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KRAUSS, Rosalind E. Sculpture in the expanded field.

IN The Originality of the


Avant-Garde and Other Modernist Myths. London, England:Cambridge,
Massachusetts: MIT Press, 1986 (p.276-290)

Publicações em Português:
▪KRAUSS, Rosalind. A escultura no campo ampliado. Revista Gávea. N. 1. Rio
de Janeiro:PUC-RJ, 1984. (87-93) Tradução:Elizabeth Carbone Baez

▪Reedição- Revista Arte&Ensaios nº 17 (2008)


http://www.canalcontemporaneo.art.br/livraria/archives/002408.html

▪On-line: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais EBA •


UFRJ • ano XV • número 17 • 2008
http://www.eba.ufrj.br/ppgartesvisuais/revista/e17/Krauss.pdf
Historicismo
Escultura é um termo cultural.
Pós-Guerra – Critica americana
“Apesar do uso elástico de um termo
como escultura ser abertamente usado
em nome da vanguarda estética –
ideologia do novo – sua mensagem
latente é aquela do historicismo.”
(2008-p.129)
Historicismo
•evolução
•similitude
Minimalismo - Construtivismo

“Não importava que o conteúdo de um não tivesse


nada a ver com o conteúdo do outro e fosse de
fato o seu oposto.
[...]Não importava que as formas construtivistas
pretendessem ser prova visual da lógica imutável e
da coerência de geometrias universais, enquanto
que os minimalistas, aparentemente seus
similares, demonstrassem ser algo eventual,
indicando um Universo sustentado por cordas de
arame, cola ou pelas contingências da força da
gravidade e não da Mente.” [2008:130]
Naum Gabo
Cabeça de mulher 1916–17
Celulóide e metal
Medidas:62.2 x 48.9 x 35.4 cm
Museum of Modern Art, New York
Naum Gabo, Model for Constructed Head no. 3
(Head in a Corner Niche), 1917
Cardboard. 61 x 48.5 x 34.5 cm
Collection Annely Juda Fine Art, London
Naum Gabo
Constructed Head No. 2, 1916
Stainless Steel
Vladimir Tatlin, Installation at "0.10. The Last Futurist Exhibition", Petrograd, December 1915
Wladimir Tatlin, Relevo de canto, 1915, Ferro, alumínio e base, Medidas:78,8 x 152,4 x 76,2 cm.
(Destruído; reconstrução feita por Martyn Charlk, 1966-1970, a partir de fotografias do original)
Fischer Fine Art Ltd, Londres. (Foto Cuming Wright-Watson Associates Ltd)
Vladimir Tatlin, “Contra-Relevo”, Exposição no Vladimir Tatlin
Museu Russo de Leninegrado, 1927 Corner Counter-relief, 1914
Iron, copper, wood, and strings.
71 x 118 cm
LISSITZKY, Proun V, 1923, Lithograph on firm, smooth wove paper
El Lissitzky, Espaço PROUN, Berlim, 1923 (reconstrução 1965)
Donald Judd, Sem título, 1966
Ferro galvanizado e aluminio pintado
101,6x482,6x101,6
Norton Simon Museum Pasadena

Donald Judd, Sem título, 1966


Aço pintado
121,9x304,8x304,8
Whitney Museum of American Art, New
York
Donald Judd/ 1967
Stonehenge - Planície de Salisbury, Inglaterra Fileira de Nazca
(aprox. 3000 a.C)

“O crítico/historiador, através de uma prestidigitação mais abrangente, passou a


construir suas genealogias em termos de milênios e não de décadas. [...]
legitimando, desta forma, seu estatutos como escultura.” [Krauss,2008:130]

(Stonehenge, Quadras de esportes Toltecas, Fileira de Nazca, Cemitérios dos


índios)
Brancusi, “A mesa do silêncio”, “A porta do Beijo”, “A coluna infinita”(1937). Tîrgu Jiu,
sudoeste da Romênia. Esculturas alinhadas em torno de 1,5 Km, cruzando a cidade.
“O termo escultura, que pensávamos resguardado, começou a se
tornar obscuro. Havíamos pensado em utilizar uma categoria
universal para autenticar um grupo de singularidades; mas esta
categoria, ao ser forçada a abranger campo tão heterogêneo, corre
perigo de entrar em colapso.” [Krauss,2008:131]

“Entretanto eu diria que sabemos muito bem o que é uma


escultura. Uma das coisas aliás que sabemos é que escultura
não é uma categoria universal mas uma categoria ligada à
história. [...] Tem sua própria lógica interna, seu conjunto de
regras, as quais, ainda que possam ser ampliadas a uma
variedade de situações, não estão em si próprias abertas a uma
modificação extensa” [Krauss,2008:131]
Lógica do Monumento

•Representação comemorativa
•Se situa em um determinado local
•Fala de forma simbólica sobre o significado ou uso deste local

“As esculturas funcionam portanto em relação à lógica de


sua representação e de seu papel como marco; daí
serem normalmente figurativas e verticais e seus
pedestais importantes por fazerem a mediação entre o
local onde se situam e o signo que representam.”
[Krauss, 2008:131]
Estátua eqüestre de Marco Aurélio, no centro do Campidoglio,
Bernini, Estátua Conversão de
Constantino, 1654-1970
Plataforma principal, pórtico da
Basilica de São Pedro, entre dois
lances de escada da Scala
Regia, a entrada cerimonial para
o Palácio Vaticano. Em geral
inacessível ao público.
Final do século XIX - Transitorialidade

As três sombras, 1880 (192cm) Museu


Rodin Paris

Porta do inferno, 1880-1917, bronze,


5,48x3,65x0,83m, Philadelphia Museum of Art
Balzac, Museum of Modern Art Balzac (Auguste Rodin) at the Musee Rodin.
ESCULTURA MODERNISTA

“[...] a produção escultórica do período modernista vai operar em


relação a essa perda de local, produzindo o monumento como uma
abstração, como um marco ou base, funcionalmente sem lugar e
extremamente auto-referencial.

Monumento abstração
Auto-referencial
▪Condição mutável de seu significado e
função
▪Representação dos seus materiais ou
processos de sua construção
▪Expõe sua própria autonomia
▪Base – Vira feitiche, absorvendo o
pedestal para si e retirando-o do seu
lugar específico.
Brancusi, O galo, 1924,
Nogueira (91,8x31,8cm)
Coleção do Museum of Modern Art, New York
Brancusi, “A coluna
infinita”(1937). Tîrgu Jiu,
sudoeste da Romênia
Brancusi,
Adão e Eva, 1921
Carvalho, Nogueira, calcário (299cm)
Solomon R. Gugenheim Museun, New York
Brancusi, O começo do mundo, 1924
Bronze polido: 27cm
Museu Nacional de Arte Moderna, Paris, ateliê
de Brancusi
BRANCUSI, Constantin, Vue de
l'atelier vers 1925, Photo
Brancusi.
“Nos anos 50, Barnett Newman disse: ‘Escultura é aquilo com
que você se depara quando se afasta para ver uma pintura.’
A respeito dos trabalhos encontrados no início dos anos 60,[...]
era tudo aquilo que estava sobre ou em frente a um prédio que
não era prédio, ou estava na paisagem que não era paisagem.”
[Krauss, 2008:132]

“Neste sentido, a escultura assumiu sua total condição de lógica


inversa para se tornar pura negatividade, ou seja, a combinação
de exclusões. Poderia-se dizer que a escultura deixou de ser algo
positivo para se transformar na categoria resultante da soma da
não-paisagem com a não-arquitetura.” [Krauss, 2008:133]

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Disciplina: ESCULTURA, OBJETO E MULTIMÍDIAS. (Profa. Tetê Barachini )
Robert Morris, Instalação na Green Gallery, New York, 1964
Robert Morris, sem título, 1965

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Disciplina: ESCULTURA, OBJETO E MULTIMÍDIAS. (Profa. Tetê Barachini )
“[...]oposição rigorosa entre o construído e o não-construído, o
cultural e o natural, entre os quais a produção escultórica parecia
estar suspensa. [...] Ou seja, de acordo com a lógica de um certo
tipo de expansão, a não-arquitetura é simplesmente uma outra
maneira de expressar o termo paisagem, e não-paisagem é
simplesmente arquitetura” [Krauss, 2008:133]

(grupo Klein-matemáticamente / grupo Piaget-ciências humanas)


“O campo expandido é portanto gerado pela problematização do
conjunto de oposições, entre as quais está suspensa a categoria
modernista escultura. Quando isso acontece e quando
conseguimos nos situar dentro dessa expansão, surgem,
logicamente, três outras categorias facilmente previstas, todas elas
uma condição do campo propriamente dito e nenhuma delas
assimilável pela escultura. “ [Krauss.2008:135]
LOCAL DE CONSTRUÇÃO
(Paisagem e Arquitetura)

Artistas;
Robert Smithoson
Robert Morris
Robert Irwin
Alice Mason
Michael Heizer
Mary Miss
Charles Simons
ROBERT SMITHSON
PARTIALLY BURIED
WOODSHED
Kent State University, Kent, Ohio
Jan, 1970
one woodshed and twenty
truckloads of earth;
18'6" x 10'2" x 45'
ROBERT SMITHSON, PARTIALLY BURIED WOODSHED
Kent State University, Kent, OhioJan, 1970
one woodshed and twenty truckloads of earth;
18'6" x 10'2" x 45'
Robert Morris, Observatorium (1971–1977)
Robert Morris, Observatorium (1971–1977)
Alice Aycock, Maze, 1972. Wood, 32 ' d x 6' h, Gibney Farm near
New Kingston, Pennsylvania. Collection of the artist.

Photo: Silver Springs Township Police Department, courtesy the


artist
Alice Aycock, A Simple Network of Underground Wells and Tunnels, 1975,
Merriewold West, Far Hills, New Jersey,(destroyed),
Concrete, wood, earth, Approx. 28’ x 50’ x 9’ deep. Photo: Artist, courtesy the
artist
LOCAIS DEMARCADOS
(paisagem e não-paisagem
Robert Smithson
Heizer
Serra
Robert Morris
Carl Andre
Dennis Oppenhein
Nancy Holt
George Trankis
De Maria

Antecedentes
•Richard Long
•Hamish Fulton
•Christo
Spiral Jetty, 1970
Robert Smithson (EUA 1938-1973)
Pedras negras, cristais, terra e água vermelha
Great Salt Lake , Utah
Michael Heizer _ double negative 1970
Michael Heizer, Isolated Mass/circumflex (#2), 1968-72
Richard Serra’s Shift, 1970-72.
Dennis Oppenheim, Dennis Oppenheim,
Cancelled Crop - 1969 Annual Rings - 1968
Dennis Oppenheim Accumulation Cut - 1969
Walter De Maria, Mile Long Drawing, 1968
A Circle in the Andes by Richard Long
Richard Long A Line in the Himalayas, 1975
Nancy Holt, Sun Tunnels, 1973-76
Robert Smithson,
YUCATAN MIRROR DISPLACEMENTS (1-9)
1969
Christo, The Running Fence, Marin County, California, 1976
Estruturas Axiomáticas
(Arquitetura, Não-Arquitetura)

Robert Irwin
Sol LeWitt
Bruce Naumann
Richard Serra
Christo
Morris
Robert Irwin
Sol LeWitt, All Three-Part Variations of Three Different Kind of Cubes, 1968
Visitor in Bruce Nauman’s Double Steel Cage Piece (1974) at
the Università Ca’ Foscari
Christo and Jeanne-Claude, Museum of Contemporary Art, Chicago, Wrapped, 1968-69
Pós–modernismo

“A expansão do campo que caracteriza este território do pós-


modernismo possui dois aspectos já implícitos na descrição acima.
Um deles diz respeito à prática dos próprios artistas; o outro, à
questão do meio de expressão.” [krauss, 2008:136]

“[...]no pós-modernismo, a práxis não é definida em relação a um


determinado meio de expressão – escultura – mas sim em relação
a operações lógicas dentro de um conjunto de termos
culturais para o qual vários meios – fotografia, livros, linhas em
parede, espelhos ou escultura propriamente dita – possam ser
usados.” [krauss, 2008:136]
Domus aurea, ruines d'Anne et Patrick Poirier
Charles Simonds
“Portanto, o campo estabelece tanto um conjunto
expandido, porém finito, de posições relacionais[...]A
lógica do espaço da práxis pós-modernista já não é
organizada em torno da definição de um determinado
meio de expressão, tomando-se por base o material ou a
percepção deste material, mas sim através dos universo
de termos sentidos como estando em oposição no
âmbito cultural

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