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Disciplina: Bioindicadores

Curso: Ciências Biológicas - Licenciatura


Acadêmica: Ana Flávia Tractz da Luz
Professora: Ana Lúcia Suriani

Decreto 6.514 de 2008

Fazendo a leitura do documento, nota-se imediatamente como este é completo e apresenta


sanções bem onerosas aos praticantes de crimes ambientais. No entanto, o que se vê na prática é um
descaso e o acobertamento dos ditos crimes, não recebendo os culpados a punição merecida e
garantida por lei.
Em se tratando do decreto em si, uma seção que me chamou atenção foi a denominada
“Conversão de Multa Simples em Serviços de Preservação, Melhoria e Recuperação da Qualidade do
Meio Ambiente”, pois apresenta a opção de transformar um criminoso ambiental em um cidadão
contribuinte para a melhoria do ambiente que ele mesmo ajudou a danificar. Nesse sentido, pode-se
pensar nessa conversão como um serviço comunitário, que traz mudança efetiva ao invés de apenas
cobrar uma multa que teria pouco ou nenhum efeito nos cofres do culpado.
Outra passagem que chama atenção é o Art. 61 que estabelece “Causar poluição de qualquer
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade: Multa de R$
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais)”, sendo que, na realidade,
muitos casos de poluição são ignorados em prol das instituições que cometeram a infração. Pode-se
citar, por exemplo, a questão dos agrotóxicos poluentes dos corpos d’água, já que na própria cidade
de Guarapuava foram encontrados 27 agrotóxicos na água consumida pelos moradores sem que uma
só pessoa fosse penalizada. A poluição atmosférica é outro exemplo de como, apesar da lei existir,
essa só se aplica a alguns, pois nota-se cada vez mais o nível de poluição nos grandes centros
urbanos sem que haja a devida fiscalização e punição dos envolvidos.
Sendo assim, mesmo citando apenas algumas passagens do decreto, nota-se que, como tantas
outras leis brasileiras, ele é muito eficiente em sua teoria, mas carece de aplicação mais efetiva, com
fiscalização rígida e penalização dos culpados independentemente de seu poder político. É claro que
o ideal seria que todos tivessem a percepção de que preservar o meio ambiente é a única maneira de
assegurar a sobrevivência e qualidade de vida humanas, mas não se pode contar apenas com isso.
Nesse sentido, percebe-se a necessidade de cobrar dos governantes a aplicação devida das sanções
ambientais, assegurando a preservação do meio ambiente ao utilizar o medo da punição.

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