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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

Centro de Ciências e Tecnologia


Curso de Engenharia Civil
Laboratório de Mecânica dos Solos

RELATÓRIO DE ENSAIOS DE SOLOS E


INSTRUMENTAÇÃO

JOSÉ IGOR NORONHA SOUSA

KLINSMANN RABELO BEZERRA

MATEUS FLORENCIO SOUS

Conteúdo: RELATÓRIO TÉCNICO REFERENTE AO ENSAIO


LABORATORIAL ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR).

REVISÃO 00/2019/JKM – REVISÃO 00 (18/11/2019)

Cliente:

Prof. Dr. João Barbosa de Souza Neto

Juazeiro do Norte – CE,


18 de Novembro de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI
Centro de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
Laboratório de Mecânica dos Solos

José Igor Noronha Sousa, Matrícula: 405398


Klinsmann Bezerra Rabelo, Matrícula: 405401
Mateus Florencio Sousa, Matrícula: 405404

Relatório referente ao ensaio de Índice de


Suporte Califórnia (CBR), realizado no Laboratório
de Solos da Universidade Federal do Cariri (UFCA),
elaborado como critério para a obtenção de nota
parcial para a segunda avalição da disciplina de
Ensaios de Solos e Instrumentação.

Prof. Dr. João Barbosa de Souza Neto

Juazeiro do Norte – CE,


18 de Novembro de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI
Centro de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
Laboratório de Mecânica dos Solos

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5

2. DESCRIÇÃO DO ENSAIO....................................................................... 5

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 7

3.1.Expansão ................................................................................................. 7

3.2.Índice Suporte Califórnia (CBR) ............................................................... 8

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 11

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 12
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI
Centro de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
Laboratório de Mecânica dos Solos

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dados do ensaio de expansão ......................................................... 7


Quadro 2: Dados do cilindro de moldagem do corpo de prova ......................... 8
Quadro 3: Dados do ensaio de penetração ...................................................... 9
Quadro 4: Dados do ISC ................................................................................ 10
1. INTRODUÇÃO

É sabido que para qualquer tipo de fundação, o solo deverá oferecer condições
favoráveis e seguras à sustentação da obra que será posta sobre ele, para isso faz-se
necessária à sua compactação, a fim de se proporcionar a diminuição dos vazios pela
expulsão do ar a partir da aplicação de pressão, promovendo uma diminuição da
permeabilidade, aumento do peso específico aparente e consequente aumento da
capacidade de suporte. Para se obter índices relacionados à qualidade e capacidade de
suporte do solo compactado, faz-se necessária a realização do ensaio CBR, que fornece
dados referentes à resistência à penetração no solo e obtenção de índices de expansão
ou retração no solo saturado compactado previamente em sua umidade ótima.

O presente relatório foi elaborado seguindo os procedimentos de ensaios de


laboratório descritos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NBR
9895/2017 Solo - Índice de suporte Califórnia (ISC) - Método de ensaio e traz
resultados do ensaio CBR realizado no Laboratório da Universidade Federal do Cariri a
pedido do cliente como critério para análise do solo que servirá de base para uma obra
de pavimentação.

2. DESCRIÇÃO DO ENSAIO

O ensaio de CBR é comumente relacionado como sendo um dos maiores


associados no que diz respeito tanto à qualidade quanto à economia de um piso
industrial. Entretanto, ainda há projetistas que não propõe essa análise, colocando em
risco a qualidade do piso que consequentemente pode sofrer com fissuras, recalques e
até mesmo com uma vida útil menor do que foi projetada. Isso é um problema inerente
à muitas construtoras, pois embora o ensaio seja de baixo custo em relação ao valor
total da obra e que o tempo necessário para análise de dados possam ser esperados,
muitos consideram tal estudo como irrelevantes.

O ensaio de índice de suporte Califórnia (CBR), tem como finalidade medir a


resistência a penetração de um solo saturado, consequentemente compactado de
acordo com o método Proctor e mediante uma energia necessária para tal situação.
Nesse procedimento deve ser observado os valores das pressões aplicadas
correspondestes às penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm no corpo de prova analisado
para posterior comparação com as pressões exercidas em uma amostra de pedra
britada, valores esses padronizados como sendo 6,90 e 10,35 Mpa para as penetrações
apresentadas respectivamente. Diante desse contexto, o CBR é definido como sendo a

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maior percentagem observada da relação entre cada uma das pressões observadas e
suas respectivas pressões padrões, Equação (1):

𝑃𝑅𝐸𝑆𝑆Ã𝑂 𝐶𝐴𝐿𝐶𝑈𝐿𝐴𝐷𝐴 𝑂𝑈 𝐶𝑂𝑅𝑅𝐼𝐺𝐼𝐷𝐴


CBR(%)= *100
𝑃𝑅𝐸𝑆Ã𝑂 𝑃𝐴𝐷𝑅Ã𝑂

(1)

O ensaio de CBR foi realizado de acordo com a NBR 9895: Solo – Determinação
do Índice de Suporte Califórnia utilizando amostras não trabalhadas, ABNT 2016. É
indispensável comentar que todos os passos foram tomados obedecendo a sequência
lógica proposta pela norma, sempre com cautela e precisão, de modo a evitar qualquer
problema e erro no processo. Diante disso, o ensaio teve início com a observação da
curva de compactação do solo estudado, curva esta obtida por meio do ensaio de
Proctor realizado com a energia normal em um momento anterior. Dessa forma, foi
observado o valor da umidade ótima, e está foi utilizada como base para a realização
do ensaio de CBR. Assim, foi realizado a compactação do solo analisado, também na
energia normal, em um cilindro grande no qual foi aplicado 12 golpes em cada uma das
5 camadas obtidas por meio de uma amostra homogeneizada na umidade supracitada.
Feito isto, no espaço deixado pelo disco espaçador é colocado um prato com haste
perfurado e sobre este um disco anelar de aço que é dividido em duas partes. Sobre a
haste referida é colocado também a haste do relógio, que consequentemente é fixado
no porta extensômetro e é apto a fornecer valores de expansão. Logo em seguida foi
feito a medida inicial no extensômetro como também a acomodação do conjunto em um
reservatório, que garantiu a submersão do solo.

O conjunto permaneceu no reservatório por 4 dias, de modo a sempre


permanecer submerso e serem observadas as medidas nos extensômetros sempre a
cada 24 horas, contadas após a submersão. Ao ser realizada tal etapa, o conjunto foi
retirado do reservatório e deixado a realizar o escoamento da água (drenagem), por um
período de aproximadamente 15 minutos. Em seguida foi feito a condução do corpo de
prova à prensa para ser rompido através da penetração do pistão a uma velocidade de
1,27 mm/min. Foram anotadas as leituras para as penetrações de 0,63; 1,27; 1,90; 2,54;
3,17; 3,81; 4,44; 5,08; 6,35; 7,62; 8,89; 10,16; 11,43 e 12,70 mm, de modo a sempre
garantir o tempo necessário para cada penetração. Assim com os valores das pressões
que corresponde as penetrações de 2.54 mm e 5.08 mm e utilizando a Equação (1), foi
possível determinar o valor do ISC.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados foram obtidos avaliando dois aspectos: expansão e o ISC. Logo


em seguida estão dispostos os valores calculados e anotados durante a realização do
ensaio.

3.1. Expansão

Para a análise da expansão foram anotados os valores dispostos no Quadro 1.

Quadro 1: Dados do ensaio de expansão

EXPANSÃO
Tempo Leitura
Data Exp. (%)
(h) Extens.
0 24/09/2019 5,012 0,000
24 25/09/2019 5,108 0,083
48 26/09/2019 5,096 0,072
72 27/09/2019 5,081 0,060
96 30/09/2019 5,109 0,084

A partir destes dados, foi traçado o gráfico de expansão.

Gráfico de Expansão
0,100
0,090
0,080
0,070
Expansão (%)

0,060
0,050
0,040
0,030
0,020
0,010
0,000
5 5,02 5,04 5,06 5,08 5,1 5,12
Leitura do Extensômetro (mm)

Analisando-se os dados, verificou-se um valor de 0,084%.

De acordo com o manual do DNIT de 2006, a classificação dos materiais


empregados no pavimento é dada da seguinte forma:

Os materiais do subleito devem apresentar uma expansão, medida no ensaio


CBR, menor ou igual a 2% e um CBR ≥ 2%.

7
a) Materiais para reforço do subleito, os que apresentam CBR maior que o
do subleito e expansão ≤ 1%.
b) Materiais para sub-base, os que apresentam CBR ≥ 20%, IG = 0 e
expansão ≤ 1%.
c) Materiais para base, os que apresentam CBR ≥ 80% e expansão ≤ 0,5%.
Limite de liquidez ≤ 25% e IP ≤ 6%.

Portanto, de acordo com o manual de pavimentação do DNIT, o solo analisado


é recomendado para a utilização em subleito ou reforço de subleito, dado o seu valor de
expansão de 0,084%.

3.2. Índice Suporte Califórnia (CBR)

É importante destacar os dados anotados referentes ao cilindro, de acordo com


o Quadro 2. Também é válido salientar que a umidade ótima de 11,64% e a densidade
seca máxima de 1,93 g/cm³ obtidas a partir do ensaio de compactação como pode ser
observado a partir do gráfico abaixo foram seguidas durante o ensaio CBR.

Curva de Compactação - Energia Proctor Normal


2,00
Peso Específico Seco γd (g/cm³)

1,90

1,80
y = -0,0094x2 + 0,2204x + 0,6396
R² = 0,9956
1,70

1,60

1,50

1,40
5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00
Umidade (%)

Quadro 2: Dados do cilindro de moldagem do corpo de prova

MOLDAGEM DO CP
Nº do Cilindro 1
M. do cilindro (g) 4736,4
V. do cilindro (cm³) 2105,82
Nº de camadas 5
Nº de golpes por camada 12
M. do soquete (g) -
Esp. Do disco espass. (pol) -

8
K do anel dinamométrico (kgf) 2,02
Altura Inicial (mm) 115,9

Para a análise do CBR, obteve-se as seguintes leituras e cálculos (Quando 3)


de acordo com o procedimento descrito pela ABNT NBR 9885/1987: Solo – Índice
Suporte Califórnia.

Quadro 3: Dados do ensaio de penetração

ENSAIO DE PENETRAÇÃO
Tempo Leitura do Pressão
(min) Extensômetro (mm) (N/mm²)
0,5 0,63 0,0146
1,0 1,27 0,0418
1,5 1,90 0,0659
2,0 2,54 0,0962
2,5 3,17 0,1234
3,0 3,81 0,1516
3,5 4,44 0,1767
4,0 5,08 0,2039
5,0 6,35 0,2520
6,0 7,62 0,2938
7,0 8,89 0,3335
8,0 10,16 0,3711
9,0 11,43 0,4056
10,0 12,70 0,4380

Após os cálculos serem realizados, torna-se importante a análise do gráfico


(Pressão x Penetração) e verificar se existe algum ponto de inflexão ao longo da curva,
para que se possa corrigir a pressão exercida durante as leituras em 2,54 e 5,08.

9
Gráfico Ensaio CBR
0,50
0,45
0,40
Pressão (N/mm²)
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14
Penetração (N/mm²)

A partir do gráfico, pode-se avaliar que não existe nenhum ponto de inflexão ao
longo do gráfico, tornando inexpressível o procedimento de correção da pressão. A
seguir foram anotados os seguintes valores para o ISC (Quadro 4):

Quadro 4: Dados do ISC

ISC
Penetração Pressão Pressão Corrigida Pressão Padrão ISC (%)
(mm) (MPa) (N/mm²) (N/mm²)
2,54 70 0,10 6,76 1,42
5,08 105 0,20 10,14 2,01

De acordo com o procedimento adotado pela ABNT NBR 9885/1987: Solo –


Índice de Suporte Califórnia, a qual informa que deve-se adotar o maior dos valores
obtidos nas penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm. Portanto, o solo apresentou um ISC
correspondente a 2,01%.

Segundo o manual do DNIT de 2006, a classificação dos materiais empregados


no pavimento é dada da seguinte forma:

Os materiais do subleito devem apresentar uma expansão, medida no ensaio


CBR, menor o igual a 2% e um CBR ≥ 2%.

a) Materiais para reforço do subleito, os que apresentam CBR maior que o


do subleito e expansão ≤ 1%.
b) Materiais para sub-base, os que apresentam CBR ≥ 20%, IG = 0 e
expansão ≤ 1%.

10
c) Materiais para base, os que apresentam CBR ≥ 80% e expansão ≤ 0,5%.
Limite de liquidez ≤ 25% e IP ≤ 6%.

Logo, o solo analisado é recomendado para a utilização em subleito, dado o seu


valor de ISC de 2,01%.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dada a caracterização de um solo Silto-argiloso (A4) pela classificação


HBR e de um solo Areno Silto-Argiloso pela classificação unificada, pode-se
concluir que dadas as características observadas durante o ensaio de Índice
Suporte Califórnia, o material possui um comportamento ideal para ser utilizado
como componente para subleito, que é a camada final da terraplanagem,
camada esta que deve apresentar certa regularização para receber as próximas
bases. Segundo a DNIT 137/2010, a regularização do subleito deve ser feita com
o próprio solo, apresentando expansão menor ou igual a 2%, e com índice de
suporte Califórnia (CBR) e compactação determinados pelas normas do DNER
49/94 e DNER 129/94, respectivamente. Portanto, conclui-se que o solo
estudado atende bem às especificações básicas para ser utilizado em obras de
infraestrutura viária.

A Universidade Federal do Cariri agradece a preferência e estaremos


à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

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5. REFERÊNCIAS

ABNT NBR 9885: Solo – Índice de Suporte Califórnia. ABNT. 1987

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em 16


Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 247 p.

DNIT IPR – 719: Manual de Pavimentação. DNIT. 2006.

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