Manual de Instruções da Grua type Liebherr 98HC, (Documentação interna da empresa
Camarago Correa).
[3] NBR8400 , Cálculo de Equipamento para levantamento e Movimentação de cargas
(1984).
[4]NBR6123 , Forças devidas ao vento em Edificações (1988).

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