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Coleção TextosDesign

desenhando idéias e superficies

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Desenhando a ·perficie

Renata Rubim

osari

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©
O 2005 Re nata Rub i m

Coleção TextosDesi gn
Coordena ção Claudio Ferl auto
Re visão Bea t riz de Freitas Mor ei ra
Tradutora de espanhol Sônia Gabriela Pet it
Proj eto gr áfico QU4TRO Arq uitetos SP
Maialu Bu rger Fe rlauto, Mari Monserrat

Dados internac io nais de Catalogação na Publicação CIP)


Câmara Bras il eira do Livr o , SP, Brasil

Rubim, Renata
Desenhando a super f ície Renata Rubim ·• São Paulo:
Edições Ros ari, 2004. ·· Co leção Te xtos Design)

ISBN 85·88343·31·2

Bibliografia

1. Des ign 2.Superfíci es · Desi gn


I. Título 11 Série

04·4085 CDD · 745.4

in di ce para catálogo si stemático:

1. Design de superfície: Artes decora t ivas 745.4


2. Superfí c i es: Design: Artes decorativas 745.4

[2005]
Todos os direitos desta ed iç ão reservados a
Edições Rosar i Ltda.
Rua Apeninos 930 • andar sala 51
04104 020 São Pau l o SP Br asil
Telefone / Fa x 11 5571 7704
edirosari@uo l. c om. b r www.rosari.com. br

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Dedico este livrinho ao


Ped ro Kauê Lucas
e todas as crianças;

Ao trabalho e
perseverança das formigas ;

Ao espírito empreendedor
as
e colaborador das abelh

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Índice

Apresentações

O meu fascínio por Design de Superfície 5

Design e Superfície é design superficial? 7

Conceitos 29

No ções básicas de represent aç ão 35

Criação 4

p li cações 7

Cor 53

Especializações e marketing 57

O que é Des ign de Supe rfície responsável 6

magens do design 6

Outros t extos 8

Bibliografia 93

Ín dice rem iss ivo 95

D   ENH NDO A SU PERFICIE 9

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  presentações

Cores e formas fazem a diferença.

Num mercado onde a concorrência é cada ve z mais forte e


competitiva conseqüência da produção em série c da inexis
tência de diferenciação dos produtos - é preciso fazer m ais.
Acredito qu e o design será um fator decisivo no novo
cenário globalizado, c através de le poderemos agregar valor,
desencadeando um processo de estímulos visuais que irão
personalizar um produto ou uma empresa.
Para Renata Rubim e para a Vista Alegre o design nunca
será apenas uma caracterí stica visual, mas sim um co nce ito.
Co nceito representado através das pesqui sas de tendências do
mercado que se fundem, sempre buscando comunicar a lin
guagem de um determinado produto.
É grande minha satisfação em trabalhar com essa profis
sional de credibilidade, que só vem a somar para a Vista
Alegre e que me fez ac reditar que a modelagem apen as ver
bal de um produto, não o faz ser diferente. O que o torna
diferente são, exa tamente, os valores con ce ituais a ele agrega
do s ou seja, toda a sua essênci a representada gráfica, visual e
emocionalmente.

Ricardo Bercht
Empresário - Diretor Porcelanas Vista Alegn: do Bmsil
Porto egre R.S

E S E N I ~ N   O SUPERFfC IE
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O envolvimento de Renata ubim com o ensino do


design e com as questões relacionadas à prática da profissão
decorre de sua atuação como designer marcada por um
comprometimento ut êntico com a pesquisa  com a
metodologia do projeto com a ética no relacionamento
profissional e pessoal e com a consciência essencial d
importância do design como instrumento de aperfeiçoamen
to sa
social. Es s qualidades  agora enriquecidas por esta publi
cação têm construído o sucesso de sua carreira e tornado-a
um grande parceira no processo de educação e formação dos
designers-cidadãos brasileiro s

julio C. Caetano da Silva arqu iteto e designer


P rofessor e coordenador o curso e D esign da Uni itter

2 REN T RUBIM

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  afinalização do s meus trabalh os de arquitetura t enh o


co ntado com a proveito sa participação da designer Renata
Rubim. Essta participação se efetiva en tre outros as p ectos

na definição dos revestimentos de pisos e paredes e na


escolha e combinação de cores em paredes c superfícies
São sempre p ertinentes as escolhas que Renata fa z dos
elementos existentes para a partir deles definir as demais

cores e texturas bem integrando assim todos os compo-


nentes arquitetônicos.

Miguel 0 iven  arquiteto


Porto Alegre R S

DESENHANDO
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A SUPERFICIE 13
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Desenho de tapete feito por Renata Rubim aos 4 anos

EN T UBIM
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  meu fascinio por


esign de Superficie

Aos quatro anos de idade,


muitos dos desenhos que fiz no
jardim de infância eram tapetes
de chão.

Os trabalhos estão numa


pasta guardada por meus pais
com muito cuidado. Metade
deles representando objetos
importantes para uma criança
dessa idade, como mãe, pai,
irmã, casa, bola, circo etc., a
outra na
metade, sua maioria,
apetes. A gumas paredes e
chãos pintados.

D ESENHA NDO A SUPERFICIE 5


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Depois disso fui desenhando menos, e a criatividade foi


sendo reprimida ao longo do período escolar, fruto de didáti
cas equivocadas Mas nunca perdi o sonho de desenhar; para
ser feliz, eu devia desenhar para superfícies em geral: tecidos,
porcelanas, tapetes, azulejos e todas os tipos de papéis.
L embro   me muito bem de uma visita que fiz a uma pes
soa da relação de minha família, no Rio de Janeiro, com nove

anos de idade. Ao en trar no seu apartamento vislumbrei


fascinada, num canto do apartamento, uma prancheta com
um projeto ainda por terminar. Subi no banquin ho e pergun
tei à dona da casa o que era aquilo e fiquei maravilhada com
a resposta: - tratava-se de uma estampa para decoração.
Algum tempo depois, andando pelas calçadas do Leblon, em

companhia de minha mãe, tive um impacto A estampa


daquela pr ancheta estava reproduzida em três versões de
cores, em tecidos expostos numa vitrine A emoção foi
tamanha que não tive dúvida de que o sinônimo de felicid ade
para mim era criar e projetar para superfícies de produtos e
que eles pudessem ser adquiridos pelo públi co em geral

REN T RUBIM
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· Design de Superfície é
design superficial

O que um tapete é para você?


E design de produto é design
têxtil é arte ou não é nada
disso? O u trata se apenas de

uma peça decorativa sem


qualquer preocupação maior de
conteúdo? A questão pode
parecer óbvia para muitos mas
há poucos anos num concurso
nacional de design ela foi
levantada quando uma das

inscrições classificada como


Design de Superfície foi
rejeitada por um dos integrantes

A IE
DESENHANDO SUPERF C 17
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da comissão de seleção sob o argumento que D esign de

Superfíc ie não se trata uma categoria do design.

O que é então  esign de Superfície ou Surface Design?

Trata-se apenas do tratamento cosmético que se dá a algu ns


produtos? E se for o caso   trata-se sempre algo superficial 
co
descartável sem importância e sem qualquer notação
estética ou projetual mais profu nda?

Vamos por partes. A questão levantada naquele concurso


se referia à inscrição de um cobertor de lã na categoria de
Design de Superfície . Portanto tratava-se de um produto
industrial com ex pectativas mercadológicas e comerciais 
próprias de qualquer outro produto industrial Os autores do

projeto da estampa do cobertor consideravam-se designers


t êx teis ou de superfície e ex plicitaram i sso na fi cha de
inscrição. Eles n ão estavam apresentando no meu entender
uma ilusão. Era algo concreto visível e fruto de uma ampla
pesquisa. Por que então ocorreu a rejeição?

18 R EN T RU IM
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Ac im a
tecido algodão estampado Doves
1935 pág. 9 do livro
N lty Fabrirs

Ao lado
cerâmicas de Cla ri cc Cli ff 1930
p:í g. 96 do livro
Womnn Touch
de l sa bcllc Anscombe.

SUPERFfciE

i
ESENH NDO 19
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Acima garrafa térmica TcrmoJar


dcsign de J Bornancini e N Pctzold 
superfície c cores Renata Rubim 01.

Ao lado pa pel de tm sente de P Nash 


1925 cap a do vro Pntl rns o r Pnpers

2 REN T RUS IM
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Aqui começa a minha reflexão. Entendo que como de /

costume diante de alguma coisa desconhecida a primeira


reação é de negação. No Bras il o Desi gn de Superfície ou
Surface esign é praticamente desconhecido. Essa desig

nação é amplamente utilizada n os Estados Unidos para


definir todo projeto elaborado por um design er no que diz

respeito ao tratamento e cor utilizados numa superfície


industrial ou não. Essa denominação foi introduzida por
no Brasil n a década de 80  retornando de lá após um
período de estudos por considerá-la a melhor definição que
ex iste. Esse co nceito é tão arraigado na cu ltura local a ponto

de existir a Surface Design Association com sócios no


mu ndo inteiro e que além de publicar quatro revistas e qua

tro jornais anuais promove congressos bienais com assuntos


e questionamentos de interesses variados para atender a todos
os tipos de Surface esign.

Por ser a responsável pela introdução do termo no voca


bulário b ras ileiro p asse i por si tu ações interessantes. Na aula
inaugural de um dos cursos anuais que ministro um aluno
oriundo de uma faculdade gaúcha de design se manifestou

D ESENH NDO SU PERFÍCIE 21


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informando que um dos seus professores tinha como certo

que eu inve nt ara a expressão

Não, infelizmente não so u autora de tão brilhante


solu ção 

êxtil
O Design de Superfície abrange o Design (em
tod as as esp ec ialidades), o de papéis (idem), o cerâmico  o
de plásticos  de emborrachados desenhos e/ou cores sobre
utilitários (p or ex emplo, louça). Também pode ser um pre
cio so complemento ao Design Gráfico quando participa de
uma ilustração, ou como fundo de uma peça gráfica, ou em
W eb-Design. Na área da rquitetura, ent endo interessant e o

qu es tionamento: qu ando um designer projeta pi sos ou pare


d es diferenciados, sso não pode ser considerado Design de
Superfície? Co mo devem ser classificadas as ma ra vilhosas
superfícies projetadas pelo genial Gaudí?

Pare ce , então, que o D es ign de Superfície é sempre bi-


dimensional e "decorativo" ou artís tico   ? Bem, aí entramos

22 R N T RUB IM
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Estampa d e Maija I sola para


M a rimckko Fin lândia.

a lçada do Café do Po rto 

Porto Alegre Rcnat:• Rubim 1999.

DES ENH NDO A SUP ERFIC E 3


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em outros territórios nem sempre muito fáceis de definir.


Vamos à definição de BIDIMENSIONALIDADE. 01Iase sempre o
Surface e sign é bidimensional, mas quase sempre não é

sempre. Por exemplo: nem todas as superfícies projetadas que


têm algum tipo de relevo podem ser cons ideradas bidimen
sionais, é o caso dos tapetes emborrachados de automóveis
aeroportos etc. Um prato de porcelana, por outro lado, tanto
pode ser "decorado" com um desenho floral co mo também
pode ter desenhos em relevo, coloridos ou não. Ambos
podem ser considerados projetos para superfície.

Pergunto: todo o design bidimensional é Design de


Supe rfície?
Claro que não O Design Gráfico é quase sempre bidi
mensional mas não é design de uma superfície. Ele lida com
informações, organizando-as da maneira competente e eficaz
para transmitir dados oas usuários. Já o design de superfícies
por sua própria natureza, lida principalmente com considera
ções de ordem estética.

24 REN T U IM

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OlJando pensamos no Surface D esign como um agente do

design que se preocupa com o estético , podemos entrar num


outro território polêmi co de fronteiras difíceis de definir.
Considerando os termos decorativo e artístico  citado s,
vamos sempre encontrar dificuldade na obtenção de um con
senso nas suas definições. Eu, por exemplo, tenho um certo

preconceito consciente com a designação decorativo , pela


forma como é utilizada no Brasil. Mas na França essa ativi
dade profiss ional é conhecida como essin du R evêtements e
as artes decorativas normalmente são a rtes aplicadas , ou
sej a, Design de Superfície - que para mim é igual a design de
revestimentos.

No momento em que nos permitimos denominar uma


atividade projetual de artes decorativas ou artes aplicadas ,
talvez contribuamos de certa maneira a mesclar e, às vezes,
confundir, territórios e atividade s. E aí entramos um pouco
mais na discu ss ão, na polêmica. D esign pode ser considerado
como arte? rte pode ser considerada como design? Essa

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discussão ex iste em todos os países. Em 1989 no Cooper

Hewitt Mu seum hoje Design Museum em Nova York


houve a apresentação da mostra têxtil Calor Light
Surface/Contemporary Fab ri  cuj o objeti vo era co mp artilh ar
com a comunidade em geral uma reflexão mais profunda
sobre essa questão. Não vou ousar em fazer uma simples
definição dos limites e contornos desse tema. Entretanto
lanço mão de alguns parâmetros que me auxiliam a situar um
trabalho ne ssa ou naquela área. Tenho por convicção que um
designer é um designer e um artista é um artista. Será que
co nsegui dizer algo com essa frase? Im agino que muito
pouco. necessário  pois explicitá-la melhor. Para tanto,
reproduzo uma frase que consta de um folheto distribuído
pela escola dinamarquesa Danmarks Designskole: Um
d es igner tem que se r capaz de entender a necessidade das
outras pessoas e de usar a sua imaginação e criatividade para
formatar muitos dos objetos e muito do ambiente que o cir
cunda . . . O início dessa frase define para mim a postura e o
papel que o e i g n e ~ deve ter.

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  ocampo do Design de Superfície alguns empresários


têm a visão de q ue o processo criativo é de responsabilidade
do artista plástico como se, por exemplo, um cobertor não
contivesse em seu projeto várias i nformações técnicas, mer-
cadológicas e de produção
Um artista não preci sa se preocupar com todas essas
questões. Por outro lado, é j us to, é pertinente um artista plás-
tico ter seu trabalho adaptado para a superfície de um produ-
to têxtil, cerâmico etc.? Pergunto aind a:
1 É pertinente um designer de superfície fazer Design
Gráfico? E o contrário?
2 É pertinente um designer de superfície elaborar
projetos de casas? É pertinente um arquiteto efetuar
projetos de padronage ns?
São ques tionamentos polêmicos que ex igem profund as
reflexões dos designers profi ssionai s, para que se possa ter
mais claro qual é o nosso papeL A partir de então, poderemos
transmitir a cultura do D esign de uma fo rma mais clara e
melhor para toda a comunidade envolvida.

D ESENH NDO A SUPERFiCIE 7


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  onceitos ·

Fizemos até aqui uma reflexão geral


e ampla sobre alguns conceitos de
Design de Superfície. Meu propósito
a partir de agora é aprofundá-las um
pouco mais. Voltando ao exemplo do
tapete considerando que ele não é
uma ilusão e sim um produto: Um
tapete deve ser considerado como uma
obra de arte, um produto de design ou
uma peça de artesanato?
Juan
Adra, professor
da Universidade e pesquisador
N acionai do México,
autor do livro r t in Latin mérica
Today faz distinções que esclarecem
muito bem as diferenças, conforme se
pode verificar na tabela C aracterísticas
do artesanato, das artes e dos
..
desen hos , a seguu

D ESENH  NDO SUP ERFÍC IE 9

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Os arte sanatos produção O produto


cooperativos*
1. Tradiciona li st 4. Meio religioso e práticas
de estrut uração social
2 Tr abalho manual
enaltecido e 5. Orn   ment ado
sujeito a normas
6. Em sé rie
3. Emp irismo
7. Predomínio d escultura
da a rquit etu ra e do mural
·NT de artesanías gremiales ;
forma associativa de artesãos
do período cotooial.

As artes produção O produto

1. Anti tradicionalista 4. Profano e puro

2. Trabalho intelectu l 5. Contra o ornamento


supervalorizado e livre
6. Obra única
3. Teorização
7. Predomí nio d pintura
de cavalet e

Os desenhos produção O produto


- Design
1. Fun ciona lismo 4. Meio industrial e massivo

2. Trabalho conceitua l e 5. Con tra o ornamento


proj etivo enaltecido e
sujeito a prioridades
e tec nologias 6. Série extensiva e massiva
7. Utensílios e dive rtimento
3 Teoriz  ção

30 REN T RUBIM

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O produtor distribuição O consumo

ll. Associado a cooperativas 10 Por encomenda 11. A paroquialismo como


com muito personagem histórico
9. Formação empíric a pouco comércio
12 . A cotidianidade
religiosa e a estética
ambas empíricas

O produtor distribuição O consumo

8 Livre 1O Predomínio do . Aparecimento e


comércio desenvolvi menta
? Formação acadêmica do indivíduo

12 . In formado e com
excepciona lid ade de
tempo lugar e pessoa

O produtor distribuição O consumo

B Assalariado 10 Industrial dos 11 As massas como novo


produtos personagem histórico
9. Formação universitária
12 . A cotidianidade
utilitári
empírica doahomem
estética
comum no seu
tempo livre

DESENHANDO A 5UPERF[CIE 3

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Na minha interpretação do gráfico, no artesanato o tra


balho manual é enaltecido e sujeito a normas. Na arte o tra
balho intelectual é valorizado e livre. Já no design, o trabalho
conceitual e projetual são destacados e sujeitos a prioridades
tecnológicas.
Um tapete desenhado por Joan iró e produzido com
exclusividade para atender uma determinada encomend a
parece-me ser uma obra de arte. Concorda? Por outro lado,
tapetes tecidos manualmente pelos artesãos, e por eles pro
du zidos em série, entendo que podem ser cla ss ificados como

peças artesanais. Porém um tapete projetado para ser pro


duzido em grandes quantidades, atendendo às necessidades
específicas de uma indústria e para atingir um determinado
mercado consumidor, entendo que deva se r classificado como
um produto de design industrial.
O assunto co locado dessa forma parece ser simples, ou
seja: um artista fa z arte, um artesão faz artesanato, um
designer faz design, e PONTO FINAL
as será mesmo tão simples co mo parece ser?
E no caso de um determinado designer criar um tapete,
peça única, para atender um cliente ou um arquiteto? Será
ainda design?
E no caso de um arquiteto, autor de obra do gênero? Ele,
que normalmente não atua como designer profissional, ao
projetar esse tapete estará gerando o quê?

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Voltand o ao tapete de sen hado por Miró caso se decida


por pr oduzi -lo em série para uma grande indústria. Podemo s

con tinu ar a considerá-lo como sendo uma obra de arte? O u


passa a ter a conotação de um design feito por um artista?

E no caso de um designer efetuar um projeto pa ra uma


comunidade de artesãos esse projeto deve ser encarado como
artesanato? Trata-se de uma reflexão importante? Contrib ui
de alguma forma para o nosso trabalho para a nossa cultura
para a nossa comunidade?
Entendo que sim. Qyando o empresariado ente nder as

diferenças conceituais dessas categorias de profissionais ele


será melhor atendido pois terá condições escolh er com
clareza qual é o profissional que realmente necessita.
O que isso tem a ver com Design de Superfície especifi
camente? Essas considerações valem também para outras
atividades do design?
A meu ver em algumas categorias de design não há difi
culdade em se delinear o seu contorno de atuação em função
de suas características intrínsecas. Porém nenhuma atividade
de design é totalmente isenta do f enômeno da intercomuni 
cação entre áreas. D e qualquer maneira é ma is fácil um
ilustrador estar em uma zo na flexível entre o des ign e a arte
do que por exemplo um designer de aviões.
Ai nda nessa questão dos conceitos parece-me ser funda
me ntal comentar a respeito de uma outra discussão que

DESENH NDO SUPERFfCIE

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divide muito as opiniões. Alguns especialistas entendem que


e sign de Superfície ocorre apenas quando a estrutura da
superfície é projetada isto é quando sua estrutura apresenta o
projeto como produto final e não quando algum elemento é
re s e ntado sobre o produto ou sobre suas partes. Por exem-
plo é designo projeto de um tecido tramado xadrez que con-
siste na programação desse desenho nas próprias fibras que o
Não de
sustentam. seria sign se o tecido foi estampado com
um padrão xadrez.
Eu não concordo com essa visão: para mim design de
superfície é sempre um projeto para uma superfície seja ela
de que natureza for.

34 REN T RUBIM

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  pções básicas e representação

O esign de Superfície pode ser


representado pelas mais diversas
formas desde que aceitemos que
qualquer superfície pode receber

um projeto.
E muito comum se projetar para
superfícies contínuas como
tecidos a metro papéis de presente
e de parede carpetes apenas para
citar alguns exemplos importantes
de design de superfície. Por isso

uma das coisas mais importantes


na área é aprender como criar e
projetar um desenho pois

DESENH NDO SUP RF Í I E

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uma imagem relativamente sim- ~ ~


ples pode se tornar uma com- ~ K ; >
~
~
posição interessante e cativante, c;:
~
em virtude de ter sido habil-
mente transformada numa

~
adronagem, cujo desenho bási-
co está em repetição (o mesmo
ocorre com o uso da cor, como
veremos mais adi an te).
ara se referir a essa forma < e : : : s ~

~ ~~
de representação um desenho . K?J •

em repetição, modulado - se

tiliza, na grande maioria das


indústrias brasileiras, o termo

~
rapport originário do francês. A
enominação em inglês é repeat 
Os padrões em rapport
. C
~ l ~ ~ ~
podem apresentar variações em
K C:3
::::2>
sua forma de apresentação,
as
= ~ e::?
~ i
esde formas mais simples até   ·~ ::::FI
mais complexas. Na forma sim-
ples não é necessário nenhum
conhecimento específico para + - I r - i ) . , . . . _ . . ~

~ C / ::::r C
~ ) : : : : :
poder identificar a imagem em -::::t tz::::::;= c
~
clPc::::z
repetição (módulo). Temos no ~ ~
ct l <:::r

azulejo um exemplo p erfeito xt _; l c ~ ~ r · c::: ;: ~ ·


t r ' ' c: 1
6 ' - " : z x = : : : . · v - ~ ô
para essa forma de repetição. : ~ ; O ~ ~ ; O ~ w ~
~ ' ~ ~ 1 ~ 0 1 ~
O rapport pode ser muito b o ~ ~ ~ ~ J ~ ~
. ctoo=e< O ~ o ; ; c J ?? >d
elaborado e sofisticado se ndo ~ f ~ ~ t : . ? r J l..1
~ ~
o
~ ~ C A

6
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ROP muito encontrado em tecidos


estampados de alto valor

agregado.

rn A habilidade em

bons resultados com a repetição


se obter

vai se adquirindo com a experi-


ência do profissional nesse tipo
de projeto. Uma observação
in teressante é de como os indi-
víduos que iniciam o aprendiza-
do nessa área, devem se subme-
ter a determinados exercícios e
técnicas para facilitar a com-
preensão intelectual do fun-
cionamento visual de uma
imagem que se repete horizo n-
talmente e verticalmente.
~ : Existem técnicas simples que
facilitam essa compreensão e
nt
possibilitam posteriorme e a
lt. introdução de técnicas
ROP avançadas.
Temos ao lado dois gráficos
que demonstram uma d as técni-
/z.
fi 1 i cas mais básicas de rapport

Gráficos demonstrativos

A Técnica de rapport
B ROP B. Técnica ''drop de rapport

DESENH NDO SUPERFICIE


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Apesar de toda a sofisticação dos programas de computa


dores e da alta tecnologia, ainda não vejo como dispensar a

utilização inicial do dese nho para resolver a repetição do


módulo nas técnicas avançadas. A agilidade c a flexibilidade
próprias do desenho têm que ser transpostas para os progra
mas de comp utador.
E m função disso, mesmo não se ndo importante o
designer ser um bom desenhista para ser considerado com
petente, é muito importante que o lápis e o papel não sejam
totalmente estranhos a ele. É fundamental que o profissional
tenha certa familiaridade com o desenho e que tenha em sua
bagagem alguma experiência básica.
No final da década de 1990, onde o acesso ao mundo vir
tual c sua linguagem, já estava democratizado, cham ou me a
atenção um editorial de uma revista especializada, onde cons
tava a informação de que uma grande empre sa norte  ameri-
cana, produtora de carpetes, procurava um candidato que
fosse criativo e que ainda não dominasse os programas exis
tentes. A argumentação da empresa era que havia um excesso

de candidatos altamente hábeis em inform ática e poucas


ferramentas internas criativas . Conclui se, portanto, que o
conhecimento de desenho básico e a criatividade desenvolvi
da formam uma ótima e importante dupla.
E a criatividade pode se r desenvolvida? Entendo que sim.
Certas pessoas têm a criatividade explicitada de forma natu-

ral, sem esforço, espontaneamente. Em outra s, porém, em-


bora ex ista, está reprimida. A repressão pode-se dar pela
condu ta da família ou na convivência escolar, de uma
maneira geral. Assim como a musculatura de um indivíduo

38 REN T RUB  M
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pode se r desenvolvida por meio de exercícios próprios, o


mesmo pode ocorrer com a criatividade de cada um.
Podemos adquirir um elogiável tônus criativo  a partir a
partir do uso de técnicas apropriadas.
As técnicas para o desenvolvimento da
criatividade são abundantes, assim como o
são os partidos político s as escol as filosó
ficas, as religiões. Entendo ser muito
imp ortante conhecer algumas delas.
m meu entendimento, a técnica mais
importante, e que me motiva a dividir esse
conh ec imento, é a que aprendi na Rhode Island
School of D cs ign , em Providence, Rhode Island, nos Estados
Unidos, que abordarei em seguida no capítulo Criação.
O meu fluxo criativo, bloqueado desde os 6 anos de idade,
quando em contato com esse método foi achando o seu cami
nho e pude me expressar com a sensação de entrar em contato
direto com esse poderoso núcleo que todos possuímos.
Outro elemento muito importante no Design de

Superfície é a cor. o r t m u m enorme poder pois tem a


força de transformar um desenho de categoria inferior em
um ótimo trabalho, como também pode destruir um trabalho
muito bem concebido. Um indivíduo portador de talento
natural para o uso das cores tem o seu trabalho extrema
mente fac ilitado. Entretanto, ex istem alguns exercícios que
podem auxiliar e orientar aqueles que não contam com essa
qualidade na escolha da paleta de um projeto.
Um exemplo que posso citar é observar atentamente um
elemento qualquer da natureza, que pode ser: - uma pedra -

DESENHANDO SUPERFIÇ E 39
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uma se m e n t e um galho de á r vor e uma concha e que


essa ob se rvação se dê à luz do dia se possível  através de
uma lupa. Vo cê poderá ver as diferentes cores qu e existem
em partículas que normalmente passam desapercebidas.

Dessa observação poderemos criar uma paleta sempre muito


interessa nte e harmôni ca.

vermelho vermelho 2 vermel ho 3

verde verde 2 verde 3

ocre m rrom vinho

roxo beige preto

4 REN T RUBIM
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  riação . · . ·

A criação é o bigue-bangue do
processo. Trata-se do momento
primordial, básico. E a origem.
O esign de Superfície pode ser
tratado como um mero tratamento
cosmético de um produto e se
tornar bonitinho, porém ordinário .
Nessa situação, o que se obtém

pode ser considerado Design de


Superfície ou trata-se apenas de
decoração de uma superfície ?
Qyando efetivamente se pode
considerar um trabalho
esign de Superfície?

D ESENH  NDO A SUPERFICIE


41
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stampa para tecido Ne on H ighway de Har ric t Sawycr


pág. 68 liv ro PrintedTextiles de Tcrry Gcntillc.

R  N  T RUSIM
4
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Enten do que podemos considerar um trabalho como


Design de Superfície quando se tratar de resultado de um
projeto oriundo de um processo criativo, original e único.
Reitero que a criatividade pode ser exercitada, desenvol
vida e aprimorada.
A técnica preferida por mi m e a que mais me fascina, é
trabalhar com um referencial visual. Existe diferença entre

uma referência visual e uma referência conceitual. O proces


so deve desenvolver-se a partir de pistas oferecid as por
essa referência e não a partir de idéias, conceitos ou livres
associações. Ao se iniciar o processo muitas vezes tem -s e a
desagradável sen sação de estar fazendo uma simples cópia
e que nada de novo poderá surgir naquele trabalho. No en

tanto, assim que mergulhamos no processo as surpresas sur


gem e nos depararamos com resultados novos e inesperados,
dando-se conta de que um fluxo inesgotável existe dentro
dela. A alegria sentida nessa constatação não pode ser des
crita, sua intensidade só pode ser medida se for vivenciada.
A seguir algumas idéias de como abordar o processo
criativo:
a A forma tradicional desse processo é através do dese
nho. Um a imagem é escolhida (de preferência uma boa foto)
c se fazem cópias ampliadas e reduzidas em preto-e-branco.

DESENH NDO SuPERFICIE

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  omuma folha de papel manteiga sobre s imagens, posicio


nadas livremente, vai-se desenhando tudo aquilo que se mos
trar visualmente interessante em termos de form a, compo 
sição, ritmo, textura. Trata-se de um a coleta de dados.
O processo tem con tinuidade com a elaboração de outras
cópias dos desenhos, se tornando um constante exercício de
percepção visual.

P rojeto de estamparia para tecido, guache de Sirley hi minaz lO, d csigncr gaucha,
criada num curso de design de superfície ministrado por Renata Rubim.

RENATA RUBIM
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  o de exer í io cr i ativo
  ráfi

om esse método bem treinado, o indivíduo estará capa


citado para trabalhar o processo, desde a fase inicial, virtual
mente, escaneando a imagem, ampliando, reduzindo etc.
Dessa forma podem ser trab al h ados tan to os projetos
sem riifing específi co, qua nto os temáticos . No primeiro
caso, a grande qualidade do método é eliminar o terror
da folh a em branco , enquanto no segundo se ev ita os
resultados óbvios e previsíveis não só nos produtos têxteis
como também em utilidades domésticas. ria-se a
oportunidade de se ofertar um a melhor qualidade estéti ca
em qualquer situação.

D ESEN H  NDO SUPERFÍC IE 45


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b) Desenvolvi uma outra técnica útil para o simples exe r


cício criativo. Faz-se uma colagem de fragmentos de diversas
imagens aplicadas em três partes de uma fo lha branca, fo r
mando as pontas de um triângulo. epo is é preciso "resolve r"
a parte branca, ou seja, criar nos espaços livres, soluções que
consigam unir as três pontas, com o cuidado de não evidente
que elas não tinham qualquer relação entre si.

c Dicas para formar um bom repertório de


imagens/idéias:

1 olhar aten tame nte para tudo ao seu redor;


2. fotografar;

3. anotar idéias;
4. ir ao cinema, teatro, mostras de arte, shows
e, se puder, viajar

RENATA RU6 M
46
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  plicações

As aplicações possíveis do
Design de Superfície são
inúmeras. As mais comuns são:
-   esigntêxtil design cerâmico

d e s i g n e m porcelana plástico e
papel. Temos ainda outras
superfícies que podem receber
projetos interessantes tais como
vidros e emborrachados pois
ainda não foram suficientemente
explorados. Cada uma dessas

áreas possui muitas divisões.


Vou detalhar um pouco o que
estou dizendo:

D ES ENH NDO SUPERFÍCI E 47


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D cscn ho para azulejos Kadiweu,


feitos por índi os a aldeia

Bodnq ue na M S) para proj eto dos


arqui tetos Franci sc o de Paiva
Fanuc ci e Ma rcelo a rvalho Fer raz
para Wo G cTc , l crlim -
  ersdo rf  Al e man a 
R evist eD esign n° 5  p:lg 52 

No setor têxtil, por exemplo, a riqueza de aplicações é

fa scinante. Temos os estampados, os tecidos ou tramados),


malharia, tricô, bordados. No caso dos estampados, há uma
gama enorme de possibilidades, qu e vai desde um simples
xadrezinho, até os caríssimos e requintados florais utilizados
para ornamentação de ambientes luxuosos. Um pijama de
bebê pode abrigar um bom projeto de Design de Superfície
ou De sign Têxtil tanto quanto uma padronagcm sofisticada
e intrincada.
Outro ponto que merece destaque diz re speito aos tecidos
que são projetados já na sua estrutura, na sua trama. Para
es ses casos é importante que o designer tenha conhecimento
específico, por iss o é normal que os profiss ionais que atuam
ness es casos tragam con sigo conhecimento adquirido dentro
das próprias fábricas. Por outro lado, também é po ss ível
adquirir ess e co nhecimento por meio dos cursos de tecela
gem, os quais abordam desde as técnicas básicas e simples,

R EN T RU BIM
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  I

Dcsign de es ta mpas c de moda de So nia Dclaunay,


1922-23, livro A o ú Touch, l sabelle Anscombe.

que acompanham o homem há muitos séculos, até a com


plexa e dificílima técnica de jacquard Até meados da década
de 1980, os designers de jacquard levavam semanas para ade
quar seu projeto às necessidades técnicas desse tipo de tear.
Atualmente os softwares fazem esse trabalho de forma muito
mais rápida
.O tear que leva o nome de Jo se p h M arie Jacquard, um
francês que viveu no final do século XV1II, utiliza cartões
previamente perfurados e é capaz de executar padronagens
que os teares comuns não sã o capazes de exe cutar, como as
curvas e figur as, por exemplo. Há quem diga que o tear de
jacquard é uma invenção genial e qu e teria sido um dos pre
cursores dos atuais computadores.
Hoj e em dia nem todos os tecidos são feitos em teares
que tecem e/ou tramam. Por exe mplo, podemos citar o T N T
tecido não tecido . Nos teares tradicionais, os designers têm
a po ss ibilidade de criar desde mantas e cobertores até tecidos

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DESENH NDO A SUPERF fCI E 49
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de vestuário e de decoração com fibras naturais lã, algodão e


os
seda), assim como tecidos sintéticos largamente utilizados.
Como as malharias, em sua quase totalidade, são indús
trias do vestuário, normalmente, os designers con tr atados
têm formação em mo da.
É .interessante observar como os bordados ainda são
pouco explorados em soluções mais contemporâneas. Enten-

do que podem ser melhor aproveitados caso sejam vistos de


u ma maneira nova e surpreendente.
Os tecidos que recebem o projeto na superfície os
estampados requerem do designer conhecimentos técnicos
específicos. É uma área fascinante e quando se tem a possi
bilidade de trabalhar p ara clientes apreciadores de novidades,
o campo de criação é infinito. A sofisticação da estampa, ou
padronagem, é diretamente ligada às possibilidades e objeti
vos tanto da indústria como do designer. E sofisticação não
quer dizer, necessariamente, opulência, luxo, complexidade.
O Design de Superfície na área de cerâmica requer outro
tipo de formação do designer. Existem muitas indústrias
nessa área no Brasil, qu e vão desde as de grande porte até as
micro-empresas. Produzem materiais para revestimento, tais
como azulejos, pisos e outros. É um mercado bastante com
petitivo. Mesmo assim, um design mais caracteristicamente

50 REN T Ruai 
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Mal h tricotada, Malh   s Rafacla, Renata Rubim, 1987

brasileiro é muito pouco explorado. Ainda se v loriza muito


o gosto europeu. É uma pena que não tenha até agora
surgido o equivalente o know-how do biquíni brasileiro
ness e setor. Há sem dúvida, uma ou outra experiência nesse
sentido, sem, no entanto, uma exploração à altura do nosso

DESENHANDO UPERFICIE
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potencial. Tenho certeza de que todos perdemos com isso.

Na área de revestimentos plásticos podemos nos referir


a pl ás ticos a metro para cortinas, para pequenas aplicações
domésticas para laminados plásticos . Estes últimos apresen-
tam inovações seguindo as te xturas de outros países ou imi-
tando materiais naturais. Faço aqui a mesma reflexão do
parágrafo anterior: temo s uma mina de ouro em nossas
mãos completamente inexplorada.
É importa nte destacar que tanto nos revestimentos
cerâmicos como nos emborrach ados podemos pensar o
esign de Superfície como um projeto não totalmente
bidimensional. Isto é, o desenho é criado pela textura em
relevo (baixo ou alto), o que pode ocorrer também com
superfícies de vidro.

52 R N T RUBIM
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  or

A cor é um dos principais


fatores de sucesso num projeto
de Design de Superfície, se não
o maior. Essa frase é de Terry

A. Gentille, autor do livro


Printed Textiles e de quem tive o
privilégio de ser aluna. Para
mim, a cor é o elemento
determinante da atração ou
repulsa do objeto pelo
spectador. la ab re ou .C ec h a

o canal de comunicação entre


esses dois pólos.

DESENH NDO A SUPERFIC IE 53


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Podemos, portanto, fa lar que a cor é bem'' utilizada o u

mal utilizada? Pergunta de difícil resposta, pois cor é u m


tem a de difícil ava liação, pois é carregado de subjetivism.o.
Tanto na percepção individu al como na cultura l na regi.tona l,
na religiosa etc. iferentes povos ou etnias têm ligações total
mente distintas com uma determinada cor ou grupos de cores.
É fascinante poder perceber essas diferenças.

A cor preta, por exemplo, no O cidente transmite sinais


códigos opostos aos que são transmitidos no Oriente. bran
co, o vermelho, o rosa, o amarelo são cada um deles, recebi
dos de maneiras singulares em cada dessas cu lturas.

Dentro dessa perspectiva, vale comentar um fato q u e


presenciei durante minha participação no estande de u m
cliente em uma fei ra de utilidades domésticas, em São Paulo,
no ano de 2.000: - Sabemos que a combinação das cores azu l
e amarela é largamente utilizada na ár ea de decoração d e
ambientes, ass im como na co nfecção d as utilidades dorn és ti
cas. Muito bem, naquela oportunidade atend i uma comprado
ra desses produtos, que por sua aparência física, parecia ser
japonesa ou descendente. Mostrei para ela todas as nossas
novidades, cuja predominância de combinação era de a z ul e
amarelo. Ao tomar contato com os produtos ela simpl es mente

54 1\E) lATA RUBIM


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disse: não quero nada com essa combinação, pois para meu
povo essa co mbinação significa má sorte
Percebi claram ente a diferença na relação com s cores
quando estudei nos Estados Unidos. Cheguei com um
entendimento sobre elas e saí com outro. O u seja, consegui
ampliar o meu repertório. E isso, sem dúvida, é o mais impor-
tante no trabalho com cor. Não devemos considerar um a

abordagem como a melhor. É muito importante se permitir à


possibilidade de novas leituras e expressões e poder escolher o
que é mais adequado para aquele projeto, para aquele
m om ento ou determinada situação. É preciso estar atento
para não nos fixarmos nos mesmos grupos ou combinaçõ es de
cores, fechando, por conseguinte, a possibilidade de novas

soluções para os nossos projetos.


No capítulo Noções básicas de representação citei um exercí
cio pa ra criar u ma paleta de cor com base na observação de
um elemento da natureza. A seguir vou det alhar outro exercí
cio nessa mesma linha, porém observando-se objetos e não a
natureza:
- Escolha uma boa fotografia colorida ou uma obra de arte
de boa qualidade de reprodução. Repetir o exercício de obser
vação do elemento escolhido (fotografia ou obra de arte).
u rante o processo de observação isolar s diversas cores e

DESENH NDO SUPERF ÍCIE 55


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t ons que compõem o todo de modo que ao fi nal do processo


se tenha montado uma paleta com esses elementos res ultantes
dessa decomposição.

No campo do desenvolvimen to in terior do uso das cores o


int eressado tem à sua disposição vários livros  cursos pal es tr as
e associações que tr atam do ass unto. Assim com o incont áve is

estudos e terapias os quais deve procurar se mpre que estiver


em busca de um melh or entendimento.
Outro ponto que merece destaque - não devemos nos fixar
em regras e co n ce itos que nos imobilizem. Não devemos nos
at er a pré-conceitos para não gerar soluções não criativas e
sem vida.
Por exemplo  na década de 1960 não se con ce bia a combi
nação do p reto co m o marrom. Ou do preto com o azul forte.
té que alguém com uma certa dose de criatividade e subver
são  prop ôs essas combinaç õ es largamente utilizadas até os
dias de hoje.

R EN T  RU IM
56
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specializações e marketing

E import nte que o designer


que atua n área de Design de
Superfície tenh em mente que
o sucesso de um projeto depende

muito do seu conhecimento de


todo o processo desenvolvido
pelo seu cliente, que
normalmente é um indústria.
Nesse caso o designer tem que
respirar junto com ela
- conhecer s suas necessidades -

tom r contato com o jeito de


fazer o produto final - saber das
ações de marketing que

ESENH NDO A SUPERFiCIE 57


.
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a empresa utiliza para divulgar seus produtos - conhecer as

tecnologias empregadas no processo produtivo - saber das


metas almejadas por toda a equipe.
O designcr pode ajudar a solucionar problemas de seu
cliente pode também por meio de um bom projeto contri-
buir para a melhoria da saúde financeir;:t da empresa contra
tante. ai a importância da integração designer x cliente.

Já vimos que o Designer de Superfície possui várias rami


ficações cada uma com características próprias e complexas
o que ex ige o designer conhecimento específico para o bom
desenvolvimento de sua atividade.
Na área têxtil por exemplo o designer que elabora proje
tos na linha do jacquard precisa de um conhecimento especí
fico muito profundo e dedicação quase que exclusiva que
raramente ele desenvolve padronagens para uso na área de
estamparia ou outro tipo de superfície.
Outra área que merece destaque pela sua especificidade é
a indústria cerâmica. A tecnologia utilizada por essas indús
trias está em constante modificação o que exige do designer
um aperfeiçoamento contínuo sem o qual fica difícil para ele
desenvolver o seu trabalho de maneira a alcançar os objetivos
almejados pelo seu cliente.

58 REN T RUB  M
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Nessa área é muito comum o inter -relacionamento de


sistemas produtivos diferentes. U m designer de superfície que
elabora projetos ao mesmo tempo de porcelanas toalhas
guardanapos e garrafas térmica s todos encomendados por
um só cliente necessita de um conhecimento eclético desses
vários sistemas. lem do mais é fundamental que ele tenha
um bom conhecimento do mercado que vai consumir esses
produtos para que seu projeto esteja em consonância com
esse público.
Conhecer bem o mercado significa de um lado andar de

mãos dadas com o departamento de marketing da empresa e


de outro lado realizar as suas próprias pesquisas. Estas são
várias: est ar atento aos pontos de venda do produto e de seus

concorrentes interessar-se por literatu ra especializada em


marketing atualizar-se constantemen te em tendências
daquele setor acompanhar in formações de comportamento
do produto e seus similares em seu público consumidor.
O departamento de marketing da empresa se mpre que
possível sinalizará os rumos desejados. A equipe do depart a-
mento a equipe de vendas e o designer formam um impor-
tante núcleo gerador de elementos básicos pa ra a criação de
um novo produto.

DESENH NDO SuPERF fCIE 59


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O que _

esign de uperfície _
esponsável

O designem geral e o de superfí-

cie em particular) pode ser um forte


aliado em trabalhos comunitários,
beneficiando grupos inteiros, se bem

orientados. ambém é valioso que


profissionais competentes se ocupem
de repartir conhecimentos com as

mais diversas áreas interessadas, tais


como, estudantes, criadores em
indústrias, professores dos níveis

fundamental e médio, multiplica-


dores de onhe imento em geral

DESEN H ND O SUPERFI I E 6

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Gostaria aqui de incluir uma reflexão que fiz alguns anos


at rás depois de assistir uma entrevista na TV. O título era:
Design e Responsabilidade Social:
Uma questão numa entrevista recente dada p or uma
p ub li citária bem sucedida a uma conhecida jornalista tem
me fe ito re fl etir muito mais numa direção q ue já vem
atraind o a m inh a atenção vez por outra. A questãocolocada

foi de como uma pessoa bem sucedida da área publicitária


consegue lidar com o paradoxo de participar de campanhas
milionárias num país povoado por miseráveis. O que me
mobilizou totalmente foi a resposta - Ah, eu nem penso nisto .
Se jJensa1 ; paro .
Acredito que é inevitável deixar de pensar nisso. Qyer

dizer então que a solução é não pensar? Porque coloco es ta


questão aqui? Qyal é o paralelo que vejo entre o publicitário e
o designer? E ex iste tal paralelo? Acho que em pr imeiro lugar
ambos são confundidos pela sociedade em geral c às vezes
até po r eles próprios. Muitos pub li ci tários ainda hoje em dia
fazem trabalhos que competem a designers e vice-versa.
A confusão ainda é fr eqüente e desempenha um papel
imp ortante nos resultados apresentados. Essa confusão
repercute também no papel do cidadão do profissional do ser
humano em relação ao seu meio ambiente. Qyal é a diferença

REN T RUBIM
62
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de papel entre uma pessoa de uma área criativa/estética/mer


cadológica e um pessoa de uma área cuja principal função é
atender seu semelhante diariamente, como na medicina por
exemplo? O fato de eu não se r assistente social não me
impede de exercer meu papel de cidadã comprometida com
princípios básicos de ética, educaç ão e consciência políti ca
Para um designer poder exercer plenamente a sua função,
o se u papel tem que ficar claro não só para ele, mas também
para quem o contrata. Porque só ele poderá r além do
modelo alguém que está à prancheta para incluir neste
modelo suas idéias e seu conhecimento, contribuindo para
proporcionar à sua comunidade - e a outras - um lugar
àqueles que por diversos motivos estão excluíd os dela. Tanto o
designer como o publicitário, tem capacidade, com suas idéias
int el igentes e sua sensibilidade, de procurar soluções que vão
além da promoção de lucro. Soluções que andem par a par
com a solidariedade, humanidade, generosidade.
Talvez a maior confusão entre designers e publicitários seja
a de que eles acreditam só poderem ex istir num sistema capi

talista, onde o consumo é primeira necessidade e o trabalho


deles seja o de criar e manter este consumo. Essa é uma visão
limitada e equivocada no meu entender. Não podemos mais
continuar vivendo e trabalhando sem responsabilidade social.

DESENH NDO SUPERFÍCIE 63

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IM GENS DO DESIGN

DESENHANDO UP ERF ICIE 6


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Ca padesenho de tapete por Renata Rubim aos 4 anos


2 Tapete com êstampa desenhada por Rena ta Rubim 2x4,5 m 1978
3 Guardanapos 1982
4 Papéis de carta envelopes 1982

REN  T RUB IM
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o ..

I
I
II
II I
 
Ií I

~ j .  _

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ESENHANDO A SUPE RFÍ IE 61/90
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5 Camiseta i nf ntil Hering 1983


6 Estampa para lençol inf n t i l Tok Stok 1989
7 Estampa para lençol To k  Stok 2004
8 Estampa para mçlha 1993

DESENHANDO A UPERFiCIE 9
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9 Garrafa térmica Termo l r bu le Psicodélica 2 1


1O Garrafa térmica Termolar Mosaico 1999
Ga rr f térm i ca Termol ar eométrica 2
2 Ga rr af a t érmica Ter mol r Quadrados 2


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RENATA RUS IM 64/90
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1 11 2

D ESENH NDO A
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13 Calçada do Café do Porto Por to Alegre RS 1999


14 Porcelanas Vista Alegre para quatro conjuntos Coca-Cota, 2002.
Da esquerda para a direita em sentido horário, East West Iceberg  Spantaneaus e Tropi áli .

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DESENH NDO SUPERFÍCIE 67/90
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15 Porcelanas Vist Alegre


para By Co yoto 2002
16 Porcelanas Vista Alegre
Platanos 2002

15

16

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17 Porcelanas Vista Alegre H  é is


Mercur Indústria Autamabi lstica
Santo André SP  2004
18 Porcelanas Vista Alegr e
ge 2004

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DESENH NDO A SUPERFICIE 75
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R  ATA RUBIM 70/90
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22

19 Porcelanas Vista Alegre Plantas Cerrado 2 4


20 Porcelanas Vista Alegre exclusivo para By Co composé U nho 2002
21 Porcelanas Vista Alegre Tom Brasil 2 04
22 Trabalho em guache e Si r ley Chiminazzo 1998

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DESENHANDO A SUPERF I CIE 77
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 3

78 RUBIM
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 4

3 Processo cri tivo de Mônica Heydrich em curso de criação


mini strado por Renata Rubim 2003
4 Composição fin l

DE SENHANDO A
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Créditos
Imagens 5, 6, 7 10, 11, 12, 15, 16,
17, 18, 19, 20, 21 Solanda Rodrigues
Imagens 1, 2, 3 4, 8, 9, 13, 14, 22,
23 24 26 Ren ata Rub im

 5

_ ~ ~ 4

r t ~ ~ ~ .

~ 25 Torres de água no Kuwa i t design de Sune


Linds   om, Estocolmo, Suécia.
Foto Joe Lindstrom
26 Padronagem para papel do livro Classic
Gift Wraps -   rt e o Designs
de Ad. e M.P. Verneuil, redesenhada e
recolorida por Nicky Green and Magg ie Kneen.
27 Pombas - tecido de al godão serigrafado
pela Calico Printers  Assoc i ation, 1940,
Ingl aterra. Foto Richard Davis
28 Tricô manual do li vro Glorious Knits de
8 Kaffe Fassett . Foto Steve Lovi

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  utros textos

Para ence rrar minhas consi derações so  re D es ign

de Superfície reproduzo aqui alguns textos que fo ram


publicado s no Rio G r nde do Sul 

1 Design: uma breve reflexão


2
Criar desenhar ..
3 Nosso mundo de cores

D   ENH  NDO A 5UPERrfCIE 8


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Design uma reve reflexão

Vivemos em uma época que tudo o que remete à comuni


cação se traduz no superlativo, aparentemente. Recebemos
informações visuai s, e outras, via multimídia . Somos bom
bardeados por elas. A maior parte de nós, leitores deste jo r
nal, se sente confortáv el em relação à tecnologia e consegue
viver e produzir neste mundo hi h tech
Mas, paradoxalmente, não sabemos ainda muito bem o
que é design, para que serve e o que fazem os designers.
Mesmo que estejamos totalmente inseridos num ambie nte
dominado pelo design, não interagimos com ele de uma
maneira con sc iente. É quase como se fôssemos crianças,
respiramos o ar à nossa volta, inconscientes de nossa natureza
de dependência. É possível entender isso quando lembramos
das várias vezes, durante a nossa vida, em que deparamos
com tomadas de consciência que nos acordam e fazem sair
de alguma sonolência'' em assuntos dos mais diversos.
Não temos cultura de desig n e m nossa sociedade, em
no sso país. ão crescemos com infonpações no assunto. A
grande maioria do nosso povo pode, infelizmente, conside
rar-se analfabeta em design . Significa, então, que e nq uanto
o planeta grita por soluções que os designers podem oferecer,
einformados,
que já acontecem faz tempoainda
nós, brasileiros, nos países culturalmente
nos defrontamos commais
o
problema da desinformação, do desconhecimento. O u seja,
em matéria de cultura de design, estamos muito at r ás de
vários outros países.

DE   NH NDO SUPERFICIE 83
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Paradoxalmente, porque somos um povo sensível às cores,


à música, à co municação - das bas es às elites - alcançamos
maestria na música popular, no artesanato, no carnaval.
Mas vivemos mergulhados na escuridão de todo o processo
inteligente c sensível que existe embutido em qualquer ma
nifestação de de sign.
Percebo vári as ve zes no meu trabalho diár io como
designer e - p r in cipalmente - no trabalho co mo ministrante
de cursos de se
cupar com o design deantes
que vem superfície, que épronta,
da cadeira raro alguém
do tecidopreo
estampado de seu ve stuário, do automóvel que dirige.
como se fô ssemos na loja e lá nascessem os objetos. M ais
ou menos como Papai do Céu nos fez . Não tem nada que
questionar, nada nos motiva a isso. É as sim, está tudo pronto
para a gente consum ir pois consumir faz parte da nossa vida.
E PT, saudações.
Ecologia? Ah, sim, está na moda ... verdade, os móveis
de madeira estão sendo substituídos por outros materiais,
porque o pessoal do Greenpeace grita um bocado. Mas quem
pensa em trocar a madeira pelo metal, pelo vidro, etc.? Ah
não se sabe, deve ser o pess oal lá das indústrias talvez.
se
Qyem,
Não exatamente, não sabe.
lembramos daquele ser pensa nte, que é o designer
que es tudou um tanto de arte, outro de assuntos técnicos
mais outro tanto de comunicação, filo sofia, marketing, e que
tem como principais metas de vida, de um lado, se expressar

REN T RUBIM
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de um a man ei ra es tética e criativa, dentro de parâmetr os e


limites reai s e do outro lado, atender ao se r hum ano, que é o
consumidor desse resultado. O designer é o solucionador de
problemas e produz motivado pelo desafio de alcançar e ofe-
recer a solução mais adequada e interessante ao se u cliente e
para a sociedade em geral.
O paradoxo inicialmente citado de que, se convivemos
naturalmente com exemplos de design altamente sofisticados,
com o por exemplo, os equipamentos domésticos que utili
zamos (som, computador, T V ), os automóveis os aviões etc.,
também convivemos pacificamente com a nossa ignorância,
o nosso desco nhecimento em relação à multiplicidade de
processos e fatores envolvidos na construção desse meio
ambiente tecnológico que ignora e exclui geralmente, um
meio  ambiente mais humano, mais generoso com os
cidad ãos afastados desse mesmo meio-ambiente. O que
quero dizer é que a utilização dos serviços do nosso d es igner
em nosso país é principalmente uma sub - utilização . Porque
no momento em que nos conscientizarmos do papel do nosso
designe r do seu p otencial e de su as possibilidades, não con
tinuaremos confundindo   o com aquele que é capaz de tornar
nossos objetos apenas em objetos lindos e modernos, em nos
d es lumbrar tão-som ente com recursos e soluções digitais,
mas tamb ém , em oferecer resultados que beneficiam a todos:
à terceira (e quarta) idade, às classes de menor rend a, às
indústrias que precisam se modernizar, às nossas crianças,

DESENHANDO UPE RF ICIE 85


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aos nossos parques e pr aç as, às nossas vilas. Tudo iss o aliando


seu co nhecimento geral e sua vocação poética e estética para
criar um mu ndo melh or à nossa volta, um mundo onde a
sofisticação é também sinônimo de simplicidade, natureza
essencial, conforto e in tegração.
O design tem um papel fundamental a de se mp en har no
nosso meio. Ele não pod e continuar a ser confundido com
um co mp etente e hábil maquiador da nossa infra-es trutura

digital high - tech , e que apenas se preocupa com merchan


dising , consumo e co municação internaut a Ele deve ser
entendido como aquela pessoa que adquiriu ferramentas
importantes para nos oferecer um mundo melhor.

Texto publicado no jornal do


M useu e rte do R io Grande o Su R GS

Em se tembro de 2000.

R EN T BIM
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Criar desenhar projet r calçadas calçamentos


tapetes paredes: por quê para quê?

Qy.ando afi.rmo qu e recen tem e n te realizei um antigo


sonh o - o de proje tar uma calçada - a reação das pessoas
invariavelmente é de um sorriso e/ou de um meio riso cujo
so m co nt ém um misto de surpre sa e de diversão.
Leve.i algum te mp o para perceb er isso de fa to   c n otei
q ue qu em acabava sur presa era cu. Como é que algo que
me dá um im enso prazer não seria comp reensível para os
outros? Claro qu em t em inclinação para atividad es
científicas p or exe mplo não ter á sensibilidade e nem prazer
para desen h ar calçadas.
Mas será que realmente lá no seu ín timo  n ão co nsegue
nem de leve vis lumb rar o prazer q ue alguém sente quando

consegue expressar sua criatividade através de um meio  

qualquer que seja ele? O u se rá que o es tr anho  o esqui sito


seri a j ustamente esse meio? Seria muito sur pree nd e n te qu e
em vez de uma tela ou de um in strumento musical o
sup ort e fo sse um a parte do cenário urbano  talvez a men os
nobre por ser a que é pisa da ?
D esde muito pe quena criança ainda fui fascinada por

superfícies desenhadas estampadas e projetadas.


Essa vivência acompanhou-me e na ado lescência já
m orando em Porto Alegre ficava ten tando desenhar padro
nagens para tecidos nas minh as tard es livres. D i go tentando

DESENH NDO SUPERFICIE 87


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p orque não sa bia mais desenhar. Tudo o que sabia na minha


prim eira infância eu fui perdendo durante os anos escolares
qu ando a criatividade foi sendo bloqueada paulatinament e.
Ao concluir o segu ndo grau optei por n ão freqüentar
curso de terceiro grau  mas de ir a São Paulo cursar o IADÊ
que nessa época era um curso de design idealizado e minis-
trado pela intelligen ts ia local. Os professores eram entre
outros Rui e Ricardo Ohta ke Wesley D uke Lee Sérgio
Ferro e Laonte Klawa. O curso me ajudou bastante mas
faltava muito ainda.
Trabalhei nos 12 anos seguintes numa fábrica de móveis
e tecelagem na serra gaúcha o que me obrigou a ter de criar
para superfícies_ êxteis que eram tapetes de chão tapeçarias

de paredes e tecidos. Cada peça criada era o resultado de um


parto tanto no sentido do esforço com um certo grau de
dor como na sua posterior realização. O que mais desenvolvi
nes se período em termos de resultado de um trabalho que
envolvia pesqui sa processo e realização fora m tapetes de
chão sem propósitos puramente comerciais. O objetivo era
poder aliar um bom desenho a um bom produto. O resulta-
do foram várias mostras nacionais e internacionai s indivi-
du ais e coletivas que m e possibilitaram construir um currí-
culo respeitável requisito indispensável para a obtenção da

88 REN T RU IM

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bolsa Fulbright para artistas sem formação superior com a


qual fui premiada em abril de 1985.
Como decorrência desse fato pude freqüentar a Rhode
Island School o f Design em Providence nos Estados
Unidos onde de fato aconteceu a parte fundamental da
minha formação como designer de superfícies. Tive ali
contato entre outras coisas importantes com um método
de
específico que sencadeia o processo criativo e que me
abriu um novo mundo. Senti-me tão grata de ter tido essa
oportunidade e esse privilégio que firmei comigo mesma o
compromisso de repassar esse conhecimento uma vez de
volta a Porto Alegre. Compromisso que tenho honrado
desde 1990 apesar das dificuldades iniciais decorrentes de

não ter tido qualquer fo rmação na área didática/pedagógica.


De volta a Porto Alegre numa das mudanças da família

foi encontrada uma pasta que continha desenhos da época


do meu j ardim  de infância. Para surpresa minha que nem
me lembrava da existência dessa pasta observei que metade
dos meus desenhos eram normais ou seja continham o que
seria de se esperar de uma criança: pai mãe irmã bola casa
etc. A outra metade eram desenhos de tapete de chão.
Bom se aos 4 anos de idade uma criança desenha tapetes
de chão é claro que aí se identifica uma vocação e provável

DESENH NDO SUPERFI IE 89


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profissão futura, acho e u E também é claro que tapetes e


ca lçadas, pisos e paredes são variações de um mesmo tema.
E que, se os tapetes e os pisos podem embelezar uma
re sidência, as calçadas, os muros, os murais, as paredes
podem enfeitar, melhorar e alegrar a vida de uma cidad e
E que, se as pessoas até então não foram despertadas para
se sensibilizar com um bonito calçamento, deve ser compro
miss o de quem pode realizar isso fazê-lo E que, se as
calçadas do Roberto Burle Marx no Rio e as superfícies do
Gaudí na Espanha encantam tanto, nós, aq ui no Port o tão
Alegre do Sul, não precisamos nos conform ar com calçadas
e muros tão cinzentos. E que ..

Texto publicado na vista Ponto & Vf gula


m fevereiro de 1998.

90 REN  T RUBIM

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  ossomundo de cores

O nosso mundo é repleto de cores. É?


O que significam as cor es para nós? Elas têm o mesmo
significado para todo o mundo?
A resposta é não, e sabemos que em cada parte do
mundo, em cada cultura diferente, a cor pode ter um signifi
cado diverso. Enquanto no Ocidente o preto pode ser sinal
de luto, no Oriente ele é usado em práticas de meditação

nt re os zen-budistas, por exemplo. E a meditação n ão tem


ecomo finalidade afastar, ou atrair, a tristeza. É uma prática
que permite ao ser humano interiorizar-se e co nhecer- se um
pouco mais portanto é um convite ao equilíbrio.
Sabe-se que os animais com exceção das abelhas dos
beija-flores e de uma espécie de peixe s não têm a capacidade
de ver cor. O mundo del es é como ver um filme preto-e
branco. O touro, quando ataca o pano ve rmelho, está, na
verdade, atacando um pano em movimento que es tá sendo
atiçado em sua direção.
Também sabemos atualmente que, entre os seres
humanos há possibilidades diferentes de percepção da cor.
á
aqueles que têm uma sensibilidade tão apurada nas dife 
renças tonais que costumo compará-los aos privilegiados
donos do conhecido ouvido absoluto que percebem na
música as mais sutis diferenças.

DESENHANDO SUPERF C IE 91
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Então com essas considerações feitas pode-se afirmar


com certeza que a cor desempenha um papel importante em

nosso dia-a-dia?
Penso que a cor inevitavelmente tem a importância maior
para u ns e menor para outros. E que apesar dessa diferença
de importância o papel desempenhado pela cor em muitos
casos atua no nível emocional e nem sempre consciente.
n o momento
Portanto os profissionais de utilizarem a cor
devem perceber que ter um dose equilibrada de humildade 
de competência e de sensibilidade é fundamental para o
encontro com a harmonia.

Texto publicado
na e·vista asa or RS 2002

92 REN T RUSIM

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  ibliografia

Revista Are Design (revista bimestral de design, arquitetura,

interiores e cultura), n° 5 São Paulo: Qyadrifoglio Editora, 1998.

ANSCOMBE Isabelle. A Woman s Touch  


Nova York: Elisabeth Sifton Books, Penguin Books, 1985.

GENTILLE Terry A. Printed Textiles

Nova Jersey: A Spectrum Book, 1982.

THE VICTORIA AND ALBERT COLOUR BOOKS.


Novelty Fabrics. Grã-Bretanha: Webb Bower, 1988.

THE VICTORIA AND ALBERT COLOUR BOOKS.


Patternsfor Papers. Grã- Bretanha: Webb Bower, 19 88.

CATÁLOGO MARIMEKKO, Maija Isola, Classic Collection,


Finlândia, primavera de 2000.

DE   NHANDO UPERFICIE 9386/90


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Plátanos estampa por enata ubim

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Índi e remissivo

Adra Juan 29 Ohtake Rui 86


A nscombe Isabellc 19 49 Oliven Miguel 13
Bercht Rican.lo 11 Petzold Nelson 20
Bornancini João Carlos 2 Sawyer Harriet 42
Chiminazzo Sirley 44 75 Silva Julio C. Caetano da 12
Cliff Claricc 19 Verneuil Ad. e M.P. 78
Davis Richard 78
Delaunay Sonia 49
Fanucci Francisco de Paiva 48
Fassett Kaffe 78
Ferraz Marcelo Carvalho 48
Ferro Sérgio 86
Gaudí Antoni 22
Gcnt  lle Terry A 42 53
Green Nicky 78

I Icydrich Môn.ica 77
Isola Maija 23
Jacquard Joseph-Marie 49
Klawa Laonte 86
Kneen Maggie 78
Lce Wesley Duke 86
Lindstrom ] oe 78

Lindstrom Sune 78
Lovi Steve 78
Marx Roberto Burle 88
Miró Joan 32 33
Nash P 2
Ohtake Ricardo 86

DESENH NDO A SUPERFÍCIE


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Este livro foi escrito e projetado no ano de 2004


Composto em Adobe Caslon c Trebuchet
Fotolitos por Cerejeira D Gráfico em 2005

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Você também pode gostar