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3. TRIGONOMETRIA
Trigonometria (do grego trígonon - triângulo e metron - medida) é parte da matemática, que
nos oferece ferramentas para a resolução de problemas que envolvem os triângulos. Esses são
figuras geométricas com três lados e três ângulos internos. A resolução de alguma dessas variáveis,
ângulos ou distâncias, é o principal objetivo desta área da matemática.
O homem desde os tempos mais remotos tem a necessidade de mensurar distâncias entre
dois pontos, estes muitas vezes, localizados em lugares de difícil acesso ou até mesmo inacessíveis.
Devido a estas dificuldades, destaca-se a trigonometria como uma ferramenta importante no auxilio
as medições indiretas, sendo ferramenta indispensável para cálculos topográficos.
Num triangulo retângulo (Figura 6), que é aquele que possui um dos ângulos igual a 90° (o
ângulo reto), os lados da figura possuem nomes. É importante entender estes nomes e suas
características para o entendimento do teorema de Pitágoras e das relações trigonométricas.
O lado “a” da figura, o mais comprido e oposto ao ângulo de 90º (ângulo reto), se chama
hipotenusa. Os lados “b” e “c”, que formam o ângulo reto, se chamam catetos.
O cateto 2 (lado “b”) que forma o ângulo α com a hipotenusa é o cateto adjacente ao ângulo
α e o outro o cateto 1 (lado “c”), é o cateto oposto ao ângulo α.
O cateto 1 (lado “c”) que forma o ângulo β com a hipotenusa é o cateto adjacente ao ângulo
β e o outro o cateto 2 (lado “b”), é o cateto oposto ao ângulo β.
O teorema de Pitágoras leva o nome do matemático grego Pitágoras (570 a.C. – 495 a.C.),
que tradicionalmente é creditado pela sua descoberta e demonstração, embora seja frequentemente
argumentado que o conhecimento do teorema seja anterior a ele.
Este teorema serve para triângulos retângulos, onde se conhece o tamanho de dois dos lados
e se quer determinar o tamanho do terceiro.
No teorema de Pitágoras:
“Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à
soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos.”
Este enunciado relaciona comprimentos, mas o teorema também pode ser enunciado como
uma relação entre áreas:
“Em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado cujo lado é a hipotenusa é igual à
soma das áreas dos quadrados cujos lados são os catetos.”, conforme se pode visualizar na figura a
seguir:
Figura 7: Triângulo retângulo com uma das deduções do teorema de Pitágoras.
Para ambos os enunciados, pode-se equacionar da seguinte forma (com base nos nomes de
lados da Figura 6):
𝑎 =𝑏 +𝑐
Manipulando algebricamente essa equação, chega-se a que se os comprimentos de quaisquer
dois lados do triângulo retângulo são conhecidos, o comprimento do terceiro lado pode ser
calculado, pelas seguintes fórmulas.
𝑎= 𝑏 +𝑐
𝑏= 𝑎 −𝑐
𝑐= 𝑎 −𝑏
{ √ } { ( } { 3 } { x2 } { + } { 4 } { x2 } { ) }{ = }
Os lados dos triângulos retângulos podem ser relacionados com os ângulos α e β, através das
relações denominadas trigonométricas.
Figura 8: Triângulo retângulo indicando os nomes dos lados.
Seno se um ângulo:
É o quociente (divisão) entre a distância do cateto oposto ao ângulo α e a distancia da
hipotenusa:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
sen 𝛼 =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
Cosseno de um ângulo:
É o quociente (divisão) entre a distância do cateto adjacente ao ângulo e a distancia da
hipotenusa:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
cos 𝛼 =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
Considerando os nomes dos lados do triângulo na Figura 8, tem-se:
𝑏
cos 𝛼 =
𝑎
Quando se muda o ângulo:
𝑐
cos β =
𝑎
Tangente de um ângulo:
É o quociente (divisão) entre a distância do cateto adjacente ao ângulo e a distancia da
hipotenusa:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
tan 𝛼 =
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
graduações em correspondência com a medida 1 unidade de medida (um decímetro nas figuras = 10
cm).
Figura 9: O circulo trigonométrico.
Fazendo percorrer o esquadro ao longo da linha de O-B, veremos que o arco A-B (Figura 9)
encontratá a graduação do esquadro em pontos cada vez mais próximos da base deste, até que, uma
vez atingido o ponto “B”, o arco estará tangente ao esquadro e este na graduação zero
Agora suponha que se movimentou o esquadro para um ponto “C” (Figura 10). O arco A-C
possui seu centro em “O” e um ângulo A O C = α. Lê-se na graduação da régua o comprimento O-
C’ e na graduação do esquadro comprimento, C-C’. Como ambos os valores variam em função do
ângulo α, porém cada um com a própria regra porque enquanto o primeiro (alinhamento O-C’)
aumenta ao aumentar o ângulo α de 0° a 90°, e o segundo (alinhamento C-C’) diminui, a medida
que o angulo α aumenta de 0° a 90°. Estes valores são portanto funções do ângulo α e são
chamados respectivamente o seno e cosseno do ângulo α.
Figura 10: O circulo/ciclo trigonométrico com a posição dos valores de seno e cosseno
Figura 11: Variação dos sinais das funções seno e cosseno nos quadrantes da circunferência.
Como os valores de seno e cosseno variam em função do ângulo e de acordo com as regras
de sinal descritas acima, eles podem ser obtidos utilizando as teclas { sin } e { cos } da calculadora
científica.
Para se extrair um valor de seno de um ângulo, deve-se digitar a tecla { sin } seguida do
valor do ângulo, identificando o grau, minuto e segundo com a tecla { ° ’ ” }. Assim, para saber o
valor do seno do ângulo de 30° 15’ 40” deve-se digitar a seguinte sequencia:
{ sin } { 30 } { ° ’ ” }{ 15 } { ° ’ ” }{ 40 }{ ° ’ ” }{ = }
Será apresentado o resultado [ 0,503941487 ], sendo este o valor do seno do ângulo.
Exemplo 13: Considerando os dados ilustrados no triângulo retângulo abaixo (distância em metros),
determine o tamanho das distâncias dos lados “a” e “b”.
Lado “a”:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
sen 𝛼 =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
𝑎
sen A =
𝑐
𝑎
sen 27° 53 47" =
25,34
𝑎 = 𝑠𝑒𝑛 27° 53 47" × 25,34
Deste ponto, estando a incógnita isolada de um lado da equação, pode-se digitar o outro lado da
fórmula diretamente na calculadora, com a seguinte sequência de teclas:
{ sin } { 27 } { ° ’ ” }{ 53 } { ° ’ ” }{ 47 }{ ° ’ ” }{ × } { 25.34 } { = }
Será apresentado o resultado [ 11.85593003 ], indicando que a distância do lado “a” é de 11,86 m.
Lado “b”:
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
cos 𝛼 =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
𝑏
cos 𝐴 =
𝑐
𝑏
cos 27° 53 47" =
25,34
𝑏 = 𝑐𝑜𝑠 27° 53 47" × 25,34
Novamente, estando a incógnita isolada, pode-se digitar o outro lado da fórmula diretamente na
calculadora, com a seguinte sequência de teclas:
{ cos } { 27 } { ° ’ ” }{ 53 } { ° ’ ” }{ 47 }{ ° ’ ” }{ × } { 25.34 } { = }
Será apresentado o resultado [ 22.39536834 ], indicando que a distância do lado “b” é de 22,40 m.
Imagine posicionar uma régua graduada tangente ao ponto “A”, na unidade de medida
escolhida e com a origem da graduação em “A”. Na
Figura 12 está em centímetros, mas 10 cm = 1 dm. Pode ser adotada qualquer unidade de
medida.
Agora suponha que se movimentou o alinhamento O – C. O arco A-C possui seu centro em
“O” e um ângulo A O C = α. Lê-se o comprimento A - D na graduação da régua, sendo este
comprimento o valor da tangente do ângulo α.
Figura 13: O círculo trigonométrico com a posição do valor da tangente para ângulos
maiores que 90°.
Neste caso, para ângulos entre 90° e 180°, os valores da tangente serão valores negativos,
variando desde –∞ a 0, pois estão a esquerda da origem da régua. Na figura, o arco A – O – C,
correspondente ao ângulo β, o alinhamento A – D corresponderá ao valor da tangente do ângulo β.
Figura 14: Variação dos sinais da função tangente nos quadrantes da circunferência.
Agora, conhecendo as regras dos sinais dos valores da tangente ilustrados, pode-se dizer
que:
tan 0° =0
tan 90° = + ∞
tan 180° = 0
tan 270° = - ∞
Como os valores da tangente variam em função do ângulo e de acordo com as regras de sinal
descritas acima, eles podem ser obtidos utilizando a teclas { tan } da calculadora científica.
Para se extrair um valor da tangente de um ângulo, deve-se digitar a tecla { tan } seguida do
valor do ângulo, identificando o grau, minuto e segundo com a tecla { ° ’ ” }. Assim, para saber o
valor da tangente do ângulo de 48° 15’ 40” deve-se digitar a seguinte sequencia:
{ tan } { 48 } { ° ’ ” }{ 15 } { ° ’ ” }{ 40 }{ ° ’ ” }{ = }
Será apresentado o resultado [ 1,120842798 ], sendo este o valor da tangente do ângulo.
Exemplo 14: Considerando os dados ilustrados no triângulo retângulo abaixo (distância em metros),
determine o tamanho da distância do lado “a”.
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
tan 𝛼 =
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑎
tan 𝐴 =
𝑏
𝑎
tan 36° 01 37" =
22,39𝑚
𝑎 = 𝑡𝑎𝑛 36° 01 37" × 22,39 𝑚
Deste ponto, pode-se digitar o lado direito da fórmula diretamente na calculadora, com a seguinte
sequencia:
{ tan } { 36 } { ° ’ ” }{ 1 } { ° ’ ” }{ 37 }{ ° ’ ” }{ × } { 22.39 } { = }
Será apresentado o resultado [ 16,28338008 ], indicando que a distância do lado “a” é de 16,28 m.
3.2.3. Exercícios
com uma trena mediu-se a distância da diagonal deste terreno que possui 47,75 m. Assim,
determine as medidas das
estremas do terreno.
8) Uma torre vertical de altura 12,00 m é vista sob um ângulo de 30º por uma pessoa que
se encontra a uma distância X da sua base e cujos olhos estão no mesmo plano horizontal
dessa base. Determinar a distância x.