Editora

Ferreira
Maio/2021

Uma história da obra

de Machado de Assis,
contada por ele
mesmo.
 Onde os interesses
estão acima de
amores
 Oi. Eu sou o Sr Luís
Olá caro leitor. Eu sou Machado Assis, e estou aqui Garcia, o pai da
para contar a história de uma das minhas grandes Lina, que é a Iaiá
obras intitulada por mim de Iaiá Garcia. Os Garcia.
personagens que vou citar, vão se apresentar nas
duas próximas páginas. São eles: Sr Luís Garcia, a
menina Lina, que é a Iaiá Garcia, e o negro
Raimundo. A Srª Valeria, O Jorge, A menina Estela, Eu sou o negro
e sem muito estrelato, o Procópio Dias, que vocês Raimundo. O fiel
verão ao longo da minha narrativa. empregado do Sr
Luís Garcia

Eu sou a Lina,, filha querida

e mimada do Sr Luís Garcia

Pg-1 Pg-2
 Eu sou a Valéria, mãe do Eu sou Estela. A linda
Jorge, e prefiro ver meu moça pobre da
filho na guerra que casar história.
com moça pobre.

Agora que todos os

Eu sou o Jorge. O bom moço.
personagens se apresentaram,
Sou advogado, calado,
eu vou contar de forma breve
pensativo. romântico,
o mote, e o que se passa nesse
apaixonado, que não sabe de
romance. Sigam o rumo dessa
nada.
história.

Pg-3 Pg-4
A trama se desenvolve entre 1866 e 1871, e tem o Essa pobretona e
casamento base. Realizá-lo ou impedi-lo, é o mote orgulhosa ai embaixo é
principal. A união, considerada em função do amor ou insuportável
do interesse, é usada para contrapor a moral social e
as tendências naturais das pessoas, onde duas
mulheres protagonizam a história. São elas, a
personagem que dá nome à obra e Estela, que é a mais
atuante no desenrolar dos fatos.

Pobretona e orgulhosa
sim. Me aguarde sua
dondoca mimada.

Pg-5 Pg-6
O Sr Luís Garcia, é um ser pacato. Um ótimo pai, Boa tarde Srª Valéria, Qual a razão
que quer dar tudo para a filha Lina, que foi de tanta aflição da senhora? E qual é
carinhosamente apelidada de Iaiá, fruto do seu o grande favor que quer pedir-me?
casamento com uma mulher bondosa e dedicada.
Luís esperava que a filha herdasse esses bons
traços da mãe.
Boa tarde Sr Luís Garcia. Serei
Um belo dia, sua amiga Valéria o chama às pressas
direta. Eu gostaria que o Sr me
para pedir-lhe um favor. Por ser um bom homem,
ajudasse a convencer meu filho
ele corre para ajudar. Ela desconfia que seu filho
Jorge a se voluntariar para
Jorge estava apaixonado por outra jovem, o que
defender a nação na guerra do
mudaria seus planos de vê-lo casado com Eulália,
Paraguai.
moça rica e de boa família.

Pg-7 Pg-8
Esta guerra do Paraguai é longa e Não me agrada muito a ideia. Mas,
ninguém sabe quando acabará. Se ele farei e prometo-lhe que irei sondá-
morrer por lá? lo, discutir com ele os prós e os
contras, e tentarei convencê-lo.

Creio que é chegado o momento

de todas as mães fazerem um
Não se trata do que eu ou ele
grande esforço e darem exemplos
podemos sofrer ou sentir.
de valor, que não serão perdidos.
Trata-se da pátria, que está
acima de nós. O Sr é amigo da
família, assim como vosso pai foi,
e o Jorge o respeita como a um
pai.

Pg-9 Pg-10
Ainda que as intenções da Valéria não seja das
melhores, ela consegue a ajuda de Garcia para Ele vai para a guerra sim Sr Machado de
convencer seu filho Jorge a ir para a Guerra do Assis.
Paraguai. Isso para evitar que seu filho mantivesse Melhor na guerra que casado com uma
um relacionamento com a jovem Estella. Ela prefere pobretona
que o filho vá para a guerra do que namorar certa
mocinha. É de doer.

Pg-11 Pg-12
Após algumas conversas, Luís Garcia e Jorge tornam-se
amigos, porém, Jorge não confidencia quem é sua grande
Estella, eu te amo. Deixe-me
paixão. Mas nós sabemos que é a jovem Estella, que passou
fazê-la feliz.
um tempo na casa da Valéria e por quem a viúva se
afeiçoou rapidamente. Jorge chegou a se declarar para
ela, mas crendo que Valéria não ficaria feliz com essa
união, a moça colocou sua amizade com a mãe do rapaz em
primeiro lugar e rejeitou-o, trancando o amor no seu Não Jorge. Nós não
coração, apesar de também gostar dele. podemos. Sua mãe morreria e
não nos perdoaria nunca.
Prefiro a amizade de dona
Valéria.

Pg-13 Pg-14
Desolado, Jorge vai para a Guerra e lá mantém
correspondência com a mãe e seu amigo Luís
Garcia. É nesse período que pequena Iaiá entra
Eita Vida cruel!
com seu charme manipulador, passando a
Se Estella não me quer, melhor mesmo é ir
frequentar a casa de Valéria, e gosta muito da
para a guerra e morrer de amor por lá.
Estella. Ela começa a falar sobre um possível
casamento entre seu pai e Estella.
Infelizmente para Jorge, o casamento acontece.
Agora, é drama para todos os lados.

Pg-15 Pg-16
A conveniência, pois, faz parecer a Estela e Luís
que o casamento é um bom negócio para ambos.
Valéria fica muito feliz ao saber da notícia e se
oferece para pagar o dote da garota. Assim,
garante que o filho se casaria com outra, alguém
Estella meu amor.
de classe social equivalente.
Seremos felizes para
sempre

Larga de ser besta Luís. So casei

com tu para esquecer o Jorge.

Pg-17 Pg-18
Após um período de tempo, e com o falecimento de
Valéria, Jorge retorna ao Brasil e encontra sua
amada casada com Luís. Como nada mais poderia
fazer, passa a frequentar a morada do casal.
Quando Luís adoece, o jovem amigo se faz ainda
mais presente, conquistando junto ao enfermo uma
admiração que desagrada sua filha Iaiá.
Pg-19
O ciúme inicial Iaiá, vai sendo substituído pelo desejo de
proteção do pai à medida que ela percebe o sentimento
existente entre Jorge e Estela. Enquanto Iaiá tenta
afastar o chegado do seu pai, Jorge acaba por
aproximar-se da moça, que ainda o despreza.
Porém, Iaiá muda de atitude, quando Luís lê para ela e a
esposa uma carta antiga de Jorge, onde o rapaz
confessava os sentimentos que tinha por Estela. A partir
daquele dia, a fim de impedir um relacionamento entre
Jorge e Estela, ardilosamente Iaiá começa a se
aproximar do ex-soldado.
Pg-20
Aproveitando-se da ausência do seu pretendente
Procópio Dias no Rio, Iaiá engata um namoro com
Jorge. Estella transborda de ciúmes, mas por
orgulho, atropela seus sentimentos, e encoraja o
casamento dos dois. Alega que Luís, cuja doença Ó céus! O que faço agora? Inicialmente só namorei
piorara, poderia ainda abençoar a união da filha. o Jorge porque queria proteger meu pai de uma
Porém, ele morre antes disso. possível traição, e agora que ele morreu, eu amo o
Como o principal objetivo de Iaiá era proteger o pai Jorge, Estella ainda ama o Jorge, e todo mundo
da possível traição da esposa, a menina decide ama o Jorge.
cancelar o casamento. Outro motivo influencia na
decisão da jovem, pois percebe que Estela ama
Jorge, embora ele não a ame mais.

Pg-21 Pg-22
“Sabendo que a madrasta estava no gabinete do pai,
Iaiá foi espreita-la pela fechadura, é viu-a sentada Jamais Iaiá. Quem deve casar-se
cabisbaixa, em um momento de desespero, com a com Jorge e você, pois é a ti que
desordem da pecadora evangélica. Iaiá não a viu sem ele ama.
que os olhos se umedecessem. E quem disse que estou sofrendo?
— “Que se casem! disse Estella resolutamente”. Engano seu querida.
Iaiá então, diz a Estela para se casar com Jorge, já
que a morte de Luís eliminara os impedimentos que a
madrasta tinha. Mas a viúva, orgulhosa como sempre, Estella, eu abro mão do Jorge
recusa-se, principalmente após receber uma carta do para que você case-se com
ex-noivo da enteada pedindo auxílio para reatar o ele, e pare de sofrer pelos
relacionamento, e decide intervir. cantos mulher.

Pg-23 Pg-24
 Que ótimo minha amada
A conversa em que Estella tenta convencer Iaiá a se Iaiá. Tenho certeza que a
casar com Jorge é um diálogo longo e carregado de Estella nos perdoou. Agora
emoções. Estella consegue seu intento, convence a seremos felizes para
garota e o casamento é realizado. Estella deixa sempre, igual aos contos
o Rio de Janeiro e, embora continue trocando de fadas.
correspondência com Iaiá, tenta esquecer o passado.
Jorge, que ótimo que agora
conseguimos nos casar. A
Estella partiu e nos deu carta
branca para vivermos nosso
amor. Mas será que ela nos
perdoou de verdade?

Pg-25 Pg-26
No primeiro aniversário da morte de Luís Garcia, Iaiá foi
com o marido ao cemitério, a fim de depositar na
sepultura do pai uma coroa de saudades. Outra coroa
havia sido ali posta, com uma fita em que se liam estas
palavras: — A meu marido. Iaiá beijou com ardor a
singela dedicatória, como beijaria a madrasta se ela lhe
aparecesse naquele instante. Era sincera a piedade da
viúva. Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.
E assim termina essa história tão bem escrita por mim.

Aqui Jaz
Luís Garcia

Pg-27 FIM Pg-28

 Editora
Maio/2021 Ferreira

Clássicos da Literatura Brasileira em

Quadrinhos

Colégio: CEAF
Aluno: João Gabriel Bastos Ferreira
Profª: Telma
Matéria: Português