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Símbolos cénicos
Corregedor
Procurador
Resumo da Cena
Esta cena forma um amplo quadro de justiça humana, que Gil Vicente opõe à justiça
divina.
Ambos dialogam com o Diabo em latim deturpado, que tem função cómica e
caracterizadora. A principal acusação que o Diabo lança ao Corregedor é a de não ter
sido imparcial nas suas sentenças, deixando-se corromper por dádivas recebidas até de
Judeus. O principal argumento de defesa dos dois é a sua posição social,
argumentando também com o facto de dizerem que agiram sempre segundo a Justiça
e quando o Diabo acusa o Corregedor de aceitar subornos, este desculpa-se com a sua
esposa, afirmando que ele não tinha nada a ver com isso.
Gil Vicente também foca a confissão das almas, pouco antes de falecerem: o
Corregedor confessou-se, mas ocultou todos os seus pecados e o Procurador, nem
sequer se confessou. Esta cena denuncia a prática fraudulenta da Justiça, denunciando
a corrupção, o oportunismo e a parcialidade.
Ambos são condenados ao Inferno e no fim o Corregedor fala com Brízida Vaz
(Alcoviteira), pois conhece-a dos problemas com a justiça.