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Organizador
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM FOCO
VOLUME 1
editora científica
Ernane Rosa Martins
Organizador
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM FOCO
VOLUME 1
1ª Edição
2021
editora científica
Copyright© 2021 por Editora Científica Digital
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos
autores. Permitido o download e compartilhamento desde que os créditos sejam atribuídos aos autores, mas sem a
possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Editor Chefe
Reinaldo Cardoso
Editor Executivo
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Elielson Ramos Jr.
Erick Braga Freire
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Arte e Diagramação
Andrewick França
Leonardo Higuti Borba
Bibliotecário
Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Gevair Campos
Universidade Federal do Piauí, Brasil Faculdade CNEC Unaí, Brasil
DOI: 10.37885/201202446.................................................................................................................................................................................. 12
CAPÍTULO
02
ANÁLISE DA DEMANDA
Mário Celso Neves de Andrade
DOI: 10.37885/201102189...................................................................................................................................................................................23
CAPÍTULO
03
APLICAÇÃO DA REGRESSÃO POR VETORES DE RELEVÂNCIA NA MODELAGEM DE UM PROCESSO PRODUTIVO
Simone Massulini Acosta; Anderson Levati Amoroso
DOI: 10.37885/201202503................................................................................................................................................................................. 39
CAPÍTULO
04
ARRECADAÇÃO DE ICMS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE 1997 A 2019 UTILIZANDO
O CONCEITO DE ELASTICIDADE
Alessandra Oliveira Ribeiro; Francine Santana Lacerda Bezerra; Marcelo Jusan Fernandes; Sandra Barbosa Silva de Almeida; Daiane
Rodrigues dos Santos
DOI: 10.37885/201102075...................................................................................................................................................................................55
CAPÍTULO
05
CIDADES INTELIGENTES: INOVAÇÃO E COLABORAÇÃO CONTRA IMPACTOS NEGATIVOS DOS POLOS GERADORES DE
TRÁFEGOS PGTS
Adriano Carlos Moraes Rosa; Caio Henrique Diogo dos Santos; Carlos André Mattei Gyori; Karina Buttignon; Vinicius Diniz de Carvalho
DOI: 10.37885/201102277.................................................................................................................................................................................... 70
CAPÍTULO
06
DETERMINAÇÃO DO PROTETOR AURICULAR CORRETO PARA LOCAL DE TRABALHO COM NÍVEL PREJUDICIAL DE RUÍDO
Getúlio da Silva Abreu; Lívia Lacopo da Silva; Juliana Damares Candido; João Paulo Furtado de Carvalho; Lucas Coelho de Ávila
DOI: 10.37885/201202496.................................................................................................................................................................................. 81
8
SUMÁRIO
CAPÍTULO
07
ESTUDO SOBRE AS DEFINIÇÕES E AS DIFERENÇAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ARRANJOS EMPRESARIAIS
Ernane Rosa Martins; Solange da Silva
DOI: 10.37885/201102043.................................................................................................................................................................................. 93
CAPÍTULO
08
GESTÃO DE PROJETO: FERRAMENTA PARA A CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS INDUSTRIAIS
João Henrique do Nascimento e Silva
CAPÍTULO
09
INDUSTRIA 4.0: UMA PROPOSTA DE MODELO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA AS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Oberdan Santos da Costa; Luis Manuel Borges Gouveia
DOI: 10.37885/201102037..................................................................................................................................................................................117
CAPÍTULO
10
LA INTEGRACIÓN DE LAS ÁREAS DE MARKETING Y INGENIERÍA: UMA PROPUESTA PARA LA INVESTIGACIÓN Y
DESARROLLO DE PRODUCTO EN UNA EMPRESA DE BIENES DE CAPITAL
DOI: 10.37885/201202480................................................................................................................................................................................134
CAPÍTULO
11
LIXO ELETRÔNICO: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIENTIZAÇÃO DOS ESTUDANTES DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS
CAMPUS LUZIÂNIA
Ernane Rosa Martins; Henrique Xavier de Oliveira; Luciano Gonçalves da Silva Pereira; João Paulo Alcantara Pedroso
CAPÍTULO
12
MEDIDA ANTIDUMPING: UMA ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE DEFESA COMERCIAL BRASILEIRO
Beatriz Lie W. Nakamura; Daniele Ramos
9
SUMÁRIO
CAPÍTULO
13
O BALANCED SCORECARD E A GESTÃO DA INOVAÇÃO
Cássio Henrique Garcia Costa; Eduardo César Silva; Júlio César de Paiva
CAPÍTULO
14
O BALANCED SCORECARD NO ÂMBITO DA SAÚDE: MELHORIA DE PROCESSOS EM SERVIÇOS DE CUIDADOS URGENTES
Débora Cristina de Souza Rodrigues; Tassiana Watanabe Ferreira; Núbia Rosa da Silva; Stella Jacyszyn Bachega; Dalton Matsuo Tavares
DOI: 10.37885/201101971.................................................................................................................................................................................200
CAPÍTULO
15
O PROCESSO DE DESCARTE DE LIVROS DIDÁTICOS: UMA PERSPECTIVA EM DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NORTE-RIO-
GRANDENSES
Jéssica Sibelly Mendonça da Silva; Letícia Fernanda da Silva Lucas; Rony Edson da Silva Gonçalves; Marcus Vinicius Dantas de Assunção
CAPÍTULO
16
OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO PARA RECUPERAÇÃO DE ROLOS DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO DO
Brenno Carneiro do Nascimento; Isabella Hadadd Rebello; Mateus Borlini Rizzo; Elias Rocha Gonçalves Júnior; Virgínia Siqueira Gonçalves
CAPÍTULO
17
UMA ANÁLISE DO IMPACTO DO PREÇO DO AÇÚCAR NO PREÇO DO ETANOL (2007-2017)
DOI: 10.37885/201202631.................................................................................................................................................................................241
10
SUMÁRIO
CAPÍTULO
18
VIABILIDADE ECONÔMICA NA ESCOLHA ENTRE INVESTIR NO USO DE GÁS OU GASOLINA PARA MOTORISTAS UBER
NO CEARÁ
Breno Gomes Oliveira; Francisco Hernelde Araújo Júnior; Júlio César Machado de Magalhães; Marcos César Cabral da Silva Júnior;
Vinicius dos Santos Soares; Maxweel Veras Rodrigues
DOI: 10.37885/201202505................................................................................................................................................................................251
SOBRE O ORGANIZADOR.....................................................................................................................................264
ÍNDICE REMISSIVO..............................................................................................................................................265
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01
“ A logística do comércio
eletrônico do B2C (business to
consumer)
10.37885/201202446
RESUMO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
COMÉRCIO ELETRÔNICO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
hábitos e adquirindo confiança para comprarem via rede e a medida em que as empresas
adquirirem competência para atuarem neste canal. Alguns dados da sua evolução são
apresentados na tabela 1.
O B2C é a relação da empresa com o consumidor, sem que haja a presença física,
isto é, quem está comprando não vê o produto fisicamente, não toca, não sente “o cheiro”,
e não testa. Por outro lado, o vendedor não vê quem está comprando, suas reações e suas
fraquezas as quais transparecem normalmente numa negociação tradicional, caracterizando
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
o que está se chamando de uma transação virtual. Esta nova forma de relacionamento em-
presa/consumidor requer um novo aprendizado, uma nova cultura a ser criada a partir de
poucas experiências vivenciadas até o momento, pois se trata de algo recente, não mais do
que duas décadas de experiências.
Em períodos sem picos de vendas com mais previsibilidade, tem permitido com que as
empresas se adaptem a esta nova realidade, mas em períodos de Natal, onde a demanda
pode ser imprevisível mostra a fragilidade do varejo eletrônico, principalmente nos aspectos
relacionados à logística para fazer funcionar o processo de compra via rede. Um marco im-
portante para o varejo eletrônico e, por conseguinte, para sua logística foi o Natal de 1999
e 2000 nos EUA. As vendas on-line atingiram um nível recorde, mas muitos e-varejistas
não conseguiram entregar no prazo a um custo razoável. Os e-varejistas simplesmente
não dispunham de processos operacionais capazes de atender aos pedidos dos clientes
(LEE e WHANG, 2002).
Devido às mudanças pertinentes a esta realidade, faz-se necessário aprimorar o aten-
dimento ao consumidor do mercado eletrônico, conhecido como e-atendimento. Segundo
Lee e Whang (2001), o e-atendimento diz respeito ao conjunto de operações que se inicia no
recebimento do pedido, passando pelo seu processamento, gestão de estoques, separação,
embalagem e faturamento, até a entrega do produto.
De acordo com Bayles (2001), esse aumento de importância do e-atendimento para o
varejo virtual acontece devido a diversas características, tais quais:
16
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Também a avaliação do crédito é uma atividade crítica, pois a confirmação da venda
só é realizada caso o crédito do consumidor tenha sido aprovado, normalmente pela admi-
nistradora do cartão. Esta operação é efetuada via rede e ainda gera incertezas quanto à
possibilidade de invasão de dados.
O processamento de pedidos para o varejo virtual, necessita equipamentos de telecomu-
nicação e sistemas capazes de administrar uma grande quantidade de pedidos, compostos
de um pequeno número de itens, e efetuados muitas vezes por novos clientes em qualquer
lugar do planeta, conectados com os portais de venda de produtos.
Na opinião de Lee e Whang (2002), os dois conceitos centrais para tornar eficiente a
conclusão dos negócios on-line são:
A LOGÍSTICA NO E-COMMERCE
O que se observa nessa nova estrutura logística é que os processos internos das or-
ganizações tendem a ser enxutos, simplificados e padronizados, buscando a redução das
incertezas na demanda e na entrega. Bowersox e Closs (2001, p. 19) dizem que, “O obje-
tivo da logística é tornar disponível produtos e serviços no local onde são necessários, no
momento em que são desejados, pelo menor custo total possível.” No entanto, em virtude
da nova era econômica, onde cada acesso pode representar um novo pedido de compras
e, conseqüentemente uma operação de transporte e distribuição, o conceito de logística
toma nuances mais amplas, onde a agilidade e precisão na entrega passam a ser um fator
fundamental de diferenciação competitiva.
A tabela 2 apresenta as principais diferenças, da logística tradicional e a logística do
e-commerce, segundo a visão de Fleury e Monteiro (2005).
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2.Principais diferenças da logística tradicional e a logística do e-commerce B2C
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Evolução da Logística tradicional para o postponement
Quanto melhor a relação do valor faturado transportado por km percorrido melhor será
o desempenho da entrega, então uma forma de alavancar o processo é procurando otimizar
está relação de valor de entrega por distância percorrida.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O modelo CAM - A idéia básica do modelo CAM (que vem de clicks-and-mortar) ou
“clique-e-cimento”, um misto de estrutura virtual e física. É buscar a cooperação do consumi-
dor para a reta final da jornada de entrega. Se os e-varejistas tiverem suas próprias lojas de
varejo, eles podem usar suas lojas físicas para fazer a entrega final ao cliente, por exemplo:
a Ford, criou seu site, mas direciona seus pedidos para as revendedoras, outra alternativa é
os varejistas eletrônicos fazerem parcerias com canais de varejo para a entrega dos produtos.
Cada empresa irá procurar a sua estratégia apropriada de logística, para adequar os
seus processos ao mercado virtual que possui características distintas, com relação a logís-
tica tradicional em vários aspectos, que são tratados nos tópicos seguintes.
A ENTREGA
Segundo Bayles (2001), a entrega a domicílio pode ser vista como um dos alicerces
do comércio eletrônico, uma vez que é através dela que se viabiliza a comodidade de os
consumidores realizarem suas compras sem a necessidade de sair de casa.
O processo de entrega possui grande importância para o varejo eletrônico, devido
às suas características que podem torná-lo um processo de alto custo. Entretanto, se bem
gerido pode tornar-se uma vantagem competitiva para o varejista virtual, é nesta atividade
que o varejista pode surpreender o cliente, através de uma entrega consistente.
LOGÍSTICA REVERSA
Esta é outra decisão importante nas empresas que atuam no comércio eletrôni-
co, contratar terceiros operadores logísticos ou a própria empresa prestar o serviço.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Operadores logísticos são empresas especializadas em gerenciar e executar a logística de
outras empresas.
Para Fleury e Monteiro (2005), existem dois tipos de operadores logísticos: os baseados
em ativos e os não baseados em ativos. Os primeiros possuem investimentos em centros
de distribuição, equipamentos, frota, etc.. Os últimos trabalham baseados em sistemas de
informação e capacidade analítica para a elaboração de soluções logísticas.
A terceirização usando operadores logísticos é particularmente vantajosa para as em-
presas que ainda estão no início de suas operações, sem experiência ou sem dispor do
capital e da infra-estrutura necessária. Mas Como abordado anteriormente, que a logística
é um dos principais indicadores para manutenção da fidelidade do consumidor, esta tercei-
rização tem que estar em sintonia com os objetivos da organização.
A maioria das “pontocom” está integrando suas operações físicas e virtuais. A chave
para o sucesso está em como desenvolver esta integração. As companhias estão perceben-
do que para alcançar o sucesso no comércio eletrônico deverão executar estratégias que
proporcionem uma ponte entre o mundo virtual e o mundo real (FUCHS e SOUZA, 2003).
Para uma empresa que já possui uma estrutura implantada de logística para o atendi-
mento de seu varejo tradicional, quando da mudança para o varejo virtual a princípio ela deve
explorar o seu conhecimento e investimento já efetuado para poder atender aos clientes do
e-commerce. Os benefícios da integração são óbvios: compartilhamento de informações,
comunicação mercadológica cruzada, vantagens nos processos de compras e suprimentos,
economias nos processos logísticos, entre outros.
Uma tendência mundialmente observada, é o abandono do dilema binário e a utilização
das chamadas estratégias mistas. A pergunta não é mais se a empresa deve realizar os
negócios de comércio eletrônico de maneira independente, mas o quanto de integração e o
quanto de separação a empresa realmente necessita: ou seja, qual é o melhor composto, de
acordo com as características do mercado e da própria empresa (FUCHS e SOUZA, 2003).
No comércio eletrônico tudo é muito recente e o mais certo é a incerteza. Não é raro
encontrar-se exemplos de empresas que adotaram uma determinada estratégia, e após um
curto período de tempo mudaram rapidamente para o caminho oposto. Muitas vezes isso
envolve fracassos e prejuízos (FUCHS e SOUZA, 2003).
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. BAYLES, Deborah L. E-commerce logistics & fulfillment, Prentice Hall PTR, Inc., Upper Sa-
ddle River 2001.
4. FUCHS, Angelo G.P., SOUZA, Paulo F.F.S. Evolução das práticas do B2C brasileiro: um
estudo de casos. Trabalho apresentado no XXVII ENAMPAD. Atibaia SP. De 20 a 24/09/2003.
http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm - Dados estatísticos sobre internet e comércio ele-
trônico. Acesso em 15.04.2006.
5. LAUDON, Kenneth C., e LAUDON, Jane P. Sistemas de informação. LTC, 4ª edição, RJ. 1999.
6. LEE, Hau L., WHANG, Seungjin. Gestão da E-SCM, a cadeia de suprimentos eletrônica. HSM
Management. Editora Savana Ltda. 30 jan.-Fev.2002.
7. NORDSTRÖM, Kjell e RIDDESTRALE, Jonas. Funky Business, São Paulo, Makron, 2001.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
02
“ Análise da demanda
10.37885/201102189
RESUMO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
deve ser um estímulo ao previsor, no sentido de estabelecer a faixa de confiabilidade dos
valores previstos, tornando mínimo o seu impacto na qualidade da previsão.
OBJETIVO
MÉTODOS
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
históricos a serem utilizados, do prazo e custo de coleta desses dados e da existência ou
não de fatores causais, referenciais de comparação e metodologias de screening 1.
Se existirem dados numéricos, a abordagem quantitativa deve sempre ser privilegiada,
para permitir análises mais robustas e precisas, além de melhor controle do erro.
3ª Etapa: Escolha do modelo de previsão
É nesta fase que se define o modelo a ser adotado para fazer a previsão. Se existirem
dados numéricos, o modelo deverá ser capaz de representá-los matematicamente, reproduzir
seu comportamento histórico e permitir, dentro da faixa de erro aceitável, a extrapolação
para o futuro. A calibração do modelo também é feita nesta etapa: ajuste de históricos, es-
colha de parâmetros críticos, definição de constantes e condições de contorno, utilização de
referenciais e comparação de resultados simulados com resultados conhecidos.
4ª Etapa: Elaboração da previsão
Escolhido o modelo, definidas as constantes e os parâmetros para o ajuste dos históri-
cos, a previsão pode ser elaborada. Os resultados devem atender ao horizonte planejado e
ao grau de precisão estabelecido. É comum, nesta fase, a simulação de várias situações e
cenários, com o intuito de melhor entender o comportamento do modelo diante da variação
dos parâmetros críticos e condições de contingência (condições de contorno) dos vários ce-
nários. Medidas do grau de precisão esperado em cada um dos cenários são fundamentais
para a tomada de decisão sobre qual situação deve ser adotada como mais provável. A si-
tuação mais provável será a base hipotética da previsão e é sobre ela que serão tomadas
todas as decisões a respeito da adequação do modelo para adequar o processo produtivo
para atender à demanda.
5ª Etapa: Interpretação e monitoração dos resultados
Definido o cenário e elaborada a previsão, é preciso monitorar os resultados gerados
pelo modelo escolhido, não só para refinar e calibrar esse modelo, mas também corrigir
parâmetros que tenham sido modificados por alguma condição de mercado ou evento ad-
verso. É necessário avaliar a tendência dos erros intrínsecos ao modelo escolhido, verifi-
cando se existe alguma tendência de enviesamento dos resultados. Se houver tendência
de enviesamento, as causas desse enviesamento devem ser estudadas através de modelos
estatísticos, análise de falhas, controle estatístico dos processos e técnicas de desdobra-
mento da função qualidade (Campos, 1992).
Os dados que alimentam o modelo de previsão devem ser continuamente monitorados,
criticados quanto à precisão, consistência e adequação à necessidade. Se ocorrer de algum
dos dados se mostrar desnecessário ou houver qualquer falha no processo de coleta, é
fundamental que se faça a análise contextualizada do conjunto ao qual esse dado pertence,
1 Screening: processo de filtragem e análise crítica dos dados coletados, dentro de parâmetros definidos de precisão e adequação para
o propósito da previsão.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
tomando as medidas necessárias para a sua correção, substituição ou eliminação. O mesmo
cuidado deve ser tomado no caso de haver a necessidade de acréscimo de algum dado
ao histórico. Em qualquer uma das situações, tanto de subtração como de acréscimo de
dados históricos, o modelo deve ser reavaliado, recalibrado, toda a base de dados deve ser
revisada, os cenários revalidados e os resultados simulados novamente.
Com o contínuo monitoramento dos resultados da previsão, comparando-os com as
informações reais colhidas a tempo e à hora, é possível gerir o processo de previsão da
demanda e avaliar a adequação da abordagem e do modelo escolhidos. Isso completa o
chamado Ciclo PDCA do processo de análise e previsão da demanda (Campos, 1992).
Média Aritmética
De acordo com Moreira (2004), a média aritmética é definida como a soma dos ele-
mentos de um conjunto de valores, dividida pelo número de elementos. Matematicamente,
(Eq. 1)
Média Móvel
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
torna-se móvel, porque a cada novo ponto da previsão, são abandonados os valores reais
mais antigos e incorporados os mais novos (Moreira, 2004). Da mesma forma que a média
aritmética, a média móvel também pode ser ponderada pela frequência, bastando para isso
que se multiplique o valor observado pelo respectivo peso, dividindo-se o resultado da soma
desses produtos pela soma das frequências.
Define-se como ordem da média móvel a quantidade de termos que serão levados em
conta no cálculo em cada ponto. Assim, uma média móvel de 3ª ordem é definida pela média
aritmética dos valores do 1º, 2º e 3º elementos imediatamente anteriores ao ponto onde se
deseja calcular a previsão. Uma média móvel de 4ª ordem seria, então, a média aritmética
dos valores da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª observações imediatamente anteriores e assim por diante.
(Eq.2a)
(Eq. 2b)
VPt é o valor previsto para o período t; VPt-1 é o valor previsto para o período t-1; VRt-1 é
o valor real da demanda no período t-1 e α é o coeficiente de relaxação ou constante de suavi-
zação, constante que pondera o erro entre os valores reais e os valores previstos, no tempo t-1.
O valor de α é normalmente arbitrado, sempre no intervalo entre 0 e 1, sendo escolhido
o valor que leva ao menor erro associado. Algumas fórmulas empíricas têm sido mostradas
para o cálculo de α (Moreira, 2004), mas a escolha da constante de suavização recai sempre
sobre a que resulta em maior precisão, ou seja, no menor erro.
Por se tratar de média, tal como a média aritmética e a média móvel, também a MME
achata os resultados para um valor de convergência e, portanto, só é recomendada para
uso em previsões de curtíssimo prazo.
29
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de pontos. Ambas constituem uma tentativa de conseguir uma equação linear que represente
a relação entre as variáveis.
Em seu modo mais simples, o modelo linear é a equação da reta D = a + b t, que passa
pelos pontos inicial e final de uma série histórica. Como essa reta só considera os pontos
extremos, é de se esperar que não se adeque à previsão de horizontes mais longos, servindo
apenas para previsões expeditas, de curtíssimo prazo.
No caso das regressões lineares, a reta que representa os dados é calculada com base
em um método estatístico, o método dos mínimos quadrados. Como o ajuste da reta leva em
conta todos os pontos, é de se esperar uma precisão maior se comparado à reta que passa
por dois pontos apenas. A reta ajustada tem equação Dt = a + b t, sendo os coeficientes a
e b calculados pelas expressões:
(Eq. 3a)
(Eq. 3b)
(Eq. 3c)
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
correlação não linear entre as variáveis, indicando que os dados podem ser representados
matematicamente não por uma reta, mas por uma curva. Algumas funções não lineares são
disponibilizadas em rotinas automatizadas de calculadoras científicas ou planilhas eletrônicas,
que utilizam o método dos mínimos quadrados. São elas: (a) função exponencial: y = a ebx
; (b) função logarítmica: y = a + b ln x ; (c) função monomial ou de potência: y = a xb ; (d)
função quadrática ou de 2º grau: y = a + bx + cx2 ; (e) função inversa: y = a + b/x.
Além dessas funções, existem outras, também não lineares, como é o caso dos poli-
nômios de grau n: P(x) = a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 +...+ an xn. Uma função desse tipo pode ser
ajustada ao conjunto de dados, bastando para isso que sejam calculados os coeficientes
a0, a1, a2, ..., an, e se determine o grau do polinômio, ou seja, o maior expoente da variável
x que leva ao menor erro. Para o cálculo dos coeficientes são necessárias ferramentas de
Cálculo Numérico, que envolvem procedimentos iterativos, como por exemplo os métodos
de Newton e de Lagrange. Não é objeto deste capítulo apresentar o ajuste de polinômios,
uma vez que isso demandaria talvez um capítulo inteiro, à parte, para detalhar os procedi-
mentos numéricos.
O procedimento geral para a escolha da função não linear envolve primeiramente o
cálculo dos valores de r2 para cada função. Escolhe-se então a função que dá o melhor ajuste
(maior valor de r2), pois é ela que melhor correlaciona as variáveis entre si.
Modelos Sazonais
Uma vez determinada a função (modelo) a ser adotada para representar os dados
históricos, é necessário aferir a precisão desse modelo. Um dos métodos mais utilizados
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
é o controle do erro. Isto corresponde à 5ª etapa da metodologia de cálculo da previsão, e
envolve o cálculo, para cada função ou modelo testado, do chamado Erro Relativo, também
conhecido pela sua sigla em inglês, MAPE (Mean Average Percentual Error). O MAPE é
calculado a partir dos dados históricos medidos, confrontados com os respectivos valores
históricos calculados em cada ponto. O Erro Relativo Médio (E% médio) é simplesmente
a média aritmética dos vários MAPE calculados ponto-a-ponto. O MAPE é definido como:
(Eq. 4)
É importante salientar que os valores de MAPE são sempre positivos, uma vez que a Eq.
4 é definida apenas em valor absoluto. A expressão matemática para o cálculo do E% médio é:
(Eq. 5)
RESULTADOS
A título de exemplo, para que se possam mostrar resultados de diversos modelos, será
apresentado um conjunto de valores de demanda medidos no Ano I, com os quais se deseja
calcular a previsão para o Ano II.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O objetivo é definir o melhor método para fazer a previsão da demanda, exemplificando
cada um dos modelos apresentados e ao mesmo tempo calculando seu Erro Relativo Médio,
para avaliar a precisão.
Média Aritmética. A média aritmética dos valores da Figura 1 é:
mil unidades/mês. Assim, se a previsão for feita pela média aritmética, a demanda para o
Ano II será constante e igual a 21.125 unidades em todos os meses. A média aritmética é
bastante influenciada pelos extremos (valor máximo e mínimo) e não leva em conta as ten-
dências. Por isso, é utilizada apenas como recurso imediato, para prever apenas um período
à frente. Não deve ser utilizada para prever valores em horizontes de maior abrangência
(médio ou longo prazo).
Utilizando as expressões Eq. 4 e Eq. 5, o Erro Relativo Médio (E% médio) calcula-
do com os valores medidos do histórico do Ano I e a média aritmética como valor calcu-
lado, é de 30,75%.
Média Móvel. Suponha que se queira calcular a previsão da demanda para o 1º quadri-
mestre do Ano II, utilizando uma Média Móvel de 4ª ordem dos valores da Figura 1. De acor-
do com a definição de média móvel, MM4 Janeiro Ano II = (14,5+10,0+13,0+18,5)/4 = 14
mil unidades; MM4 Fevereiro Ano II = (14+14,5+10,0+13,0)/4 = 12,875 mil; Março Ano II =
12,844 mil e Abril Ano II = 13,555 mil unidades. Observa-se que a influência dos extremos
na média móvel é suavizada em relação à média aritmética, porque são levados em con-
sideração apenas os n últimos pontos. Entretanto, é visível que, à medida que a previsão
avança, ocorre convergência dos dados em torno de um valor, no caso em torno de 13 mil
unidades. A partir de um determinado ponto da previsão, esse valor ficará praticamente
constante, comprometendo a precisão. Assim, a média móvel deve ser utilizada apenas
para previsões de curto e curtíssimo prazos.
Quanto ao Erro Relativo Médio, calculam-se os MAPE em cada ponto da Figura 1 e
depois a média aritmética desses MAPE. É importante salientar que os valores calculados
de MM4 só existem a partir do mês de maio do Ano I. Isso porque em abril não existem 4
valores de histórico anteriores a este mês para o cálculo da MM4. O MAPE calculado para
o mês de maio/Ano I é: E%= e o E% médio para todo o período
de histórico é 35,18%. Este é o erro “carregado” pelo método na previsão para o Ano II.
Embora os valores de MAPE oscilem bastante, o valor do E% médio não mudou muito em
relação ao da média aritmética. Uma vantagem da média móvel é a possibilidade de apon-
tar a tendência da média da demanda, se está aumentando ou diminuindo com o tempo,
característica que não é mostrada com a média aritmética.
Média Móvel Exponencial. Com o histórico da Figura 1, é possível determinar a pre-
visão de demanda para 1º quadrimestre do Ano II, utilizando uma Média Móvel Exponencial,
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
com fator de suavização (α) de 0,25, por exemplo. Para utilizar a MME, é necessário assu-
mir o valor previsto para o mês de janeiro do Ano I, uma vez que não dispomos dos dados
anteriores a esse período. Supondo o valor previsto de janeiro/Ano I igual ao valor real da
demanda naquele mês e utilizando a Eq. 2b, temos: MME fevereiro/Ano I = (0,25).(18,5)
+ (1-0,25).(18,5) = 18,5 mil; MME março/Ano I = (0,25).(27,0)+(1-0,25).(18,5) = 20,625.
Prosseguindo o cálculo, podemos determinar a MME para o 1º mês do Ano II: MME janeiro/
Ano II = 17,04 mil unidades. Como não temos o valor real da demanda em janeiro/Ano II,
não podemos calcular a MME para fevereiro/Ano II, nem daí por diante.
Quanto ao E% médio, calculamos o MAPE em todos os pontos do Ano I e a média
aritmética dos MAPE. O resultado é um E% médio igual a 29,02%. Repete-se o procedi-
mento da MME para outro valor arbitrado de α, escolhendo-se no final o valor que resultar
no menor E% médio.
Modelo Linear: Equação da Reta que passa por 2 pontos. Vamos supor que se
queira calcular a previsão da demanda para o 1º quadrimestre do Ano II, utilizando os da-
dos da Figura 1 e uma reta de equação D = a + b t, que passa pelos pontos extremos do
histórico. A demanda no 1º mês do Ano I é igual a 18,5 mil e no 12º mês é igual a 14,5 mil
unidades. Com isso, a reta resultante tem coeficiente angular b = (14,5 – 18,5) / 12 = -1/3 e
coeficiente linear a = D1 – b t1 = 18,5 – (-1/3).(1) = 18,83 mil unidades. A reta tem, portanto,
equação D = 18,83 – (1/3) t e pode ser utilizada para prever a demanda a partir do final do
Ano I. Com a reta, a previsão para Janeiro do Ano II seria: D = 18,83 – (1/3).(13) = 14,50; para
Fevereiro, D = 18,83 – (1/3).(14) = 14,16; Março, D = 13,83 e Abril, D = 13,50 mil unidades.
Para o cálculo do E% médio, calculam-se os valores da reta para os pontos do históri-
co, que são comparados com os valores reais (pontos mostrados no histórico), fazendo-se
assim o cálculo dos MAPE. O E% médio é a média aritmética desses valores. O resultado
é um E% médio igual a 26,05%.
Regressão Linear. Com os dados de histórico da Figura 1, pode-se determinar a
previsão de demanda para o 1º quadrimestre do Ano II, utilizando uma Regressão Linear.
Aplicando as equações 3a, 3b e 3c, obtém-se o seguinte: r = -0,6432 ( r2 = 0,4137) ; a =
28,41 mil; b = -1,12; A reta de regressão é: Dt = 28,41 – 1,12 xt. O coeficiente de determi-
nação r2 = 0,4137 indica um grau de ajuste relativamente baixo para a reta de regressão,
pois está abaixo de 0,85, pelo critério de Fernandes e Godinho (2010).
Com a previsão calculada pela reta de regressão, verifica-se que o E% médio é igual a
19,74%, utilizando a mesma metodologia para cálculo dos valores de MAPE em cada ponto.
Regressão não Linear. Com os mesmos dados de histórico (Figura 1), pode-se aplicar
uma Regressão não Linear para calcular a previsão de demanda para 1º quadrimestre do Ano
II. É necessário, primeiramente, definir a função não linear que será utilizada para calcular
34
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
a previsão. A escolha recairá sobre a função que melhor represente matematicamente os
dados, ou seja, a que apresentar maior coeficiente de determinação (r2). Neste capítulo,
serão utilizadas apenas funções comumente disponibilizadas em rotinas automatizadas de
calculadoras e planilhas eletrônicas, acrescidas de um polinômio, o de grau três. Para este
polinômio, foram utilizadas as mesmas rotinas eletrônicas automatizadas, sem imersão em
procedimentos de Cálculo Numérico.
Utilizando as rotinas automatizadas da planilha EXCEL, encontramos os se-
guintes resultados:
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2. Estratificação dos dados da Figura 1
TRIMESTRE 1 2 3 4 TOTAL
1º mês 18,5 24,0 28,0 13,0 83,5
2º mês 27,0 20,5 25,0 10,0 82,5
3º mês 29,0 25,5 18,5 14,5 87,5
TOTAL 74,5 70,0 71,5 37,5 253,5
A demanda trimestral no Ano I passou de 74,5 mil no 1º trimestre para 37,5 mil no
4º trimestre (queda de 37 mil unidades em 4 trimestres). Isso corresponde a uma variação
média de -37/4 = -9,25 mil unidades por trimestre. Isso leva à previsão de demanda de (37,5
– 9,25) = 28,25 mil unidades para o 1º trimestre do Ano II. Assumindo este comportamento,
podemos calcular a previsão sazonal da demanda mês a mês.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
DISCUSSÃO
A comparação dos erros relativos médios dos diversos modelos testados neste capítulo
é o que representa a etapa de aferição dos resultados.
Com esses resultados, a escolha recai sobre o modelo sazonal para representar ma-
tematicamente os dados da Figura 1, para calcular a previsão. É importante ressaltar que,
como a Figura 1 tem poucos pontos, o cálculo do ajuste da função e do erro relativo médio
ficam comprometidos quanto à exatidão. Entretanto, nosso objetivo não é a determinação do
valor exato do erro, mas sim a relativização dos diversos métodos, através da comparação
dos respectivos erros relativos médios.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
As técnicas aqui descritas atendem à maioria das exigências dos processos empresa-
riais de análise da demanda, em particular o cálculo da previsão, pelo menos para as aplica-
ções práticas na maioria das pequenas e médias empresas, e para uma parte considerável
das grandes organizações.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documen-
tação: Referências. Rio de Janeiro, 2002.
5. MARTINS, P.G. & LAUGENI, F. P. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 2ª ed.
rev., aum. e atual, 2005.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
03
“ Aplicação da regressão por
vetores de relevância na
modelagem de um processo
produtivo
10.37885/201202503
RESUMO
Em um processo produtivo pode ser definido um conjunto de causas que produzem de-
terminado efeito sobre as características de qualidade dos produtos. Estas causas podem
resultar em produtos que são não conformes, ou seja, produtos que não atendem uma
ou mais das especificações preestabelecidas e que podem ser mensurados através da
fração de produtos não conformes. A modelagem da fração de produtos não conformes
pode ser realizada utilizando-se diferentes técnicas e modelos de regressão. A regres-
são por vetores de relevância (RVR) é uma técnica de aprendizado de máquina utilizada
nos últimos anos para a modelagem de processos. Este artigo apresenta a aplicação
da regressão por vetores de relevância na modelagem da fração de produtos não con-
formes às especificações de uma indústria curtidora de couro. O modelo RVR obtido foi
comparado com modelos de regressão obtidos com redes neurais artificiais, regressão
por vetores de suporte, modelos lineares generalizados, regressão Beta, regressão Ridge
e regressão LASSO, desenvolvidos para o mesmo processo produtivo. Através dos
resultados verifica-se que o modelo RVR apresenta melhor desempenho no ajuste do
modelo aos dados do processo do que os demais modelos analisados e o modelo RVR
representa adequadamente a fração de produtos não conformes às especificações do
processo produtivo.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
41
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
(redes neurais artificiais e regressão por vetores de suporte) e os obtidos com cinco técnicas
estatísticas (modelos lineares generalizados, regressão Beta, regressão Ridge e regressão
LASSO), desenvolvidos para o mesmo processo produtivo.
MÉTODOS
Nesta sessão apresenta-se uma breve descrição dos métodos utilizados para o de-
senvolvimento dos modelos de regressão deste artigo: regressão por vetores de relevância,
redes neurais artificiais, regressão por vetores de suporte, modelos lineares generalizados,
regressão Beta, regressão Ridge e regressão LASSO.
{x r ,tr }r =1 , que
n
(1)
onde
ωr são os pesos do modelo, k ( xi , x j ) é uma função kernel, b é o termo de limiar
(bias) e
òr são amostras independentes de ruído consideradas como ruído gaussiano. Então,
p ( t r|x ) = N ( t r|y ( x r ) ,σ r )
2
tem‑se , onde a notação especifica uma distribuição Gaussiana
t
sobre r com média
y ( x r ) e variância σ r .
2
A RVR adota uma estrutura probabilística e utiliza a probabilidade a priori sobre os pesos
do modelo regidos por um conjunto de hiperparâmetros, um associado a cada peso, cujos
valores mais prováveis são estimados de forma iterativa a partir dos dados de treinamento.
A RVR é o tratamento Bayesiano da equação (1) (TIPPING, 2001). A introdução de um
hiperparâmetro
α r separado para cada um dos parâmetros de peso ωr é a característica
principal da RVR e que a diferencia da Regressão por Vetores de Suporte (Support Vector
Regression, SVR), que possui um único hiperparâmetro compartilhado. O hiperparâmetros
α r representa a precisão do parâmetro correspondente ωr (BISHOP, 2006).
(2)
42
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
(3)
(4)
( )
onde A diag α t0 ,α t1 ,…,α tn . A verossimilhança marginalizada dos hiperparâmetros é
=
obtida pela integração dos pesos, conforme equação (5)
(5)
(6)
sentada pela equação (7), onde n se refere ao número de observações (TIPPING, 2001)
(7)
O algoritmo de aprendizado prossegue pela aplicação repetida das equações (6) e (7),
concomitante à atualização da estatística a posteriori Σ e µ das equações (3) e (4), até
que alguns critérios de convergência adequados tenham sido satisfeitos, como um limiar
pré-determinado ou um certo número de iterações tenha sido atingido.
Como resultado do processo de otimização, a proporção dos hiperparâmetros
αr é
levância (RVs) e são análogos aos vetores de suporte (SVs) de uma SVR.
Uma característica da RVR é que, embora com capacidade de generalização compa-
rável a uma SVR equivalente, o número de RVs é, na maioria dos casos, significativamente
43
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
menor que o número de SVs usados por uma SVR para resolver o mesmo problema. Na RVR
os parâmetros que controlam a complexidade e a variância do ruído (
α r ´s e σ r2 ) são auto-
(8)
Segundo Haykin (2009), a principal propriedade de uma Rede Neural Artificial (RNA)
é a sua habilidade de aprender a partir de seu ambiente e de melhorar o seu desempenho
através do aprendizado. As RNAs utilizam o princípio de minimização do risco empírico
(Empirical Risk Minimization, ERM) baseado no princípio da indução para inferir uma função
que minimize o erro sobre os dados de treinamento conhecidos e, desta forma, espera-se que
esse procedimento leve também a um menor erro sobre os dados de teste (VAPNIK, 1998).
Entre os principais tipos de RNAs com a arquitetura feedforward de camadas múltiplas
está o Perceptron Multicamadas (Multilayer Perceptron, MLP). Para as redes MLP pode ser
44
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
utilizado o algoritmo error backpropagation e existem várias modificações deste algoritmo
que visam melhorar seu desempenho, sendo uma destas a Levenberg-Marquardt.
Algumas das dificuldades na utilização de RNAs são a definição de sua arquitetu-
ra (funções de ativação e topologia da rede) e a escolha dos melhores parâmetros para
a arquitetura da rede, pois o desempenho de uma RNA depende muito dos parâmetros.
Para mais informações sobre RNAs sugere-se consultar Vapnik (1998), Haykin (2009) e
Faceli et al. (2011).
Segundo Sant’Anna (2009) os modelos de regressão linear não são adequados para
modelar as características da qualidade do tipo fração não conforme, pois estes modelos
pressupõem que a característica da qualidade possui distribuição Normal e possibilitam a
previsão de valores fora do limite do intervalo [0,1].
45
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Para a modelagem da característica da qualidade do tipo fração podem ser utilizados
os modelos pertencentes à classe dos Modelos Lineares Generalizados (MLGs), tais como
os modelos de distribuição Binomial e os modelos de Quase-Verossimilhança (MQVs).
Nos MQVs as variáveis são consideradas independentes sem ser necessário especificar
a distribuição de probabilidade para a característica da qualidade (CORDEIRO; DEMÉTRIO,
2008). Para mais detalhes sobre modelos lineares generalizados recomenda-se consultar
Hamada e Nelder (1997), Cordeiro e Demétrio (2008) e Sant’Anna (2009).
Regressão Ridge
Regressão LASSO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
(CASAGRANDE, 2016). Para mais detalhes sobre regressão LASSO recomenda-se consultar
Tibshirani (1996) e Friedman et al. (2010).
RESULTADOS
et = yi - yt
(9)
1 n 1 n
MAE = ∑
n i=1
y i - y t = ∑ et (10)
n i=1
1 n 1 n
∑ ( y i - y t ) = ∑ ( et ) (11)
2 2
MSE =
n i=1 n i=1
1 n 1 n
∑ i t
( ) ∑ ( et ) (12)
2 2
RMSE = y - y =
n i=1 n i=1
Estudo aplicado
47
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Histogramas da fração de produtos não conformes com distribuição sobreposta: (a) Normal, (b) Beta
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Para a seleção do parâmetro do kernel RBF do modelo RVR o espaço de busca foi
γ ∈ [ 0,001;1]
definido em . O método de seleção utilizado foi a busca em grade em conjunto
com a validação cruzada (10-fold). O melhor valor obtido para o parâmetro foi γ = 0,2127.
Após a seleção do melhor parâmetro para o kernel RBF foi realizada a fase de treina-
mento e, após, o modelo RVR obtido foi utilizado para estimar os valores da característica
da qualidade utilizando os dados do grupo de teste. A Tabela 2 apresenta os valores dos
erros obtidos para os dados do grupo de treinamento e de teste para o modelo RVR, utili-
zando as equações (9) a (12). Os valores dos erros obtidos para os grupos de treinamento
e de teste não diferem significativamente, indicando não haver sobreajuste do modelo RVR.
Tabela 2. Valores dos erros obtidos para os grupos de treinamento e de teste para o modelo RVR
Erro Grupo de Treinamento Grupo de Teste
MSE 0,01257 0,01348
RMSE 0,11190 0,11610
MAE 0,08650 0,09060
49
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 2. Valores observados e valores estimados pelo modelo RVR para o grupo de teste
A forma de regressão para o modelo linear generalizado (MLG) Binomial com função de
ligação logit é apresentada na equação (13) e, na equação (14), para o modelo de Quase-
verossimilhança (MQV) com função de ligação logit e variância do tipo ( )
µ µ (1 − µ )
V =
MLG Binomial ⇒ NC
= -1,2550 − 0,1041* x1 − 0,3767 * x 2 − 0,9376* x 3 − 2,3871* x 4 +
0,2625*x 9 +0,6222*x10 –0,7599*x11 (13)
MQV ⇒ =
NC -1,3567 − 0,0051* x1 − 0,2566 * x 2 − 0,8531* x 3 − 2,1960 * x 4 +
0,2766 * x 9 + 0,6500 * x10 – 0,7508 * x11 (14)
A equação (15) apresenta o modelo de regressão Beta com função de ligação logit e
método de estimação por máxima verossimilhança
Beta ⇒ NC
= -1,2799 − 0,1888 * x1 − 0,4243 * x 2 − 1,4856 * x 3 − 1,7678 * x 4 +
0,0325 * x 9 + 0,6201* x10 – 0,6480 * x11 (15)
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Binomial), modelo LASSO e modelo Ridge. A Tabela 3 apresenta os valores dos erros obtidos
com os modelos para os dados do grupo de teste, calculados com as equações (9) até (12).
Tabela 3. Valores dos erros calculados para o grupo de teste com os modelos
Modelo MSE RMSE MAE
RVR 0,01348 0,1161 0,09060
SVR 0,01355 0,1164 0,08951
RNA 0,01391 0,1179 0,09431
Beta 0,01570 0,1253 0,10203
MQV 0,01578 0,1256 0,10208
MLG Binomial 0,01580 0,1257 0,10017
LASSO 0,01619 0,1272 0,10460
Ridge 0,01621 0,1273 0,10568
DISCUSSÃO
a. A ordem ascendente dos valores do MSE e RMSE para os dados do grupo de teste
é:
RVR < SVR < RNA < Beta < MQV < MLG Binomial < LASSO < Ridge
SVR < RVR < MLG Binomial < RNA < Beta < MQV < LASSO < Ridge
c. O modelo RVR apresenta os menores valores de erros MSE e RMSE entre os mo-
delos analisados;
d. O modelo RVR apresenta desempenho melhor do que os modelos obtidos com as
outras duas técnicas de aprendizado de máquina (SVR e RNA);
e. Os modelos obtidos com as três técnicas de aprendizado de máquina (RVR, SVR
e RNA) apresentam desempenho melhor do que os modelos obtidos com as cinco
técnicas estatísticas (Beta, MQV, MLG Binomial, LASSO e Ridge);
f. O modelo Beta apresenta desempenho melhor do que os modelos obtidos com as
outras quatro técnicas estatísticas (MQV, MLG Binomial, LASSO e Ridge);
g. Os modelos RVR, SVR e RNA apresentam desempenho melhor do que o modelo
Beta, sem a necessidade de assumir uma distribuição de probabilidade específica
para a implementação dos modelos.
51
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Das três técnicas de aprendizado de máquina analisadas, o modelo RVR apresentou
melhor desempenho. Deve-se levar em consideração, também, que o projeto e o treinamento
de RNAs geralmente resultam em uma tarefa complexa na qual vários parâmetros devem ser
ajustados; no modelo SVR devem ser selecionados os parâmetros constante de regulariza-
ção (C), função de perda insensível ( ε ) e o parâmetro ( γ ) da função kernel RBF; enquanto
no modelo RVR é necessário selecionar apenas o parâmetro ( γ ) da função kernel RBF.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
52
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
REFERÊNCIAS
1. ACOSTA, S. M.; AMOROSO, A. L.; SANT’ANNA, Â. M. O. Modelagem de um processo produtivo
utilizando regressão por vetores suporte. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO, 2016, João Pessoa. Anais... Rio de Janeiro: ABEPRO, 2016. Disponível em: <
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_231_350_30549.pdf>
2. BISHOP, C. M. Pattern recognition and machine learning. New York: Springer, 2006.
6. FACELI, K.; LORENA, A. C.; GAMA, J.; CARVALHO, A. C. P. L. F. Inteligência artificial: uma
abordagem de aprendizado de máquina. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
7. FERRARI, S.; CRIBARI-NETO, F. Beta regression for modelling rates and proportions. Journal
of Applied Statistics, v. 31, n. 7, p. 799-815, 2004. https://doi.org/10.1080/0266476042000
214501.
8. FRIEDMAN, J.; HASTIE, T.; TIBSHIRANI, R. Regularization paths for generalized linear models
via coordinate descent. Journal of Statistical Software, v. 33, n. 1, p. 1-22, 2010. https://doi.
org/10.18637/jss.v033.i01
9. HAMADA, M.; NELDER, J.A. Generalized linear models for quality-improvement experiments.
Journal of Quality Technology, v. 29, p. 292-304, 1997. https://doi.org/10.1080/00224065.
1997.11979770
10. HAYKIN, S. Neural networks and learning machines. 3rd ed. New York: Prentice Hall, 2009.
11. HOERL, A. E.; K., R. W. Ridge regression: biased estimation for nonorthogonal problems.
Technometrics, v. 12, n. 1, p. 55-67, 1970. https://doi.org/10.2307/1271436
12. KECMAN, V. Learning and soft computing: support vector machines, neural networks and
fuzzy logic models. London: MIT Press, 2001.
13. MARQUARDT, D. W.; SNEE, R. D. Ridge regression in practice. The American Statistician,
v. 29, n. 1, p. 3-20, 1975. https://doi.org/10.2307/2683673
53
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
17. SANT’ANNA, Â. M. O. Ferramentas para modelagem e monitoramento de características
de qualidade do tipo fração. Porto Alegre, 150 p., 2009. Tese (Doutorado) – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10183/21399>
18. SCHÖLKOPF, B.; SMOLA, A. J. A tutorial on support vector regression. Statistics and Com-
puting, v. 14, n. 3, p. 199-222, 2004. https://doi.org/10.1023/B:STCO.0000035301.49549.88
19. TIBSHIRANI, R. Regression shrinkage and selection via the lasso. Journal of the Royal Statis-
tical Society. Series B (Methodological), p. 267-288, 1996. https://www.jstor.org/stable/2346178
20. TIPPING, M. E. The relevance vector machine. In: SOLLA, S. A.; LEEN, T. K.; MÜLLER, K.
R. (Org.), Advances in neural information processing systems, London: MIT Press, v. 12,
p. 652-658, 2000.
21. TIPPING, M. E. Sparse Bayesian learning and the relevance vector machine. Journal of Ma-
chine Learning Research, v. 1, p. 211-244, 2001.
22. VAPNIK, V. N. Statistical learning theory. New York: John Wiley & Sons, 1998.
54
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
04
“ Arrecadação de ICMS do
Estado do Rio de Janeiro: Uma
análise do período de 1997 a
2019 utilizando o conceito de
elasticidade
10.37885/201102075
RESUMO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
57
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
na quarta expõe-se os resultados das estimações das elasticidades dos diversos setores na
arrecadação total de ICMS; na quinta e última, tecem-se as considerações finais.
“No caso da política, a tributação pode ser vista como uma relação entre poder
e não poder tributar, ou seja, exigir prestações pecuniárias compulsórias de
particulares; no caso da economia, pode ser entendida como um elemento
relativo à programação dos agentes econômicos sobre o que terão ou não
nas situações de produção, acumulação e circulação de bens em uma dada
sociedade; o direito, por sua vez, considera a tributação como um conjunto
de expectativas institucionalizadas que preveem como os agentes devem se
comportar nas relações entre o poder de tributar e as limitações a este poder,
determinando as sanções pelo descumprimento dessas normas condicionais.
(Benegas e Alves, p.62, 2014).
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Gráfico 1. Receita Realizada Acumulada (em milhões de R$)
Fonte: Sistema Integrado de Gestão Orçamentária, Financeira e Contábil do Rio de Janeiro (SIAFE-Rio), em 12/10/2019
1 No Frete CIF todos os custos do transporte da mercadoria e riscos, são de total responsabilidade do vendedor.
2 No Frete FOB todos os custos do transporte da mercadoria e riscos, são de total responsabilidade do comprador.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
assemelhou o ICMS — que era um IVA tipo produto bruto — a um IVA tipo consumo, ao
permitir que os contribuintes se creditem do imposto pago sobre bens que incorporarem a
seus ativos permanentes.
Elasticidade
De acordo com Baye (2010), a elasticidade mede o efeito de mudanças em uma variá-
vel sobre outra variável. Ela é uma ferramenta básica para determinar a magnitude dessa
mudança, ou seja, qual o percentual de variação na variável 2, dada a variação na variável
1. O autor ainda explica que o sinal da elasticidade determina a relação entre essas variá-
veis. Se a elasticidade é positiva, um aumento na variável 1 leva a aumento variável 2. Se a
elasticidade é negativa, um aumento na variável 1 levará a uma diminuição na variável 2.
60
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Setores da Economia
Esse artigo irá analisar as receitas de ICMS do Estado do RJ por segmento de ativida-
de. As informações estão divididas em 5 (cinco) segmentos: setor primário, setor secundário,
setor terciário, setor de energia, setor de petróleo, e demais fontes. Os setores de energia e
petróleo estão sendo analisados de forma independente devido às suas relevâncias no total
arrecadado. A soma dos segmentos corresponde ao total do ICMS arrecadado pelo Estado.
A economia moderna é formada por um conjunto complexo de atividades econômicas,
que formam uma imensa teia de relações na produção de todos os bens e serviços destinados
as necessidades que existem na sociedade (Tomiato, Matos e Pontini (2010)). De acordo com
Rosseti (1990) e (Tomiato, Matos e Pontini (2010)), devido à grande complexidade do siste-
ma se torna inviável contabilizar individualmente cada operação realizada. Para se realizar
essas operações contabilmente é necessário separar a economia em setores de atividade
que se juntam devido as suas semelhanças e às atividades as quais se destinam. Assim, de
modo clássico, as economias são subdivididas em três grandes setores de produção, sendo
eles o setor primário, o setor secundário e o setor terciário (agricultura, indústria e comércio).
O setor primário refere-se à extração de recursos da natureza e sua transformação
em matérias-primas para a indústria. As atividades englobadas pelo Setor Primário são a
agricultura, a pecuária e o extrativismo vegetal, animal e mineral.
Nos países desenvolvidos e em alguns emergentes, o setor primário é sobreposto pelo
secundário e, principalmente, pelo terciário. Já nos países e regiões menos desenvolvidas,
as atividades ligadas à agropecuária e ao extrativismo são consideradas ainda as principais
fontes de manutenção econômica. Apesar de fundamental, a produção de matérias-primas
não gera muita riqueza para os países com economias baseadas neste setor, pois estes
produtos possuem baixo valor agregado.
O setor secundário é o responsável pela transformação dos recursos provenientes do
setor primário, como as indústrias e a construção. Através desse processo são gerados os
produtos industrializados com a finalidade de atender à necessidade humana, como roupas,
eletrônicos, casas, carros e até mesmo máquinas e ferramentas industriais. Fazem parte
deste setor, entre outras, as indústrias automobilísticas, alimentícias, de tecnologia e infor-
mática, e a construção civil.
De acordo com Tomiato, Matos e Pontini (2010), o setor secundário refere-se às indús-
trias de transformação e de construção. Gomes e Barbieri (2014) definem este setor como
um setor que gera riqueza considerável e base para o desenvolvimento dos países com
atuação forte nesse setor. Porém, é também o responsável por grande parte da poluição e
degradação do planeta.
61
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O setor terciário é também conhecido como o setor de serviços. O crescimento dos
serviços é uma característica básica do desenvolvimento das economias capitalistas cen-
trais na segunda metade do século XX, de acordo com Pereira (1989). De acordo com Kon
(1992) apud Pereira (2012), o termo terciário foi introduzido por Fischer em 1935 e a divisão
das atividades em três setores (primário, secundário e terciário) foi sugerida por Colin Clark
em 1940, o qual adotou o termo “residual” para o setor terciário, ou seja, somente após a
mensuração dos outros setores, seria encontrado, por resíduo, o valor do setor terciário.
Com respeito à relevância dos setores no Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Fernandez
Silva (2017) ressalta que: na economia do Rio, os setores da indústria e de serviços são os
mais relevantes. A agropecuária tem pouca importância, em termos de PIB, embora ocupe
importante parcela do seu território com a produção de cana de açúcar, em sua região norte.
De acordo com Eduardo Fernandez Silva (2017), o setor de serviços corresponde a
quase 70% do PIB do Estado do Rio de Janeiro. O autor acrescenta que as atividades fi-
nanceiras são relevantes, embora o Estado tenha perdido participação na comparação com
São Paulo. E salienta que as atividades ligadas ao turismo importam, pois o Rio é um dos
principais destinos turísticos brasileiros. Também a localização, em seu território, de mais
de um, entre os mais importantes portos brasileiros, contribui para a relevância do setor
terciário na economia local.
4344 Itotal Receita dos estados e municípios (Fluxos) - Arrecadação de ICMS - Rio de Janeiro total
Fonte: Elaboração própria com base nos dados disponíveis no Banco Central do Brasil
62
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Foi utilizado o método de regressão linear para obter a elasticidade da receita tribu-
tária das séries em estudo. Conforme Gujarati (2011), a análise de regressão se refere ao
estudo da dependência de uma variável, a variável dependente, em relação a uma ou mais
variáveis explanatórias, com o objetivo de estimar e/ou prever o valor médio, da população,
da primeira com base nos valores conhecidos ou fixados das segundas.
Como o presente estudo utilizou-se da regressão linear como modelo econométrico para
mensurar os resultados, neste caso, para Gujarati (2008) o modelo log-linear é o indicado
para medir a elasticidade e seus resultados são obtidos através da fórmula.
(2)
Ainda conforme Gujarati (2008), um aspecto atraente do modelo log-linear, que o tornou
muito difundido nos trabalhos aplicados, é que o coeficiente angular beta mede a elasticidade
da variável em relação a variável
Com isso, buscou-se verificar como a arrecadação total de ICMS no estado do Rio de
Janeiro se relaciona com a arrecadação desse imposto nos setores primário, secundário,
terciário, energia, petróleo e outros, isto é, a variação percentual da arrecadação do ICMS
total em resposta a uma variação de 1% na arrecadação de ICMS dos setores em estu-
do. Para testar a sensibilidade da receita tributária, utilizou-se o seguinte modelo estático,
conforme equação 3:
(3)
63
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
variância mínima, ou seja, apresenta as melhores estimativas entre todos os possíveis es-
timadores do parâmetro desconhecido, é eficiente e não viesado (Souza, 2015).
Fonte: Elaboração própria com base nos dados disponíveis no Banco Central do Brasil
64
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
No gráfico 2, apresenta-se a evolução da arrecadação total de ICMS no estado do Rio
de Janeiro. Nota-se que uma aceleração na tendência de crescimento a partir de 2009 e
uma redução no ritmo de elevação de arrecadação a partir de 2013.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados disponíveis no Banco Central do Brasil
RESULTADOS
65
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 3. Estatística de Regressão
Estatística de regressão
R múltiplo 0,999990777
R-Quadrado 0,999981554
R-quadrado ajustado 0,996164408
Erro padrão 0,061488249
Observações 268
Fonte: Elaboração própria com base nos dados disponíveis no Banco Central do Brasil
Tabela 4. ANOVA
ANOVA
gl SQ MQ F F de significação
Regressão 6 53699,59 8949,93 2367202,85 0
Resíduo 262 0,99 0,00
Total 268 53700,58
Fonte: Elaboração própria com base nos dados disponíveis no Banco Central do Brasil
Os resultados observados revelam que todas as variáveis são relevantes para o mo-
delo econométrico proposto. Considerando os coeficientes estimados a equação 3 assume
o seguinte formato:
(4)
De acordo com os coeficientes estimados, o setor terciário, representado pela variável
X3, é o que apresenta a maior elasticidade dos setores analisados. O coeficiente elasticidade
66
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de 0,48 deste setor significa que o aumento de 1% na arrecadação do setor terciário gera
um aumento de 0,48 % da receita de ICMS total. Já uma queda de 1% na variável 3 é acom-
panhada de uma redução de 0,48% da receita total de ICMS.
Todos os demais setores, com exceção do setor primário, apresentaram elasticidades
positivas, o que significa dizer que o aumento da arrecadação de ICMS do setor tende a
elevar a arrecadação total.
Os resultados indicam que todos os setores, com exceção do setor primário, con-
tribuem positivamente com a arrecadação total de ICMS do estado fluminense. Porém, a
arrecadação do setor terciário apresentou elasticidade superior aos demais setores, ao
longo do período em análise, o que reflete a relevância desse setor na economia regional,
sendo, portanto, o setor sugerido a ser priorizado para investimentos, a fim de otimizar da
arrecadação fiscal do estado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
67
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Porém, a arrecadação do setor terciário apresentou elasticidade superior aos demais
setores ao longo do período em análise, o que reflete a relevância desse setor na economia
regional e serve como balizador para que o governo do estado do Rio de Janeiro priorize
esse setor de modo a otimizar os investimentos e maximizar a arrecadação total de ICMS.
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69
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
05
“ Cidades inteligentes: inovação
e colaboração contra impactos
negativos dos polos geradores
de tráfegos PGTs
Karina Buttignon
FATEC Guaratinguetá
10.37885/201102277
RESUMO
Buscar soluções para minimizar os impactos negativos gerados por Polos Geradores
de Tráfego (PGTs) é a discussão deste trabalho, que visa de certa maneira apontar as
vantagens do uso da tecnologia nas chamadas Cidades Inteligentes (CI), oferecendo
caminhos que possam reduzir os impactos causados pelos (PGTs). Assim este trabalho
tem como objetivo destacar os modus operandi das (PGTs), destacando os principais
efeitos negativos que grandes empreendimentos urbanos geram sem o planejamento
adequado, como por exemplo os problemas no trânsito, transporte e até mesmo no am-
biente e como as (CI) podem contribuir positivamente com soluções que minimizem tais
impactos. Como metodologia, adotou-se um estudo qualitativo, com referencial teórico
em livros e artigos, sobre o assunto em questão. Espera-se no final deste trabalho de-
monstrar caminhos favoráveis ao uso das (CI) como soluções para os (PGTs).
71
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Discutir os impactos que os PGTs geram nas cidades e defendendo a ideia de que CI po-
dem contribuir com soluções para estes cenários, o objeto da pesquisa e suas indagações
a respeito, pressupõe a seguinte questão: É possível reduzir os impactos causados pelos
PGTs através da implantação de uma CI?
MÉTODOS
72
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
publicados como livros, artigos e teses. Assim, desenvolveu-se a pesquisa de forma inde-
pendente e, constituída parcialmente de uma pesquisa descritiva, assim como, pesquisa
documental quanto a natureza das fontes.
Também se utilizou de materiais que não receberam tratamento analítico, ou que ainda
puderam ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa, que foi o aprofundamento
teórico e prático (CERVO; BERVIAN, 2002).
Em relação aos objetivos, este trabalho foi elaborado seguindo parâmetros de pesquisa
exploratória e descritiva, que segundo Marconi e Lakatos (2010), não requerem a formulação
de hipóteses para serem testadas e, se restringe pela definição de objetivos e busca de mais
informações sobre determinado assunto de estudo.
EMBASAMENTO TEÓRICO
73
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Responsáveis por impactos na locomoção em determinadas regiões, se encontram os
PGTs, que são caracterizados como empreendimentos, como edificações permanentes ou
temporárias, que alteram o fluxo normal de circulação, aumentando a quantidade de viagens
na região em que estão presentes, que em seu desdobramento ocasiona qualquer tipo de
prejuízo à mobilidade local (CASTRO, 2010).
Como um dos principais pontos a serem salientados quanto às consequências dos
PGTs, cita-se a deterioração dos sistemas viários nas áreas de concentração, resultando
em aumento dos custos operacionais de veículos (REALE et al, 2013).
No entorno desses polos, relativo aos seus impactos, podemos mencionar impactos
de nível ambiental, como poluição do ar, poluição sonora com os ruídos, ou até mesmo
a alta taxa de ocupação física do solo, alterando a estética e modificando o ecossistema
(KNEIB et al, 2006).
74
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Os 3 Vs de Big Data
Os autores Kon e Santana (2016), destacam outro ponto importante sobre o Big Data,
aumentando assim a teoria dos 3Vs para 4Vs, eles lembram que a veracidade da informação
também é necessária, pois segundo os autores “é importante garantir a qualidade desses
dados, utilizando fontes confiáveis e consistentes. Isso é importante para evitar erros com-
prometendo a análise dos dados”. Assim, tem-se a teoria do Big Data mais detalhado como
demonstra a Figura 2 a seguir:
75
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de atividades, negócios, qualidade de vida e consolida bases para a vida na sociedade 4.0,
dado que viabiliza a melhoria dos serviços públicos, otimizando muitos dos processos.
Com o advento das novas tecnologias, a sociedade como um todo está se remodelando,
essa transformação não se restringe às áreas urbanas, os campos estão sendo impacta-
dos. As tecnologias da informação e comunicação (TICs) são as tais responsáveis por essas
modificações nos estilos de vida das pessoas (ANDERLE et al., 2013).
Diante as crescentes demandas das cidades, os TICs podem representar um novo
passo para a remodelagem dos sistemas urbanos atuais. Ponderando sobre os desafios a
serem enfrentados diariamente para a manutenção das cidades em centros habitáveis, a
tecnologia traz consigo um paradigma de soluções que visam suprir as defasagens, apre-
sentando propostas que contribuem para a sustentabilidade das cidades.
Parcela das modificações dos cenários das cidades atribui-se a uma vasta quantia de
sistemas ligadas pelo o que se denomina de computação em nuvem, dentre eles, pode-se
mencionar os sistemas de geolocalização, acesso, consumo e distribuição de informação, uso
desses que são intensificados através de dispositivos móveis, como smartphones e tablets.
Não apenas se restringindo a esses aparelhos, objetos do cotidiano e suas comunicações
com o ambiente ao redor por intermédio de internet, empregando o conceito de Internet
das Coisas (IoT) são geradores de dados para os mais diversos sistemas (LEMOS, 2013).
A quantidade de dados é volumosa em smart cities, tudo em tempo real, há inputs, pro-
cessamento de informações e outputs constantemente, de modo ininterrupto. Isso garante,
não apenas a esfera pública, ou de negócios usufruir das vantagens, mas também cidadãos
comuns podem fazer uso das informações geradas para auxiliar em suas tomadas de decisão.
As aplicações de TICs em meio às cidades, traz consigo debates ocasionando re-
percussões de sua adoção no cotidiano nos mais variados âmbitos sociais. Temas como
mobilidade urbana, segurança, tráfego, transporte e muitos outros fazem parte do contexto
de discussão provocadas por essas tecnologias, afinal, as consequências delas nas vidas
das pessoas em um quadro amplo, engloba vários campos empresariais, governamentais
e vida cotidiana. Entre os conceitos que permeiam a temática de cidades inteligentes, se
faz presente a computação urbana, que pode ser considerado como o processamento de
dados complexos, de modo integrado, possibilitando sua análise. Esses dados são cole-
tados através de dispositivos móveis, sensores, meios de transporte, pessoas e prédios,
efetivando assim um monitoramento urbano interdisciplinar alusivo à gestão de cidades
(KAMIENSKI et al, 2016).
Cidades que monitoram, de maneira integrada a sua infraestrutura, como as vias de
transporte, comunicação, energia e água, são capazes de otimizar seus recursos, bem
quanto preparar ações de intervenção quando se prevê a necessidade, promovendo
76
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
assim a segurança, eficiência e eficácia dos serviços, maximizando-os a seus cidadãos
(HALL et al, 2000).
Desenvolver cidades inteligentes implica em uma série de questões, entre uma delas,
a sustentabilidade das mesmas. Com a rápida expansão dos ambientes urbanos, e aumento
exponencial da população, a implantação de soluções inovadoras devem substituir a pre-
cariedade de suas infraestruturas, caso contrário, constituirá um impasse para o desenvol-
vimento socioeconômico da região, dado que tal reflete a qualidade de vida dos cidadãos e
até mesmo nos indicadores sociais de um país.
Conceituado como mobilidade sustentável, a preocupação acerca do transporte ali-
nhado ao tripé econômico-social-ambiental. O poder público carece enfatizar políticas que
abarque os problemas derivados do transporte (GHIDINI, 2011).
Trabalhando acima da ótica de que os espaços públicos carecem serem projetados
tendo em mente a segurança, desenvolvimento econômico, congestionamento e tudo mais
fruto do tráfego, de forma que a integração desses aspectos, estejam em harmonia com
as atividades humanas, o termo espaço compartilhado debate sobre essas mudanças nos
desenhos urbanos (GHIDINI, 2011).
RESULTADOS
77
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
DISCUSSÃO
Como visto na revisão, atualmente, com o crescimento das cidades, muitos benefícios
são trazidos para a população, entretanto, alguns (novos) problemas urbanos também me-
recem destaque, como filas, congestionamento de trânsito, quedas de sinais ou de energia,
uma vez que, para usufruir de benefícios, primeiro as cidades devem antes, investir em
estruturas urbanas.
Geradoras de lucros e atrativos para um grande volume de pessoas (como por exem-
plo, o concentrado em shopping, praças esportivas, igrejas, centros de convenções, feiras,
supermercados, conjuntos habitacionais), as cidades são potenciais colaboradoras para a
concepção dos Polos Geradores de Tráfego PGTs, soluções para os fornecedores de produ-
tos ou serviços e, vilões para a estrutura não planejada para o crescimento dessas cidades.
Assim, com a expansão de ambientes urbanos e aumento significativo da população, a
carência de soluções inovadoras se depara com algumas tendências que ganham o mundo
tecnológico, como é o caso das CIs cidades inteligentes, foco tratado no artigo, que acabam
por substituir a debilidade de infraestruturas, constituindo desenvolvimento socioeconômico
regional, refletindo na qualidade de vida do cidadão e, por fim, elevam os indicadores so-
ciais de todo o país.
Conclui-se, então que, ainda que dependa de investimento e equipamentos específicos,
com as CIs e tecnologias (TICs) propostas pelo conceito (IoT, Cloud Computer, Big Data,
etc.) problemas que impactam diretamente nas receitas das cidades, como altos custos de
78
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
manutenções estruturais corretivas, riscos de contingência veicular (transporte rodoviário) e,
aumento de custos operacionais do transporte, são repensados e podem ser solucionados.
Pessoas inteligentes, vivendo em cidades inteligentes e tratando problemas de forma
inteligente com tecnologia inteligente.
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80
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
06
“ Determinação do protetor
auricular correto para local de
trabalho com nível prejudicial de
ruído
10.37885/201202496
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi desenvolver um produto que medisse o nível de ruído que
possíveis trabalhadores estariam submetidos nos ambientes laborais. E assim, através de
uma lógica própria de operação do equipamento, identificar qual protetor auricular (PA)
deveria ser utilizado. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Engenharia de Produção
(LEPROD) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), em
Campos dos Goytacazes – RJ, por alunos da disciplina de Higiene e Segurança do
Trabalho (HST). Trata- se de um estudo experimental quantitativo e o método se enquadra
nos moldes de um estudo de caso. A intenção foi criar um produto que captasse o nível
de ruído da área industrial através de um microfone, e por meio de um circuito elétrico
com diodos transmissores de luz - Light Emitter Diode (LED), o artefato deveria mostrar
qual protetor auricular o empregador adotaria como equipamento de proteção individual
(EPI) em uma fábrica. O produto cumpriu o proposto de sua funcionalidade, que é alertar
aos colaboradores quanto à necessidade de uso do PA e qual modelo é o mais adequado
para uso. Um aspecto positivo encontra-se no fácil uso e manuseio. Os benefícios do
novo produto são a conscientização dos recursos humanos sobre os perigos da exposição
de ruídos acima do permitido e com isso a redução de custos com saúde, uma vez que
evita danos ao aparelho auditivo.
82
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
Segundo o Dicionário Online de Português, Ruído pode ser definido como qualquer
som indistinto e sem harmonia. A poluição sonora ocorre quando num determinado ambiente
o som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambien-
te, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas. O ruído é o que mais
colabora para a existência da poluição sonora. Ele é provocado pelo som excessivo das
indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, etc. Estes ruídos
provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas, além de provocar altera-
ções comportamentais e orgânicas (SUAPESQUISA.COM, 2015).
Nos grandes centros urbanos, a poluição sonora é uma temática constante. Um sub-
produto da urbanização e da industrialização das áreas urbanas, ela é cada vez mais re-
conhecida como um fator negativo e prejudicial ao ambiente afetando a saúde humana e
o bem-estar. Com o advento da Revolução Industrial, que teve como principal interesse a
substituição do modo de produção até então vigente, para o que maximizasse os lucros,
surgem alguns problemas como consequência de um novo estilo de vida e do próprio con-
texto do século XVIII. Com o trabalho agora em ambientes fechados, às vezes confinados,
deu-se mais atenção aos problemas gerados por esse novo padrão, como o fenômeno do
ruído, sendo tal preocupação destinada aos profissionais da segurança do trabalho.
Já em âmbito nacional, notam-se em 1919 as primeiras preocupações com os proble-
mas de segurança e saúde do trabalhador. Em 1° de maio de 1943 houve a aprovação da
CLT, Consolidação das Leis do Trabalho. Em 1953, regulamenta-se e organizam-se as CIPAs
e estabelece normas para seu funcionamento. Em 1978 as Normas Regulamentadoras -
NRs são aprovadas. Essas normas abordam vários problemas relacionados ao ambiente e
saúde do trabalhador, dentre eles o efeito do ruído.
A população urbana está em constante exposição aos ruídos, seja no trabalho, nas
ruas e em ambientes de lazer. Para Russo (1999), o ruído é um sinal acústico propagado
em diferentes frequências, sem que estas tenham relação entre si. O ruído é prejudicial ao
bem-estar físico, mental e social do indivíduo exposto, seja em qualquer ambiente (PORTAL
EDUCAÇÃO, 2013).
O Ministério do Trabalho dispõe de quatro Normas que, de alguma forma, tratam do
problema do ruído e das vibrações: NR6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI; NR7
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO; NR15 - Atividades e
Operações Insalubres; e NR17 - Ergonomia (item 17.5.2). A NR 15 define a máxima expo-
sição diária a determinados níveis de ruídos (BLOGSEGVIDA, 2010).
O controle do ruído é, portanto, uma questão de considerável importância econômica e
social e esta importância tem crescido progressivamente nos últimos anos. Cada vez mais,
83
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
uma ampla variedade de profissionais compartilha um interesse vital por este problema:
técnicos, engenheiros, arquitetos, urbanistas, oficiais do governo, higienistas ocupacionais,
médicos, fonoaudiólogos, entre outros (GABAS, 2004). Hoje, o ruído é um problema real.
Por isso, para que seja possível mitiga-lo é necessário estudar os padrões de sua emissão,
planejando medidas de controle técnico e promovendo a consciencialização dos cidadãos
sobre o risco que o mesmo causa, podendo desta forma ajudar a aliviar o problema da po-
luição sonora nas grandes áreas urbanas.
OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver um produto que medisse o nível de
ruído que possíveis trabalhadores estariam submetidos nos ambientes laborais. E assim,
através de uma lógica própria de operação do equipamento, identificar qual protetor auricular
deveria ser utilizado.
Incentivar e auxiliar o uso de equipamentos de proteção auricular, preservando a saú-
de humana e cortando gastos com consultas e medicamentos são considerados objetivos
específicos desta pesquisa.
REVISÃO DA LITERATURA
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Importância da audição e seus problemas
O ruído e a NR 15
De acordo com Miranda (1998), o ruído é o agente físico nocivo mais comum encon-
trado no ambiente de trabalho. Pela alta prevalência da exposição a intensidades deleté-
rias à audição – em torno de 15% dos trabalhadores de países desenvolvidos, segundo a
Organização Mundial da Saúde constitui-se em um importante agravo à saúde dos traba-
lhadores em todo o mundo.
A Norma Regulamentadora (NR) que trata a questão do ruído é a NR 15 - Atividades
e Operações Insalubres. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se
desenvolvem acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12,
desta NR. Entende-se por “Limite de Tolerância” a concentração ou intensidade máxima ou
mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará
dano à saúde do trabalhador (ATLAS, 2014).
A legislação nacional na Portaria 3214/78, dentro da NR 15 (anexo n° 1), entende por
Ruído Contínuo ou Intermitente o ruído que não seja ruído de impacto. Eles devem ser me-
didos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de
compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). Os tempos de exposição aos níveis
de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo e não é
permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam
85
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
adequadamente protegidos. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a
níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada,
oferecerão risco grave e iminente (ATLAS, 2014).
Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Os níveis de
impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora
operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. O limite de tolerância para
ruído de impacto será de 130 dB (linear). As atividades ou operações que exponham os
trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LI-
NEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos
no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente (ATLAS, 2014).
No anexo n°1 da NR-15 encontra-se o Quadro 1, que contém os limites de tolerância
para ruído contínuo ou intermitente.
85 8 horas
Segundo Gonçalves e Iguti (2006), o que se observa em grande parte das indústrias
que adotam os equipamentos de proteção individual é a dificuldade na avaliação de sua
correta utilização pelos trabalhadores.
A exposição a ruídos contínuos ou intermitentes, se realizada de modo incorreto, sem
utilização da proteção auricular adequada, pode vir a causar sérios danos à saúde auditiva,
por exemplo, perda auditiva total ou parcial, estresse, aumento do risco de acidentes e até
mesmo problemas fisiológicos.
Por isso, é importante que haja sempre a utilização do protetor auricular adequado
àquele tipo de ruído. No Quadro 1, encontra-se a relação entre os tipos de ruído e o tempo
de exposição máxima permissível.
86
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Protetores tipo concha
Os protetores intra-auriculares do tipo concha são compostos por duas conchas que
contêm espuma na parte interna da cavidade, interligadas por um arco. Podem ser também
dobráveis com ajustes nas conchas. Esses tipos de protetores apresentam algumas vanta-
gens, como por exemplo, o fato de serem visualizados à distância, serem de fácil remoção,
confortáveis em ambientes frios, além de ser fácil de verificar se estão sendo usados de
modo correto. Estes, dependendo do material e da construção, podem ter vários níveis
de atenuação do ruído, sendo os mais comuns de 20 e 26dB. Por outro lado, apresentam
desvantagens tais como, o fato de poder interferir com o uso de óculos e outros EPIs, são
desconfortáveis em ambientes quentes e o seu peso pode causar desconforto (MSA, 2011).
Nudemann et al. (1997) apud Vieira (2003) descreve que os protetores intra-auriculares,
ou de inserção ou tampões, como estes protetores colocados no interior do canal externo
do ouvido, e devendo ser fabricados por material elástico, não tóxico, e, se pré-moldados,
em vários tamanhos, com superfície lisa, sem reentrâncias, permitindo a limpeza com água
e sabão neutro. São divididos em três tipos: 1.Pré-Moldados (borracha, silicone, plástico,
etc.); 2.Automoldável (espuma plástica, algodão parafinado, fibra de vidro); 3.Moldável (tipo
borracha de silicone), moldado individualmente no meato acústico externo do trabalhador.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
o uso de óculos e outros EPIs. Suas desvantagens, assim como os protetores de silicone,
são a facilidade de ser perdido ou esquecido, o fato de que devem ser higienizados fre-
quentemente e ser difícil fiscalizar o uso correto (GRUPO BT, 2015). O Quadro 2 mostra um
resumo dos tipos de protetores auriculares.
METODOLOGIA
O ambiente de estudo
A pesquisa
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
fábrica ou empresa. Primeiramente, foi necessário ter os seguintes componentes elétricos
e eletrônicos para fazer o projeto do produto (Figura 1), no laboratório: amplificador ope-
racional, microfone de eletreto, capacitor, resistores, transistor e LEDs. O uso do software
AutoCAD® LT 2015 foi ideal para confeccionar o desenho (esquema elétrico) do modelo do
produto proposto. O último passo foi preparar o produto para o uso, analisando se o mesmo
poderia ser utilizado com eficiência.
RESULTADOS
O produto
Com base na Figura 1, é interessante analisar como o produto funciona. Por isso,
listou-se a seguir a descrição do modelo.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
relaciona a cor do LED acionado com o nível de ruído e o equipamento necessário;
CONCLUSÕES
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
REFERÊNCIAS
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho), Unesp, Bauru/SP, 2003.
92
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
07
“ Estudo sobre as definições e as
diferenças dos principais tipos
de arranjos empresariais
Solange da Silva
UCG
10.37885/201102043
RESUMO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
Vários termos vêm sendo utilizados na literatura para identificar os diversos tipos de
Arranjos Empresariais, tais como Clusters, Distritos industriais, Arranjos Produtivos Locais
(APL), Complexos industriais, Redes de Empresas e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais
(SPIL), mas muitas vezes estes são usados como se fossem sinônimos. No Brasil, o termo
amplamente utilizado é APL, inclusive pelo próprio Governo Federal.
A utilização dos termos é um ponto importante, que na literatura não fica claro e “quase
tudo” constitui-se como aglomerado produtivo, seja por motivos políticos ou por interpreta-
ções superficiais apoiadas por pesquisas empíricas com diversos enfoques. Nesse contexto,
pode-se afirmar que o tema aglomerados produtivos ainda carece de mais estudos e pes-
quisas que contribuam para conhecerem-se mais efetivamente suas características. Existem
reconhecidas dificuldades na conceituação e caracterização de aglomerações produtivas.
Talvez essas dificuldades advenham do caráter multidimensional desse objeto de estudo
(OLIVARES e DALCOL, 2014).
Segundo Costa e Costa (2005), quando identificamos determinadas características das
organizações industriais que podem vir a estar correlacionadas ao seu sucesso competitivo,
estas podem ser utilizadas na forma de guia para identificação de atributos estruturais de
outros setores produtivos.
Este artigo tem como objetivo estudar as definições e as diferenças dos principais
arranjos empresariais, formular uma definição geral uniforme a partir dos artigos nacionais
atuais, para diferenciar os tipos de arranjos estudados.
O artigo está estruturado em cinco seções, além desta introdução: a primeira seção
apresenta quatro quadros com as definições dos principais tipos de Arranjos Empresariais:
APL, Clusters, Redes de Empresas e SPIL. A seção seguinte apresenta algumas conside-
rações sobre a metodologia utilizada na pesquisa. Na terceira seção, são apresentadas as
diferenças mais perceptíveis entre APL, Clusters, Redes de Empresas e SPIL. Por fim, a
última seção reúne as considerações finais.
ARRANJOS EMPRESARIAIS
APL
95
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Quadro 1. Definições de Arranjo Produtivo Local (APL) identificado nos artigos do portfólio bibliográfico nacional
Uma entidade sócia territorial que se caracteriza pela presença ativa de uma comunidade de
pessoas ou conjunto de empresas que tenha sido historicamente determinada, já que a história
Junior e Gonçalo (2010)
pressupõe a amarração social necessária à formação das relações. Observe-se que neste conceito
não se faz referência a tamanho ou grau de formalização das relações.
São consideradas “aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco
em um conjunto específico de atividades econômicas, que apresentam vínculos mesmo que in-
cipientes”. São aglomerações formadas principalmente por micro e pequenas empresas, locali-
Marini e Silva (2010)
zadas em uma região, atuando na produção e comercialização de produtos ou serviços. Com a
importância da articulação com outros atores, como associações de classe, órgãos de fomento,
entre outras instituições locais.
Podem ser caracterizados como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e so-
ciais com foco em uma atividade empresarial especifica. Geralmente envolvem a participação de Silva, Santos e Cândido (2011).
muitas empresas que buscam o desenvolvimento dentro do setor.
Podem ser entendidos como um conjunto de atividades econômicas que possuem certo vínculo
de produção, interação, cooperação e aprendizagem, e que podem ser desenvolvidos por aglo-
merações territoriais de agentes políticos, econômicos e sociais. É um tipo de aglomeração que
mobiliza governos e instituições com ações concretas e necessárias para o seu desenvolvimento.
São aglomerados que exibem interações pouco consistentes. São definidos como aglomerações Ribeiro, Nascimento, Junior e Morato (2013).
de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados no mesmo território e que operam em
atividades produtivas correlacionadas. Fazem parte também as organizações públicas e privadas
que atuam no fomento e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universida-
des; política, promoção e financiamento.
A denominação de APL é brasileira, similar ao conceito estrangeiro de “cluster”, e é atribuída
para aglomerações de empresas produtivas, de um mesmo setor econômico que compartilham
um território e um ambiente institucional comum. Também deve apresentar o envolvimento Calheiros (2010)
de diversos atores como, por exemplo, associações da sociedade civil, entidades educacionais e
entidades públicas.
Está associada aos estudos sobre clusters e distritos industriais. Gonçalo e Junior (2012)
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior cunhou o termo APL para desig- Azevedo, Silveira, Cunha, Lopes, Fernandes e
nar as aglomerações regionais de empresas de um mesmo setor. Pereti (2013).
São aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um con- Teixeira e Teixeira (2010);
junto específico de atividades econômicas, que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Vidigal e Campos (2011).
Concentração geográfica de atores econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto Sordi e Meireles (2011)
específico de atividades econômicas, que se relacionam entre si, mesmo que de forma incipiente.
São usados para representar um SPIL com vínculos pouco expressivos, casos fragmentados e que
Olivares e Dalcol (2014).
não apresentam significativa articulação entre os atores do conjunto.
96
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
e Teixeira (2010); Vidigal e Campos (2011); Saraceni, Júnior e Resende (2013); Sordi e
Meireles (2011); Masquietto, Neto, Giuliani. (2010); pode-se definir que APL são aglome-
rações territoriais ou concentração geográfica de agentes econômicos, políticos e sociais
com foco em um conjunto específico de atividades econômicas que apresentam vínculos
de produção, interação, cooperação e aprendizagem. Incluem também diversas outras or-
ganizações públicas e privadas
Clusters
São empresas aglomeradas, capazes de se apropriar de economias externas geradas pela aglo-
meração dos produtores, independentemente dos atributos individuais das empresas, tais Junior e Gonçalo (2010)
como porte das mesmas.
Diferentemente dos APLs, apresentam maior intensidade de vínculos entre as empresas e tem
uma ênfase maior na concorrência do que na cooperação, para cluster envolve uma concen-
tração geográfica de empresas e de outras entidades importantes para competição, pode ser
entendido como: concentrações geográficas de empresas inter-relacionadas, fornecedores
Ribeiro, Nascimento, Junior e Morato (2013)
especializados, prestadores de serviço, empresas em setores correlatos e outras instituições
específicas (universidades, órgãos de normalização, associações comerciais) que competem,
mas que cooperam entre si. Também destaca nos clusters a importância da localização para a
inter-relação das empresas.
É definido como uma concentração setorial e geográfica e coloca que esses dois fatores são
indispensáveis à caracterização de um cluster. “é uma aglomeração dimensionável de firmas em
uma área delimitada espacialmente que tem um perfil de especialização distinto e cujo comér- Calheiros (2010)
cio é substancial”. É um agrupamento concentrado de empresas inter-relacionadas e institui-
ções correlatas, numa determinada área, vinculada por elementos comuns e complementares.
Grande parte das vertentes analíticas utilizam de forma intrínseca conceitos da abordagem de
cluster, que já tem sido usada, de forma mais estruturada, em países desenvolvidos, e de ma-
Olivares e Dalcol (2014).
neira mais incipiente em países em desenvolvimento, no que se refere às estratégias de desen-
volvimento regional e local.
97
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Logo, com base nos autores Ribeiro, Nascimento, Junior e Morato (2013); Calheiros
(2010); Silveira, Pereira, Dugo e Ruiz (2011); Martins (2013); Teixeira e Teixeira (2010);
Nadae, Galdamez, Carpinetti, Souza, Oliveira (2014); pode-se construir a seguinte definição
de Cluster: é uma aglomeração geograficamente concentrada de organizações com carac-
terísticas similares, com grande capacidade de cooperação, e com ênfase na concorrência.
Redes de Empresas
Quadro 3. Definições de Redes de Empresas identificado nos artigos do portfólio bibliográfico nacional
São acordos com propósitos claros entre empresas distintas, mas relacionadas que permitem a es-
tas empresas estabelecerem ou sustentarem uma vantagem competitiva em face às empresas fora
Martins (2013)
da rede. Uma Rede Organizacional “é um conjunto de empresas entrelaçadas por relacionamentos
formais ou simplesmente negociais, podendo ou não ser circunscritos a uma região.”.
Têm a capacidade de facilitar a realização de ações conjuntas e a transação de recursos para al-
cançar objetivos organizacionais. Podem ser definidas como o conjunto de transações repetidas e
Balestrin, Verschoore, Junior (2010).
sustentadas por configurações relacionais e estruturais dotadas de fronteiras dinâmicas e elemen-
tos interconectados.
São caracterizadas na dimensão de arranjos institucionais, na qual são expressas as relações hierár-
Mais, Carvalho, Amal (2014).
quicas e de cooperação entre empresas e das empresas com o Estado.
É uma nova forma organizacional, uma combinação única de estratégia, estrutura e processos de
Bortolaso, Verschoore, Júnior (2012).
gestão. Por ser criada e gerenciada para alcançar os objetivos estabelecidos por seus associados.
98
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
SPIL
Quadro 4. Definições de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais identificado nos artigos do portfólio bibliográfico nacional
Definições de Sistemas produtivos e inovativos locais Autor (es) do artigo no portfólio bibliográfico
“Sistemas produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos produtivos em que inter-
dependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e Macedo (2011); Teixeira e Teixeira (2010);
aprendizagem, com potencial de gerar o incremento da capacidade inovativa endóge- Reis e Neto (2012).
na, da competitividade e do desenvolvimento local”.
A partir das definições de Macedo (2011); Teixeira e Teixeira (2010); Reis e Neto
(2012); Olivares e Dalcol (2014); pode-se assumir a definição para SPIL como sendo arran-
jos produtivos que tem interdependência, articulação e vínculos expressivos de produção e
que estes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, com potencial de aumentar
a capacidade inovativa, a competitividade e o desenvolvimento local.
METODOLOGIA
99
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
– Discussão das diferenças perceptíveis, de acordo com a etapa anterior.
– Por fim, a partir das definições analisadas e das diferenças discutidas, foi estrutura-
do o quadro 5, com as características de todos os arranjos. No eixo horizontal foram
dispostos os tipos de arranjos e no eixo vertical as características dominantes. Em
cada uma das características típicas de um arranjo específico foi marcado um “X” na
célula de intersecção correspondente entre o arranjo e a característica.
Nesta seção serão apresentadas algumas das diferenças mais perceptíveis entre APL,
Clusters, Redes de Empresas e SPIL.
Segundo Iacono e Nagano (2010) e Marini e Silva (2010), os tipos Clusters e APL são
definidos com conceitos praticamente iguais, o principal aspecto que os diferenciam, é que o
APL trata-se de um tipo específico de Cluster, que abrange Pequenas e Médias Empresas.
Um fator que diferencia às Redes de Empresas das APL e Clusters é a de que nas
Redes de Empresas não existe a obrigação da proximidade espacial de seus integrantes,
diferentemente do APL e Clusters em que a concentração geográfica é uma de suas princi-
pais características, conforme: Saraceni, Júnior e Resende (2013); Sordi e Meireles (2011);
Ribeiro, Nascimento, Junior e Morato (2013); Teixeira e Teixeira (2010).
Conforme Martins (2013); Ribeiro, Nascimento, Junior e Morato (2013); Sordi e Meireles
(2011); Teixeira e Teixeira (2010); nas Redes de Empresas não há a presença de outros
atores além das empresas independentes, já no Cluster e no APL temos outros tipos de
organizações como universidades, instituições financeiras, associações de classe, órgãos
de fomento, etc.
Segundo Macedo (2011); Teixeira e Teixeira (2010), no SPIL ao contrario do APL e
Clusters, o aprendizado interativo constitui fonte fundamental para a transmissão de co-
nhecimentos, a ampliação da capacitação produtiva e inovativa das empresas e outras
organizações. Já Olivares e Dalcol (2014) destacam também os vínculos expressivos de
produção do SPIL.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das definições analisadas, das definições gerais sugeridas, e das diferenças
discutidas, apresenta-se no quadro 5 uma matriz das características pontuais que possibilitam
diferenciar teoricamente cada um dos tipos de arranjos empresariais estudados: Arranjos
100
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Produtivos Locais (APL); Clusters (CL); Redes de Empresas (RE) e Sistemas Produtivos e
Inovativos Locais (SPIL).
Tipos de Arranjos
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103
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
08
“ Gestão de projeto: ferramenta
para a concepção e
desenvolvimento de novos
produtos industriais
10.37885/201102260
RESUMO
Nos dias atuais, as indústrias têm metas que compreende no desenvolvimento de novos
produtos e colocar no mercado no máximo de tempo reduzido. O objetivo deste trabalho
é mostrar, mediante pesquisas bibliográficas, o desenvolvimento de novos produtos por
meio da gestão de projeto. Mediante tal exigência do mercado ocasionou o surgimento de
uma ferramenta, ou seja, a gestão do procedimento de concepção e desenvolvimento de
novos produtos. Porquanto, toda indústria necessita aplicar-se na concepção e desenvol-
vimento de novos produtos, afim de estar num melhor posicionamento que o concorrente
no mercado, pois os consumidores anseiam e aguardam por produtos com novidades
e a concorrência não perde tempo para suprir essas necessidades. Assim, a gestão
de projetos tem extrema relevância neste âmbito, pois tem a responsabilidade desde o
conceito até a colocação do novo produto no mercado e a sua conservação no sucesso.
105
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
A indústria ao ser estruturada no mercado que em está inserida, com seu público-alvo
definido, com o reconhecimento de suas demandas e posição almejada. Neste modo, a in-
dústria está arrojada para desenvolver e projetar novos produtos adequados. Entretanto, há
um grande desafio, porquanto, o maior entrave para as indústrias enfrentarem na concepção
e desenvolvimento dos novos produtos, é a ascendente escala do fracasso destes novos
produtos lançados no mercado. A pesquisa realizada pelo autor Crawford (1987), desde
aquele ano já demonstra que a taxa de fracasso é de 39% para os produtos de consumo e
31% para produtos industriais.
O setor de marketing possui extrema relevância nesse processo, porquanto, atua dina-
micamente com outros setores que são intrínsecos ao processo de concepção e desenvol-
vimento de produtos, ao invés de permitir que o setor responsável para desenvolver e criar
novos produtos proceda todas as ações do processo, normalmente esse setor denomina
setor de pesquisa e desenvolvimento (KOTLER, 1998).
A expressão pesquisa e desenvolvimento, classificado como P&D nas indústrias, possui
uma definição comercial isenta da fusão habitual com a conhecida pesquisa e desenvol-
vimento de tecnologias. Entretanto, as ações de pesquisa e desenvolvimento são geridas
por setores fora das unidades produtivas das indústrias, ou por centro de desenvolvimento
e pesquisas in loco nas indústrias, universidades ou agências de fomento.
Na amplitude comercial, P&D, geralmente especifica a ação por períodos maiores con-
duzidas ao futuro, concernente à tecnologia e ciência, mediante técnicas semelhantes ao
cientifico, mas sem resultados definidos de modo exato, entretanto, com precisão genérica
de algum provento comercial.
O desenvolvimento de novos produtos, explanado muitas vezes, como uma impulsão
do gerenciamento de projetos, o qual pode durar por meses ou anos, de modo congênere
devido ser a crucial forma de provento da indústria por determinados períodos de tempo
(KERZNER, 2002).
Nesse âmbito, para melhor entendimento e exemplificação, pode-se utilizar uma empre-
sa Europeia que desenvolve produtos defensores agrícolas, cuja P&D se localiza em Lemvig,
na Dinamarca, o território reúne dignos estímulos no desenvolvimento de novos produtos,
bem como o aprimoramento do processo, fato similar com os produtos já existentes, visando
à melhoria dos custos, minimização de resíduos, mas sem maximizar a perda da qualidade
e segurança. Vale lembrar que o P&D também é o responsável em desenvolver e/ou inovar
produção ou até mesmo formulações de produtos, mediante exigência de registro.
As indústrias, de modo geral, estabelecem que os princípios de novos produtos necessi-
tem ser descriminados em regulamentação padrão para serem deferidos por uma delegação
106
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de novos produtos. Tal descrição apresenta a ideologia do produto, o mercado-alvo, preço
para os consumidores, seus concorrentes, bem como o tamanho deste mercado, duração
e custos para o desenvolvimento, por fim, os custos de produção e taxa de retorno para a
indústria. Por isso, o autor Kotler (1998), elucida que mediante a criação dos novos produtos,
a gestão dos projetos, deve melhorar os produtos testáveis por meio das ideias. Percebe-se
assim a diferença: a ideia do produto, que demonstra o factível produto que a indústria pode
disponibilizar ao mercado; a concepção do produto, onde é a versão desenvolvida da ideia,
apresentada em medidas consideradas efetivas pelo consumidor; mediante a imagem do
produto, isto é, a especificidade que os consumidores utilizam do produto real ou potencial.
A indústria pode expandir seu cartel de novos produtos, mediante a aquisição do de-
senvolvimento. O procedimento da aquisição pode considerar três modos: a indústria pode
adquirir outras indústrias e nesta aquisição patentes, licenças ou franquias. Por meio do
desenvolvimento de novos produtos, onde a indústria pode desenvolvê-los em seus labo-
ratórios. Por fim, a contratação de profissionais especializados, como pesquisadores sem
vínculo institucional ou procurar instituições especializadas em desenvolver seus novos
produtos de modo preciso.
OBJETIVO
DISCUSSÃO
O CONCEITO DE NOVOS PRODUTOS
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
novo produto é determinado pela compreensão dos potenciais consumidores, isto é, quem
utilizará este novo produto, na sua aceitação como consumidor.
Na mesma perspectiva de investigação, Danneels e Kleinschmidt (2001) descrevem do
olhar mercado que as características da inovação, a habilidade de admitir riscos e variações
nos padrões de desempenho definidos estabelece a maneira dos novos produtos. Todavia,
na perspectiva da empresa, as instigações ambientais e os fins dos projetos de investimen-
to estratégico das indústrias, tão como, o desenvolvimento tecnológico e as variações no
mercado, compreende extensões de um novo produto.
Assim, um utilizador pode classificar como novos produtos, além dos que não conhe-
ce por serem originais, os que adquirem pela primeira vez, independentemente de estes já
existirem no mercado, ou aqueles que identificam de forma diferente, em consequência de
estratégias de reposicionamento desses produtos no mercado.
Condizente ao nível de novidade com que os produtos são classificados pelas indús-
trias e pelo mercado, os autores Bozz, Allen e Hamilton (1982), classificam em seis grupos
de produtos: produtos novos para o mercado, novas linhas de produtos, lançamento de
produtos novos nas linhas atuantes das indústrias, melhoria ou retificação dos produtos
atuais, recondução e minimização custos. As indústrias, geralmente, necessitam de um
entendimento apropriado de produtos dos seis grupos mencionados, que lhes conceda, em
contrapartida, utilizar todo o potencial tecnológico empregado para atendê-la as distintas
prioridades e eficiência dos seus clientes e, enfim, precipitar o desuso do rol de produtos
iniciando a procura de novas probabilidades tecnológicas.
Outra classificação encontrada quanto ao nível de novidade de um produto pode ser
delimitada mediante a tecnologia inserida no produto, isto é, nova, aperfeiçoada ou sem
modificações, e dos objetivos apresentado para o mercado no qual o produto é vendido.
Em contrapartida, os autores Yoon e Lilien (1985), definem o que é um novo produto em
analogia com o que estabelece um produto reformulado. Para tais autores, um novo produto
resulta numa variação tecnológica que confere competitividade em novos mercados, ou uma
tecnologia nunca antes introduzida no produto. Os produtos reformulados incluem alterações
que afetam a sua aplicação, minimizam o seu custo e permitem uma maior existência.
A indústria ao lançar novos produtos, com o emprego de novas tecnologias maximizam
os riscos, que podem não propiciar os resultados esperados, a satisfação de novos mercados
no qual e indústria não tem alguma prática, e o desenvolvimento de modernos sistemas de
marketing para a colocação dos produtos no mercado. O encontro de cada um destes itens
eleva o risco de qualquer projeto de desenvolvimento de um novo produto industrial. Nestes
âmbitos, as indústrias necessitam conservar uma estabilidade apropriada entre os diferentes
108
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
itens, para que o nível de risco final se conserve na faixa dos valores permissíveis, deste
modo, seja possível manter o progresso da indústria.
Neste contexto investigativo, a criação ou formação de uma definição de um novo
produto industrial envolve conceituar, que cada desenvolvimento de um novo produto inclui
ação de recursos humanos e financeiros em níveis de expansão potencialmente distintos.
Entende-se como novos produtos, como os produtos compreendidos em novas li-
nhas de produtos com tecnologias avançadas ou os produtos compreendidos em linhas de
produtos existentes, todavia, que dentem uma suspensão tecnológica e inovadora com os
demais produtos dessas linhas. Assim, o mercado propõe que os novos produtos é um dos
coeficientes de risco que irá atuar, isto é, influenciar no resultado final. Contudo, o nível de
novidade pode ser superior, seja qual for o gênero de mercado de destino que o produto
será comercializado.
109
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de novos produtos, o que se torna um desafio aos gestores, quando há a necessidade de
desenvolvimento de projetos.
Neste contexto, o autor Sabbag (2009), afirma que os projetos por serem desafiadores
e exclusivos, predispõe o gerente a capacitar durante o tempo que gerencia os projetos, em
contrapartida, muita das vezes inibi-o e induz a minimizar a inovação e variações. Além do
mais, riscos proeminentes e indefinições pode induzir o gerente a conformar com atrasos,
prorrogações, contingencias no projeto.
Os projetos podem produzir um produto, designado como um elemento final ou um
elemento componente, uma potencialidade de fazer um serviço, tal como funções de negó-
cios que assessoram à produção ou a repartição e um resultado peculiar, como resultados
finais ou documentos (PMI, 2004).
Projetos envolve pessoa, seja uma única pessoa ou uma equipe e que pode ser com-
posta por milhares delas, e abrange todos os níveis das indústrias. A duração de um projeto
é muito singular de carda um, pode variar de poucas semanas e vários anos, como também
pode compreender apenas uma unidade fabril, ou diversas unidades, como o conhecido
joint ventures ou parcerias.
Quando o projeto é temporário, obviamente constitui uma disposição estruturada de
modo temporário para execução. Ou seja, estabelece a estruturação paralela indústria ao
qual o projeto está vinculado. Tais características de projetos exigem altas porções de
comprometimento e habilidade das emoções para encarar a efetivação e o alcance da sa-
tisfação. (SABBAG, 2009).
Os projetos são caracterizados como um modo de estabelecer parâmetros nas ações
que não são contempladas nos limites operacionais tidos como habituais nas indústrias.
Portanto, projetos, geralmente são empregados como um modo de alcançar a meta estra-
tégica de uma indústria, seja a equipe o projeto composto por colaboradores da indústria
vinculada ou por prestador de serviços contratado (PMI, 2004).
Kotler (1998) afirma que apenas 10% dos novos produtos são tidos realmente como
algo inovador e são únicos, sem precedentes para o mundo. Tais produtos contemplam
custos e riscos mais elevados, pois são novos para as indústrias e ainda mais para o mer-
cado. Portanto, a grande maioria das atividades prevista aos novos produtos é a melhoria
dos produtos já existentes.
Para uma indústria obter sucesso no desenvolvimento de novos produtos é necessário
estabelecer um planejamento para gerenciar o processo de desenvolvimento. Um planeja-
mento bem-sucedido inicia pela alta gestão, porquanto, é importante o envolvimento deste
departamento para o sucesso de novos produtos.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O processo de desenvolvimento de novos produtos começa na procura de percepção
das ideias. O alto escalão da indústria necessita delimitar os produtos e seu mercado, assim
ressaltar e declamar os desígnios da indústria concernente aos novos produtos. Outro fator
essencial é definir o empenho a ser direcionado ao desenvolvimento para produtos tidos
como inovadores ao mercado, à variação, ou melhor, as modificações permissíveis dos
produtos existentes e a reprodução de produtos concorrentes (KOTLER, 1998).
Os projetos conforme mencionados acima são normalmente autorizados com a intenção
de obter resultado mediante uma consideração estratégica da indústria como demanda de
mercado, necessidade das indústrias, solicitação de cliente, aquisição de novas tecnologias
ou até mesmo requisito legal, como por exemplo, concernente a novas tecnologias, uma
empresa de software quando autoriza um novo projeto para o desenvolvimento de uma nova
classe de vídeo games, devido ao lançamento de um novo aparelho para jogos por indústria
de produtos eletrônicos (PMI, 2004).
A indústria, no processo de concepção de produtos, serviços ou resultados caracte-
rísticos exige o emprego de recursos financeiros, o que não deve ser compreendido com o
preço, são coisas distintas, onde o preço compreende o custo de uma especifica margem
comercial (BARBOSA, et al. 2007).
O orçamento dos custos compreende o desenvolvimento de uma conciliação dos re-
cursos imprescindíveis para finalizar cada ação do cronograma. Nessa conciliação, é preci-
so ponderar as possíveis causas de oscilação do orçamento de custos, inclusive os riscos
(BARBOSA et al., 2007).
Ao colocar novos produtos no mercado é vital para a permanência e melhoria dos
resultados da indústria em seu ambiente de negócios, a modificação dessa condição me-
diante um processo gerencial é essencial para que minimizem os riscos de insucesso no
lançamento (MATTAR e SANTOS, 2003).
O bom resultado de uma indústria está diretamente ligado à sua habilidade de com-
preender como funcionam as potencialidades de transacionar e de sua notabilidade em
transformar de modo eficiente esse conhecimento em produtos e serviços que ofertem
projeção superior ao mercado consumidor. Deste modo, as empresas ultrapassam as pers-
pectivas dos consumidores, afim de surpreendê-los com produtos e serviços cada vez mais
tecnológicos e inovadores e, de assegurar vantagens competitivas classificadas como sus-
tentáveis e resulta em conquistas de posições de lideranças de mercados com atos poderes
de competitividades.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Nas indústrias para haver a criação de um novo produto existe um processo que é
desenvolvido por meio de uma equipe e compreende a seleção das particularidades e pro-
priedades do produto, as quais irão satisfazer o desejo e premência dos clientes.
O processo de desenvolvimento de novos produtos nas indústrias, necessita da satis-
fação do cliente e a maioria das indústrias utiliza etapas que o autor Juran (2011), descreve
como: analise das escolhas disponíveis das particularidades do produto para a satisfação
do cliente; concepção ou constituição de novas escolhas; testes práticos das alternativas,
para evidenciar a mais plausível; delimitação das propriedades escolhidas para o produto.
As etapas descritas acima, por diversas vezes é tida como desenvolvimento do pro-
duto. Entretanto, a nomenclatura não é descrita somente nesta forma. O desenvolvimento
de produtos é o procedimento prático de elencar as propriedades e especificidades dos
produtos que satisfaçam as indigências dos clientes.
Kotler (1998), explica que as percepções de novos produtos são procedentes de inven-
tores, universidades, laboratórios comerciais, consultores, agências de marketing e, por fim,
de outras pessoas com ideias. Apesar das percepções abrolharem de distintas variáveis,
para receber créditos ou consideração, geralmente, a percepção necessita de pessoas liga-
das à indústria, pois não é provável que a percepção de um produto tenha altivos créditos,
ressalvo, se há por trás um experto patrono.
A parte vital para desenvolver um novo produto é realmente o seu projeto. Porquanto, o
projeto é a etapa de delimitação das propriedades dos produtos, estabelecidas para atender
as indigências do cliente, outra característica atribuída ao projeto, que é tido como criativo
quando fundamentado na maioria da competência de tecnologia. Em sua maioria, o res-
ponsável pelos projetos, são os projetistas, que normalmente, são engenheiros, analistas,
chefes de setores de operação ou demais colaboradores com função e responsabilidade do
planejamento. Os projetos têm como resultados: metodologias ou métodos de procedimento,
caracterização ou descrição, planilhas e fluxograma e propósito para as propriedades do
produto em criação ou aprimoramento.
A concepção de novos produtos obtém finalidades especificas, mediante a originalidade
de inovação para a indústria e para o mercado consumidor (MATTAR e SANTOS, 2003).
Ainda os autores Mattar e Santos (2003), expõe ainda que a concepção de novos produtos
é executa mediante aperfeiçoamento fácil ou verificação em linhas produtivas ou produtos
já efetivos, compreendendo as atividades para minimização de custos, recolocação e mer-
cado, produtos inéditos ou aquisição de outras linhas na indústria de produtos já efetivos
no mercado, produtos inéditos ou linhas inéditas não existentes no mercado, entretanto, já
sucedido em outros e produtos ou linhas completamente inéditos no mercado seja nacional
ou internacional.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O procedimento para desenvolver produtos novos consiste na sequência de atividades
empregadas em converter ideias ou a resolução de uma adversidade encontrada em produto
ou serviço para ser colocado no mercado. Esse procedimento também despende tempo,
possui diversos riscos e é muito custoso. A orientação, ou melhor, a gestão do desenvolvi-
mento de novos produtos subsidia para a minimização dos riscos e consequentemente dos
riscos, permitindo desenvolver o produto com elevado índice de aceitação.
Com a etapa de avaliações e ensaios com o novo produto, o gerente responsável pelo
desenvolvimento deve elaborar um planejamento estratégico mercadológico preliminar, isto
é, junto ao setor de marketing, utilizar de ferramentas e métodos, de como serão as propa-
gandas e publicidades dos novos produtos, afim de ter um bom lançamento do produto no
mercado e aos potenciais consumidores. Todavia, o planejamento de marketing ao decorrer
das etapas futuras pode passar por alterações, com o intuito de melhorias (KOTLER, 1998).
Em síntese, todo o planejamento estratégico na área de marketing compreende três
períodos. O primeiro período reproduz todo o histórico do produto, isto é, as características
(matéria-prima, dimensões, estruturas, etc.), costumes, hábitos e atitudes dos potenciais
consumidores, as vendas, o tamanho do mercado correspondente ao produto, projeção de
lucros e por mínimo que seja, os possíveis prejuízos e todos os parâmetros balizados para
os anos iniciais no mercado. O segundo período delimita o preço para o produto, elabora
o plano de distribuição e logística e o dispêndio com publicidade e propaganda. Por fim, o
terceiro período traz as projeções de vendas, lucros e possíveis prejuízos, também os dis-
pêndios com publicidade e propaganda, mas agora tudo em longo prazo.
O procedimento acima mencionado é endossado mediante os autores Mattar e Santos
(2003), onde as indústrias, com os produtos já aprovados na etapa de avaliações e ensaios
deve elaborar um planejamento de marketing com a finalidade de lança-los no mercado.
O produto para ser lançado no mercado não é de qualquer forma, no momento que
acabar o produto. Pronto, lança-o! Muito pelo contrário, o setor de marketing assume essa
responsabilidade junto à indústria e ocorre sempre em conjunto com os diversos setores
internos, por exemplo, gestão, produção, financeiro, recursos humanos, marketing, enge-
nharia, entre outros. Conta também com as parcerias fora da unidade fabril, por exemplo,
fornecedores, varejistas, agências seja de vendas ou publicidade, entre outros. Deste modo,
com o planejamento e empenho de cada um, na hora oportuna, o lançamento do produto
é realizado tudo com o objetivo de maior eficiência e eficácia do produto em atingir bons
resultados no mercado.
A indústria ao lançar um novo produto necessita designar um monitoramento minucioso
para acompanhar o desenvolvimento das vendas e se as metas estão sendo atingidas e
os objetivos alcançados em função do novo produto, de modo a propiciar as constatações
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
errôneas e faltosas e possíveis correção do posicionamento do produto no mercado, no
tempo certo e com a vivacidade necessária. Periodicamente, medidas de performance ne-
cessitam ser colhidas e confrontadas com as metas e objetivos propostos para o produto e,
caso haja, discrepância nos resultados, ações corretivas devem ser elaboradas (MATTAR
e SANTOS, 2003).
Ainda nesta mesma linha de raciocínio, o autor Kotler (1998), disserta que a indús-
tria, por meio da alta gestão em seguida ao desenvolvimento da concepção do produto e
o planejamento estratégico de marketing, deve analisar se o projeto exposto é atrativo.
Imprescindível, elaborar as projeções de custos, vendas e o lucro obtido para designar se
os mesmos aprazem as metas da indústria. Quando a resposta é favorável, a concepção
do produto passa para a etapa de desenvolvimento. Ao passo que os dados, conhecimento,
relatórios, etc. são elaborados, a apreciação comercial é reformulada e ampliada.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Consumidores anseiam por novos produtos, caso a indústria não desenvolva e lancem,
com certeza, as concorrentes farão o impossível para lança-los, onde os produtos passam
time-to-market, isto é, tempo de mercado, muito curto, portanto, é necessário, estudos mais
aprofundados para descobrir meios de aumentar a vida de mercado dos produtos.
O autor Kotler, (1998) explica que a recolocação de mercado mediante novos produtos
são como produtos efetivos que são posicionados em mercados considerados inéditos ou
em novos segmentos. Portanto, a recolocação de produtos efetivos ocorre para que o con-
sumidor se identifique e torne maravilhado novamente. Tal fato ocorre mediante a dinâmica
do mercado consumidor e a oscilação dos sentimentos e anseios das pessoas. Porquanto,
eles necessitam de novos produtos com outras características, concepção e, a indústria
que agregar esses atributos, antecipadamente, agregará maiores valores no novo produto,
concernente ao do concorrente.
Parece simples, mas não é bem assim, a recolocação de mercado necessita de ha-
bilidade, conhecimento profundo da indústria, do consumidor, da força que a marca possui
no mercado, e antes de executar, precisa pesquisar, levantar dados, estuda-los, bem como
as consequências, conveniências e erros nesse procedimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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116
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
09
“ Industria 4.0: Uma Proposta
de Modelo de Transformação
Digital para as Pequenas e
Médias Empresas
10.37885/201102037
RESUMO
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
O simples fato de avaliar a maturidade digital da empresa ou mesmo conduzi-la por meio
de um roteiro a uma jornada de transformação digital para que essas possam enfrentar a era
da indústria 4.0 e melhor comunicar, negociar, produzir e entregar valor ao cliente parece ser
uma tarefa difícil. Isso porque envolve o uso de muitas tecnologias para várias finalidades,
incluindo análise de dados, tomada de decisão e gestão empresarial. À luz disso, muitos
executivos e gestores podem estar se perguntando por onde começar essa jornada? Como
fazer o seu negócio ser mais lucrativo com a transformação digital? Resultados de estudo
encomendado pela CA Technologies à Coleman Parkes, para examinar como as empresas
estão encarando Agile e DevOps dentro de seus programas de transformação digital e o
impacto que essas abordagens estão tendo no desempenho do negócio, revelam que em
média, essas empresas disseram ter elevado sua eficiência operacional em 52% e a receita
em 50%. Percentuais bem acima dos registrados para as médias globais, de 38% e 37%
respectivamente. Esses resultados evidenciam os benefícios proporcionado pela implemen-
tação da Transformação digital. Independentemente de quais sejam as empresas, os mode-
los de negócios horizontais ou verticais, o tipo de abordagem em direção a transformação
digital, se radical ou de melhoria contínua é um processo de muitos desafios que precisam
ser inicializados para a própria sobrevivência das organizações. Não resta mais dúvida de
que a crise instalada pela COVID-19 tornou a vida mais difícil para todos. No entanto, ela
tem provocado pontos de inflexão nas organizações, levando-as a refletir o atual cenário,
tendo em vista que, esse pode ser um bom momento para avaliarem seu atual modelo de
negócios contra oportunidades emergentes de crescer, melhorar resultados e potencialmente
adaptá-lo à Era da Industria 4.0. Assim, para começar um processo de transformação digital
nas organizações se faz necessário ter um modelo de maturidade em mente para apoiar
essa jornada. Em geral os modelos de maturidade consistem em dimensões e critérios, que
não indicam o caminho de evolução em direção a esta maturidade. De acordo com Becker,
Knackstedt e Poeppelbuss (2009), os modelos de maturidade digital são ferramentas que
permitem uma avaliação do estágio atual da organização e indicam um caminho de desen-
volvimento até o nível de maturidade desejado.
Embora existam na literatura muitos modelos de maturidade digital profissionais e
acadêmicos com múltiplas visões de abordagem da transformação digital nas empresas,
muitas delas são voltadas a força da Tecnologias de Informação (TI), é o caso dos estudos
de Friedrich, Gröne, Koster e Merle (2011) e Westerman, Tannou, Bonnet, Ferraris e McAfee
(2012). Resultados do estudo de Teichert (2019), apontam que, além da capacidade de TI,
também capacidades transformacionais são necessárias para uma transformação digital
bem-sucedida. Nesse mesmo sentido os estudos de Almeida, Cavalcante e Fettermann
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
(2017) verificam que a dimensão tecnologia é a mais frequente nos modelos de maturidade
analisados, sendo orientada para a mensuração do nível de adoção das tecnologias refe-
rentes à Indústria 4.0. Estudo anterior de Fichman, Santos e Zheng (2014) apontam que as
novas tecnologias são importantes para os negócios. Os autores destacam que essas tec-
nologias elas estão transformando profundamente o contexto estratégico das organizações.
Embora o aspecto tecnológico esteja no centro de muitos modelos, esses têm como
características particulares, por exemplo, domínio específico para um tipo de indústria, são
lineares e consideram a cultura da organização. No caso de domínio específico, quando
trata-se de uma fábrica, isso normalmente levar automatização de processos para forne-
cer produtos de melhor qualidade para o cliente em um ritmo mais rápido, enquanto para
o setor de serviços isso pode significar digitalizar e melhorar a comunicação e pontos de
contato com o cliente.
Em seu estudo Teichert (2019) explica que o domínio da “manufatura” representa
89% de todos os modelos de maturidade digital específicos de domínios. O autor ressalta
que não há foco suficiente na indústria de serviços – nem por profissionais nem por aca-
dêmicos e que quase todos os modelos de maturidade digital incluídos no seu estudo são
descritivos em sua natureza e, portanto, limitando seu escopo de apenas avaliar o nível de
maturidade, não dispondo de uma orientação clara de como alcançar um nível mais alto de
vencimento (prescritivo).
Muito além do aspecto tecnológico e características presente nesses modelos, alguns
pontos que os limitam chamam atenção, entre eles, a falta de uma ligação com a perspectiva
de negócio e ausência de ênfase de propriedades prescritivas que orientem, por onde uma
empresa pode inicializar sua transformação digital após conhecimento do nível de maturi-
dade, bem como alcançar o próximo nível de maturidade.
Embora diante de tantos modelos de maturidade, fica difícil escolher qual o melhor e
o mais adequado a cada setor e empresa. Essa situação de escolha tende agravar ainda
mais, à medida que a concorrência entre as empresas se intensifica por conta de mudanças
rápidas no comportamento e expectativas dos clientes. A necessidade de criar modelos de
maturidade digital que levam ao entendimento da visão, estágio atual e do próximo nível
da transformação digital nas empresas é fundamental para as construções estratégicas de
mudança. Atualmente, esse é o tipo de pressão por mudança, extensível a vários portes de
empresas, entre elas, as pequenas e médias empresas (PMEs). De acordo com o Ministério
da Economia (2019) as PMEs representam 98,5% das empresas no Brasil e mais de 90%
de todas as empresas no mundo. Sete em cada dez empregos são criados por pequenas e
médias empresas, aponta o Banco Mundial. Calipinar e Ulas (2013) destacam que as PMEs
120
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
têm muitas vantagens porque são flexíveis, dinâmicas, trabalham em estreita colaboração
com outras pessoas, mais informais e menos burocráticas do que as organizações maiores.
Nesse sentido, características abrangentes de áreas especiais das PMEs, desde admi-
nistrativo, financeiro, logístico e até processos do cliente com seus respectivos fluxos de in-
formações as tornam capazes de realizar análises de custo-benefício das tecnologias digitais
e estar cientes dessas tecnologias, além de ampliar possibilidades da transformação digital.
Segundo Mirković, Lukić e Martin (2019), cada organização, independentemente do
tamanho, mercado, história, tradição, localização, número de funcionários, número de pro-
dutos, número de clientes, percebe que precisa ser mais “digital” no sentido de agilidade,
flexibilidade e capacidade de resposta a mudanças necessidades e expectativas dos clientes.
Diante do exposto, observa-se uma lacuna de modelos para avaliar a maturidade digital
das PMEs de diversos setores da economia global e apoiar a implantação da transforma-
ção digital. Com base na análise da literatura de modelos profissionais e acadêmicos, este
trabalho categorizou quatro dimensões que influenciam mudanças no contexto estratégico
das PMEs e propõe a construção de um modelo de transformação para as PMEs, com o
propósito de avaliar a maturidade digital das PMEs e orientá-las em sua jornada de trans-
formação digital. Este trabalho teve apresentação inicial no 17º CONTECSI – International
Conference on Information Systems and Technology Management, sendo uma versão revista
do trabalho aqui apresentado. As próximas seções discutem uma proposta para um modelo
de maturidade, apresentando sucessivamente o ponto de partida (objetivo, metodologia e
modelos), os resultados, a conclusão, a discussão, as recomendações e as referências.
PONTO DE PARTIDA
OBJETIVO
METODOLOGIA
121
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de um modelo de transformação para as PMEs, com o propósito de avaliar a maturidade
digital das PMEs e orientá-las em sua jornada de transformação digital. A abordagem me-
todológica adotada é de caráter descritivo-qualitativo-comparativo e prescritivo-qualitativo.
Esse trabalho segue com uma breve descrição dos modelos de maturidade profissionais e
acadêmicos e modelos de maturidade do trabalho.
RESULTADOS
122
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 1.Característica e abordagem dos modelos de maturidade profissionais e academicos
MODELOS DE MATURIDADE PROFISSIONAIS (P) E ACADEMICOS (A)
Caraterística do modelo Abordagem do modelo (Domínio/foco do mode-
Estudos (dimensões /níveis de maturi- lo, abordagem de amadurecimento, método de Ctr¹ Mdl²
dade) aplicação)
Kaufmann
Sem arquetipos Linear Não A
(2015)
Lichtblau et al.
1/3 arquétipos Linear Não A
(2015)
McKinsey (2015) 4/ Quociente Digital Geral, não-linear, assistido por terceiros Sim P
Neuland (2015) Sem arquétipos linear Não P
Berghaus e Back
9 / Sem arquetipos Geral, linear, autoavaliação Sim A
(2016)
Forrester (2016) 4/4 arquetipos Linear, Sim P
KPMG (2016) 7 / 4 arquetipos Geral, não-linear, autoavaliação Sim A
PWC (2016) 1/4 arquetipos Linear Sim P
Schumacher, Erol
9/5 arquetipos Linear Sim A
e Sihn (2016)
Leino et al. (2017)
6 / 4 estágios Geral, não-linear, autoavaliação Sim A
VTT
Nota: ¹Crt= Cultura ; ²Mdl=Modelo
Fonte: Elaborado pelos autores
123
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2. Característica e abordagem dos modelos de maturidade do trabalho
MODELOS DE MATURIDADE PROFISSIONAIS (P) E ACADEMICOS (A)
Caraterística do modelo Abordagem do modelo (Domínio/foco do mode-
Estudos (dimensões /níveis de maturi- lo, abordagem de amadurecimento, método de Ctr¹ Mdl²
dade) aplicação)
McKinsey (2015) 4/ Quociente Digital Geral, não-linear, assistido por terceiros Sim P
Berghaus e Back
9 / Sem arquetipos Geral, linear, autoavaliação Sim A
(2016)
KPMG (2016) 7 / 4 arquetipos Geral, não-linear, autoavaliação Sim A
Leino et al. (2017)
6 / 4 estágios Geral, não-linear, autoavaliação Sim A
VTT
Nota: ¹Crt= Cultura ; ²Mdl=Modelo
Fonte: Elaborado pelos autores
124
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
3) gerenciado (têm mais prática digital) e 4) transformados (integração digital nos principais
processos), conforme pontuação. Dois resultados são apresentados nesse módulo, um
por meio de um radar chat, que compara a maturidade das PMEs com outras empresas,
por exemplo, no mesmo setor e segmento, e a outro através da mineração de dados por
meio de métodos de aprendizado de máquina que explorara e descobre conhecimento dos
dados, permitindo uma visão geral dos níveis de maturidade das empresas, por setor e
segmento. Com base nos conceitos dos autores encontrados na literatura para cada uma
das quatro dimensões, foi feito um quadro resumo de definições das dimensões, esse é
apresentado na Tabela 2.
125
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
transição que incluem, Analytics, Melhoria Contínua, Adoção Tecnológica e Aprendizagem.
Módulo resultado é o alvo da estratégia delineada e desejada. Esses módulos, quando
integrados fornecem uma estrutura central e gradual de orientação e recomendação de
caminhos para as PMEs na sua jornada da transformação digital, como mostra a Figura 2.
Cada bloco de apoio é direcionado ao hub transição para iniciar o processo de trans-
formação digital. O primeiro bloco, estrutura organizacional, tem como base os dados do
modelo de negócio, estratégia de negócio digital derivada do modelo de negócio (modelo
de negócio adaptado e estrutura ideal), cultura e governança, que apoiam definição da es-
tratégia de negócio, bem como a transformação digital (estrutura atual e real). Nesse bloco,
ponto de partida da abordagem prescritiva, aciona o recurso analytics do hub de transição,
esse, tomado de dados, por sua vez fornece orientação e recomendação de caminhos
necessários as mudanças para a transformação digital, bem como para os resultados da
estratégia desejada.
À medida que os recursos do hub de transição são acionados, inicia-se paralelamente
o processo de PDCA_AC (Planejar (Plan), Fazer (Do), Checar (Check) e Agir (Act), e AC-
Acelerado) para acompanhar a melhoria contínua dos resultados em cada um dos recursos
do hub de transição para a transformação digital.
O segundo bloco, pessoas se concentra na identificação de habilidades e capacidades
do quadro de executivo, gestores e operacionais para iniciar a jornada e analisa até que ponto
esse quadro da empresa está inspirado e motivado com o conhecimento e aprendizagem
126
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
com o digital. Quando acionado, o bloco dá início ao ciclo Aprendizagem do hub de transição,
fornecendo orientação e recomendação de caminhos necessários as mudanças em direção
a transformação digital, bem como para os resultados da estratégia desejada.
O terceiro bloco, tecnologia se concentra no apoio a adoção e exploração de recursos
tecnológicos digitais (Business analytics, Aprendizagem de máquina, IoT, Inteligência Artificial,
Big Data, dispositivos móveis, impressoras 3D, sensores inteligentes, realidade aumentada
e computação em nuvem), Mobilidade, Colaboração e Co-criação de valor, como forma de
alcançar a transformação digital e criar valor para os negócios das empresas. Nesse bloco
inicia-se o ciclo Adoção Tecnológica com o objetivo de fornecer orientação e recomendação
de caminhos necessários as mudanças para a transformação digital, bem como os resulta-
dos da estratégia desejada.
Por fim, o bloco operações se concentra na identificação e verificação dos principais
pontos de mudanças no processo de transformação digital que podem afetar as operações
das empresas e fornece suporte para que as práticas de negócios, canais de interação,
interligação de processos de negócios e agilidade na transição da transformação digital
sejam bem-sucedida. Assim, como ocorre nos demais blocos, esse, quando acionado dá
início ao ciclo Melhoria Contínua com o objetivo de fornecer orientação e recomendação de
caminhos necessários as mudanças para a transformação digital, bem como os resultados
da estratégia desejada.
DISCUSSÃO
127
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
digital bem-sucedida. O fato é que talvez nenhuma abordagem seja suficiente por si só e
necessite que sua metodologia atual seja ampliada.
Nosso modelo de transformação digital está de acordo com a literatura existente.
Assim, quatro modelos de maturidade digital profissional e acadêmicos fornecem uma es-
trutura teórica abrangente sobre o qual se construiu o MTD_PMEs, são eles: o modelo de
diagnóstico Digital Quociente da McKinsey (citado em Catlin; Scanlan, & Willmott, 2015), o
modelo de maturidade desing de áreas de transformação digital de empresas de Berghaus
e Back (2016), o modelo de inovação de negócio KPMG (2016) e Modelo de maturidade
digimaturidade de Leino et al. (2017). Esses modelos são significativos para o estudo por
duas razões: (1) Consideram a cultura organizacional das empresas e (2) têm uma aborda-
gem de domínio geral dos setores da economia.
O modelo de diagnóstico Digital Quociente da McKinsey (citado em Catlin; Scanlan,
& Willmott, 2015) propõem uma avaliação assistida com foco na estratégia, capacidades e
cultura digitais em diversas industrias a partir de quatro dimensões (estratégia digital, recursos
digitais, habilidades digital e cultura ágil e flexível) e quociente digital de maturidade de quatro
áreas/níveis (abaixo da média, acima da média, líderes emergentes e líderes estabelecidos).
Esse quociente digital muito discriminador (localizado entre 0 e mais de 80 dependendo da
empresa) é baseado em uma metodologia proprietária baseada na implementação de 18
práticas e desenvolvida em colaboração com 150 empresas. As empresas são colocadas
em uma dessas áreas/níveis mediante a pontuação identificada na avaliação. O modelo tem
uma abordagem não linear, ou seja, não segue um único caminho para a TD, logo seu nível
máximo de maturidade não é igual para todas as empresas.
O modelo de maturidade desing de áreas de transformação digital das empresas de
Berghaus e Back (2016). Esse fornece uma visão holística das áreas afetadas pela transfor-
mação digital das empresas por meio de nove dimensões (Experiência do cliente, Inovação
de produtos, Estratégia, Organização, Digitalização de processos, Cooperação, Operação e
desenvolvimento de TIC, Cultura e especialização e Gerenciamento de transformação), além
de permitir que os profissionais avaliem suas atividades associadas à transformação digital
dos negócios. O modelo conta com uma compreensão de apoio relevante para gerenciar a
transformação digital nas empresas denominado catálogo de critérios com 59 indicadores
que forma a base de dados da pesquisa. Para obtenção das descobertas/resultados de
insigths o modelo utiliza algoritmo Rasch e a análise de cluster para derivar cinco estágios
de maturidade. A abordagem do modelo é linear, essa segue um único caminho para a TD.
O modelo de maturidade digital KPMG (2016) tem como foco a avaliação da maturi-
dade de empresa, esse propõem sete dimensões (estratégia digital, governança, consumi-
dor, cultura, organização e processo, tecnologias e pessoas) e define quatro arquétipos de
128
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
maturidade digital (participante reativo, operador digital, transformador ambicioso e digitalista
inteligente) sujeitos à eficácia operacional e intensidade de transformação. O modelo tem
uma abordagem não linear, ou seja, não segue um único caminho para a TD, logo seu nível
máximo de maturidade não é igual para todas as empresas.
O modelo de maturidade digimaturidade de Leino et al. (2017) possui vários propósitos,
entre eles, a utilização de uma ferramenta web de autoatendimento gratuita, que produz
uma análise básica para uma empresa. Essa, fornece uma linha de base dos recursos e
maturidades digital atuais apoiada em seis dimensões principais (estratégia, modelo de ne-
gócios, interface com o cliente, processos e organização, pessoas e cultura e tecnologias de
informação) e quatro estágios de maturidade (preliminares, definido, gerenciado e excelen-
te). Segundo Leino et al. (2017), a linha de base da maturidade digital é um conhecimento
valioso para os tomadores de decisão e líderes de digitalização nas empresas. No entanto,
os autores observam que é necessária uma maior compreensão e concretização para alo-
car os recursos e atividades de desenvolvimento, de modo que o melhor impacto e valor
possível possam ser criados.
Embora os modelos de McKinsey (citado em Catlin; Scanlan, & Willmott, 2015),
Berghaus e Back (2016), KPMG (2016) e Leino et al. (2017), bases do modelo proposto,
tenham características e abordagens essências que podem ser exploradas para avaliação
da maturidade digital em portes menores de empresas, esses tem duas limitações: (1) Não
atendem a pequenas e médias empresas e (2) a exceção Leino et al. (2017) todos os de-
mais modelos são de natureza descritiva, limitando seu escopo de apenas avaliar o nível
de maturidade, não fornecendo orientação de roteiro de como alcançar um nível mais alto
de maturidade (prescritivo). Portanto, esses modelos são de valor limitado para as PMEs.
Diante dessas limitações sugere-se, que estas tenham a devida atenção por parte dos
pesquisadores. A estrutura do MTD para PMEs se desvia dos modelos McKinsey (citado
em Catlin; Scanlan, & Willmott, 2015), Berghaus e Back (2016), KPMG (2016) e Leino et al.
(2017) na medida em que foca especificamente nas dimensões e variáveis que implicam nas
melhores práticas de avaliação e orientação das PMEs em sua jornada de transformação
digital estratégica de negócio com uma natureza dupla: descritiva e prescritiva.
CONCLUSÃO
129
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
especialistas. Para a construção do MTD_PMEs foi usando dupla abordagem metodológica
de caráter descritivo-qualitativo-comparativo e prescritivo-qualitativo. O resultado do MTD_
PMEs, além de permitir avaliar a maturidade digital das empresas por meio de dimensões
consistentes, incluindo estrutura organizacional, pessoas, tecnologias e operações em quatro
níveis de avaliação, fornece uma estrutura central e gradual de quatro blocos principais que
apoia a orientação e recomendação de caminhos as empresas para a jornada da transfor-
mação digital. O modulo realidade mostra duas apresentações, uma por meio de um radar
chat, que compara a maturidade das PMEs com outras empresas, por exemplo, no mesmo
setor e segmento, e a outra através dos métodos de aprendizado de máquina explora e
descobre conhecimento dos dados, permitindo uma visão geral dos níveis de maturidade
das empresas por setor e segmento. No módulo modelagem cada um dos quatro blocos
alinha-se ao hub transição, com o propósito de dar movimento a estrutura central e gradual
de orientação e recomendação de caminhos as empresas para jornada da transformação
digital. Numa visão cíclica do modelo, o ponto de partida da transformação digital inicia-se
no bloco estrutura organizacional com a definição de uma estratégia de negócio digital com
visão transformadora para o futuro. Depois, centra-se nas operações e suas respectivas
mudanças no processo. Segue com adoção das tecnologias essenciais que atendam as
operações e fecha o ciclo de transição com aprendizagem das pessoas (conhecimentos e
habilidades). No trabalho futuro, o MTD_PMEs será desenvolvido com mais iteratividade
com base nas experiências e feedback dos gestores das PMEs.
RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
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133
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
10
“ La integración de las áreas de
marketing y ingeniería: uma
propuesta para la investigación
y desarrollo de producto en una
empresa de bienes de capital
Luciano Zamberlan
UNIJUí
Ariosto Sparemberger
UNIJUÍ
Ruben Heinrich
10.37885/201202480
RESUMEN
135
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUCCIÓN
136
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
su participación de mercado y mejorar su rentabilidad (KOTLER, 1994). De esa forma, la
utilización de un proceso planeado en el desarrollo de nuevos productos constituye una im-
portante herramienta gerencial capaz de mejor sostener las decisiones de implementación
de un nuevo producto, apocando sus riesgos y aprovechando mejor las oportunidades de
mercado. Un proceso de desarrollo de productos puede aportar para tornar la implementación
de un nuevo producto más ágil. Hoy la velocidad en el proceso desarrollo de productos es
también un componente importante de la capacidad de pasar adelante de la concurrencia
(HAMEL y PRAHALAD, 1995).
La innovación es un ingrediente vital para el éxito de los negocios. La economía de
libre mercado depende de la competición industrial, cuyo objetivo es superar los resulta-
dos logrados por el concurrente. Las empresas necesitan introducir continuamente nuevos
productos para impedir que las más agresivas acaben conquistando parte de su mercado
(BAXTER, 2000). Lo tema central de este trabajo es evaluar el proceso de desarrollo de
nuevos productos de una Industria de Bártulos de Capital. El objetivo y presentar un estudio
crecido en la referida organización que busca integrar los esfuerzos de los departamentos
de marketing e ingeniería en el proceso de I&D.
DESARROLLO DE PRODUCTOS
Se entiende como desarrollo de productos nuevos, toda acción o proceso total de es-
trategia, generación de concepto, evaluación del plan de producto de marketing y comerciali-
zación, destinando a la implementación de una noticia oferta para el mercado (CRAWFORD,
apud SILOCCHI 2002). Toda empresa debe esforzarse en el desarrollo y lanzamiento de
nuevos productos, visto que, la creación de productos innovadores, y de productos susti-
tutos de los existentes, actualmente hace con que sean mantenidas o posibilitadas ventas
futuras. Además, los clientes anhelan nuevos productos y los concurrentes harán el posible
para suministrarlos (COOPER, 1993). Para Baxter (1998), las exigencias de los consumi-
dores representan las características básicas que deben ser incluidas para que el producto
sea comercialmente viable, ellas se constituyen en criterios mínimos para el producto ser
aceptado en el mercado. Con la concurrencia cada vez más intensa, se vuelve indispen-
sable también el uso de atributos en el producto que vengan a agregar valor, produciendo
un producto diferenciado para el mercado, visando atrae clientes y firmar el producto como
éxito comercial.
Según Kotler (1980), en el actual contexto de las concurrencias, está se quedando cada
vez más arriesgado no innovar. La innovación continuada parece ser la única manera de que
la línea de productos de la empresa se vuelva obsoleta. De esta forma, todos los esfuerzos
se vuelven a esta actividad. Aún según Queiroz (1999), las empresas no sobreviven a lo largo
137
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
plazo sin innovar. La presión de la globalización, la ansia de los consumidores por productos
nuevos y la demanda por productos personalizados transforman la innovación, antes consi-
derada apenas un diferencial competitivo, en requisito indispensable para la supervivencia
de las empresas. En una visión más completa, Porter (1991), afirma que la innovación puede
si manifestar no solo en las nuevas tecnologías, pero en el proyecto de un nuevo producto,
un nuevo proceso de producción, un nuevo enfoque de marketing, o una nueva manera de
formular u organizarse. Conforme Macarthy y Perreault, (1997), el proceso de desarrollo
de nuevos productos demanda esfuerzo, tiempo, talento y recursos financieros elevados y,
pasa por cinco fases: generación de ideas, tría de ideas, evaluación de idea, desarrollo y
comercialización. Según Kotler (2000, p.350), ocho cursillos están envueltos en el proceso
de desarrollo de nuevos productos. El propósito de cada cursillo “es decidir si la idea debe
ser crecida o abandonada posteriormente”. los ocho cursillos descritos por Kotler (2000), son
así caracterizados: generación de ideas - coordinación, estímulo y busca de nuevas ideas
en ambiente externo y entre los colaboradores de la empresa; tría de ideas, realizada para
identificación de factores de la empresa y su importancia; desarrollo y prueba de concep-
to es hecho para crear conceptos alternativos del producto; desarrollo de la estrategia de
marketing, para formar propuesta de precio, distribución y promoción; análisis comercial es
responsable por el análisis del mercado y de los costes; desarrollo del producto; prueba de
ingeniería y de preferencia del consumidor, marca y embalaje; prueba de mercado, utilizado
para seguir con producción limitada y disponer propaganda y comercialización (Figura 1).
138
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Según Kotler (2000), el desarrollo de productos puede ser considerado como el proceso,
cuando la empresa busca los productos que atiendan a las necesidades de los clientes, desde
el concepto hasta el producto volverse obsoleto. Considerando la definición de Kotler (2000),
se puede notar que el proceso de desarrollo de productos es un flujo de transformación de
informaciones, siendo que las entradas son las oportunidades de mercado, captadas por la
área de marketing de la organización; sumados a las capacidades tácitas o explícitas de la
empresa, generando la capacidad de ejecución del proceso. La salida puede ser considerada
como un “paquete” de informaciones para a concretización del producto a ser suministra-
do para varios sectores de la organización. El Proceso de desarrollo de productos puede,
de acuerdo con el mercado en el que la empresa está competiendo ser extremadamente
complejo o simple. La complejidad puede ser entendida por el detalles de las fases por el
cual el desarrollo es realizado dependiendo es claro de la complejidad o no de un producto.
Otra propuesta de división de etapas del proceso de desarrollo de nuevos productos,
hecha por Back (1983), considera ocho fases: estudio de viabilidad; proyecto preliminar;
proyecto detallado; revisión y tests; planificación de la producción; planificación del merca-
do; planificación para consumo y mantenimiento y planificación para el producto se vuelve
obsoleto. Vale observar que la elección de los elementos de la estructura del proceso de
desarrollo del producto puede ser hecha en función de una serie de contingencias. Según
Rozenfeld y Amaral (1999), esos factores pueden ser: grado de innovación en el producto/
producto plataformas; parámetros de calidad del producto; interface del producto con el
usuario; tecnología del producto; complejidad de la estructura interna; cultura; dirección estra-
tégica; estrategia interprojectos; mercado; estrategia de negocio de la empresa y tecnología.
139
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
p.2). De acuerdo con Wheelwright y Clark (1992), la capacidad a lo largo plazo de algunas
compañías de manufactura dependen del éxito en la capacidad de desarrollo de produc-
tos. El desarrollo de nuevos productos sostiene una esperanza para mejorar la posición de
mercado y el desempeño financiero, creando nuevas industrias, nuevos nichos de mercado
y la posibilidad de renovar la organización.
Ser innovador es ir además del lanzamiento de un producto diferente, con tecnología
altamente desarrollada. Es buscar el esmero constante de los productos existentes, des-
cubrir nuevos materiales, nuevos métodos de manufactura, nuevas formas de distribución.
Conforme Crawford (1994), es esencial que los nuevos productos realcen la calidad ofreci-
da al cliente, que sean crecidos en un tiempo mínimo y con una estructura de costes, que
permita bajo precio, generando mayor valor al cliente. Por eso, las empresas deben asumir
una cultura que la mueva para una mejoría permanente en todas sus actividades, en que
se destaca el esmero en el desarrollo de nuevos productos, como un de los factores-llave
para la busca de ventajas competitivas.
Según Kotler (1980), en las condiciones modernas de concurrencia está se quedando
cada vez más arriesgado no innovar. La innovación continuada parece ser la única manera
de evitarse que la línea de producto de la empresa se vuelve obsoleta.
El desarrollo de nuevos productos implica complejidad y riesgos potenciales para una
empresa. La implementación de nuevos productos es una tarea amplia, que envuelve todas
actividades de la organización, en especial a la administración de marketing, que desempeña
un papel primordial en ese proceso. Su participación trae presentes elementos de mercado
que son indispensables para el éxito del producto. Cabe al marketing ser el eslabón entre la
empresa y el mercado, visando identificar cuales los elementos palpables e intangibles del
producto que el mercado considera importantes. La fabricación de nuevos productos de éxito
requiere una máquina de marketing bien sintonizada. Conforme Machline (2004), experien-
cias muestran que ninguna otra actividad parece llevar más tiempo, más dinero, envuelve
más trampas o más angustias que un programa de nuevos productos. Lanzar un producto
es, dependiendo de su complejidad, una tarea de altos riesgos. Una implementación mal he-
cha, con un producto que no fue aceptado por el mercado por varias razones, puede causar
daños a veces irrecuperables para la organización, tales como: la pérdida de imagen, bajo
retorno sobre lo capital invertido, ciclo de vida en declinación, perjuicios financieros y otros.
Kotler (2000), identifica varios factores que llevan un producto al fracaso, a los cuales
se destacan: escasez de ideas importantes de nuevos productos en ciertas áreas; mercados
fragmentados; restricciones sociales y gubernamentales; aumento del coste de desarrollo
de nuevos productos; escasez de capital; tiempo más rápido de desarrollo; ciclo de vida del
140
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
producto más corto; investiga pobre de marketing; falta de soporte gerencial del tope; no
envolvimiento de los clientes.
Hay aún muchos otros factores de fracaso, quiénes son inherentes a cada organización
específica y a cada mercado. La velocidad en el desarrollo de un nuevo producto, conforme
Hamel y Prahalad (1995, p.313), “es un componente muy importante de la capacidad de
pasar adelante de la concurrencia. (...) El mayor enemigo de las organizaciones es la iner-
cia, complacencia y miopía. (...) El verdadero problema de la competitividad es que muchas
empresas no consiguen prever, ni tampoco inventar las nuevas reglas de la competición en
su sector”. De acuerdo con un estudio de Cooper (1993) con una muestra de 203 proyectos
de nuevos productos procedentes de 125 sectores industriales distintos, fueron identificadas
varias reglas aportan para el éxito de un nuevo producto:
Conforme Cooper (1993), se puede observar que los factores más importantes para el
éxito de un nuevo producto son los que contestan bien a las necesidades del mercado, con
un producto superior a los rivales y que corresponde a las fuerzas y calidades distintas de
la empresa. De acuerdo con Bloch (1995), otro factor de éxito es la forma física o design del
producto. Un design moderno atrae consumidores, comunica su posicionamiento y atribuye
valor para el producto.
En el mundo contemporáneo, la estética es un factor relevante para todos los pro-
ductos, indiferente de su función. Por tanto, el design puede ser un elemento importante
para diferenciar un producto, y consecuentemente, en su éxito de ventas. Para el mercado
agribusiness, las empresas como la Case, John Deere, General Motors, Ford entre otras
ha presentado productos con un alto grado de design incorporado, innovación y tecnología:
ejemplo las máquinas de cuchara granes, utilitarios, máquinas industriales para el merca-
do de beneficiación de granos (caso de la máquina SCS presentado en el informe) donde
141
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
se percibe además de ese factor tecnología. Con base en el análisis de los factores que
posibilitan el éxito y el fracaso de un nuevo producto, se entiende que el éxito de un nuevo
producto es mucho dependiente de una fuerte orientación para el mercado, juntamente con
una grande capacidad técnica y productiva de la empresa (HUTT Y SPEH apud DE TONI,
1998). La busca por la innovación no es un pasaporte para el éxito, pero, sin duda, es más
un elemento que, si bien acarreado, puede traer una contribución significativa para crear y
sostener una ventaja competitiva y una superior rentabilidad.
PROCEDIMIENTOS METODOLÓGICOS
• Investigación bibliográfica, que se dio desde libros, que tratan sobre desarrollo de
nuevos productos, además de que se apoyen en artículos, revistas especializadas
y anales de eventos científicos, bien como en tesis y disertaciones defendidas en
Programas de Posgraduación en Administración, Marketing e Ingeniería. También
fueron realizadas consultas en manuales técnicos, artículos publicados por la orga-
nización y normas para desarrollar productos en la empresa en la que fue realizado
el cursillo.
• Averiguación en documentos desde los archivos de la organización, donde se bus-
có datos en manuales técnicos de desarrollo de productos, normas de dibujo y
creación de proyectos en archivos electrónicos.
• Entrevista en profundidad con seis personas encendidas al desarrollo de productos
142
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de la empresa estudiada en el departamento de ingeniería de la organización. El
guión fue crecido a través de pesquisas bibliográficas y de estudios anteriores. Las
entrevistas objetivaron aclarar como ocurre el desarrollo de nuevos productos en la
organización.
• Contando con la colaboración y orientación interna, se tomó conocimiento, de como
funciona, y cuales las fases del proceso de desarrollo de nuevos productos y pro-
ductos personalizados en la organización en estudio. El orientador interno indicó
cuales los manuales, documentos, y personas encendidas al desarrollo de nuevos
productos internamente, facilitando la realización de la pesquisa.
143
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
la experiencia que la empresa tiene con un buen estudio de mercado y a conversa con los
productores. Consiguiendo, así, desarrollar productos que sean adecuados tecnológicamente
y que mantengan la empresa en la vanguardia tecnológica. Desarrollo tecnológico devotado a
las necesidades del productor es lo que necesita tener un foco en una unidad de almacenaje.
Uniendo ciencia con experiencia a lo largo de sus 80 años de existencia, la Organización
estudiada lanzó en el mercado sus nuevas líneas de equipos para limpieza y secado de
granos. Los frutos de esa unión son la línea Safety Cleaning System (SCS), de máquinas
de limpieza. Los nuevos productos fueron criados desde los mejores sistemas de gestión
de la producción, resultando en la aplicación de sus ventajas competitivas, con mayor se-
guridad, facilitando las tareas y aumentando la productividad. La empresa invertió cerca
de R$ 1,3 millones en el desarrollo de esa nueva línea de máquinas de pre-limpieza y limpieza
para el mercado agrícola, produciendo un equipo que fue proyectado para los mercados
interno y externo.
Proyectada para atender los más diverso Portes de propiedad rural, la nueva línea de
máquinas de limpieza y pre-limpieza y pueden ser comercializadas en cuatro versiones,
con capacidades nominales variando de 40, 60, 80 100 toneladas/hora. El design es más
compacto, las nuevas máquinas visan también el mercado internacional, disponen de sen-
sores de seguridad en los cedazos, son de fácil operación y no necesitan limpieza continua-
da. El accionamiento, con menor número de pecas muebles, aumenta la confiabilidad de las
máquinas y permite la reducción del tiempo de mantenimiento y de apartados de reposición.
Desarrolladas para reducir la emisión de polvo al ambiente, las máquinas de limpieza utili-
zan cámara de aspiración con sistema para circulación de aire y filtrar por mangas. Operan
con movimiento de órbita circular que presenta un funcionamiento silencioso y trae como
apartado opcional la posibilidad de cuadro eléctrico de protección y comando de los motores.
El tiempo crecido para ejecución del proyecto 001521 – nueva familia de máquinas de
limpieza y pre-limpieza de granos, y esto representa el lead time de desarrollo previsto para
un prototipo de SCS 150t/h a ser proyectado.
El proceso de desarrollo pasó por las ocho fases del desarrollo de productos:
144
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
5. Verificación del proyecto para pre-montaje de los prototipos crecidos, tests de
performance, análisis critica de los resultados de los prototipos y revisión de los
proyectos.
6. Validación del prototipo y liberación del lote piloto, después de analice critica para
liberación del modelo de máquina y para liberación de la familia de máquinas y
acompañamiento del debido ateste.
7. Detalles de la Familia: detalles de la familia (ateste piloto) y de la familia (producto),
catastro del modelo en el configurador de productos y prueba del modelo.
8. Validación y liberación del proyecto: análisis critica para liberación.
145
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Cual si observa, la empresa participa de las principales ferias de agribusiness, del
mercado interno y externo lo que permite a la empresa conocer más sus clientes y concur-
rentes de su segmento de actuación. Otros eventos que aportan para el conocimiento del
mercado y actualización de la empresa son: el Rally das Cosechas, cursos impartidos por
el equipo de marketing junto a clientes (operación y mantenimiento de equipos) seminarios,
eventos sectorizados, que buscan mantener una relación más directa entre el marketing de
la empresa y el cliente. Los riesgos de ese tipo de muestreo, que son medidas o colectadas
en esos eventos, pueden crear productos con fines específicos, apenas regionales, o sea,
un producto sin abarcar el mercado.
La decisión de productos en la organización pasa por el comité de desarrollo, que abar-
ca a gerencia y los departamentos de Marketing, Comercial, Ventas, Logística Ingeniería,
Ingeniería Industrial y Asesoría Tecnológica. Ese comité tiene la finalidad de dirigir, anali-
zar y evaluar las sugerencias que son captadas por el marketing, o sea, es un filtrador de
ideas. La dirección de la organización analiza si aquel producto propongo por el comité ésta
de acuerdo con las estrategias de la organización y propone un nivel de costas financieros
para desarrollar ese producto o no desarrolla, dependiendo del foco que la empresa está
queriendo en aquel momento en el que fue propuesto el desarrollo del producto “x” o “y”.
El ciclo de vida de un proyecto de desarrollo de nuevos productos en la Organización,
dura en torno a dos años, debido a que problemas de cosecha, pues los productos (prototipo
y lotes pilotos) son analizados y testados durante el período de la cosecha.
Actualmente, la empresa entró en el escenario para competición internacional, de-
sarrollando productos, como la nueva línea de máquinas, secadores, silos que presentan
un diferencial tecnológico para competer con los grandes concurrentes internacionales y
superar nacionales. El nivel de automación de los productos es hecho reconocido por los
productores rurales, tanto del mercado interno como externo. La prueba de eso, es que la
empresa exportó en el año inicial un montante de 36 % de su facturación en el mercado
externo y compete de igual para igual en tenemos de tecnología aplicada a sus productos.
Actualmente la organización, a través de los departamentos envueltos en el desarrollo de
productos, se ha preocupado en crear equipos para el mercado global, lo que exige un alto
grado de conocimiento de los concurrentes; visitación a ferias y eventos internacionales
de tecnología devotadas al campo y, principalmente mantener un alto grado de aprendi-
zaje de sus colaboradores. El foco de la organización está devotado para desarrollar pro-
ductos con alto grado de tecnología, sin embargo, siempre si preocupando por elementos
como, seguridad, facilidad de operación, generación de informes, controles, y preservación
del medio ambiente.
146
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
ESQUEMA DE DESARROLLO DE NUEVOS PRODUCTOS PROPUESTO
PARA LA ORGANIZACIÓN
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
percibe qué la velocidad, o sea, acelerar el proceso de desarrollo e introducción de nuevos
productos en el mercado, tiene alguna importancia para los entrevistados.
El aspecto que se da mucha importancia, en la visión del 43,2% de los que contesta-
ron la pesquisa es la calidad y a adaptación. Contestaron, 40,5% que la confiabilidad para
la Organización tiene alguna importancia, pero 37,8 % apuntaron tener mucha importan-
cia. El apartado innovación fue apuntado teniendo alguna importancia por la Organización,
por 37,8% de los entrevistados. La velocidad en el proceso de desarrollo de nuevos productos
presentó alguna importancia, esto representa tiempo de desarrollo, pues los actuales tiempos
varian de un año y medio a dos años. De acuerdo con Kotler (2000), este proceso puede
llevar hasta tres años. La calidad y a adaptación de los productos de la empresa, conforme
pesquisa presentó mucha importancia. Proyectar productos que puedan ser fácilmente ser
configurabais para cada cliente, o sea, sin pérdida de productividad, o igual a productos
personalizados, de acuerdo con la necesidad del cliente.
Los datos de la Tabla 2 envuelven las posibles acciones prioritarias para cambio en
el proceso de desarrollo de nuevos productos de la Organización estudiada. La pesquisa
utiliza la escala de Likert para evaluar las respuestas. Alguna importancia fue destacada, con
percentuales arriba del 40% en los siguientes apartados: aumentar la participación de los
clientes en el desarrollo - 48,6%; aumentar la participación de los abastecedores en el desar-
rollo – 40,5%; reducir el número de abastecedores – 43,26; mejorar el proceso de desarrollo
de abastecedores – 40,5%; estandarizar software y hardware utilizado para desarrollo de
productos – 40,5%; reducir entrenamiento para utilización de productos – 51,4%; reducir el
número de prototipos – 48,6%; proyectar componentes consumibles – 45,9%; utilizar software
de última generación para proyecto – 43,2; utilizar hardware de última generación – 45,9%;
ligar el software de proyecto con el sistema de gestión de la empresa – 48,6%; estar conec-
tado con el sistema de gestión de abastecedores – 43,2%. El grado de mucha importancia
fue atribuido, con mayor percentual en los siguientes tópicos: aumentar la modernización de
componentes – 59,5%; aumentar la capacidad de configuración de productos para atender
exigencias de clientes especiales – 51,4%; aumentar la calificación de gestión de proyectos
– 43,2%; utilizar herramientas de construcción de prototipos virtuales– 45,9%; aumentar la
utilización de entremeses y componentes de anaquelería – 43,2%; proyectar para evitar fallos
de fabricación y montaje – 40,5%; aumentar el uso de informaciones digitales del producto y
de la documentación – 43,2%; mejorar la identificación de conflictos de proyectos – 45,9%;
definición del ciclo de vida del equipo – 40,5%. El apartado referente a la importancia del
histórico del desarrollo de un producto fue apuntado como de total importancia para 43,2%
de los entrevistados.
148
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabla 2. Importancia de acciones para el desarrollo de nuevos productos
Grado de Importancia
Posibles acciones prioritarias
SI PI RI MI TI
Aumentar la participación de los clientes en el desarrollo 5,4 16,2 48,6 27 2,7
Aumentar la adherencia de los productos en las calidades normales 35,1 29,7 18,9
Aumentar la participación de abastecedores en el desarrollo 21,6 40,5 32,4 5,4
Aumentar la producción de componentes en módulos 2,7 18,9 59,5 18,9
Aumentar la capacidad de configuración de productos para atender exigencias de clientes
13,5 32,4 51,4 2,7
especiales
Redujo número de abastecedores 2,7 27 43,2 21,6 5,4
Patentar productos 10,8 24,3 27 24,3 13,5
Mejorar proceso de desarrollo de abastecedores 5,4 8,1 40,5 29,7 16,2
Estandarizar software y hardware utilizado para desarrollo de productos 13,5 40,5 32,4 13,5
Proyectar para adaptación final (postponement) 5,4 48,6 32,4 13,5
Aumentar relación entre equipos de proyectos 2,7 13,5 29,7 37,8 16,2
Aumentar calificación de gestión de proyectos 2,7 5,4 29,7 43 18,9
Reducir entrenamientos para utilización de los productos 13,5 35,1 51,4
Utilizar técnicas de ingeniería simultánea 8,1 27 37,8 27
Reducir número de modificaciones (alteraciones de ingeniería) 2,7 21,6 27 27 21,6
Reducir número de prototipos 18,9 21,6 48,6 10,8
Utilizar prototipos de manera rápida 8,1 35,1 18,9 32,4 5,4
Utilizar prototipos virtuales 5,4 10,8 32,4 45,9 5,4
Reducir la necesidad de dibujos detallados 16,2 24,3 37,8 18,9 2,7
Aumentar la utilización de entremeses y componentes de anaquel (comerciales) 2,7 13,5 29,7 43,2 10,8
Aumentar a utilización de componentes ya desarollo. para otros productos 16,2 18,9 32,4 32,4
Proyectar para servicios y reposición de componentes 2,7 27 35,1 24,3 10,8
Proyectar componentes consumibles 5,4 32,4 45,9 10,8 10,8
Definir tasa de fallos en el objetivo del proyecto 13,5 24,3 24,3 32,4
Aumentar utilización de proyectos 2,7 16,2 35,1 29,7 16,2
Proyectar para evitar fallos de fabricación y montaje 2,7 16,2 8,1 40,5 32,4
Aumentar control sobre las informaciones del producto 2,7 8,1 27 29,7 32,4
Aumentar el uso de informaciones digitales del producto y de la documentación 2,7 37,8 43,2 16,2 16,2
Mejorar la gestión de la información del producto 2,7 5,4 35,1 37,8 18,9
Estandarizar el proceso de proyectar nuevos productos 13,5 24,3 35,1 8,1
Mejorar la identificación de conflictos de proyectos 16,2 29,7 45,9 8,1
Utilizar software de última generación para proyectos 43,2 29,7 16,2 10,8
Utilizar hardware de última generación 10,8 43,2 29,7 16,2
Ligar el software de proyecto con el sistema de gestión (ERP) de la empresa 8,1 45,9 32,4 13,5
Estar conectado con el sistema de gestión de cliente 5,4 8,1 48,6 18,9 16,2
Estar conectado con el sistema de gestión de los abastecedores 2,7 33,4 32,4 24,3 8,1
Mejorar la comunicación con los canales de distribución 2,7 29,7 43,2 18,9 5,4
Definición del ciclo de vida del equipo 10,8 18,9 16,2 40,5 13,5
Necesidad de control de versiones de los equip. durante el desarollo 10,8 13,5 10,8 37,8 27
Cual la importancia en el histórico de un desarrollo de producto 2,7 8,1 18,9 27 43,2
SÍ – Sin Importancia; PI – Poca Importancia; se RÍE – Razonable Importancia; MI – Muy Importante; TI – Total Importância
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
para atender las necesidades y demandas del proyecto. La utilización de herramientas de
prototipos virtual es muy importante para el desarrollo del proyecto. Los problemas que
ocurren actualmente, muchos podrían ser eliminados en la fase de elaboración de prototipos
virtuales virtual y no en la fabricación y montaje del prototipo.
En el general, los apartados más apuntados fueron: aumentar la fabricación de compo-
nentes en módulosde componentes, clasificada como de mucha importancia por 59,5% de los
entrevistados. Aumentar la capacidad de configuración de productos para atender exigencias
de clientes especiales como factor de mucha importancia fue apuntado por 51,4%. Proyectar
para adaptación final, como siendo de alguna importancia fue contestada por 48,65%. Ligar
el software de proyecto con el sistema de gestión de la empresa fue destacado como de
alguna importancia, para 48,6% de las personas que participaron de la entrevista. De las
cuestiones de la Pesquisa de 1 a 47, la cuestión de número 20, referente a la calidad, tuvo
respuestas de los apartados 1 (ninguna importancia) a 3 (alguna importancia), logrando la
media más baja del cuestionario, que fue del 2,38%. Ya, media más alta fue de la cuestión
47, sobre cual la importancia del histórico de un desarrollo de producto, habiendo contestado
los apartados de 1 (ninguna importancia) a 5 (total importancia), logrando la media del 4%.
La proposición de un esquema de desarrollo de nuevos productos para Organización
estudiada surgió a través de las entrevistas en hondura y de la pesquisa aplicada con los
profesionales de la Ingeniería que actúan derechamente en el desarrollo de productos. La pes-
quisa tuvo como principal objetivo de auxiliar la creación de un nuevo esquema para empresa
desarrollar nuevos productos, con auxilio de las respuestas fue posible priorizar algunas
fases de desarrollo (figura 2). La primera etapa del proceso es la pesquisa de marketing más
ampliay con un muestreo más significativo. Despues la recogida de datos en el campo son
evaluados los resultados, y se realiza un análisis de mercado. Si es positiva, está evaluación
es encaminada al comité de desarrollo. Para iniciar a la segunda etapa de la o proceso, se
realiza análisis gerencial, estudio de viabilidad económica, preparación y presentación del
presupuesto, evaluación de la análisis de mercado.Se define en esta etapa, el concepto del
producto (forma) del producto encaminado para la directoria de la organización. En la tercera
etapa, la alta administración de la organización realizar análisis estratégico, optimización
de los recursos y análisis del producto. En caso afirmativo, se inicia el proceso adentro de
la Ingeniería de Producto. La cuarta etapa del proceso se pone más horizontal y flexible
de acuerdo con el esquema propuesto. Es donde la empresa puede ganar tiempo depen-
diendo de los recursos (económicos como humanos), de las herramientas de gestión que
se volverán disponibles en el proceso de desarrollo de nuevos productos. En las reuniones
de ingeniería simultánea se realiza la planificación, el tiempo de actividades; el proyecto,
a través de herramienta de producción de prototipos virtuales (Solid Edge), permitiendo al
150
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
proyectista el montaje virtual del equipo. Las correcciones serían realizadas en ámbito virtual,
lo que demandaría menos tiempo de proyecto. Cuando terminados los dibujos y las prueba
virtuales, se inicia la fabricación directa de los componentes del prototipo. En esa fase fue
propuesta la participación del cliente y del abastecedor. En caso de problemas en el montaje
del prototipo, podería si establecer en el presupuesto un disparadero de valor “x” para el
proceso no regresar para la alta administración para aprobación de más recursos. Siempre
hay lo que mejorar en un producto, con la participación del cliente. Despues el montaje del
prototipo, se define adonde el producto va a ser testado.
151
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
La quinta fase es la prueba de producto en el mercado, o sea, testar el mismo por una
cosecha de granos y ejecutar las mejorías necesarias en el período de prueba. En esta
fase, el cliente y el abastecedor deben participar y sugerir mejorías adentro de su universo
de conocimiento. Durante a sexta fase de desarrollo de productos, se da inicio al proceso
de comercialización, o sea, preparación para el producto entrar en el mercado. Ese proceso
puede ser agilizado con integración de las herramientas de gestión de la empresa, como
sugerió la pesquisa realizada, optimizando de esta forma los procesos de confección de
manuales, herramienta para producción, bloques, propuesta técnica comercial y su res-
pectivo entrenamiento para equipos interesados (comercial, ingeniería, asistencia técnica,
clientes). La séptima y última etapa del proceso de desarrollo de productos es la liberación
para el marketing, cuando se inicia efectivamente a venda del producto.
Durante todas las fases, se sugiere aún, que la empresa realice las evaluaciones de
desempeño para medir las calidades de informaciones. El esquema arriba sugerido fue
basado en las informaciones colectadas en la organización y en la bibliografía investiga-
da. El esquema es totalmente flexible del inicio al fin, pudiéndose cancelar o aprobar el billete
de etapa en cualquier posición que esté.
La pesquisa es importante, pues aproxima la empresa del consumidor y de los seg-
mentos de mercado, las principales técnicas de pesquisa son: marketing en el suelo de la
tienda; observaciones en los domicilios, otros tipos de observación (dificultades); grupos de
discusión; cuestionarios de pesquisa; entrevistas en hondura; experiencias en marketing;
comprador misterioso y exploración de datos. De acuerdo con Kotler (2000), grande porcen-
taje del éxito de nuevos productos puede ser determinada antes de iniciado su desarrollo,
apenas con las respuestas a éstas tres preguntas: ¿las personas precisan de este produc-
to?; ¿es diferente y mejor qué los ofrecidos por los concurrentes?; ¿las personas estarían
dispuestas impagada su precio? Si la respuesta a cualquiera de las preguntas sea negativa,
no comience el desarrollo. Nunca entre en una batalla sin tener certeza de que usted pue-
de ganar la guerra. Las chances de un nuevo producto tener éxito son mayores si él crea,
consigo, toda una nueva categoría.
La proposición de un nuevo modelo llevó en consideración, el modelo de Kotler, el de la
Organización estudiada y del Mckinsey en artículo publicado sobre desarrollos de productos.
Durante el proceso de pesquisa en la organización, se percibió la necesidad de la organi-
zación reestructurar su forma de desarrollo de productos a comenzar por el Departamento
de Marketing, que está siendo reestructurado para hacer su función.
Otras consideraciones significativas y eficientes para mejorar el proceso son: tener el
plazo de seis meses para desarrollar un proyecto; desvincular proceso de la ingeniería de
proyectos de aplicación; tener una configuración de productos más actualizado; proporcionar
152
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
la emigración de los equipos especiales para la Ingeniería de aplicación; realizar inversio-
nes en softwares y hardwares para Ingeniería, invertir en tecnología; tornar la ingeniería de
productos autosuficiente en un 100% para el desarrollo de nuevos productos; incrementar
la área tecnológica de la Ingeniería y concebir productos con alto grado de automación.
La pesquisa aplicada proporcionó realizar un esquema de desarrollo de productos, iden-
tificando necesidades para reducir el tiempo de proyecto. Los elementos de las dimensiones
competitivas como la calidad y customização, velocidad, confiabilidad e innovación son los
principales apartados apuntados por los entrevistados. La segunda parte de la pesquisa,
presentó como aumento de la capacidad de configuración de los productos, modernización
de componentes, herramientas de prototipagem virtual, definición del ciclo de vida del equipo
aporta para las posibles acciones prioritarias a ser incrementadas en el proceso.
El esquema sugerido fue de seis fases tornando el proceso más flexible, conforme
anteriormente expuesto. Esto significa tres fases a menos de lo que es hoy. Otra sugerencia
importante para organización debía ser a de construir un laboratorio de tests de producto
propio (tendría producto en cualquier época del año para testarse los equipo) y quizá podría
ser reducido el tiempo de prueba en campo.
CONSIDERACIONES FINALES
153
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
revisiones de literatura y los conocimientos sobre lo tema son contemplados con la presenta-
ción de un estudio de caso sobre la nueva línea de máquinas de la Organización estudiada.
Crear, desarrollar e innovar productos en el mercado globalizado y competitivo entre las
organizaciones es un de los mayores desafíos para los equipos de desarrollo de productos.
Para asegurar la supervivencia y el crecimiento de la empresa es preciso que las mismas
instituyan un continuado esmero en sus productos, procesos y, gestión y principalmente en
el aprendizaje. La exigencia de productos de calidad y con tecnología, automación, desing,
confiabilidad, y preocupación ambiental demandan inversiones y esfuerzos constantes de
las empresas para que los productos lanzados logren éxito.
De cada 58 ideas de nuevos productos a que surgen en las empresas apenas 12 se
transforman efectivamente en proyectos. De estas, cinco son desechadas en la fase de análi-
sis financiera y otras cuatro mueren en el cursillo de desarrollo de productos. Tres productos,
apenas, llegan a pasar por prueba de mercado y un único es lanzado con éxito (Machline et
Al., 2004). Así, se hace esencial que las empresas busquen más informaciones e invertan
para mejorar el proceso de desarrollo de nuevos productos, tornándolo más ágil y eficaz.
A través de la aplicación de pesquisa, sobre el proceso de desarrollo de nuevos pro-
ductos, en el general, los apartados considerados más relevantes fueron: aumentar a la
producción de componentes en módulos, aumentar la capacidad de configuración de pro-
ductos para atender exigencias de clientes especiales, proyectar para adaptación final, ligar
el software de proyecto con el sistema de gestión de la empresa son los apartados que
más se destacaron.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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155
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
11
“ Lixo Eletrônico: Avaliação do
Nível de Conscientização dos
Estudantes do Instituto Federal
de Goiás Campus Luziânia
10.37885/201102045
RESUMO
157
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
É fundamental uma reflexão sobre a Educação Ambiental (EA) e sua contribuição para
a formação de um pensar ecológico analítico e crítico sobre os problemas ambientais que
afetam a humanidade, principalmente no que diz respeito à importância da formação ética
e ecológica dos cidadãos e das mudanças nos padrões de consumo na sociedade atual.
Tais mudanças serão possíveis por meio da conscientização do homem em suas diversas
relações com o meio, com a sociedade e consigo mesmo. (SILVA e TOSCHI, 2014).
Os resíduos eletrônicos são produtos como pilhas, eletrodomésticos, cassetes, brinque-
dos eletrônicos, equipamentos de informática (computadores, notebook) telecomunicações,
de microinformática, vídeos, filmadoras, ferramentas elétricas, DVDs, lâmpadas fluorescentes
são alguns dos exemplos, e o que mais você usar em casa que, descartados, podem geral
poluição (MARTINS et al, 2013).
Neste contexto a responsabilidade social do IFG deve envolver a preservação e edu-
cação ambiental. A reciclagem é importante para qualquer tipo de material. Se tratando de
elixo, este contem elementos que não são renováveis. Ou seja, são elementos da natureza
que, caso se esgote, não há como produzir mais. Portanto, reciclar lixo eletrônico é uma
ação de sustentabilidade. (COSTA. R. L, et al, 2011).
O objetivo deste trabalho é analisar o nível de conscientização dos estudantes do
Instituto Federal de Goiás do Câmpus Luziânia a respeito do uso e descarte de lixo eletrô-
nico. Através de um estudo de caso exploratório qualitativo, a pesquisa contemplou ainda
pesquisa bibliográfica e entrevistas semiestruturadas.
Este artigo está estruturado em cinco seções. Nesta presente seção apresenta, além da
introdução, a definição da problemática de pesquisa, o objetivo, a justificativa e importância
do estudo e a estrutura da presente pesquisa. A seção 2 traz o referencial teórico, com a
formação de uma base conceitual e teórica, que fornecem subsídios para o desenvolvimento
deste estudo. Na seção 3 são apresentados o método empregado e as técnicas e proce-
dimentos metodológicos utilizados. Na seção 4 estão descritos os resultados obtidos na
pesquisa. Por fim, a seção 5 traz o objetivo do artigo, como ele foi alcançado, as limitações
do estudo, sugestões de melhorias e de pesquisa futura.
REFERENCIAL TEÓRICO
158
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
o que implica na compatibilização dos modelos de produção e gestão das instituições sociais
com o sistema de organização e conservação da natureza.
Existem varios estudos sobre o tema de sustentabilidade, a partir de pesquisa em pe-
riódicos nacionais classificados, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), em A1, A2, B1 e B2, onde filtrou-se as palavras-chave “susten-
tabilidade” e “desenvolvimento sustentável”, tais como:
a. Munck, Souza & Zagui (2011) - Exploraram a relação entre gestão por competên-
cias e ações de sustentabilidade.
b. Ende et al. (2012) - Identificaram os níveis de sustentabilidade econômica, ambien-
tal e social dos produtores rurais agropecuários participantes do Projeto Esperan-
ça/ Cooesperança.
c. Freitas et al. (2012) - Analisaram o processo de transferência de tecnologia da uni-
versidade para a sociedade, com base em fatores de sustentabilidade, atendo-se
a verificar de que forma a sociedade local incorpora esses conhecimentos e se é
possível identificar processos inovadores de desenvolvimento local sustentável.
d. Dias & Pedrozo (2012) - Avaliaram como as indústrias brasileiras do setor alimen-
tício estão sendo orientadas para influenciar a sustentabilidade (dimensões econô-
mica, social e ambiental) e a agregação de valor empresarial.
e. Pinsky, Dias & Kruglianskas (2013) - Mapearam os fatores críticos de sucesso na
gestão empresarial e identificar os desafios para a criação de produtos sustentá-
veis.
f. Souza & Ribeiro (2013) - Investigaram o perfil das pesquisas e a evolução do tema
de sustentabilidade ambiental nos artigos publicados em periódicos nacionais de
administração com Qualis de A1 a B2, no período de 1992 a 2011.
g. Venzke & Nascimento (2013) - Refletiram sobre o processo para a geração de ar-
ranjos de conhecimentos voltados à inserção da sustentabilidade socioambiental
nos cursos de Administração brasileiros, procurando avançar em relação às pes-
quisas já desenvolvidas sobre o tema, tendo-as como base.
h. Melo & Farias (2014) - Verificaram se a questão da sustentabilidade se apresenta
como um fator determinante na escolha de um destino para a finalidade de lazer.
Ou seja, se um destino turístico, ao se posicionar como sustentável seria um atribu-
to relevante na avaliação positiva da imagem do destino e na escolha deste.
i. Sartroti et al. (2014) - Realizaram um mapeamento das publicações sobre o tema
Avaliação da Sustentabilidade Ambiental para a Tecnologia de Informação e, a par-
tir desse, selecionar um portfólio bibliográfico das publicações mais relevantes e
alinhadas segundo a percepção dos autores dessa pesquisa.
159
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
j. Sartroti, Latrônico & Campos (2014) - Analisaram o tema sustentabilidade, carac-
terizando o estágio em que se encontra, lacunas e desafios para futuras contribui-
ções.
k. Borges (2015) - Apurou o grau de sustentabilidade da dimensão institucional nas
instituições de regulação e de supervisão do setor elétrico no Brasil.
l. Carvalho, Stefano & Munck (2015) - Identificaram as competências encontradas
nos gestores de nível tático, que podem auxiliar no desenvolvimento de práticas
sustentáveis em uma indústria alimentícia multinacional.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
160
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Cursos dos entrevistados
Foi utilizada a análise de conteúdo como estratégia de analise dos dados da pesquisa.
Segundo Trivinos (1987), a análise de conteúdo contempla três fases: pré-análise, exploração
do material e tratamento dos resultados. Na pré-análise, o material coletado foi organizado,
e se estabelece um esquema de trabalho preciso, com procedimentos bem definidos. A fase
de exploração do material envolveu procedimentos como codificação, classificação e ca-
tegorização do material coletado. A fase de tratamento dos resultados envolveu a reflexão
e a intuição, com embasamentos empíricos, estabelecendo relações e aprofundando as
conexões entre as ideias constatadas.
A pesquisa teve como perfil alunos de cursos técnicos e superiores, sendo 86,2 % de
alunos de até 20 anos e apenas 13,8 % de alunos entre 20 e 40 anos. Isto porque a maioria
dos entrevistados foram alunos dos cursos técnicos de química e informática. Conforme
ilustra a Figura 2.
161
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Quando questionados se sabiam o que é lixo eletrônico, 77,9 % afirmaram que sim,
conforme demonstra a Figura 3. Apesar de que a maioria dos que responderam sim, não
consiguiram dizer com suas próprias palavras o que é lixo eletrônico.
162
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 5. Qual o destino dado aos aparelhos dos entrevistados
Figura 6. Conhecimento dos danos causados pelo descarte inadequado do lixo eletrônico
163
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 7. Conhecimento se Luziânia possui um local adequado para depositar o lixo eletrônico
Quando questionados qual o melhor destino do lixo eletrônico, 81,1 % afirmaram se-
rem empresas onde o material foi adquirido, 4,9 % apenas disseram ser para a prefeitura
(lixo comum) e outros 12,3 % não souberam disser qual o melhor destino. Conforme de-
mostra a Figura 8.
Figura 8. Conhecimento sobre qual seria o melhor destino para o lixo eletrônico
164
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 9. Conhecimento sobre o que as empresas de Luziânia oferecem ao consumidor, em relação à vida útil dos aparelhos
165
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 11. Conhecimento sobre de que forma deveriam ser a conscientização
Questionados se deveria existir uma lei que obrigasse as empresas que fabricam os
eletrodomésticos e eletroeletrônicos a receberem de volta esses artigos quando os mes-
mos não têm mais serventia, 91,1 % afirmaram que sim, e apenas 8,9 % disseram que não.
Conforme apresenta a Figura 12.
Figura 12 – Conhecimento se deveria existir uma lei que obrigasse as empresas a receberem de volta os aparelhos
Quando questionados se em sua opinião depende de que para que fosse aprovada
uma lei que garantisse o manejo correto desses dejetos, 50,8 % afirmaram ser da agilidade
do governo e de autoridades num todo; 29,5 % disseram ser de manifestações vindas de
cidadãos e cidadãs e 15,6 % não soube opinar. Conforme ilustra a Figura 13.
166
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 13. Conhecimento sobre o que precisa para aprovar uma lei que garante o manejo correto do lixo eletrônico
CONCLUSÕES
Este estudo teve como objetivo analisar o nível de conscientização dos estudantes do
Instituto Federal de Goiás do Campus Luziânia a respeito do uso e descarte de lixo eletrô-
nico. Através de um estudo de caso exploratório qualitativo, a pesquisa contemplou ainda
pesquisa bibliográfica e entrevistas semiestruturadas.
As abordagens teóricas que serviram como fundamentos para o desenvolvimento
da presente pesquisa, juntamente com as constatações empíricas encontradas trouxeram
contribuições para o contexto institucional, possibilitando sugestões de melhorias nesta ou
em outras instituições de ensino.
Observando os resultados desta pesquisa, visualizamos que apesar de a grande maio-
ria, mais de 80 % saber que o melhor destino do lixo eletrônico são as empresas onde o
material foi adquirido, quase 70 % afirmaram já terem descartado aparelhos eletrônicos no
lixo comum e quase 20 % descartaram em qualquer lugar, como terrenos baldios ou calçadas.
Sendo que mais de 90 % afirmaram ainda que após a compra o consumidor é responsável
por dar destino a estes materiais ao final da vida útil, e apenas cerca de 5 % disseram que
as empresas receberam os aparelhos de volta. O que demostra certas contradições. Já a
respeito se é necessário trabalhar sobre a conscientização do tema, quase 100 % con-
cordaram que sim. Quanto a qual a melhor forma de conscientização, estes ficaram muito
divididos, entre propagandas educativas nas rádios e TVs, projetos escolares, distribuição
de folhetos e palestras. Alguns chegaram a marcas mais de uma ou todas.
167
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
A respeito de que deveria existir uma lei que obrigasse as empresas que fabricam os
eletrodomésticos e eletroeletrônicos a receberem de volta esses artigos quando os mes-
mos não têm mais serventia, mais de 90 % afirmaram que sim. Sendo que mais de 50 %
afirmaram depender da agilidade do governo e de autoridades num todo para que fosse
aprovada esta lei, quase 30 % disseram que precisa de manifestações vindas de cidadãos
e cidadãs, e alguns afirmaram precisar de ambos, conscientização por parte tanto dos po-
líticos quanto da população.
Após análise dos dados obtidos por meio de questionários e baseado no estudo biblio-
gráfico utilizado como referência, sugere-se o desenvolvimento de projetos que visem maior
conscientização e divulgação aos alunos a respeito deste tipo de resíduo, sobre os riscos que
há no tratamento inadequado e a necessidade de encontrar e apoiar tentativas de solução.
Para continuidade desta pesquisa sugere-se a realização de novos estudos nesta e em
outras instituições de ensino, para comparação ou confirmação dos resultados encontrados.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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169
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
12
“ Medida antidumping: uma análise
da aplicação do departamento
de defesa comercial brasileiro
Daniele Ramos
Fatec
10.37885/201202482
RESUMO
171
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos é perceptível o aumento das relações comerciais entre países, este
fenômeno ocorre devido o intenso processo de globalização que vivemos atualmente, e a
cada vez mais é discutido o assunto do livre comércio entre as nações. Este conceito atual
gera diversas consequências e entre elas, a necessidade de um mecanismo de defesa co-
mercial, e por conseguinte, o uso das medidas antidumping.
Segundo Barros (2004) o dumping é caracterizado pela comercialização de um produto
em um mercado estrangeiro por preços a baixo dos limites que indica anormalidade. De modo
geral, o antidumping visa diminuir a existência de práticas desleais e concorrências injustas
no comércio internacional, pois estas condutas causam sérios e as vezes irreparáveis danos
às indústrias domésticas que muitas vezes, não conseguem acompanhar esta formação de
preço. Para efetivação de um processo de petição de antidumping, a empresa processada
será investigada e caso seja provado a intenção de prejudicar as industrias locais, é dado o
direito antidumping. Diante desta realidade de concorrências desleais, surge a necessidade
da criação de uma medida contra o dumping e depois de inúmeras discussões sobre dumping
durante as Rodadas do GATT é criada a OMC e regulamentada as medidas antidumping.
Este artigo objetiva responder aos questionamentos quanto a atuação do departamento
de defesa comercial no Brasil (sempre focado na utilização das medidas antidumping como
principal instrumento de defesa comercial), e os tipos de medidas aplicadas em produtos
com investigação em curso e as que já possuem o direito antidumping definitivo.O processo
efetiva e responde estas indagações, utilizando países da América do Sul como exemplo para
realizar estas comparações dos tipos de medidas aplicadas. Esta pesquisa tem característica
de uma pesquisa descritiva, com objetivo geral de tratar aspectos da defesa comercial e uso
das medidas antidumping, e tem o objetivo especifico do presente estudo foi de esclarecer
o processo e efetivação do cumprimento de direito antidumping que é todo acompanhado
e fiscalizado pelo departamento de defesa comercial.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Para a realização deste trabalho foi necessário a consulta e estudo de autores que são
influentes para o presente assunto. As duas citações abaixo comprovam umas das origens da
regulamentação da aplicação de dumping, sendo a primeira baseada no Artigo VI do GATT
(1947) e o posterior sendo uma breve definição baseada no Acordo antidumping (1995).
172
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
a uma indústria nacional já estabelecida, ou retardar substancialmente o es-
tabelecimento de uma indústria doméstica. (Artigo VI do GATT, 1947)
Para as finalidades do presente Acordo, considera-se haver prática de dum-
ping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior
a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior
àquele praticado, no curso normal das atividades comerciais, para o mesmo
produto quando destinado ao consumo do país exportador (Acordo Antidum-
ping, Decreto nº1062, 1995)
Um dos estudos base utilizado foi Barros (2004) que apresentou na seguinte afirmação
o conceito de dumping e a forma de identificar e aplicar a medida antidumping. Após esta
primeira afirmação, há uma citação direta de Reis (2005) que trata-se dos critérios
que poderão ser adotados para as investigações, além de especificar aspectos que
caracterizam anormalidade no processo de comercialização desleal com aplicação de dum-
ping, como mostram-se simultaneamente abaixo:
DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
Conceito de Antidumping
“Antidumping nunca teve outro objetivo senão proteger a indústria doméstica da compe-
tição internacional. A necessária presença do dano ou ameaça de dano à indústria nacional é
mera maquiagem para encobrir o objetivo protecionista da medida” (BARROS, 2004, p. 18).
O conceito dumping é definido pela prática da venda de produtos em um mercado exte-
rior por preços abaixo do preço praticado no mercado doméstico, desconsiderando aspectos
fundamentais para a formação de preços, como despesas gerais, custos para sua produção
e lucro da empresa. A prática de dumping predatório possui o intuito de enfraquecer ou até
173
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
mesmo erradicar indústrias do país estrangeiro. Para instalar-se neste mercado externo e
estabelecer monopólios, possuindo desta forma características concorrências desleais.
“Dumping é a operação pela qual bens são vendidos abaixo dos limites normais de
comercialização, envolvendo custo de produção, despesas de administração, despesas de
comercialização e razoável margem de lucro” (REIS, 2005, p. 215).
174
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Regulamentação do Antidumping no Brasil
No uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Acordo Relativo à Implementação
do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT/1994
(Acordo Antidumping), aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de 15 dezembro
de 1994, e promulgado pelo Decreto no 1.355, de 30 de dezembro de 1994, e
na Lei no 9.019, de 30 de março de 1995, na parte que dispõe sobre a aplicação
das medidas previstas no Acordo Antidumping (PLANALTO, 2013)
Acordo Antidumping, conforme aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de 15.12.1994 Promulgado pelo Decreto no 1.355, de 30.12.1994.
Portaria SECEX nº 14, de 13.5.2011 (D.O.U. de 16.5.2011) Altera o art. 4o da Portaria SECEX N o 21, de 18.10.2010.
175
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
com relação a aplicação de medida antidumping, especificando a norma e ao lado para que
finalidade ela se destina.
176
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2. SECEX e departamentos subordinados
DECOM
DECEX
MDIC SECEX DENIC
DEINT
DEPLA
Fonte: Adaptada pela autora, MDIC (2016)
DECOM Digital
Para realizar uma análise de como são aplicadas as Medidas Antidumping no Brasil
como instrumento de defesa comercial, será destacado produtos que possuem medidas
177
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
antidumping em vigor nos países situados na América do Sul. Atualmente há 173 me-
didas antidumping em vigor no Brasil, em 36 países. Os produtos com medidas em vigor são
de diversos segmentos e possuem diferentes medidas aplicadas, variando entre antidumping
definitivo e o compromisso de preço.
Direito Antidumping
Sal grosso 2501.00.19 Definitivo e Compro-
misso de Preço
Chile
4810.13.89
Compromisso de
Cartão semi rígido 4810.19.89
Preço
4810.92.90
Como mostra a tabela, apenas dois países da América do Sul aparecem na lista das
medidas de defesa comercial em vigor que foi atualizada em 24 de fevereiro de 2017. Este
produtos estão separados por NCM e por duas medidas diferentes, o antidumping definitivo
e o compromisso de preço.
O direito antidumping definitivo é aquele comprovado, e que possui uma vigência, um
tempo estipulado para que este direito vigore. E o compromisso de preço é quando há um
tipo de acordo de cumprimento de um preço que será estipulado e deverá ser cumprido até
o fim da vigência. Um exemplo deste compromisso de preço pode ser dado com o cartão
semi rígido, como segue:
“Compromisso de preços que variam de US$ 705,00/t a US$ 1.548,53/t em base C&F
(Custo e Frete) São Paulo, com base legal em: Direito antidumping aplicado pela Resolução
CAMEX Nº 71 – DOU de 13/09/2013” (MDIC, 2017).
178
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Investigações iniciadas pelo DECOM (2016)
Assim como mostra a tabela 1, há três tipos de medidas, o direito antidumping definiti-
vo, o compromisso de preço e o direto definitivo antidumping e compromisso de preço. Esta
imagem, comprova que a maioria que representa 58% das medidas de defesa comercial
antidumping, são definitivas, e representam apenas 1% e 2% as que possuem o compro-
misso de preço. Com estas estatísticas é possível constatar que no Brasil é mais comum a
aplicação de dumping definitivo.
Segundo o site do MDIC (2017) uma tabela atualizada, demonstra 19 itens que tem
medidas de dumping em curso. Partindo da ideia de continuar estudando tais medidas des-
tinadas a países da América do Sul, encontram-se três medidas em investigação, sendo
duas da Argentina e uma do Chile. Por motivos desconhecidos, os mesmo dois países que
possuem medidas em investigação possuem também medidas antidumping definitivas e em
vigor, como mostrado e exemplificado anteriormente.
Fosfato monocálcico –
2835.26.00 Dumping 10/10/2016
MCP
Argentina
7013.49.00,
Objetos de
7013.28.00, Dumping 13/02/2017
vidro para mesa
7013.37.00
Chile Sal grosso 2501.00.19 Dumping 08/09/2016
Fonte: Adaptada pela autora, MDIC (2017)
179
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCIDERAÇÕES FINAIS
180
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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182
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
13
“ O balanced scorecard e a gestão
da inovação
10.37885/201202424
RESUMO
184
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
185
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
gestores que almejem conhecer elementos preponderantes na utilização do BSC em orga-
nizações inovadoras.
MÉTODOS
186
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Quadro 1. Artigos Nacionais
187
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
As discussões foram segmentadas em tópicos: O BSC e a Inovação; Perspectivas do BSC
e a Inovação; Mapas Estratégicos e a Inovação; Indicadores, Metas, Iniciativas e Inovação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O BSC E A INOVAÇÃO
a. tratar aspectos intuitivos que proporcionam benefícios (Bisbe & Malagueño, 2009);
b. poder direcionar os processos inovativos (Wong-on-wing, Guo; Li et al, 2007);
c. colocar a estratégia no centro da gestão (Agostino & Arnaboldi, 2011; Braam &
Nijssen, 2011);
d. proporcionar o benefício da interação entre os indicadores, equilibrando aspectos
financeiros e de curto prazo com elementos não financeiros e de longo prazo (An-
188
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
don, Baxter & Chua, 2007), e;
e. possibilitar a preparação de planos que proporcionem relação de causa e efeito
nos projetos de inovação, integrando estratégia e operação (Bremser & Barsky,
2004; Chenhall, 2005).
A inovação pode ser um tema estratégico e pode ser trabalhada em cada uma das
quatro perspectivas do BSC:
189
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
• •Do ponto de vista dos processos, inovação significa criar e gerenciar um processo
com vistas a avaliar, fomentar e implantar ideias promissoras.
• Do ponto de vista da capacidade organizacional, a inovação requer uma mistura
de liderança e cultura, habilidades e estruturas organizacionais que permitam que
novas ideias sejam geradas.
Para Cen e Yu (2009), quando o objetivo é a inovação, para se atingir as metas finan-
ceiras deve-se satisfazer as necessidades do cliente e melhorar sua satisfação; isto requer
que as empresas atualizem seus procedimentos internos por meio de gestão. A melhora
da eficiência interna é atingida quando as empresas e seus funcionários são capazes de
aprender e crescer continuamente. Sendo assim, as quatro perspectivas do BSC realmente
têm relação de causa e efeito.
A dimensão aprendizagem e crescimento é aquela que se relaciona com os agentes
internos e tem seu foco na capacitação dos funcionários. Desenvolver, manter e aperfeiçoar
os conhecimentos referentes ao processo de inovação corresponde a elementos relevantes
para todo o processo (Kaplan & Norton, 1996; Adams, Bessant & Phelps, 2006). Sem essa
dimensão, a manutenção da inovação deixaria de ser verificada.
Pesquisas sugerem que a aprendizagem organizacional e a inovação são fatores al-
tamente correlacionados. Este resultado foi encontrado por diversos autores (Goh, 2002;
Moffett, Mcadam & Parkinson, 2003; Chua & Lam, 2005; Hung, et. al., 2005; Wong &
Aspinwall, 2005). Com base nos resultados, pode-se argumentar que a gestão da aprendi-
zagem e inovação é uma condição importante para a transferência de conhecimento entre
indivíduos e grupos, fator preponderante para o BSC.
Para Cen e Yu (2009), em organizações inovadoras o aprendizado e o crescimento
incluem a capacidade e estabilidade dos funcionários, recursos de sistemas de informação
interna da empresa e níveis de incentivo. A capacidade do colaborador determina diretamente
as condições de negócios da empresa. Somente melhorando constantemente as habilidades
e qualidades de pessoal, as empresas podem garantir o desenvolvimento contínuo.
A dimensão clientes demanda intenso relacionamento com o impacto final do produto/
serviço. Quando se trata de inovação, a dimensão clientes deve estar alinhada com o de-
senvolvimento de novos produtos, o que, muitas vezes, demanda também a inovação em
processos na organização (Kaplan & Norton, 1996).
Os trabalhos que tratam modelos de gestão reconhecem a influência de estímulos
externos às organizações sobre a inovação. Para Frezatti, Bido e Cruz et al. (2014) a glo-
balização atinge os negócios de qualquer organização, e, quanto mais exposta ela estiver,
mais a inovação será afetada. A existência de alguma interferência governamental impacta os
esforços em termos de buscar a inovação; as demandas dos clientes impulsionam a inovação.
190
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Estudando a influência do BSC em performances de processos de inovação, Ivanov
e Avasilcai (2014) argumentam que todas as quatro perspectivas do BSC têm a mesma
importância, mas os clientes são a principal razão da existência de qualquer organização.
Para eles, um ponto crítico é que os colaboradores de muitas organizações não sabem do
que os clientes precisam e em que medida a sua atividade os afeta.
A perspectiva dos processos internos se concentra em todas as atividades e proces-
sos que são críticos para a organização no fornecimento do valor esperado para os clien-
tes. A principal condição para a obtenção dos resultados desejados, a partir de melhorias de
processo, é avaliar o desempenho da organização para identificar os possíveis problemas
que afetam a qualidade dos produtos.
Para uma estratégia de aprendizagem e inovação que evolue a partir das experiências e
melhores práticas das pessoas, em relação à inovação, é importante entender que não é su-
ficiente para as organizações melhorarem continuamente. Algo deve torná-las diferentes. Isto
é o que torna a inovação mais de que uma opção, mas uma necessidade (Goldman, 2010).
191
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
O mapa estratégico descreve visualmente como trabalhar os objetivos por meio de
uma sequência integrada das relações de causa e efeito para construir culturas inovado-
ras, comportamentos, processos e resultados para a organização. O BSC tem uma lógica
de causalidade que é recomendado para a execução da estratégia de caráter inovador
(Cen & Yu, 2009).
Segundo Kaplan e Norton (2004), para empresas de inovação criarem vantagens com-
petitivas consideráveis é necessário uma dinâmica incorporada ao mapa estratégico que faça
com que os produtos ou serviços inovadores bem adaptados às necessidades dos clientes
alvo do mercado cheguem rapidamente e de forma eficiente.
A perspectiva da inovação e aprendizagem é utilizada algumas vezes no lugar da
perspectiva da aprendizagem e crescimento organizacional em mapas estratégicos do BSC
(Hoque & James, 2000). Nesse caso, a perspectiva financeira concentra-se na eficiência
tradicional à base de retorno e métricas de eficácia. As métricas sobre a satisfação do cliente
incluem o potencial e crescimento da unidade de negócios. O foco do processo e desen-
volvimento interno fornece detalhes sobre a eficiência e potencial de crescimento futuro da
organização. Já a perspectiva da inovação e aprendizagem foca as informações relativas
ao desenvolvimento de habilidades e competências e funcionários para o desenvolvimento
de inovações (Luo, Lua & Chang et al., 2012).
As quatro dimensões do BSC proporcionam o equilíbrio necessário para o gerencia-
mento do processo de inovação. Dependendo da complexidade do projeto de inovação, a
necessidade de informações altera-se (Gales & Boynton, 1992), sendo essas informações
relacionadas com o planejamento e com o controle. O direcionamento que a organização
proporciona à inovação, no sentido de enfatizar o processo em termos de produtos, proces-
so ou mesmo organização, impacta a estruturação do BSC na valorização das dimensões
e especificação de indicadores (Merchant & Van der stede, 2007). Com isso, o instrumento
acaba sendo desenvolvido especificamente para uma dada organização, para um dado
momento da sua existência (Frezatti, Bido & Cruz et al., 2014).
Embora a ideia de balanceamento seja fundamental, as empresas podem valorizar mais
uma dada dimensão em detrimento de outra. Isso seria mais comum em organizações com
forte processo de inovação em produtos, por exemplo, pois, com isso, poderiam orientar o
gerenciamento sobre o impacto nos clientes. Uma organização que tivesse ênfase na inova-
ção em processos teria nessa dimensão uma ênfase na estruturação do BSC, proporcionando
indicadores que permitissem o planejamento e o controle. Por sua vez, uma organização
que perceba no seu capital humano a ênfase do processo de inovação te¬ria na dimensão
de aprendizagem e crescimento o seu ponto de maior preocupação, dada a manutenção do
conhecimento na organização (Frezatti, Bido & Cruz et al., 2014).
192
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Afinal, em algum momento, o processo de inovação alia, aos conhecimentos já exis-
tentes, algo que produz a inovação (Adams, Bessant & Phelps, 2006). Em termos gerais,
os exemplos dados podem ser encontrados numa mesma organização, o que torna o BSC
específico e único para a entidade, numa certa dimensão de tempo.
193
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
diferentes fases de difusão da inovação podem ter influências diferenciadas que podem ser
mensuradas nas perspectivas financeiras e de clientes respectivamente (Wu & Chen, 2014).
O quadro 3 apresenta metas e indicadores encontrados neste estudo de escopo e
que são relacionados aos objetivos estratégicos vinculados às perspectivas do BSC. Todas
essas medidas são utilizadas para a avaliação de desempenho de organizações que tem
seu planejamento estratégico voltado para a inovação.
194
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
- Inteligência de negócios para apoiar a toma-
da de decisão do pessoal da gestão
Performance evaluation of service innovation
- Gestão do conhecimento
strategy implementation in enterprise based
- Sistemas para gerenciar os ativos intelectuais
on bsc
- Proporção de atividades dos funcionários re-
alizadas com a utilização de novas tecnologias.
- Programas de treinamento, Fatores determinantes da implementação do
- Desenvolvimento e formação de talentos, balanced scorecard em portugal:
- Programa de retenção e fidelização de cola- Evidência empírica em organizações públicas
boradores. e privadas
- Taxa de progressão das capacidades internas Balanced Scorecard an operacional level
195
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa de escopo foi descobrir quais são os aspectos relevantes
na aplicação do BSC em organizações que buscam a inovação. O estudo permitiu a iden-
tificação de premissas importantes do processo inovativo que podem ser potencializados
pelo uso do BSC. A literatura consultada reconhece o BSC como um mecanismo de gestão
da estratégia que pode ser direcionado para a inovação.
Por meio do BSC, as inovações se potencializam com o constante aprendizado e
crescimento das pessoas. A incorparação de criatividade aos processos e de interfaces
inteligentes com clientes influenciem as operações, potencializando os negócios, as opções
tecnológicas e os resultados das organizações.
O conteúdo investigado por meio do estudo de escopo poderá direcionar estudos
futuros que investiguem a utilização e os efeitos do BSC nas dinâmicas de inovação das
organizações. A adoção das ferramentas do BSC tem o potencial melhorar os resultados
obtidos por entidades públicas e privadas, corroborando com a necessidade atual do país,
o fomento e incentivo à gestão de negócios, projetos e processos inovadores.
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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and Social Change, v. 88, p. 76-90, 2014.
199
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
14
“ O Balanced Scorecard no âmbito
da saúde: melhoria de processos
em serviços de cuidados
urgentes
10.37885/201101971
RESUMO
201
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
202
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
para atingi-lo. Assim, surge a seguinte questão de pesquisa: “Como o BSC poderia contribuir
para a melhoria dos processos de Unidades de Pronto Atendimento?”. Desta forma, este
capítulo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre estudos recentes que
utilizam do BSC para a melhorias de processos no âmbito da saúde, de modo a identificar
as possíveis contribuições da ferramenta em UPAs.
A estrutura do capítulo se encontra dividida em quatro partes. Em um primeiro momento,
conceitos sobre o BSC e as Unidades de Pronto Atendimento são abordados, seguidos da
metodologia utilizada na pesquisa. Posteriormente, são expressos os resultados da revisão
de literatura e uma discussão sobre a possível aplicação e contribuição da ferramenta no
contexto em estudo, bem como uma proposta de mapa estratégico. A última apresenta as
conclusões do trabalho.
203
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 1. Mapa estratégico
As análises devem iniciar-se pela perspectiva financeira, visto que os objetivos das
demais perspectivas estarão de alguma forma associados aos objetivos identificados na
perspectiva financeira. Devido a sua importância, a perspectiva financeira deve ser analisada
em todas as fases do ciclo de vida da organização já que os objetivos de cada fase são dis-
tintos das demais. As principais fases são: crescimento, sustentação e colheita. Na primeira,
como os produtos e serviços são novidade eles apresentam potenciais de crescimento, logo
o objetivo é o aumento das vendas e receitas da organização. Na fase de sustentação as
empresas estão atraindo novos investimentos, portanto buscam melhorar seus gargalos e
aumentar as capacidades produtivas visando aumentar a lucratividade. Já na fase de colheita,
a empresa está madura e não necessita de investimentos, ela quer apenas colher os frutos
e, consequentemente, ter um alto fluxo de caixa (KAPLAN; NORTON, 1997).
A perspectiva do cliente se inicia na definição e entendimento do perfil de clientes e
mercado que se deseja atingir. O BSC exige que os gestores transformem suas missões
gerais voltadas aos clientes para medidas específicas que representem os reais fatores que
importam aos mesmos. Além disso, para o funcionamento do BSC, as empresas devem
definir metas de tempo, qualidade, desempenho e serviço e identificar medidas apropriadas
para cada uma (KAPLAN; NORTON, 1992).
204
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Por sua vez, a perspectiva interna remete as medidas que a empresa deve adotar
internamente para atender às expectativas dos clientes. Nesta abordagem, os gerentes se
voltam para as operações internas críticas que determinam a satisfação das necessidades
dos clientes (fatores que afetam o tempo de ciclo, a qualidade, as habilidades dos funcioná-
rios, a produtividade, entre outros) e medem as principais competências e tecnologias ne-
cessárias à empresa. Planejar as medidas que sofrem influência das ações dos funcionários
também se faz necessário, de modo que todos tenham metas claras para ações, decisões
e atividades de melhoria que contribuam para o alcance da missão organizacional. Além
disso, o BSC foca na estratégia e visão em vez do controle, onde os funcionários definem
suas próprias ações e comportamentos necessários para o alcance das metas estabelecidas
(KAPLAN; NORTON,1992).
No âmbito da perspectiva de aprendizado e inovação, o BSC atua como um modelo
de apoio a empresas que buscam por melhoria contínua em seus produtos e processos,
bem como na satisfação aos clientes. Por fim, a perspectiva financeira do BSC mostra se a
estratégia, a implementação e a execução da empresa estão contribuindo para a melhoria
da linha de fundo (KAPLAN; NORTON,1992).
A fim de vincular itens intangíveis e tangíveis nas atividades de criação de valor, o BSC
utiliza de mapas estratégicos de ligações de causa e efeito, que fornece aos executivos uma
estrutura para descrever e gerenciar estratégias mediante uma economia do conhecimento
(KAPLAN; NORTON,1992).
O mapa estratégico mostra as perspectivas em sessões horizontais, onde os objetivos
estratégicos são distribuídos e ligados através de setas de modo a demonstrar as relações
de causa e efeito entre os mesmos. Ou seja, ele permite identificar os objetivos estratégicos
mais relevantes e impactantes no alcance do objetivo principal da empresa. Neste contex-
to, o BSC minimiza a sobrecarga de informações, se concentrando em fornecer apenas as
medidas críticas, induzindo os gestores a considerar os fatores operacionais importantes
em conjunto, o que facilita a tomada de decisões e a resolução de problemas e permite re-
conhecer a relação de melhoria de uma área através de outra (KAPLAN; NORTON,1992).
205
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Por meio de uma iniciativa do governo do Estado, as UPAs foram criadas em 2007,
na cidade do Rio de Janeiro, com o intuito de sanar à crise referente a infraestrutura e a
gestão dos recursos destinados ao setor de saúde do município (KONDER, 2016). Devido
ao sucesso do projeto, a sua área de abrangência foi amplificada, somando 398 unidades
no país em 2015.
Segundo o Ministério da Saúde (2017), as UPAs devem funcionar durante 24 horas por
dia, durante todos os dias da semana, e têm como objetivo organizar os atendimentos de
saúde considerados de intermediária complexidade, realizando o primeiro atendimento nas
urgências. Para tanto, dispõem de uma estrutura simples que contêm leitos de observação,
pediatria, laboratórios de exames com aparelhos de raio-X e eletrocardiograma.
Dentre as responsabilidades estão: atender de forma qualificada e resolutiva pacientes
com quadros agudos; estabilizar e investigar o quadro de pacientes com casos cirúrgicos
e de trauma, dando o primeiro atendimento necessário e os direcionando para outras uni-
dades de saúde mais especializadas e preparadas para esses casos; manter pacientes em
observação por até um dia para diagnóstico e/ou estabilização e, caso necessário, realizar o
encaminhamento para internação em serviços hospitalares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
METODOLOGIA
206
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resultados da pesquisa
207
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
de casos de pacientes internados poderia otimizar a prestação de serviços de saúde. Para
tanto, efetuaram entrevistas com as enfermeiras de 24 departamentos hospitalares alemães
de atendimento terciário, cujos resultados foram avaliados através de uma abordagem do
BSC. Os autores concluíram que a segurança e homogeneização das atividades do geren-
ciamento de casos possuem grande potencial para a otimização da qualidade e da eficiência
do atendimento a pacientes, funcionários e prestadores de serviços de saúde.
Leksono et al. (2018, 2019) estabeleceram relações de indicadores de desempenho,
com foco nos aspectos de sustentabilidade e ativos de intangibilidade, para a medição de
desempenho de cadeia de suprimentos. Os mesmos criaram um modelo que combina o BSC
com um laboratório de julgamento e avaliação (DEMATEL) e um processo de rede analítica
(ANP) para medir o desempenho da cadeira de suprimentos de uma clínica médica e de
uma empresa sustentável. Para tanto, os autores realizaram uma revisão da literatura para
arranjo e classificação das perspectivas e indicadores para a elaboração do mapa estraté-
gico do BSC. Posteriormente, foram feitas entrevistas com especialistas para determinar os
pesos dos indicadores, perspectivas e aspectos de sustentabilidade.
Conforme Leksono et al. (2018, 2019), os indicadores de desempenho que refletem a
intangibilidade (informação e recursos humanos), os recursos humanos são o principal fator
por exercer um efeito significativo na melhoria do desempenho, principalmente na perspec-
tiva do cliente, da inovação, da aprendizagem e do aspecto social. Destes, a perspectiva de
inovação, aprendizado e cliente são as que mais influenciam no valor do desempenho. Já no
caso dos indicadores de desempenho que refletem a sustentabilidade (fatores econômicos,
ambientais e sociais), o aspecto econômico tem o maior peso, seguido do social e do ambien-
tal. Os autores concluem o estudo ressaltando que, para aumentar o desempenho, o geren-
ciamento do negócio deve manter a satisfação do cliente, a lealdade do paciente, a parceria
com fornecedores e a satisfação das partes interessadas como partes dos aspectos sociais.
Com objetivos diferentes, mas também utilizando entrevistas, Smith e Loonam (2016)
exploraram como o BSC pode oferecer suporte à melhoria da prestação de serviços dentro
de um hospital da Irlanda. Os autores ressaltam que a padronização de procedimentos
deve ser um objetivo comum na implantação do BSC proposto e que o desenvolvimento e
a utilização das capacidades dos trabalhadores são tão importantes quanto a remoção de
resíduos. Além disso, deixam clara a importância da motivação dos envolvidos por meio de
uma cultura de apoio ao BSC.
Já Ramón-jerónimo et al. (2018) realizaram entrevistas semiestruturadas aos funcio-
nários, visto que o objetivo era analisar a utilidade percebida pelos gerentes dos centros de
atenção primária em relação às ferramentas utilizadas para a gestão (incluindo o BSC), bem
como o impacto na motivação da equipe em duas Unidades de Gerenciamento Clínico em
208
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Atenção Primária (UGCAP) de Sevilha. Os autores tiveram como resultados que, embora
permitam identificar os problemas financeiros e de assistência do centro, as ferramentas
impõem limites orçamentários que reduzem bastante a margem para a implementação de
soluções, além de uma política de incentivos insuficiente que gerava problemas de motiva-
ção aos funcionários.
Ainda, esta pesquisa permitiu identificar que vários autores utilizam o BSC como uma
ferramenta de medição de desempenho nas mais diversas aplicabilidades, como por exemplo,
Meena e Thakkar (2014) elaboraram uma estrutura que identificou os principais indicadores
de desempenho e suas inter-relações. Sendo assim, por meio de uma abordagem quantitativa
integrada de Modelagem Estrutural Interpretativa (Interpretive Structural Modeling - ISM) e
Processo de Rede Analítica (Analytic Network Process – ANP), desenvolveram o BSC para
o sistema de saúde.
Já Felice e Petrillo (2014) propuseram uma estrutura e um processo para implementa-
ção de um sistema integrado de medição de desempenho, visando a avaliação do acesso
à assistência médica e a redução de custos por meio do uso do BSC. O modelo proposto
pode fornecer benefícios relacionados à estratégia, como o alinhamento da organização à
missão e estratégias, auxilio no monitoramento e avaliação da estratégia, feedback contí-
nuo sobre possíveis ajustes e designação de responsabilidade mediante o desempenho em
todos os níveis da organização. Além disso, o método proposto forneceu uma estrutura útil
para a tomada de decisões.
Por sua vez, Njuangang et al. (2016) buscaram controlar infecções hospitalares as-
sociadas à serviços de manutenção de assistência médica, categorizaram as medidas de
desempenho nas quatro perspectivas do BSC e analisaram pelo sistema Delphi, que a liga-
ção e a comunicação, as práticas de controle de infecção e a disponibilidade de recursos de
manutenção emergiram como os mais importantes fatores críticos de sucesso, enquanto a
satisfação do cliente foi a menos importante.
Com o intuito de avaliar o desempenho de listas de espera centralizadas para pacientes
não atendidos no Quebec (Canadá), Breton et al. (2017) desenvolveram um estudo baseado
no método de BSC. Uma equipe de gestão formada por profissionais da saúde e pesquisa-
dores selecionou cinco indicadores para a avaliação de desempenho de uma lista de espera
centralizada que foi comparada a outras 86 listas de 14 regiões de Quebec. Os resultados
mostraram variações muito grandes de desempenho entre os indicadores de desempenho
das listas de uma mesma região e de diferentes regiões, sugerindo que mecanismos seme-
lhantes devem usar dados disponíveis para identificar as melhores estratégias para reduzir
variações e melhorar o desempenho.
209
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Alguns autores utilizaram o procedimento de pesquisa estudo de caso como forma
complementar aos estudos bibliográficos. Broccardo (2015) enfatizou que o uso predominante
do BSC é como uma ferramenta de controle e não como uma ferramenta de implementação
da estratégia, ainda havendo margem para muitas melhorias. Já Catuogno et al. (2017)
elaboraram um estudo de caso participativo em um departamento de hematologia para a
medição equilibrada de desempenho em um hospital público. Para tanto, foi projetado e im-
plementado um sistema multidimensional de medição de desempenho, baseado uma versão
personalizada do BSC, por pesquisadores externos em estreita colaboração com a equipe
de um hospital cujos resultados sugerem a eficácia da estrutura graças a uma combinação
de fatores generalizáveis e específicos ao contexto.
Baraldi e Cifalinò (2015) realizaram um estudo com funcionários de três organizações de
saúde para verificar como a abordagem do BSC pode permitir um vínculo entre os objetivos
organizacionais e de treinamento dos funcionários por meio de uma pesquisa-ação. Os auto-
res concluíram que o BSC apoia a função de treinamento no seu processo de gerenciamento
e no fornecimento de resultados organizacionais direcionado, além de fornecer medidas
críticas para avaliar o desempenho do treinamento. A ferramenta também permite alinhar
os objetivos do programa de treinamento e as metas funcionais e permite transformar os
esforços de treinamento funcional em resultados estratégicos.
Ainda utilizando estudos de caso, Nagel-Piciorus et al. (2016) apresentaram o desen-
volvimento de sistemas integrados de gestão e elaboração de relatórios unido ao planeja-
mento e controle estratégico por meio do BSC, com o objetivo de apoiar profissionais da área
médica em uma organização de saúde alemã, os resultados demonstraram que o sistema
alcança o sucesso quando em profunda integração com o planejamento estratégico por
meio de um BSC e um sistema de relatórios estruturado e integrado. Já Chorfi et al. (2018)
apresentaram uma estrutura integrada de medição de desempenho, baseada em BSC e o
modelo Supply Chain Operations Reference (SCOR), para definir e selecionar as métricas
mais apropriadas para as cadeias de suprimentos de saúde pública.
Demais autores também utilizaram o BSC como ferramenta principal em seus estudos.
Nippak et al. (2016) projetaram um modelo do BSC para o departamento de gerenciamento de
informações de saúde em um hospital não pedagógico do Canadá. A construção do modelo
envolveu três fases: planejamento, desenvolvimento e avaliação. Os resultados mostraram
que a maioria dos membros do departamento de gerenciamento de informações de saúde
concordou que o BSC constitui uma ferramenta útil para mostrar os principais indicadores
de desempenho, tendo estes participado de todas as etapas das fases de desenvolvimento,
implementação e avaliação do BSC.
210
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
No mesmo ano, Cleven et al. (2016) avaliaram um modelo teórico que investiga os
efeitos da orientação de processos na competitividade e desempenho dos hospitais gerais
da Suíça, por meio da utilização do BSC. Os autores desenvolvem um conjunto de hipóteses,
contendo os efeitos diretos e indiretos da orientação do processo, que foram testados por
meio de questionários ao gerenciamento clínico e administrativo de 129 hospitais. Os resul-
tados mostraram que a orientação do processo melhora significativamente o desempenho
do hospital, onde as condições da força de trabalho e da eficiência operacional afetam
positivamente o desempenho financeiro. Além disso, as condições da força de trabalho e a
qualidade clínica têm um efeito positivo na satisfação do paciente.
Para a redução de incidentes e lesões em quedas de pacientes idosos em tratamentos
contra o câncer de um centro médico em Taiwan, Tsai et al. (2017) utilizaram as estratégias
de gerenciamento do BSC. Os resultados do estudo foram favoráveis, porém, os autores
ressaltam que, para a implementação do BSC, se torna importante o comprometimento e
envolvimento dos médicos para aliviar possíveis obstáculos. Além disso, os mesmos indicam
outras aplicações para o BSC, como a redução de dias de hospitalização ou custos médicos.
Bartolomé-benito et al. (2017) descreveram o design, implementaram e acompanha-
ram o BSC em saúde primária e seu papel na implantação de objetivos estratégicos e no
gerenciamento clínico. O estudo permitiu a implantação de todas as linhas estratégicas da
atenção primária e possibilitou aos profissionais de saúde avaliar a evolução dos indicadores
de resultados ao longo do tempo e no ambiente do paciente, permitindo o gerenciamento
clínico e a melhoria dos indicadores relevantes.
Aplicando a metodologia de Lean Healthcare como ferramenta de melhoria contínua
de eficiência a um serviço de urologia de um hospital terciário, Boronat et al. (2018) utili-
zaram como a principal fonte de informações, o BSC para gerenciamento de sistemas de
saúde. O estudo formou equipes de melhoria entre os profissionais, realizou um gerencia-
mento de processos e melhorou os indicadores. Os resultados mostraram uma melhoria na
satisfação profissional, nos indicadores de qualidade e na eficiência. Além disso, o treina-
mento da equipe, o gerenciamento de processos, a melhoria contínua e a delegação foram
considerados como pilares fundamentais para a metodologia.
Por sua vez, Soysa et al. (2016) e Soysa et al. (2018) desenvolveram um estudo
voltado as organizações sem fins lucrativos, visando criar um sistema estratégico de pon-
tuação de desempenho por meio de um modelo conceitual de BSC elaborado a partir da
literatura. Buscando identificar as dimensões de medição de desempenho e desenvolver as
definições operacionais, foram realizados estudos de caso envolvendo seis organizações
sem fins lucrativos da Nova Zelândia e três da Austrália. Os autores identificaram nove di-
mensões: missão, estratégia, organização, recursos, infraestrutura e desenvolvimento de
211
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
pessoas e informações, saúde financeira, processos e satisfação das partes interessadas.
Além disso, 41 descrições operacionais são desenvolvidas para cada uma dessas dimen-
sões. Os mesmos concluíram que o modelo de desempenho geral criado pode ser utilizado
para monitorar e melhorar o desempenho destas organizações, podendo ser usado por
grandes doadores para tornar seus beneficiários mais responsáveis por seu desempenho
e para comparar os mesmos.
Posteriormente, Soysa et al. (2019) validaram empiricamente a estrutura do BSC nas
mesmas organizações por meio de questionários e teste de hipóteses usando modelagem de
equações estruturais baseadas em mínimos quadrados apoiado por dados. As descobertas
do estudo, do ponto de vista teórico e prático, mostram como a missão organizacional impul-
siona a estratégia e o sistema para alcançar os resultados dos clientes, pessoas e doadores.
Por fim, também no último ano, Rodríguez-González et al. (2019) implementaram um
modelo de excelência da Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade visando a melhoria
do desempenho de uma farmácia hospitalar de Madri (Espanha), por meio da realização
de quatro autoavaliações e do uso do BSC para rastrear o progresso. O modelo melhorou
progressivamente os serviços prestados aos pacientes, a segurança e a eficiência dos far-
macoterapia, a produtividade, a satisfação do cliente e da equipe e as áreas de planejamento
estratégico, gestão de pessoas e inovação.
Discussão em contexto
212
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Quadro 1. Dimensões consideradas mais relevantes no contexto das UPAs
213
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Dimensões Benefícios Autores que corroboram com o argumento
214
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 2. Mapa estratégico proposto às UPAs
CONCLUSÃO
Mediante a revisão e análise das literaturas atuais que abordam o tema do BSC no
âmbito da saúde, e respondendo a questão de pesquisa, foram identificadas algumas opor-
tunidades que, caso aplicadas nas UPAs, poderiam contribuir para a melhoria de seus
processos. Essas foram classificadas em: missão, estratégia, desenvolvimento de pessoas,
prestação de serviços, financeiro e recursos e satisfação das partes interessadas.
As dimensões consideradas abrangem as quatro perspectivas clássicas definidas para
o BSC (perspectiva financeira, perspectiva do cliente, perspectiva interna e perspectiva de
aprendizado e inovação). Desta forma, os resultados apresentados juntamente com o mapa
estratégico proposto, fornecem uma base conceitual para a aplicação do BSC em UPAs.
Ainda, este capítulo também contribui como pesquisa inicial para demais pesquisadores
afins ao tema da pesquisa.
Como pesquisas futuras, sugere-se fazer uma revisão sistemática da literatura para
expandir a revisão de literatura realizada, com a finalidade de apoiar a elaboração de um
framework gerencial baseado no BSC para melhoria da gestão de UPAs.
215
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
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218
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
15
“ O processo de descarte de livros
didáticos: uma perspectiva em
duas instituições de ensino
norte-rio-grandenses
10.37885/201202416
RESUMO
220
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
As escolas públicas brasileiras têm o direito de receber, para seus estudantes, livros
didáticos cuja função é auxiliar o aprendizado. Os discentes recebem o material no início do
ano letivo e o entregam ao fim. Esse processo tem o intuito de repassar esses livros no ano
seguinte para outro estudante, assim construindo um ciclo de 3 anos para esses objetos.
Pode-se afirmar que em muitas instituições acontece a devolução do material que já
cruzou a etapa dos 3 anos e esse, já inutilizável, múltiplas vezes não tem o descarte corre-
to. Ter-se atenção com o estoque obsoleto para que o mesmo seja descartado da maneira
correta é primordial.
No Brasil mais de 145 mil escolas são beneficiadas com os livros didáticos. Sua dis-
tribuição é realizada de acordo com o Censo Escolar, atualizado em todos os anos leti-
vos e desempenhado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). Entretanto, nem todas as instituições têm conhecimento do descarte correto
do material recebido.
Diante dessa situação, o presente artigo tem como alvo analisar e comparar os livros
obsoletos em um campus do Instituto Federal do Rio Grande do Norte e de uma escola
técnica estadual, encontrando os erros e os acertos das duas instituições, tanto em relação
ao descarte, quanto ao armazenamento do material obsoleto.
Sendo assim, o estudo justifica-se pela ausência de conhecimento para o descarte por
parte de algumas escolas, exibindo informações imprescindíveis para essa transferência e
um estudo de caso para melhor compreensão do assunto tratado, apresentando com clareza
a importância do desfazimento adequado.
REFERENCIAL TEÓRICO
Estoques
221
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
por parte dos requerentes do material. Diante disso, proporciona a flexibilidade do processo
produtivo, sazonalidade no suprimento e assegura o fornecimento de materiais à organiza-
ção, assim garantindo a realização do estágio seguinte.
Sabe-se que apesar dos benefícios de ter-se estoque, este tipo de acúmulo requer es-
paço apropriado, uma boa gestão organizacional e manutenções frequentes. Estes quesitos
são um grande desafio para muitas organizações, pois a carência de uma boa administração
pode acarretar, por exemplo, avarias e obsolescência, ou seja, a perda de uma parcela ou
de todo o estoque.
Para um bom funcionamento, existe a política de estoques, a qual visa demonstrar a
conduta que a organização deve seguir para obter sucesso no departamento de estoques.
Cada organização estipula suas normas, intentando administrar adequadamente sua aglo-
meração. O controle do acúmulo é fundamental, pois determina quando deve haver novo
pedido e/ou produção.
Foi em agosto de 1985, por intermédio do Decreto-Lei no 91.542, que recebeu a deno-
minação de Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), objetivando ampliação do projeto.
Estipulou-se como meta o atendimento de todos os alunos de primeira a oitava série do pri-
meiro grau das escolas públicas federais, estaduais, territoriais, municipais e comunitárias do
país, com prioridade para os componentes básicos Comunicação e Expressão e Matemática.
As diretrizes do Ministério da Educação quanto à distribuição referem-se à transferência
de posse dos livros didáticos, do governo federal (adquirente) para os governos estaduais
e municipais, ou seja, o governo federal compra o material e transfere-o para governos
222
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
estaduais e municipais. Ao acontecer essa transferência, a responsabilidade do descarte
dos livros ao término do triênio é dos beneficiários.
Quando o bem pode ser vendido, deve-se optar por concorrência, leilão ou
carta- convite, de acordo com o valor a ser negociado. Os objetos podem
ser vendidos em unidades ou em lotes - neste caso, preferencialmente em
conjuntos que não devem ser desfeitos. De acordo com o tipo de operação,
o edital tem de ser divulgado no Diário Oficial da União de uma a três vezes,
em prazos que vão de três dias úteis a 30 dias corridos. (PORTAL MEC, 2005)
Ao término do ciclo de vida dos livros, os estudantes têm o direito de permanecer com
o material didático ou devolvê-lo para sua instituição de ensino, as quais têm a autonomia
de vender os livros obsoletos devolvidos, sendo o seu valor negociável.
[...]
Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem será classificado como:
ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não
é aproveitado;
recuperável - bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo
da recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou
cuja análise de custo e benefício demonstre ser justificável a sua recuperação;
antieconômico - bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento
seja precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obso-
letismo; ou IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser utilizado para o
fim a que se destina devido à perda de suas características ou em razão de
223
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
ser o seu custo de recuperação mais de cinquenta por cento do seu valor de
mercado ou de a análise do seu custo e benefício demonstrar ser injustificável
a sua recuperação.
[...]
Art. 5º A transferência, modalidade de movimentação de caráter permanente,
poderá ser:
interna - quando realizada entre unidades organizacionais, dentro do mesmo
órgão ou entidade; ou
externa - quando realizada entre órgãos da União.
Art. 6º Os bens móveis inservíveis ociosos e os recuperáveis poderão ser
reaproveitados, mediante transferência interna ou externa.
[...]
Art. 8º A doação [...] poderá ser feita em favor:
[...]
de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e de associações
ou cooperativas que atendam aos requisitos do Decreto nº 5.940, de 25 de
outubro de 2006 , quando se tratar de bem irrecuperável.”
Art. 9º Os alienatários e beneficiários da transferência se responsabilizarão
pela destinação final ambientalmente adequada dos bens móveis inservíveis.
[...]
(BRASIL. Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018)
O descarte proferido no decreto não diz respeito apenas aos livros didáticos, mas sim
aos bens públicos em geral. As normas de desfazimento de bens públicos são as mesmas,
ou seja, os critérios para o descarte dos livros são os mesmos, todavia, vale recordar que,
além das destinações recomendadas pelo decreto acima, existe a possibilidade de realizar
a venda – a um valor negociável – dos livros obsoletos, como mencionado no item 2.3 do
presente trabalho.
METODOLOGIA
Método
224
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Fluxograma 1. Método utilizado para desenvolvimento do artigo
Estudo de caso
225
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
estocados em um container, sem nenhum tipo de manutenção ou proteção contra avarias.
Sua quantidade é desconhecida por ter um volume exorbitante e não ter existido controle
quando estavam a receber os livros, mas sabe-se que não houve acréscimos desde o último
período de vigência do material.
Houve a possibilidade da doação dos estoques, pois, de acordo com o funcionário
entrevistado, existe um espaço apto a receber os estoques de livros do PNLD obsoletos,
entretanto a ideia não prosperou. Até o momento da entrevista – que acabou gerando uma
conversa sobre o descarte – não havia conhecimento da autonomia que a escola possui
para desfazer-se desse tipo de estoque.
226
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 1. Dados coletados nas duas escolas
IFRN CENEP
Tipo de material
Livros didáticos pertencentes ao PNLD Livros didáticos pertencentes ao PNLD
obsoleto
Local de Contêiner Encontrava-se na biblioteca da
armazenagem instituição
Tempo de
Superior à 1 ano Superior à 3 anos
armazenagem
Último acréscimo
Período de vigência posterior Agosto/2018
ao estoque
Posto que a instituição executou o descarte dos seus livros obsoletos, fez-se mais um
questionário, dessa vez baseado no Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018, com o intuito
de analisar a transferência feita.
A tabela a seguir apresenta o questionário baseado no decreto, as questões estão
acompanhadas de suas respectivas respostas, as quais foram dadas pelo funcionário da
escola. Os artigos selecionados para fundamentar as questões fazem-se presentes no item
2.4 deste escrito.
227
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2. questionário segundo o Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018
Pergunta Resposta
Fonte: Questões elaboradas pelos autores consoante o Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018 (2020).
Além dos dados apresentados na tabela, constatou-se que a instituição cumpriu – in-
diretamente, pois de acordo com o funcionário, a escola não tinha conhecimento – a norma
prevista no inciso III do § 1° do art. 8° do decreto em questão.
Com base nos dados obtidos por meio dos questionários, pôde-se constatar que a ins-
tituição CENEP expressou resultados de competência superior aos apresentados pelo IFRN,
considerando o fato de que somente a primeira enquadrou-se nos parâmetros descritos na
legislação que foi utilizada como ferramenta para formular o estudo. Seguindo o previsto
na norma, o CENEP teve a iniciativa de promover uma destinação adequada ao acúmulo
inservível de livros, de modo a atribuir uma finalidade aos livros obsoletos.
CONCLUSÃO
228
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
ocupa um espaço que poderia ser utilizado para fins produtivos – como exemplo, pode-se
citar a própria biblioteca do CENEP, a qual encontrava-se intransitável e logo após a doação
tornou-se um lugar harmonioso – além de necessitar de manutenções.
Ao encontrar uma finalidade adequada para o material obsoleto, pode-se ter, inclusi-
ve, geração de capital ou a economia deste, pois como já foi dito, todo estoque – seja ele
obsoleto ou não – tem um custo.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, Beth. O que fazer com os livros antigos do PNLD. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/1649-sp-648788579 Acesso em: 03 nov. 2018.
4. BRASIL. Ministério da Educação. O MEC distribui livros didáticos para todas as escolas
do país? Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=158:o-mec-dis-
tribui-livros-didaticos-para- todas-as-escolas-do-pais. Acesso em: 08 nov. 2018.
5. BRASIL. Mistério da Educação. O que fazer com os livros antigos do PNLD. Disponí-
vel em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1649:sp-
648788579&catid=211&Itemid=86. Acesso em 03 mai. 2019
7. HÖFLING, Eloisa de Mattos et al. Notas para discussão quanto à implementação de programas
de governo: em foco o Programa Nacional do Livro Didático. Educação & Sociedade, 2000.
229
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
16
“ Otimização de procedimento de
manutenção para recuperação
de rolos de lingotamento
contínuo do processo produtivo
de aço
10.37885/201102173
RESUMO
231
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O objetivo desse estudo é propor o processo de recuperação dos rolos, a fim de recolher
informações que identifiquem as possíveis causas para a trincas e encontrando uma solução
possível e viável para o processo. Para tal foram propostos procedimentos como usinagem,
soldagem do tipo MIG e arco submerso, tratamento térmico para alívio de tensões e teste
de dureza Rockwell, sendo todos os procedimentos realizados com grande precisão para
garantir a qualidade desejada.
232
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
REFERENCIAL TEÓRICO
233
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
material atinja os níveis esperados, o procedimento será válido e o rolo poderá ser enviado
novamente para a operação.
MATERIAL E MÉTODOS
Elemento Cr Mo Mn C Si S P Fe
Inicialmente, após ser retirado de operação, o rolo é encaminhado para a oficina onde
será preparado para posteriormente dar continuidade ao processo de recuperação. O pro-
cedimento tem início na usinagem da mesa e dos munhões, para que possa ser retirado
as trincas presentes que impossibilitam a recuperação e que ocasionariam uma possível
ruptura nos munhões posteriormente.
Será realizado o procedimento de soldagem de um rolo, em um tempo total de 42 horas,
considerando o preparo da solda e a deposição de material soldado, com uma espessura de
7 mm por camada depositada, no total de seis camadas de solda tornando possível a ano-
tação de dados para análise. O procedimento de soldagem utilizado para soldar a mesa dos
rolos parte onde ocorre o contato com o material laminado é o processo de arco submerso,
que possibilita um melhor rendimento em relação ao tempo utilizado para soldagem. Antes
de aplicar a solda por arco submerso é soldado um anel denominado “anel de sacrifício” na
mesa do rolo, o qual impede a passagem de solda da mesa para os munhões.
Para a soldagem dos munhões, o procedimento de solda adotado é o processo MIG,
que torna um possível um melhor controle das variáveis de processo, além de tornar possí-
vel alcançar locais onde com o arco submerso seria de difícil acesso. O procedimento é o
mesmo realizado para os dois lados. O procedimento utiliza um arame do tipo tubular para
a soldagem, a polaridade da corrente é positiva do tipo alternada e é utilizado uma voltagem
de 29V. O rolo precisa ser aquecido durante o processo de soldagem e manter a tempe-
ratura dentro de uma determinada faixa, não podendo ocorrer variações de grande oscila-
ção. O controle de temperatura deve ser avaliado a cada 15 min, assim tornando possível
234
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
um maior controle não fugindo do procedimento adotado. A velocidade periférica utilizada
durante o procedimento é de 305mm/min, assim tornando possível uma boa deposição de
material durante a soldagem.
Por fim, propõe-se a usinagem dos rolos com o objetivo de retirar o excesso de material
duro depositado pelo processo de soldagem do rolo, assim este alcançará suas dimensões
finais, ou seja, um melhor acabamento superficial, para posteriormente ser colocado em
operação. A usinagem final é o último passo da recuperação, tornando-se necessário uma
grande precisão durante a usinagem. Caso ocorra algum erro neste processo, o rolo terá
que passar pelo processo de recuperação novamente, aumentando custos e adicionando
horas de retrabalho ao mesmo.
Após o término do procedimento de recuperação, foram realizados os ensaios de dureza
no rolo nos ângulos de 0º, 90º, 180º e 270º (Figura 1), sendo que a dureza desejada para à
adequação dos rolos na produção da empresa deve variar entre 52-56 HRC, pois o endure-
cimento excessivo do material leva-o a fragilidade (FOSTER, 1971). Cabe destacar que uma
dureza inferior a faixa apresentada acarretará em um desgaste prematuro do rolo levando a
uma vida útil menor. Foram realizadas duas medições em cada um dos ângulos propostos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
235
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
material duro de revestimento, em torno de 8mm em seu raio. Após a retirada do material
e de todas as possíveis trincas, o rolo é encaminhado para a área de soldagem onde foi
preenchido até seu diâmetro final.
De acordo com o acompanhamento do procedimento de soldagem da mesa dos mu-
nhões na empresa A, foram observados a polaridade positiva e deslocamento da tocha
operacional em todos os processos. Em todo o procedimento das camadas, foram utilizados
dois cabeçotes de solda, o arame com bitola de 3,2 mm e velocidade de 105 polegadas/min,
sendo utilizados dois tipos de arame, o arame depositado na almofada foi o KST F6 o qual
possui propriedades mecânicas de menor dureza para uma melhor absorção de impacto,
para o revestimento duro foi utilizado o arame KST 760 UP, um material de maior resistência
ao desgaste e maior dureza para aumentar a vida útil do rolo.
Com relação ao aterramento, o lado fixo e o lado livre são menores que 1 ohm de
resistência. O equipamento possui uma voltagem de 29 volts, com taxa de amperagem dos
cabeçotes (esquerdo e direito) de 525 ampère. A distância entre o bico de contato e a peça
a ser soldada (Stick-out) foi de 32 mm. O equipamento apresenta uma velocidade periférica
de 305 mm/min, foi utilizado fluxo inerte não reagente fabricado pela Kestra de denominação
KST, não foram utilizadas larguras e frequências de oscilação. O cordão de solda possui
largura de 23mm, o passo da espiral é de 15mm, a temperatura de pré-aquecimento de
300°C na almofada, e 425° no restante do processo.
Também foi constatado a não formação de trincas e poros após o processo de usinagem
final, assim tornando o procedimento viável. Após todos os procedimentos serem realizados,
pode- se observar que as medidas finais do rolo estão de acordo com as tolerâncias propos-
tas, isto significa que o equipamento pode ser liberado novamente para operação (Tabela 2).
236
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 2. Dimensões finais dos rolos após a realização do procedimento de manutenção.
Tabela 3. Valores de dureza Rockwell C obtidos no rolo nos ângulos de 0º, 90º, 180º e 270º nas posições A, B e C.
Ângulo (º) A B C
237
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
As durezas resultaram em uma média de 54,2 HRC, uma média boa visto que se lo-
caliza aproximadamente no meio da faixa de dureza desejada. Foi constatado um desvio
padrão de 0,98 o que garante que a dureza do rolo está aceitável para que o rolo volte a
operação. Os valores de dureza de um revestimento possibilitam uma avaliação prévia da
variação das propriedades mecânicas, sendo estas dependentes dos parâmetros de solda-
gem (BLAU, 2010).
Para observar a possível formação de descontinuidades superficiais decorrentes do
processo de soldagem, foi utilizado o ensaio de líquido penetrante (Figura 2). Após sua
realização e análise, não se constatou a presença de descontinuidades no cordão de solda
e, por consequência, o rolo foi aprovado para operação.
CONCLUSÃO
238
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
temperatura fora da faixa desejada, a estrutura do material é comprometida, tornando assim
o procedimento inviável.
Durante o tratamento térmico para alívio de tensões, a temperatura de todo processo
deve ser rigidamente controlada, pois um aquecimento superior ao esperado ou fora da linha
projetada pode ocasionar em falhas catastróficas na estrutura da peça, o resfriamento deve
ser controlado de maneira que a peça não sofra uma perda de temperatura brusca ocasio-
nando assim a tempera do material, o que levará no aumento da dureza superficial do rolo
levando assim a uma possível ruptura durante a realização do trabalho na área.
O procedimento adotado garante a otimização do processo de manutenção, desta-
cando as variáveis relevantes a serem observadas e rotinas de processo bem delineadas,
o que garante uniformidade e permite melhor controle dos responsáveis pelos setores de
gerenciamento de manutenção e de gestão de ativos, assim pode-se concluir que, quando
adotado e realizado conforme estabelecido, a recuperação dos rolos é viável.
REFERÊNCIAS
1. BAPTISTA, André Luís de Brito. Aspectos metalúrgicos na avaliação da usinabilidade de aços.
Rem: Revista Escola de Minas, v. 55, n. 2, p. 103-109, 2002.
3. BRESCIANI FILHO, Ettore et al. Conformação plástica dos metais. 1. ed. São Paulo: EPUSP,
2011.
5. DIFERRO. Construção mecânica: catálogo aços baixa liga. DIFERRO, 2018. Disponível em:
https://www.diferro.com.br/igc/uploadAr/FileProcessingScripts/PHP/UploadedFiles/catalog
oconstrucao-mecanica-diferro-21552670907-305427.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2020.
6. FOSTER, J. Materials for Wear-Resistant Surfaces. Nuclear Engineering and Design, v. 17,
n. 2, p. 205–246, 1971.
8. NELSON, Tracy. W.; LIPPOLD, J. C.; MILLS, M. J. Nature and Evolution of the Fusion Boundary
in Ferritic-Austenitic Dissimilar Metal Welds — Part 2 : On-Cooling Transformations. Welding
Journal, p. 267s–277s, out. 2000.
10. RODRIGUES, Enilson dos Anjos. Recuperação de rolos da laminação. In: 54º Seminário de
Laminação e Conformação. São Paulo: ABM, vol.54, n.54, 2017. P. 108-113.
239
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
11. ROY, Manish. Surface engineering for enhanced performance against wear. Nova Iorque:
Springer, 2013.
12. ULUTAN, Mustafa et al. Microstructure and Wear Behavior of TIG Surface-Alloyed AISI 4140
Steel. Tribology Transactions, v. 54, n. 1, p. 67-79, 2011.
240
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
17
“ Uma análise do impacto do
preço do açúcar no preço do
etanol (2007-2017)
10.37885/201202631
RESUMO
242
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
Assevera-se que a partir desta mesma fonte consultada, notou-se a ocorrência desse
fenômeno também em safras de anos anteriores aos aqui ora apresentados.
Diante disso, pela sua importância há uma preocupação e necessidade de se compreen-
der o comportamento dos preços do açúcar e do etanol, pois, muitas usinas brasileiras têm
condições de produzir os dois produtos, sendo que a proporção para a produção de ambos irá
variar em função de aspectos técnicos e as condições de mercado, dentre elas o seu preço.
OBJETIVO
MÉTODOS
Para análise deste estudo foram coletados dados da base do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) e contou com duas séries históricas de preços
mensais, compreendido no período entre julho de 2007 a abril de 2017 (CEPEA, 2020). As va-
riáveis utilizadas para proceder análise foram o açúcar cristal (saca de 50kg) e o etanol
hidratado combustível (R$ por litro). Considerando o fato de ambos os dados compreen-
derem ao mesmo período cronológico, não houve a necessidade de se fazer tratamentos
243
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
para corrigir possíveis problemas em relação à divergência de preços, como, por exemplo,
sua deflação. Em ambos os casos, não foram considerados o frete e, por conseguinte, com
entrega na unidade de produção (usina) ou armazém.
Os dados foram submetidos à análise por meio do programa estatístico Statistical
Package for the Social Science (SPSS, versão 22). Antes de analisar os modelos no referido
programa, algumas etapas foram realizadas para identificar a confiabilidade das amostras
e também se estas poderiam ou não se aplicar ao modelo linear, quais sejam: Diagrama
de Caixa (Boxplot) e o Diagrama de Dispersão. A aplicação da primeira teve como objetivo
identificar possíveis outliers, ou seja, se os dados estão com valores muito distantes, supe-
rior ou inferior. A segunda etapa buscou-se verificar se os valores contidos nos eixos x e y
mostravam uma tendência visual linear a fim de identificar se o modelo linear é adequado
ou não para analisar tais dados.
De acordo Triolla (2008), o Coeficiente de Correlação de Pearson (r) ou coeficiente de
correlação produto-momento ou o “r” de Pearson mede o grau da correlação linear entre
duas variáveis quantitativas.
É um índice adimensional com valores situados ente -1,0 e 1,0 que, inclusive, reflete a
intensidade de uma relação linear entre dois conjuntos de dados. Este coeficiente, normal-
mente representado pela letra “r” assume apenas valores entre -1 e 1, onde:
r = 1 significa uma correlação perfeita positiva entre as duas variáveis.
r = -1 significa uma correlação perfeita negativa entre as duas variáveis - Isto é, se uma
aumenta, a outra sempre diminui.
r = 0 significa que as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra, ou seja,
não existe correlação. Enquanto que para valores diferentes, segundo Callegari-Jacques
(2003, p. 90), o coeficiente de correlação pode ser avaliado qualitativamente da seguinte forma:
Foi utilizada ainda a Análise de Regressão Linear Simples que é uma técnica de mode-
lagem utilizada para analisar a relação entre uma variável dependente Y (também chamada
de variável resposta) e uma ou mais variáveis independentes X1, X2, X3, ..., Xn, também
conhecidas como variáveis explicativas ou preditoras. O objetivo dessa técnica é identificar
(estimar) uma função que descreve, o mais próximo possível, a relação entre essas variáveis
244
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
e assim predizer o valor que a variável dependente “Y” irá assumir para um determinado
valor da variável independente “X”.
Duas importantes características da equação linear são: o coeficiente angular e o
coeficiente linear da reta em determinado ponto. Uma equação linear tem a seguinte forma:
Y = α+ bx
Onde, α é coeficiente linear da reta e β é o coeficiente angular, ou inclinação da equa-
ção de regressão, (TRIOLLA, 2008).
Esses procedimentos expostos anteriormente, utilizando-se do teste de hipótese, bus-
ca-se confirmar a partir da estatística de teste “p” se há evidências suficientes ou não que
sejam capazes de confirmar que existe correlação ou que o coeficiente de regressão é
válido. Para tanto, formula-se uma Hipótese nula (H0) e uma Hipótese alternativa (H1). A H0
irá representar que não existe correlação linear entre as variáveis, ou seja, teremos ρ =
0. Já a H1 afirma que existe correlação significativa entre as variáveis, portanto, teremos ρ
≠ 0, validando assim os resultados.
Utilizando um nível de confiança de 95%, quando o valor encontrado da significância for
> que 0,05 aceita-se a H0 e, consequentemente, rejeita-se o H1, igualmente, quando o valor
encontrado da significância for < que 0,05 rejeita-se a H0 e, consequentemente, aceita-se o H1.
RESULTADOS
245
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
De acordo com os dados analisados, os resultados do preço do açúcar e do etanol
estão descritos conforme os Gráficos 01 e 02, a seguir.
Gráfico 1. Diagrama de caixa: Variável açúcar/preço Gráfico 2. Diagrama de caixa: Variável etanol/preço
Diagrama de dispersão
O Diagrama de dispersão serve para relacionar duas variáveis e, caso haja, que tipo é
essa relação e se quaisquer casos são significativamente diferentes dos outros, conforme
observa-se no Gráfico 3.
246
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Realizada estas duas etapas, procedeu-se com a análise do Coeficiente de
Correlação de Pearson.
De acordo com os dados obtidos na tabela abaixo, rejeita-se a H0 (hipótese nula), pois
ao nível de 1% existe correlação entre o preço do açúcar e preço do etanol, uma vez que o
valor de p Sig. (2 extremidades) é menor que 0,001.
Quadro 1. Correlação
247
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Analisando a variância da tabela (ANOVA), temos como valor a ser analisado o de Z, que
207,418 e é significativo ao nível de p < 0,001, isso nos mostra que existe uma probabilidade
menor que 0,1% de que um valor de Z tão alto tenha ocorrido apenas por acaso.
Quadro 4. ANOVAa
Após apresentados o resultado dos dados, no tópico a seguir será feita uma a
partir dos mesmos.
DISCUSSÃO
248
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Estes dados atípicos foram mantidos, pois os mesmos compreendem o período de
outubro e novembro de 2016, onde a saca de 50 Kg do açúcar cristal atingiu elevados pata-
mares, e de acordo com pesquisadores do CEPEA o impulso veio do mercado internacional,
que subiu em grande parte do ano, influenciado por expectativas indicando déficit global de
açúcar (CEPEA, 2020). Nesse contexto, o Brasil, que é o maior produtor e exportador da
commodity, registrou forte ritmo de embarques no correr do ano.
No gráfico 3 a variável utilizada foi o preço do açúcar e do etanol, quando submetida
a análise do Gráfico de dispersão observou-se uma tendência de relação para ambos os
valores, considerando que os pontos mais dispersos da tendência geral são os valores atípi-
cos, corroborando com a análise dos dados apresentados no Diagrama de caixa e, portanto,
mantidos pelo mesmo motivo.
Na análise da correlação de Pearson foi possível concluir em favor da H1 (hipótese al-
ternativa) de que há correlação entre as variáveis em estudo, configurando uma correlação
positiva. Pode-se afirmar ainda que existe forte correlação linear entre as variáveis, visto
que o valor encontrado de 0,801 aproxima-se de 1.
No Coeficiente de Regressão Linear é possível interpretar que o valor do R represen-
ta uma correlação simples, enquanto que o R Quadrado indica que 64,1% da variação da
variável preço do etanol é explicada pela variável preço do açúcar através do modelo de
regressão linear simples. Sendo assim, temos 35,9% de chances de o aumento no preço
do etanol ser causado por outra variável qualquer, que não o preço do açúcar.
A pesquisa realizada para este estudo buscou analisar e qualificar uma correlação entre
as variáveis, preço do açúcar (X) e o preço do etanol (Y), em seguida, aplicou-se as equa-
ções de regressão e constatou-se estatisticamente a influência da variável X “independente”,
sobre a variável Y “dependente”, ou seja, um choque no preço do açúcar gera impacto, em
uma maior medida, nas produções do setor sucroalcooleiro, neste caso o etanol. Apesar de
ambas as variáveis serem produtos de uma mesma matéria-prima, o açúcar é uma commo-
dity bastante consolidada no mercado, isto mostra o quão explicativo é o modelo.
Após as análises efetuadas, os resultados obtidos neste estudo nos permite concluir
que o índice de correlação de Pearson encontrado mostrou que existe forte correlação linear
entre as duas variáveis, no valor 0,801 e que o “R Quadradro” é igual a 0,641, este valor
indica que 64,1% da variação da variável preço do etanol é explicada pela variável preço
do açúcar através do modelo de regressão linear simples. Sendo assim, espera-se que
esta análise sirva como fonte de informação e possa auxiliar na tomada decisão a respeito
249
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
desta correlação e ao mesmo tempo sugerindo que outros tipos de pesquisas e análises
possam ser realizados.
REFERÊNCIAS
1. CALLEGARI-JACQUES, Sidia M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre:
Artemed, 2003. 255p.
4. FIELD, Andy. Descobrindo a estatística usando o SPSS / Andy Field; tradução Lorí Viali.
– 2. Ed. – Porto Alegre; Artmed, 2009.
7. TRIOLA, MÁRIO F. Introdução à Estatística. 10ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
250
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
18
“ Viabilidade econômica na
escolha entre investir no uso de
gás ou gasolina para motoristas
UBER no Ceará
10.37885/201202505
RESUMO
Em meio à crise financeira e a alta taxa de desemprego no país, uma das principais
soluções, para milhares de pessoas, foi dirigir por aplicativo em tempo integral ou nas
horas vagas. Porém, nos últimos anos, no Brasil, o preço da gasolina aumentou de forma
considerável e muitas pessoas começaram a aderir outra forma de combustível, como:
o gás natural veicular (GNV), pois este possui uma autonomia maior se comparado à
gasolina, todavia há um preço a mais para sua instalação e manutenção. Com isso, o
objetivo desse trabalho é avaliar a viabilidade econômica da implantação do GNV como
forma alternativa à gasolina, para carros populares que serão usados por motoristas de
aplicativo, no caso do estudo será o da Uber, no estado do Ceará. A pesquisa possui
caráter exploratório, com informações advindas de pesquisas bibliográficas e de do-
cumentos. Diante da análise de investimento, esta terá como indicadores: o payback,
Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). Ao final do estudo,
pode-se observar que a troca do uso da gasolina pelo gás natural veicular, mesmo com
os gastos a mais deste último, é válida e resultará em um maior ganho econômico para
os motoristas do aplicativo.
252
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
INTRODUÇÃO
253
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção, será abordado a teoria utilizada no artigo, através de estudos prévios
e de dados. As subseções serão divididas da seguinte maneira:2.1: taxas cobradas pelo
Uber sobre as corridas, estas serão fundamentais para a obtenção do valor real obtido
pelo motorista, seu lucro líquido; 2.2:variação dos preços de mercado da gasolina e do
GNV (gás natural veicular), tal análise é o ponto chave de estudo desse artigo, a partir de
tais informações será possível analisar o melhor investimento; 2.3: previsão dos valores da
gasolina e do GNV para o período analisado, utilizando os dados obtidos no ponto anterior
será formulado um valor teórico do preço dos combustíveis para ser utilizado na análise de
investimento; 2.4: rendimento dos combustíveis, esses dados também serão de extrema
relevância para ter conhecimento da vantagem da troca, ou não, da gasolina pelo GNV e
quanto isso impactará financeiramente;2.5 custos de instalação e manutenção do GNV; a
partir desses dados, será possível mensurar custos adicionais no processo de mudança; 2.6
análise de investimento e seus indicadores, por meio desses pontos o resultado quantitativo
será obtido e ficará claro o impacto do estudo.
Através de dados divulgados pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis – a média de preços anuais no Ceará, de 2017 a 2019, da gasolina, em
litros, e do GNV, em metros cúbicos, são:
Ano Valor
2017 R$ 4,170
2018 R$ 4,615
2019 R$ 4,344
Fonte: Autoria própria (2019)
254
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 3. Preços para o GNV
Ano Valor
2017 R$ 2,841
2018 R$ 3,248
2019 R$ 3,400
Fonte: Autoria própria (2019)
Obtidos os valores médios do litro da gasolina e do metro cúbico do GNV, nos três últi-
mos anos e através do método quantitativo, Média Móvel Ponderada Simples, serão previstos
os valores para os próximos 5 anos, tempo da análise do investimento, dos combustíveis.
Para apoiar decisões as empresas procuram criar sistemas e procedimentos a fim
de explorar cenários, com base em informações quantitativas e/ou qualitativa (PASSARI,
2003). Enquanto os métodos qualitativos baseiam-se em opiniões de especialistas, sen-
do vulneráveis a tendências que podem comprometer a confiabilidade de seus resultados
(PELLEGRINI, 2000), os métodos quantitativos utilizam-se basicamente de dados históricos
para detectar padrões de comportamento e estimá-los no futuro. Tais modelos empregam
ferramental matemático- estatístico para representar a realidade para a qual foram criados.
No caso em questão será utilizada a Média Móvel Ponderada Simples (MMPS), que
consiste na base da Média Móvel, ou seja, uma média dos valores históricos. Todavia, na
MMPS é posto um peso em cada valor, normalmente o peso é maior nos períodos mais
próximos ao previsto.
Para os cálculos propostos, a média será feita com os três últimos valores antecesso-
res ao da previsão e os pesos serão de 0,5 para o valor do ano anterior ao previsto, 0,3 ao
intermediário e 0,2 ao valor mais distante.
255
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Tabela 4. Rendimento dos combustíveis
Combustível Consumo
Gasolina 10 Km/litro
GNV 13 km/m3
O investimento inicial para a obtenção de um kit gás 5ª geração certificado pelo Inmetro,
que é o modelo mais moderno e que perde menos eficiência do carro, está com um valor
médio de mercado de R$ 4.800,00. Entra também na conta a taxa anual cobrada pelo Detran-
CE, que tem um valor de R$ 200,00.
Payback simples
Payback descontado
256
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Valor presente líquido (VPL)
O cálculo da obtenção do Valor Presente Líquido (VPL) é alcançado pela diferença entre
o valor presente dos benefícios líquidos de caixa, previsto para cada período de duração do
projeto, e o valor presente do investimento (ASSAF NETO e LIMA, 2011).
Projeto gera valor econômico. Cria Projeto não gera valor econômico. Projeto destrói valor econômico. Reduz
riqueza aos acionistas. Não cria riqueza aos acionistas. riqueza dos acionistas.
Segundo Brealey, Myers e Allen (2013), o Valor Presente Líquido é um método confiável
de análise de investimento pois leva em conta unicamente o custo de oportunidade de capital
e os fluxos de caixas estimáveis, considerando o valor, ao longo do tempo, do dinheiro. Para
os autores, seja qual for o critério de análise de investimento que não considerem o valor
temporal do dinheiro, não são adequados.
A taxa interna de retorno é a taxa de juros que iguala o valor presente das entradas de
caixa ao valor presente das saídas de caixa. A Taxa Interna de retorno de um investimento
é o percentual de retorno alcançado em relação ao saldo do capital investido e ainda não
recuperado. (SANTOS, 2001).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
257
Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
b. Autonomia média da gasolina: 10 Km/L;
c. Autonomia média do gás: 13 Km/m3;
d. Custo instalação do gás: R$ 4.800,00;
e. Custo anual de regulação do gás: R$ 200,00;
f. IPVA, Licenciamento e DPVAT: R$ 1428,9;
g. Vida útil do carro: 5 anos;
h. Depreciação do carro à gasolina e à gás: R$ 4.799,00;
i. Alíquota do imposto de renda: 15%.
Ano Valor
2019 R$ 4,153
2020 R$ 4,199
2021 R$ 4,214
2022 R$ 4,197
2023 R$ 4,203
Ano Valor
2019 R$ 3,380
2020 R$ 3,240
2021 R$ 3,291
2022 R$ 3,298
2023 R$ 3,285
Posteriormente, foi feito uma pesquisa mediante ao aplicativo da UBER para motoristas,
com a finalidade de serem encontrados dados para obtenção da média da remuneração
diária do motorista:
Remuneração por quilômetro Remuneração por minuto Média de quilômetros por dia
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Então, através de dados obtidos de 7 corridas, que, detalhadas com tempo de viagem,
custo de viagem e distância percorrida por viagem, foi calculado uma média de cada um
desses parâmetros:
Distância média por viagem Tempo médio por viagem Remuneração média por viagem
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Tabela 12 – Parâmetros anuais
Despesas anuais
Ano Ganhos anuais Despesas anuais (gás)
(gasolina)
RESULTADOS
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 2. Resultado do exercício de carro à gás.
Tendo em vista que apenas o exercício não representa os indicadores, fez a seguinte
tabela comparativa entre payback, VPL e TIR entre os dois modelos, adotando-se um Custo
de Capital igual a SELIC de 5%, como também, abaixo, fez-se um gráfico representativo do
VPL para os dois modelos:
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
Figura 3. VPL para o período
Com esses resultados em mãos, observa-se as seguintes relações entre as duas opções:
Ainda como é demonstrado no gráfico do VPL para o período, o carro à gás já começa
a apresentar melhores resultados que o carro a gasolina antes de completar 2 anos de uso,
com um resultado acumulado a partir desse período que apenas reforça essa condição.
CONCLUSÃO
De acordo com os parâmetros analisados nesse trabalho foi possível concluir que a
utilização de GNV, em comparação com a gasolina, para motoristas do aplicativo de mobili-
dade UBER, tem maior viabilidade econômica. A partir dos resultados apresentados, nota-se
que o carro movido a GNV tem um Valor Presente Líquido (VPL) maior, payback simples e
descontado mais rápidos, além de uma Taxa Interna de Retorno (TIR) maior. Dessa forma,
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Engenharia de Produção: Planejamento e Controle da Produção em Foco - Volume 1
um motorista que busque um retorno do investimento para ingressar nessa profissão, deve
optar por um carro abastecido de GNV. Ademais, com os parâmetros analisados conclui-se
que em menos de 2 anos o investimento teria seu payback tanto para o carro simples, quanto
para o carro com acessórios.
Dado a importância da temática, tornava-se necessário o estudo de viabilidade econômi-
ca para essa nova classe de trabalhadores. Desse modo, o trabalho cumpriu com o objetivo
de analisar ferramentas financeiras, baseado em dados reais, para que esses tenham maior
confiança na tomada de decisão.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, Marília. Veja se compensa converter o seu carro para GNV. EXAME, 2018. Dispo-
nível em: <https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/veja-se-compensa-converter-o-seu-carro-
-para-gnv/>. Acesso em 11 de nov de 2019.
2. ANDRADE, Laurie. Com preços em alta, GNV fica menos vantajoso. Autopapo, 2019. Dis-
ponível em: <https://autopapo.com.br/noticia/preco-gnv-alta-nao-boa-opcao/>. Acesso em: 11
de nov de 2019. ASSAF NETO, A; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2011.
9. UBER. Fatos e Dados sobre a UBER. UBER Newsroom, 2019. Disponível em: <https://www.
uber.com/pt- BR/newsroom/fatos-e-dados-sobre-uber/>. Acesso em: 10 de nov. de 2019.
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SOBRE O ORGANIZADOR
Prof. Me. Ernane Rosa Martins
Doutorado em andamento em Ciência da Informação com ênfase em Sistemas, Tecnologias
e Gestão da Informação, na Universidade Fernando Pessoa, em Porto/Portugal. Mestre em
Engenharia de Produção e Sistemas, possui Pós-Graduação em Tecnologia em Gestão da
Informação, Graduação em Ciência da Computação e Graduação em Sistemas de Informação.
Professor de Informática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
- IFG (Câmpus Luziânia) ministrando disciplinas nas áreas de Engenharia de Software,
Desenvolvimento de Sistemas, Linguagens de Programação, Banco de Dados e Gestão em
Tecnologia da Informação. Pesquisador do Núcleo de Inovação, Tecnologia e Educação
(NITE), certificado pelo IFG no CNPq. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1543-1108 .
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ÍNDICE REMISSIVO
A I
Ajuste de Históricos: 24 Indicadores: 188, 201, 202, 203
Análise de Investimentos: 252 Indústria: 96, 105, 120, 127, 130, 177, 242
Antidumping: 171, 173, 174, 175, 176, 177, Inovação: 102, 128, 130, 132, 154, 155, 184,
178, 181 186, 188, 195, 198, 264
B L
Balanced Scorecard: 187, 198 Livros Didáticos: 227
Cidades Inteligentes: 8, 70 Logística: 13, 18, 19, 20, 22, 71, 146
Cliente: 105 M
Combustível: 252, 256 Maturidade: 118
E P
Educação: 158, 168, 222, 223, 225, 226, 227, Planejamento da Produção: 24
229, 264
Preço: 178, 242, 247, 248, 250, 254
Elasticidade: 56, 60
Produto: 82, 130, 178, 179, 202, 242
F
Protetor Auricular: 82, 91
Fração de Produtos não Conformes: 40
R
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Regressão: 34, 37, 40, 41, 42, 45, 46, 66, 242,
244, 247, 248, 249
S
Sustentabilidade Ambiental: 169
T
Tráfego: 71, 72, 73, 78, 79, 80
U
Uber: 252, 253, 254
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editora científica