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O Direito proíbe certos comportamentos; - O Direito obriga a seguir certas condutas - O direito
fixa direitos e deveres aos cidadãos; - O Direito dá liberdade de o individuo adoptar ou não
certo comportamento.
Função protectora - O Direito protege a cada cidadão para permitir que ele exerça os seus
direitos atribuindo aos cidadãos garantia, a confiança no circuito das relações juridicas, com
vista a prossecução dos seus objectivos. A seguir vamos abordar alguns dispositivos
respeitante às garantia individuais, temos entre outras as seguintes:
Função Política - As leis exprimem os interesses dos governantes, organizando o poder politico,
económico e social em prol da vontade nacional, traçando as estratégias politicas e
organizacionais do respectivo pais.
OS FINS DO DIREITO
A palavra justiça vem do latim justitia que significa justiça. É uma palavra que admite vários
significados. Deste modo, da palavra justiça pode-se subentender os seguintes significados:
A virtude ou a vontade firme e perpetua de dar a cada um o que é seu ( conceito clássico) - O
reconhecimento do mérito de alguém ou de algo; - Conformidade dos factos com o direito; - O
poder de fazer valer o direito de alguém ou de cada um ; - A justiça é a procura do bem nas
relações nas relações sociais para cada um dos indivíduos; - A actividade dos tribunais,
abrangendo também aos órgãos de que dispõe a justiça; - A justiça é tida também como
atributo divino. - É frequentemente encarada, ainda hoje, como virtude total, soma de todas as
outras virtudes.
Como pudemos ver, são duas teses conflituando-se uma da outra sem avançar objectivamente
com uma definição objectiva e clara sobre a justiça. As duas concepções são a-historicas sendo
a primeira com um carácter objectivo e absoluta e a segunda com um carácter evolutivo e
ambas baseiam-se no Direito Natural ( jusnaturalistas) e a segunda no direito positivo ( as leis ).
A este respeito importa abordar a classificação avançada pelo Aristóteles e seguida mais tarde
por numerosos outros autores. Segundo este filosofo grego, distingue três termos: - Justiça
Distributiva ou proporção geométrica – é aquela que corresponderia à distribuição das
vantagens entre todos os membros da sociedade; - Justiça Comutativa ou sinalagmática – é a
que corresponderia às relações dos indivíduos entre si, na perspectiva de que as pessoas
apresentam-se em pé de igualdade, e essa igualdade deve ser salvaguardado pelo direito,
abrangendo tanto nos negócios jurídicos bem como nos actos ilícitos. A critica recai sobre tudo
nos crimes pois, para este filosofo o juiz iguala o proveito de um e a perda de outro através da
pena, e compara a proporção aritmética. E ele mesmo corrigiu e avançou com a justiça geral. -
Justiça Geral ou Legal - é a que corresponde as relações entre os indivíduos e a sociedade
mas no tocante aos cargos que exercem que devem ser repartidos por todos. Como pudemos
ver ainda encontramos dificuldades de encontrar em objectivamente de que forma se
manifesta a justiça no seio das sociedades através do Direito.
Por tudo acima exposto conclui-se que é verdade que em todos os Estados existe a ideia de
que deve se seguir a lei mesmo que os objectos de justiça almejada sejam realizados somente
de forma indirecta ou ainda imperfeita.
A utilização da força por parte do Estado como mecanismo coercivo para conter as agressões à
integridade humana, promove a consolidação de um ambiente socialmente equilibrado nas
relações entre os indivíduos.
A estrutura da existência de paz exige para a sua regular continuidade , que se respeitem
certas normas de conduta social permeadas pela determinação de relações de respeito e
equidade dentro do esquema socio-político, enfim, exige-se um sistema coordenado que vai
deste às instituições estaduais para a existência do Direito, caracterizada por significar a
utilização sensata dos meios coactivos disponíveis dentro do Estado para a materialização
daquilo que são os objectivos primordiais do Direito a justiça e a segurança.
Pois, o principal objectivo do Direito é o de manter a ordem e a paz social que se traduz em
bem estar harmoniosa no seio da sociedade e coordenar as relações sociais dentro das
comunidades e tudo isto não seria possível se o direito se afastasse da justiça. Enfim, fazer
justiça é respeitar o direito, e abster-se de qualquer acção que perturbe o equilíbrio social.
A SEGURANÇA
Segurança no sentido de certeza jurídica: exprime a aspiração a regras certas, isto é, suscetíveis
de serem conhecidas, uma vez que tal certeza corresponde a uma necessidade de
previsibilidade e estabilidade na vida jurídica (cada um possa prever as consequências jurídicas
dos seus atos, saber o que é permitido e proibido).
Segurança no seu sentido mais amplo: pretende-se que o Direito proteja os direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos e os defenda das eventuais arbitrariedades dos poderes
públicos ou abusos do poder.
Na Ordem Jurídica encontramos inúmeras ocasiões em que se manifesta a preocupação de
atender à certeza e estabilidade, é o caso dos princípios:
a) Princípio da não retroatividade, procura-se evitar que as leis venham a produzir efeitos
imprevisíveis e alterar situações ou direitos adquiridos (assim evita que qualquer pessoa venha
a ser punida por um facto que não era considerado crime ao tempo da sua pratica);
NOÇÃO DO ESTADO
O Estado nem sempre existiu, não surgiu ao mesmo tempo com o homem, surgiu mais tarde
como resultado do desenvolvimento das sociedades primárias.
Assim, o Estado aparece como instituição que vai organizar melhor a sociedade, impor a
ordem e a disciplina dentro da sociedade e também administrar os assuntos de interesses
comuns ou seja, resolver os problemas das comunidades de modo a trazer o bem estar aos seus
membros. Deste modo, o Estado surge como uma necessidade imperiosa para a vida em
sociedade usando como instrumento de comunicação com a sociedade que são as Leis.
A lei aparece assim como instrumento capaz de regular as relações que se estabelecem entre
os membros da sociedade quando os meros laços de sangue se tornam impotentes para
disciplinar os seus membros menos razoáveis e cuja acção poderia por em perigo a existência
da própria sociedade.
Em seguida vamos analisar os conceitos de Estado para dai retirar aquilo que são os seus
elementos.
Para o efeito vários autores debruçaram-se sobre o conceito do Estado. Contudo, para esta
cadeira iremos apenas citar dois autores que definem o Estado como sendo: - Para Freitas do
Amaral, o Estado é uma comunidade constituída por um povo que, a fim de realizar os seus
ideais de segurança, justiça e bem estar, se assenhoreia de um território e nele institui, por
autoridade própria, o poder de dirigir os destinos nacionais e de impor as normas necessárias à
vida colectiva - para Marcelo Caetano, o Estado é um povo fixado num território, de que é
senhor, e que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade própria, os órgãos
que elaborem as leis necessárias à vida colectiva e imponham a respectiva execução .
Como pudemos ver nas duas definições enfatizam-se três elementos do estado. Porem, a
delimitação do conceito jurídico do Estado por recurso a estes elementos fundamentais é a
mais refundida, embora com algumas variações na generalidade da doutrina. Pode se
perguntar, porque definir o Estado baseando-se nos seus elementos?
- Primeiro tem a ver com a natureza didáctica, traduzindo a observação das comunidades
estaduais, constituiria uma razoável ponto de partida para o estudo da sua estrutura; - Segunda
é de ordem filosófica, evitaria árduas discussões; - Terceira é eminentemente prático, traduziria
a relevância que efectivamente tem o povo o território e o poder politico.
O Estado como vimos, aparece como uma necessidade de o homem dar resposta aos desafios
que a natureza e os outros homens lhe colocavam. A sociedade ao pretender a segurança das
pessoas e bens consentiu em alienar parte da sua liberdade em favor de um grupo, geralmente
constituído pelos mais hábeis, mais ricos ou mais velhos.
Assim, este pequeno grupo passou a gerir os destinos da Sociedade. São elementos do
Estado: - Povo - Território - Soberania ou poder politico.
Não confundir o povo com a população pois, este tem um conceito de base económico com
conteúdo demográfico. Portanto, população designa o conjunto de residentes em dado
território independentemente de serem nacionais, estrangeiros ou apátridas. O conceito de
povo restringe-se apenas aos nacionais. Também não confundir a nação do povo, pois a nação
corresponde ao elemento espiritual e cultural de um povo.
Soberania ou poder politico – Citando o professor Marcelo Rebelo de Sousa, poder politico é a
faculdade de que é titular um povo de, por autoridade própria, instituir órgãos que exerçam
com relativa autonomia a jurisdição sobre um território nele criando e executando normas
jurídicas usando os necessários meios de coacção. Disto resulta que, o poder politico há de ser
a capacidade de um povo traçar o seu próprio destino, administrar-se, governar-se de acordo
com os seus interesses. Esse poder politico deve ser soberano ou seja, o Estado deve ser capaz
de definir politicas próprias, fazer opções de desenvolvimento, elaborar e aplicar leis, gerir e
administrar os interesses da comunidade sem ingerências externas e a soberania contem 3
características a saber:
a) indivisível - significa que dentro do Estado só há uma soberania e está cristalizada no povo
que a exerce através do seu voto.
AS FUNÇÕES DO ESTADO
O Estado como direcção da sociedade possui determinados e funções pelas quais concorrem
à satisfação das necessidades fundamentais da sociedade, necessidades essas respeitantes a
manutenção, sobrevivência e ao desenvolvimento da sociedade política através dos seus
órgãos.
Nos tempos actuais, todo o cidadão é súbdito de um Estado. Como súbdito desse Estado ele é
compelido a obediência a normas de conduta de carácter obrigatório. Só o estado tem poder
para impor e fazer cumprir essas normas todas os cidadãos que vivem dentro das suas
fronteiras. Com efeito o Estado diferencia-se dos outros agrupamentos sociais, pela
possibilidade de obrigar os indivíduos a sujeitarem-se às suas leis, podendo fazer uso da
coacção para assegurar a obediência. - Função Legislativa - Função Executiva - Função Judicial
Função legislativa - Consiste na elaboração das leis gerais que regem a vida na sociedade. Em
cada Estado existe um órgão que tem competência legislativa no nosso caso esse órgão
designa-se por Assembleia da Republica art. 168, 169 179 e 182 CRM.
Função judicial - esta função cabe aos tribunais que através dos juízes fazem a justiça, julgam
e sancionam as violações da lei quer resulte dos cidadãos em prejuízo dos outros, quer
resultante do Estado em prejuízo dos cidadãos ou vice versa. Ver as espécies dos tribunais na
Constituição da Republica artigos (212, 213, 214, 215) 223, 225, 228, 230, 234,236,241,249).
Função executiva - é a que tem a função primordial de administrar a coisa pública, aplicando a
lei e adoptar outras providencias necessárias. Portanto, consiste na materialização do conteúdo
das orientações pertinentes ao desenvolvimento do país. Ex. no domínio das áreas
económicas, sociais e culturais - no domínio das exportações e importações, desenvolvimento
agrícola, comercialização dos produtos, criação de postos de trabalho, saúde, educação meio
de transporte etc. Com vista a satisfação dos interesses da colectividade, esta função é
responsável pela administração dos interesses públicos e sempre de acordo com uma
recomendação magna.
FINS DO ESTADO
Compete igualmente ao poder politico assegurar a justiça nas relações entre os homens,
substituindo nessas relações o arbítrio da violência individual, por um conjunto de regras
capazes de satisfazer o instinto natural da justiça.
O bem estar económico e social é para alguns autores o fim mais importante da Estado. Este
fim envolve a promoção das condições de vida dos cidadãos através do acesso a bens e serviços
considerados fundamentais para a colectividade, bens que permitam a satisfação normal das
necessidades, tais como a Educação, a saúde, e a segurança social.
Em jeito de conclusão, podemos dizer que não se pode falar em ordem social sem que esteja
implicitamente a ideia de Justiça e Segurança, a ordem não existe ou se existe é imperfeita, o
que mancharia a possibilidade de realização total dos fins da sociedade e das pessoas que a
compõem.
Como é sabido, o principal objectivo do Estado é o de manter a ordem e a paz social que se
traduz em bem estar harmoniosa no seio da sociedade e coordenar as relações sociais dentro
das comunidades e tudo isto não seria possível se o direito se afastasse do Estado. Por outro
lado, a justiça e a segurança são manifestamente visíveis na medida em que o direito
proporciona a realização do bem estar comum mediante a garantia da liberdade plena, da
igualdade material e da autonomia dos indivíduos.
Por outro lado, definimos o Estado como uma comunidade cujos fins são a realização dos
ideais de segurança, justiça e o bem estar. São estes os fins do Estado. Assegurar a justiça e a
segurança nas relações entre os homens, promover os princípios de igualdade entre os
indivíduos, os princípios da proporcionalidade, e a materialização das liberdades e garantias dos
cidadãos.
O bem estar económico e social, que envolve por parte do Estado a promoção das condições
de vida dos cidadãos, através do acesso a bens e serviços essenciais e, também, a prestação de
serviços fundamentais, como a Educação, Saúde, a Segurança Social, etc.
Naturalmente que em todos os Estados existe a ideia de que deve se seguir a lei mesmo que os
objectos de justiça almejada sejam realizados somente de forma indirecta ou ainda imperfeita.
O Estado tem uma relação permanente com o Direito e, essa relação é tripla: 1. O Estado vai
buscar ao Direito a fonte ou a base da sua legitimidade. A ideia da legitimidade pressupõe a
conformidade com as normas jurídicas. 2. O Estado organiza-se através do Direito. E, a ideia de
organização pressupõe a elaboração de normas genéricas de execução permanente. 3. O
Estado encontra-se subordinado ao Direito. E, a ideia de subordinação pressupõe o dever de
obediência às normas em todas as actividades do Estado.
BIBLIOGRAFIA
Caetano, Marcelo, Manual de Ciência Politica e Direito Constitucional, Tomo I, Almedina, 2012
De Sousa, Marcelo Rebelo, Galvão, Sofia, Introdução ao Estudo do Direito, publicações Europa-
América, 1997