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ÍNDICE

1. MEMORIAL DESCRITIVO ...................................................................................................... 3


1.1. Introdução............................................................................................................................. 3
1.2. Estudo de Concepção ........................................................................................................... 3
1.2.1. Introdução ao Estudo ..................................................................................................... 3
1.2.2. Descrição do Sistema Existente .................................................................................... 3
1.2.3. Objetivos do Estudo Técnico ........................................................................................ 4
1.2.4. Condições da Água Existente........................................................................................ 4
1.2.5. Escassez de Água em Épocas de Estiagens ................................................................... 4
1.2.6. Pesquisa e a Definição de Mananciais Existentes ......................................................... 4
1.2.7. Descrição do Sistema Proposto ..................................................................................... 5
1.3. Estação de Tratamento de Água – ETA ............................................................................... 5
1.3.1. Coagulação .................................................................................................................... 6
1.3.2. Floculação ..................................................................................................................... 7
1.5.3. Decantação .................................................................................................................... 7
1.3.4. Filtração ......................................................................................................................... 8
1.3.5. Correção de pH.............................................................................................................. 9
1.3.6. Desinfecção ................................................................................................................. 10
1.3.7. Tanque de Contato e Armazenamento ........................................................................ 10
1.3.8. Casa de Química.......................................................................................................... 10
1.3.8.1. Projeto ...................................................................................................................... 10
1.3.8.2. Fundações e estrutura ............................................................................................... 11
1.3.8.3. Paredes ..................................................................................................................... 11
1.3.8.4. Revestimentos .......................................................................................................... 12
1.3.8.5. Cobertura .................................................................................................................. 12
1.3.8.6. Aberturas .................................................................................................................. 12
1.3.8.7. Instalações ................................................................................................................ 12
1.3.8.8. Pintura ...................................................................................................................... 16
1.3.9. Drenagem dos Efluentes e Vala de Infiltração ............................................................ 16
1.4. Locação da Obra................................................................................................................. 16
1.5. Escavações ......................................................................................................................... 16
1.6. Preparo do Leito para Assentamento da Tubulação ........................................................... 17
1.7. Assentamento da Tubulação............................................................................................... 17
1.8. Aterro das Valas ................................................................................................................. 17
1.9. Desinfecção dos Tubos Assentados ................................................................................... 17
1.10. Instalação da Rede Elétrica .............................................................................................. 18
2. MEMORIAL DE CÁLCULO ................................................................................................... 19
2.1. Objetivos ............................................................................................................................ 19
2.2. Especificações das tubulações ............................................................................................ 19
2.3. Metodologia para a Determinação das Vazões de Projeto ................................................. 19
2.3.1. População atual (Po).................................................................................................... 19
2.3.2. População de Projeto ................................................................................................... 19
2.3.3. Consumo Médio “per capita” ...................................................................................... 20
2.3.4. Consumo Médio por Economia................................................................................... 20
2.3.5. Variações de Consumo ................................................................................................ 20
2.3.5.1. Variações Diárias ................................................................................................. 20
2.3.5.2. Variações Horárias ............................................................................................... 20
2.3.6. Vazão Média de Consumo .......................................................................................... 21
2.3.7. Vazão Máxima Diária ................................................................................................. 21
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

2.3.8. Vazão Máxima Horária ............................................................................................... 21


2.3.9. Vazão Média por Economia ........................................................................................ 22
2.3.10. Vazão de Cálculo ...................................................................................................... 22
2.4. Cálculo do Volume do Reservatório .................................................................................. 22
2.5. Dimensionamento do Sistema de Distribuição .................................................................. 22
2.6. Observações ....................................................................................................................... 23
2.7. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 24
ANEXOS ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.
Anexo 01 – Planilhas de Cálculo ............................................... Erro! Indicador não definido.
Anexo 02 – Planilhas de Custos ............................................. Erro! Indicador não definido.
Anexo 03 – Memorial de Plantas ............................................... Erro! Indicador não definido.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

1. MEMORIAL DESCRITIVO

1.1. Introdução
O Presente Projeto refere-se à instalação de um Sistema de Tratamento de Água, com a
finalidade de atender a demanda de consumo de água dos moradores das Linhas: Aguinhas,
Weber, Baixo Aguinhas, Antunes e Vila Brasil localizadas no Município de São Carlos/SC.
O Município de São Carlos localiza-se no extremo oeste de Santa Catarina a 45 km de
Chapecó e a 605 km de Florianópolis. O Município Possui uma área de 159 km² e as principais
atividades econômicas do município é o turismo, a agricultura e a pecuária.
A Água Bruta será captada do Rio Chapecó, sendo encaminhada para uma Estação de
Tratamento de Água – ETA. O objetivo deste sistema será de melhorar a qualidade da água
consumida, o nível de vida e a saúde destes moradores, uma vez que, a atual água consumida não
atende os padrões mínimos recomendados pela Organização Mundial de Saúde. O município
sente com frequência a falta de água, além de consumir água sem o devido tratamento, motivos
que levaram a instalação em curto prazo de um Sistema de Abastecimento de Água para o
Município. As etapas de execução deste sistema estão descritas a seguir.

1.2. Estudo de Concepção

1.2.1. Introdução ao Estudo


A necessidade de execução de um projeto de abastecimento de água nas localidades de
Linha Aguinhas, Weber, Baixo Aguinhas, Antunes e Vila Brasil partiu de uma necessidade da
prefeitura Municipal de São Carlos / SC, preocupada com o abastecimento de água destas
comunidades. Anteriormente a execução do projeto é preciso estudar os problemas surgidos e
também saber quais são as demandas da população relacionadas ao abastecimento de água.
O abastecimento atual das famílias e feito através de fontes individuais. Os principais
fatores para a solicitação do projeto são:
• O fornecimento de água é inferior ao volume necessário para abastecer à População;
• A água consumida não recebe nem um tipo de tratamento;
• Em levantamentos realizados na Região e Tendo em vista que o volume do rio é
suficiente para atender a demanda de consumo da população.

1.2.2. Descrição do Sistema Existente


No local não tem nem um tipo de abastecimento público de água, apenas abastecimento
por fonte superficiais e individuais em cada residência, ressaltando que estas não recebem nem
um tipo de tratamento.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

1.2.3. Objetivos do Estudo Técnico


O objetivo deste estudo técnico é mostrar algumas das dificuldades encontradas na hora
da elaboração do projeto. Resumem-se nos seguintes pontos apresentados:
• Condições da água existente.
• Escassez de Água em Estiagens.
• Pesquisa e a definição de mananciais abastecedores.

1.2.4. Condições da Água Existente


A água utilizada pelas residências é originada de fontes individuais, essa água não recebe
nem um tratamento e também não são conhecidas às condições em que se encontra essa água.
Podem estas estar contaminadas com agrotóxicos, pois a região em que se encontra os
consumidores é uma região agrícola, e devido ao mal uso de agrotóxicos e inseticidas em locais
indevidos, estas podem conter alguma contaminação. Nas residências o sistema de tratamento de
esgoto é feito de forma individual, com a utilização de fossas sépticas, filtros e sumidouros.
Apesar de este sistema ser muito eficiente algumas vezes devido à falta de manutenção adequada
e das fontes estarem muito próximas deste a água pode estar contaminado por coliformes.

1.2.5. Escassez de Água em Épocas de Estiagens


Nos últimos anos a região em estudo passou por muitas estiagens comprometendo o
abastecimento das residências, o que contribui para a diminuição na qualidade de vida dos
moradores já que a água é imprescindível para o ser humano.

1.2.6. Pesquisa e a Definição de Mananciais Existentes


Dentre as opções de Abastecimento de Água para Linhas Aguinhas, Alto Aguinhas,
Aguinhas Central e Linha Weber, citamos:
• Opção “I”: Captação de Água do Rio Chapecó com posterior tratamento físico-
químico;
• Opção “2”; Perfuração e Captação de Água de Poço Tubular Profundo (Poço
Artesiano);
Na opção “I”, a água oriunda do Rio Chapecó necessariamente deverá ser encaminhada
para uma Estação de Tratamento de Água (ETA) utilizando o processo físico-químico.

Citamos alguns pontos positivos e negativos desta alternativa:


Captação de Água Superficial do Rio Chapecó com ETA
Pontos Positivos Pontos Negativos
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

- Manacial de captação com - Alto valor de investimento da


boa vazão, Rio Chapecó. Estação de Tratamento de
água;
- Possibilidade de Ampliação
do Sistema de Tratamento

Na opção “II”, Captação de água de Poço Tubular Profundo (Poço Artesiano), o líquido
deverá passar por um processo de tratamento, bem mais simplificado. Citamos alguns pontos
positivos e negativos desta alternativa:
Captação de Água de Poço Tubular Profundo
Pontos Positivos Pontos Negativos
- Tratamento de água com Dados de Perfuração de Poços
processo simplificado na Região não garante vazões
(desinfecção) com menos suficientes para atender a
investimento; demanda da população;

- ETA sendo de fácil operação e


manutenção;

Diante do exposto, consideramos a opção “I” – Captação de Água do Manancial Rio


Chapecó, como a mais viável devido a grande vazão que esta pode operar.

1.2.7. Descrição do Sistema Proposto


O objetivo do sistema proposto é que toda a população receba a quantidade de água
necessária, incluindo nos dias de máximo consumo, como também com a melhor qualidade.
As partes do sistema proposto são:
• Estação de Tratamento de Água (ETA);
• Casa de Química;

1.3. Estação de Tratamento de Água – ETA


Considerando seu baixo custo, sua alta durabilidade, sua resistência à corrosão, nenhuma
manutenção com pintura, sua boa estética e capacidade de expansão, resolveu-se construí-la em
fibra de vidro especial.
Neste tipo de ETA não se pode usar reservatório (caixas) com espessura comum que,
segundo as normas da ABNT e NBR 13210, varia entre 4 e 6mm para reservatórios comuns.
Neste caso, usaremos espessura com no mínimo 40% de reforço a mais que a normal.
A Estação de Tratamento de Água – ETA terá como vazão 20,0 m³/hora, podendo
funcionar 24 Horas Diárias.
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A Estação de Tratamento terá as seguintes unidades, na seqüência: Conforme Detalhe


anexo Planta 04
1. Coagulação;
2. Floculação;
3. Decantação;
4. Filtração;
5. Desinfecção;
6. Correção de pH;
7. Tanque de Contato.
Além destas unidades a ETA terá uma Casa de Química, onde serão manipulados os
produtos químicos a serem utilizados no tratamento. Conforme Detalhe anexo Planta 02
Para possibilitar uma boa Operação e Manutenção da Estação, iremos utilizar duas
fileiras de Tratamento, possibilitando a limpeza de cada uma delas individualmente sem paralisar
o funcionamento da ETA. Conforme Detalhe anexo Planta 02
A Estação será composta dos seguintes Tanques, na seqüência:
• Tanque de Coagulação e Floculação: Uma (01) unidade de 7.000 litros;
• Tanques de Floculação/Decantação: Duas (02) unidades de 7.000 litros cada,
totalizando 14.000 litros;
• Tanques de Decantação: Duas (02) unidades de 7.000 litros cada, totalizando
14.000 litros;
• Tanques de Filtração: Duas (02) unidades de 7.000 litros cada;
• Tanque de Desinfecção e Correção de pH: Uma (01) unidade de 1.000 litros.
• Tanque de Contato: Acontecerá no primeiro Tanque de 20.000 litros do Sistema
de Reservação;
A seguir estão descritas cada uma das Etapas do Processo de Tratamento.

1.3.1. Coagulação
A Água bruta captada do Rio Chapecó possui Cor e Turbidez bastante elevados, devido a
sólidos suspensos e dissolvidos. A variação da Cor e Turbidez dependem de vários fatores, mas,
principalmente, da precipitação pluviométrica (chuvas).
Esta Cor e Turbidez precisa ser removida, sendo necessária a introdução de um Produto
Químico (Sulfato de Alumínio), que tem como função, permitir com que os sólidos dissolvidos e
suspensos se aglomerem, formando os chamados “Flocos”.
Este Processo irá ocorrer dentro de um Tanque de Fibra de Vidro (reforçado) com
volume de 7,0 m³, apoiado sobre uma base de concreto armado.
A base de assentamento do tanque será de Concreto Traço 1 : 2 : 2,5 - fck 20 MPA, com
Armadura CA-50, 8.0 mm. Será usada também Forma de Compensado Resinado 12mm. A base
quadrada com 2,20 metros de lado e altura 0,10 metros.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

O tanque terá uma cortina na transversal da área, perfurada e de fibra de vidro com altura
de 0,80 metros do fundo. Os furos estarão distanciados 20 cm entre si e terão um diâmetro
nominal de 4,0 cm. O objetivo desta cortina será de permitir um turbilhonamento na parte
superior do tanque para ocorrer uma boa floculação, além de distribuir por todo fundo a
passagem e flocos. Conforme Detalhe anexo Planta 01
A preparação da solução contendo o Sulfato de Alumínio será dentro da Casa de Química
e, a introdução deste produto na água será feita através de bomba dosadora com regulagem de
vazão.

1.3.2. Floculação
A Etapa da Floculação consiste em permitir um tempo de detenção na Estação para que o
Polímero introduzido na água (iniciando o processo de Coagulação), forme flocos (aglomerados)
com peso próprio para decantarem (irem para o fundo). Este Processo irá ocorrer dentro do
mesmo tanque de coagulação já descrito anteriormente. Conforme Detalhe anexo Planta 01
A seguir o Cálculo do Tempo de Detenção da água no tanque de floculação:

Conforme Teste de jarros realizado, a formação do floco com agitação média/baixa,


ocorre em aproximadamente 18,0 minutos, ou seja, este é o tempo de detenção mínimo no
tanque de floculação.

Tempo de Detenção (Tdf) = a calcular


Volume Disponível (Vf) = 7.000 litros
Vazão de projeto (Qp) = 20.000 litros/hora

Tdf = Vf Td = _ 7.000 litros Td = 0,35 horas ou 21,0 minutos


Qp 20.000 litros/hora

Além deste tanque, existe possibilidade de ocorrer ainda o processo de floculação dentro
próximo tanque, aumentando ainda mais o tempo de detenção. Reservamos esta situação como
coeficiente de segurança para uma possível falha de operação da ETA.

1.5.3. Decantação
Nesta fase, os flocos formados e com peso próprio, irão decantar, depositando-se no
fundo do Decantador. A Água já bastante clarificada, fica na parte superior, sendo encaminhada
para o processo de Filtração.
O Sistema de Decantação será sub-dividido em duas unidades de tratamento em paralelo.
Cada uma das duas unidades terá o seguinte:
• Dois (02) Tanque de Decantação em Fibra de Vidro (reforçada) com volume de
7,0 m³, contendo no interior repartição de fibra de vidro (Conforme indicado na
planta 05/12), meia calha de coleta superior, Material hidráulico e base de
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

assentamento quadrada de Concreto Traço 1 : 2 : 2,5 - fck 20 MPA com


Armadura CA-50, 6.3 mm e 2,20 m de lado e altura 0,15m; Conforme Detalhe
anexo Planta 01
A seguir o Cálculo do Tempo de Detenção da água no tanque de decantação:

Conforme Teste de jarros realizado, o tempo de decantação do floco é de


aproximadamente 40,0 minutos, ou seja, este é o tempo de detenção mínimo no tanque de
decantação.

Tempo de Detenção (Tdd) = a calcular


Volume Disponível (Vd) = 28.000 litros (4 x 7.000)
Vazão de projeto (Qp) = 20.000 litros/hora

Tdd = Vdd Td = _ 28.000 litros Td = 1,4 horas ou 84,0 minutos


Qp 20.000 litros/hora

Temos, portanto, certa folga no tempo de detenção, mas, utilizaremos este coeficiente
para permitir um possível aumento no tempo de detenção na floculação, entrando já no processo
de decantação. Além de termos certa segurança no caso de falha na Operação da ETA.

1.3.4. Filtração
Neste Processo, a água já clarificada vinda dos decantadores, ainda pode conter sólidos
suspensos e dissolvidos. Para reter estes possíveis sólidos, a água irá passar por um leito de
Carvão Ativado, Areia Graduada e Seixos Graduados.
Este processo de Filtração irá acontecer em duas (02) caixas, sendo uma para cada
unidade de decantação. Estas caixas serão de Fibra de Vidro (reforçado) com volume unitário de
7,0 m³. Este tanque deverá ser assentado sobre uma base de Concreto Traço 1 : 2 : 2,5 - fck 20
MPA, com Armadura CA-50, 8.0 mm. Será usada também Forma de Compensado Resinado
12mm. A base será quadrada com 2,20 metros e altura 0,15 metros. Conforme Detalhe anexo
Planta 01
O filtro funcionará de forma descendente e terá as seguintes camadas: 0,25m de Carvão
Ativado Vegetal, 0,25m de Areia Graduada com três diâmetros e 0,20m de Seixos rolados com
três granulometrias. Entre a camada de areia e seixo rolado será colocada uma camada torpedo
com 0,10 metros, importante camada para evitar a fuga de material filtrante.
O tanque terá um fundo falso com 0,20 metros de altura livre, sendo que na parte superior
teremos uma base de apoio das camadas filtrantes. Esta base de apoio será de fibra de vidro com
0,25 metros de altura, possuindo furos de uma polegada espaçados de 12,50 cm.
A altura filtrante total será de 0,80 metros:
• 0,25 metros de Carvão Ativado Vegetal;
• 0,25 metros de Areia (03 granulometrias);
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• 0,10 metros de Camada torpedo;


• 0,20 metros de Seixos Rolados.

O Carvão Ativado Vegetal tem como objetivo retirar da água o odor, sabor, cor, turbidez,
metais e outros elementos ou compostos químicos.
A areia tem como principal função reter sólidos suspensos e dissovidos, tirando a cor,
turbidez e matéria orgânica presente na água.
Os seixos rolados tem com função auxiliar na retenção de sólidos suspensos e dar
sustentação para as camadas superiores de areia e carvão.
Após alguns dias de uso, o filtro acumulará muitos resíduos de flóculos (gel) em sua
superfície onde impedirá gradativamente a passagem da água, então teremos que executar a
retrolavagem.
A Retrolavagem consiste na injeção de água no filtro no sentido contrário ao escoamento
normal, ou seja, injetaremos água tratada através de um Conjunto Motobomba de 5,0 CV com
Tubo PVC PBA Soldável CL 15 Pressão de Serviço 750 KPa ou 7,50 Kgf/cm² DE 110 mm que
terá uma vazão de 18 litros por segundo ou 64.800 litros por hora. O Tempo de Retrolavagem
depende do estado do filtro, mas, deve ficar na faixa de 15,0 minutos.
A água da retrolavagem do filtro será coletada por uma colha com largura 0,25 metros e
altura 0,15 metros, seguindo por uma tubulação de PVC de Esgoto até uma vala de retenção e
infiltração. Após o processo de retrolavagem o filtro estará pronto para operar novamente.
O processo de filtração terá uma área superficial (Af) de filtração de aproximadamente
3,15m². A Taxa de Filtração (Tx) na situação proposta com as camadas de Carvão Ativado
Vegetal, de Areia e Seixos Rolados fica em torno de 200 m³ / m² / dia.
Portanto, o processo de filtração terá condições de tratar por dia o seguinte Volume (V):
V = ( Tx ) x ( Af )
V = ( 200 m³/m²/dia ) x ( 3,42 m² )
V = 684,0 m³ / dia x 2,0 filtros
V = 1.368,0 m³/dia
Este é o volume diário máximo de tratamento da unidade de filtração, valor bem acima
do volume de tratamento da ETA.

1.3.5. Correção de pH
Após o processo de filtração, a água estará com valores de pH baixo, fora dos Padrões de
Potabilidade controlados pelo Ministério da Saúde. O motivo pelo qual o pH decresceu é por
conta da introdução do Sulfato de Alumínio na Água.
Deverá ser feita a Correção do pH, com a introdução de produto químico (a base de
NAOH livre), fazendo com que o pH se eleve para valores expressos nas Normas e Portarias que
regulamentam o Abastecimento de Água.
A preparação da solução corretora do pH será dentro da Casa de Química e, a introdução
deste produto na água será feita através de bomba dosadora com regulagem de vazão.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

1.3.6. Desinfecção
Depois do processo de Filtração, a água estará com Cor e Turbidez dentro dos Padrões de
Potabilidade, mas, poderá conter microrganismos que podem causar doenças. Para evitar a
Distribuição de água contaminada, será necessária a Desinfecção, sendo feita pela introdução de
produto à base de Cloro (Hipoclorito de Sódio ou Cálcio – exemplo). Resumindo, a Desinfecção
tem como objetivo a eliminação total de possíveis microrganismos nocivos ao ser humano.
A preparação da solução contendo Cloro Ativo será dentro da Casa de Química e, a
introdução deste produto na água será feita através de bomba dosadora com regulagem de vazão.
A Correção de pH e a Desinfecção irão ocorrer no interior de um reservatório de fibra de
vidro de 1.000 litros, apoiado sobre base de concreto armado. A base de assentamento deste
tanque será de Concreto Traço 1 : 2 : 2,5 - fck 20 MPA, com Armadura CA-50, 6.3 mm. Será
usada também Forma de Compensado Resinado 12mm. A base será circular com diâmetro 1,15
metros e altura 0,60 metros.

1.3.7. Tanque de Contato e Armazenamento


Para acontecer uma desinfecção eficiente, o produto a base de Cloro deverá ter um
Tempo de Contato mínimo de 30 minutos com a água, antes de ser distribuída.
Este processo irá ocorrer dentro do primeiro tanque de 20.000 litros do Sistema de
Reservação. Após o Tanque de Contato e Armazenamento, a água está pronta para ser
consumida. As descrições do tanque estão no item Sistema de Reservação. Conforme Detalhe
anexo Planta 01

1.3.8. Casa de Química


Como mencionado anteriormente, para tornar a Água Potável será necessária a
introdução de produtos químicos. Para tanto, será necessária ter na Estação de Tratamento um
local onde estes produtos possam ser estocados e manipulados. Este local á chamado de Casa de
Química. Conforme Detalhe anexo Planta 04
A Casa de Química deverá possuir as seguintes repartições:
• Sala para Estocagem de Sulfato de Alumínio (coagulante);
• Sala para Estocagem do Cloro (Desinfecção);
• Sala para Estocagem do Produto a base de NAOH (Corretor de pH);
• Sala para preparação das soluções dos produtos;
• Sala de Recepção;
• Banheiro;
• Área coberta e Abrigo do Quadro de Comando do conjunto motobomba.

1.3.8.1. Projeto
Constituído com os seguintes compartimentos:uma sala de química, um BWC e uma Sala
de Armazenagem, conforme projeto arquitetônico.
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1.3.8.2. Fundações e estrutura


Será providenciada a limpeza do lote, construção de barraco para material e ferramentas e
a marcação do esquadro da obra. As fundações com sapatas isoladas, colarinho, viga de
baldrame, pilares e vigas conforme projeto estrutural. As vigas de baldrame em contato com o
solo deverão ser impermeabilizadas para evitar infiltrações.

1.3.8.3. Paredes
Todas as Paredes, Externas e Internas serão em alvenaria com tijolos 6 furos, sendo que
essas paredes receberão todos os revestimentos, como Chapisco, Emboço e Reboco.
Alvenaria:
Serão executados com tijolos comuns de seis furos, nas dimensões do projeto, sendo que
serão assentados com argamassa, posteriormente recebendo o devido acabamento.
Impermeabilização: As quatro primeiras fiadas de tijolos, de todas as paredes, deverão ser
assentes com argamassa de cimento e areia média, traço de 1:3, hidratada com
impermeabilizante, na proporção indicada pelo fabricante.
O restante do assentamento será com argamassa traço 1:2:8 de cimento, cal hidratada,
areia média, as juntas com espessura de 15 mm. A cal hidratada poderá ser substituída por algum
aditivo (alvenarite) e este ficara a escolha do executor.
Sobre todas as portas e janelas deverão existir vergas armadas conforme o tamanho do
vão, com três barras de ferro 6,3 mm, apoiadas em pelo menos 40 cm de cada lado do vão.
Chapisco:
O traço para o chapisco deverá ser de 1:3 com cimento e areia grossa, ou seja, a que passa
na peneira 4,8mm e fica retida na 2,4mm, e será aplicada sobre a parede limpa a vassoura e
abundantemente molhada com esguicho de mangueira.
Emboço:
O emboço só será iniciado após completa pega de argamassa das alvenarias e chapiscos, e
depois de embutidas todas as canalizações que pôr ele devam passar. A superfície deverá ser
molhada como anteriormente descrito. Os emboços serão fortemente comprimidos contra as
superfícies e apresentarão parâmetro áspero para facilitar a aderência. A espessura do emboço
não deve ultrapassar a 20mm.
O traço para o emboço será 1:2: 8 de cimento, cal em pó e areia média (passa na peneira
2,4mm e fica retida na 0,6mm).
Reboco:
Sobre a camada de emboço, curado, limpo, sem poeira, molhado, será executado o
reboco, na espessura máxima de 5mm, traço 1:3 de cal em pasta e areia fina peneirada, com
adição de 5% de cimento. O acabamento deverá ser feltrada.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

1.3.8.4. Revestimentos
Piso cerâmico em todas as dependências. A cerâmica será assentada com argamassa
específica conforme orientação do fabricante e rejunte nas cores apropriadas.

1.3.8.5. Cobertura
Laje pré-moldada impermeabilizada sem cobertura, deixando suas devidas abas conforme
projeto.

1.3.8.6. Aberturas
As Janelas e portas da casa de química serão de Ferro, apenas a porta do BWC será em
madeira e sua janela de ferro.

1.3.8.7. Instalações
Hidrosanitárias: Tubulações embutidas, para água e esgoto, em PVC, destinadas à fossa
séptica, Filtro anaeróbio e em seguida para o sumidouro.
- Fossa, Filtro e Sumidouro
Será Adotado Fossa, Filtro e Sumidouro pré-moldados de concreto, pois estes são de
execução mais rápida e são fornecidos por empresas especializadas o que garante um
funcionamento melhor dos mesmos.
- Memorial Descritivo
- Sistema de tratamento de efluentes constituído de Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio de
sessão retangular dimensionados pela NBR 7229 e NBR13969, conforme necessidade da obra.

- Materiais utilizados:
1º Concreto armado:
- Concreto traço 3:1 – Cimento ARI RS resistente ao sulfato;
- Malha de ferro 20x20 – 3.6mm
- Espessura da parede e fundo 5cm;
- Tampas de concreto armado com 5cm - ferro de 6.3mm;
- Slump 0;
- Tubos e conecxões marca “tigre”- Bitolas no projeto.

- Funcionamento:
Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio:
Será lançado os dejetos com 100% de impurezas, onde nesse compartimento ( Fossa
Séptica ) ocorrera a fermentação por intermédio dos micro organismos existentes nos dejetos
orgânicos, transformando-se em LODO, LIQUIDO e ESCUMA, onde por sua vez o LIQUIDO
será lançado para o Filtro Anaeróbio, pelo fluxo natural da gravidade, levado ate o fundo falso,
subindo pelo leito filtrante de brita nº03 e saindo para o destina final. ( ver Anexos ).
- Manutenção:
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Conforme NBR 7229, adotamos que: o lodo e escuma acumulados nos tanques sépticos
devem ser removidos a intervalos de 01 anos.
- O intervalo de remoção pode ser encurtado ou alongado quando aos parâmetros de
projeto, sempre que se verificar alterações nas vazões efetivas de trabalhos com relação ás
estimadas;
- Quando da remoção do lodo digerido, aproximadamente 10% de seu volume devem ser
deixados no interior do tanque;
- A remoção periódica de lodo e escuma deve ser feita por profissionais especializados
que dispõe de equipamentos adequados, para garantir o não contato direto entre pessoas e lodo. É
obrigado o uso de botas e luvas de borracha.
- Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior dos tanques, as
tampas devem ser mantidas abertas por tempo suficiente á remoção de gases Tóxicos ou
explosivos ( 5 min ).
Conforme NBR 13969, o filtro anaeróbio deve ser limpo quando for observada a
obstrução do leito filtrante.
- Para limpeza do filtro deve ser utilizado um mangote de sucção, introduzido pelo tubo
guia que leva ate o fundo falso do filtro;
- se constatar que a operação acima é insuficiente para retirada do lodo, deve ser lançado
água sobre a superfície do leito filtrante, drenando-a novamente. Não deve ser feita a “lavagem”
completa do filtro, pois retarda a partida da operação após a limpeza.
- Eficiência ao passar pelo Filtro Anaeróbio:
Faixas Prováveis de remoção dos poluentes:
- DBO 5,20 - 40 a 75 %
- DQO - 40 a 70 %
- SNF - 60 a 90 %
- Sólidos
Sedimentáveis - 70 uo + %
- Fosfato - 20 a 50 %
- Coliformes - - %
Obs.: Os valores limites inferiores são referentes a temperatura abaixo de 15ºC; os
valores limites superiores são para temperaturas acima de 25ºC, sendo também influenciados
pelas condições operacionais e grau de manutenção;
As taxas de remoção dos coliformes não devem ser consideradas como
valores de aceitação, mas apenas de referencia, uma vez que 0,5% residual de coliformes do
esgoto representa centenas de milhares destes.
Algumas características do processo de tratamento:
- Área necessária - Reduzida;
- Operação - Simples;
- Custo operacional - Baixo;
- Manutenção - Simples:
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- Odor/Cor do Efluente - Sim;


- Memorial de Cálculo

Dimensionamento das fossas Sépticas de Câmara Única

V=1000+N. (C.T + K.Lf)

Sendo:

V=volume útil, em litros.


N=número de
contribuintes.
C=contribuição de despejos, em litros/pessoa/dias.
T=período de detenção, em dias.
Lf=contribuição de lodo fresco, em litros/pessoa/dia.
K=Taxa de acumulação de lodo digerido

Dimensionamento do Filtro Anaeróbio

Vu=1,6xN.C.T

Sendo:

V=volume útil, em litros.


N=número de
contribuintes.
C=contribuição de despejos, em litros/pessoa/dias.
T=período de detenção, em dias.

MEMORIAL DE CÁLCULO
Cálculo da Fossa Séptica
N C T K Lf

V1=1000+N.(C.T+ K. Lf) 3 50 1 65 0,2


V1= 1189 litros
Calc. Adotado
Tamanho Fossa Séptica X= 1 1 m
Y= 2 2 m
Z= 0,7945 1,5 m
X1 sistemas

Cálculo Filtro Anaeróbio


N C T
Vu1=1,6xN.C.T 3 50 1
Vu1= 240 litros
Calc. Adotado
Tamanho Filtro Anaeróbio X= 1 1 m
Y= 2 2 m
Z= 0,32 2 m
X2 sistema
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NBR - 7229 ( ABNT, 1993).

Tabela 4.1 - Contribuição de esgoto "C" e de lodo freco "Lf" por tipo de ocupação

Tipo e ocupação das edificações Contribuição de Contribuição de


esgoto "C" lodo fresco "Lf"
( litros/pessoas x (litros/pessoa x
dia) dia)
1- Ocupantes permanentes:
Residência de alto padrão 160 1
Residência de padrão médio 130 1
Residência de baixo padrão 100 1
Hotéis ( exceto lavanderia e cozinha) 100 1
Alojamento provisórios 80 1

2 - Ocupantes temporários:
Fábrica em geral 70 0,30
Escritórios 50 0,20
Edifícios públicos e comerciais 50 0,20
Escolas (Externatos) e locais de longa 50 0,20
permanência
Bares 6 0,10
Restaurantes e similares 25(1) 0,10
Cinemas, teatros e locais de curta 2(²) 0,02
permanência
Sanitários públicos (4) 480 (³) 4,0

Observações: (1) por refeições (2) por lugares disponíveis (3) apenas acesso aberto
público ( estações rodoviárias, ferroviarias, estádio esportivo, logradouro público (4) por
bacias sanitárias disponíveis).

Tabela 4.2 - Tempo de detenção dos despejos "Td"

Contribuição diária ( litros) Tempo de detenção "Td"


Em dias Em horas
Até 1.500 1,00 24
De 1.501 a 3.000 0,92 22
De 3.001 a 4.500 0,83 20
De 4.501 a 6.000 0,75 18
De 6.001 a 7.500 0,67 16
De 7.501 a 9.000 0,58 14
Mais que 9.000 0,50 12

Tabela 4.3 - Valores da taxa de acumulação de lodo digerido "K"

Intervalo entre limpezas Valores de "k" (em dias), por faixas


(anos) temperaturas ambientes "t", (em °C)
10≤ t ≤
t<10 20 t>20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
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5 254 225 217


Instalações Elétricas: Executadas conforme as especificações do projeto e normas da
ABNT e Celesc. Ligado ao circuito existente.

1.3.8.8. Pintura
As paredes de alvenaria externa e internamente receberão pintura com tinta látex PVA.
As janelas e portas de ferro receberão tinta esmalte em duas demãos e as portas em madeira
receberão pintura esmalte sintético em duas demãos.

1.3.9. Drenagem dos Efluentes e Vala de Infiltração


A drenagem dos efluentes da ETA serão por meio de tubos de esgoto DN 20 cm e, serão
encaminhados até uma Vala de Depósito e Infiltração.
Esta vala destina-se para depósito e infiltração dos efluentes provenientes da limpeza das
unidades de tratamento da ETA, principalmente do decantador e filtros. As dimensões da Vala
serão: 3,0 metros de largura, 4,0 de comprimento e 1,50 metros de altura útil. Após certo tempo
o material depositado na vala devera ser retirado e encaminhada ate um aterro sanitário.

1.4. Locação da Obra


A locação está sendo feita de acordo com o respectivo projeto, admitindo-se, no entanto,
certa flexibilidade na escolha da posição da rede dentro da estrada, face a existência de
obstáculos não previstos, bem como da natureza do solo, que servirá de leito. Qualquer
modificação somente poderá ser efetuada com autorização dos Órgãos Participantes do Projeto.

1.5. Escavações
Na abertura das valas deverá se evitar o acúmulo, por muito tempo, do material e da
tubulação na beira da vala, sobretudo quando este acúmulo possa restringir ou impedir o livre
trânsito de veículos e pedestres. Em locais em que não houver impedimentos no uso de
equipamentos pesados e de porte, a escavação deve ser processada por meios mecânicos, com o
uso de retroescavadeira. Eventualmente, será necessário o uso de motoniveladora e trator de
esteira. A escavação manual deve ser utilizada em locais que não se possa efetuar a escavação
mecânica. Em ambos os casos a empreiteira será responsável por eventuais danos causados a
terceiros.
Na necessidade de uso de explosivos no processo de escavação em material rochoso,
deverão ser obedecidas às exigências legais que regem o uso e a guarda de explosivos. Neste
caso, a profundidade da escavação deverá ser acrescida de 20 cm, em que será preenchido com
material apropriado, para melhorar a base dos tubos a serem assentados. O material escavado da
vala não deverá obstruir as sarjetas. A escavação não deve adiantar-se ao assentamento em mais
de 1.000 metros. O fundo da vala deverá ter declividade tal, que no assentamento dos tubos
sejam evitados trechos com mudanças bruscas no leito. No caso de material rochoso, a tubulação
deverá ficar afastada de no mínimo 20 cm da mesma.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

A profundidade da tubulação quando executada no terço médio da estrada será de 0,80 m,


para oferecer maior durabilidade aos tubos.
Dependendo da natureza do terreno deverá ser executado escoramento nas valas para
evitar desmoronamentos. O empreiteiro deverá escolher corretamente o tipo de escoramento para
cada tipo de solo.

1.6. Preparo do Leito para Assentamento da Tubulação


O fundo da vala onde vai ser assentada a tubulação, deverá estar isenta de pedras e outros
materiais, evitando assim o aparecimento de esforços localizados na tubulação. O leito deve ser
devidamente regularizado, eliminando todas as saliências da escavação. Em terrenos moles,
deverá ser executada a retirada deste material e substituí-lo por material mais resistente. Sendo
muito espessa a camada de terreno mole, o berço da tubulação deverá ser apoiado em estacas.
Estas estacas serão de concreto pré-moldado.

1.7. Assentamento da Tubulação


Antes do assentamento, os tubos e peças devem ser limpos e inspecionados com cuidado.
Deve ser verificado também a existência de falhas de fabricação, como danos e avarias
decorrentes de transportes e manuseio. No assentamento, os tubos devem ser rigorosamente
alinhados. O ajustamento das juntas da tubulação com seu respectivo material de vedação, deve
ser feito com o cuidado necessário para que as juntas sejam estanques. Nos períodos em que se
paralisar o assentamento, a extremidade da tubulação deve ser vedada com tampões. Para os
tubos de PVC, retirar todo o brilho e limpar a ponta e a bolsa com uma estopa embebida de
solução limpadora ou lixa, removendo todas as sujeiras e gorduras.

1.8. Aterro das Valas


Qualquer re-aterro só poderá ser iniciado após a autorização da fiscalização, a quem cabe
antes examinar a rede, a metragem e a instalação das peças especiais. Na operação manual ou
mecânica, de compactação do re-aterro todo cuidado deve ser tomado para não deslocar a
tubulação e seus berços de ancoragem. Quando o material retirado da vala for inconveniente ao
re-aterro, deverá ser substituído por outro de boa qualidade.

1.9. Desinfecção dos Tubos Assentados


Como durante o assentamento a tubulação ficará suja e contaminada, será necessário
desinfetar as linhas novas com cloro líquido. A dosagem usual de cloro é de 10,0 ppm (mg/L). A
água e o cloro devem permanecer na tubulação por 24 horas, no mínimo. No final deste tempo,
todos os hidrômetros e registros do trecho serão abertos e, evacuada toda água da tubulação até
que não haja mais cheiro de cloro. A desinfecção deverá ser repetida sempre que o exame
bacteriológico assim o indicar.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

1.10. Instalação da Rede Elétrica


Deverá ser instalada Rede de Energia Elétrica Trifásica junto a Estação Elevatória de
Água Bruta e Estação de Tratamento de Água – ETA. Também deverá ser instalado Padrão
Elétrico Trifásico – modelo da Concessionária, para cada um dos locais citados anteriormente.
A instalação da Rede de Energia Elétrica ficara a cargo da Prefeitura Municipal de São
Carlos.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

2. MEMORIAL DE CÁLCULO

2.1. Objetivos
O presente relatório tem o objetivo de submeter para aprovação de projeto de Sistema de
Abastecimento de Água, as dimensões e os materiais recomendados para Sistema de Captação,
Estação Elevatória, Adutora, Estação de Tratamento de Água e Sistema de Reservação. Estas
unidades estão representadas pelo Memorial, Planilha Orçamentária e Plantas, que mostram os
Detalhes do Sistema Proposto.

2.2. Especificações das tubulações


As tubulações apresentadas são regidas pelas normas técnicas Brasileiras (ver referências
bibliográficas).

2.3. Metodologia para a Determinação das Vazões de Projeto

2.3.1. População atual (Po)


A População atual será calculada pela equação a seguir.
Po = Ne x 4
Sendo:
Po = População atual, em habitantes
Ne = nº de economias
4 (quatro) é o número médio de habitantes por economia

2.3.2. População de Projeto


Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a população do
Município em 1991 era de 12.230 habitantes sendo destes 7.275 rurais e 4.955 urbanas, já em
1996 eram 11.989 habitantes sendo destes 6.317 rurais e 5.672 urbanas, em 2000 eram 9.364
habitantes sendo 4.017 rurais e 5.347 urbanas em 2007 eram 10.372 habitantes sendo que destes
3.555 era rural e 6.817 era urbana. Pelos dados apresentados podemos constatar que a população
rural vem decrescendo desde 1991 ate o ano de 2007 e tendo vista isso e para efeito de cálculo
será considerada uma taxa de crescimento anual de 1% o que acarretará no final de 20 anos a um
crescimento de 20%.

A População de projeto será calculada utilizando-se a equação abaixo:


Pr = (1 + 0,20) * Po
Sendo:
Pr = População de projeto, em habitantes
Po = População atual, em habitantes
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

2.3.3. Consumo Médio “per capita”


As Normas técnicas para projeto, organizadas ou adotadas por entidades locais, estaduais
ou regionais, geralmente apresentam, para cidades ou vilas com população inferior a 50.000
habitantes, o valor de 150 litros/hab.dia (q1) como consumo médio “per capita”, sendo este o
valor adotado neste Projeto.

2.3.4. Consumo Médio por Economia


É o consumo médio de uma economia expressa em litros por dia.
O cálculo é feito da seguinte forma:
Cme = q1 * N * k1 * k2
Cme = Consumo médio de uma economia
q1 = consumo médio “per capita”, em litros/hab.dia
N = número médio de habitantes por economia
k1 = coeficiente do dia de maior consumo
k2 = coeficiente da hora de maior consumo

2.3.5. Variações de Consumo


A água distribuída para uma localidade não tem uma vazão constante, mesmo
considerada invariável a população consumidora.
Devido a maior ou menor demanda em certas horas do período diário ou em certos dias
ou épocas do ano, a vazão distribuída sofre variações mais ou menos apreciáveis. A vazão é
influenciada, dentre outros motivos, pelos hábitos da população e condições climáticas.
Desta forma são acrescentados a fórmula os coeficientes do dia de maior consumo (k1) e
hora de maior consumo (k2).
2.3.5.1. Variações Diárias
O volume distribuído num ano, dividido por 365 permite conhecer a vazão média diária
anual.
A relação entre o maior consumo diário verificado e a vazão média diária anual fornece o
coeficiente do dia de maior consumo.
Assim:
K1 = maior consumo diário no ano .
Vazão média diária no ano
Estudos realizados demonstraram que para dimensionamento de um sistema de
abastecimento de água, o valor de k1 ficam compreendido entre 1,20 e 1,50.
No presente projeto, adotou-se o valor de k1 = 1,20.
2.3.5.2. Variações Horárias
Também no período de um dia há sensíveis variações na vazão de água distribuída a uma
localidade, em função da maior ou menor demanda no tempo.
21
Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

As horas de maior demanda situam-se em torno daquelas em que a população está


habituada a tomar refeições, em conseqüência do uso mais acentuado de água na cozinha, antes e
depois das mesmas.
O consumo mínimo verifica-se no período noturno, geralmente nas primeiras horas da
madrugada.
A relação entre a maior vazão horária observada num dia e a vazão média horária do
mesmo dia, define o coeficiente da hora de maior consumo.
Assim:
K2 = maior vazão horária no dia .
Vazão média horária no dia
Observações realizadas em diversas cidades brasileiras demonstraram que seu valor
também oscila, mas, na maior parte ficando próximo de 1,50.
No presente projeto, adotou-se o valor de k2 = 1,50.

2.3.6. Vazão Média de Consumo


Calculada pela equação abaixo.
VMC = (Pr * q1) / 1000
Onde:
VMC = vazão média de consumo, em m3/dia
Pr = população de projeto, em habitantes
q1 = consumo médio “per capita”, em litros/hab.dia

2.3.7. Vazão Máxima Diária


Calculada pela equação abaixo.
VMD = [(Pr * q1) / 1000] * k1
Onde:
VMD = vazão máxima diária, em m3/dia
Pr = população de projeto, em habitantes
q1 = consumo médio “per capita”, em litros/hab.dia
k1 = coeficiente do dia de maior consumo

2.3.8. Vazão Máxima Horária


Calculada pela equação abaixo.
VMH = [(Pr * q1) / (1000 * 24)] * k2
Onde:
VMH = vazão máxima horária, em m3/hora
Pr = população de projeto, em habitantes
q1 = consumo médio “per capita”, em litros/hab.dia
k2 = coeficiente da hora maior consumo
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

2.3.9. Vazão Média por Economia


É calculado dividindo-se o consumo médio diário de cada economia por 24 horas (um
dia). Esta vazão é expressa em Litros/hora.

2.3.10. Vazão de Cálculo


Esta é a vazão utilizada nos cálculos para dimensionamento deste sistema de
abastecimento de água.
É calculada da seguinte forma:
VC = [(Pr * q1) / 1000] * k1 * k2
Onde:
VC = vazão de cálculo, em m3/dia
Pr = população de projeto, em habitantes
q1 = consumo médio “per capita”, em litros/hab.dia
k1 = coeficiente do dia de maior consumo
k2 = coeficiente da hora maior consumo

2.4. Cálculo do Volume do Reservatório


O cálculo do dimensionamento do reservatório está demonstrado nas planilhas de cálculo.

2.5. Dimensionamento do Sistema de Distribuição


No anexo 1.6. das planilhas de cálculo, consta o dimensionamento do sistema de
distribuição de água, sendo:
• Coluna 01: Trecho em questão, ligando dois pontos.
• Coluna 02: Extensão do trecho em metros.
• Coluna 03: Vazão (l/s) a jusante do trecho, sendo este igual a vazão a montante do trecho
a seguir, na direção do escoamento.
• Coluna 04: Vazão (l/s) em marcha, sendo calculada multiplicando-se a vazão específica
pela extensão do trecho.
• Coluna 05: Vazão (l/s) a montante, calculada pela soma das vazões de jusante e em
marcha.
• Coluna 06: Vazão (l/s) fictícia, calculada pela soma das vazões de montante e jusante,
divididas por dois [Vf = (Qm + Qj) / 2].
• Coluna 07: Diâmetro da tubulação (mm), obedecendo as tabelas limites de
dimensionamento, que levam em conta a vazão (l/s ou m3/h) e a velocidade de
escoamento (m/s).
• Coluna 08: Diâmetro DI da tubulação (mm).
23
Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

• Coluna 09: Velocidade (m/s) de escoamento no trecho, sendo calculada pela divisão da
vazão a montante pela área da tubulação (v = Qm / A)
• Coluna 10: Cota piezométrica a montante, sendo a soma da cota do terreno mais a
pressão disponível neste ponto (estabelecida). A cota piezométrica a montante de um
trecho é igual a cota piezométrica a jusante do trecho imediatamente anterior.
• Coluna 11: Perda de carga total (hf) em metros. Utilizando-se a fórmula de Hazen-
Williams (J = 10,643 . Q1,85 . C -1,85 . D -4,87), calcula-se a perda de carga unitária (J). Esta
perda de carga unitária multiplicada pela extensão do trecho (L), identifica-se a perda de
carga total (hf = J . L).
• Coluna 12: Cota piezométrica a jusante do trecho, identificada pela subtração da cota
piezométrica a montante pela perda de carga total.
• Coluna 13: Cota do terreno a montante (acima, início) do trecho, na direção de
escoamento.
• Coluna 14: Cota do terreno a jusante (abaixo, fim) do trecho, na direção de escoamento.
• Coluna 15: Pressão dinâmica a montante, sendo calculada através da subtração da cota
piezométrica a montante da cota do terreno a montante.
• Coluna 16: Pressão dinâmica a jusante, sendo calculada através da subtração da cota
piezométrica a jusante da cota do terreno a jusante.
• Coluna 17: Pressão estática a montante, sendo calculada através da subtração da cota
piezométrica do reservatório ou válvulas da cota do terreno a montante.
• Coluna 18: Pressão estática a jusante, sendo calculada através da subtração da cota
piezométrica do reservatório ou valvula da cota do terreno a jusante.
• Coluna 19: Valores da Diminuição de pressão das válvulas a serem instaladas.
• Coluna 20: Observações relativas ao trecho, por motivo de inclusão de válvula reguladora
de pressão, etc.
• Coluna 21: Tubulações utilizadas Diâmetro Externo.

2.6. Observações

• É indispensável que cada ponto consumidor (economia) tenha um reservatório de uso


próprio e que a linha dimensionada neste reservatório abasteça somente os pontos
mencionados no projeto.
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Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

2.7. Referências Bibliográficas


- IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. – “Censo Demográfico – 2000”.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12211 NB 00587– Estudos
de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água”. Rio de Janeiro/RJ,
1982.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12215 NB 00597 – Projeto
de Adutora de Água para Abastecimento Público”. Rio de Janeiro/RJ, 1991.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12218 NB 00594 – Projeto
de Rede de Distribuição de Água para Abastecimento Público”. Rio de Janeiro/RJ,
1994.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12214 NB 00590 – Projeto
de Sistema de Bombeamento de Água para Abastecimento Público”. Rio de
Janeiro/RJ, 1992.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12217 NB 00593 – Projeto
de Reservatório de Distribuição de Água para Abastecimento Público”. Rio de
Janeiro/RJ, 1994.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12212 NB 588 – Projeto de
poço para captação de água subterrânea”. Rio de Janeiro/RJ, 1992.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 12244 NB 1290 –
Construção de poço para captação de água subterrânea”. Rio de Janeiro/RJ, 1992.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 7664 EB 1207 – Conexões
de ferro fundido com junta elástica, para tubos de PVC rígido defofo para adutoras
e redes de água”. Rio de Janeiro/RJ, 1982.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 7673 EB 1290 – Anéis de
borracha para tubulações de PVC rígido para adutoras e redes de água”. Rio de
Janeiro/RJ, 1982.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 7372 NB 115 – Execução
de tubulações de pressão - PVC rígido com junta soldada, rosqueada, ou com anéis
de borracha”. Rio de Janeiro/RJ, 1982.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 9822 NB 778 – Execução
de tubulações de PVC rígido para adutoras e redes de água”. Rio de Janeiro/RJ,
1987.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 5680 PB 277 – Dimensões
de tubos de PVC rígido”. Rio de Janeiro/RJ, 1977.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 9821 PB 912 – Conexões de
PVC rígido de junta soldável para redes de distribuição de água - Tipos”. Rio de
Janeiro/RJ, 1987.
25
Sistema de Tratamento e Abastecimento de Água – São Carlos/SC.

- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 9821 PB 912 – Conexões de


PVC rígido de junta soldável para redes de distribuição de água - Tipos”. Rio de
Janeiro/RJ, 1987.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 5648 EB 892 – Sistemas
Prediais de Água Fria – Tubos e Conexões de PVC 6,3, PN 750 Kpa, com junto
soldável – Requisitos”. Rio de Janeiro/RJ, 1999.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT – “NBR 8417 EB 1477 – Sistemas de
ramais prediais de água, tubulação polietileno – Requisitos”. Rio de Janeiro/RJ, 1999.
- Norma Técnica DIN – “DIN 8074 / 75 / 77 / 78 – Fabricação de Tubulação PEAD
para uso em rede de adutoras de água, esgoto, mineração e irrigação”.
- Netto, José Martiniano de Azevedo – “Manual de Hidráulica”. Editora Edgard Blücher
Ltda. São Paulo/SP, 1998.
- Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Ministério da Saúde. “Apresentação de
Projetos de Sistemas de Abastecimento de Água”. Brasília/DF, agosto 2003.

RICARDO BEIRITH
Eng. Civil – CREA / SC 028986-1

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