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O DESIGNER EMPREENDEDOR 1

EBOOK

O DESIGNER
EMPREENDEDOR
OS PRIMEIROS PASSOS PARA VIVER DE
DESIGN E TER O SEU PRÓPRIO NEGÓCIO

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 2

EBOOK

O DESIGNER
EMPREENDEDOR
OS PRIMEIROS PASSOS PARA VIVER DE
DESIGN E TER O SEU PRÓPRIO NEGÓCIO

O Designer Empreendedor por Felipe Nader da Silva


© 2021 Design Camp

Todos os direitos reservados. Esta publicação ou partes


dela podem não poder ser reproduzido de qualquer for-
ma, armazenado em qualquer sistema de recuperação ou
transmitido de qualquer forma por qualquer meio (eletrôni-
co, mecânico, fotocópia, gravação ou outro) sem a permis-
são prévia por escrito do autor, exceto no caso de breves
citações incorporadas em análises críticas e outros usos
não comerciais permitidos pela lei de direitos autorais. Para
solicitações de permissão, envie um e-mail para:
contato@designcamp.com.br.

O autor, Felipe Nader da Silva, não é contador. Este livro


e o conteúdo fornecido nele são simplesmente para fins
educacionais e não substituem o aconselhamento espe-
cializado de seu contador. Todos os esforços foram feitos
para garantir que o conteúdo fornecido nesta publicação
seja preciso e útil para leitores na hora da publicação. No
entanto, este não é um tratamento exaustivo dos assuntos.
Nenhuma responsabilidade é assumida por perdas ou da-
nos devido às informações fornecidas. Você é responsável
por suas próprias escolhas, ações e resultados.

Projeto gráfico e diagramação por Ave Design

Primeira edição

Vitória, ES, Brasil

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 3

O Design Camp é um projeto autoral


do estúdio Ave Design que compartilha
experiências e conhecimentos com ou-
tros designers que desejam trabalhar
de forma independente na área.

Seja como home office ou mantendo


um estúdio externo, todos temos um
objetivo em comum na profissão: fazer
o que amamos de forma que gere sus-
tento suficiente para uma vida confor-
tável e equilibrada.

Desejamos passar mais tempo com a


família e amigos, viajar, manter nossos
hobbies, ter uma vida saudável e traba-
lhar em projetos que sejam ao mesmo
tempo desafiadores e prazerosos.

O Design Camp está aqui para aju-


dar qualquer designer que não aguen-
ta mais bater ponto, que deseja expor
suas ideias e não apenas seguir ordens,
que não entende por que só atrai clien-
tes ruins e que possui a certeza de que
exercer a profissão é muito mais do que
ele vive atualmente.

Juntos vamos mais longe!

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 4

Este ebook foi pensado para te ajudar


Como a atingir o próximo nível como designer
usar este independente. O meu principal objetivo
é que você leia qualquer capítulo e, ao
ebook? final dele, sinta segurança suficiente
para colocar em prática todos os ensi-
namentos encontrados.

É também por este motivo que fiz ques-


tão de tornar cada um dos temas inde-
pendentes neste ebook, ou seja, você
não precisa ler o capítulo 1 para iniciar o
capítulo 2, podendo iniciar diretamente
pela sua maior urgência de aprendizado.

Ao final deste ebook, você encontrará


um checklist com tarefas relacionadas
aos temas abordados. É de fundamen-
tal importância que você as complete
para obter melhores os resultados.

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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 7
o designer empreendedor 10
ANTES DE COMEÇAR 13
conheça a si mesmo 15
descubra seu porquê 18
planejamento financeiro 23
estrutura ideal 26
nome próprio ou fantasia? 29
identidade visual 34
formalize o negócio 39
home office ou estúdio? 47
nicho e esteira de serviços 52
conheça seus custos e lucre 58
primeiros clientes 68
método canvas 71
documentos básicos 76
glossário financeiro 80
Checklist de objetivos 87
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as etapas para começar um projeto


quando somos funcionários:
projeto
de design
pesquisa
briefing

parcerias contratos

apresentação atendimento

precificação prospecção
planejamento

as etapas para começar um


projeto quando empreendemos:
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INTRODUÇÃO

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“Como designer independente não há momento sem

1. Fonte: Alex Agostini/Austin Rating. 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 27 de novembro de 2020. 3. Boletim do 2º Quadrimestre de 2020 - Ministério da Economia.
trabalho. Essa é a grande mudança ao decidir
empreender, você vai precisar estar ‘em plantão’
a maior parte do tempo. A atitude passiva na qual
talvez você se encontre neste momento deverá
mudar e se tornar uma atitude ativa.”
Martina Flor, O Grande Salto

Que 2020 foi um ano atípico, isso todos nós já sabemos.

Mas, das incertezas surgidas em março ao recorde de faturamento e fe-


chamento de agenda antecipado em vários estúdios antes mesmo do fim
do ano, ficou uma pergunta no ar: por que alguns designers se deram tão
em bem no ano passado, enquanto outros lutaram para sobreviver?

Por mais que houvesse uma insegurança geral, profissionais com mais
tempo de mercado sentiam que toda a crise gerada pela pandemia signi-
ficaria também a abertura de um mercado de oportunidades imperdível.
Mas era preciso estar preparado para ele.

Após um 2º trimestre com o PIB nacional negativo de 9,7%1, era inevitável


que o desemprego sofresse um aumento sentido no Brasil, passando de
11,8% em 2019 para 14,6% em novembro de 20202, ou seja, 1,6 milhão de pes-
soas a mais procurando por emprego.

E neste cenário escasso para novas oportunidades como funcionário, a


solução encontrada pela maioria dos brasileiros foi empreender.

Apenas nos primeiros 8 meses de 2020, foram mais de 2 milhões de novos


CNPJ’s abertos no Brasil, sendo que grande parte desse número ocorreu
após o mês de junho3, um aumento de 0,5% quando comparado à 2019.
E o que todos esses números têm a ver com a nossa profissão?

De forma direta, quanto mais novas empresas surgirem no mercado, maior

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será a demanda por serviços de design como naming, design de marca e


design de embalagens, por exemplo.

Além disso, houve uma necessidade das empresas existentes se alinharem


às novas demandas do mercado, com comunicação, distribuição e oferta
de soluções mais adequadas para produtos e serviços. Mais uma vez, um
prato cheio para designers.

E essa procura pôde ser comprovada nos gráficos de desempenho de re-


tomada da economia nacional em 2020. Após uma queda de 11,9% em abril,
o setor acumulou altas de 5,3%, 2,7%, 2,9% e 1,8% para junho, julho, agosto
e setembro, respectivamente, sendo a alta de setembro (1,8%) a maior já
registrada para este mês desde 20114.

Então, independentemente de seu 2020 ter sido excepcional ou não, acre-


dito que você já tenha percebido que a parte criativa do negócio é apenas
a ponta do iceberg quando pensamos no dia a dia de um designer indepen-
dente. Planejar, conhecer custos, definir metas, aproveitar oportunidades,
prospectar clientes e saber lucrar são algumas das áreas que você preci-
sará dominar antes de desenvolver um projeto.

Neste ebook você encontrará um compilado de uma pesquisa densa, reali-

4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 12 de novembro de 2020


zada por todo o ano de 2020, através de trocas com outros profissionais da
área, livros, cursos, artigos, matérias e, é claro, toda a minha experiência
adquirida ao longo de mais de 12 anos empreendendo na área.

Não espere por fórmulas mágicas aqui. Se você realmente quer come-
çar com o pé direito e viver bem de design, atingindo faturamento men-
sal de 5 dígitos com meses de antecedência e ter a tranquilidade para
escolher projetos e curtir a família, será preciso trabalho, disciplina e
comprometimento.

Nosso sucesso nunca será fruto do acaso, somos nós quem devemos dar
todos os passos e traçar todos os objetivos.

O que compartilho neste ebook é um conjunto de ações, técnicas e méto-


dos que aplico desde 2018 no meu estúdio, a Ave Design, e que me permiti-
ram passar pelos últimos dois anos de forma tranquila e lucrativa.

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O DESIGNER
EMPREENDEDOR

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“Ao longo de meus 12 anos como designer


independente posso afirmar que é preciso
muito mais do que sonhos para ser bem
sucedido na área. Trabalho duro, cabeça fria,
determinação e disciplina são apenas algumas
das características que precisamos desenvolver
ao longo de nossa jornada.”
Desde meus 20 anos tenho carteira de trabalho, mas nunca usei. Não tirei
30 dias de férias, esperei pelo 13º salário ou recebi ticket alimentação.

Durante meu período na universidade estagiei em federação da indústria,


agência de publicidade, assessoria de imprensa e museu. Engraçado que,
mesmo sem ter isso em mente de forma concreta, nunca tive interesse em
me tornar funcionário formal em qualquer desses locais.

É verdade que durante esse período possuía uma visão extremamente ro-
mântica do que significava empreender, acreditando de olhos fechados
que iria trabalhar menos e ganhar mais dinheiro de imediato.

O tempo me ensinou que não era assim.

Ao longo de meus 12 anos como designer independente posso afirmar que


é preciso muito mais do que sonhos para ser bem sucedido na área. Traba-
lho duro, cabeça fria, determinação e disciplina são apenas algumas das
características que precisamos desenvolver ao longo de nossa jornada.

Ter o próprio estúdio significa acumular atividades como atendimento, fi-


nanceiro, gestão, negociação, administração e, por fim, criação. Aqui, a
criação é apenas a ponta do iceberg.

Em meio a tantas funções, é preciso manejar com maestria seu tempo,


dinheiro e a qualidade dos projetos. Saber equilibrar estas variantes serão
determinantes para o sucesso na profissão.

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“Empreender é ter a capacidade de não deixar


o trabalho consumir sua vida pessoal e sua
saúde e entender que, na maioria das vezes, as
urgências podem ser resolvidas no dia seguinte
e os problemas evitados previamente.”
Começar seu próprio negócio significa separar sua vida pessoal da pro-
fissional em diversos aspectos, mesmo que trabalhe de casa. Isso mudará
sua rotina e sua forma de pensar e de agir. Existe uma grande diferença
entre trabalhar para alguém e ter o seu próprio negócio.

É preciso estar sempre preparado para uma reunião de última hora ou


uma ida inesperada à gráfica. Você se cobrará mais por desconhecer
assuntos que nunca fizeram parte da sua realidade e se sentirá extre-
mamente frustrado quando imaginar uma situação e acontecer outra
completamente diferente. Empreender é isso.

É ter um talento especial na criação, mas também na negociação.

É saber equilibrar bem a gestão do seu tempo para desenvolver projetos,


atender clientes, receber fornecedores e pensar o negócio.

É ter iniciativa para resolver problemas, buscar soluções e entender que


agora tudo dependerá de você e não adianta mais transferir a culpa.

É ter persistência para estabelecer e bater metas, mesmo com novas difi-
culdades se apresentando.

É ter a capacidade de não deixar o trabalho consumir sua vida pessoal e


sua saúde e entender que, na maioria das vezes, as urgências podem ser
resolvidas no dia seguinte, e os problemas evitados previamente.

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ANTES DE
COMEÇAR

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“imagine se você simplesmente chegasse em um


território completamente desconhecido sem
nenhum planejamento? Com certeza, as chances
de algo dar errado serão bem maiores.”

Antes de começarmos, gostaria que se lembrasse de sua última viagem


para um local que visitou pela primeira vez.

Não preciso te conhecer pessoalmente para imaginar que antes de partir,


você tomou algumas atitudes como pesquisar sobre o lugar, onde iria dor-
mir, comer, que roupa levaria, quais cuidados deveria tomar e atrações visi-
tar, por quanto tempo iria viajar e, principalmente, quanto dinheiro pretendia
gastar, correto?

E, se mesmo com todo esse planejamento, imprevistos ainda surgissem,


isso não me surpreenderia também.

Imagine se você simplesmente chegasse em um território completamen-


te desconhecido sem nenhum planejamento? Com certeza, as chances de
algo dar errado serão bem maiores.

Mas, acredite ou não, é assim que a maioria dos designers agem na hora de
empreender: rumam para um destino desconhecido sem nunca terem pes-
quisado o mínimo sobre ele.

Um planejamento bem feito te ajuda a prever e evitar problemas, mas


também a antever oportunidades. Saber exatamente onde está e para
aonde ir te garantirá tranquilidade suficiente para superar as eventuais
instabilidades e surpresas que todo negócio sofre.

Os capítulos a seguir foram organizados de forma cronológica, divididos


como um passo a passo das principais decisões que cercarão o seu início
com designer independente, seja em home office ou estúdio.

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CONHEÇA A
SI MESMO

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“Ter seu próprio estúdio vai muito além do


processo criativo. Na verdade, no dia a dia, os
designers-empresários chegam a empregar 70%
de seu tempo em atividades estranhas ao design.
Passar de empregado a patrão requer muito mais
do que uma grande vontade de empreender.”
gilberto strunck, viver de design

Pode até soar estranho, mas o primeiro passo para ter seu próprio estúdio
e se tornar designer independente é conhecer a si mesmo. Empreender
definitivamente não é para qualquer pessoa.

Lembro-me de quando era estagiário e possuía constantemente pensa-


mentos como “eu levo a agência nas costas”, “meu chefe não trabalha e
fica com todo o dinheiro” e “se eu faço isso aqui ganhando X, com certeza
será muito mais fácil fazer isso por conta própria ganhando 2x”.

Só eu sei como estava enganado.

A verdade é que designers não são preparados para empreender. Facul-


dades ou universidades não ensinam isso, cursos e livros da área não ensi-
nam isso. De forma geral, somos educados para procurar empregos e não
para vivermos de nossa profissão.

Olhando de fora, parece que os projetos simplesmente batem à porta, sem


que precisemos fazer nada além de sermos criativos.

Para quem pretende ter o próprio estúdio, um bom primeiro passo pode ser
estagiar ou trabalhar em um negócio semelhante ao que deseja ter. Isso per-
mitirá ganhar experiência e diminuir riscos.

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Será preciso entender de contabilidade, finanças, atendimento, prospecção,


precificação, enfim, sabe toda aquela galera que cuidava de assuntos espe-
cíficos onde você trabalhava? Você deverá ser cada um deles no seu estúdio.

Mas fique tranquilo, até porque ninguém nasce sabendo. E pode ter certe-
za que só de ler este livro agora, você já deu um importante passo para se
destacar no mercado e viver bem de design!

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DESCUBRA O
SEU PORQUÊ

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“Se começarmos com as perguntas erradas,


se não compreendermos a causa, então até
as respostas certas acabarão nos levando
na direção errada.”
Simon Sinek, Comece pelo porquê

Vou reforçar isso mais uma vez: empreender não é fácil. E dependendo das
suas motivações, é melhor nem tentar.

Não se trata de fazer você desistir antes mesmo de começar, mas sim
apresentar os cenários para que possa se preparar da melhor forma.

Quando eu decidi empreender, cai de paraquedas nesse mundo e o re-


sultado foi um ano sem faturamento suficiente para tirar R$ 1 de salá-
rio. Na época, em 2008, tive a sorte de poder contar com o suporte dos
meus pais que me davam R$ 100 por mês.

Minha imaturidade da época me fizeram acreditar que eu era muito bom


para o mercado capixaba, então não me preocupei em me preparar.

Me tornei sócio-fundador de uma agência de publicidade buscando dinhei-


ro rápido e menos trabalho. Estava cansado de sentir que levava meus em-
pregadores antigos nas costas. Não queria mais ouvir sermão de chefe ou
dar satisfação por 15 minutos de atraso, sendo que no dia anterior havia
feito hora extra. Queria ter a liberdade de fazer o que quisesse, quando
bem entendesse.

Na minha cabeça, ter meu próprio estúdio resolveria todas estas questões.

Ao longo de 6 anos de agência, aprendi na prática o que não fazer. Precisei


perder clientes valiosos, passar apertos financeiros e, por fim, dissolver a
sociedade para descobrir minhas verdadeiras motivações na área.

Em 2014, quando fundei a Ave Design, já me sentia mais maduro para tocar

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o próprio negócio. Mas, principalmente, eu já tinha mais claro o que procu-


rava ao empreender. Eu queria ter liberdade.

Liberdade de falar não para um prospecto que era certeza de problemas,


liberdade de contratar e treinar a equipe da maneira que eu acreditava,
liberdade para seguir uma linha criativa e compartilhá-la com o cliente,
liberdade de entender e aceitar minhas limitações.

Mas para isso, era preciso estudar, observar, antecipar situações e apren-
der com os erros.

Honestamente, se neste momento você tem (ou pensa em ter) seu próprio
estúdio porque, assim como eu em 2008, deseja trabalhar menos e ganhar
dinheiro rápido, esqueça! É mais fácil alcançar isso sendo empregado.

Mas, se por outro lado, sua intenção é ter uma qualidade de vida a longo
prazo, com cargas horárias mais equilibradas, uma situação financeira sa-
tisfatória e sentir prazer em desenvolver seus projetos, vai fundo! Você irá
conseguir tudo isso se trabalhar de forma profissional e tiver paciência.

A Ave Design teve uma ascensão muito rápida. Em menos de 2 anos já pos-
suía 12 contas mensais e 4 funcionários e, mesmo assim, quase quebrou
em 2018. Foi necessário mais 1 ano de trabalho para recuperá-la e atingir o
equilíbrio que me permitiu uma melhor qualidade de vida.

Durante esse período, eu mais sofri do que curti. Não houve viagens, tele-
fones de última geração ou dinheiro sobrando no banco.

É importante ressaltar que ninguém é bom em tudo ou ama desempenhar


todas as funções exigidas por uma empresa. Se este for o seu caso, vale
considerar a possibilidade de ter um sócio, uma pessoa que goste e execu-
te bem o que você não quer ver nem de perto.

Na minha antiga sociedade, por exemplo, eu adorava fazer o atendimento.


Sair da agência e bater um papo com os clientes era um refresco em meio
a um dia inteiro sentado na frente do computador. Por outro lado, sempre
detestei fazer a parte financeira. Emitir notas fiscais, fazer pagamentos e
balancetes, lidar com a contabilidade, simplesmente não era minha praia.

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Por outro lado, meu ex-sócio sempre detestou reuniões e fazia o possível
para evitá-las, mas não tinha problemas em cuidar do financeiro. Dentro
de nosso acordo, cada um ficava responsável por uma área. Uma engrena-
gem que funcionou bem enquanto durou a sociedade.

Uma dica: mesmo existindo essa divisão de tarefas entre os sócios, sugi-
ro fortemente que de tempos em tempos busque entender e até mesmo
realizar algumas das responsabilidades da outra parte. Isso será extre-
mamente útil em um eventual cenário de dissolução de sociedade em que
você precise absorver tarefas e funções que não eram suas originalmente.

Será que já estou preparado para me


tornar um designer independente?
->

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MELHOR ESPERAR... CHEGOU A HORA!


Preciso de dinheiro rápido Sinto que atingi meu
teto financeiro como
funcionário
Não possuo
nenhuma experiência
Posso render mais de
forma independente
Prefiro seguir carreira
em estúdios
Não me vejo mais
como funcionário
Não gosto de lidar com
pessoas
Adoro pessoas

Não abro mão dos meus


30 dias de férias Busco um equilíbrio maior
entre o profissional e o
pessoal
Quero lidar apenas com
a área criativa
Gosto de navegar por
diferentes áreas
Ter liberdade demais pode
ser um problema para mim
Sou proativo e responsável

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PLANEJAMENTO
FINANCEIRO

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“Muita gente quer sair da universidade e abrir um


escritório no dia seguinte. A maioria desses escri-
tórios do dia seguinte não dura muito. É impor-
tante ter um pouco mais de prática profissional
e continuar a estudar todas essas questões ad-
ministrativas e também relativas à organização e
coordenação do escritório e das pessoas.”
André Beltrão, Manual do Freela

Confesso que já vi esse cenário algumas vezes: o designer está emprega-


do, mas é demitido ou decide largar tudo e começa a trabalhar por conta
própria. Algum tempo depois, lá está ele novamente na vida de assalariado.

Até porque, antes do sonho, vem a necessidade de pagar as contas.

Mas por que isso acontece com tanta frequência?

Quando fundei minha agência de publicidade em 2008, tomei essa decisão


da noite para o dia e com capital suficiente para comprar apenas um com-
putador básico. Não me preocupei com salário, aluguel, contador, condomí-
nio ou qualquer outra questão além de chutar o balde e seguir meu sonho!

O resultado dessa atitude foi um primeiro mês completamente desespe-


rador, com apenas um trabalho em 30 dias, que gerou o valor exato para
cobrir as despesas fixas básicas daquele período. E este cenário se perpe-
tuou por quase um ano inteiro.

A falta de um planejamento financeiro prévio fez com que eu e meu sócio


abríssemos mão de nossos ideais, conceitos e nicho de atuação já no pri-
meiro mês de funcionamento. Passamos a aceitar qualquer tipo de serviço
e de cliente em troca de dinheiro no caixa.

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Algo que eu não tinha claro na época, é que todo começo é instável. Não vai
chover clientes e, provavelmente, você não conseguirá cobrar o que acha
justo. Existirão meses excelentes, mas também períodos em que suas ven-
das serão próximas de zero.

Se nesse momento você não estiver apoiado em um planejamento, são


grandes as chances de desistir, ficar extremamente frustrado com a ex-
periência e voltar a ser empregado.

Portanto, antes de jogar tudo para o alto e empreender, é fundamental


para o negócio que você tome alguns cuidados:

1 SE VOCÊ ESTÁ
DESEMPREGADO E PRECISA
DE DINHEIRO RÁPIDO, É
2 SE VOCÊ ESTÁ EMPREGADO,
DEFINA UMA DATA DE SAÍDA E
ORGANIZE-SE PARA ABSORVER
MELHOR PROCURAR UMA NOVA DEMANDAS E GERAR
OPORTUNIDADE E TOCAR SEU DINHEIRO SUFICIENTE FORA
ESTÚDIO EM PARALELO DO HORÁRIO DE TRABALHO

3 SEPARE SUAS FINANÇAS


PESSOAIS DAS PROFISSIONAIS
E CONTROLE SEUS GASTOS 4
PARA TE MANTER.
CALCULE QUAL SERÁ O CUSTO
TOTAL DO ESTÚDIO PARA
PARTICULARES PARA EVITAR FUNCIONAR POR PELO MENOS
RETIRADAS MAIORES DO QUE 3 MESES E ORGANIZE-
O PREVISTO INICIALMENTE. SE PARA TER DINHEIRO

5 MESMO QUE FATURE BEM NO


INÍCIO, RESERVE ESTE VALOR
EXTRA PARA AUMENTAR
DISPONÍVEL PARA COBRIR
ESTES CUSTOS MESMO QUE
FIQUE SEM RECEBER UM
TOSTÃO NO PERÍODO.
SEU CAPITAL DE GIRO.
ESPECIALISTAS SUGEREM
PELO MENOS 6 MESES DE
DESPESAS PAGAS NA CONTA.
6 EVITE GASTAR MUITO DE UMA SÓ
VEZ COM ESTRUTURA OU FAZER
LONGOS PARCELAMENTOS.
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ESTRUTURA
IDEAL

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Eu adoro essa foto. Ela foi tirada em janeiro de 2014 e mostra exatamente
o que eu tinha quando inaugurei a Ave Design. Na época, eu ocupava um
cantinho do escritório de advocacia de um grande amigo. Pouco mais de 6
meses depois, já dividíamos a sala.

É normal nos inspirarmos em estúdios que já estão estabelecidos no mer-


cado. E ao vermos aquela estrutura fantástica, com tudo lindo, decorado,
máquinas de última geração e equipe engajada, automaticamente nos sen-
timos frustrados, envergonhados ou intimidados a dar o primeiro passo.

Bobagem! Na maioria das vezes, estes estúdios começaram exatamen-


te como nós: pouca grana e muita disposição!

Comece pequeno ou grande, não importa, o essencial é dar o primeiro


passo com o que você tem à disposição. Se pode alugar uma sala e isso faz
sentido para você, alugue. Mas, se sua situação te permite somente traba-
lhar de casa, vai fundo e curta esse momento! Quando você se destacar no
mercado, provavelmente terá que buscar um espaço maior.

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Uma outra dica é para que resista às tentações e, principalmente, às dívi-


das no início de sua jornada. Começar uma empresa devendo, com a es-
perança de recuperar isso em projetos que ainda nem foram fechados, é a
pior estratégia possível para um empresário de primeira viagem.

Se você separou R$ 5.000,00 como verba inicial para o seu estúdio, mante-
nha-se fiel a ela e adquira apenas bens que sejam realmente necessários
para desenvolver seus projetos com qualidade.

Lembre-se que você ainda precisa manter um capital de giro.

Além disso, e essa é uma dica de ouro que aprendi somente depois de per-
der muito dinheiro, é que em suas aquisições sempre dê preferência para
itens que tenham um bom valor de revenda ou que possam ser utilizados
em outros ambientes (a atual luminária da sala de minha casa costumava
ser da minha sala de reuniões e minha atual mesa de reuniões era a mesa
de jantar de minha casa).

A grande sacada aqui é para que invista seu dinheiro ao invés de gastar.
Opte por pagamentos à vista e itens que sejam úteis, de qualidade e fácil
adaptação e transporte para aumentar a vida útil e evitar despesas desne-
cessárias à curto, médio ou longo prazo.

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NOME PRÓPRIO
OU FANTASIA?

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“Não posso oferecer muitos conselhos aqui senão


lembrá-lo de que você terá que viver com o nome
escolhido por muito tempo. nos anos seguintes,
talvez você mude a natureza de sua atuação, e você
não vai querer ficar com um nome inapropriado.”
Adrian Shaughnessy, how to be a graphic designer without losing your soul

Qual o primeiro passo para abrir um negócio? Ter uma ideia! E o segundo?
Ter um nome. No nosso caso, uma dúvida bem comum sempre surge neste
momento: devo utilizar meu próprio nome ou criar um fantasia para iden-
tificar meu estúdio?

Utilizar o próprio nome significa, literalmente, seu próprio nome, como Fe-
lipe Nader Design. Já o nome fantasia, é quando decidimos bolar uma pa-
lavra fictícia para representar nosso estúdio, como Ave Design.

A verdade é que não existe uma resposta certa ou errada aqui e qualquer
escolha trará vantagens e desvantagens para a empresa. O aconselhável é
analisar a estratégia que você pretende adotar para o seu negócio e listar
os pontos positivos e negativos para entender o que cada escolha pode
gerar. Veja alguns exemplos a seguir:

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NOME PRÓPRIO

VANTAGENS DESVANTAGENS
Seu nome já está ali e as Seu negócio fica preso à
pessoas já te conhecem sua imagem, e isso pode te
por ele tornar refém

Você pode aproveitar uma Sua reputação é a


eventual autoridade que reputação da sua
seu nome já possui no empresa, então é preciso
mercado ter um cuidado extra com
seu comportamento na
vida pessoal
Constrói um
relacionamento de forma
mais íntima com o cliente Pode acontecer de ter
outra pessoa com o
mesmo nome que o seu
Te coloca como figura atuando na área
central do negócio,
gerando autoridade e
reconhecimento Até conquistar certo nível
de autoridade, a tendência
é que te vejam mais como
Você pode usar a sua um amador do que como
história a favor do negócio um profissional

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NOME FANTASIA

VANTAGENS DESVANTAGENS
Liberdade criativa para É preciso criar uma
pensar em um conceito autoridade do zero

Maior chance de passar Dependendo do perfil de


uma imagem profissional seu cliente ideal, o nome
desde o início pode gerar uma barreira

Menor chance de Nem sempre é fácil


problemas com a empresa encontrar um nome que
afetarem o seu nome esteja disponível para
registro no INPI

Ótimo quando não quer


aparecer ou tornar o O nome pode dar uma
estúdio refém de você impressão errada do que
você faz

Serve como barreira entre


vida profissional e pessoal

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No meu caso, apesar da agência de publicidade da qual eu era sócio an-


teriormente ter um nome fantasia, eu era o atendimento e designer dos
principais projetos gráficos, então os clientes sempre procuravam por mim
para o desenvolvimento das peças, mesmo havendo outros profissionais
aptos para isso.

O grande problema é que eu acabava absorvendo bem mais demanda do


que o necessário e, quando eu eventualmente me afastava do estúdio
(para descansar ou por motivos de saúde), os projetos em curso atrasa-
vam e novos negócios com clientes existentes não eram fechados.

Ao iniciar a Ave Design eu tinha bem claro que não gostaria de repetir este
cenário, então, desde o começo, posicionei o estúdio como uma empresa
e não como uma extensão ou representação do Felipe.

Como dica final sobre este tema, não se esqueça de verificar a disponibi-
lidade do nome escolhido junto ao INPI (Instituto Nacional da Proprieda-
de Industrial) e também do domínio no site registro.br. Estes passos são
imprescindíveis para garantir a exclusividade de sua marca no mercado e
evitar problemas futuros com registro pré-existentes.

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IDENTIDADE
VISUAL

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“este é o pensamento mais esdrúxulo que eu já vi


um dono de negócio compartilhar. Enquanto você
pensar dessa forma, vai continuar atraindo clien-
tes ruins, recebendo menos pelo seu trabalho e
passando a imagem de um estúdio que não vai bem.”
ex-chefe

Neste ebook compartilho muito do conhecimento que adquiri com livros,


cursos, conversas e demais fontes ao longo de minha caminhada. Mas
também divido com você algumas histórias que me fizeram aprender mui-
to na prática.

Uma das mais marcantes está relacionada à identidade visual da Ave Design.

Como já mencionado anteriormente, o logotipo foi minha segunda tare-


fa depois que decidi abrir o estúdio (a primeira foi escolher um nome). E
ele acabou vindo de forma muito natural, ficando pronto em poucos dias.
Após a conclusão, montei o timbrado, o cartão pessoal, um site rápido (um
tema existente do wordpress em que só troquei as informações) e só!

Admito que trabalhar a identidade visual da Ave Design nunca foi priorida-
de para mim. Sempre havia tarefas mais importantes na frente. E assim fui
tocando o estúdio, com o lema “casa de ferreiro, espeto de pau” quase que
moldurado na sala. Até 2018.

Foi neste ano que uma ex-chefe me procurou. Na época, ela me explicou
que iria iniciar uma empresa de inovação juntamente com outros 3 sócios
e que gostaria de ter a Ave Design como responsável pelo design da marca
e identidade visual.

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No entanto, havia uma condição: era preciso que eu apresentasse me-


lhor o estúdio, trabalhando uma identidade mais concisa e profissional,
principalmente no site, redes sociais e na proposta comercial. Isso a aju-
daria bastante na hora de justificar a escolha da Ave Design como res-
ponsável pelas peças.

Foi neste momento que tive a infeliz decisão de dizer que isso não impor-
tava, afinal de contas, pra que me preocupar com a minha apresentação,
quando meu trabalho já mostrava todo o meu potencial?

E o que eu ouvi em seguida, mudou para sempre minha forma de pensar.

Minha ex-chefe fez questão de se posicionar dizendo “este é o pensamento


mais esdrúxulo que eu já vi um dono de negócio compartilhar. Enquanto você
pensar dessa forma, vai continuar atraindo clientes ruins, recebendo menos
pelo seu trabalho e passando a imagem de um estúdio que não vai bem”.

Nem preciso dizer que ela acabou optando por prosseguir com outro pro-
fissional, não é?

Desenvolver a própria marca e, principalmente, trabalhar a identidade vi-


sual do estúdio é uma das tarefas mais árduas que provavelmente você
terá quando decidir empreender.

Além da disciplina para fazer isso de forma constante e o investimento de


tempo e dinheiro, ainda temos que lidar com o bloqueio criativo e frustra-
ções que acomete quase todos os designers neste momento. Afinal, como
lidar com o fato de não conseguir fazer para nós mesmos o que oferece-
mos ao mercado?

Não quero ensinar padre a rezar missa aqui e acredito que você saiba bem
como desenvolver e entregar um projeto de marca e identidade visual à
altura do seu negócio.

Mas então por que temos tanta dificuldade em fazer isso para nós mes-
mos? Na minha opinião, é basicamente porque não praticamos conosco os
mesmos processos que exigimos dos clientes.

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Não fazemos briefing, painel conceitual, pesquisamos concorrentes ou de-


finimos uma linha visual. Simplesmente abrimos o behance, selecionamos
diversos projetos incríveis que em nada tem a ver com a nossa persona-
lidade, premissa ou área de atuação e tentamos aplicar tudo, esperando
que as referências simplesmente se conectem de uma forma quase mila-
grosa. No fim, continuamos na mesma.

Para ajudar nesta situação, te sugiro o seguinte:

1 INVISTA TEMPO NO
DESENVOLVIMENTO DE SUA
MARCA E IDENTIDADE VISUAL
2 REALIZE CONSIGO AS MESMAS
ETAPAS QUE UTILIZA COM
SEUS CLIENTES.

3 FAÇA O BRIEFING MAIS


EXIGENTE E HONESTO DA
SUA VIDA NESTE PROJETO.
4 MONTE UM PAINEL
CONCEITUAL (MOODBOARD) DE
ACORDO COM SUAS RESPOSTAS
COLOQUE NO PAPEL NÃO NO BRIEFING. PROCURE
APENAS O QUE VOCÊ CONVERSA PREENCHÊ-LO COM IMAGENS
COM OS OUTROS, MAS QUE TENHAM RELAÇÃO COM A
TAMBÉM O PENSAMENTO QUE LINHA QUE DEFINIU E EVITE A
TE TIRA O SONO. TENTAÇÃO DE INCLUIR TUDO

5 TESTE SUA IDENTIDADE


NOS MAIS DIVERSOS
FORMATOS E APLICAÇÕES 6
O QUE VOCÊ ACHAR BONITO.
MANTENHA UMA ROTINA
CONSTANTE DE APLICAÇÃO
QUE CONSEGUIR. A UNIDADE DE SUA IDENTIDADE, SEJA
E CONSISTÊNCIA VISUAL SÃO NO SITE, EM REDES SOCIAIS,
DETERMINANTES PARA UMA NEWSLETTERS... ALÉM DE
IMAGEM DE CREDIBILIDADE E FORTALECER A IMAGEM DO
QUALIDADE. ESTÚDIO, ISSO IRÁ TE AJUDAR
MUITO COM A AQUISIÇÃO DE
NOVOS CLIENTES.
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O DESIGNER EMPREENDEDOR 38

Não é o objetivo deste ebook ensinar processos criativos para desenvol-


vimento de marca e identidade visual, acredito que já existam excelentes
materiais disponíveis no mercado sobre este tema.

O principal ensinamento neste tópico é que o seu estúdio deve ser enca-
rado como seu melhor e mais importante cliente. Quanto mais você cui-
dar da sua comunicação, mais atrairá clientes e fechará bons contratos.

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FORMALIZE
O NEGÓCIO

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Neste ebook tenho utilizado bastante a palavra prioridades. Principalmen-


te quando falamos de investimento inicial, ela deve ser seu mantra na fun-
dação do seu estúdio.

É importante analisar e pesar a maioria das decisões que terá que tomar,
pois elas o acompanhará por um bom tempo. Qualquer escolha errada du-
rante o planejamento significará trocar o pneu com o carro andando, e isso
sempre te custará saúde mental e financeira.

Uma das grandes decisões que você deverá tomar já no início de sua jor-
nada como empreendedor é sobre a formalização ou não do seu negócio.

Devo manter pessoa física ou abrir um CNPJ? Opto por Microempreende-


dor Individual (MEI) ou Microempresa (ME)? Designer se enquadra no Sim-
ples? Qual a Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) ideal
para exercer a profissão e emitir notas fiscais? Preciso ou não contratar
um contador? Posso registrar minha empresa na minha casa ou preciso
alugar um espaço comercial?

Se tem um momento melhor que este para te dar as boas-vindas ao uni-


verso empreendedor, honestamente eu desconheço. Serão diversas in-
formações desconhecidas até então, e elas sempre exigirão tomada de
decisão rápida para não atrasar o próximo passo.

O melhor conselho que posso te dar aqui é que se informe sobre tudo antes
de tomar decisões ou acatar conselhos de apenas uma pessoa. Converse
com colegas da área, contadores e pesquise na internet. Compile as in-
formações e opte pelo que será melhor para o seu momento. Novamente,
uma decisão errada na fase de planejamento irá cobrar seu preço mais
para a frente.

Pessoa Física x Pessoa Jurídica


Abrir ou não um CNPJ será a primeira grande decisão que você terá que
tomar. Eu já reforcei isso anteriormente, mas repetirei agora, o ideal é você
começar com o que tem, mas em se tratando de formalização, eu sugiro
que você já comece com um CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica).

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Ter acesso à emissão de notas fiscais te permitirá atender qualquer em-


presa (a maioria exige isso para contratar um fornecedor), passará uma
imagem mais profissional ao mercado e também servirá como comprova-
ção de vínculo de serviço em uma eventual contestação jurídica.

Nosso caso, sua decisão será entre MEI ou ME. Nos quadros a seguir, estão
os principais pontos positivos e negativos de cada um.

MEI (MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL)


É A FORMATAÇÃO PARA QUEM TRABALHA COMO AUTÔNOMO, POR CONTA PRÓPRIA

VANTAGENS DESVANTAGENS
Abertura de CNPJ rápida, Só pode ter um
online e sem necessidade funcionário formalizado
de contador

Possui limite de
Tributação mensal fixa faturamento de R$ 81 mil
por ano (com tolerância de
20%)(média R$ 8 mil/mês)
Tributação baseada no
Simples Nacional
Nem toda atividade
pode ser MEI (designer
Pode utilizar o e publicitário são duas
endereço residencial delas). Então adaptações
precisam ser feitas.

Não precisa ter sócio


Não pode ser sócio ou
titular de outra empresa
Pode vender para o
governo, emitir notas
fiscais e tem direito à Não pode aposentar por
maioria dos benefícios tempo de serviço (apenas
previdenciários. idade ou invalidez)

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ME (MICROEMPRESA)
IDEAL PARA QUEM TRABALHA COM SÓCIOS E POSSUI NECESSIDADE DE MAIS DE 1 FUNCIONÁRIO

VANTAGENS DESVANTAGENS
Liberdade para contratar É obrigatória a
quantas pessoas desejar contratação de um
contador (é ótimo ter um
para ajudar, ele só entrou
Limite de faturamento aqui por ser um custo fixo)
de até R$ 360 mil/ano (ou
média de R$ 30 mil/mês)
Impostos calculados de
acordo com receita e
Oferta maior de escolha atividade exercida
de atividades

Nem toda atividade


Possibilidade de se pode ser enquadrada no
aposentar por tempo de Simples Nacional
serviço ou idade

É preciso adquirir
Pode participar do quadro certificados digitais
societário de outras
empresas
Dependendo do município,
não é possível registar
Possui CNAE’s específicos a empresa no endereço
para exercer a profissão doméstico

O processo de abertura é
mais burocrático e envolve
alvarás e licenças

Contabilidade complexa

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Se você está começando agora e ainda não possui uma lista fixa de clien-
tes e contatos para explorar de forma concreta, gerando faturamento
mensal constante e maior que R$ 8 mil, definitivamente te sugiro começar
como MEI, isso te poupará uma enormidade de despesas e, a princípio, não
acredito que atenderá clientes que não contratarão um designer pela falta
de um CNAE específico da área.

Por falar em CNAE, são muitas opções disponíveis para ambas as catego-
rias. E uma escolha bem feita aqui fará toda a diferença no seu regime de
faturamento, principalmente se optar por ME.

Isso porquê, como já mostrado no quadro anterior, nem todo CNAE de


ME se enquadra no Simples, levando as empresas a serem abertas sob
regimes como Lucro Presumido, gerando mais burocracia e mais custos
com impostos.

O ideal, na minha opinião, é que tente ao máximo escolher uma atividade


que seja parte do Simples Nacional. Isso irá facilitará sua vida e te poupará
(bastante) dinheiro.

Mas quais os CNAE’s ideais para um designer se registrar como MEI ou ME?
Nos quadros das próximas páginas estão os mais utilizados atualmente.

Vale ressaltar que você pode escolher mais de um na hora de registrar a


sua empresa e que uma consulta prévia deve ser feita para saber quais
estão inclusos no Simples e quais não estão.

Definitivamente não existe a necessidade de atolar seu cartão de CNPJ


com um zilhão de atividades. Minha dica aqui é prezar pela qualidade ao
invés da quantidade, tanto para MEI quanto para ME.

Atualmente o cartão CNPJ da Ave Design possui apenas três CNAE’s (con-
sultoria em publicidade, agência de publicidade e atividades de consultoria
em gestão empresarial). Todas fazem parte do Simples Nacional e são ga-
rantia de grande cobertura sobre os serviços comumente prestados por
um designer, por exemplo.

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CNAE’S PARA MEI


Atividades de pós- Editor(a) de livros
produção cinematográfica, (5811-5/00)
de vídeos e de
programas de televisão
não especificadas Editor(a) de revistas
anteriormente (5912-0/99) (5813-1/00)

Artesão em papel Editor(a) de vídeo


(1749-4/00) (5912-0/99)

Cartazista, pintor de faixas Fotocopiador(a)


publicitárias, e de letras (8219-9/01)
(82299-7/99)

Fotógrafo(a) (7420-0/01)
Clicherista (1821-1/00)

Outras atividades de
Digitador(a) (8219-9/99) serviços prestados
principalmente as
empresas não específicas
Edição de cadastro, listas anteriormente (8299-7/99)
e outros produtos gráficos
(5819-1/00)
Serigrafista publicitário(a)
(1813-0/01)
Editor(a) de jornais diários
(5812-3/01)
Serigrafista (1813-0/99)

Editor(a) de jornais não-


diários (5812-3/02) Serviços de pré-impressão
(1821-1/00)

Editor(a) de lista de dados


e outras informações
(5819-1/00)

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CNAE’S PARA ME
Agência de publicidade Edição de jornais diários
(7311-4/00) (5812-3/01)

Agenciamento de Edição de jornais não-


espaços para publicidade, diários (5812-3/02)
exceto em veículos de
comunicação (7312-2/00)
Editor(a) de revistas
(5813-1/00)
Atividades de consultoria
em gestão empresarial,
exceto consultoria técnica Edição de cadastro, listas
específica (7020-4/00) e outros produtos gráficos
(5819-1/00)

Atividades de design
não especificadas Edição integrada à
anteriormente impressão de revistas
(7410-2/99) (5823-9/00)

Atividades de gravação de Marketing direto


som e edição de música (7319-0/03)
(5920-1/00)

Outras atividades
Consultoria em de publicidade
publicidade não especificadas
(7319-0/04) anteriormente (7319-0/99)

Design de produto Produção de filmes para


(7410-2/03) publicidade (5911-1/02)

Edição de livros (5811-5/00) Promoção de vendas


(7319-0/02)

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dica bônus!
Nem todo contador possui domínio sobre os
CNAE’s ideais para designers, principalmente
quais fazem parte do Simples nacional. Neste
caso, procure por profissionais indicados por
outros colegas da área ou confirme as orienta-
ções iniciais dadas pelo contador de sua escolha
em uma pesquisa rápida na internet.

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HOME OFFICE
OU ESTÚDIO?

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De acordo com uma pesquisa realizada pela


Salesforce, uma empresa especializada em fer-
ramentas CRM, cerca de 52% dos entrevistados
trocariam de emprego se isso significasse que

1. https://forbes.com.br/carreira/2020/10/pesquisa-revela-que-52-dos-profissionais-estao-dispostos-a-trocar-de-emprego-para-manter-o-home-office/
poderiam trabalhar remotamente.
“Série Global Stakeholder – O Futuro do Trabalho, Agora” - Salesforce, 2020

Uma das características que mais seduz profissionais no design é a possi-


bilidade de exercer seu trabalho de qualquer lugar, inclusive de casa. Até
certo tempo atrás, isto era visto pelo mercado como instabilidade e falta
de profissionalismo, mas, principalmente por conta da pandemia em 2020 e
a popularização do termo home office, esta percepção começou a mudar.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Salesforce, uma empresa espe-
cializada em ferramentas CRM, cerca de 52% dos entrevistados trocariam
de emprego se isso significasse que poderiam trabalhar remotamente1.

Um novo normal para muitos, mas que já faz parte do dia a dia de designers
independentes do mercado há um bom tempo. E os motivos para esta es-
colha são diversos, que vão desde vão desde a economia com aluguel, des-
locamentos e alimentação fora de casa à grande flexibilidade nos horários.

Se você está começando a empreender agora ou seu estúdio ainda não


possui um faturamento razoável e constante que possa absorver novas
despesas fixas, definitivamente te sugiro o home office.

Mas, ainda que trabalhar em casa seja a realidade de muitos, ela não é
ideal para todos. No meu caso, mesmo quando eu morava sozinho, optei
por alugar uma sala comercial e permaneço dessa forma até hoje. Sempre
senti uma necessidade de separar os ambientes e o deslocamento para o
estúdio me ajudava a “mudar a chave”. Além disso, ter um local separado
para receber clientes era algo que considerava indispensável.

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Assim como a definição do nome do estúdio, esta decisão trará aspectos


positivos e negativos para o seu dia a dia. Ela também deverá ser equili-
brada com outras questões do negócio como a definição entre MEI e ME, já
que isto pode significar a necessidade ou não de um endereço fiscal.

É importante ressaltar que ter um espaço comercial não é indispensável


para exercer nossa profissão. Mesmo que você opte por abrir seu CNPJ
como ME, existem alternativas para o registro do endereço fiscal bem
interessantes como a contratação de um plano básico junto a coworkin-
gs ou contabilidades online.

Mais uma vez, minha sugestão é que liste os pontos positivos e negativos
e, principalmente, levante os custos de cada opção para entender qual o
melhor cenário para o seu estúdio.

Uma boa saída para quem precisa de um espaço externo para trabalhar,
mas ainda não consegue arcar com todos os custos fixos, é procurar lo-
cais que ofereçam uma estrutura básica de apoio ou parceiros para dividir
o espaço. Foi o que fiz nos primeiros 5 anos da Ave Design. Durante este
período, dividi uma sala comercial com um amigo advogado, e isso foi fun-
damental para a saúde financeira do meu estúdio.

Somente em 2019 optei por ter meu próprio espaço, que fica a apenas 700
metros de minha residência, me permitindo fazer o trajeto a pé e almoçar
em casa, gerando uma economia sentida de tempo e despesas.

Até então, percorria diariamente 14 km de distância (somando trajetos de


ida e volta) entre minha casa e meu antigo estúdio, um percurso que che-
gava a levar 3 horas no total, devido ao trânsito. Isso me consumia um tem-
po valioso, muito dinheiro com combustível e, principalmente, minha saú-
de mental, já que vivia constantemente estressado. Era necessário sair de
casa 7h30 da manhã para chegar às 9h na Ave Design, e deixar o estúdio
19h para entrar em casa 20h30, definitivamente um hábito desgastante.

A não ser que seu bairro possua uma estrutura comercial precária, deixo a
dica para que seu estúdio seja o mais próximo possível de sua residência.
Isso ajudará bastante no bom rendimento em seu dia a dia.

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HOME OFFICE

VANTAGENS DESVANTAGENS
Suas despesas aumentam Se você não mora sozinho,
muito pouco, já que a privacidade pode ser um
utiliza uma infraestrutura desafio
preexistente

É preciso ter disciplina para


Te dá a liberdade de manter a concentração e
trabalhar em qualquer uma rotina de trabalho
horário. (Já pensou ter um
insight duas da manhã
e ter que sair de casa Sempre que quiser receber
porque o computador está alguém, terá que alugar
no estúdio?) um espaço ou buscar um
local para conversar

Você pode descansar


durante o dia Durante o dia, obras são
permitidas em prédios
residenciais e isso pode
Te dá chances de passar atrapalhar bastante sua
mais tempo com a família produtividade

Não perde tempo com Se precisar contratar


deslocamento alguém, terá que levá-la
para dentro da sua casa
(ou mantê-la remoto)

Atividades domésticas
podem ser um convite à
distração e procrastinação

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ESTÚDIO

VANTAGENS DESVANTAGENS
É um espaço dedicado Representará um aumento
ao trabalho e isso significativos nos seus
contribui bastante para a custos fixos
concentração

É bem provável que isso


Normalmente será um gere um custo extra inicial
espaço maior e mais alto com reforma, mobília,
confortável para trabalhar eletrônicos e afins
do que em casa

Despesas não estruturais


Você terá sempre um ficarão por sua conta
espaço disponível para
receber clientes
Você terá custos extras
com alvarás e licenças
Se for em um prédio ou
centro comercial, você
aumenta suas chances de Se deslocar de casa
networking e prospecção até o estúdio pode ser
de clientes um transtorno diário
dependendo da distância

É ideal quando precisamos


aumentar a equipe Carregar o equipamento
do trabalho para casa e
vice-versa sempre vai ser
Não terá interferência com uma tarefa chata
obras durante o dia

A não ser que você tenha


uma estrutura de suporte
em casa, sempre terá que
sair de casa para trabalhar

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NICHO E ESTEIRA
DE SERVIÇOS

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Quanto mais alternativas existem aos nossos


serviços, menos poder teremos na diferenciação
de preço sobre nossos concorrentes
Blair Enns - The Win Without Pitching Manifesto

Uma vez que decidimos transformar nossa paixão em negócio, assumimos


responsabilidades com nossos clientes, familiares e colaboradores. Não dá
mais para separar prazer de dinheiro, já que este é uma necessidade básica
da vida, como também o maior indicador do sucesso ou não de seu estúdio.

Dito isso, quando optar por se tornar um designer independente, sugiro


que, pelo menos, escolha trabalhar com o nicho que mais ama. A defini-
ção de um nicho não só trará mais prazer ao seu dia a dia, como também
o ajudará a se destacar mais rápido da concorrência, já que prospectos e
clientes passarão a procurá-lo pela sua expertise e não mais pelo serviço
que você oferece.

A expertise é o que de fato o diferenciará no mercado. É através dela que li-


mitaremos as opções disponíveis de comparação para prospectos e clien-
tes e poderemos ditar as regras em cima de valores e condições de con-
trato, assegurando uma chance maior de atingirmos o resultado desejado
por ambas as partes.

Você até pode se posicionar como um estúdio generalista, absorvendo todo


o tipo de projetos na busca e tornando-se relevante para qualquer tipo de
prospecto ou cliente. O maior benefício desta postura é a possibilidade de
trabalhar com demandas, situações e pessoas completamente diferentes
praticamente todo dia. O lado negativo desta atitude é que seu estúdio será
apenas mais um no mercado oferecendo apenas serviços (e não expertise),
competindo com todo o tipo de concorrentes, inclusive os experts.

Infelizmente, nem tudo são flores no início e a tendência é que você tenha
que abrir exceções para conseguir pagar as contas. Mas mesmo nas situ-

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ações mais complicadas em que não somos valorizados, existem aprendi-


zados que serão aproveitados em nossa jornada, e são eles que nos torna-
rão melhores profissionais.

O importante em qualquer início ou recomeço é cobrir as despesas en-


quanto você trabalha para conseguir clientes mais atrativos e que ge-
rem a demanda desejada a longo prazo.

Para equilibrar equação desejados x necessários, sugiro que elabore um


mapa de escopo. Esta ferramenta consiste em listar tudo o que você tem
capacidade de fazer e tudo o que você ama fazer. Isto ajuda a organizar
a mente, deixar claro tudo o que pode ser ofertado e manter o foco ativo
para chegarmos aonde realmente desejamos.

Ao longo de minha carreira, passei por diversas situações que me forçaram


a navegar por diferentes áreas da profissão na busca de novos contratos
para pagar as contas. Então, no meu caso, esse seria meu mapa de escopo:

o que eu sei fazer: o que eu amo fazer:


identidade visual identidade visual
website em wordpress embalagens
edição de vídeos peças gráficas
gestão de redes sociais específicas
ação promocional (cardápios, catálogos,
portfólio de produtos)
sinalização
cardápio
embalagens
edição de imagens
peças publicitárias
peças gráficas em geral

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Percebeu como minha “lista de competências” é muito maior do que mi-


nha de “lista de preferências”? E durante muitos anos, essa foi a minha rea-
lidade. Desenvolver vários projetos que eu realmente não gostava tanto em
troca de algumas oportunidades de trabalhar no que eu amo de verdade.

Mas não vou mentir e dizer que atualmente trabalho exclusivamente


com o que mais gosto. Dependendo do projeto, cliente e verba, posso
abrir exceções e absorver serviços da 1ª coluna, desde que oriundos de
um projeto da 2ª coluna.

Por exemplo: se alguém procurar a Ave Design para desenvolver apenas um


website, provavelmente recusaremos, mas se esta peça fizer parte de um
projeto maior, que envolva identidade visual, então, absorvemos a demanda.

Isso faz parte da esteira de serviços aqui do estúdio.

Uma esteira de serviços é quando definimos uma “linha do tempo de con-


sumo” que o cliente percorrerá uma vez que fechar algum serviço conosco.

A seguir está um exemplo de esteira de serviços de um estúdio que se posi-


ciona no nicho de design de marca, mas que também desenvolve as peças
colaterais de aplicação da identidade pós-entrega do logotipo de acordo
com a necessidade do cliente:

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esteira de serviços:
naming
|
>
marca & identidade visual
| |
>

>
registro de marca peças colaterais imediatas
| |
>

>
assessoria anual peças colaterais imediatas
|
>

sinalização
|
>

id. visual para redes sociais


|
>

peças de divulgação externa


|
>

website

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É um erro acreditar que a definição de um nicho o limitará à oferta de ape-


nas um serviço. Vejo muitos designers no mercado abandonando clientes
após finalizar uma identidade visual porque não querem estender o servi-
ço para além da marca, perdendo uma excelente oportunidade de vender
e faturar ainda mais.

Novamente, não estou dizendo aqui que você deva abraçar o mundo. Mas
deixar ir embora um cliente que já confia em você e disposto a pagar por
mais serviços para buscar alguém que nunca ouviu falar do seu trabalho,
não me parece a estratégia de gestão mais inteligente para o seu estúdio.

Por isso, uma esteira de serviços bem estruturada pode fazer a diferen-
ça. Seu cliente percorrerá uma “trilha de faturamento”, em que ele in-
vestirá cada vez mais durante um período determinado de tempo sem
que isso se configure como fee mensal.

No fim, como venho repetindo neste ebook, é tudo é uma questão de análi-
se e bom senso. Mas é fundamental que você não perca sua meta de vista
e que os trabalhos que te ajudam a pagar a contas hoje não te impeçam de
desenvolver os projetos que você ama de verdade amanhã.

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CONHEÇA SEUS
CUSTOS E LUCRE

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Quando se trata de precificar o serviço, a maio-


ria dos designers simplesmente jogam números
no ar, esperando que se transformem em lucro.
Michael Janda, The psychology of graphic design pricing

No primeiro parágrafo do capítulo anterior, mencionei a importância do di-


nheiro em nosso dia a dia. Escolher trabalhar com o que amamos pode até
facilitar nossa jornada, mas não excluí o compromisso e a necessidade de
tornar o negócio lucrativo.

Ter um estúdio que dá dinheiro, trará tranquilidade profissional, mas tam-


bém pessoal. É inocência pensar que não sofreremos cobranças em nos-
sas vidas particulares se as coisas não derem certo no lado profissional
depois de um tempo. Independentemente de todo apoio e suporte que te-
nhamos ao longo da jornada, em algum momento precisaremos apresen-
tar resultados deste investimento.

A verdade é que quando tratamos de dinheiro com designers, a maioria


preenche tabelas baseada em achismos e elabora orçamentos de acordo
com o tamanho do cliente. Faltam análises de resultados e horas investi-
das, um acompanhamento dos custos fixos e variáveis e, principalmente,
a frieza para entender quando um cliente ou projeto pode ser bom ou não.
Mas isso é assunto para um outro ebook.

O objetivo neste capítulo é te ensinar, mesmo que de forma mais superficial,


como identificar seus custos fixos e variáveis e incluir impostos e margem
de lucro para ter uma hora/serviço mais próxima do ideal para o seu estúdio.

É importante ressaltar que algumas variantes têm peso determinante na


hora de tabelar o seu serviço, entre elas, seu tempo de mercado, sua dedi-
cação em horas para cada projeto e o tamanho do cliente.

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1° Passo: Conheça seus custos


Na Ave Design gosto de separar meus custos por categorias. Normalmen-
te trabalho com apenas quatro: custos fixos, custos variáveis, custos com
pessoal e custos com impostos.

CUSTOS
FIXOS VARIÁVEIS
Despesas que, a princípio, Despesas com data
não possuem previsão para terminar. Pode
de acabar como aluguel, ser o parcelamento de
condomínio, luz, internet, uma nova máquina,
assinaturas, contador, insumos (papel,
entre outros. cartuchos, periféricos) ou
investimentos gerais.
Nem todas são mensais
e algumas aparecem Sugiro também determinar
apenas uma vez por ano. um valor mensal que
Nestes casos, sugiro que sirva como reserva para
divida o total por 12, para eventuais imprevistos.
saber o valor mensal.

COM PESSOAL IMPOSTOS


Todos os gastos que Além dos tradicionais
envolvem pessoas [pró- DAS, GPS e DARF’s, gosto
labore, salários, bolsa de incluir aqui também
para estágio, plano de custos com IPTU e alvarás
saúde, ajuda de custo (quando necessários). Se
para transporte (gasolina, você for MEI, terá um custo
aplicativos ou transporte fixo mensal com impostos,
público, por exemplo)] mas se for ME (simples ou
e alimentação (se você lucro presumido), eles irão
almoça todo dia fora, isso variar de acordo com o
também entra na conta). seu faturamento.

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 61

EXEMPLO

FIXOS VARIÁVEIS
Aluguel R$ 500 Nova Cadeira R$ 200
Condomínio R$ 250 Cartucho de tinta R$ 50
Adobe R$ 200 Brindes R$ 50
Contador R$ 150
Luz R$ 100 (média) Total R$ 300
Internet R$ 100

Total R$ 1.300

IMPOSTOS PARA ME
COM PESSOAL MEI possui GPS e DAS
previamente definidos, por isso
Pró-labore R$ 1.000 simulei valores para ME
Alimentação R$ 250
Transporte R$ 250 GPS R$ 110 (11% do pró-labore)
Plano de Saúde R$ 500 IPTU R$ 90
DAS inlcua depois
Total R$ 2.000
Total R$ 200

CUSTO TOTAL MENSAL (CTM): R$ 3.800

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 62

No caso da Ave Design, que é Simples Nacional, ME e possui CNAE de Agên-


cia de Publicidade, a porcentagem de imposto tem relação direta com o
pró-labore e o faturamento. Além de variar conforme valor faturado, para
manter o cálculo em 6%, preciso direcionar pelo menos 28% do meu fatu-
ramento à pró-labores ou salários, caso contrário será 16%.

Explicando melhor, se alinho com o contador uma previsão de faturamento


mensal de R$ 10 mil para o estúdio, isso significa que meu custo com pes-
soal tem que ser de pelo menos R$ 2,8 mil (28%) para que eu pague 6% (ou
R$ 600) de impostos (pergunte ao contador sobre o cálculo do Fator R para
saber se sua empresa será tributada conforme o Anexo III ou o V).

Caso você fature menos que o previsto inicialmente com seu contador, sem
problemas, seu cálculo continua em 6%. Mas quando ultrapassar, converse
com o contador ANTES que ele gere a guia de GPS e DAS do mês seguinte.

2° Passo: dividir para conquistar


Com seu custo total em mãos, é hora de buscar sua hora mínima, ou seja,
qual o menor valor cobrar por hora para cobrir seus custos básicos.

fórmula do cálculo da hora mínima


custo total mensal (ctm) x 12 meses = custo total anual (cta)
custo total anual (cta) : 2.080* = custo total por hora (cth)
*2.080 é o resultado do cálculo de 40 horas semanais x 52 semanas no ano

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fórmula do cálculo da hora mínima com valores simulados


R$3.800 x 12 meses = R$45.600
R$45.600 : 2.080 = R$30 (sempre arredonde para cima)
HORA MÍNIMA SEM IMPOSTOS: R$30

3° Passo: inclusão de lucro e imposto


O lucro pode ser bem intangível e provavelmente irá variar de designer
para designer. Ele deve levar em consideração expertise, tempo de atua-
ção, região, complexidade, concorrentes... São diversas variáveis que nem
sempre são claras o suficiente.

Minha sugestão é que aplique uma porcentagem que considere justa e o


torne competitivo no mercado. Feito isso, controle seu aproveitamento nas
propostas apresentadas para entender se deve aumentar ou diminuir sua
margem de lucro.

A inclusão da porcentagem do lucro na hora serviço também é bem sim-


ples, e pode ser feita através de uma regra de três:

fórmula de inclusão do lucro


o seu custo total por hora representará
a porcentagem total menos o lucro:
custo total por hora (cth) = porcentagem total - lucro
já sua nova hora final representará 100%
nova hora final (x) = 100%

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fórmula de inclusão do lucro para 25%


R$30 - 75%
x - 100%
3000 : 75x
x = 3000 : 75
x = R$40

HORA MÍNIMA COM LUCRO: R$40


Neste momento eu tenho quase absoluta certeza de que você não entendeu
nada do que eu escrevi acima e está se perguntando “por que ele simples-
mente não fez R$ 30 + 25%?” Basicamente porque 25% + R$ 30 dá R$ 37,50,
mas 25% menos R$ 37,50 dá R$ 28. Ou seja, você estaria perdendo R$ 2 por
hora trabalhada se fizesse o cálculo dessa forma.

Se preferir um cálculo mais simplificado para inclusão de porcentagens no


exemplo acima, basta dividir o valor por 0,75. Ele resumirá toda a operação
anterior. Mas e se seu lucro for de 60%? Divida por 0,40.

O mesmo procedimento deve ser feito para inclusão do imposto.

fórmula de inclusão de imposto de 6%


R$40 - 94%
x - 100%
4000 : 94x
x = 4000 : 94
x = R$43

HORA MÍNIMA COM 6% DE IMPOSTO: R$43


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fórmula de inclusão de imposto de 16%


R$40 - 84%
x - 100%
4000 : 84x
x = 4000 : 84
x = R$48
HORA MÍNIMA COM 6% DE IMPOSTO: R$48

Pessoalmente, tenho preferência por sempre incluir a maior taxa de impos-


tos, ou seja, 16%. Dessa forma consigo precaver em minha hora serviço o
custo extra que terei caso estoure meu faturamento.

Uma dúvida que pode surgir é porque incluí o imposto depois do lucro. Faço
isso para sempre prever o maior custo possível da despesa. Assim, qualquer
valor diferente deste estará previsto e não significará uma perda.

4° Passo: montagem de tabela de preços


De todos os passos ensinados até o momento, acredito que este é o que
trará maiores dificuldades.

Principalmente quando estamos começando, ainda não temos experiên-


cia na gestão de tempo dos nossos projetos. Achamos que vamos levar
X horas, mas é bem comum isso variar bastante, ainda mais quando não
temos processos bem definidos para desenvolver as peças.

O que sugiro fazer desde o primeiro dia como designer independente é


contabilizar o tempo gasto no desenvolvimento de seus projetos, por me-
nor que eles sejam. Isso o ajudará a precificar melhor pacotes de serviços
que surgirem no futuro.

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Para montar sua tabela de preços basta multiplicar sua hora serviço final
pela previsão de horas que pretende investir em cada projeto.

fórmula de precificação de projeto


valor da hora serviço final x quantidade de horas
ex.: R$40 x 20 horas = R$800

VALOR FINAL DA PROPOSTA


ENVIADA AO CLIENTE: R$800

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dica bônus!
dê preferência por apresentar pacotes
ao invés de listar valores individuais de
cada peça. com pacotes, clientes suben-
tendem que devem aprovar um deles, já
com tabelas e listas, fica mais fácil e
propício excluir e negociar itens, o que
nunca é um cenário interessante.

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PRIMEIROS
CLIENTES

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Se houvesse uma fórmula secreta para se tornar


conhecido, eu a daria para você. Mas há apenas
uma fórmula não-tão-secreta que conheço: Faça
um bom trabalho e compartilhe-o com as pessoas.
austin kleon, roube como um artista

Seu eu fosse resumir este capítulo em apenas uma frase seria “torne-se um
designer independente de forma exclusiva apenas quando tiver clientes que
gerem projetos o suficiente para substituir sua principal fonte de renda.”

Mas o grande problema é que conseguir clientes de forma independente


pode ser um desafio e tanto. Principalmente se você já começa preci-
sando de dinheiro.

Já mencionei neste ebook a experiência desastrosa que tive em meu primei-


ro mês como empreendedor, fechando apenas 1 projeto em quase 30 dias.

O que eu não contei até agora, é que este projeto foi solicitado por um co-
nhecido do meu sócio.

Por mais simples que pareça, gente conhece gente. E quanto mais pessoas
souberem e visualizarem o que você faz, maiores são as chances de você
ser procurado.

O problema é que normalmente quando estamos no início, recebemos di-


cas como “não negocie com parentes”, “não ofereça serviço para amigos”,
“não converse com colegas da área”.

Convenhamos que se seguirmos todas estas dicas, não sobram opções.

Como eu disse, o primeiro serviço de minha agência de publicidade veio


de um conhecido do meu sócio. Na época, ele ligou para pedir uma indica-

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ção de alguém que fizesse uma animação para o seu cartório. Adivinha só
quem estava desesperado para pegar qualquer trabalho?

Já meu segundo serviço surgiu após uma ligação de minha ex-chefe que
precisava entregar um projeto urgente e não estava com tempo suficiente
para treinar o novo funcionário.

Ainda hoje, é bem comum receber indicações de amigos (pessoais ou da


faculdade), familiares, ex-colegas de trabalho e até de concorrentes.

Na verdade, o seu relacionamento com concorrentes, merece uma aten-


ção especial. Sempre fomos direcionados à acreditar que todo concorren-
te vai te prejudicar, seja roubando clientes, cobrando mais barato ou ali-
ciando membros da equipe. Não serei inocente em afirmar que isso nunca
vai acontecer, mas já há um tempo sinto uma mudança profunda no mer-
cado que vem favorecendo cada dia mais a troca entre profissionais.

Nos primeiros meses como designer independente, a indicação de nosso


trabalho feita por outras pessoas terá um valor imensurável e será dire-
tamente responsável pela quantidade de projetos que iremos fechar. Ela
substituirá a falta de projetos no portfólio ou de cases com clientes conhe-
cidos que normalmente atraem prospectos desconhecidos.

Na página a seguir você encontrará cinco dos principais canais que o ajuda-
rão a conseguir clientes nos primeiros meses como designer independente.

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1 CÍRCULO SOCIAL
NO COMEÇO DE MINHA
CARREIRA IMPRIMI CARTÕES
2 ANTIGOS EMPREGOS
MEU ÚLTIMO EMPREGO FOI
EM 2008 E ATÉ HOJE
DE VISITA E DISTRIBUI (2021) RECEBO INDICAÇÕES
PARA MEUS PAIS, TIOS, VINDAS DE MINHA CHEFE
AMIGOS E ATÉ AVÓS. DA ÉPOCA. ALÉM DISSO, EM
MEUS PRIMEIROS MESES
COM O TEMPO, AS COMO EMPREENDEDOR,
INDICAÇÕES COMEÇARAM GRANDE PARTE DOS
A SURGIR. PROJETOS VIERAM DE
ANTIGOS CHEFES.

3 CÍRCULO ACADÊMICO
MINHAS AMIZADES
CULTIVADAS NA ÉPOCA DA
4 COMÉRCIO LOCAL
SE VOCÊ É CLIENTE
ASSÍDUO DE ALGUM
UNIVERSIDADE ATÉ HOJE ESTABELECIMENTO NA
RENDEM FRUTOS. SUA CIDADE, JÁ CONHECE
O DONO, O GERENTE,
COMO ALGUNS COLEGAS POR QUE NÃO OFERECER
SEGUIRAM OUTRAS SEUS SERVIÇOS À ELES?
ESPECIALIZAÇÕES, SEMPRE CERTAMENTE TERÁ MAIS
TEM UMA INDICAÇÃO ABERTURA QUE NUMA
BILATERAL DE PROJETO EMPRESA QUE NINGUÉM TE
CONHECE.

5 INTERNET
CLÁSSICO, MAS VERDADEIRO! QUEM NÃO É
VISTO NÃO É LEMBRADO, ENTÃO ABUSE
DAS FERRAMENTAS ONLINE COMO SITE,
PORTFÓLIOS E REDES SOCIAIS.

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MÉTODO
CANVAS

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um modelo de negócios descreve a lógica de


criação, a entrega e captura de valor por
parte de uma organização.
alexander osterwalder e Yves Pigneur, business model generation

Eu sempre acreditei que a melhor forma de executar uma ideia é colocan-


do-a primeiro no papel. Uma empresa então, nem se fala. O simples ato de
transcrever pensamentos em palavras por si só já nos ajuda a esclarecer
pontos antes não pensados e/ou percebidos.

Foi durante meu período com consultor do Sebrae ES que tive contato pela
primeira vez com a ferramenta Canvas, também conhecido como o Qua-
dro de Modelo de Negócios.

O principal uso desta ferramenta, criada pelo consultor suíço Alexan-


der a partir de conceitos de Design Thinking, é auxiliar empreendedo-
res a entender melhor seu negócio (e realizar eventuais ajustes) ou ini-
ciar uma nova empresa de forma mais estratégica e estruturada, tendo
sempre como objetivo final gerar valor.

O quadro de negócios é dividido em nove componentes diferentes, são


eles: segmentos de clientes, proposta de valor, canais, relacionamento
com clientes, fontes de receita, recursos principais, atividades-chave, par-
cerias principais e estrutura de custo.

É importante ressaltar que a explicação e funcionamento desta ferramen-


ta é bem mais profunda do que o exposto neste ebook. Não é intenção do
autor substituir a leitura do livro Business Model Generation1, mas apenas
apresentar de forma objetiva cada uma das categorias, respeitando a or-
dem de preenchimento sugerida pelos autores.

Mesmo de forma mais simples ou superficial, tente preencher cada uma das
categorias. No mínimo, isso lhe permitirá ter uma visão mais ampla do fun-
cionamento do seu negócio e alinhar questão antes desapercebidas.

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PARCERIAS ATIVIDADES- PROPOSTA RELACIONAMENTO SEGMENTOS


PRINCIPAIS CHAVE DE VALOR COM O CLIENTE DE CLIENTES

PARCEIROS CANAIS
PRINCIPAIS

ESTRUTURA FONTES DE
DE CUSTO RECEITA

segmento de clientes
Segmento de clientes representa o grupo de pessoas ou organizações que
você buscará servir. Explicando melhor, aqui você irá preencher quem, na
sua opinião, é o seu público-alvo principal. É importante tomar uma deci-
são consciente sobre quais segmentos servir e quais ignorar.

proposta de valor
Os motivos pelos quais seus clientes irão te escolher. Qual valor entregarei
ao cliente? Qual problema ajudarei a resolver? Qual necessidade estou sa-
tisfazendo? Quais serviços estou oferecendo? Mesmo que possua uma ofer-
ta similar à de outros concorrentes do mercado, busque entender quais as
suas características e atributos adicionais. Os valores podem ser quantita-
tivos (ex.: preço, prazo de entrega) ou qualitativos (ex.: design, experiência
do cliente).

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 75

canais
Aqui, determine quais serão os pontos de contato com seus clientes. Através
de quais canais eles preferem ser contatados? Como chegar até eles? Quais
tem maior taxa de retorno e quais possuem o melhor custo-benefício?

relacionamento com o cliente


Que tipo de relacionamento você espera ter com seus clientes? Eles se tor-
narão clientes de longa data, sempre retornando para novos projetos ou o
seu objetivo é um relacionamento mais curto? O que eles devem esperar
de você? Qual o procedimento adotado após a entrega final do projeto?

fontes de receita
As principais perguntas a serem feitas aqui são: qual preço meu cliente está
disposto a pagar? E qual serviço gera mais lucro? Nesta categoria identifi-
que suas principais fontes de receita e oportunidades futuras. Vale analisar
também as formas e condições de pagamento normalmente praticadas no
mercado e se existe alguma maneira de facilitar a operação para o cliente.

recursos principais
O que você precisa ter para fazer seu estúdio funcionar? Um computador?
Uma impressora? Um veículo para se deslocar e prospectar? Um atenden-
te para suporte? Os Recursos Principais podem ser físicos, financeiros, in-
telectuais ou humanos.

atividades-chave
O que deve ser feito sempre para manter ativa a proposta de valor do ne-
gócio. É atualizar o portfólio constantemente? É manter contato com seus
atuais clientes? É gerar conteúdo em blog ou redes sociais?

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parcerias principais
Descreva aqui a rede de fornecedores e parceiros que te ajudam a girar o
negócio. No seu caso são gráficas parceiras? Ou outros profissionais?

estrutura de custos
Basicamente, quais são os custos fixos e variáveis que envolvem sua ativi-
dade como designer independente. Você precisa alugar um espaço exter-
no ou trabalhará de casa? Possui contador? Funcionário? Algum dos seus
serviços requer investimento constante toda vez que é oferecido?

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DOCUMENTOS
BÁSICOS

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Se você está lendo este ebook desde o início, a partir deste momento já
terá definido ou encaminhado as seguintes questões:

1 SEUS PONTOS PESSOAIS


FORTES E FRACOS
2 SEU PLANEJAMENTO
FINANCEIRO PARA COMEÇAR
A EMPREENDER

3 A ESTRUTURA IDEAL QUE


VOCÊ PRECISA PARA COMEÇAR
4 A UTILIZAÇÃO DE UM NOME
PRÓPRIO OU FANTASIA

5 A IDENTIDADE VISUAL
DO SEU ESTÚDIO
6 SE SERÁ MEI OU ME

7 SE TRABALHARÁ DE CASA OU
EM UM ESPAÇO EXTERNO
8 SUA ÁREA DE ATUAÇÃO E
ESTEIRA DE SERVIÇOS

9 SUA HORA/SERVIÇO

Eu sei que podem parecer muitas decisões. E de fato são! Temos pelo me-
nos nove questões imprescindíveis que você precisa lidar antes de se lan-
çar ao mercado como designer independente ou dono de estúdio.

Por outro lado, você está caminhando para um planejamento fundamen-


tado, com uma análise robusta de seus pontos fortes e fracos, previsão de
cenários e o que precisa fazer para obter lucro ao invés de prejuízo.

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Neste momento, iremos focar nos documentos que você precisará ter de
antemão para passar uma imagem mais profissional e de credibilidade ao
mercado. São itens aparentemente simples, que podem até ser encontrados
como templates na internet, mas que quando alinhados à sua filosofia e iden-
tidade visual, garantem a imagem que desejamos passar aos futuros clientes.

DOMÍNIO E HOSPEDAGEM ASSINATURA DE EMAIL


Para se posicionar como Qualquer empresa que se
um profissional do mercado, preocupe com sua imagem
esqueça os gmail, hotmail manda mensagens com a
e wix. É preciso contratar devida identificação. Pode
um domínio próprio, parecer besteira, mas uma
como avedesign.com. assinatura de email bem
br por exemplo, e criar feita e que se adapte aos
seu endereço de email diferentes formatos, fará a
personalizado como diferença
contato@avedesign.com.br

CARTÃO PESSOAL CONTRATO


Confesso que já não utilizo Completamente
há anos, mas todo lugar indispensável! Contratos dão
tem suas particularidades. a certeza ao cliente de que
Se esta peça ainda está em ele está negociando com
alta onde você atua, não a um profissional sério e que
deixe de lado valoriza os direitos e deveres
de ambas as partes

FOTOS
Dê preferência por imagens da marca ou mais profissionais nos canais
de atendimento e comunicação. Evite publicar situações que possam
colocar em dúvida sua credibilidade ou a do estúdio

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 80

PAPEL TIMBRADO REDES SOCIAIS OU SITE


Personalizar este item Pelo menos uma das duas
tão comum no nosso formas você deverá ter para
dia a dia é algo que divulgar seus serviços e
passa praticamente portfólio. Conheço muitos
desapercebido. Mas designers que utilizam
nada soa mais suspeito behance como ponto
e amador do que uma de contato na web, mas
página em branco do word confesso que isso nunca
com escritos jogados de funcionou para a Ave. Até
qualquer forma hoje, o site e o instagram
tem sido as principais
ferramentas para nós.

PORTFÓLIO PROPOSTA
Se ninguém conhece o A não ser que seja um
seu trabalho, são grandes cliente que você tenha
as chances de você não extrema intimidade e
fechar nenhum projeto. que já atenda há anos,
Publique no site, nas redes só passe valores em uma
sociais, no behance, mande proposta formalizada. Isso
newsletters para contatos demonstra profissionalismo,
antigos e atuais, não organização e ainda pode
importa. O objetivo aqui é te salvar em uma eventual
ser visto para ser lembrado disputa judicial

Não é o objetivo deste capítulo (nem deste ebook) se aprofundar no desen-


volvimento de layout ou diagramação de cada uma destas peças. O mais
importante neste momento é que você entenda que quanto mais profis-
sional e padronizada forem seus pontos de contato, mais valorizado você
será no mercado.

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GLOSSÁRIO
FINANCEIRO

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 82

Uma vez que tenha optado por formalizar seu estúdio como MEI ou ME,
você irá se deparar com um novo universo e uma série de termos com os
quais deverá se familiarizar de forma bem rápida. São palavras, siglas ou
expressões relacionados à contabilidade e gestão financeira que podem
dar um nó na cabeça e fazer surgir a pergunta: onde eu fui me meter?

Mas não desanime. Como já disse anteriormente, não somos preparados


pelo mercado para empreender. Na verdade, é bem comum ver designers
tocando o próprio negócio sem ter um conhecimento básico dessa área.
Eu mesmo só me aprofundei no assunto depois de um sério problema con-
tábil que tive em 2016 na Ave Design.

A seguir, você encontrará um glossário com os principais termos que en-


volvem o dia a dia financeiro e contábil de um designer, independentemen-
te de trabalhar em home office ou estúdio.

São muitos termos e não há a necessidade de memorizá-los. Busque ape-


nas conhecê-los e utilize este glossário como consulta toda vez que cruzar
com alguma expressão da área que não compreenda.

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 83

CONTABILIDADE
Alvará: documento CNPJ: Sigla para Cadastro
emitido por um órgão Nacional da Pessoa
governamental que Jurídica. Ele funciona
autoriza o exercício de como um CPF, só que para
determinada atividade. pessoas jurídicas
No nosso caso, os mais
comuns são Alvará de
Funcionamento e de Corpo Certidão Negativa de
de Bombeiros Débitos (CND): Documento
que comprova a situação
legal da empresa perante
Balanço patrimonial: os órgãos públicos. Uma
É a demonstração das melhores formas
contábil destinada a de descobrir se sua
evidenciar, qualitativa empresa em dia, já que
e quantitativamente, a impossibilidade de
numa determinada data, emissão de uma CND só
a posição patrimonial e ocorre quando existe uma
financeira da empresa pendência junto a algum
órgão governamental.
Caso seu contador não te
CISC: Sigla para envie, sugiro que emitir a
Comprovante de Inscrição cada 3 meses
e Situação Cadastral.
Também é conhecido
como Cartão de CNPJ e Contrato Social:
poder ser emitido no site Documento que oficializa
da Receita Federal a criação de um negócio.
Nele que irão constar
todos os dados básicos
CNAE: Classificação da empresa, como
Nacional de Atividade sócios, endereço, deveres
Econômica, é um código de cada sócio com o
que determina a área de empreendimento, ramo de
atuação do CNPJ atuação, entre outros.

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 84

CONTABILIDADE
Danfe: é a versão Nome Fantasia: é o
simplificada da Nota Fiscal nome de fachada de
Eletrônica (NF-e). Nele uma empresa, ou seja,
constam os principais como ela é popularmente
dados do documento conhecida
fiscal, incluindo a chave
de acesso e um código de
barras bidimensional Pró-labore: De forma
simples, é como se fosse
o salário dos sócios da
Demonstrativo de empresa. Ele é definido
Resultados no Período previamente e, no caso
(DRE): É um demonstrativo de designers que são ME
que mostra as Receitas e e Simples, tem impacto
Despesas das operações direto na porcentagem de
por um dado período. Em impostos pagos no mês
conjunto com o balanço
patrimonial, formam o
principal relatório contábil Razão Social: é o nome
de uma empresa da empresa registrado
na Junta Comercial ou no
Cartório de Registros. É
Lucro Presumido: regime o nome oficial da pessoa
em que o imposto de jurídica que constará
renda e a CSLL são em documentos legais,
calculados com base contratos e escrituras
em um percentual
correspondente ao lucro
da empresa Simples Nacional: regime
tributário exclusivo para
empresas de micro e
NF-e: Nota fiscal pequeno porte, cujas
eletrônica. Pode ser receitas anuais não
referente à venda de seu ultrapassem 4,8 milhões de
serviço ou à compra junto reais. Todo MEI é Simples,
a algum fornecedor mas nem todo ME pode ser

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 85

GESTÃO FINANCEIRA
Capital de giro: vital para Débito: qualquer despesa
qualquer empresa. Ele é (gasto) que resulte em
o valor que você mantém saídas da conta
no caixa para pagar as
despesas mesmo que não
receba nada no período Dividendos: é o que
chamamos de antecipação
de lucros, ou seja, um valor
Contas a pagar: despesas além do seu pró-labore
futuras previstas que você retira caso a
empresa tenha lucro
(caso contrário, você será
Contas a receber: valores tributado por isso)
que serão recebidos
em caixa no futuro,
originados por vendas de Faturamento: é o valor
mercadorias, serviços ou total de receitas que você
outros ativos teve em um mês. O que
efetivamente entrou na
sua conta
Crédito: toda a receita
(dinheiro) que entra na
conta da sua empresa Fluxo de caixa: muitas
vezes confundido com
capital de giro, fluxo de
Custo fixo: despesas que caixa é a movimentação
são fixas e você sempre de receitas e despesas da
precisa pagar todo mês. sua conta bancária
(Ex.: aluguel, energia)

Lucro bruto: cálculo da


Custo variável: são receita total menos suas
despesas que variam de despesas fixas e variáveis
acordo com a quantidade
de venda de um produto
ou serviço específico. (se Lucro líquido: cálculo
você faz pintura manual e do lucro bruto, mas
tem poucos serviços em contabilizando também
um mês, gastará menos as taxas e impostos que
com tintas, pincéis, etc..) devem ser pagos

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 86

IMPOSTOS
COFINS: Contribuição GPS: significa Guia
para o Financiamento da Previdência Social,
da Seguridade Social, um documento para
arrecada fundos para pagamento do seguro
assistência social, recolhido pelo Instituto
previdência social e saúde Nacional de Seguro Social
pública (INSS)

CSLL: Contribuição Social IRPJ: Imposto sobre a


sobre o Lucro Líquido, Renda da Pessoa Jurídica.
financia a seguridade Mesmo que você tenha um
social MEI e tenha declarado seu
IRPF, precisa pagar o IRPJ
como empresa
DARF: Sigla para
Documento de
Arrecadação de Receitas ISS: Imposto Sobre Serviço
Federais, uma guia emitida de Qualquer Natureza, é
pela Receita Federal e pelo um tributo destinado aos
ministério da Fazenda para cofres públicos municipais
declarar rendimentos,
pagar impostos,
contribuições e taxas PIS: Programa de
Integração Social e
Programa de Formação
DAS: Significa Documento do Patrimônio do Servidor
de Arrecadação do Público, são destinados
Simples Nacional e é a para pagar o seguro-
guia de todos os impostos desemprego
reunidos que o empresário
do MEI ou ME (caso se
enquadre) precisa pagar

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 87

TERMOS ESPECÍFICOS DE MEI


CCMEI: Certificado DIRPF: Declaração Anual
da Condição de de Imposto de Renda
Microempreendedor Pessoa Física, o conhecido
Individual, é o documento Leão. Para o MEI, é
de constituição de importante declarar como
empresas do porte pessoa física porque o
MEI. Enquanto empresa sistema da Receita Federal
de sociedade tem o é interligado e, para ter
Certificado Social e ME acesso à alguns recursos
tem o requerimento de do MEI, é solicitado o
empresário, o documento número da DIRPF
de empresa MEI é o CCMEI

PGMEI: Programa
DASN-SIMEI: Declaração Gerador de DAS do
Anual do Simples Nacional Microempreendedor
do MEI, é o documento em Individual, é o aplicativo do
que você declara para a Portal do Simples Nacional
Receita Federal o quanto para consulta dos tributos
a sua empresa faturou no mensais desse regime,
ano anterior declaração do valor e
impressão da DAS

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CHECKLIST
DE OBJETIVOS

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Chegamos ao último capítulo deste ebook. Este é seu checklist de plane-


jamento para começar (ou redirecionar) sua vida como designer indepen-
dente e empreendedor em busca de um ambiente mais lucrativo e saudá-
vel na profissão.

Como mencionado no início da leitura, é de fundamental importância que


você o complete afim de obter melhores os resultados.

MINHA PRINCIPAL MOTIVAÇÃO SER UM DESIGNER INDEPENDENTE É:

MONTAR MEU PLANEJAMENTO FINANCEIRO


DEFINIR A ESTRUTURA IDEAL PARA COMEÇAR (APENAS INDISPENSÁVEIS)
DEFINIR O NOME DO MEU ESTÚDIO
CRIAR MINHA IDENTIDADE VISUAL

ÓTIMO, AGORA VOCÊ ESTÁ PRONTO


PARA TER SEU PRÓPRIO CNPJ!
->

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 90

ABRI MEU PRÓPRIO CNPJ


DEFINI MEU LOCAL DE ATUAÇÃO (HOME OFFICE OU EXTERNO)
DEFINI MEU PRINCIPAL NICHO DE ATUAÇÃO E EXPERTISE
MONTEI MEU MAPA DE ESCOPO
MONTEI MINHA ESTEIRA DE SERVIÇOS

EXCELENTE, COM ESTAS INFORMAÇÕES VOCÊ


JÁ PODE MONTAR SEU SITE E REDES SOCIAIS
->

DEFINI MINHA HORA/SERVIÇO


DEFINI MINHA TABELA BASE DE PREÇOS
PREENCHI MEU PAINEL CANVAS

PARABÉNS, VOCÊ ESTÁ PRONTO


PARA SE LANÇAR AO MERCADO DE
FORMA PROFISSIONAL!

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 91

Espero que este ebook te leve para o


Conclusão próximo nível como designer. Ele foi es-
crito e diagramado para descomplicar
assuntos do nosso dia a dia e fazer você
ganhar tempo e dinheiro de forma mais
assertiva ao invés de se frustrar com
decisões erradas.

Se você entende que este conteúdo te


ajudou profissionalmente, não esque-
ça de compartilhar sua opinião, ela é
essencial para que o Design Camp con-
tinue entregando materiais de qualida-
de e que realmente façam a diferença
na vida de outros profissionais.

Um grande abraço!

Felipe Nader

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O DESIGNER EMPREENDEDOR 92

Olá! Meu nome é Felipe Nader e sou o de-


Sobre signer-fundador do estúdio Ave Design.
o autor
Minha trajetória na área começou em
2003, quando ingressei no curso de De-
senho Industrial da Universidade Fede-
ral do Espírito Santo (Ufes). Na época
não sabia exatamente onde estava me
metendo e pelos primeiros 3 períodos,
levei tudo em banho-maria, sem ler li-
vros, procurar estágios ou me esforçar
nos trabalhos propostos pelos profes-
sores. Sendo bem sincero, eu já entrei
querendo sair.

Porém, ao longo do curso tive a opor-


tunidade de participar de eventos na-
cionais (como Bienais e Encontros Estu-
dantis), além de estagiar em empresas
de diferentes áreas (desde federação
de indústria à museus) que mudaram
minha percepção sobre a profissão.

Mas foi em 2008 que a vida começou a


mudar. Após me formar e discutir uma
possível contratação efetiva (e malsu-
cedida) com a agência onde eu traba-
lhava até então, optei por abrir a minha
própria agência de publicidade com um
colega da área.

Do deslumbre de ser o próprio chefe ao


sonho de ganhar dinheiro sem trabalhar
muito, completamos o primeiro ano sem
conseguir tirar R$ 1 de salário sequer.

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Estava claro que gerir uma empresa era


muito mais complicado do que minha
visão limitada da época permitia.

Ao longo dos anos seguimos de forma


instável e alternando entre bons e maus
momentos. De trabalhos realizados
para empresas nacionais como Vivo,
Claro, Tim e Sebrae a meses inteiros
sem ter nem um projeto para iniciar. De
faturamentos de R$ 30.000,00 em um
mês a pouco menos de R$ 4.000,00 em
outro, fomos levando e acreditando que
a principal culpa era do mercado e da
concorrência desleal.

Até que, no final de 2013, optamos por


colocar um fim na sociedade.

O ano seguinte se iniciava com um novo


sonho, que já nascia com nome e identi-
dade visual definidos: Ave Design.

Minhas metas envolviam não ser uma


agência de publicidade, ter mais esta-
bilidade nas minhas receitas e escolher
melhor meus clientes. Mas, em apenas
4 meses, tudo já era o oposto.

Novamente me via preso à sonhos, mas


sem a preparação e maturidade sufi-
cientes para colocá-los em prática.

De forma geral, até consegui conquistar


uma situação mais estável. Faturava mais
e de forma mais constante, muito graças

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ao Sebrae ES que, na época, representa-


va 40% do faturamento do estúdio.

E assim seguiu até 2016, quando um


problema contábil na Ave Design en-
volvendo o Sebrae ES fez tudo mudar
de forma dramática. De um ambiente
tranquilo e lucrativo, me vi, do dia para a
noite, com 40% a menos de faturamen-
to e uma dívida na Receita Federal pró-
xima a R$ 30 mil.

Nos dois anos seguintes, acabei viven-


do um período de negação. Fugir dos
problemas era mais fácil. Deixar a cor-
renteza levar era mais prático e, no fim,
temos que acreditar que tudo sempre
dá certo, correto?

Errado.

E em agosto de 2018 a Ave estava falida.


Era o fim de um sonho que havia come-
çado em 2014.

Mas pior do que isso, era o início do meu


maior medo até então: o de voltar a tra-
balhar para outras pessoas, tendo que
me submeter a pontos eletrônicos, ho-
ras extras intermináveis, medo do de-
semprego e limitação de crescimento.

Foi então que, após 14 anos na área, eu


decidi mudar. Decidi que era hora de
me profissionalizar, de levar o design e
a mim mesmo a sério. Seria preciso es-

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tudar, me informar, mexer em feridas,


correr atrás e ter atitudes diferentes.

Agosto foi um mês que se iniciou com


uma previsão de R$ 16 mil em despesas
e apenas R$ 4 mil de receitas. E que fina-
lizou com R$ 400 de lucro.

Um lucro que retornou em setembro, ou-


tubro, novembro e dezembro e ao longo
dos anos de 2019 e 2020, quando man-
tivemos um faturamento estável mensal
de 5 dígitos e metas batidas com até 3
meses de antecedência, tornando estes
os melhores anos da Ave Design.

Mas o que eu fiz para virar o jogo? Quais


foram as atitudes que tomei para voltar
a ter um estúdio lucrativo mesmo dian-
te de cenários tão incertos?

É isto que compartilharei nos ebooks


Off/Topic e nos canais do Design Camp
para que você possa também levar seu
estúdio para o próximo nível e viver de
forma lucrativa e estável de design.

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Arrume a sua cama


Bibliografia Willian H. McRaven
Academia, 2017

Brutally Honest
Emily Ruth Cohen
Bookseller’s Daughter, 2018

Built to sell
John Warrilow
Portfolio, 2011

Business Model Generation


Alexsander Osterwalder e Yves Pigneur
Alta Books, 2013

Comece pelo porquê


Simon Sinek
Sextante, 2018

Empresas feitas para vencer


Jim Collins
Alta Books, 2018

How to be a graphic designer


without losing your soul
Adrian Shaughnessy
Laurence King Publishing, 2010

Isso é marketing
Seth Godin
Alta Books, 2019

Manual do freela
André Beltrão
Senac, 2019

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Mostre seu trabalho


Austin Kleon
Rocco, 2017

O grande salto
Martina Flor
Editora GG, 2019

O trabalho não precisa


ser uma loucura
David Heinemeier, Jason Fried
e Daniel Austie
HarperCollins Brasil, 2020

Purple Cow
Seth Godin
Portfolio, 2009

Roube como um artista


Austin Kleon
Rocco, 2013

The business of design


Keith Granet
Princeton Architectural Press, 2012

The psychology of
graphic design pricing
Michael Janda
Janda, 2019

The purpose advantage


Jeff Fromm
Vicara Books, 2019

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The win withou pitching manifesto


Blair Enns
Gegen Press, 2019

Trabalhe 4 horas por semana


Timothy Ferris
Planeta, 2016

Viver de design
Gilberto Strunck
2AB, 2013

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EBOOK

O DESIGNER
EMPREENDEDOR
OS PRIMEIROS PASSOS PARA VIVER DE
DESIGN E TER O SEU PRÓPRIO NEGÓCIO

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