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PROBLEMAS DE TERMODINÂMICA

Escola Olímpica

Matheus Farias
Pedro Alves
1 Apresentação
Olá! Nós, da equipe de física do Escola Olímpica, fizemos esse material de 45 problemas de
termodinâmica. Selecionamos as melhores questões de fontes como: livros da MIR Moscou,
OBF, IPhO e olimpíadas de outros países, sem esquecer, claro, do nosso profundo agrade-
cimento ao professor Rafael Trigueiro por ter nos ajudado a encontrar uma parcela dessas
questões (sendo algumas, inclusive, de sua autoria).

Recomendamos essa lista para alunos que querem uma boa preparação para terceira fase
da OBF, ITA, IME e até seletiva para as olimpíadas internacionais de física.
Gostaríamos de enfatizar que o uso direto do cálculo diferencial e integral não é necessário
para resolver as questões, use-o se quiser, mas lembre que, de certa forma, o cálculo é usado
para provar alguns resultados que você vai acabar usando aqui, por exemplo, em entropia.
Vale ressaltar que o nível dos exercícios está explícito no início de cada questão, quanto maior
a quantidade de estrelas, maior a dificuldade. Não se assuste com exercícios mais elabora-
dos! Caso se depare com alguma dificuldade, consulte a parte Dicas que se encontra após os
exercícios e, para conferir suas respostas, consulte a seção Gabarito no final do material.

Nós do Escola Olímpica desejamos que você faça um ótimo proveito desse material, caso
encontre erros, queira fazer críticas, sugestões, contribuir enviando soluções, ou simples-
mente falar com a gente, basta enviar um e-mail para escolaolimpica@gmail.com, ou se
preferir, falar com um dos administradores do grupo Escola Olímpica no facebook. No mais,
esperamos ter ajudado!

Ah, e nada disso aqui poderia ser feito se não fosse pela ajuda e motivação do nosso amigo
Gabriel Ribeiro, MUITO OBRIGADO!

Matheus Farias
Pedro Alves
2 Problemas
Problema 1 (∗). Dois recipientes idênticos são conectados por um tubo com uma válvula
que deixa o gás passar de um recipiente para outro se a diferença de pressão for maior ou igual
a 1, 10 atm. Inicialmente um dos recipientes está vazio (vácuo) enquanto o outro contém
um gás ideal a temperatura T1 = 27o C e pressão P1 = 1, 00 atm. Ambos os recipientes são
aquecidos até uma temperatura T2 = 107o C. Qual o aumento de pressão do recipiente que
estava vazio inicialmente?

Problema 2 (∗∗). Um conjunto de partículas que só interagem quando colidem, e as colisões


são perfeitamente elásticas, é mantido flutuando por jatos de ar sobre uma mesa retangular,
de modo que se movem praticamente sem atrito. Nos extremos da mesa (região perimetral),
essas partículas colidem também elasticamente. A situação pode ser comparada ao modelo
de um gás ideal, observando-se que a pressão deve ser considerada como a força média sob
por unidade de comprimento (na região periférica) e o volume como sendo a área da mesa
retangular. Se esse gás, adiabaticamente, dobrar de volume reversivelmente, determine a sua
nova temperatura absoluta em função de seu valor inicial T .

Problema 3 (∗∗). Um cilindro de massa desprezível, de 40cm de comprimento, repousa


sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa. O cilindro é dividido em duas partes
iguais por uma membrana vertical não porosa. Uma das partes contém nitrogênio e a outra,
oxigênio. A pressão do nitrogênio é o dobro da pressão do oxigênio. Se a membrana se
romper, qual o inteiro mais próximo da distância que o cilindro percorrerá? Dados: N = 14u
O = 16u

Problema 4 (∗). Um recipiente de 30L de volume contém um gás ideal a uma tempera-
tura de 273K. Depois uma fração do gás foi retirada e a pressão no recipiente diminuiu em
0, 78atm. Sabendo que a temperatura durante todo o processo se manteve constante, encon-
tre a massa retirada de gás. A densidade do gás nas condições normais de temperatura e
pressão é p = 1, 3g/L.

Problema 5 (∗ ∗ ∗). O interior de um forno de grandes dimensões e em equilíbrio térmico, à


temperatura absoluta T , possui ar atmosférico cuja composição é de aproximadamente 80% VV
de gás nitrogênio e de 20% VV de gás oxigênio. Por um pequeno furo, os gases sofrem efusão
e formam um feixe molecular misto e colimado. Uma vez que o feixe molecular dispõe de n
moléculas por unidade de volume e incide sobre uma parede com um ângulo α em relação à
normal, determine a pressão exercida pelo feixe sobre a parede, sabendo que o coeficiente de
restituição elástica para o gás oxigênio vale 0, 8 e para o gás nitrogênio vale 0, 5. Considere
kb como a constante de Boltzmann.

Problema 6 (∗∗). Um cilindro cheio de gás tem área da seção reta igual a 10cm2 e é fechado
por um êmbolo pesado e móvel. O cilindro começa a subir com aceleração 2g. A temperatura
do gás é mantida constante e o volume sob o êmbolo fica 23 do original. Encontre a massa
M do êmbolo. Considere a pressão externa igual a 105 N/m

Problema 7 (∗∗). Sejam XM e XD as frações molares correspondentes à quantidade de


um gás ideal monoatômico e diatômico, respectivamente, que compõem uma mistura gasosa

1
não reagente. Sabendo que a pressão e volume inicial da mistura são, respectivamente, P0
e V0 , determine a pressão P em função do volume V da mistura quando esta é submetida a
uma expansão adiabática reversível. Obs.: A fração molar de um constituinte da mistura é
a razão entre o número de mols deste constituinte e o número de mols total da mistura.

Problema 8 (∗∗). No método de Rüchhardt para medir γ = CCVP do ar, usa-se um grande
frasco com um gargalo cilíndrico estreito de raio a, aberto para a atmosfera, de pressão P0 ,
no qual se ajusta uma bolinha metálica de raio a e massa m. Na posição de equilíbrio O da
bolinha, o volume de ar abaixo dela no frasco é V , como mostra a figura ao lado. Mostre
que a partícula executa um movimento harmônico simples e calcule o período de oscilação
em função de a, m, V, P0 e γ.

Problema 9 (∗). Um cilindro adiabático, fechado nas duas extremidades, tem em seu
interior um pistão, que pode se mover sem atritos. Inicialmente, o pistão, preso no centro,
dividindo o espaço interno em duas partes iguais com 1L de ar a 200K e 2 atm de pressão
de um dos lados e, no outro lado, 1L de ar a 300K e 1 atm de pressão. Então, o pistão é
liberado para mover-se e o sistema atinge o equilíbrio de pressão e temperatura com o pistão
na nova posição. Determine, no equilíbrio:

a) O volume de cada um dos lados.

b) A temperatura final do sistema.

c) A pressão final do sistema.

Problema 10 (∗∗). Um tubo cilíndrico longo de comprimento L e secção A, com gás ideal
no seu interior a uma dada temperatura, encontra-se na posição horizontal. No interior do
tubo existe um pistão de massa m que divide o tubo em duas partes cada um contendo n
moles e estando a pressão P , como mostra a figura. Se este pistão for deslocado da posição
de equilíbrio vai oscilar em torno deste ponto. Calcule o período de oscilação do pistão para
pequenas oscilações. Nota: Despreze o atrito entre o pistão, e o tubo e considere que a
temperatura se mantém constante.

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Problema 11 (∗∗). Um gás ideal está contido em um recipiente com pistão em uma das
paredes. Na outra parede, há um buraco, através de qual vaza gás para fora do recipiente.
Como resultado de compressão e aquecimento, a temperatura aumenta quatro vezes (em
Kelvin) e a pressão fica 8 vezes maior. Determine a razão entre as taxas de saída do gás pelo
buraco depois e antes das alterações.

Problema 12 (∗∗∗). Uma bolha de gás, inicialmente com pressão interna P0 e volume
V0 , é mantida em equilíbrio estático dentro de um lago cuja densidade é ρ. Num dado
instante, a bolha é levemente perturbada e inicia um movimento acelerado. Considerando
que a temperatura da bolha é praticamente constante e que a aceleração da gravidade é g,
determine a energia cinética da mesma quando ela subir uma pequena altura h. Desconsidere
efeitos de tensão superficial e, se necessário, utilize (1 + x)n ≈ 1 + nx, se |x|  1

Problema 13 (∗∗∗). Determine a velocidade V com a qual um gás ideal flui através de um
pequeno orifício localizado em uma das paredes laterais de um cilindro adiabático. Assuma
que o gás flui apenas de dentro para fora do cilindro. Dados: T = Temperatura do gás no
interior do cilindro. M = Massa molar do gás e CCVP = γ.

Problema 14 (∗). Dada a definição de coeficiente volumétrico de um gás ideal como sendo
a variação relativa de volume por variação de temperatura, partindo de 0o C, demonstre que
1
gases ideais possuem o mesmo coeficiente de dilatação volumétrica γ = 273,15 oC

Problema 15 (∗∗). Um planeta de massa m e raio r é cercado por uma atmosfera de


densidade d e o gás que compõe a atmosfera tem massa molar M . Dada a temperatura
absoluta T sobre a superfície do planeta, determine a espessura L (L  r) da atmosfera.
Considere R a constante universal dos gases e G a constante de gravitação universal.

Problema 16 (∗). Imagine um balão esférico contendo ar em equilíbrio termodinâmico


com sua vizinhança, cujo material é tal que a pressão interior é sempre proporcional ao
quadrado do diâmetro do balão. Determine qual a constante de proporcionalidade para uma
transformação quase-estática do gás, em função da pressão P e do volume V ocupado pelo
mesmo.

Problema 17 (∗∗). Misturam-se dois mols de um gás ideal monoatômico com um mol de
gás ideal diatômico. Determine o parâmetro γ (coeficiente de Poisson) da mistura.

Problema 18 (∗∗∗). Um contêiner cilíndrico, de massa M , é colocado, com uma de suas


extremidades fechadas e na horizontal, em um local sob vácuo. Um pistão fixo de massa

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m separa o volume do contêiner em duas partes iguais. A parte fechada contém n mols de
um gás perfeito monoatômico com massa molar Mo e temperatura T . Após soltar o pistão,
ele deixa o contêiner, sem atrito. Determine a velocidade do contêiner quando o pistão se
encontrar na iminência de ser expelido.

Problema 19 (∗∗∗). Um tubo aberto vertical de vidro de comprimento h está semi-imerso em


mercúrio. A extremidade mais alta do tubo é entao fechada e o tubo é levemente levantado.
Qual é o comprimento da coluna de mercúrio que permanece no tubo? A pressão atmosférica
corresponde à pressão da coluna de mercúrio de altura H.

Problema 20 (∗∗). Considere um grão de pólen de raio r e densidade ρ flutuando sobre a


superfície de um líquido a uma temperatura T . Determine a velocidade quadrática média
da partícula em suspensão no líquido, dado kB como a constante de Boltzmann.

Problema 21 (∗). A temperatura de uma massa m de gás perfeito, monoatômico, cuja


massa molar é ω, varia de acordo com a lei T = αV 2 , em que α é uma constante e V o
volume do gás num determinado instante. Se o gás evolui de um volume Vo até um volume
V , determine a razão entre a quantidade de calor envolvida no processo e o trabalho realizado
pelo gás.

Problema 22 (∗). 1,0 mol de um sólido de densidade ρ, coeficiente de expansão linear α e


massa m, está submetido a uma pressão constante P . Se Cp e Cv são os calores específicos
molares a pressão constate e volume constante, respectivamente, mostre que:
3mP α
Cp − Cv =
ρ

Problema 23 (∗). Uma caixa cúbica de massa desprezível contendo 1 mol de um gás de
massa molar M se move com velocidade constante V sobre uma superfície horizontal lisa.
Se a caixa repentinamente parar, determine a variação de temperatura do gás, sabendo que
o coeficiente de Poisson vale γ e a constante universal dos gases vale R.
Cp
Problema 24 (∗∗). Calcule o expoente adiabático γ = C v
para um gás diatômico a uma
temperatura elevada, tal que uma fração x das moléculas se encontra dissociada em átomos.
Verifique que o resultado se reduz aos casos limites esperados quando não há dissociação ou
quando ela é total.

Problema 25 (∗). Um recipiente adiabático é dividido em duas câmaras de volume Vo ,


uma preenchida por gás Hélio e outra evacuada. A pressão inicial do gás Hélio é Po e este
se comporta como gás ideal.

a) Determine a pressão final dentro do recipiente depois que as câmaras forem interligadas
e o equilíbrio for atingido.

b) Na resposta da letra a), a utilização da expressão adiabática é possível? Comente.

c) Se o gás contido no recipiente for um gás real, qual deve ser a relação entre as tempe-
raturas final e inicial?

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Problema 26 (∗∗). Uma porção de gás Hélio está contida em um contêiner cilíndrico vertical
que se encontra em equilíbrio termodinâmico com a vizinhança. O gás está confinado por
um pesado pistão móvel. O pistão é levemente elevado a uma distância H de sua posição
de equilíbrio e então mantido na posição elevada tempo suficiente para que o equilíbrio
termodinâmico seja reestabelecido. Depois disso, o contêiner é isolado termicamente e o
pistão é solto. Depois que o pistão atinge o repouso, qual a nova altura de equilíbrio atingida
pelo pistão em relação à posição de repouso inicial, em termos de H?

Problema 27 (∗). Um mol de um gás ideal se aquece de tal forma que a pressão do gás é
proporcional ao seu volume: P = aV , em que a é uma constante. Determine a capacidade
térmica molar do gás para essa transformação em função de R e γ, com R a constante
universal dos gases e γ o coeficiente de Poisson do gás.

Problema 28 (∗∗). Um êmbolo de massa M contém um gás ideal monoatômico a volume


Vo , com pressão Po e temperatura To . O êmbolo se move inicialmente com velocidade u na
direção de compressão do gás. Determine a temperatura e o volume do gás quando o êmbolo
atinge a compressão máxima. O sistema é termicamente isolado e são desprezados os atritos,
a capacidade calorífica do êmbolo e do recipiente.

Problema 29 (∗). Um mol de um gás ideal absorve, a volume constante, uma quantidade de
calor Q1 e a temperatura absoluta do gás varia de δT . Essa mesma variação de temperatura
ocorre quando o gás absorve, a pressão constante, uma quantidade de calor Q2 . Sendo R a
constante universal dos gases perfeitos; Cv calor específico molar a volume constante; e Cp
calor específico molar a pressão constate, mostre que:
 
R
Q2 = Q1 1 +
Cv

Problema 30 (∗). Um mol de gás perfeito e monoatômico a uma temperatura absoluta T


sofre uma transformação isovolumétrica, passando da pressão P para Pk . Sucessivamente,
com uma transformação isobárica, o gás retorna à temperatura inicial T . Determine a
quantidade de calor trocado pelo gás durante o processo.

Problema 31 (∗∗∗). Um mol de um gás ideal monoatômico é aquecido de tal maneira que
sua capacidade térmica molar é 2R. Durante o aquecimento, o volume do gás é dobrado,
por qual fator irá mudar sua temperatura?

Problema 32 (∗). Um gás ideal ocupa inicialmente um volume V1 e encontra-se a uma


temperatura T1 . Através de uma transformação adiabática reversível, ele passa para um
estado final de equilíbrio em que ocupa um volume V2 a uma temperatura T2 . Determine
a variação de energia interna por mol do gás em função de V1 , T1 , V2 , T2 e R, onde R é a
constante universal dos gases ideais

Problema 33 (∗∗∗). Um pistão adiabático de massa m divide um cilindro também adiabático


contendo gás Hélio em duas partes, uma num volume V1 , pressão P1 e temperatura T1 e a
outra num volume V2 , pressão P2 e temperatura T2 . O pistão é liberado, sabendo que não
há atrito, ache a máxima velocidade adquirida por ele.

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Problema 34 (∗∗). Um recipiente de volume V é evacuado por meio de uma bomba que
funciona por meio de um êmbolo. A cada ciclo dessa bomba, o êmbolo expande uma quan-
tidade ∆V > 0 e por meio de um compartimento esta quantidade é retirada. Quantos ciclos
são necessários para que a pressão no recipiente se reduza η vezes? Considere que todos os
processos ocorrem a temperatura constante e que o gás é ideal.

Problema 35 (∗). Suponha que você quer construir um motor com dois dispositivos térmicos
de tal modo que a saída de energia de gases de escape de um calor do primeiro motor térmico
é a energia de entrada para um segundo motor térmico. Nós dizemos que os dois motores
estão funcionando em série. Seja η1 e η2 os valores dos rendimentos dos motores, encontre o
rendimento global dessa associação.

Problema 36 (∗∗). Um gás ideal entra em um ciclo circular como mostrado no diagrama a
seguir. Qual é o rendimento de um ciclo de Carnot operando entre as iguais maior e menor
temperaturas do gás neste ciclo?

Problema 37 (∗). Uma chaleira contém 110g de água em ebulição. Despeja-se toda a água
numa piscina que está à temperatura ambiente de 20o C. Dado que a capacidade calorífica
da água é c = 4, 2 goJC de quanto variou:

a) A entropia da água da chaleira?

b) A entropia do universo?

Problema 38 (∗). Considerando um buraco negro como um sistema termodinâmico, sua


energia interna U varia com a sua massa M de acordo com a famosa relação de Einstein:

∆U = ∆M c2

com c sendo a velocidade da luz no vácuo. Stephen Hawking propôs que a entropia S de
um buraco negro depende apenas de sua massa e de algumas constantes fundamentais da

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natureza. Desta forma, sabe-se que uma variação de massa acarreta uma variação de entropia
dada por
∆S 8πGM kB
=
∆M ~c
com ~ sendo a constante de Planck, G sendo a constante da gravitação universal, e kB sendo
a constante de Boltzmann. Supondo que não haja realização de trabalho com a variação de
massa, encontre a temperatura absoluta T do buraco negro.

Problema 39 (∗∗∗). Há um copo de água em contato com o ambiente, e ambos se encontram


a uma temperatura T0 .

a) a) Mostre, usando o conceito de entropia (e a segunda lei da termodinâmica), que não


é natural ver a água do copo variar sua temperatura e resolver se manter em equilíbrio
a uma temperatura diferente de T0 .

b) Dois corpos em contato térmico se encontram isolados do resto do universo. Eles


possuem massas e calores específicos m1 , c1 e m2 , c2 , com os índices (1, 2) se referindo
a cada corpo. Se ambos estão na mesma temperatura T0 , mostre que não é esperado
que eles troquem calor e se equilibrem (termicamente) em temperaturas diferentes.

Problema 40 (∗∗). Numa máquina térmica, o agente é um gás ideal de coeficiente adiabático
γ, que executa o ciclo abaixo, onde BC é uma adiabática e CA uma isoterma. Calcule o
rendimento em função de r e γ.

Problema 41 (∗). Demonstre que dois processos adiabáticos distintos de um mesmo gás
nunca podem se cruzar num gráfico P xV .

Problema 42 (∗). “n” mols de um gás ideal diatômico passam pelas transformações termo-
dinâmicas reversíveis indicadas no diagrama pressão (p) x volume (V) mostrado a seguir. O
processo AB é isotérmico e ocorre à temperatura TAB . O processo BC é descrito no diagrama
por uma semicircunferência com diâmetro paralelo ao eixo V. São conhecidos os volumes VA ,
VB e VC . A constante universal dos gases é denotada por R. Nos itens a seguir, expresse as
suas respostas em função de n, R e, quando necessário, dos parâmetros conhecidos VA , VB ,
VC e TAB .

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a) Calcule o trabalho realizado pelo gás no processo BC.

b) Calcule a variação de entropia do gás no processo CA.

Problema 43 (∗). O ciclo de Joule, representado na figura ao lado, onde AB e CD são


adiabáticas, é uma idealização do que ocorre numa turbina a gás: BC e DA representam
respectivamente aquecimento e resfriamento a pressão constante. r = PPBA é a taxa de com-
pressão, onde PB e PA são as pressões no ponto B e A, respectivamente. Calcule o rendimento
do ciclo Joule para um gás ideal em função de r e γ.

Problema 44 (∗). Um cilindro contendo 1kg de He a 150 atm, em equilíbrio térmico com o
ambiente a 17o C, tem um pequeno vazamento através do qual o gás escapa para a atmosfera,
até que o tanque se esvazia por completo do hélio. Qual é a variação de entropia dos gás
hélio? Que quantidade de trabalho é desperdiçada por este processo?

Problema 45 (∗∗). No gráfico abaixo as isotermas T , T +∆T , T +2∆T , ... E as adiabáticas


S, S + ∆S, S + 2∆S, ... Onde T é temperatura e S é entropia, formam um quadriculado
mostrado na figura pelas áreas sombreadas. Mostre que todas essas áreas são iguais.

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3 Dicas
Dica 1. Temos todas as informações necessárias para solucionar o problema: A temperatura
inicial e a temperatura final de um dos recipientes, o volume ocupado pelo gás, a pressão
inicial e a diferença de pressão estabelecida no equilíbrio, assim como uma relação entre o
número de mols em cada recipiente. Use esses dados conjuntamente com a equação de estado
dos gases ideais.

Dica 2. Use o teorema de equipartição da energia para analisar o caso de um movimento


limitado a duas dimensões!

Dica 3. Perceba que o centro de massa não muda, você consegue explicar por que?

Dica 4. Trata-se de um processo em que o número de mols não é constante. Aplique a


equação de estado dos gases ideais e lembre-se que nas condições normais de temperatura e
pressão temos a temperatura T = 273K e a pressão P = 1 atm.

Dica 5. É importante que você já tenha visto a dedução da expressão para a pressão de
acordo com a teoria cinética dos gases, com certeza ajudará nessa questão.

Dica 6. Um corpo está em repouso em relação a um referencial que se move junto com ele.
Portanto, se adotarmos um referencial não-inercial que se move com a mesma aceleração do
cilindro, o que podemos dizer sobre a força resultante que atua sobre ele?

Dica 7. Lembre que a pressão total é a soma das pressões parciais de cada constituinte de
uma mistura gasosa, depois disso, use que a mistura não reage, e então foque em cada gás
separadamente.

Dica 8. Todo movimento harmônico simples é consequência de uma força resultante da


forma: F~ = −C.~x, sendo C uma constante positiva. Perceba que há algumas forças atuando
na bolinha: a força que o gás exerce, o peso, a força oriunda da atmosfera. Lembre-se que são
pequenas oscilações, tão rápidas que as trocas de calor com o meio externo são desprezíveis.

Dica 9. Lembre que, pelo recipiente ser adiabático, podemos dizer que o somatório dos
calores trocados entre os gases resulta em zero.

Dica 10. Note primeiramente que o enunciado fala que o gás sofre uma transformação
isotérmica, o que podemos concluir disso? Chamando de x o quanto o pistão foi deslocado,
você pode precisar usar que L − x ≈ L, já que x  L.

Dica 11. Interprete taxa de saída como fluxo de moléculas.

Dica 12. Encontre a aceleração em função do deslocamento vertical, disso, sabemos que
ao integrar essa função, encontraremos a função da velocidade em relação ao deslocamento,
dai, basta aplicarmos que a velocidade inicial é 0 e usarmos a definição de energia cinética.
Para não usar cálculo, você pode usar o teorema da energia cinética W = ∆Ec e encontrar
diretamente a energia cinética.

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Dica 13. A equação de Bernoulli para um fluído compressível é: v 2 /2 + φ + ω = cte, tal
que φ é a energia potencial gravitacional por unidade de massa, ω = U + Pρ é a entalpia do
fluído por unidade de massa, sendo U a energia interna do fluído por unidade de massa, P é
pressão e ρ é massa específica.

Dica 14. Imagine uma transformação isobárica para esse gás ideal.

Dica 15. Use a condição de equilíbrio com a força exercida pelo gás e a força peso.

Dica 16. Encontrando o raio em função do volume fica fácil terminar o problema.

Dica 17. Imagine que é cedido à mistura uma certa quantidade de calor, a distribuição
desse calor pelos gases da mistura é linear, o que podemos concluir disso? Problema muito
parecido com o problema 7.

Dica 18. Use a conversação da energia junto com a conservação da quantidade de movi-
mento, além disso, perceba que a transformação a qual o gás sofre é adiabática.

Dica 19. Perceba que o gás dentro do tubo sofre uma transformação isotérmica entre os
momentos inicial e final.

Dica 20. Use o teorema de equipartição da energia. Problema muito parecido com o pro-
blema 2.

Dica 21. Caso não saiba integrar, plotar um gráfico de P (V ) talvez possa te ajudar.

Dica 22. Utilize a primeira lei da termodinâmica para relacionar Cp − Cv com o trabalho e
a variação de temperatura.

Dica 23. Existem forças dissipativas atuando no sistema? O que podemos concluir disso?

Dica 24. Você tem 2x moléculas monoatômicas e (1−x) moléculas diatômicas nessa mistura,
reflita. Problema muito parecido com o 7 e o 17.

Dica 25. É importante analisar a reversibilidade do processo, e também, no caso do gás


real, as interações intermoleculares predominantes.

Dica 26. O princípio de conservação da energia pode ser bastante útil para resolver esse
problema.

Dica 27. Utilize a primeira lei da termodinâmica para relacionar calor com trabalho e
variação da energia interna.

Dica 28. Use a conservação da energia e o fato do processo ser quase-estático para resolver
esse problema.

Dica 29. Utilizando a relação de Mayer fica fácil chegar na resposta.

Dica 30. É importante saber a temperatura após a primeira etapa?

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Dica 31. Essa questão pode ser facilmente resolvida utilizando-se
R 1 a primeira lei da termo-
dinâmica na forma infinitesimal e conhecendo a integral: x dx = ln|x| + k, onde k é uma
constante, se quiser tente. Contudo, não é essa a solução que estamos propondo. Veja esse
conceito: Chamamos de processos politrópicos o conjunto de processos termodinâmicos em
que a capacidade calorífica do sistema é constante ao longo da transformação, ou seja, a razão
entre a quantidade de calor cedida ou recebida pelo sistema e sua variação de temperatura
não muda durante o processo. ( dQ dT
= C = cte) Esses processos são da forma P V n = cte,
(n−γ)R
sendo 1 < n < γ, valendo a seguinte relação para qualquer n nesse intervalo: C = (n−1)(γ−1)
(Tente demonstrar!) .
Dica 32. Relacione a temperatura com o volume sabendo que a transformação é adiabática
reversível, e depois aplique na definição de ∆U .
Dica 33. Como não há atrito e tanto o cilindro quanto o pistão são adiabáticos, podemos
afirmar que a energia se conserva no sistema. Diante disto, qual a condição para que a
velocidade do pistão seja máxima? O que é necessário para que isto ocorra? As respostas
para essas perguntas têm relação com a diferença de pressão entre os lados do cilindro.
Dica 34. É importante perceber que o estado do gás, antes do êmbolo expandir, está descrito
por (P1 , V, T, n1 ), o êmbolo expande uma quantidade ∆V e o estado passa a ser descrito
por (P2 , V + ∆V, T, n1 ), tal que os n mols a serem retirados ocupam ∆V . Assim que são
retirados, o estado se torna: (P2 , V, T, n1 − n). A partir disso, você pode achar n e tentar
relacionar Pi com Pi−1 . Outro caminho é pela conservação da massa.
Dica 35. Use a conservação da energia para associar os calores de 1 e 2 e os trabalhos de 1
e 2.
Dica 36. Pense que a temperatura é máxima/mínima quando o produto da pressão com o
volume é máximo/mínimo.
Dica 37. A quantidade de água na piscina é muito maior que a quantidade presente na
Rchaleira, portanto a piscina é considerada um reservatório térmico. Lembre-se que: ∆S =
dQ
T
e que ∆Suni = ∆Sviz + ∆Ssis .
Qrev
Dica 38. Use a definição de ∆S = T
e o fato de não haver trabalho, com isso a questão
sairá facilmente.
Dica 39. A variação de entropia associada à variação de temperatura de uma massa m de
um corpo com calor específico c, que vai de uma temperatura T0 até T é:
 
T
∆S = mcln
T0
Onde ln é o logaritmo natural. Você pode usar também a desigualdade ln(1 + x) < x, para
todo x > 0.
Além disso, você pode acabar precisando usar que (1 + x)n ≈ 1 + nx, se x  1.
Dica 40. Use o fato da transformação BC ser adiabática para relacionar as temperaturas
de B e de C (e A).

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Dica 41. Experimente provar por absurdo.

Dica 42. Primeiramente perceba que o trecho BC é metade de uma circunferência. Para a
letra b), lembre que entropia é função de estado.
TC TA
Dica 43. Use o fato de CD e AB serem adiabáticas para concluir que TB
= TD
.

Dica 44. Note que o processo que aconteceu foi a temperatura constante.

Dica 45. Experimente plotar um gráfico de T xS dessas curvas e veja a mágica acontecer.

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4 Gabarito
Gabarito 1. ≈ 0, 08 atm c) Se as interações intermoleculares do
Gabarito 2. T gás forem predominantemente atrati-
2
vas, Tf < To ; se as interações inter-
Gabarito 3. 13cm moleculares forem predominantemente
Gabarito 4. 30g repulsivas, Tf > To
Gabarito 5. 4, 68nkb T cos2 α Gabarito 26. 0, 4H
R(γ+1)
Gabarito 6. M = 105 Gabarito 27. 2(γ−1)
3g
M u2
Gabarito 28. T = To (1 + ) e V =
 5 7

Gabarito 7. P = P0 XM ( VV0 ) 3 + XD ( VV0 ) 5 M u2 −2
3Po Vo

q Vo (1 + 3P o Vo
)3
2 mV
Gabarito 8. τ = a2 γP
, sendo P = P0 + Gabarito 29. Demonstração
mg
πa2 Gabarito 30. (1 − k1 )RT
Gabarito 9. a) Vb = 0, 5L e Vc = 1, 5L Gabarito 31. A temperatura quadruplica
V
ln( V1 )
b) T = 225K Gabarito 32. ∆U = (T2 − T1 )R T21
ln( T )
2
c) P = 1, 5atm   
q Gabarito 33. v 2 = −3 m
P V
1 1 ( P 2/5
P1
) − 1 +
mL
Gabarito 10. T = 2π  
V P
3/5
+V P
3/5
4AP
P2 V2 ( PP2 )2/5 − 1 , P = ( 1 1V1 +V22 2 )5/3
Gabarito 11. 4 ln η
2 2 2 Gabarito 34. n = ln (1+ ∆V
Gabarito 12. Ec = ρ g4Ph0 V0 V
)

q Gabarito 35. η = η1 + η2 + η1 η2
Gabarito 13. v = M2γRT(γ−1)
 √ 2
2− 22
Gabarito 36. 1 − √
2
Gabarito 14. Demonstração 2+ 2

Gabarito 15. RT r2 Gabarito 37. a) −111.53 KJ


GM m

Gabarito 16. P V
−2
3 b) 126, 14 KJ
17 ~c3
Gabarito 17. 11
Gabarito 38. T = 8πGM kB
q −2 Gabarito 39. Demonstração
Gabarito 18. 3(1 − 2 3 ) MmnRT
(m+M ) (γ−1)ln r
√ Gabarito 40. η = 1 + r(1−γ) −1
h+H− h2 +H 2
Gabarito 19. 2 Gabarito 41. Demonstração
2
a) WBC = − π(VB −V C)
q
Gabarito 20. 3kb T Gabarito 42. 8

2ρπr3 VC
nRTAB (1 − VB ).
Gabarito 21. 4
Gabarito 22. Demonstração b) ∆SCA = −2, 3nR[log10 ( VVBA ) +
7 VC
(γ−1)M V 2 2
log10 ( VB )]
Gabarito 23. 2R 1

Gabarito 24. 7+3x Gabarito 43. η = 1 − ( 1r )1− γ


5+x
Gabarito 25. a) 0, 5Po Gabarito 44. ∆SHe = 1, 04 · 104 KJ e W =
3, 02 · 106 J
b) Não, pois o processo não é reversível Gabarito 45. Demonstração

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