Estudante: Káren Cristina Pereira do Nascimento (2019200812)
Professora: Raquel de Oliveira Pedro Garbelotti Campo ampliado da Escultura
● Fichamento do texto de Rosalind Krauss
Com o passar dos anos as esculturas realizadas pelos artistas modificaram
sua forma compreendendo desde linhas no deserto a espelhos, ou seja, as mais variadas formas e ideias se tornaram escultura. As modificações sofridas pelo termo “escultura” e “pintura” ampliaram seus significados e o historicismo passa a atuar sobre as novidades nesses campos. Nos anos 60 e 70 eram consideradas esculturas os mais variados tipos de objetos como: Terra, árvores, pedras e lixo, trazendo assim cada vez mais complexibilidade ao conceito de escultura. O papel dos críticos/historiadores foi de grande importância para legitimar essas esculturas ligando-as a acontecimentos históricos. O conceito de escultura, que até então era pensado para designar um conjunto de obras similares, começa a se ligar aos mais diversos tipos de escultura, dessa forma o termo entra em colapso, sendo possível olhar para uma obra e não saber dizer ou verificar o que faz com que ela seja considerada como escultura. O conceito de escultura possui suas regras sendo parecida com o conceito de monumento. A escultura ocupa um local de forma simbólica, sendo um marco, sua posição no espaço é vertical, etc, porém esse conceito se modificou. As mudanças podem ser observadas nesses dois exemplos: “Portas do inferno” e "Estátua de Balzac", ambos de Rodin. As portas deveriam ser colocadas em um museu de arte decorativa e a estátua deveria ficar localizada em Paris. O fracasso dessas obras como monumento encontra-se no fato de as mesmas não estarem nos locais planejados na produção e também por existirem outras versões do mesmo objeto em outros museus. O monumento necessita do seu local fixo para que não se perca seu lugar, sendo este o marco modernista onde o objetivo era a abstração e o sem lugar, mudando assim o significado e função da obra. A escultura modernista é mutável. A escultura no modernismo perde seu pedestal e busca afastar-se do local antes reservado à escultura. Em “Galo” de Brancusi a base é gerador da parte figurativa, em “Coluna sem fim” a escultura e a base são o mesmo. A base na escultura modernista é móvel, marcando um trabalho sem lugar fixo. Próximo dos anos 50 a escultura modernista se mostrou cada vez mais negativa (no sentido em que para se chegar a classificar uma obra como escultura uma série de eliminações eram feitas). Nos anos 60 a escultura era tudo o que se podia colocar em frente a um prédio, estar na paisagem porém não ser paisagem. Um dos exemplos de esculturas dos anos 60 são as caixas espelhadas expostas ao ar livre de Robert Morris. As caixas parecem pertencer a paisagem pois é possível acompanhar a continuidade das árvores e da grama porém as caixas não não são paisagem. A escultura se torna a combinação de exclusões, sendo a não-paisagem e a não-arquitetura termos de exclusão que expressam o construído e o não-construído, cultural e natural. No final dos anos 60 os termos de exclusão foram alvo dos artistas transformando-os em expressões positivas, sendo a não-arquitetura uma paisagem e a não-paisagem a arquitetura. O campo ampliado surge a partir da problematização das oposições onde a escultura modernista se encontra suspensa. Alguns artistas que pensaram a ampliação da escultura são: Robert Morris, Robert Smithson, Sol Lewitt, Bruce Nauman, Walter de Maria, entre outros nomes, fazendo parte assim do pós-modernismo. Podemos observar a combinação da não-paisagem com a paisagem em obras como “Spiral Jetty” (1970) de Smithson onde se faz uso o termo “locais demarcados” estando ligado a marcas feitas em locais, sendo estes permanentes ou não. Artistas que exploraram a arquitetura juntamente com a não-arquitetura foram Robert Irwin, Bruce Nauman e etc. Nesses trabalhos existem intervenções nos espaços da arquitetura através de desenhos, ou uso de espelhos como no caso de Morris e a fotografia pode ser considerada local demarcado. A práxis pós-modernista possibilita o uso dos mais variados meios de expressão, dessa forma se cria uma rede muito maior de possibilidades de ações.
● Como você entende a espacialidade em dois trabalhos citados por
Krauss?
-“Mirrored Cubes” (1965) Robert Morris;
A espacialidade na obra “Mirrored Cubes” (1965) é observada nos espelhos que refletem a paisagem. A espacialidade dessa obra é independente do local onde ela se encontra, os espelhos trazem a sensação de continuação do espaço onde se encontram onde quer que estejam sendo essa sua espacialidade.
-”Spiral Jetty” (1970) Robert Smithson;
A espacialidade da obra “Spiral Jetty” (1970) é o local demarcado onde o artista interferiu na paisagem natural criando a espiral na água. O registro em vídeo da obra nos traz uma ideia de sua dimensão, o que auxilia a entender a sua espacialidade. ● Banco de Imagens das obras citadas no texto:
-“Perimeters/Pavillions/ Decoys” de Mary Miss (1978);
-”Coluna sem fim” de Brancusi;
-Estátua de Marco Aurélio Campidoglio;
-“Portas do inferno” de Rodin;
-"Estátua de Balzac” de Rodin;
-”Mirrored boxes” de Robert Morris (1965);
-"Spiral Jetty” de Robert Smithson (1970);
-”Double negative” de Michael Heizer (1960);
-”Yucatan Mirror Displacements” Robert Smithson (1968);