Você está na página 1de 12

No popular

Construtoras precisam resolver no projeto, e com


economia, o desafio de impermeabilizar obras com
pequenos orçamentos. Os materiais utilizados são os
mesmos usados em obras mais caras, mas em menor
quantidade. Às vezes, impermeabiliza-se menos do que
o necessário
 
Produtos e sistemas de
impermeabilização para habitação
popular são os mesmos de um
condomínio de alto padrão. Se há
alguma diferença, está na quantidade
de material utilizado, como, por
exemplo, no número de camadas de
uma manta. Mas também o projeto
faz diferença nessa etapa."Em uma
casa de padrão superior há mais
lajes, mais ralos de saída de água. Na
habitação popular, tem ralo apenas
no banheiro e na cozinha", compara
Michel Haddad, consultor técnico da
Sika, explicando a diferença no custo
por metro quadrado de área
impermeabilizada. Nos dois casos, os As mantas são mais utilizadas nas
cuidados são os mesmos, mas não as coberturas de edifícios do que de casas
áreas a serem trabalhadas. A busca
pelo baixo custo deve começar no projeto de impermeabilização. Nele, pode-se
adequar as áreas a serem impermeabilizadas e especificar materiais compatíveis
com o custo da obra. Tudo depende do projeto arquitetônico. A partir daí avalia-se
o uso do local e os materiais que atendem às necessidades, considerando-se a
facilidade de aplicação e o custo. "Se uma laje protege todo o andar de baixo,
pode ser feita uma impermeabilização em base asfáltica", explica Sérgio Pousa,
arquiteto e diretor da Proiso.

"Se houver um telhado e pequenas áreas de


cobertura, pode-se trabalhar com mantas
asfálticas ou resinas acrílicas", explica. Os
sistemas asfálticos são mais duráveis que os
cimentícios, portanto são mais indicados
para áreas externas, como coberturas. Esses
resistem mais às interferências térmicas e às
movimentações estruturais do que em
pavimentos internos. "Cimentícios são mais
utilizados em áreas internas", completa
Pousa. As companhias estaduais e
municipais de habitação, como a CDHU
(Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano do Estado de São Uma das grandes vantagens da
Paulo), pedem um projeto específico de
emulsão asfáltica é a facilidade de
aplicação
impermeabilização, o que "não é tão normal por conta do baixo custo", diz Pousa.
Apesar de o custo da impermeabilização não ser muito significativo, costuma-se
ainda dar pouca atenção a essa etapa ou mesmo omitir a impermeabilização onde
seria necessária. "Normalmente, em habitações populares, as construtoras têm
que apertar o custo em algum ponto. Então se impermeabiliza o mínimo possível",
lamenta Anderson de Oliveira, engenheiro civil e coordenador técnico da Lwart. A
falta de impermeabilização - está provado - compromete a durabilidade do
empreendimento. Armaduras com baixo cobrimento de concreto, por exemplo,
onde seria necessário algum sistema de impermeabilização, podem entrar em
contato com a água e, ao sofrer corrosão, expandir e estourar elementos
estruturais. Também podem ocorrer manchas nas paredes, destacamento do piso,
formação de limo e bolores, entre outras patologias.
Norma de desempenho
A NBR 15.575 (Edifícios Habitacionais até
Cinco Pavimentos - Desempenho) determina
aspectos de durabilidade que dependem da
impermeabilização, mas restringe-se a citar
as normas prescritivas existentes. Os
projetos que já atendem a essas normas não
foram afetados com a Norma de
Desempenho. Anderson de Oliveira acredita
que as construtoras deverão ser mais
cobradas a observar a longevidade da
estrutura e a segurança das fundações no
que depender da impermeabilização. Mantas
em geral são mais fáceis de aplicar, geram
menos sujeira, e as sobras podem ser Banheiros e áreas molháveis em
aproveitadas em outra obra, na primeira
geral recebem cimento polimérico
camada ou sobre camada já existente. A
impermeabilização com emulsão, porém, requer mão de obra bem mais preparada
para preparar a superfície e garantir a espessura adequada da camada aplicada,
requerendo mais de uma demão. Menos comuns, as mantas de polipropileno
requerem uma instalação precisa, sem enrugamentos. "Há muitas telas no
mercado mas poucas atendem à norma", diz Flávio de Camargo, integrante do
Grupo de Trabalho de Assistência Técnica
do IBI (Instituto Brasileiro de
Impermeabilização) e coordenador técnico
da Denver Impermeabilizantes.
Fundações
Nas fundações, o princípio é impedir que a
umidade do solo entre em contato com o
material. Para construção de casas
populares, quando o solo permite, a
construção de radier é mais recomendada.
Nesse caso, em vez de impermeabilização,
executa-se um sistema de drenagem sob
esse tipo de laje. Em contato com o solo,
pode ser aplicada uma manta de
polipropileno que impede a subida da água A vantagem de um sistema pré-
por capilaridade, antes da camada de brita e fabricado é a garantia da espessura
da concretagem. As paredes externas não do produto e também limpeza no
devem entrar em contato com o solo, e a canteiro
interface com o radier, onde formam juntas com esse, devem receber emulsão
asfáltica até a meia altura ou argamassa polimérica. Caso a água da chuva que
incide sobre a parede venha a se infiltrar poderá fissurar o radier. Quando os
edifícios são suportados por sapatas de concreto, podem prescindir de
impermeabilização, caso o concreto seja de baixa permeabilidade. Quando o
edifício se encontra em um terreno que não é plano e tem vários níveis, são feitas
paredes de encosta, em contato com o solo e que precisam ser
impermeabilizadas. O ideal é que a impermeabilização seja feita pelo lado externo,
trabalhando por pressão positiva. Nesse caso, aplica-se membrana ou manta
asfáltica, por serem flexíveis.

Quando não há condição técnica de executar ou fazer o acesso pela área externa, a
impermeabilização é feita pelo lado interno, por "pressão negativa". O material utilizado
deve ser rígido, por exemplo, como o cimento polimérico. "Como a água percola a parede,
formaria bolhas em um produto flexível", explica Camargo. "É necessário um produto
rígido, para ter alta aderência e não se destacar." A quantidade de material usado é um
pouco maior do que se usa na alvenaria, cerca de 4 kg/m2. As paredes externas devem
ser impermeabilizadas até a altura de 1 m no lado externo e 0,5 m no interno, para evitar
infiltração de água por capilaridade, mais 0,20 no piso. Um produto bastante utilizado é o
cimento polimérico, bicomponente, aplicado em forma de pintura na proporção de 3 kg/m2.
Áreas internas
Nos edifícios populares, o andar térreo
geralmente possui estacionamento ou salão
de conveniências. Nesse caso, são
impermeabilizadas as áreas molháveis e
depósito de materiais de limpeza, se houver,
e os baldrames, geralmente com cimento
polimérico. Nas áreas internas
impermeabilizam-se as áreas dos banheiros
e áreas frias (molháveis) também com
cimento polimérico. Além do baixo custo, o
critério é a facilidade de aplicação, em forma
de pintura sobre tela de poliéster. A manta
asfáltica não é utilizada em banheiros. Ela
requer uma argamassa para receber No terraço também pode ser usado
acabamento e isso pode aumentar o custo.
cimento polimérico, produto de fácil
Com cimento polimérico, o azulejo pode ser
assentado diretamente. O ideal, porém, aplicação
segundo Pousa, é impermeabilizar a
estrutura, que recebe um contrapiso e o acabamento cerâmico. "A maioria das
obras trabalha com laje zero e não tem cota para receber uma impermeabilização
mais robusta e que exige proteção mecânica", conta Camargo. As marquises, por
sua vez, geralmente recebem emulsão acrílica, que são brancas e podem ficar
expostas ao sol. "Se houver tráfego sobre a laje", explica Oliveira, "é feito um
contrapiso como proteção mecânica, para proteger dos esforços sobre ela". Nos
casos onde houver contrapiso, pode ser utilizada emulsão ou manta asfáltica.

Cobertura
Aqui também há diferenças entre casas e edifícios populares. Se há telhado na casa, não
é necessário impermeabilizar a laje superior. Se a laje é exposta, utilizam-se bastante as
mantas e membranas asfálticas e resinas acrílicas. São áreas de menor solicitação. "A
membrana é menos utilizada por uma questão de prazo, pois exige várias demãos com
intervalo de tempo de secagem e o teste de estanqueidade", conta Camargo. Nas
coberturas dos edifícios do tipo lajes expostas, as áreas são maiores que nas casas.
Portanto, além da praticidade, a produtividade é importante. A manta asfáltica é o material
que melhor cobre esses critérios. As convencionais precisam de uma proteção mecânica,
de argamassa. "A autoprotegida, com alumínio ou ardósia, não tem essa necessidade e
pode ser viável economicamente", diz Pousa.

"A laje de concreto pode ter ganho de custo com utilização de membrana líquida que tenha
característica de refletir os raios solares, o que traz também um conforto térmico", diz
Michel Haddad. Tais membranas podem ser de base acrílica, de poliuretano ou híbridas,
com ambos os materiais. Na laje de cobertura do edifício, além da impermeabilização
também vem sendo executado isolamento térmico, o que proporciona conforto aos
moradores e economia de energia elétrica devido a, por exemplo, um ar condicionado. "O
gradiente de temperatura fica menor, e há menos fissuração. Isso traz maior durabilidade à
impermeabilização", comenta Camargo. Podem ser usadas placas de EPS (poliestireno
expandido ou moldado) de alta densidade. 

A cobertura de áreas técnicas, como casas de máquinas ou reservatórios, deve ser


impermeabilizada. Para caixas d'água e caixas de água de reúso em áreas térreas e
subsolos é utilizado cimento polimérico. Nas caixas superiores, sujeitas à movimentação, é
usada uma camada de resina termoplástica com reforço em tela de poliéster, que forma a
membrana impermeabilizante. Nos barriletes, lajes de apoio para os reservatórios, pode
haver caixas d'água de concreto ou reservatórios de fibra. Em ambos os casos, é usado
um cimento polimérico com reforço em tela de poliéster: "é um material mais barato e
atende às necessidades", comenta Pousa.

Fachadas
"A área mais sujeita à infiltração, na verdade, são as fachadas", diz Camargo. "A grande
vantagem da fachada é sua posição perpendicular, que favorece o escoamento da água
de chuva. Mas, se apresentar fissuras ou descontinuidades, vai haver infiltração", alerta.
Pode ser utilizada uma pintura impermeabilizante nas paredes externas, de base acrílica,
que forma uma película flexível. "Muitas vezes o reboco é pobre em cimento, o que o torna
mais poroso e com alta absorção às batidas de chuva", conta Camargo. 

Essa pintura impermeabilizante também pode ser usada para remediar um problema de
absorção de água já iniciado. A vedação das esquadrias também é crítica. Se houver
problema de vedação o material pode deteriorar, principalmente se for esquadria metálica.
Assim, deve ser feito um selamento, geralmente com mástique. Os acrílicos não terão boa
aderência ao metal, o que já não ocorre com os de base poliuretano. Se houver terraço,
também pode ser usado cimento polimérico. Para Pousa, não há necessidade de utilizar
outro tipo de material: "ele é ótimo se bem aplicado, e pode ser utilizado em todas essas
áreas".

Volume

A impermeabilização com emulsão é feita com três a quatro demãos, depende da


aplicação. Medir pela massa é mais eficiente que pelo número de demãos, pois a
quantidade não está sujeita à variação da aplicação da mão de obra. Calcula-se a
quantidade que deve ser utilizada para formar a película impermeabilizante, e aquela
quantidade tem que ser usada.

Proteção

Algumas obras populares são construídas em locais que serviram de aterro, locais sem
rede de esgoto ou sobre lençol de água contaminada. Nesse caso, pode ser feita uma
proteção mecânica no concreto. Não se trata de uma impermeabilização, mas de uma
proteção, que pode ser feita com pintura asfáltica sobre o concreto, protegendo-o de
ataques químicos.
Alguns produtos
Tinta impermeabilizante
O Denvercril Parede é uma tinta impermeabilizante à base de resina acrílica, flexível e
monocomponente. Indicado para argamassa de revestimento, concreto, tijolos e alvenaria.
Resiste à ação dos raios ultravioleta, não fissura e acompanha a dilatação do substrato.
Denver

www.denverimper.com.br

 (11) 4711-6000

Emulsão asfáltica
A emulsão asfáltica Denverlaje Preto deve ser aplicada a frio e atende às necessidades de
proteção em lajes de pequenas proporções, como terraços, marquises e cobertura de
áreas frias.
Denver

www.denverimper.com.br

 (11) 4711-6000

Argamassa polimérica
O Denverpren 100 é uma argamassa polimérica impermeabilizante bicomponente, à base
de cimento, agregados minerais inertes, polímeros acrílicos e aditivos. Pode ser aplicada
diretamente sobre concreto, argamassa e alvenaria. Pode ser usada em  áreas frias, poço
de elevador,   piscina, paredes, reservatório de água  e outros.
Denver

www.denverimper.com.br

 (11) 4711-6000

Manta autoadesiva
A Manta Alicerce Auto-Aderente é própria para aplicação a frio, sem necessidade de
aquecimento. Foi desenvolvida para impermeabilização em alicerces, baldrames,
fundações, juntas de dilatação e reforços de rodapés. A alvenaria pode ser executada
imediatamente após a aplicação.
Lwart

www.lwartquimica.com.br

0800-727-4343

Manta líquida
O Sikalastic 560 é uma manta de aplicação líquida moldada in loco, composta por
poliuretano e acrílico. Próprio para impermeabilização de lajes, amianto, metal e
fibrocimento. Sua cor branca reflete os raios UV e confere a classificação de eficiência
energética de Energy Star. O produto é à base de água e livre de solventes.
Sika
www.sika.com.br

Revestimento semiflexível
Para impermeabilização de baldrames, cortinas, poços de elevadores e estruturas sujeitas
a infiltração de lençol freático, o Viaplus Top é um revestimento semiflexível, bicomponente
à base de cimentos especiais, aditivos minerais  e polímeros de características
impermeabilizantes. Resiste a até  60 mca.
Viapol

www.viapol.com.br

(11) 2107-3400

Aditivo mineral
Aditivo impermeabilizante mineral, o Viapol Contra Umidade pode ser misturado às
argamassas ou concreto, agindo por hidrofugação dos capilares, interrompendo o
desenvolvimento da umidade em áreas abaixo do nível do solo. Segundo o fabricante, sua
aplicação não altera o tempo de cura dos materiais e não causa eflorescências. 
Viapol
www.viapol.com.br

(11) 2107-3400

Resina sintética
O Bianco é uma resina sintética, composta de um copolímero compatível com o cimento,
que aumenta a impermeabilidade e evita a retração da argamassa. Proporciona aderência
aos substratos, conferindo maior elasticidade e resistência a desgastes e choques. Pode
ser usado em chapisco (inclusive EPS), rejuntamento, plastificante  para gesso.
Vedacit/Otto Baumgart

www.vedacit.com.br

(11) 2902-5555

Emulsão à base de água


O Betol Ecológico é uma emulsão asfáltica à base de água, pronto para uso. Pode ser
aplicado com substrato úmido e como material de preenchimento ou primer para mantas
asfálticas. Seu rendimento é de 300 a 500 ml/m².
Mactra

www.mactra.com.br

(11) 4538-7744

Impermeabilizante bicomponente
O impermeabilizante semiflexível Mactraset é feito de resina acrílica e argamassa pré-
fabricada. O produto é formado por dois sacos de pó e somente dois de resina, enquanto
outros impermeabilizantes possuem cinco. Não é necessário adicionar água, é aplicado
em forma de pintura.
Mactra

www.mactra.com.br

(11) 4538-7744

Emulsão solúvel em água


Utilizado para impermeabilizar concreto e argamassas por hidrofugação, o Mactra 2000 é
uma emulsão solúvel em água com fórmula mineral. Segundo o fabricante, não perde as
propriedades com o tempo. Indicado para reboco e revestimentos impermeáveis, caixas
d'água, subsolos, piscinas e pisos em contato com o solo.
Mactra

www.mactra.com.br

(11) 4538-7744

Você também pode gostar