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Aula 01

Direito Urbanístico p/ Câmara Municipal - BH (Procurador) Pós-Edital

Professor: Igor Maciel

08790360796 - Wanessa T. de Araujo


DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

AULA 01
DIREITO URBANÍSTICO PARA
CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

Sumário
Sumário .................................................................................................. 2
Introdução ao Tema da Aula ...................................................................... 3
1 - Considerações Iniciais .......................................................................... 4
2 – Diretrizes Gerais ................................................................................. 6
3 – Dos Instrumentos de Política Urbana ................................................... 13
a) Dos instrumentos em geral ............................................................ 13
b) Do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios .................... 16
c) Do IPTU progressivo no tempo ....................................................... 21
d) Da desapropriação com pagamento de títulos .................................. 24
Valor Real da Indenização ..................................................................... 25
Títulos e poder liberatório ..................................................................... 27
Procedimento Expropriatório ................................................................. 27
Adequado aproveitamento do imóvel pelo Município ................................. 28
e) Da usucapião especial de imóvel urbano .......................................... 30
f) Da concessão de uso especial para fins de moradia ............................. 37
g) Do direito de superfície ................................................................. 37
h) Do direito de preempção ............................................................... 41
4 – Bibliografia ....................................................................................... 45
5 – Questões Objetivas ........................................................................... 46
5.1 - Questões Objetivas sem Comentários ............................................. 46
5.2 – Gabaritos.................................................................................... 49
6 - Considerações Finais .......................................................................... 50

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Teoria e Questões
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AULA 01
Introdução ao Tema da Aula

Amigos, tudo bom?


Firmes nos estudos?
Hoje conseguimos finalizar a análise de todas as questões da banca
CONSULPLAN sobre Direito Urbanístico.
Duas coisas chamaram a nossa atenção!
A primeira delas, a baixíssima quantidade de questões sobre o tema. Para
se ter uma ideia, quando analisamos o edital do concurso de Procurador da
Câmara de Belo Horizonte, todas as questões cobradas pela CONSULPLAN estão
na Aula 00 ou nesta Aula 01.
Em segundo lugar, o Edital de Procurador da Câmara dividiu pontos em
direito urbanístico que – a princípio – não poderiam ter sido divididos. Explico.
Todos os pontos das Aulas 01 e 02 estão incluídos – de certa forma - no ponto
da Aula 03 (Estatuto das Cidades).
Assim, decidimos fazer o seguinte: iniciaremos nesta aula o estudo do
Estatuto das Cidades, apenas quanto aos tópicos listados na aula (artigos 1 a 27
da Lei 10.257/2001) e na próxima aula iremos estudar os dispositivos
subsequentes.
Na Aula 03 (final), iremos finalizar o estudo do Estatuto das Cidades
(excluindo os temas já vistos nas Aulas 01 e 02) e apenas compilaremos as
questões vistas para revisão.
Combinado? Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, permaneço à
disposição dos senhores. Grande abraço,

Igor Maciel

profigormaciel@gmail.com

Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone


desejado:

@ProfIgorMaciel

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1 - Considerações Iniciais

Hoje falaremos em nossa aula sobre a Lei 10.257/2001, o Estatuto das


Cidades, que dispõe sobre normas gerais sobre a política urbana, bem como
outras providências relacionadas ao Direito Urbanístico.
O próprio artigo 1º da norma estabelece que esta regulamenta o disposto
nos artigos 182 e 183 da CF:

Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da


Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade,
estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso
da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-
estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Como a FCC já cobrou este ponto?

FCC - Ana (MPE SE)/MPE SE/Serviço Social/2009


A Lei nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam
a) a cooperação entre governos somente nas esferas estadual e municipal.
b) o direito às cidades sustentáveis entendido como direito ao uso real do
solo.
c) o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
d) a oferta de equipamentos de uso privado, transporte e de serviços
públicos.
e) a ordenação de forma a evitar a integração entre as atividades urbanas e
rurais.

Comentários
Gabarito, letra C.

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Percebam que a questão cobrou exatamente o conhecimento do parágrafo


único do artigo 1º, do Estatuto das Cidades.

Como a CONSULPAN já cobrou este ponto?

CONSULPLAN - Engenheiro Civil (São Leopoldo)/2010


Na implementação do parcelamento do solo para fins urbanos e
regularização fundiária, conforme a Lei do Plano Diretor serão observadas as
diretrizes gerais da política urbana e alguns princípios. Acerca disso, marque
a alternativa INCORRETA:
a) Recuperação pelo Poder Público das mais-valias urbanas decorrentes de
suas ações.
b) Respeito à ordem urbanística.
c) Prevalência do interesse privado sobre o interesse público.
d) Garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem de
uso comum do povo.
e) Ocupação prioritária dos vazios urbanos, respeitados os espaços
territoriais especialmente protegidos.
Comentários
Gabarito: letra C.

A questão pede que seja identificada a alternativa incorreta. A letra C está


incorreta porque dentro das diretrizes gerais de política urbana deve ser
observado o interesse em prol do bem coletivo. O interesse privado não pode se
sobrepor ao interesse público.

CONSULPLAN - Técnico (Ibiraçu)/Edificações/2015


O Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001) estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana
a) em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos cidadãos.
b) e rural em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos
cidadãos.
c) em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos cidadãos, bem
como do equilíbrio ambiental.
d) e rural em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

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Comentários
Para responder à questão é necessário ter conhecimento da lei seca. A
alternativa correta corresponde à expressa disposição do artigo 1º, parágrafo
único do Código das Cidades, vejamos:

Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da


Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade,
estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

2 – Diretrizes Gerais

O artigo 2º do Estatuto das Cidades estabelece o objetivo da política


urbana: ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana. Além disso, estabelece o dispositivo as diretrizes gerais
da política urbana.
Tratam-se de 18 incisos em que o estudo deve ser voltado à análise da
“letra fria da lei”. Necessário, pois, que os senhores memorizem os dispositivos,
sendo certo que identificamos duas questões em 46 cobradas pela FCC sobre esta
aula.
Eis o dispositivo legal:

Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
efeitos negativos sobre o meio ambiente;

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V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos


adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em
relação à infra-estrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como
pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou
não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído dada pela Lei nº
12.608, de 2012)
VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo
em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua
área de influência;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão
urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e
econômica do Município e do território sob sua área de influência;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos
gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os
investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes
segmentos sociais;
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a
valorização de imóveis urbanos;
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído,
do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto
ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a
situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das
normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta
dos lotes e unidades habitacionais;

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XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de


empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o
interesse social.
XVII - estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas,
de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que
objetivem a redução de impactos ambientais e a economia de recursos
naturais. (Incluído pela Lei nº 12.836, de 2013)
XVIII - tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de
energia, telecomunicações, abastecimento de água e
saneamento. (Incluído pela Lei nº 13.116, de 2015)

Como a FCC já cobrou este ponto?

FCC - Proc (ALPB)/ALPB/2013


O Estatuto da Cidade prevê diretrizes gerais que visam ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana,
dentre as quais:
a) maximização dos padrões de produção e consumo de bens e serviços e
de expansão urbana compatíveis com as metas de desenvolvimento social e
econômico do Município e do território sob sua área de influência.
b) regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população
de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de
urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação
socioeconômica da população e as normas ambientais.
c) separação adequada entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista
o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área
de influência.
d) prevalência de condições para os agentes privados na promoção de
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, quando
atendido o interesse social.
e) financiamento do Poder Público em projetos que tenham por resultado a
valorização de imóveis urbanos
Comentários

Alternativa correta, letra B. Trata-se da expressa disposição do inciso XIV:

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XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por


população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a
situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

Os demais itens, todos, procuraram confundir o candidato com a alteração


do texto da norma dos incisos do artigo 2º, mudando o seu sentido. Em ordem,
vejamos:

Letra A: VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de


expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social
e econômica do Município e do território sob sua área de influência;

Letra C: VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e


rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do
território sob sua área de influência;

Letra D: XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na


promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização,
atendido o interesse social.

Letra E: XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha


resultado a valorização de imóveis urbanos;

FCC - Proc (Teresina)/Pref Teresina/2010


As diretrizes de política urbana, cujo objetivo é ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana,
estabelecidas pelo Estatuto da Cidade, determinam a
a) adoção de privilégios para os agentes privados na promoção de
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização,
atendido o interesse social.
b) complexificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e
das normas edilícias, com vistas a permitir a observância da situação
socioeconômica da população e a legislação ambiental.
c) garantia do direito a cidades sustentáveis, limitando-se, portanto, o
crescimento das médias e pequenas cidades, para garantir às gerações
futuras cidades sustentáveis.

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d) realização da gestão democrática por meio da participação da população


e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos
de desenvolvimento urbano.
e) realização da regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda, independentemente de serem áreas de riscos.
Comentários

Alternativa correta, letra D. Trata-se da expressa disposição do inciso II,


do artigo 2º:

II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações


representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

Os demais itens, todos, procuraram confundir o candidato com a alteração


do texto da norma dos incisos do artigo 2º, mudando o seu sentido. Em ordem,
vejamos:
Letra A: XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na
promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização,
atendido o interesse social.
Letra B: XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo
e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da
oferta dos lotes e unidades habitacionais;

Letra C: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à


terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações; (Não há qualquer limitação)

Letra E: VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:


e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou
não utilização;

XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por


população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a
situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

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Como o CESPE já cobrou este ponto?

CESPE – SENADO – Consultor Legislativo - 2002


I. A oferta de transporte inclui-se entre as diretrizes para a política urbana
dispostas do referido estatuto.

II. Inclui-se entre as diretrizes para a política urbana dispostas no mencionado


estatuto da cidade a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar,
entre outros aspectos, a instalação de empreendimentos ou atividades que
possam funcionar como polos geradores de tráfego, sem a previsão da
infraestrutura correspondente.
Comentários
Ambos os itens estão verdadeiros, conforme disposto nos incisos V e VI, do artigo
2º, do Estatuto das Cidades:

Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:

V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos


adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:


a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em
relação à infra-estrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como
pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou
não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a exposição da população a riscos de desastres.

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Já o artigo 3º, da referida norma estabelece as competências da União


quanto às atribuições de interesse da política urbana. Aqui também devemos
analisar a “letra fria da lei”. Segundo o texto legal:

Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:


I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;
II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das
condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios
públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de
acessibilidade aos locais de uso público; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social.

Como a CONSULPAN já cobrou este ponto?

CONSULPLAN - Analista Judiciário - TRF 2ª Região - 2017


O Artigo 2º do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001)
estabelece que “a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana”,
mediante determinadas diretrizes gerais (Barros, Carvalho e Montandon,
2010, p. 92). Considerando estas diretrizes gerais de ordenamento do
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana
previstas no segundo Artigo do Estatuto da Cidade, assinale a afirmativa
correta.
a) Centralização dos benefícios e distribuição homogênea dos ônus
decorrentes do processo de urbanização.
b) Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores
da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse
social.
c) Ordenação e controle do uso do solo, de forma a garantir a integração e
proximidade espacial entre usos incompatíveis ou inconvenientes.
d) Segregação entre as atividades urbanas e rurais, para melhor garantir o
desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área
de influência.

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Comentários

Mais uma questão em que a banca cobrou do candidato a letra fria da lei.
Aqui a alternativa correta se encontra no artigo 2º, inciso III, do Estatuto das
Cidades, Lei nº 10.257/2001. Vejamos:

Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:
(...)
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;

3 – Dos Instrumentos de Política Urbana

a) Dos instrumentos em geral

O Capítulo II do Estatuto das Cidades prevê os instrumentos de política


urbana que também são cobrados como a “letra fria” da lei. Eis o texto legal:

Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões;
III – planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) plano plurianual;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais;
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
IV – institutos tributários e financeiros:
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;

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b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
V – institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
e) instituição de unidades de conservação;
f) instituição de zonas especiais de interesse social;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
j) usucapião especial de imóvel urbano;
l) direito de superfície;
m) direito de preempção;
n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;
o) transferência do direito de construir;
p) operações urbanas consorciadas;
q) regularização fundiária;
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais
menos favorecidos;
s) referendo popular e plebiscito;
t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária; (Incluído pela
Lei nº 11.977, de 2009)
u) legitimação de posse. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de
vizinhança (EIV).
§ 1o Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela legislação que lhes
é própria, observado o disposto nesta Lei.
§ 2o Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social,
desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação
específica nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos poderá
ser contratada coletivamente.
§ 3o Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos
por parte do Poder Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida
a participação de comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil.

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Como este ponto já foi cobrado em prova?

O gabarito de todas as questões abaixo encontra-se ao longo do texto do


artigo 4º, razão pela qual entendemos demasiado útil que o aluno tente
responder às questões e retorne, sempre que possível, ao texto da norma para
memorização.

CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - 2014


I. Entre os instrumentos urbanísticos utilizados inclui-se o favorecimento de
estoques de terras para a promoção pública de moradias.

II. Os instrumentos urbanísticos garantem a preservação do patrimônio


histórico, arquitetônico e paisagístico, com exclusividade, para o uso privado.
Comentários

O item I está verdadeiro (inciso V, q, artigo 4º) e o item II está falso, eis
que inexiste exclusividade para o uso privado, dado que o meio ambiente é
patrimônio de uso comum do povo, conforme previsão constitucional.

CESPE – PGDF – Procurador - 2013


São instrumentos do Estatuto da Cidade para a realização da política urbana, entre
outros: o zoneamento ambiental, a contribuição de melhoria, a desapropriação, a
servidão administrativa, o direito de preempção e a usucapião especial de imóvel
urbano.
Comentários

Item verdadeiro, conforme disposto no artigo 4º, incisos III, c, IV, b, V, a, b, m e


j.

CESPE – ANTT – Especialista em Regulação - 2013


No Brasil, incluem-se entre os instrumentos de políticas urbanas municipais:
operações urbanas consorciadas, referendo popular e plebiscito, e tombamento de
imóveis.
Comentários

Item verdadeiro, conforme disposto no artigo 4º, incisos V, p, s e d.

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Mas, atenção! O CESPE já foi ainda mais capcioso. Como este ponto
já foi cobrado em prova?

CESPE – TRE/PA – Analista Judiciário - 2005


A Lei n.º 10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade, compõe, juntamente
com o texto constitucional, as principais diretrizes para a política urbana no país.
A respeito dos instrumentos utilizados para os fins da lei citada no texto II, assinale
a opção correta.
a) O plano diretor é previsto no instrumento de planejamento municipal.
b) O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) está previsto
no instrumento de gestão participativa.
c) Zoneamento ambiental só é aplicado no planejamento de regiões metropolitanas.
d) Concessão de direito real de uso está previsto no instrumento de institutos
tributários e financeiros.
e) Nos estudos de impacto, o instrumento previsto é unicamente o estudo prévio
de impacto ambiental (EIA).
Comentários

A alternativa correta é a letra A, conforme artigo 4º, inciso III, alínea “a”.

Os demais itens estão errados, eis que:


Letra B – IPTU é instituto tributário e financeiro;
Letra C – Zoneamento ambiental (inexiste qualquer limitação quanto à
exclusividade das regiões metropolitanas);
Letra D – Concessão de direito real de uso é instituto jurídico e político;
Letra E – Há tanto o estudo prévio de impacto ambiental como de impacto de
vizinhança;

b) Do parcelamento, edificação ou utilização


compulsórios

Acerca da Desapropriação, de acordo com o artigo 5º, da Lei 10.257/2001:

Art. 5o Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e
os prazos para implementação da referida obrigação.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

Percebam, pois, que a lei municipal com conteúdo específico em relação


àquela determinada área incluída no plano diretor deve prever que imóveis
daquela região, acaso estejam em situação de não utilização, subutilização ou
não edificação poderão sofrer as determinações deste dispositivo.
Segundo Carvalho Filho (2013, pg. 96):

No caso, o conteúdo específico consistirá na indicação de área incluída no plano


diretor, em relação à qual podem ser expedidas as imposições urbanísticas de
parcelamento, edificação e utilização compulsórios.

Assim, o Poder Executivo Municipal notificará o proprietário para que


parcele, edifique ou utilize o imóvel em evidência. Tal notificação deverá ser,
inclusive, averbada no competente cartório de registro de imóveis.

E o que seria parcelamento e edificação?

José dos Santos Carvalho Filho com muita propriedade nos ensina que
(2013, pgs. 99, 100 e 101):

Parcelamento do solo é a providência pela qual se procede a sua subdivisão, em


partes iguais ou não, de modo a resultarem vários módulos imobiliários autônomos
em substituição à área parcelada.

Edificação é a atividade por meio da qual se executa alguma construção sobre o


solo. Edificar, por conseguinte, é construir, erguer, levantar, fundar algum edifício,
a partir de alguma profundidade do subsolo, mas com o início visível a partir do
solo.

Ressalte-se que será considerado subutilizado o imóvel que:

§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel:


I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor
ou em legislação dele decorrente;

Normalmente um servidor do Município faz a notificação formal do


proprietário do imóvel ou do seu representante legal, em caso de pessoa jurídica.
E, acaso frustrada três vezes a tentativa de notificação pessoal, o Município a fará
por meio de edital.

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§ 2o O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o


cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de
registro de imóveis.
§ 3o A notificação far-se-á:
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público municipal, ao proprietário
do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de
gerência geral ou administração;
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma
prevista pelo inciso I.

Após a notificação, qual o prazo para o particular cumprir as obrigações


determinadas?

Trata-se do disposto nos parágrafos 4º e 5º do artigo 5º, do Estatuto das


Cidades. A previsão da lei municipal não poderá ser inferior a:

I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão


municipal competente;

Terá, pois, o particular o prazo mínimo de um ano (a depender da previsão


da lei municipal) para protocolar o projeto da destinação que pretende dar ao
bem. Tal prazo será contado a partir da notificação.
Por outro lado, aprovados os projetos, terá o particular o prazo de dois
anos para iniciar as obras do empreendimento, contados da data da
aprovação dos projetos.

II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do


empreendimento.

Além disso, em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional,


a lei municipal poderá prever a conclusão em etapas, assegurando-se que o
projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo (§5º).

E se o proprietário desejar alienar o imóvel após ser notificado?

O Estatuto das Cidades estabeleceu que a transmissão do imóvel – a título


gratuito ou oneroso, por ato inter vivos ou causa mortis – posterior à notificação
transfere todas as obrigações previstas quanto ao parcelamento, edificação e
utilização do imóvel e sem qualquer interrupção dos prazos.

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Se a notificação consta no registro de imóveis, o comprador tem total


ciência das obrigações, não podendo, pois alegar qualquer causa de suspensão
ou interrupção dos prazos definidos na notificação.
Percebam que o ato de registro da notificação no cartório de imóveis gera
efeitos erga omnes quanto ao teor da notificação

Art. 6o A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à
data da notificação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou
utilização previstas no art. 5o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos.

Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


O parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios, o imposto predial e
territorial urbano (IPTU) progressivo no tempo e a desapropriação são instrumentos
de política urbana que, se bem aplicados, podem promover uma reforma urbana
estruturada por política fundiária que garanta a função social da cidade e da
propriedade.

Em relação a esses instrumentos, julgue o item seguinte.


O Estatuto da Cidade estabelece que lei municipal específica para área incluída no
plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização
compulsórios do solo urbano não-edificado, subutilizado ou não-utilizado, devendo
fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação.
Comentários

Item Verdadeiro, conforme caput do artigo 5º.

CESPE – ANTT – Especialista em Regulação - 2013


Solo urbano não edificado ou não utilizado, mas constante no Plano Diretor, poderá,
conforme lei municipal específica, ser destinado a parcelamento, edificação ou
utilização compulsórios.
Comentários
Item Verdadeiro, conforme caput do artigo 5º.

CESPE – CAIXA – Arquiteto – 2006


Com o Estatuto da Cidade a qualidade da vida urbana no Brasil vai melhorar? Não
necessariamente. Embora sejam ferramentas importantes, não é apenas por falta
de instrumentos legais que não se implementa uma política urbana socialmente
justa. Ao lado das variáveis políticas (de nada adiantam instrumentos postos à
disposição de lideranças políticas que não pretendam utilizá-los), deve-se

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considerar os aspectos orçamentários do financiamento das cidades. E, nesse


campo, não bastam as soluções estritamente urbanísticas, físicas. É preciso
encontrar mecanismos de sustentabilidade econômica e social das cidades
brasileiras.

A partir do texto acima, escrito por José Roberto Bassul Campos, julgue o item que
se segue, relativo ao planejamento urbano e a seus instrumentos segundo o
Estatuto da Cidade.

Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não-utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para
implementação da referida obrigação. Contudo, a ausência de definição acerca do
que seja subutilização do solo urbano é uma grave deficiência do Estatuto da
Cidade, que não apresenta princípioc para a caracterização de qualquer caso, de
forma a orientar o legislador municipal.
Comentários
Item Falso.
Isto porque o Estatuto das Cidades define o solo subutilizado no parágrafo 1º, do
artigo 5º.

CESPE – PGDF – Procurador - 2013


A respeito do Estatuto da Cidade, da desapropriação e das regras de uso do solo
urbano no DF, julgue o item que se segue.

Caso o imóvel urbano seja considerado subutilizado, o proprietário deverá ser


notificado pelo Poder Executivo municipal, averbando-se a notificação no cartório
de títulos e documentos.
Comentários
Item Falso, eis que a notificação deve ser averbada no cartório de registro de
imóveis (parágrafo 2º, do artigo 5º);

CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - 2014


Com relação às diretrizes gerais da política urbana estabelecidas pelo Estatuto da
Cidade, julgue o item seguinte.

Conforme lei específica que determina a utilização compulsória de solos urbanos,


os proprietários de lotes nessas áreas, que não edificá-los ou subutilizá-los, poderão
ter seu imóvel desapropriado mediante pagamento em títulos da dívida pública.
Comentários

Item Verdadeiro, eis que esta uma das etapas que pode se valer o município
(artigos 5º e 8º).

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c) Do IPTU progressivo no tempo

Ainda na linha dos instrumentos de política urbana, temos a possibilidade


do Município utilizar o IPTU progressivo no tempo.
Acaso não cumpridas as condições e prazos estabelecidos quanto às
determinações de edificação, parcelamento e utilização compulsórios ou, ainda,
acaso o particular descumpra os prazos relativos à apresentação dos projetos ou
inícios das obras (um ano ou dois anos – parágrafo 5º, do artigo 5º), poderá o
Município proceder à aplicação do IPTU progressivo no tempo.
Em verdade, descumpridas as obrigações impostas na notificação
anteriormente explicada, o Município poderá aplicar a majoração das alíquotas
do IPTU pelo prazo de cinco anos consecutivos.
b
Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma
do caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o
do art. 5o desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a
majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.

Para Carvalho Filho (2013, pg. 120):

A progressão do valor do tributo configura-se como mecanismo de coerção ao


proprietário tendo em vista a necessidade de ser preservada a ordem urbanística e
cumprido o objetivo firmado pelo plano diretor da cidade.

O valor máximo das alíquotas – progressivo no tempo – será de 15%


(quinze por cento). E, a partir do primeiro ano, até chegar ao valor máximo, a
alíquota não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior.

§ 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a
que se refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor
referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.
Percebam, portanto, que o Estatuto das Cidades estabeleceu limites para
se evitar um possível abuso dos Prefeitos Municipais, a pretexto de manutenção
da ordem urbanística.
Além disso:

§ 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação


progressiva de que trata este artigo.

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Mas professor e se mesmo assim o proprietário continuar descumprindo


a obrigação de parcelar, utilizar ou edificar o imóvel?

Neste caso, passados os cinco anos de cobrança de IPTU progressivo, o


Município poderá ou manter a cobrança do IPTU em valores máximos até que o
proprietário cumpra sua obrigação ou proceder à desapropriação do imóvel.

§ 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco


anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a
referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o.

Vejam que poderá o Prefeito Municipal, por conveniência e oportunidade,


entender que não é interessante a8 desapropriação do imóvel, apenas a
manutenção da cobrança de IPTU em valores elevados.

Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


O parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios, o imposto predial e
territorial urbano (IPTU) progressivo no tempo e a desapropriação são instrumentos
de política urbana que, se bem aplicados, podem promover uma reforma urbana
estruturada por política fundiária que garanta a função social da cidade e da
propriedade.

Em relação a esses instrumentos, julgue o item seguinte.

O poder público municipal pode aplicar o IPTU progressivo no tempo,


independentemente de o proprietário de imóvel urbano ter cumprido o prazo da
obrigação de parcelar ou edificar, nos termos do plano urbanístico local.
Comentários

Item falso, eis que a aplicação do IPTU progressivo no tempo depende do


descumprimento dos prazos pelo particular.

CESPE – ABIN – Oficial Técnico - 2010


No que concerne à legislação ambiental e urbanística e ao Estatuto da Cidade (Lei
n.º 10.257/2001), julgue o item a seguir.
Isenção ou anistia relativas à tributação progressiva do IPTU em uma propriedade
ociosa, conforme definido pela Lei n.º 10.257/2001, só pode ser concedida caso a

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obrigação do proprietário de edificar ou utilizar a propriedade não seja atendida


após a definição de lei específica pelo município, no prazo de cinco anos.

CESPE – MPOG – Analista - 2012


Com base no Estatuto da Cidade, que estabelece as diretrizes gerais da política
urbana, julgue o item subsequente.

Caso o proprietário de imóvel esteja pagando imposto progressivo sobre a


propriedade predial e territorial urbana, poderá ser concedida a ele anistia em
relação a essa tributação, desde que possua renda inferior a três salários mínimos.
Comentários

f
Ambos os itens estão Falsos (questão ABIN e MPOG), eis que é vedada a
concessão de isenção ou anistia ao imóvel sujeito ao IPTU progressivo, conforme
parágrafo 3º, do artigo 7º:

§ 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação


progressiva de que trata este artigo.

CESPE – ANTT – Especialista em Regulação - 2013

A respeito de planejamento territorial, julgue o item subsequente.

O Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana progressivo no tempo é uma


variável do IPTU que aparece mais como instrumento urbanístico do que fiscal. De
acordo com o Estatuto da Cidade, ele deverá ser aplicado, de forma progressiva, à
propriedade que não cumprir sua função social.
Comentários

Item Verdadeiro, eis que esta a ideia do IPTU progressivo no tempo previsto no
Estatuto das Cidades.

CESPE – TCE/ES – Analista - 2013


Assinale a opção correta acerca dos institutos tributários e financeiros definidos
como instrumentos de ordenamento territorial urbano do Estatuto da Cidade.
a) A majoração da alíquota do IPTU progressivo no tempo deverá ser contínua até
o limite de dez anos do descumprimento da determinação de parcelamento,
edificação ou utilização compulsórios do solo urbano não edificado.
b) O fato gerador da contribuição de melhoria cobrada dos proprietários de lotes
urbanos é a valorização real das propriedades definida pelo mercado imobiliário.

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c) O valor máximo da alíquota do IPTU progressivo no tempo não deve superar o


percentual de 20 % do valor do imóvel.
d) A aplicação do IPTU progressivo no tempo pode motivar a concessão de anistia
caso a câmara municipal reconheça, por ato específico, que a cobrança do referido
imposto seja injusta ou descabida.
e) Aplica-se o IPTU progressivo no tempo caso não seja cumprida a determinação
de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios do solo urbano não
edificado.
Comentários
Alternativa correta, letra E. Trata-se do disposto no caput do artigo 7º, do
Estatuto das Cidades.

A letra A está falsa, eis que não há limite temporal para a cobrança do IPTU
e
progressivo no tempo (até que se cumpra a referida obrigação – parágrafo 2º,
artigo 7º).

A letra B está falsa, eis que a contribuição de melhoria também depende do custo
total da obra.

A letra C está falsa eis que o limite percentual máximo do IPTU progressivo será
de 15% (parágrafo 1º, artigo 7º).

A letra D está errada, uma vez que não cabe anistia na cobrança do IPTU
progressivo no tempo (parágrafo 3º, artigo 7º);

d) Da desapropriação com pagamento de títulos

Conforme visto na nossa aula sobre desapropriação, passados cinco anos


da cobrança do IPTU progressivo sem o cumprimento das obrigações por parte
do proprietário, poderá o Município proceder à desapropriação do imóvel com
pagamento em títulos da dívida pública.
Referidos títulos terão prévia autorização pelo Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
mantendo-se o valor real da indenização e juros legais de seis por cento ao
ano.

Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o


proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização,
o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em
títulos da dívida pública.

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§ 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.

Percebam que a lei não estabelece ao Município um dever de desapropriar,


mas um faculdade, podendo o ente optar por prosseguir com a cobrança da
alíquota máxima do IPTU.

Como o CESPE costuma cobrar este ponto?

CESPE – PG/DF – PROCURADOR - 2013

Por ser a desapropriação-sanção uma penalidade decorrente do descumprimento


de obrigação ou ônus urbanístico, o proprietário que sofrer esse tipo de
desapropriação não terá direito a indenização.
COMENTÁRIOS
Item Falso.

Sim! É possível a desapropriação de imóvel urbano como penalidade pelo


descumprimento de obrigação ou ônus urbanístico.

Sim! Haverá indenização mesmo nestas hipóteses, contudo, ao invés de


pagamento prévio e em dinheiro, o pagamento será em títulos da dívida pública.

Valor Real da Indenização

A doutrina estabelece uma diferença entre a indenização justa (prevista no


Decreto 3.365/41) com a indenização real, prevista no Estatuto das Cidades
(CARVALHO FILHO, 2013, pg. 144):

Mas o que significa valor real? Caso se tratasse da desapropriação geral, teríamos
que admitir que valor real seria aquele que correspondesse ao exato valor do
imóvel. A expressão teria então o significado de indenização justa, tal como os
autores comumente a interpretam.

Parece-nos, contudo, que o requisito justiça da indenização não tem – insistimos –


inteira aplicação no caso da desapropriação urbanística sancionatória. A ratio que

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conduz o Poder Público a processar a desapropriação por utilidade pública ou


interesse social não tem qualquer conotação com eventual comportamento ilícito
do expropriado. Cuida-se apenas da aquisição do imóvel para certo fim público.

Certo é que devemos ter em mente para concursos públicos o teor do


parágrafo 2º, do artigo 8º, do Estatuto das Cidades:

§ 2o O valor real da indenização:


I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado
em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza
após a notificação de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios.

Assim, o valor não deverá computar expectativas de ganhos futuros, lucros


cessantes ou compensatórios, mas o valor real apurado naquele momento quanto
ao imóvel.
Além disso, e aqui o ponto mais importante do dispositivo, o valor
do imóvel deve refletir a base de cálculo do IPTU no momento da
notificação feita pelo Município para que o proprietário aproveitasse o
imóvel.
O valor da indenização deve ser o valor do imóvel descontado o montante
incorporado em função de obras públicas realizadas na área onde ele se localiza
após a notificação.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho (2013, pg. 146):

O valor indenizatório, por conseguinte, há de ser o que se atribuía ao imóvel antes


da execução das obras.

Para que se possa efetuar o desconto do sobrevalor é preciso que as obras tenham
sido realizadas após a notificação prevista no art. 5º, § 2º, do Estatuto, ou seja,
depois da comunicação para que o proprietário providencie o cumprimento da
obrigação de parcelamento ou de edificação. Deve entender-se notificação, nesse
caso, como a efetiva ciência dado ao proprietário, seja ela direta, seja presumida,
como ocorre por meio de edital. Resulta que o Poder Público deve prevenir-se em
relação à execução de obras antes de notificar os proprietários da área que davam
amoldar-se ao plano diretor.

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Títulos e poder liberatório

Em determinadas situações, é possível a utilização de títulos da dívida


pública para pagamentos de tributos.
Contudo, os títulos previstos para pagamento da desapropriação
urbanística não poderão ser utilizados com este fim.

§ 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento
de tributos.

Procedimento Expropriatório

O Estatuto das Cidades estabeleceu apenas requisitos materiais para a


desapropriação urbanística, silenciando quanto ao procedimento judicial. Assim,
fica a pergunta: qual deve ser o procedimento adotado quando proposta a
desapropriação urbanística?
A doutrina nos socorre afirmando que o rito a ser observado é o do Decreto-
lei 3.365/41, em especial os artigos 11 a 30, que na matéria teria caráter geral
(CARVALHO FILHO, 2013, pg. 139).
Contudo, referido Autor faz a ressalva de que o procedimento do Decreto-
lei 3.365/41 apenas deve ser aplicado no que couber, devendo o intérprete
proceder à adequação entre os procedimentos fins a que se destina cada espécie
de desapropriação.

Professor, não entendi. É possível termos algum exemplo prático?

Sim e quem nos fornece tal exemplo é o próprio José dos Santos Carvalho
Filho (2013, pg. 139 e 140):

Apenas para exemplificar a necessidade de adequação: na desapropriação comum,


os critérios relativos ao depósito para a imissão provisória na posse são
mencionados no art. 15, § 1º, “a” a “d”, do Decreto-lei nº 3.365/41; na
desapropriação urbanística sancionatória, o critério deve ser considerar não só o
pagamento em títulos, como os elementos contidos no art. 8º, § 2º do Estatuto,
obviamente diversos adotados para a desapropriação comum.

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Adequado aproveitamento do imóvel pelo Município

De acordo com o parágrafo 4º, do artigo 8º, do Estatuto das Cidades, o


Município tem o prazo máximo de cinco anos – contado a partir da incorporação
do imóvel ao patrimônio público para proceder ao seu adequado aproveitamento.
Ressalte-se que tal aproveitamento poderá ser feito pelo Município
diretamente por si ou através de alienação ou concessão a terceiros, observando-
se, naturalmente, o devido procedimento licitatório.

§ 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo


máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.

§ 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder


Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses
casos, o devido procedimento licitatório.

Se o Município alienar o imóvel, como fica a questão das obrigações de


parcelar ou edificar o bem?

De acordo com o parágrafo 6º, do artigo 8º, do Estatuto das Cidades, as


obrigações transmitem-se ao adquirente do imóvel:

§ 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos do § 5o as mesmas


obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5o desta Lei.

Isto porque, conforme lições de José dos Santos Carvalho Filho (2013, pg.
153):

Nem poderia ser diferente. A função do adquirente do imóvel será a de torna-lo


amoldado às regras e situações previstas no plano diretor. Portanto, se a obrigação
anterior consistia em proceder à edificação no terreno, fica o adquirente sujeito a
essa mesma obrigação.

E o Município deve encetar todo o esforço para verificar se a obrigação será


realmente honrada, porque, se não o for, sujeitar-se-á o novo proprietário a todas
as sanções urbanísticas cabíveis.

Só não é cabível a renovação da notificação para o cumprimento da obrigação,


porque esta se presume conhecida pelo proprietário.

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Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


O parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios, o imposto predial e
territorial urbano (IPTU) progressivo no tempo e a desapropriação são instrumentos
de política urbana que, se bem aplicados, podem promover uma reforma urbana
estruturada por política fundiária que garanta a função social da cidade e da
propriedade. Em relação a esses instrumentos, julgue o item seguinte.

É estabelecido no Estatuto da Cidade que, decorridos cinco anos de cobrança do


IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de
parcelamento, edificação ou utilização, o município poderá proceder à
desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
==cb8fe==

Comentários

Item Verdadeiro, conforme disposto no caput do artigo 8º.

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


Com referência à desapropriação, para definir o valor real da indenização, o poder
público deve refletir o valor base de cálculo do IPTU, descontado o montante
incorporado em razão de obras realizadas pelo poder público na área onde o imóvel
se localiza, e computar expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios.

Comentários

Item Falso, eis que não se pode computar no cálculo da indenização a expectativa
de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios (parágrafo 2º, artigo 8º).

CESPE – MPE/MT – Promotor - 2005


O Estatuto da Cidade prevê diversos instrumentos para o cumprimento da política
urbana, entre os quais a desapropriação do imóvel que não obedecer a essa política;
para a decretação dessa medida, contudo, é requisito, entre outros, a prévia
submissão do imóvel à cobrança do imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana com caráter progressivo.

Comentários

Item Verdadeiro, conforme estudado na sequencia da determinação para


parcelamento do solo urbano.

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DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

CESPE – SUFRAMA – Engenheiro Ambiental - 2014


No que se refere ao Estatuto da Cidade, que regula a desapropriação para fins
urbanos, julgue o item subsequente.

I. Na desapropriação para fins de reforma urbana, o pagamento da indenização


deve ser realizado por meio de títulos da dívida pública, resgatáveis em um
prazo de dez anos.

II. Para o cálculo do valor real de desapropriação para fins de reforma urbana,
deverão ser consideradas as expectativas de ganho, os lucros cessantes e os
juros compensatórios.

III. O Estatuto da Cidade obriga o poder público a dar destinação adequada ao


imóvel após a desapropriação, sob pena de, se tal não ocorrer, o prefeito e
os demais agentes públicos envolvidos incorrerem em improbidade
administrativa e, por isso, sujeitarem-se a sanções que podem ocasionar a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário.
Comentários

Item I – Verdadeiro, conforme artigo 8º, caput e parágrafo 1º.

Item II – Falso, conforme parágrafo 2º, do artigo 8º.

Item III – Verdadeiro. Trata-se da expressa disposição do artigo 52, II, do Estatuto
das Cidades.

e) Da usucapião especial de imóvel urbano

O artigo 183, da Constituição Federal institui uma espécie de usucapião de


imóvel urbano, denominado pela doutrina de usucapião pró-moradia, em favor
de quem possuir como sua por cinco anos ininterruptos e sem oposição, área de
até 250m². Todavia, o possuidor não pode ser proprietário de outro imóvel
urbano ou rural e deve utilizar o referido bem para sua moradia ou de sua família.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

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DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à


mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Tal direito não será reconhecido mais de uma vez ao mesmo possuidor e,
naturalmente, não se aplica aos imóveis públicos. Trata-se de forma de aquisição
originária de propriedade e (DA SILVA, 2015, pg. 58):

uma vez satisfeitos os requisitos previstos, a propriedade é adquirida com o decurso


do tempo referido, podendo o interessado requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, que servirá de título para a matrícula no Registro Imobiliário.

Este dispositivo é regulado pelos artigos 9 a 14 do Estatuto das Cidades. O


caput do artigo 9, bem como os parágrafos 1º e 2º são praticamente reproduções
do texto constitucional:

Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.

Já o parágrafo 3º estabelece que o herdeiro legítimo continua, de pleno


direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da
abertura da sucessão.

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


O usucapião especial de imóvel urbano é um instrumento de regularização fundiária
estabelecido em lei. Segundo esse dispositivo, aquele que possuir, como sua, área
ou edificação urbana de até 250 m2, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

CESPE – CAIXA – Arquiteto – 2006


Aquele que possuir área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural, sendo que a esse instrumento
denomina-se a usucapião especial de imóvel urbano.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

CESPE – ABIN – Oficial Técnico - 2010


Chefe de família que ocupe imóvel com área urbana de 250 m2, ininterruptamente,
para sua moradia ou de sua família, sem oposição por seis anos, pode adquirir o
imóvel ocupado, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Comentários

Itens Verdadeiros, dada a previsão do caput do artigo 9º.

CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo - 2014

A usucapião especial de imóvel urbano se aplica apenas a imóveis públicos, e a


concessão de uso especial para fins de moradia se aplica a imóveis privados.

Comentários

Item Falso, dada a previsão expressa do artigo 183, parágrafo 3º, da CF:

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Além disso, o artigo 10, do Estatuto das Cidades, previu a hipótese de


usucapião especial urbana coletiva. Conforme o texto legal:

Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados,
ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos
ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente,
desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

Os requisitos, portanto, são:

a) Área superior a 250 m²;

b) Ocupada por população de baixa renda para sua moradia;

c) Por cinco anos ininterruptamente e sem oposição;

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

d) Não pode ser possível identificar os terrenos ocupados por cada


possuidor;

e) Não podem os possuidores ter outros imóveis urbanos ou rurais;

Poderá o possuidor contar o prazo acrescentando a sua posse a de seu


antecessor, contanto que ambas sejam contínuas (parágrafo 1º).
Nesta hipótese poderá ser concedida a usucapião especial coletiva,
mediante declaração judicial que servirá de título para registro no cartório de
imóveis (parágrafo 2º).
Ressalte-se que:

§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada


possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um
ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos,
estabelecendo frações ideais diferenciadas.

E quais as regras deste condomínio?

São regras deste condomínio especial os parágrafos 4º e 5º, do artigo 10º,


do Estatuto das Cidades. Trata-se de condomínio indivisível e que não pode ser
extinto, a não ser por deliberação de dois terços dos condôminos em hipótese de
urbanização posterior à constituição do condomínio.
Além disso, as deliberações do condomínio especial são tomadas por
maioria dos presentes, obrigando a todos os demais (discordantes e ausentes).

§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção,


salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos,
no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.

§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão


tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os
demais, discordantes ou ausentes.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


I. O Estatuto da Cidade possibilitou o usucapião coletivo de áreas acima de 250
m2 ocupadas pela população de baixa renda, em regime de composse, para
moradia, durante o prazo, ininterrupto e sem oposição, de cinco anos. No
entanto, o possuidor não pode, para o fim de contar o prazo exigido,
acrescentar sua posse à de seu antecessor, mesmo que ambas sejam
contínuas.

II. A regularização fundiária das áreas urbanas ocupadas por populações de


baixa renda, que visa à incorporação na "cidade legal", foi a razão da previsão
do usucapião urbano coletivo como instrumento de regularização fundiária
no Estatuto da Cidade. Somente as áreas urbanas particulares com mais de
250 m2 ocupadas por população de baixa renda são passíveis de serem
adquiridas pelo usucapião urbano coletivo. Em se tratando de área urbana
ocupada por população de renda média ou alta, não é cabível o usucapião
urbano coletivo.
Comentários

Item I, falso, eis que o possuidor poderá acrescentar à sua posse a de seu
antecessor, nos termos do 10º, parágrafo 1º.

Item II, verdadeiro, dada a disposição do artigo 10, caput.

CESPE – MPU – Analista - 2010


O Estatuto da Cidade, Lei n. 10.257/2000, ao regulamentar os artigos n.º 182 e n.º
183 da Constituição Federal, estabelece as diretrizes gerais da política urbana,
constituindo-se em um importante instrumento para a realização do direito humano
à moradia. Com base nesse estatuto, julgue o seguinte item.
O usucapião coletivo, como instrumento de política urbana em favor da população
de baixa renda, torna possível não apenas a regularização fundiária das favelas
urbanas brasileiras, mas também a sua urbanização.

O condomínio especial urbano do Estatuto da Cidade difere do condomínio


tradicional do Código Civil por não estar sujeito à extinção, salvo deliberação
favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução
de projeto de urbanização posterior à constituição do condomínio.
Comentários
Ambos os itens estão verdadeiros.
O Item I trata da realidade do usucapião especial urbano.
Já o item II está previsto no parágrafo 4º, do artigo 10.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

CESPE – TRT 8ª Região – Analista – 2013 - ADAPTADA


O Estatuto da Cidade foi bastante inovador ao propor a criação de uma nova
modalidade de usucapião, o coletivo. Um dos requisitos para efetivar o usucapião
coletivo é que
a) a posse da área pleiteada seja ininterrupta pelo prazo superior a dez anos.
b) o usucapiente more efetivamente no local, sozinho ou com a família.
c) a área ocupada pelas pessoas tenha mais de cento e cinquenta metros
quadrados.
d) a área seja ocupada por população de média e de baixa renda.
Comentários
Alternativa correta, letra B, conforme artigo 10, do Estatuto das Cidades. Os
demais itens estão falsos com base no caput do artigo 10 e seus parágrafos:

Letra A (prazo de cinco anos);

Letra C (área superior a 250m²);

Letra D (área ocupada por população de baixa renda);

Os artigos 11 a 14 estabelecem questões processuais quanto ao


procedimento da usucapião especial urbana.
De acordo com o artigo 11, proposta a usucapião especial urbana, devem
ser sobrestadas quaisquer outras ações petitórias ou possessórias quanto ao
imóvel em discussão.

Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas


quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas
relativamente ao imóvel usucapiendo.

Quem é parte legítima para propor a usucapião?

De acordo com o artigo 12:

Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial
urbana:
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;
II – os possuidores, em estado de composse;
III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade,
regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente
autorizada pelos representados.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

E o pagamento das custas?

De acordo com o parágrafo 2º, doa artigo 12:

§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária


gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.

Ademais, a usucapião especial urbana pode ser alegada como matéria de


defesa, servindo a sentença como título para registro no cartório de imóveis. E,
além disso, o rito processual será o sumário:

Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria
de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no
cartório de registro de imóveis.
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual
a ser observado é o sumário.

É necessária a intervenção do Ministério Público?

Sim. Esta a disposição do parágrafo 1º, do artigo 12:

§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério


Público.

Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – MPU - Analista - 2010


O Estatuto da Cidade, Lei n. 10.257/2000, ao regulamentar os artigos n.º 182 e n.º
183 da Constituição Federal, estabelece as diretrizes gerais da política urbana,
constituindo-se em um importante instrumento para a realização do direito humano
à moradia. Com base nesse estatuto, julgue o seguinte item.
É obrigatória a intervenção do Ministério Público em ação de usucapião especial
urbana de áreas públicas com extensão superior a 500 m2.
Comentários

Este item está falso, eis que inexiste a possibilidade de usucapião de imóveis
públicos (artigo 183, parágrafo 3º, da Constituição Federal).

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

f) Da concessão de uso especial para fins de


moradia

Os artigos 15 a 20 que iriam dispor sobre este tema no Estatuto das Cidades
foram todos vetados.

g) Do direito de superfície

O direito de superfície está previsto nos artigos 21 a 24 do Estatuto das


Cidades. Para José dos Santos Carvalho Filho, a natureza jurídica deste direito é
de direito real (2013, pg. 198) consistente no direito que recebe um terceiro de
utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno.
O proprietário, então, mediante escritura pública registrada no cartório
de imóveis concede a outrem o direito de superfície por prazo
determinado ou indeterminado, de forma gratuita ou onerosa.
Eis o texto legal:

Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do


seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública
registrada no cartório de registro de imóveis.
§ 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo
ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato
respectivo, atendida a legislação urbanística.
§ 2o A concessão do direito de superfície poderá ser gratuita ou onerosa.

Como este ponto já foi cobrado pela CONSULPLAN em provas?

CONSULPLAN - Advogado (TERRACAP) - 2014


Sobre os instrumentos da política urbana previstos na Lei nº 10.257, de 10
de julho de 2001 – Estatuto da Cidade –, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Lei municipal específica, baseada no plano diretor, poderá delimitar área
para aplicação de operações consorciadas.
b) O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência
para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre
particulares.

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

c) O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o espaço aéreo


relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, mas não
o subsolo.
d) Decorridos 5 anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário
tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o
Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em
títulos da dívida pública.
e) Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização de compulsórios do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as
condições e os prazos para implementação da referida obrigação.
Comentários
Gabarito: letra C.
Uma questão onde o conhecimento da lei seca é indispensável. A questão
pede para que o candidato identifique a alternativa incorreta e a alternativa de
letra C contraria o artigo 21, §1º, já que o subsolo também é abrangido pelo
direito de superfície.

E quem deverá responder pelos tributos incidentes sobre o


imóvel?

De acordo com o parágrafo 3º, o superficiário deverá responder


integralmente pelos encargos e tributos incidentes sobre a propriedade
superficiária.
E, atenção, responderá o superficiário proporcionalmente pelos tributos
relativos à parcela de ocupação efetiva do terreno, salvo disposição em contrário
do contrato.

§ 3o O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que


incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à
sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da
concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato
respectivo.

Para José dos Santos Carvalho Filho, tal responsabilidade se justifica pelo
fato de que o dono do solo não aufere qualquer proveito pelo uso do terreno,
sendo titular apenas da nua propriedade (2013, pg. 203)

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Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

Como funciona a transmissão do direito de superfície?

Os parágrafos 4º e 5º do artigo 21 estabelecem que o direito pode ser


transferido a terceiros, desde que obedecido os termos do contrato. Além disso,
em caso de morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se aos seus
herdeiros.

§ 4o O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos


do contrato respectivo.
§ 5o Por morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se a seus herdeiros.

Já em caso de alienação do terreno pelo proprietário ou em caso de


alienação do direito de superfície, o superficiário e o proprietário terão,
respectivamente, direito de preferência, em igualdade de condições com a oferta
de terceiros.

Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário


e o proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de
condições à oferta de terceiros.

Como este ponto já foi cobrado em prova?

CESPE – CAIXA – Arquiteto – 2006


Com o Estatuto da Cidade a qualidade da vida urbana no Brasil vai melhorar? Não
necessariamente. Embora sejam ferramentas importantes, não é apenas por falta
de instrumentos legais que não se implementa uma política urbana socialmente
justa. Ao lado das variáveis políticas (de nada adiantam instrumentos postos à
disposição de lideranças políticas que não pretendam utilizá-los), deve-se
considerar os aspectos orçamentários do financiamento das cidades. E, nesse
campo, não bastam as soluções estritamente urbanísticas, físicas. É preciso
encontrar mecanismos de sustentabilidade econômica e social das cidades
brasileiras.
IA partir do texto acima, escrito por José Roberto Bassul Campos, julgue o item que
se segue, relativo ao planejamento urbano e a seus instrumentos segundo o
Estatuto da Cidade.
O proprietário urbano poderá conceder a outrem, de forma gratuita ou onerosa, o
direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado,
mediante escritura pública registrada em cartório de registro de imóveis, e ainda,
o direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço
aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a
legislação urbanística.

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Teoria e Questões
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Comentários
Item Verdadeiro.

Esta a disposição do artigo 21, caput, parágrafos 1º e 2º, do Estatuto das Cidades.

Como funciona a extinção do direito de superfície?

Trata-se de matéria regulada pelos artigos 23 e 24, do Estatuto das


Cidades. Extingue-se o direito de superfície pelo advento do termo final do
contrato ou pelo descumprimento de obrigações assumidas em contrato pelo
superficiário.

Art. 23. Extingue-se o direito de superfície:


I – pelo advento do termo;
II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo superficiário.

Além disso, extinto tal direito, o proprietário recuperará o pleno domínio do


terreno e, se as partes não houverem estipulado qualquer valor em contrato, o
proprietário recuperará as acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel,
independente de indenização ao superficiário.
Será extinto também o direito de superfície, mesmo antes do termo final
do contrato, se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a
qual fora concedida.

Art. 24. Extinto o direito de superfície, o proprietário recuperará o pleno domínio


do terreno, bem como das acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel,
independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o
contrário no respectivo contrato.
§ 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o direito de superfície se o
superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida.

Ressalte-se, por fim, que, naturalmente:

§ 2o A extinção do direito de superfície será averbada no cartório de


registro de imóveis.

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h) Do direito de preempção

O direito de preempção, preferência ou prelação diz com o direito garantido


a alguém para a preferência na aquisição de um bem. O Estatuto das Cidades
estabelece o direito de preferência do Município para aquisição de imóveis como
instrumento de política urbana.
De acordo com o artigo 25:

Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.

Mas atenção!
Este direito de preferência não é dado ao Município de forma genérica e
cega para todo e qualquer imóvel na circunscrição da cidade. Em verdade, é
necessária a edição de lei municipal, baseada no plano diretor, que irá delimitar
as áreas onde incidirão o direito de preferência.
Além disso, referida lei deverá delimitar o prazo de vigência do direito,
nunca superior a cinco anos. Acaso passados estes cinco anos e o Município não
tenha exercido o seu direito de preferência, poderá após o decurso de prazo de
um ano, renovar a norma estabelecendo novo prazo de até cinco anos.
Este direito fica assegurado independente da quantidade de alienações que
o imóvel tiver no período estabelecido em lei.

§ 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o


direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos,
renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência.
§ 2o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na
forma do § 1o, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo
imóvel.

Além disso, a lei municipal deverá enquadrar cada área em que deseja o
Município estabelecer o direito de preferência em uma ou mais das finalidades
constantes no artigo 26 (conforme parágrafo único deste dispositivo).
As finalidades do direito de preempção, são, portanto:

Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público
necessitar de áreas para:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

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III – constituição de reserva fundiária;


IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;

Antes de seguirmos, é importante que o aluno perceba que (CARVALHO


FILHO, 2013, pg. 218):

No direito urbanístico, a titularidade do direito de preempção pertence a um sujeito


público: o Município. Este é o preemptor ou preferente. Acrescente-se que o ente
municipal é a única pessoa de direito público a quem foi outorgado o direito.

E acaso o proprietário deseje alienar o imóvel, qual procedimento


deverá adotar?

Trata-se da disposição do artigo 27 que estabelece a necessidade do


proprietário notificar a municipalidade sua intenção de alienar o imóvel, para que
o Município no prazo de trinta dias manifeste por escrito o seu interesse em
comprar o imóvel.
Esta notificação deverá conter o preço e condições ofertados pelo terceiro
interessado na aquisição do imóvel, eis que o Município poderá adquiri-lo em
igualdade de condições.

Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que
o Município, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse
em comprá-lo.
§ 1o À notificação mencionada no caput será anexada proposta de compra assinada
por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições
de pagamento e prazo de validade.

Recebida a notificação, qual o procedimento a ser adotado pelo


Município?

De acordo com o parágrafo 2º:

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§ 2o O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos um jornal


local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação
recebida nos termos do caput e da intenção de aquisição do imóvel nas
condições da proposta apresentada.

Transcorrido o prazo de 30 dias sem manifestação do Município, poderá o


proprietário alienar o imóvel a terceiros nas condições da proposta apresentada.
E, uma vez concretizada a venda, deverá o proprietário apresentar ao Município,
no prazo de 30 dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.

§ 3o Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifestação, fica o


proprietário autorizado a realizar a alienação para terceiros, nas condições da
proposta apresentada.
§ 4o Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a apresentar ao
Município, no prazo de trinta dias, cópia do instrumento público de alienação do
imóvel.

Mas professor, e se o particular alienar o imóvel desobedecendo


aos trâmites desta lei?

Neste caso, a alienação será nula de pleno direito e o Município poderá


exercer o direito de adquirir o imóvel pela proposta oferecida pelos terceiros ou
pelo valor que consta como base para o IPTU. Naturalmente, poderá o Município
optar pelo menor valor dentre estes.

§ 5o A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é nula


de pleno direito.
§ 6o Ocorrida a hipótese prevista no § 5o o Município poderá adquirir o imóvel pelo
valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada,
se este for inferior àquele.

CESPE – CAIXA – Arquiteto – 2006


Direito de preempção é o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo
Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários
permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar, em uma área,
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental.
Comentários

Item Falso, eis que estabelece uma definição absolutamente esdrúxula para o
direito de preempção que consiste no direito de preferência na aquisição de um
bem imóvel pelo Município.

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DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo - 2014


Com relação às diretrizes gerais da política urbana estabelecidas pelo Estatuto da
Cidade, julgue o item seguinte.

Caso necessite de áreas para constituir reservas fundiárias, o poder público poderá
exercer o direito de preempção.

CESPE – MPOG – Analista - 2012


Com base no Estatuto da Cidade, que estabelece as diretrizes gerais da política
urbana, julgue o item subsequente.
O direito de preempção é exercido pelo poder público em decorrência da
constatação de necessidade de área para constituição de reserva fundiária.
Comentários
Itens Verdadeiros, conforme o artigo 26, inciso III, do Estatuto das Cidades.

CESPE – MPOG – Analista - 2012


Se, em um projeto de determinado município, for necessária a utilização de
equipamentos em áreas rurais e urbanas, o direito de preempção poderá ser
exercido com base no Estatuto da Cidade.
Comentários
Item Falso.
Isto porque o caput do artigo 25 é claro ao estabelece o direito de preempção
apenas aos imóveis urbanos.

CESPE – ABIN – Oficial Técnico - 2010


De acordo com a Lei n.o 10.257/2001, o direito de preempção do poder público
para aquisição de imóvel urbano, objeto de alienação onerosa entre particulares,
deve ser regulamentado por lei municipal que delimite as áreas sujeitas a esse
direito e fixe seu prazo de vigência.
Comentários

Item Verdadeiro, conforme parágrafo 1º, do artigo 25.

CESPE – MPU - Analista - 2010


Cabe ao município, com base no plano diretor, delimitar, por meio de instrumento
de lei, as áreas em que incidirá o direito de preempção, cujo prazo de vigência deve
ser superior a dez anos.
Comentários
Item Falso.

Como vimos no artigo 25, parágrafo 1º, o prazo será nunca superior a cinco anos.

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DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo - 2002


O direito de preempção visa conferir ao poder público estadual preferência para
adquirir imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. O objetivo
dessa limitação à livre disponibilidade do imóvel urbano pelo proprietário
fundamenta-se na função social da propriedade e na atribuição do poder público
estadual de condicionar o exercício desse direito individual à política urbana.
Comentários

Item Falso, eis que o direito de preempção não é conferido o poder público estadual,
mas ao Município.

4 – Bibliografia

DA SILVA, José Afonso. DIREITO URBANÍSTICO BRASILEIRO. 7ª Edição. São


Paulo: Malheiros Editores, 2015.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. COMENTÁRIOS AO ESTATUTO DA


CIDADE. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2013.

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DIREITO URBANÍSTICO P/ CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Teoria e Questões
Aula 01 – Prof. Igor Maciel

5 – Questões Objetivas

5.1 - Questões Objetivas sem Comentários

Questão 01 - CESPE - Procurador do Município de Salvador -


2015
Com relação ao regime constitucional de uso e ocupação do solo, assinale a opção
correta.
a) O plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana, é instituído mediante decreto do Poder Executivo.
b) O plano diretor é o instrumento de ordenamento territorial da área urbana e
rural do município.
c) A competência para legislar sobre direito urbanístico é da União, dos estados e
do DF.
d) A CF admite a usucapião de imóvel público por usucapião extraordinária com
base na função social da propriedade, desde que comprovado relevante interesse
social.
e) A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende ao princípio da
livre concorrência.

Questão 02 - CESPE - Juiz Estadual (TJ PA) - 2012


Considerando que o município A, com 30.000 habitantes e sem plano diretor, decida
utilizar instrumentos de política urbana previstos no Estatuto da Cidade ao detectar
que diversos imóveis localizados em seu perímetro urbano não são utilizados, o que
configura claro desrespeito à função social de propriedade, assinale a opção correta,
com base no que dispõem a CF e o Estatuto da Cidade.
a) O Estatuto da Cidade não prevê instrumentos que auxiliem a melhoria da
qualidade de vida urbana, razão por que deve o município, ao elaborar o seu plano
diretor, incluir um item específico a esse respeito.
b) O referido município deve elaborar plano diretor.
c) O plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento urbano, deve
ser revisto a cada vinte anos.
d) A edificação compulsória poderá ser determinada pelo município imediatamente.
e) Poderá ser determinado o parcelamento do solo urbano subutilizado,
independentemente de notificação do proprietário pelo Poder Executivo municipal.

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Teoria e Questões
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Questão 03 - CESPE - Juiz Estadual (TJ CE) - 2012


Assinale a opção correta acerca das diretrizes, competências e instrumentos
relacionados ao uso da propriedade urbana, conforme previsto na CF e no Estatuto
da Cidade (Lei n.º 10.257/2001).
a) Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana,
promover, por iniciativa própria e em conjunto com os estados, o DF e os
municípios, programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.
b) São diretrizes da política urbana, entre outras, a oferta de condições para que
os agentes públicos promovam, de modo prioritário e com prerrogativas que não
se aplicam aos agentes privados, empreendimentos e atividades relativas ao
processo de urbanização.
c) Quem possuir, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, área urbana
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, como sua, utilizando-a para
moradia de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, mesmo sendo proprietário de
outro imóvel rural, direito não assegurado ao possuidor de imóvel urbano.
d) O Estatuto da Cidade não admite que a concessão de direito real de uso de
imóveis públicos, nos casos de programas habitacionais de interesse social
desenvolvidos por órgãos da administração pública, seja contratada de forma
coletiva, permitindo apenas a contratação em caráter individual ou por casal com
união judicialmente reconhecida.
e) De acordo com a CF, a propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências de ordenação da cidade previstas no Código de Posturas e nas
normas municipais sobre edificação e ocupação do solo.

Questão 04 - CESPE - Defensor Público do Estado do


Piauí/2009

Quanto aos instrumentos de indução do desenvolvimento urbano e direito à


moradia, assinale a opção correta.
a) Lei municipal específica poderá determinar o parcelamento compulsório do solo
urbano não edificado. Entretanto, é vedado ao poder público realizar a notificação
da obrigação por edital.
b) A notificação do Poder Executivo municipal para edificação do solo urbano não
utilizado, dispensa a averbação no cartório de registro de imóveis.
c) O prazo de uma utilização compulsória do solo urbano não edificado é de, no
mínimo, 3 anos.
d) Se uma lei municipal determinar a edificação compulsória do solo urbano em
determinado imóvel, caso ele venha a ser transmitido por ato inter vivos, as
obrigações de edificação não se transferem.
e) No âmbito do planejamento municipal, o plano diretor, o zoneamento ambiental
e a gestão orçamentária participativa figuram como instrumentos da política
urbana.

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Questão 05 - CESPE - Analista Judiciário (TJ CE) - 2014


Conforme o Estatuto das Cidades, a política urbana tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana,
mediante a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar
a) a proximidade de usos incompatíveis, mas não inconvenientes.
b) o parcelamento do solo, as edificações excessivas e a subutilização da
infraestrutura urbana.
c) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam inibir os polos
geradores de tráfego.
d) a retenção especulativa de imóvel urbano e que resulte na sua valorização
excessiva.
e) a utilização inadequada dos imóveis urbanos.

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5.2 – Gabaritos

1 D 4 E

2 B 5 E

3 A

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6 - Considerações Finais

Chegamos ao final de mais uma aula. Espero que vocês tenham gostado.

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