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Trabalho de Literatura

Professora: Flávia da Silva Gonçalves


Equipe: Ana Gabriela
Camila
Eduarda
Maria Tereza
Turma:9°Ano
Memória Póstumas de Brás Cubas
1.Introdução
1.1 Biografia
Filho de uma família muito pobre, nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Mulato e vítima de preconceito,
perdeu sua mãe na infância e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande
escritor. Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como
aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público. Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista
Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos
fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente. Machado de Assis morreu de câncer, em sua
cidade natal, no ano de 1908.

1.2 Enredo
Narrado em primeira pessoa, seu autor é Brás Cubas, um "defunto-autor", isto é, um homem que já morreu e que
deseja escrever a sua autobiografia. Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do túmulo o morto
escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do
meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. Seguido da dedicatória, no outro capítulo,
"Ao Leitor", o próprio narrador explica o estilo de seu livro, enquanto o próximo, "Óbito do Autor", começa realmente
com a narrativa, explicando seus funerais e em seguida a causa mortis, uma pneumonia contraída enquanto inventava
o "emplasto Brás Cubas", panaceia medicamentosa que foi sua última obsessão e que lhe "garantiria a glória entre os
homens". No Capítulo VII, "O Delírio", narra o que antecedeu ao óbito.
No Capítulo IX, "Transição", principiam propriamente as memórias. Brás Cubas começa revendo a própria infância de
menino rico, mimado e endiabrado: desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava mostras da índole
perversa quebrando a cabeça das escravas quando não era atendido em algum querer ou montando num dos filhos dos
escravos de sua casa, o moleque Prudêncio, que fazia de cavalo. Aos dezessete anos, Brás Cubas apaixona-se por
Marcela, "amiga de rapazes e de dinheiro", prostituta de luxo, um amor que durou "quinze meses e onze contos de
réis", e que quase acabou com a fortuna da família.
A fim de se esquecer dessa decepção amorosa, o protagonista foi enviado a Coimbra, onde se formou em Direito, após
alguns anos de boêmia desbravada, "fazendo romantismo prático e liberalismo teórico". Retorna ao Rio de Janeiro por
ocasião da morte da mãe. Depois de namorar inconsequentemente Eugênia, "coxa de nascença", filha de D. Eusébia,
amiga pobre da família, o pai planeja induzi-lo na política através do casamento e encaminha o relacionamento do
filho com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, que apadrinharia o futuro genro. Porém Virgília prefere casar-se com
Lobo Neves, também candidato a uma carreira política. Com a morte do pai de Brás Cubas, instaura-se um conflito
entre ele e sua irmã, Sabina, casada com Cotrim, por conta da herança.
Quando Virgília reaparece, anunciada pelo primo Luís Dutra, reencontra-se com Brás Cubas e tornam-se amantes,
vivendo no adultério a paixão que não tiveram quando noivos. Virgília engravida, no entanto a criança morre antes de
nascer. Para manter discreta sua relação amorosa, Brás Cubas corrompe Dona Plácida, que por cinco contos de réis
aceita figurar-se como moradora de uma casinha na Gamboa, que na verdade serve de encontro entre os amantes.
Então segue-se o encontro do protagonista com Quincas Borba, amigo de infância que agora miserável lhe rouba o
relógio, devolvendo-lhe depois. Quincas Borba, filósofo doido, apresenta ao amigo o Humanitismo.
Perseguindo a celebridade ou procurando uma vida menos tediosa, Brás Cubas torna-se deputado, enquanto Lobo
Neves é nomeado presidente de uma província e parte com Virgília para o Norte, porquanto que termina a relação dos
amantes. Sabina arranja uma noiva para Brás Cubas, a Nhã-Loló, sobrinha de Cotrim, de 19 anos, mas ela morre de
febre amarela e Brás Cubas torna-se definitivamente um solteirão. Tenta ser Ministro de Estado mas fracassa; funda
um jornal de oposição e fracassa. Quincas Borba dá os primeiros sinais de demência. Virgília, já velha e desfigurada
em sua beleza, solicita a ele o amparo à indigência de Dona Plácida, que morre em seguida. Morrem também Lobo
Neves, Marcela e Quincas Borba. Eugênia é encontrada num cortiço. A última tentativa de glória, portanto, é o
"emplasto Brás Cubas", remédio que curaria todas as doenças; ironicamente, numa de suas saídas à rua para cuidar de
seu projeto, molha-se na chuva e apanha uma pneumonia, da qual vem a falecer, aos 64 anos. Virgília, acompanhada
do filho, vai visitá-lo na cama e, após longo delírio, morre assistido por alguns familiares. Depois de morto, começa a
contar, de trás para frente, a história de sua vida e escreve assim as últimas linhas do capítulo derradeiro:
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não
conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor
do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas
e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira
negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
— Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capítulo CLX
2. Desenvolvimento
2.1 Foco Narrativo
Com a narração em primeira pessoa, a história é contada partindo de um relato do narrador-observador e protagonista,
que conduz o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida. Dessa maneira, as
memórias de Brás Cubas nos permitirão ter acesso aos bastidores da sociedade carioca do século XIX.
2.2 Personagens
Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a morte, e
nessa condição é o responsável pela caracterização de todos os demais personagens.
Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande
possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
Marcela: amor da adolescência de Brás.
Eugênia: a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já que era filha de um casal que ele havia flagrado, quando criança,
namorando atrás de uma moita; o protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance,
porque a garota era coxa.
Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19
anos.
Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o protagonista.
Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente.
Dona Plácida: representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e sofrimento.
Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, ganha depois sua alforria.
2.3 Análise psicológica dos personagens
Brás Cubas: Peralta, mimado, irresponsável, egoísta.
Virgília: Interesseira e ambiciosa.
Marcela: Interesseira e mentirosa.
Eugênia: Séria e tranquila.
Nhã Lo Ló: Humilde
Lobo Neves: Homem frio, calculista, sério, ambicioso e supersticioso.
Quincas Borba: Temperamento ativo, exaltado.
Dona Plácida: Confiável.
Prudêncio: Triste, sofrido.
2.4 Tempo
A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além- túmulo, que, desse modo, pode contar
sua vida de maneira arbitrária, com digressões e manipulando os fatos à revelia, sem seguir uma ordem temporal
linear. A morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida. No tempo cronológico, os
acontecimentos obedecem a uma ordem lógica: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte. A
estranheza da obra começa pelo título, que sugere as memórias narradas por um defunto.
2.5 Contexto histórico
O contexto histórico que dialoga com o romance Memórias póstumas de Brás Cubas é o de um
Brasil construindo sua urbanidade, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, capital nacional no período. De modo
geral, a obra de Machado de Assis retrata os tipos e cenas comuns dessa sociedade carioca.
A libertação dos escravos , em 1888, e seus efeitos na vida urbana, assim como a reestruturação política brasileira a
partir da Proclamação da República, em 1889, são alguns dos fatos históricos que permeiam o livro machadiano.

2.6 Espaço
Rio de Janeiro: Terra natal do protagonista.

Coimbra: O protagonista é enviado a essa cidade de Portugal para se curar de uma desilusão amorosa e aí se gradua
em Direito.

Gamboa: Bairro da região central do Rio de Janeiro; lugar do encontro entre Brás Cubas e sua amante Virgília.

3. Conclusão

3.1 Gênero: Romantismo x Realismo


A crítica considera Memórias Póstumas de Brás Cubas o romance que introduziu o Realismo na literatura
brasileira. O gênero é realista por criticar com ironia e pessimismo as condições da época, no entanto não
está isento de resíduos românticos presentes nos romances, nas paixões e nos amores de Brás Cubas, ainda
que o sonho de relações e casamentos perfeitos e a tensão bem x mal, herói x vilão—situações tão
convencionais à ficção romanesca—não exista e as personagens ajam calculadamente por puro interesse na
obtenção de "status social", na ascensão social através do casamento. O fato do narrador tentar relatar suas
memórias e recriar o passado faz com que o romance também se enquadre em certos elementos do romance
impressionista.
3.2 Fantasia
A fantasia, é encontrada em duas situações: Brás Cubas, mesmo morto e enterrado, ainda assim escreve sua
autobiografia e, no Capítulo VII, tem um delírio em que viaja montado num hipopótamo e encontra-se com Pandora,
que é interpretado como uma forma de mostrar que o ser humano nada mais é do que um verme diante da Natureza.
De fato, certos autores referem-se a esta obra como "a primeira narrativa fantástica do Brasil".
3.3 Frases
“Bem, os séculos vão passando, chegará o meu, e passará também, até o último, que me dará a decifração da
eternidade.”

“A franqueza é a primeira virtude de um defunto, pois na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das
cobiças, obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as
revelações que faz à consciência.”

“O vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor cheirosa e sã.”

“Ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota de baba de Caim.”

3.4 Bibliografia
https://www.suapesquisa.com/machadodeassis/
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/memorias-postumas-de-bras-cubas-conheca-os-personagens-da-obra/
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/memorias-postumas-bras-cubas.htm#:~:text=O%20contexto%20hist
%C3%B3rico%20que%20dialoga,cenas%20comuns%20dessa%20sociedade%20carioca.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3rias_P%C3%B3stumas_de_Br%C3%A1s_Cubas

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