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Disciplina: Direito Ambiental

Período: VII
Docente: ERICA CRISTINA CLAUDINO DE ASSUNCAO
Acadêmico: Marília Wermuth Lopes

TED
Em 28 de fevereiro de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma decisão a favor da
constitucionalidade da maioria dos artigos do Código Florestal, uma lei sancionada em 2012 para estabelecer
diretrizes sobre a proteção e exploração de áreas de preservação ambiental em todo o país. No entanto, essa
decisão foi vista com preocupação por parte dos ambientalistas, que argumentaram que a lei poderia resultar
na anistia de crimes ambientais.

É importante destacar que a preservação do meio ambiente não é algo prejudicial; pelo contrário, é
fundamental. Devemos mudar a perspectiva que enxerga essa preservação como um obstáculo ao
desenvolvimento econômico. O Código Florestal estabelece requisitos mínimos de preservação para garantir
a qualidade de vida das pessoas e dos proprietários rurais. Isso não deve ser visto como uma obrigação, mas
como uma questão de educação e sabedoria.

O Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, é um marco legal importante para a proteção do


meio ambiente no Brasil. A lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa,
incluindo áreas de preservação permanente (APPs), reservas legais e florestas públicas. O Código
Florestal também prevê sanções administrativas e penais para crimes ambientais.
Quanto ao seu posicionamento frente aos crimes ambientais, o Código Florestal pode ser
considerado um avanço em relação à legislação anterior. A lei amplia a definição de APPs e reserva
legal, tornando mais rigorosa a proteção de áreas essenciais para a conservação da biodiversidade.
Além disso, o Código Florestal prevê penas mais severas para crimes ambientais, incluindo prisão,
multa e perda de bens.
Contudo, o Código Florestal também tem sido criticado por alguns setores da sociedade. Uma
das principais críticas é que a lei flexibiliza as regras para a regularização de propriedades rurais que
descumpriram as normas ambientais. Essa flexibilização foi considerada por alguns como um
incentivo à ilegalidade.
Na prática, a decisão do Supremo Tribunal considerou constitucional a maior parte dos dispositivos
que estavam sob disputa judicial. Como resultado, aproximadamente 40 milhões de hectares no Brasil, que
estavam em desacordo com a lei e, portanto, deveriam ser restaurados com vegetação nativa, foram
dispensados dessa obrigação de recuperação.

É importante ressaltar que esses mais de quarenta milhões de hectares de florestas desempenham
um papel crucial na conservação da natureza e dos recursos naturais. Eles contribuem para a preservação da
água, da biodiversidade e para a prestação de diversos outros serviços ecossistêmicos essenciais para a
humanidade, incluindo a regulação do clima.
Consequentemente, a dispensa da obrigação de recuperação representa uma perda significativa para
o meio ambiente, especialmente considerando a importância dessa vasta área para o mundo como um todo.
Além disso, isso pode minar o aspecto educativo da legislação ambiental, uma vez que a impunidade no Brasil
muitas vezes prevalece sobre os direitos das comunidades menos privilegiadas.

Avaliando de forma geral, o Código Florestal é um instrumento importante para a proteção


do meio ambiente no Brasil. No entanto, é preciso avançar na implementação da lei para garantir
sua efetividade na prevenção e punição de crimes ambientais:
Pontos positivos:

 Ampliação da definição de APPs e reserva legal;


 Previsões de sanções mais severas para crimes ambientais;
 Criação de mecanismos para a fiscalização e controle do desmatamento;
 Promoção da educação ambiental.
Pontos negativos:

 Flexibilização das regras para a regularização de propriedades rurais;


 Falta de recursos para a implementação da lei;
 Desconhecimento da lei por parte da população.
Para que o Código Florestal seja um instrumento efetivo na proteção do meio ambiente, é
preciso superar os desafios apontados. Isso requer, entre outras medidas, a intensificação da
fiscalização e controle do desmatamento, a destinação de recursos para a implementação da lei e a
promoção da educação ambiental.

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