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PREFEITURA DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTE, LAZER E CULTURA

PET COMEMORATIVO DO
BICENTENÁRIO DE
SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO

ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


A HISTÓRIA DESDE O PRINCÍPIO...

Durante o período colonial brasileiro, no século XVIII, foram encontradas minas de


ouro no interior da colônia. Com o início da exploração aurífera, surgiram pessoas de todas as
partes do reino para trabalhar na extração do metal precioso. A região era ponto de passagem
dos transeuntes, tropeiros e viajantes e pelas estradas que levavam até o interior de Minas
surgiram alguns povoados.
A Fazenda da Serra, de propriedade da família Antunes Maciel, assim como as
demais ao redor, carecia de um centro religioso para comunidade que era predominantemente
católica. Com esse fim, foi doado pela família em questão um terreno para construção de uma
capela devotada a São Sebastião. Conforme menciona em seu livro o memorialista José de
Souza Soares, isso ocorreu em outubro de 1821. Ao redor da primeira capelinha a vila
começou a tomar forma e incorporar mais e mais casinhas de famílias que se reuniam pelo
lugarejo. Aquele era o princípio de nosso município de São Sebastião do Paraíso.
Nessa época São Sebastião do Paraíso pertencia ao município de Jacuhy. A partir do
advento da independência política do Brasil em 1822, os pequenos núcleos urbanos começam a
se movimentar para elevar nível legalmente. Só em 1855 através de uma lei aprovada pelo
presidente da província de Minas Gerais é que se eleva ao nível de Freguesia. Em 1870 se torna
uma vila e em 1873 é elevada a cidade.
A vila começa a crescer, aglomerando mais casinhas, famílias, comerciantes com suas
festas, fé e muita história para contar!

A HISTÓRIA CONTADA PELOS NOSSOS ANCESTRAIS...

As fontes históricas são vestígios do passado que nos ajudam a entender um pouco
mais sobre a História. Tudo que o homem diz ou escreve, material ou imaterial, pode e deve
informar sobre ele. A utilização das fontes históricas, no entanto, requer o uso de método pelo
historiador. Ele precisa saber consultar a fonte histórica, daí vem a importância de um método.
Mesmo os documentos mais claros não falam por si mesmos, sendo necessário que o
historiador faça as perguntas corretas.
Dentre essas fontes históricas, algumas são tão importantes para humanidade que
exigem um grau de proteção bem maior. Ele é chamado de tombamento. A palavra é
utilizada no sentido de registrar algo que é de valor para uma comunidade, protegendo por
meio de legislação específica. Assim fica não somente proibido que esses bens culturais sejam
destruídos ou descaracterizados, mas também faz a promoção e divulgação da importância para
a comunidade daquele bem histórico.
Patrimônio é o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições
tanto materiais quanto imateriais, que formam um legado deixado pela população. Eles são
frutos da sociedade em que foram construídos, portanto nos leva a refletir sobre as formas de
organização social que nos trouxeram ao presente.

UM PASSEIO PELOS NOSSOS PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS...

Existem muitos outros patrimônios de riqueza histórica em nossa cidade, mas esses são
uma seleção dos patrimônios tombados. Eles contam com a proteção do bem assim como de
seu entorno, devem ser conservados, divulgados e utilizados para educação histórica e
patrimonial. O bem passa por ações diferentes até ser tombado. E o inventário é a primeira
forma para o reconhecimento da importância dos bens culturais e ambientais. Trata-se do
registro de suas características mais relevantes, histórico e significado.
Sobre os patrimônios materiais que temos em nossa cidade. Eles podem ser divididos
em categorias diferentes: bens imóveis, como as construções, bens móveis como os sinos e
conjuntos paisagísticos como os morros.

A seguir conheça todos os bens tombados até o momento da cidade:

Igreja Matriz de São Sebastião


▪ Onde fica? Praça Com. José Honório – Centro.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Localizada no mesmo lugar onde foi levantada a
primitiva capela, ponto inicial da comunidade
paraisense. A primeira construção foi iniciada em 1821
e passando por várias reformas até chegar ao estilo
arquitetônico atual que é de influência românica.

Igreja Nossa Senhora da Aparecida


▪ Onde fica? Praça Nossa Senhora Aparecida.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Construção de 23 de abril de 1933. Seu estilo realça
alguns elementos arquitetônicos e decorativos
influenciados pela arquitetura gótica. Constitui uma
homenagem à Padroeira do Brasil: “Nossa Senhora da
Conceição Aparecida”.

Igreja Nosso Senhor Bom Jesus da Guardinha


▪ Onde fica? Praça Com. José Alves de Souza Faleiros –
Distrito de Guardinha.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Com a ajuda de alguns vizinhos e amigos o fazendeiro
Francisco Daniel conseguiu construir a primeira
capelinha que, depois, foi aumentada. A construção foi
iniciada em 1927 e seu término se deu na década de 30.

Estação Ferroviária São Paulo e Minas


▪ Onde fica? Avenida Oliveira Rezende, 1300 – Vila Operária.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Prédio construído em 1911, seguindo o estilo ferroviário
inglês, funcionando como estação ferroviária da Estrada
de Ferro São Paulo e Minas, quando houve a fusão com
as Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, e integração à
Ferrovia Paulista S/A, seguida da desativação. Atualmente,
é sede administrativa do Corpo de Bombeiros.
Estação Ferroviária Mogiana
▪ Onde fica? Avenida Oliveira Rezende, 509.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ A antiga estação foi construída em 1914, a fim de dar
escoamento à produção de café, destinada principalmen-
te ao Porto de Santos, rumo aos países importadores.
Na década de 1990, a estação foi desativada. Em 2006,
foi feito restauro respeitando suas características arqui-
tetônicas. É sede da Casa da Cultura e Museu municipal.

Posto de Puericultura
▪ Onde fica? Rua Gedor Silveira esquina com Alferes Patrício.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Com estilo colonial, o notável imóvel foi fundado pela
LBA (Legião Brasileira de Assistência) aos 20 de março
de 1946. É de grande importância social, sendo base
para o combate à desnutrição e assistência à saúde da
criança parisiense. Hoje continua sendo essencial para
atendimento de saúde da população paraisense.

Escola Estadual Coronel José Cândido


▪ Onde fica? Travessa Ananias Alves Ferreira, 702 – Centro.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Inaugurada em 30 de junho de 1934, tendo como
patrono o Coronel José Cândido Pinto Ribeiro, que era
farmacêutico e clínico. Hoje é uma escola estadual de
Ensino Fundamental.

Escola Municipal Campos do Amaral


▪ Onde fica? Travessa Capitão Pádua, 984 – Centro.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ O Grupo Escolar Campos do Amaral foi instituído em
janeiro de 1916 sendo a primeira escola pública do
município. Em homenagem ao deputado José Luiz
Campos do Amaral a escola recebeu seu nome. Até 1997 a
escola pertencia ao estado e hoje é administrada pelo
município.

Escola Municipal Francisco Daniel


▪ Onde fica? Rua Com. José Honório, 188 – Guardinha.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ O prédio foi construído de 1927 -1933 , pelo Governo
Estadual para abrigar a “Escola Estadual Francisco Da-
niel”. O nome se trata-se de uma homenagem ao doador
das terras ao Senhor Bom Jesus, padroeiro do distrito de
Guardinha.
Antiga Caixa d’água
▪ Onde fica? Rua Placidino Brigagão, 1637.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Construído pela Prefeitura em 1898 para proteger o enorme
reservatório de água, destinada à população. Daí sua
primitiva denominação: “Prédio da caixa d'água”. A caixa
d'água deixou de ter sua função e o prédio foi adaptado para
nele ser sediado o Museu Histórico Municipal em 1971.
Desde 2002, o prédio vem sendo utilizado como seda da
APC (Academia Paraisense de Cultura).

Morro do Baú de Santa Cruz


▪ Onde fica? Rodovia MG 050 – Km 400.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Por muitos anos houve uma tradicional festa anual
comemorada ao redor da Capela da Santa Cruz que
fica no alto do morro. A peregrinação com pagamento
de promessa era tradicional. O morro é considerado
parte do conjunto paisagístico tombado no município.

Morro do Baú de Santa Terezinha


▪ Onde fica? Área rural com acesso pela estrada do “Liso”.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Na década de 1950 havia cruzeiro no morro. O que
motivava os romeiros a fazerem promessas
peregrinando até seu topo. Na década seguinte a cruz
foi destruída devido ao alastramento de uma
queimada. Hoje faz parte do conjunto paisagístico e
está referenciado no brasão da cidade.

Sinos da Igreja Matriz de São Sebastião


▪ Onde ficam? Na Igreja Matriz, Praça Com. José Honório.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Os 3 sinos foram uma doação de Dolores Pimenta em
cumprimento a uma promessa enquanto viajava pela Euro-
pa no final da década de 1920. Foram adquiridos em Milão,
na Itália e, na década seguinte, foram trazidos a Paraíso. Teve
de ser feita nova torre para suportar a magnitude dos sinos.

Instituto Monsenhor Felipe


▪ Onde fica? Avenida Ângelo Calafiori, 443.
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Tombado.
▪ Inaugurado em outubro de 1945, em estilo
predominantemente eclético, em forma de “U”, tendo
por finalidade acolher meninas desabrigadas. Guarda
suas características originais, e atualmente está em
processo de restauração para instalar um hotel.
PROTEGER E GUARDAR NOSSOS PATRIMÔNIOS IMATERIAIS...

Os patrimônios imateriais são aqueles referentes às práticas e domínios da vida social


que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão
cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que
abrigam práticas culturais coletivas).
Conheça alguns patrimônios culturais imateriais de nossa cidade:

Congada e Moçambique
▪ Tipo de proteção: Inventariado e Registrado.
▪ A festa da Congada Paraisense é uma festividade de
cunho religioso e cultural e se constitui enquanto festa
afrodescendente, que rememora uma homenagem a uma
corte negra. Acontece no município desde os primórdios
da fundação da cidade e instituição da primeira Igreja
em homenagem a Nossa Senhora do Rosário em 1850. O
cortejo formado pelos devotos faz desfile e festa que
também reúne pessoas de todas as partes para
acompanhar a tradicional festa.

Ipês
▪ Tipo de proteção: Inventariado.
▪ A exuberância, a quantidade e variedade dos ipês
que enfeitam nossa cidade a fez garantir o título
de “Cidade dos Ipês”, reafirmada pela Lei
Municipal n° 750 de 1968 que oficializa o
cognome distrital a partir da árvore natural do
domínio morfoclimático do cerrado brasileiro o
qual nos encontramos.

Folias de Reis
▪ Tipo de proteção: Inventariado.
▪ De acordo com a tradição religiosa, após o nascimento,
Jesus teria recebido a visita de Três Reis Magos. Os
grupos organizados fazem a visitação a casas da
comunidade para levar alegria e fé. Cantam e tocam
músicas de homenagem aos Reis Santos e ao menino
Jesus. São acompanhados de palhaços que fazem a
proteção do cortejo.
ATIVIDADES:

1) Depois de ler os textos vamos usar o seu conhecimento para completar a cruzadinha:
1. Nome do local onde se fica a Escola Municipal Francisco Daniel.
2. Situação de proteção dos Ipês como patrimônio imaterial.
3. Função antiga do prédio onde hoje fica o Corpo de Bombeiros.
4. Nome da Estação Ferroviária onde hoje se localiza a Casa da Cultura de nosso
município.
5. Último nome da primeira escola pública de São Sebastião do Paraíso.
6. Função antiga do prédio onde é hoje a Academia Paraisense de Cultura.
7. Tradicional festa paraisense em que ocorrem desfiles entre os dias 26 e 30 de
dezembro.
8. Eles são os únicos patrimônios tombados de Paraíso que são materiais e móveis.
9. Formato do morro tombado como patrimônio paisagístico de Paraíso.
10. Local em que geralmente você vai para tomar vacinas: Posto de ...
11. Maior tipo de proteção de patrimônios materiais.
12. É o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições tanto
materiais quanto imateriais, que formam um legado deixado pela população.
13. Tipo de cortejo que envolve dança ligada à uma festividade religiosa em que usam
intrumento musicais chamados gungas (espécie de latinhas amarradas ao
tornozelo).
2) Jogo enigma
Eu conheço esse lugar! Apresentamos detalhes da arquitetura de São Sebastião do
Paraíso. Você buscará em sua memória e dirá de que lugar é relacionando as colunas:

( )Estação Ferroviária Mogiana/Casa da


Cultura
1.

( ) Antiga Caixa d’água/Academia


2. Paraisense de Cultura

( ) Posto de Puericultura
3.

( ) Prédio dos Correios


4.

( ) Igreja Matriz de São Sebastião


5.

( ) Escola Municipal Campos do Amaral


6.
3) “Entrevistas dos 200 anos de Paraíso”

A história não é feita somente por grandes personalidades de destaque, ela é construída
por todos nós de forma coletiva. Muitas vezes estamos mais próximos do que imaginamos
desse conhecimento.
Vamos ser pesquisadores do passado da cidade? Você fará uma entrevista com uma
pessoa mais velha da sua família ou comunidade, podem ser seus avós, tios... Escolha uma
pessoa que saiba falar sobre os 200 anos de Paraíso.

Organize-se:
 Pense sobre as perguntas que irá fazer e anote-as em um papel.
 Você pode ter o auxílio de uma câmera ou gravador durante a entrevista,
mas não é obrigatório.
 Foque em um assunto sobre o qual queira saber mais, exemplo: Como eram
as ruas ou comércio antigo da cidade? Como era a escola em que foi
alfabetizado? Como eram os meios de transporte? Como eram as festas que a
família participava? Quais os acontecimentos marcantes de Paraíso?
 Use sua curiosidade para fazer as perguntas: pense sobre o que o
entrevistado tem saudade, quais as coisas que aprendeu e passa para
gerações futuras, quais coisas se modificaram muito com o tempo, etc.

Escolha as melhores perguntas e respostas da sua entrevista e transcreva em


uma folha com as recomendações de seu (ua) professor (a). Compartilhe com seus
colegas os resultados de sua entrevista!

Referências Bibliográficas:
▪ Acervo de Fotos da Casa da Cultura de São Sebastião do Paraíso.
▪ BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar,
2001.
▪ Foto Morro do Bau - Xico Lanches
▪ Foto dos ipês - Wilian Jackson
▪ http://www.iepha.mg.gov.br/
▪ http://portal.iphan.gov.br/
▪ http://www.jornaldosudoeste.com.br/
▪ SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG). Prefeitura Municipal. Inventário do Patrimônio
Cultural – IPAC. São Sebastião do Paraíso, 2021.
▪ SOARES. José de Souza. São Sebastião do Paraíso e sua História. São Sebastião do
Paraíso. 1945.

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