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O Onzeneiro (Usurário)

1- Adereços/símbolos cénicos que o caracterizam:


- bolsão: representa a ambição, o apego ao dinheiro, a usura (materialismo)

2- Personagem tipo: representa a burguesia

3- Argumentos de defesa:
- Ter morrido sem esperar
- Não ter tido tempo de “apanhar” mais dinheiro (esta queixa mostra que
para esta personagem o dinheiro era importante)
- Jura ter o bolsão vazio
- Precisa de ir à Terra para ir buscar mais dinheiro (para comprar o Paraíso)

4- Argumentos de acusação:
- Anjo: acusa-o de levar um bolsão cheio de dinheiro e o coração cheio de
pecados, cheio de amor pelo dinheiro
- ser avarento

5- A movimentação da personagem em cena:


Cais - Barca do Inferno - Barca da Glória - Barca do Inferno - Embarca

6- Crítica/objectivo de Gil Vicente nesta cena:


- críticar a ganância, avareza, materialismo, exploração dos outros, sublinhar
a inutilidade do dinheiro no cais

7- Recursos de estilo:
Cómico:
Situação: quando jurou que levava o bolsão sem dinheiro
Ironia: “Oh! que gentil recear,”
Eufemismo: “Pera onde tu hás-de ir.”
Metáfora/eufemismo: “Na safra do apanhar me deu Saturno quebranto.

8- Outras notas:
“Oh! Que má-hora venhais,/ onzeneiro, meu parente!”:
- o Diabo revela, com este tratamento, que Onzeneiro tem semelhanças com ele, é como se fossem
membros da mesma família
- o Diabo sempre o ajudou a fazer o mal, a enganar os outros, agora os papéis invertem-se: é a vez
de o Onzeneiro ajudar o Diabo

O Onzeneiro é condenado pelo Anjo ao Inferno porque:


- Leva o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro.

O Onzeneiro interpreta a recusa do Anjo:


- por não ter dinheiro não pode entrar no Paraíso
- pensa que com o dinheiro pode comprar tudo e resolver tudo

9- Desenlace: - Inferno
ac-nunes@

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