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A) Quando a pesquisa foi publicada, o dólar estava cotado a R$ 2,00. Suponha que um jovem casal entrou em
uma lanchonete situada no bairro da Liberdade e comprou dois BigMacs e dois sucos de laranja. Cada suco
de laranja custava R$ 3,40. Pagaram com uma nota de R$ 20,00 e uma de R$ 5,00. Receberam o troco
somente em moedas e no menor número possível de moedas. Quantas moedas receberam de troco?
B) Em janeiro de 2009, quando foi publicada a edição anterior da pesquisa, a moeda americana valia R$ 2,32 e
o sanduíche, no Brasil, era cerca de 4% mais barato que o americano, cujo preço era de US$ 3,50. Se o preço
do suco fosse o mesmo do item A, o casal conseguiria comprar os dois BigMacs e os dois sucos de laranja com
R$ 25,00? Se precisar, pode usar o seguinte dado: o produto 232 ⋅ 336 é aproximadamente igual a 78 000.
Resolução
A) Preço de um BigMac no Brasil: 4,02 ⋅ 2,00 = 8,04 (R$)
Preço de dois BigMacs no Brasil: 8,04 ⋅ 2 = 16,08 (R$)
Preço de dois sucos de laranja: 3,40 ⋅ 2 = 6,80 (R$)
Logo, o casal gastou R$ 22,88 (= 16,08 + 6,80).
Como eles deram R$ 25,00, tiveram de troco R$ 2,12.
Há moedas de R$1,00, de R$ 0,50, de R$ 0,25, de R$ 0,10, de R$ 0,05 e de R$ 0,01.
Para totalizar R$ 2,12, com o menor número de moedas, devemos ter 2 moedas de R$1,00, 1 moeda de
R$ 0,10 e 2 moedas de R$ 0,01.
Portanto, 5 moedas.
Resposta: cinco
B) Preço de um BigMac no Brasil: 3,50 ⋅ 2,32 ⋅ 0,96 = 7,80 (R$)
Preço de dois BigMacs no Brasil: 7,80 ⋅ 2 = 15,60 (R$)
Preço de dois sucos de laranja: 6,80 (R$)
O casal gastaria R$ 22,40, que é menos que R$ 25,00.
Resposta: sim
Resolução
Do enunciado, podemos esquematizar a figura abaixo, na qual A’ e B’ são, respectivamente, a sombra do gavião
e a do roedor, RS é a vareta, e ST, sua sombra.
A
B A’’
R
0,144
T B’
S
A’
0,36 m 16 m
Questão 3
f(x)
Um fabricante recebeu um estudo feito por uma empresa de con-
sultoria segundo o qual, se x unidades de certa mercadoria forem R$ 5 460,00
produzidas e comercializadas, o lucro a ser obtido pelo fabricante
pode ser estimado, dentro de certa faixa de valores, pela função:
100 ⋅ e4 x –x
= 5 460
10 ⋅ e4 x –x
= 546
ln ⎛ 10 ⋅ e4 x – x⎞
= ln 546
⎝ ⎠
( )
ln10 + 4 x – x ⋅ ln e = ln 546
2, 3 + 4 x – x = 6, 3
0=x–4 x +4
( )
2
x –2 =0
x =2 ∴ x=4
Resposta: 4
B) Pelo gráfico, podemos concluir que, com x ⬎ 4, a função é decrescente, isto é, com x ⬎ 4, quanto maior for
o valor de x, menor será o lucro.
Portanto, com 7 ⭐ x ⭐ 15, o lucro será maior com x = 7.
Resposta: 7
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Questão 4
Um supermercado fez a seguinte oferta para a compra de determinada marca de suco de laranja em caixa de
1litro:
Compre
6 e lhe
R$ 3,60 damos
2 a mais
Expresse, em porcentagem, o desconto obtido por unidade em relação ao preço original, para quem comprar
8 sucos de laranja.
Resolução
Na compra de cada 8 sucos, há um desconto equivalente ao preço de 2 sucos.
2 1
O desconto é = = 25%.
8 4
Resposta: 25%
Início Fim
10 cm
O ciclista que ganhou a etapa manteve uma velocidade média de 48 km/h. Se ele partiu às 10 horas da manhã,
a que horas terminou a corrida?
Resolução
1 cm = 10–5 km
A distância d, em km, percorrido pelo ciclista ganhador, é dada por d = 10 ⋅ 400000 ⋅ 10–5. Logo, d = 40. O inter-
40 5
valo de tempo Δt, em horas, em que o ciclista ganhador percorreu essa distância é dado por Δt = = .
48 6
5
Como de uma hora corresponde a 50 minutos, o ciclista ganhador completou a prova às 10 horas e 50 minutos.
6
Vamos admitir que a prova acabe com a chegada do ganhador!
Resposta: 10 horas e 50 minutos
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Questão 6
Uma fábrica decide distribuir os excedentes de três produtos alimentícios A, B e C a dois países da América
Central, P1 e P2. As quantidades, em toneladas, são descritas mediante a matriz Q:
A B C
A) Efetue o produto das duas matrizes, na ordem que for possível. Que representa o elemento a13 da matriz
produto?
B) Que elemento da matriz produto indica o custo de transportar o produto A, com a segunda empresa, aos
dois países?
C) Para transportar os três produtos aos dois países, qual empresa deveria ser escolhida, considerando que as
duas apresentam exatamente as mesmas condições técnicas? Por quê?
Admitindo que as colunas da matriz P representem os países P1 e P2, para os quais foram feitos os orça-
mentos de transporte, o elemento a13 de M representa o custo de transportar o produto C, com a 1ª- empre-
sa, aos dois países.
B) A 2ª- linha de M representa os custos para transportar os produtos A, B e C, com a 2ª- empresa, aos dois países.
Assim, para transportar o produto A, o custo é dado pelo elemento a21.
C) Para transportar os três produtos aos dois países. A 1ª- empresa cobra 130 000 + 95 000 + 135 000 = 360 000
reais (1ª- linha de M), enquanto que a 2ª- empresa cobra 100 000 + 70 000 + 100 000 = 270 000 reais (2ª- linha
de M). Portanto, a 2ª- empresa possui menor orçamento e, assim, deverá ser escolhida.
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Questão 7
Preparando-se para a sua festa de aniversário de sessenta anos, uma senhora quer usar três anéis de cores
diferentes nos dedos das mãos, um anel em cada dedo. De quantos modos diferentes pode colocá-los, se não
vai pôr nenhum anel nos polegares?
Resolução
Do enunciado, temos:
• para colocar o 1º- anel, como não se pode colocá-lo nos polegares, temos 10 – 2 = 8 possibilidades;
• como só é possível um anel em cada dedo, temos 7 possibilidades para colocar o 2º- anel e 6 possibilidades
para colocar o 3º- anel.
Assim, pelo Princípio Fundamental de Contagem, temos 8 ⋅ 7 ⋅ 6 = 336 possibilidades.
Resposta: 336 modos.
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Questão 8
Diofante de Alexandria, que viveu cerca do ano 250, publicou na sua obra Aritmética extensos estudos sobre
equações indeterminadas, em que as soluções eram pares ordenados de números naturais.
A) Uma das equações era esta: xy – 5x + 4y = 0 , em que as variáveis x e y são números naturais. Expresse a va-
riável x em termos da variável y e tente, por substituição, encontrar todos os pares ordenados (x, y) que são
soluções da equação.
B) Resolva o problema:
As irmãs Ana e Marta receberam de seu avô certa quantia cada uma, somente em notas, sem nenhuma
moeda. Também não receberam nenhuma nota de R$ 1,00. A soma das quantias mais a diferença entre a
quantia de Ana e a de Marta, mais o produto delas, é igual a 100. Se Ana, que é mais velha, recebeu uma
quantia maior que a de Marta, quantos reais pode ter recebido cada uma?
Resolução
A) Do enunciado, temos:
xy – 5x + 4y = 0 ∴ x ⋅ (5 – y) = 4y
• se y = 5, temos 0 ⋅ x = 20 e, portanto, a equação não admite solução;
4y
• se y ≠ 5, temos x = .
5–y
B) Sendo x e y as quantias de Ana e de Marta, considerando a diferença dada nessa ordem, do enunciado
temos x ⬎ 1, y ⬎ 1 e x ⬎ y. Ainda:
(x + y) + (x – y) + x ⋅ y = 100 ∴ 2x + xy = 100
100
∴ x ⋅ (2 + y) = 100 ∴ x =
2+ y
Como x e y são naturais, temos que 2 + y é divisor positivo de 100. Como x ⬎ 1, y ⬎ 1 e x ⬎ y, temos as pos-
sibilidades:
2+y=4 ∴ y = 2 e x = 25
2+y=5 ∴ y = 3 e x = 20
2 + y = 10 ∴ y = 8 e x = 10
Note-se que y ≠ 3, pois elas não receberam nota de R$1,00.
Assim, Ana pode ter recebido R$ 25,00, e Marta, R$ 2,00; ou Ana pode ter recebido R$10,00, e Marta, R$ 8,00.
Resposta: Ana: R$ 25,00 e Marta R$ 2,00
ou Ana: R$10,00 e Marta R$ 8,00.
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Questão 9
5
Uma lata de tinta está cheia em de sua capacidade. Dentro da lata caiu um pincel de 45cm de comprimento.
6
É certo que o pincel ficará completamente submerso na tinta? Por quê?
36 cm
40 cm
5
Com de sua capacidade, a altura da tinta na
6 A
36 cm
5
lata será ⋅ 36 = 30 cm. 30 cm
6
B C
No triângulo ABC, temos:
AC2 = 302 + 402 ∴ AC = 50 cm 40 cm
Resposta:
Nas condições apresentadas no enunciado, não podemos dizer que é certo que o pincel ficará completamente
submerso na tinta.
Considerando apenas as condições geométricas, ele pode ficar completamente submerso na tinta, pois a medida
de AC (50 cm) é maior que seu comprimento.
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Questão 10
Em 1545, o italiano Girolamo Cardano (1501-1576) publicou o seu mais importante livro A grande arte, e tão
orgulhoso ficou que, no final, escreveu a frase: “Escrito em cinco anos, pode durar muitos milhares”. No livro,
um problema aparentemente simples começou a aprofundar a discussão sobre um novo tipo de número,
ainda desconhecido na Matemática:
“Dividir 10 em duas parcelas tais que o seu produto seja 40”.
A) Determine as duas parcelas e expresse-as na forma a + bi, em que a,b são números reais e i2 = – 1.
B) Expresse as duas parcelas do item A na forma de pares ordenados (a,b ) e represente-os graficamente no
plano cartesiano.
C) Calcule, na forma decimal aproximada, a área do triângulo cujos vértices são os dois pares ordenados do
item B e a origem.
Se precisar, use as aproximações: 3 = 1, 7; 5 = 2, 2 .
D) Encontre uma equação polinomial de coeficientes inteiros com o menor grau possível, sendo dadas três de
suas raízes: as duas parcelas do item A e o número complexo – i.
Resolução
A) Sendo x e 10 – x as duas parcelas, temos:
x(10 – x) = 40 ∴ – x2 + 10x – 40 = 0 cujas raízes são 5 + 15 ⋅ i e 5 – 15 ⋅ i
Resposta: 5 + 15 ⋅ i e 5 – 15 ⋅ i
公僓僓
15 (5, 公僓僓
15 )
x
0 5
– 公僓僓
15 (5, –公僓僓
15 )
5
2 公僓僓
15
Instruções:
— A redação deverá seguir as normas da língua escrita culta*.
— O texto deverá ter, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas escritas.
— Textos fora desses limites não serão corrigidos, recebendo, portanto, nota zero.
— A redação deverá ser apresentada, de preferência, a tinta.
— A página 2 é destinada ao rascunho e não será considerada na correção da prova.
* As questões das provas do Vestibular foram elaboradas conforme as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promulgado,
no Brasil, pelo Decreto 6.583, em 29/09/2008. No texto escrito pelos candidatos, serão aceitos os dois Sistemas Ortográficos em vigor.
Análise da proposta
Diversamente de anos anteriores, a Banca impôs limite rígido de linhas e não ofereceu qualquer texto sub-
sidário. Depois de um breve comentário, propôs que o candidato elaborasse uma dissertação sobre um tema
explícito, bem definido: os impactos da globalização sobre a cidade de São Paulo.
O comentário inicial começava com uma contextualização abrangente, lembrando que a globalização faz
parte do “atual estágio do sistema capitalista”. Tal processo tem gerado polêmica, há críticos ferozes a ele na
mesma medida em que há defensores aguerridos. Dentro dessa perspectiva, solicitou-se uma reflexão sobre
como tal processo afetou a cidade de São Paulo em 5 dimensões — “socioeconômicas, espaciais, políticas, cul-
turais e ambientais” — e uma análise do impacto da globalização em apenas duas delas, à escolha.
Como nos outros exames, o conhecimento de Geografia e História seria essencial para o desenvolvimento
da proposta.
Pressuposto
O conhecimento total ou parcial de como a “globalização” tem sido definida era imprescindível para a pro-
dução do texto. O termo se refere à aceleração de trocas entre os países em vários planos (econômico, social,
cultural e político) no final do século XX e começo do século XXI. Fruto da ideologia neoliberal, inicialmente o
processo se dá como necessidade comercial — intensificação das trocas —, tornando-se possível devido ao
barateamento dos meios de transporte, ao desenvolvimento tecnológico sem precedentes na área de comuni-
cação e ao funcionamento de um sistema financeiro interligado. No geral, destaca-se a desterritorialização:
• empresas transnacionais estabelecem metas considerando o mercado internacional;
• o acirramento da competição leva a fusões empresariais, empresas locais se aliam a transnacionais ou mesmo
são incorporadas;
• a oferta de crédito segue a lógica especulativa em escala global, aplicações financeiras migram indistintamen-
te de um país para o outro, conforme a lógica do lucro;
Encaminhamentos possíveis
Tendo conhecimento do conceito e de alguns aspectos destacados, o candidato deveria aplicá-lo ao que ele
percebe como efeito do processo no cotidiano da cidade de São Paulo, lembrando que poderia adotar um ponto
de vista de discordância ou de defesa em relação à globalização. Seguem alguns dos encaminhamentos possíveis.
Socioeconômicos
• São Paulo se tornou também uma cidade de serviços. Grandes empresas que atendem ao mercado globali-
zado necessitam de mão de obra ao mesmo tempo técnica e não-especializada, que extrapola o domínio
de conhecimento específico. Como consequência a cidade se torna um grande centro educativo-informa-
cional.
• São Paulo se tornou polo de feiras internacionais, o que cria oportunidades de empreendimento em diver-
sas áreas.
• A internacionalização da Bolsa de Valores de São Paulo tornou a cidade um grande centro financeiro.
• A cidade tornou-se um polo tecnicoinformacional. Isso significa que o conhecimento, cuja produção é muito
valorizada, está entre os seus bens culturais mais importantes. A área de telefonia internacionalizada abre
oportunidades de empregos e de desenvolvimento de projetos, assim como a área de informática, que, pela
sua desterritorialização, permite produção de projetos arrojados e individuais.
• Como consequência dessas mudanças, o conhecimento passa a funcionar como mais um fator de exclusão social.
Espaciais
• Os galpões industriais deram lugar a edifícios residenciais ou grandes projetos arquitetônicos que expres-
sam a grandeza das empresas alocadas em São Paulo.
• Acirrou-se a especulação imobiliária como grande negócio a ser explorado. A transformação em área nobre
da região da Marginal Pinheiros, antes desvalorizada, segue a lógica do capital globalizado, como se pode
observar nos projetos arquitetônicos que expressam a internacionalização.
• Espaços culturais diversificados se desenvolvem em determinados bairros da cidade: a Vila Madalena torna-se
lugar dos “descolados”; a nova Faria Lima, dos “sofisticados”; a baixa Augusta, dos “alternativos”. Processo
semelhante ocorre no plano da alta cultura, considerando-se museus, teatros e casas de espetáculos.
• Grandes casas de espetáculos, como o Credicard Hall, foram abertas seguindo a lógica de exploração da
área cultural, em que se prioriza o formato globalizado.
• Comercialmente, a cidade torna-se vitrine de produtos de consumo de valor internacional, o que deixa mar-
cas na paisagem urbana. Surgem grandes shoppings especializados em artigos de luxo, como a Daslu. O
processo de especialização do comércio, anterior ao da globalização, acelera-se. Certos bairros ou ruas con-
centram o comércio de determinados produtos: a Santa Efigênia, eletroeletrônicos; 25 de Março, roupas;
Rio Branco, produtos automotivos.
• Os fluxos financeiros de especulação imobiliária, ao se direcionarem para áreas antes desvalorizadas, criam
um paradoxo: erguem-se prédios de luxo ao lado de grandes favelas.
Ambientais
• A transformação da cidade segundo a lógica da especulação e da diversidade de interesses tem impacto
ambiental. Ao mesmo tempo que os mais privilegiados fogem para regiões do entorno da Grande São
Paulo, como Alphaville, também os excluídos avançam em direção às áreas verdes localizadas na periferia
da cidade.
• Intensificou-se o fluxo de transportes aéreo sem qualquer preocupação com as consequências sobre o meio
ambiente.
Culturais
• A cidade torna-se palco de espetáculos culturais segundo a lógica do mercado, importando formatos
globais, tais como o que se observa na peça “A Bela e a Fera”.
• O público sensível a tendências internacionais demanda uma cultura internacionalizada, levando à abertu-
ra de casas noturnas semelhantes às europeias e americanas, cuja música “eletrônica” reflete a globaliza-
ção cultural.
• Também os excluídos se apropriam de uma linguagem internacional para expressar seus problemas regionais;
o rap paulistano vai ocupando, na periferia, o lugar do samba e é utilizado para expressar a revolta da popu-
lação local.
• Museus e teatros para música erudita adotam políticas segundo a lógica de mercado. Há uma troca maior
entre produção nacional e internacional.
• Como resposta à globalização, observa-se também um processo de reação regionalizada. Grupos fazem
reviver manifestações consideradas “nacionais”, como é o caso do “samba da vela” na zona sul.
• Com tantas tendências, a cidade torna-se um polo cultural do ponto de vista da diversidade; todos os esti-
los podem ser encontrados, como se verifica na “Virada Cultural”.
• Como consequência da adoção da lógica da mercadoria, há um certo esvaziamento ideológico da produção
cultural. Prioritariamente, os bens culturais têm caráter de entretenimento, embora se possam encontrar
espaços específicos na cidade em que se tem contato com uma cultura mais crítica.
• Apesar da variedade e riqueza cultural, a exclusão inerente ao processo de globalização se dá também no
plano da cultura: os paulistanos da periferia não têm à sua disposição toda essa produção.
• O computador torna-se uma das ferramentas de produção e consumo cultural mais importantes. Na cidade,
observa-se uma obsessão pelos meios eletrônicos não só como possibilidade de entrar em contato com a
cultura global, mas como tipo de cultura, a eletrônica.
Políticos
• Diante de tais mudanças, a política não pode ser mais exercida nos moldes tradicionais. Do ponto de vista
do poder público, há que se atender a questões sociais e lidar com demandas empresariais que extrapolam
os limites da cidade. Do ponto de vista do cidadão, as reivindicações passam a ser exercidas por outros
atores sociais, como ONGs e órgãos de defesa.
• Na questão socioeconômica, é preciso adotar políticas que atenuem a exclusão criada pela globalização. O
investimento público em educação se torna essencial.
• Na questão espacial/ambiental, novamente o poder público deve ficar alerta para o risco anárquico do ca-
pital. A aprovação de um plano de organização do espaço urbano é essencial para que os efeitos negativos
da globalização possam ser atenuados.
• No plano cultural, tem-se observado a valorização da diversidade (vide “Virada Cultural”) e, ao mesmo
tempo, a preservação de um tipo de cultura regional. Novamente, o papel do poder público é importante
para a preservação de expressões culturais que não seguem a lógica do mercado.