Você está na página 1de 5

Centro Universitário INTA – UNINTA

Bacharelado em Medicina Veterinária T-23

Disciplina de Reprodução Animal, ministrada pela


professora Emmanuelle Figuerêdo

CAPACITAÇÃO ESPERMÁTICA INDUZIDA

Outubro, 2020
SÁVIO DE SOUSA MARTINS

CAPACITAÇÃO ESPERMÁTICA INDUZIDA

Trabalho de pesquisa, sobre


Capacitação espermática induzida, da
disciplina de Reprodução Animal,
ministrada pela professora Emmanuelle
Figuerêdo, do Centro Universitário INTA
– UNINTA, como quesito avaliativo para
AP2.

Outubro, 2020
CAPACITAÇÃO ESPERMÁTICA INDUZIDA
Sávio de Sousa Martins

INTRODUÇÃO

A capacitação espermática é um processo de suma importância para a reprodução, sem ela,


os espermatozoides não estão aptos para fecundação, está diretamente relacionada as mudanças
fisiológicas e bioquímicas que ocorrem na membrana espermática e são fundamentais para que
ocorra interação entre eles e o oócito. Pode ser definido como modificações bioquímicas, biofísicas,
moleculares e metabólicas que ocorrem em todos os domínios dos espermatozoides, conferindo-
lhes a capacidade de fertilizar um oócito, seja no processo in vivo ou in vitro.

Logo após a ejaculação, o espermatozoide de mamíferos não possui capacidade de fecundar


um ovócito, apesar de apresentar motilidade e morfologia madura, devem passar pelo processo de
capacitação no trato reprodutivo feminino. Assim, capacitação espermática é a capacidade de
adquirir competência fecundante, entretanto, apesar da falta de conhecimento sobre todos os
mecanismos envolvidos nessa etapa, acredita-se que se baseie na remoção ou mudança de
estabilizadores ou fatores protetores da membrana plasmática, adquiridos após o contato com o
plasma seminal ou até mesmo durante o trânsito pelo epidídimo. O principal local de capacitação
parece ser a tuba uterina, especificamente a região do istmo, não sendo um processo espécie-
específico.

As mudanças funcionais induzidas pela capacitação possibilitam ao espermatozoide que ele:

(I) Esteja habilitado a se ligar à zona pelúcida do oócito;


(II) Adquira hiperativação flagelar, necessária para a penetração no oócito;
(III) Tenha a capacidade de realizar a fusão da sua membrana com a membrana plasmática
do oócito.
SUBSTÂNCIAS EMPREGADAS PARA A INDUÇÃO ESPERMÁTICA EM ANIMAIS:

O processo de capacitação de espermatozoides pode ser reproduzido de maneira in vivo,


como já descrito nos parágrafos anteriores como de forma in vitro a partir de meios definidos, com
variados graus de sucesso para cada espécie. O processo é induzido por agentes capacitantes, que
irão desencadear alterações específicas da membrana plasmática dos espermatozoides, dentre outras
alterações.

Visto que o plasma seminal contém inúmeras BSPs (Proteínas do Plasma Seminal) que
dificultam a capacitação, a remoção do fluido seminal é essencial para que tal processo seja iniciado
em condições in vitro, juntamente à incubação dos mesmos em um meio capacitante, como por
exemplo a heparina, que tem sido considerada a principal substância que promove a capacitação in
vitro sem induzir a reação acrossômica em espermatozoides bovinos. Outros estudos sugerem que
a heparina ligada a superfície do espermatozóide aumenta as concentrações de cálcio e o pH
intracelular, e ainda facilita o desligamento do espermatozóide da tuba uterina. Entretanto, este
processo também pode ser obtido com o uso de concentrações precisas de bicarbonato, cafeína ou
adenosina, onde os espermatozoides atingem o mesmo percentual de capacitação alcançado com o
uso da heparina, avaliado pelo teste de clortetraciclina (CTC). O hidrocloreto de clortetraciclina, ou
CTC, é uma sonda que se liga à membrana plasmática dos espermatozoides em uma forma
dependente de Ca²+/Mg²+ no final da capacitação, quando há o deslocamento dos íons no
plasmalema da cabeça do espermatozoide, formando assim um complexo altamente fluorescente,
de coloração amarela.

A geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS) em concentrações


baixas e controladas estão também envolvidas nos processos de capacitação e reação acrossômica
dos espermatozoides por iniciarem e controlarem muitos eventos celulares, tais como o influxo de
Ca2+, a elevação do pH intracelular e da concentração de AMPc, aumento da fluidez da membrana,
ativação das cascatas de transdução de sinais, e fosforilação de proteínas, levando à aquisição da
capacidade fertilizante do espermatozoide.

Além disso, outra substância empregada em estudos experimentais de eficiência de


capacitação espermática é o cálcio ionóforo. Na qual segundo a pesquisa de ASSUMPÇÃO et al.,
2002, que tem como um dos objetivos gerais avaliar os protocolos de capacitação espermática in
vitro, comparando a eficiência da heparina e do cálcio ionóforo. Nesse estudo o cálcio ionóforo
mostrou-se inferior em relação a heparina como agente capacitor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, GESTER BREDA. Associação da heparina com l-arginina na capacitação espermática


melhora a produção in vitro de embriões bovinos. Dissertação (mestrado) – Universidade estadual
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. 64p.: il. 2015.

ASSUMPÇÃO, M.E.O.D.; HAIPECK, K.; LIMA, A.S.; MELLO, M.R.B.; OLIVEIRA, L.J.;
OLIVEIRA, V.P.; TAVARES, L.M.T.; VISINTIN, J.A. Capacitação espermática in vitro com
heparina e cálcio ionóforo e sua correlação com a fertilidade em touros. Braz. J. vet. Res. anim. Sci.,
São Paulo, v.39, n.2, p. 149-156, 2002.

OLIVEIRA, CAMILA HADDAD DE. Avaliação das características do espermatozoide de equino


congelado submetido a inclusão e remoção do colesterol das membranas. Dissertação (mestrado) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, 84p.: il. 2007.

SOARES, MAYARA MAFRA. Influência da kisspeptina na etapa de seleção espermática para a


produção in vitro de embriões bovinos. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. 72 f.: il. 2018

Você também pode gostar