Você está na página 1de 184

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana

Por: Ródnei A. Souza


• Mestre em Ensino, História e Filosofia das
Ciências – UFBA
• Formação em Psicanálise, Psicanálise Didata
e Hipnoanalista - CEAPP.
• Licenciado em Química - UNEB.
• Especialista em Ensino a Distância – UNEB
• Especialista em Metodologia e Didática do
Ensino Superior – Fac. São Bento
• Docente da UNEB
• Coordenador Acadêmico, Didata e Docente
do CEAPP
TEORIA PSICANALÍTICA II

I - NEUROSE
Conceito de Neurose
psicopatologia que não se manifesta
por meio de uma ruptura com a
realidade.
incluem fobias, obsessões e
compulsões, alguma depressão e
amnésia.
Existem divergências entre os
psicanalistas sobre a
identificação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


• a hipótese etiológica formulada por Freud sobre as
“neuroses atuais” foi baseada numa lesão tóxica ou no
acúmulo de tensão sexual.
• Para Freud (1905, 1923, 1925), a principal diferença entre
as neuroses atuais e as psiconeuroses podia ser
estabelecida por meio da etiologia: enquanto as primeiras
eram tidas como consequência, por interferência química,
de impedimentos da satisfação sexual na vida atual, as
psiconeuroses eram vistas como consequência, por
intermediação psíquica, de fixações e desvios da libido na
infância
• Caminho para passar das explicações fisiológicas dos
estados psicopatológicos para as explicações psicológicas.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
• [...] os sintomas das neuroses “atuais” – pressão intracraniana,
sensações de dor, estado de irritação em um órgão,
enfraquecimento ou inibição de uma função – não têm nenhum
“sentido”, nenhum significado psíquico. Não só se manifestam
predominantemente no corpo (como, por exemplo, os sintomas
histéricos entre outros), como também constituem eles próprios
processos inteiramente somáticos, em cuja origem estão ausentes
todos os complicados mecanismos mentais que já conhecemos [...]
se, nos sintomas das psiconeuroses, nos familiarizamos com as
manifestações de distúrbios na atuação psíquica da função sexual,
não nos surpreenderemos ao encontrar nas neuroses “atuais” as
conseqüências somáticas diretas desses distúrbios sexuais
(FREUD, 1917/1969: 452).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


• as neuroses narcísicas dificilmente podem ser abordadas mediante
a técnica que nos foi de utilidade nas neuroses de transferência. Em
breve os senhores saberão por quê. Com elas, o que acontece é
que, após avançarmos uma curta distância, deparamos com um
muro que nos força a parar. Nas neuroses de transferência, como
sabem, também nos defrontamos com barreiras da resistência, mas
conseguimos demoli-las, parte por parte. Nas neuroses narcísicas, a
resistência é intransponível; quando muito, somos capazes de
lançar um olhar perscrutador por cima do topo do muro e divisar o
que se está passando no outro lado. Nossos métodos técnicos, por
conseguinte, devem ser substituídos por outros; e nem sequer
sabemos se seremos bem sucedidos na busca de um substituto
(Freud, 1917/1969: 493).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Conceito de Neurose
Para um grupo importante de psicanalistas, a neurose pode ser identificada
como:
• um conflito interno entre os impulsos do Id
a e medos gerais do superego;

• a presença de impulsos sexuais;


b
• a incapacidade do ego através da influência racional
c e lógica para ajudar a superar o conflito.

• a manifestação da ansiedade neurótica.


d
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Outras Atribuições para o surgimento da Neurose

Atualmente, o termo neurose não é mais utilizado para


designar este tipo de psicopatologia.

Para a identificação destes transtornos, são utilizados


por exemplo termos como Transtornos de ansiedade.

Estre grupo de doenças, define os estados de apreensão,


o temor da incerteza com relação a uma situação real ou
não.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Outras Atribuições para o surgimento da Neurose
Transtornos de ansiedade.
sintomas mais comuns
falta de ar
palpitações
batimentos cardíaco acelerados
sudorese
tremores
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
O DISTÚRBIO NEURÓTICO
Refere-se a qualquer desordem mental que, embora cause tensão,
não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade
funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em relação
à psicose, desordem mais severa.

São quadros patológicos psicogênicos


(ou seja, de origem psíquica), muitas vezes ligados a situações
externas na vida do indivíduo, os quais provocam transtornos na
área mental, física e/ou da personalidade. De acordo com a visão
psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar
com conflitos e traumas inconscientes.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
O conceito de neurose está assim intimamente ligado à
teoria nosológica psicanalítica, ou seja, à maneira
como a psicanálise explica a origem e o
desenvolvimento dos transtornos mentais.

Por isso psicólogos oriundos de outras escolas,


sobretudo da terapia cognitivo-comportamental, foram
levados a criticar o termo: como tais psicoterapeutas
não trabalham com os conceitos psicanalíticos, um
diagnóstico de neurose não tem para eles nenhum
sentido prático.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Essa crítica levou a uma modificação dos sistemas de
classificação de doenças: os atuais sistemas de
classificação dos transtornos mentais abandonaram
uma abordagem nosológica e adotaram uma
descritiva.

Isso significa que os transtornos não são mais


classificados pela suposta origem do transtorno (por
esta ser controversa), mas por seus sintomas
observáveis (por estes serem unânimes).
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Assim, na CID-9 havia uma categoria
"Neuroses" de transtornos mentais própria,
já com a publicação da CID-10, em 1994, o
termo passou a ser usado apenas
descritivamente (e não mais "neuroses", mas
"transtornos neuróticos") e não para todas as
categorias que tradicionalmente designava.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


SEGUNDO A CID, SOB NEUROSE ENTENDEM-SE
OS SEGUINTES GRUPOS DE TRANSTORNOS
MENTAIS:
Transtornos fóbicos-ansiosos e outros
transtornos de ansiedade;
Transtorno obsessivo-compulsivo
Transtornos dissociativos (de conversão)
Transtornos somatoformes
Distimia e determinados tipos de depressão
Neurastenia
F40 até F48

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Tipos de Neuroses
De modo geral, e didaticamente, as neuroses costumam
ser classificadas através de seu sintoma mais
proeminente.
Isso não significa que todas elas possam ter uma série de
sintomas comuns (todas têm ansiedade, por exemplo).

Um dos tipos mais comuns, hoje em dia, é aquele cujo


sintoma proeminente é a fobia (medo patológico),
juntamente com ansiedade.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Transtornos Neuróticos de Ansiedade

Em linhas gerais, passemos a ver as subdivisões deste


grupo de transtornos:
 Fobias
 Transtorno Fóbico-Ansioso
 Os Transtornos Histriônicos (Histéricos)
 Transtornos do Espectro Obsessivos-Compulsivos

Por: Sílvia Santana


Transtornos Neuróticos de Ansiedade

Fobias
Dentre as fobias, a mais comum é a agorafobia, que é
comumente expressa como um temor de sair de casa.
Este tipo é o mais comum entre pessoas que buscam
tratamento.
Também podem ser observados os tipos denominados
de fobia social e fobia simples, representado um um
medo persistente e irracional.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Transtorno Fóbico-Ansioso
é uma neurose que se caracteriza, exatamente, pela
prevalência da Fobia entre outros sintomas de
ansiedade, ou seja, um medo anormal, desproporcional
e persistente diante de um objeto ou situação específica.

Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três


tipos:

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Transtorno Fóbico-Ansioso

2 - Fobia Social
(medo fóbico 3 - Fobia
1 - Agorafobia de ser avaliado Específica
(medo fóbico por outras (medo fóbico
de lugares pessoas) de
específicos); determinados
objetos)

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


MEDO FOBIA
• Paralisa momentaneamente • Transtorno
• Sucumbe diante do risco à • Imobilizante até quando há o
integridade risco contra a própria
integridade
• Sintomas são menos intensos
• Apresenta sintomas como
• Está ligado a autopreservação taquicardia e falta de ar que
• Pode ser associado à uma podem levar ao
razão ou lógica comprometimento físico
• Amenizável ou extinguido • Irracional
• Persistente
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Transtorno Ansioso

Os padrões individuais de Ansiedade variam amplamente.

Algumas pessoas com ansiedade neurótica podem ter sintomas


cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão no
peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como
náuseas, vômito, diarreia ou vazio no estômago, outros ainda
apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão
muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia e
ainda temos os casos de afonia.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Transtorno Ansioso
Neste tipo de Neurose os sintomas físicos da
ansiedade variam de pessoa para pessoa.
Psicologicamente a ansiedade pode
monopolizar as atividades psíquicas e
comprometer, desde a atenção e memória,
até a interpretação fiel da realidade.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Os Transtornos Histriônicos (Histéricos)

São neuroses onde o sintoma principal é a teatralidade,


sugestionabilidade, necessidade de atenção constante e
manipulação emocional das pessoas ao seu redor.

O neurótico histérico pode desmaiar, ficar paralítico, sem fala,


trêmulo, e desempenhar todo tipo de papel de doente. Há
grande variedade nesse tipo de neurose.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


As histrionicotoxinas são um grupo de toxinas relacionadas encontradas na pele
de sapos venenosos da família Dendrobatidae , principalmente Oophaga
histrionica (anteriormente Dendrobates histrionicus ), nativas da Colômbia. É
provável que, assim como outros alcalóides venenosos, as histrionicotoxinas não
sejam fabricadas pelos anfíbios, mas absorvidas pelos insetos da dieta e
armazenadas nas glândulas da pele. Eles são notavelmente menos tóxicos do que
outros alcaloides encontrados em sapos venenosos, mas sua estrutura distinta
atua como uma neurotoxina pela inibição não competitiva dos receptores
nicotínicos de acetilcolina .
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Transtornos do Espectro Obsessivos-Compulsivos

Reúnem neuroses cujo sintoma principal é a


incapacidade de controlar manias e rituais, assim como
determinados pensamentos desagradáveis e absurdos.
Incluímos a Distimia nessa classificação como
representante da neurose cujo sintoma mais
proeminente é a tendência a reagir depressivamente à
vida, ou seja, é a pessoa com tendência à longos
períodos de depressão.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

As obsessões mais comuns se concentram em torno da violência.


Também é comum que os obsessivos-compulsivos desenvolvam o
hábito de contagem (contar etapas, eventos, figuras, papel de
parede), de lavar as mãos ou de tocar objetos (todos os móveis
em uma sala ou todos os itens de um armário).

Geralmente, adultos obsessivos-compulsivos tentam resistir a


estes sintomas, compreendendo o quão pouco sentido
apresentam.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
TEPT
Geralmente manifesta-se como o efeito tardio de algum evento traumático.
Quando estes sintomas persistem, conclui-se tratar de estresse pós-traumático,
um transtorno comum entre os veteranos de guerra e entre sobreviventes de
sequestro ou de desastres naturais.

Transtorno de Ansiedade Generalizada


Trata-se de um tipo de ansiedade persistente, que mantém-se ao longo de um
mês, por exemplo.

Dentre os sintomas mais comuns estão a instabilidade, medo, sudorese, boca


seca, insônia, falta de atenção.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


A CLÍNICA DAS NEUROSES

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


A CLÍNICA DAS NEUROSES
Sintomas Neuróticos: são as perturbações do
comportamento, dos sentimentos ou das idéias que
manifestam uma defesa contra a angústia e
constituem relativamente este conflito interno ou
compromisso do qual o sujeito, na sua posição
neurótica, tira certo proveito (benefícios secundários
da neurose).
Caráter Neurótico do Ego: este não pode encontrar
na identificação do seu próprio personagem boas
relações com os outros e um equilíbrio interior
satisfatório. Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE ATUAL
NEUROSE DE CARÁTER
NEUROSE DE DESTINO
NEUROSE DO FRACASSO
NEUROSE DE ABANDONO
NEUROSE DE ANGÚSTIA
NEUROSE FÓBICA
NEUROSE FAMILIAR
NEUROSE MISTA
NEUROSE TRAUMÁTICA
NEUROSE NARCÍSICA
NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE ATUAL

Tipo de neurose que Freud distingue das


psiconeuroses:
a) A origem das neuroses atuais não deve ser
procurada nos conflitos infantis, mas no presente;
b) Nelas, os sintomas são uma expressão simbólica
e super determinada, mas resultam diretamente da
ausência ou da inadequação da satisfação sexual.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE DE CARÁTER
Tipo de neurose em que o conflito defensivo não se traduz pela
formação de sintomas nitidamente isoláveis, mas por traços de
caráter, modos de comportamentos e mesmo uma organização
patológica do conjunto da personalidade.
A expressão é muitas vezes usada de forma pouco rigorosa para
qualificar qualquer quadro neurótico que, à primeira vista, não se
revele sintomas, mas apenas modos de comportamento que
acarretam dificuldades repetidas ou constante na relação com o
meio.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE DE DESTINO

Designa uma força de existência caracterizada


pelo retorno periódico de encadeamentos
idênticos de acontecimentos, geralmente
infelizes, encadeamentos a que o sujeito
parece estar submetido com uma fatalidade
exterior, ao passo que, segundo a psicanálise,
convém procurar suas causas no inconsciente,
e especificamente na compulsão à repetição.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE OU SÍDROME DO FRACASSO‫‏‏‬

Designa a estrutura psicológica de toda uma gama de sujeitos,


desde aqueles, que de um modo geral, parecem ser os artífices da
sua própria infelicidade até os que não podem suportar
precisamente aquilo que mais ardentemente parecem desejar.

Em psicanálise a expressão “neurose de fracasso” é usada no


sentido mais descritivo do que nosográfico.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE DE ABANDONO
Denominação de um quadro clínico
em que predominam a angústia do
abandono e a necessidade da
segurança. Trata-se de uma neurose
cuja etiologia seria pré-edipiana. Não
corresponderia necessariamente a
um abandono sofrido na infância. Os
sujeitos que apresentam esta
neurose chamam-se “abandônicos”.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE DE ANGÚSTIA
Tipo de doença que Freud isolou e diferenciou:
a) Do ponto de vista sintomático, da neurastenia, pela
predominância da angústia (espera ansiosa crônica, acessos de
angústia ou equivalentes somáticos desta);
b) Do ponto de vista etiológico, da histeria. A neurose de angústia é
uma neurose atual, mas especificamente caracterizada pela
acumulação de uma excitação sexual que se transformaria em
sintoma, sem mediação psíquica.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE FÓBICA
Termo introduzido por Freud para isolar uma neurose cujo sintoma
central é a fobia, e para sublinhar a sua semelhança estrutural com
a histeria de conversão.

Encontram-se sintomas fóbicos em diversas afecções neuróticas e


psicóticas; são observadas na neurose obsessiva e na esquizofrenia;
mesmo na neurose de angústia, segundo Freud, podem ser
encontrados certos sintomas de aspecto fóbico.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE FÓBICA
Termo introduzido por Freud para isolar uma neurose cujo sintoma
central é a fobia, e para sublinhar a sua semelhança estrutural com
a histeria de conversão.

Encontram-se sintomas fóbicos em diversas afecções neuróticas e


psicóticas; são observadas na neurose obsessiva e na esquizofrenia;
mesmo na neurose de angústia, segundo Freud, podem ser
encontrados certos sintomas de aspecto fóbico.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE FAMILIAR

Expressão usada para designar o fato de que, em uma


determinada família, as neuroses individuais se completam, se
condicionam reciprocamente, e para evidenciar a influência
patogênica que a estrutura familiar, principalmente a do casal
parental, pode exercer sobre as crianças.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE MISTA

Forma de neurose caracterizada pela coexistência de sintomas


provenientes, segundo Freud, de neuroses etiologicamente
diferentes.

Encontramos em Freud a expressão neurose mista, sobretudo nos


seus primeiros escritos, para explicar o fato dos sintomas
psiconeuróticos.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE TRAUMÁTICA

Tipo de neurose em que o aparecimento dos sintomas é


consecutivo a um choque emotivo, geralmente ligado a uma
situação em que o sujeito sentiu a sua vida ameaçada.

Manifesta-se no momento de choque por uma crise ansiosa


paroxística, que pode provocar estados de agitação, de
entorpecimento ou de confusão mental.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE NARCÍSICA
Classe das neuroses definidas por
Freud e que constituem um dos
principais quadros da clínica psicanalítica.
Na forma mais típica, o conflito psíquico exprime-se por sintomas
chamados compulsivos (idéias obsedantes, compulsão a realizar
atos indesejáveis, luta contra estes pensamentos e estas tendências,
ritos conjuratórios, etc) e por um modo de pensar caracterizado
particularmente por ruminação mental, dúvida, escrúpulos e que
leva a inibições do pensamento e da ação.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA
Em 1914 Freud introduz a noção de neurose de transferência
relacionada com a ideia de que o analisando repete no tratamento
psicanalítico os seus conflitos infantis transferindo-os ao seu
analista.

É uma reedição da sua


neurose clínica.
A sua elucidação leva à
descoberta dos mecanismos em ação da neurose infantil
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
CONCLUSÃO
No sentido nosográfico, categoria de neurose (histeria de angústia,
histeria de conversão, neurose obsessiva) que Freud distingue das
neuroses narcísicas, no seio do grupo das psiconeuroses.

Em comparação com as neuroses narcísicas, elas se caracterizam


pelo fato de a libido ser sempre deslocada para objetos reais ou
imaginários, em lugar de se retirar sobre o ego.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


A Neurose e a cura
No passado se pensava que a neurose era sempre incurável e que se
convertia, com o tempo, numa doença crônica e invalidante.
Hoje, felizmente, as pessoas que sofrem deste transtorno podem
recuperar-se por completo e levar uma vida normal como qualquer
outra pessoa.
A questão da cura da neurose, que é uma doença da personalidade,
deve ser comparada à diabetes, pressão alta, miopia, reumatismo,
alergia, asma e uma grande série de outras doenças.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
A Neurose e a cura
As pessoas com essas doenças, assim como os neuróticos, teriam
uma péssima qualidade (e quantidade) de vida se não fossem os
recursos da medicina.
A rigor, para as neuroses, recomenda-se um acompanhamento
psicanalítico adequado, associado ao tratamento médico (com
medicamentos) quando necessário, juntamente com a cooperação
apropriada do próprio paciente e da sua família.
Em casos mais graves a medicação é inevitável, normalmente
quando há componentes depressivos e ansiosos graves.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


2 - PSICOSES

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O termo psicose apareceu no séc. XIX, criado em 1845, por Ernst Von
Feuchtersleben, um filósofo austríaco que utilizava esta terminologia
para denominar, de uma maneira geral, as doenças do espírito.

Assim, essa terminologia transformou-se sinônimo de alienação


mental (MIJOLLA, 2005).

O aparecimento desse termo, segundo Laplanche e Pontalis (1998),


levou gradualmente à constituição de um domínio autônomo das
doenças mentais, agora distintas não apenas das enfermidades dos
nervos como também das do corpo e ainda diferenciadas das
doenças consideradas milenarmente “da alma.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Assim, no decorrer do século XIX, o termo psicose espalha-se
pela literatura psiquiátrica alemã para designar as doenças
mentais em geral, a loucura, a alienação, sem, entretanto,
implicar em uma teoria psicogênica da loucura.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Conforme Mijolla (2005), a psicose, desde o início do século XX,
refere-se a todas as patologias, independentes de sua etiologia, que
associam a perda da realidade e a criação de uma pseudo-realidade.

Dentro desse quadro, verifica-se um processo deteriorativo das


funções do eu, em graus variáveis, e um sério prejuízo do contato
com a realidade. Uma expressão utilizada no meio psicanalítico ao se
referir à psicose é a exposição de um testemunho aberto do
inconsciente.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Nos trabalhos iniciais de Freud verifica-se uma distinção mais
radical entre neurose e psicose. Correspondendo às neuroses, os
conflitos interiores do sujeito, cujo significado inicial lhe escapa,
remetendo para os conflitos infantis recalcados que serão
acessíveis pela transferência.

Já as psicoses envolvem os conflitos entre o sueito e o mundo,


pouco ou dificilmente acessíveis pela transferência, mesmo com
revelações diretas do inconsciente (MIJOLLA, 2005).

No Rascunho H, a paranoia, Freud (1895) classifica então como


psicoses: a confusão alucinatória, a paranoia e a psicose histérica.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


No texto “As neuropsicoses de defesa”, Freud refere que os pacientes
que analisou apresentavam boa saúde antes do adoecimento.

Entretanto, em determinado momento “houve uma ocorrência de


incompatibilidade em sua vida representativa” (1894, p. 55)

Isto é, seu eu foi confrontado com uma experiência, representação


ou sentimento que provocou um afeto aflitivo que o sujeito optou
por esquecê-lo. Sendo assim, percebe-se uma dificuldade de
mediação entre a representação incompatível e seu próprio eu.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Neste tipo de psicopatologia, ocorre uma aceitação do
estado psicótico por parte do paciente.

Embora possa não entender que exista algo de errado


com ele. A capacidade de relacionamento emocional e
social do individuo é afetada, ocorrendo uma marcante
desorganização da personalidade.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


PSICOSES

Dois guias de classificação diagnóstica internacionais


podem ser usados como referência, principalmente
epidemiológica: o Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders (o atual é o DSM-5), e a CID-10, a

Classificação Internacional de Doenças.


Na CID-10, adotada no Brasil como classificação de
referência, as psicoses se encontram classificadas nas
siglas F.20 a F.29; F.30, F.31, F.32.2 e F.32.3.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
A perda do controle voluntário dos pensamentos,
emoções e impulsos é a principal característica da
psicose.

O comportamento psicótico apresenta dificuldades de


traçar diferenciação entre a realidade e a experiência
subjetiva. Neste caso, fantasias e realidade se
confundem, podendo a realidade ser substituída por
delírios e alucinações.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


INTERPRETAÇÃO PSICANALÍTICA
Na psicanálise, a psicose causou dificuldades teóricas para
Freud, mas não para Lacan.
Se o primeiro demonstrou-se hesitante em enquadrá-la
teoricamente, concentrando-se na neurose,
Lacan, tomando-a constantemente em suas conferências,
associou-a à foraclusão (ou forclusão) do nome-do-pai.
* foraclusão (ou forclusão) : Conceito forjado por Jacques Lacan para
designar um mecanismo específico da psicose, através do qual se produz a
rejeição de um significante fundamental para fora do universo simbólico do
sujeito. Quando essa rejeição se produz, o significante é foracluído.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


PSICOSE E RELIGIÃO
No Japão em uma área pouco religiosa aproximadamente,
de 7% a 11% dos delírios tinham conteúdo religioso,
geralmente associados com perseguição e culpa.
Já nos EUA esse índice foi de 25% a 40% sendo comum
também em transtorno bipolar.
Na Europa a prevalência foi de 21%, sendo de 24% na
Inglaterra.
Na Índia, dos 31 visitantes de um templo conhecido como
tendo poderes curativos sobre doenças mentais, 23%
foram identificados com esquizofrenia paranóide e 6% com
transtorno delirante.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
PSICOSE E RELIGIÃO

No Brasil os índices estão entre 15% e 33%. Os delírios


religiosos costumavam ser mais incapacitantes, mais
frequentes, mais graves, mais bizarros e necessitavam
de mais medicamentos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


2.1 NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
2 - PSICOSES
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Sintomas
A esquizofrenia, talvez a psicopatologia de maior
comprometimento ao longo da vida, caracteriza-se
essencialmente por uma fragmentação da estrutura
básica dos processos de pensamento, acompanhada pela
dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências
internas e externas.
Embora primariamente um transtorno que afeta os
processos cognitivos [de conhecimento], seus efeitos
repercutem-se também no comportamento e nas
emoções.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO
ESQUIZOFRENICO
Os sintomas da esquizofrenia podem não ser os
mesmos de sujeito para sujeito, podendo aparecer de
forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário,
manifestar-se de forma explosiva e instantânea.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Sintomas positivos
Os sintomas positivos estão presentes com maior
visibilidade na fase aguda do transtorno e são as
perturbações mentais "muito fora" do normal, como que
"acrescentadas" às funções psicológicas do indivíduo.
Entende-se como sintomas positivos os delírios — ideias
delirantes, pensamentos irreais, "ideias individuais do
doente que não são partilhadas por um grande grupo",

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUZOFRENICO
Sintomas positivos
Por exemplo, um sujeito que acha que está a ser
perseguido pela polícia secreta, e acha que é o
responsável pelas guerras do mundo; as alucinações,
percepções irreais – ouvir, ver, saborear, cheirar ou
sentir algo irreal, sendo mais frequente as alucinações
auditivo-visuais; pensamento e discurso desorganizado,
elaboração de frases sem qualquer sentido ou invenção
de palavras; alterações do comportamento, ansiedade,
impulsos ou agressividade.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Sintomas negativos
Os sintomas negativos são o resultado da perda ou
diminuição das capacidades mentais, "acompanham a
evolução da doença e refletem um estado deficitário ao
nível da motivação, das emoções, do discurso, do
pensamento e das relações interpessoais",como a falta
de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia;
indiferença emocional; pobreza do pensamento.

Estes sinais não se manifestam todos no sujeito


esquizofrênico.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUZOFRENICO
Sintomas negativos
Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras,
podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida
normal.
No entanto, alguns sintomas podem oscilar, aparecer e
desaparecer em ciclos de recidivas e remissões.
Causas
Não existe uma causa única para o desencadear deste
transtorno. Assim como o prognóstico é incerto para muitos
quadros, a etiologia das psicoses, principalmente da
esquizofrenia, é incerta, ou melhor, de causação
multifatorial. Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUZOFRENICO

Causas
Admite-se hoje que várias causas concorrem entre si
para o aparecimento, como: quadro psicológico
(consciente e inconsciente); o ambiente; histórico
familiar da doença e de outros transtornos mentais; e
mais recentemente, tem-se admitido a possibilidade de
uso de substâncias psicoativas poderem ser
responsáveis pelo desencadeamento de surtos e
afloração de quadros psicóticos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUZOFRENICO
Causas
Teoria genética
admite que genes podem estar envolvidos, contribuindo juntamente
com os fatores ambientais para o desencadear do transtorno. Sabe-
se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia
aumenta se houver um caso desta doença na família.

"No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a prevalência da


doença nos descendentes diretos é de 12%. É o caso do esquizofrênico
matemático norte-americano John Nash que divide com o filho, John
Charles Martin, a mesma doença. Na situação em que ambos os pais
se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 50%

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Causas
Teoria genética
No entanto, mesmo na ausência de história familiar, a doença pode
ainda ocorrer". Segundo Gottesman (1991, referenciado por Pedro
Afonso (2002), sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com
esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido
pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afetado. Por
isso há a teoria do pulo das gerações

No entanto, a causalidade genética ainda não é têm demonstrado


discrepâncias algumas grandes quando se trata de investigar a
predisposição para a doença.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Causas
Teoria neurobiológica
As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia
é essencialmente causada por alterações bioquímicas e
estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção
dopaminérgica, embora alterações noutros
neurotransmissores estejam também envolvidas.

A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua


precisamente nos receptores da dopamina no cérebro,
reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Causas
Teoria neurobiológica
As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia
é essencialmente causada por alterações bioquímicas e
estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção
dopaminérgica, embora alterações noutros
neurotransmissores estejam também envolvidas.

A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua


precisamente nos receptores da dopamina no cérebro,
reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Causas
Teoria neurobiológica
Exatamente por isso, alguns sintomas característicos da
esquizofrenia podem ser desencadeados por
fármacosque aumentam a atividade dopaminérgica (ex:
anfetaminas).
Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a
maioria dos fármacos utilizados no tratamento da
esquizofrenia (neurolépticos) atuarem através do
bloqueio dos receptores (D2) da dopamina.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Causas
Teoria psicanalítica

As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm


como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem
para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual

"a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial


entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades
"frias" ou desinteressadas (ou indiferentes) no
estabelecimento das relações".
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUZOFRENICO
Causas
a) Teoria psicanalítica
As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm
como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem
para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual
"a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial
entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades
"frias" ou desinteressadas (ou indiferentes) no
estabelecimento das relações".
A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria,
assim, na origem da esquizofrenia.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO

Causas
b) Teoria familiar

As teorias familiares, apesar de terem bastante interesse


histórico, são as que menos fundamento cientifico têm.
Surgiram na década de 1950, baseadas umas no tipo de
comunicação entre os vários elementos das famílias e
aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Paranói
de
Hebefrêni Desorga-
ca TIPOS DE nizado
ESQUIZO
-FRENIA
Residual Catatônico

Indiferen-
ciado

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Tipos de esquizofrenia

Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a


doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é
dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado.
Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados,
reservados, podendo ter comportamentos agressivos.

Desorganizado, em que os sintomas afetivos e as alterações do


pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora
presentes, não são organizadas. Em alguns doentes pode ocorrer
uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos.
Existe um contato muito pobre com a realidade.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Tipos de esquizofrenia
Catatônico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e
por alterações da atividade, que podem ir desde um estado de
cansaço e acinético até à excitação.

Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento


insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no
desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma
certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO ESPECTRO ESQUIZOFRENICO
Tipos de esquizofrenia

Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos,


os doentes apresentam um isolamento social marcado por um
embotamento afetivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do
pensamento.
Existe também a denominada Esquizofrenia Hebefrênica, com
incidência da adolescência, com o pior dos prognósticos em relação
às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de
prejuízos cognitivos e socio-comportamentais.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Principais Psicoses Analisáveis
1 - A esquizofrenia
(do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir"; e φρήν, "phren",
"phrenés", no antigo grego, parte do corpo identificada por
fazer a ligação entre o corpo e a alma, literalmente
significa, dualidade, divisão) é um transtorno psíquico
severo que se caracteriza classicamente pelos seguintes
sintomas:
• alterações do pensamento,
• alucinações (visuais, cinestésicas, e sobretudo auditivas),
• delírios e
• alterações no contato com a realidade.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Principais Psicoses Analisáveis

1 - A esquizofrenia
Junto da paranoia (transtorno delirante persistente, na
CID-10) e dos transtornos graves do humor (a antiga
psicose maníaco-depressiva, hoje fragmentada na CID-10
em episódio maníaco, episódio depressivo grave e
transtorno bipolar), as esquizofrenias compõem o grupo
das Psicoses.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Principais Psicoses Analisáveis
1 - A esquizofrenia
É hoje encarada não como doença, no sentido clássico do
termo, mas sim como um transtorno mental, podendo
atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos
ou classes sociais.

De acordo com algumas estatísticas, a esquizofrenia


atinge 1% da população mundial, manifestando-se
habitualmente entre os 15 e os 25 anos, nos homens e
nas mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou
na meia-idade.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Principais Psicoses Analisáveis
1 - A esquizofrenia
Algumas pessoas acometidas da esquizofrenia se destacaram e se
destacam no meio acadêmico, artístico e social. Um exemplo
famoso é o do matemático norte-americano John Forbes Nash,
que, apesar do desafio de conviver por toda a vida com os
sintomas psicóticos típicos, é um intelectual importante, deixando
grandes contribuições às áreas de economia, biologia e teoria dos
jogos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


A seguir alguns gráficos de pesquisas sobre a esquizofrenia obtidos
de artigos diversos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Fonte: Modelo tipológico de esquizofrenia
baseado na idade de início, sexo e morbidade
familiar.Acta Psych8atr. Scand. 89, 135-141
(1994).
National Institutes of Mental Health - NY
2.2 NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO
HUMOR BIPOLAR
2 - PSICOSES
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR

A depressão maníaca foi inicialmente descrita em fins do


século XIX pelo psiquiatra Emil Kraepelin, que publicou
seu conhecimento da doença em seu Textbook of
Psychiatry.
Existem dois tipos principais do distúrbio bipolar:
com predomínio de depressão (tipo II) e
com predomínio de mania (tipo I).
O transtorno bipolar do humor, também conhecido como
distúrbio bipolar, é uma doença caracterizada por
episódios repetidos, ou alternados, de mania e
depressão.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR

Uma pessoa com transtorno bipolar está sujeita a


episódios de extrema alegria, euforia e humor
excessivamente elevado (hipomania ou mania), e
também a episódios de humor muito baixo e desespero
(depressão).
Entre os episódios, é comum que passe por períodos de
normalidade.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR

Euforia e depressão
O paciente de bipolaridade pode chegar ao extremo da
depressão seguida de suicídio e, no outro extremo, a
euforia de tentar escrever um livro num só dia, por
exemplo.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


 NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Principais sintomas - Como identificar o humor
A empolgação para comer a pizza no sábado à noite pode
ser um sinal de variação de humor. Brigas com amigos e
melancolia podem ser fortes indícios. Estes sinais não
estão ligados a fatores externos.

A pessoa que tem Bipolaridade mescla, de 8 a 80,


desânimo, tristeza, ansiedade, falta de sono e de prazer,
com euforia, agitação, agressividade, explosividade,
aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração,
entre outros sintomas.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Principais sintomas - Como identificar o humor
O bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado.
Quando percebe, é comum recusar-se a aceitar o fato.
Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são
bem claros. Até quem convive com um bipolar sente
dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma
depressão, ou uma alegria de uma euforia.
A natureza e duração dos episódios varia muito de uma
pessoa para outra, tanto em intensidade quanto em
duração. Entre os episódios, é comum que passe por
períodos de normalidade.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Sintomas da depressão
O Sujeito deprimido em geral se sente abatido, quieto e
triste. Pode dormir muito, como uma fuga do convívio,
reclamar de cansaço em tarefas simples como escovar os
dentes, apresentar traços de baixa auto-estima e de
sentimentos de inferioridade. Demonstra pouco interesse
pelos acontecimentos e coisas e pode se isolar da família
e amigos.
O Sujeito pode se sentir, nesta fase, culpado por erros do
passado, e fracassos em sua vida e de seus familiares.
Pode haver irritabilidade, lamentos, e auto-recriminação.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Sintomas da Euforia (Mania)
Na fase eufórica o indivíduo pode apresentar sentimentos
de grandiosidade, poderes além dos que possui e grande
entusiasmo. O indivíduo passa a dormir pouco, tornar-se
agitado.

Pode falar muito, ter muitas ideias ao mesmo tempo.


Há uma alteração na libido e o indivíduo tem um
aumento do desejo sexual.

O indivíduo perde a inibição social, podendo passar por


situações vexatórias por falta de senso crítico.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Sintomas da Euforia (Mania)
Nesta fase é comum os indivíduos se endividarem ou
perderem muito dinheiro, comprometendo até bens de
família. Durante os delírios de grandeza os gastos são
muito acima do que sua realidade permitiria. Devido ao
grande otimismo, é possível que o indivíduo empreste
dinheiro a pessoas a quem mal conhece, e que podem
estar aproveitando-se da situação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Sintomas da Euforia (Mania)
São comuns manias como perseguição, realização de
sonhos (reformas, viagens, compras) que a primeira
vista podem até parecer normais.

No tipo de THB com surtos psicóticos, é comum nesta


fase que o paciente tenha alucinações e delírios de
grandeza.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NOÇÃO BÁSICA DO TRANSTORNO AFETIVO DO HUMOR BIPOLAR
Tratamento e prognóstico

Quando a doença aguda é tratada cedo com


antipsicóticos, o prognóstico é bom. Nos distúrbios
crónicos, os delírios estão, em geral, firmemente
enraizados, embora o uso de fármacos possam atenuá-
los.

No entanto, é difícil o controle a longo prazo através de


uma terapêutica de manutenção quando a pessoa não
tem consciência da sua própria doença.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Delírios
Delirium
Alucinações
??????????????????
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
SEMELHANÇAS
E DIFERENÇAS
NEUROSE E PSICOSE
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Agora vamos tentar apresentar e discutir as semelhanças e diferenças
entre neurose e psicose tomando como referência os fundamentos
teóricos freudianos.

Para tal propósito fez-se um percorrido na obra freudiana para elencar


as principais características relacionadas à neurose e psicose e
considerar, além disso, a origem histórica do emprego dos referidos
termos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NEUROSE
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
De acordo com Mijolla (2005), as neuroses são transtornos psíquicos
sem substrato anatômico detectável. Sua sintomatologia está
relacionada à expressão simbólica de um conflito intrapsíquico entre
ideias fantasmáticas inconscientes, associadas ao complexo edípico, e às
defesas que elas provocam, que possuem raízes na história infantil do
sujeito.

O termo neurose tratava-se de um conjunto heterogêneo de doenças


atribuídas a um ataque de nervos e foi introduzido no século XVIII, em
1777, por um médico escocês chamado Willian Cullen (MIJOLLA, 2005

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O termo aparece em um tratado de medicina desse médico escocês, no
qual a segunda parte da obra era intitulada “Neurose ou doenças
nervosas”.

Na referida seção eram apresentadas não só as doenças mentais, mas


também palpitações cardíacas, cólicas e hipocondria.

Já no século XIX, o termo abarcava doenças de três campos: neurose,


psicossomática e neurologia (Parkinson, epilepsia, por exemplo).

Na época, Freud encontrou na cultura psiquiátrica alemã uma distinção


segura entre neurose e psicose e preocupou-se, então em conhecer o
mecanismo psicogênico (origem psíquica) das neuroses e psicoses
(LAPLANCHE; PONTALIS, 1998).
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSES ATUAIS:
PRIMEIRO AGRUPAMENTO

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Os primeiros escritos da obra freudiana categorizavam os transtornos
emocionais em três grupos e Freud os denominava de psiconeuroses
(ZIMERMAN, 1999).

As neuroses atuais compunham o primeiro agrupamento,


caracterizando-se como transtornos emocionais resultantes da ausência
ou inadequação da satisfação sexual; seus sintomas não eram de
natureza simbólica. Para tal transtorno a investigação deveria ser
direcionada para as desordens sexuais atuais e não em acontecimentos
importantes da vida passada. Sua etiologia, neste sentido, é somática e
não psíquica (LAPLANCHE; PONTALIS, 1998).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NEUROSES DE
TRANSFERÊNCIA:
SEGUNDO AGRUPAMENTO

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Essa denominação está em desuso na psicanálise, entretanto,
recentemente tem servido como embasamento para o estudo da
psicossomática.

As neuroses de transferência constituem o segundo grupo.

Elas foram também chamadas de psiconeuroses de defesa. Este


agrupamento engloba as histerias, fobias e as neuroses obsessivas.

Segundo Freud, apenas estas poderiam produzir a transferência, pois


para isso seria necessário dirigir catexias libidinais às pessoas (FREUD,
1916-17).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


• Catexia (do alemão besetzung; em inglês cathexis) é o processo pelo
qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada à
representação mental de uma pessoa, ideia ou coisa ou investida
nesses mesmos conceitos.
Em outras palavras, a raiva que se sente contra uma pessoa é uma
catexia ou fixação de energia na representação mental dessa pessoa (e
não nela como objeto externo).

Juntamente com o conceito de libido, Sigmund Freud dedicou os seus


estudos a definir a catexia. Uma vez que a libido foi catexizada, ela
perde sua mobilidade original e não pode mais ser alternada para
novos objetos, como normalmente seria possível, ficando enraizada na
parte da psiquê que a atraiu e reteve.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
NEUROSES NARCÍSICAS :
TERCEIRO AGRUPAMENTO

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O terceiro grupo era composto pelas neuroses narcísicas, ou seja, as
Michele Poletto 3 Psicanálise & Barroco em revista v.10, n.2 : 01-13, dez.
2012 psicoses.
De acordo com Freud, a psicanálise não reunia condições para tratar
pacientes acometidos desse tipo de neurose (ZIMERMAN, 1995).

A justificativa usada pelo fundador da psicanálise era a de que tais


pacientes não conseguiam a revivescência do conflito patogênico e a
superação da resistência devido à regressão. Freud supunha que essas
pessoas abandonavam as catexias objetais e que sua libido objetal se
transformava em libido do ego (FREUD, 1916-17).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


PSICOSES
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
O termo psicose apareceu no séc. XIX, criado em 1845 por Ernst Von
Feuchtersleben, um filósofo austríaco que utilizava esta terminologia
para denominar, de uma maneira geral, as doenças do espírito.

Assim, essa terminologia transformou-se sinônimo de alienação


mental (MIJOLLA, 2005).

O aparecimento desse termo, segundo Laplanche e Pontalis (1998),


levou gradualmente à constituição de um domínio autônomo das
doenças mentais, agora distintas não apenas das enfermidades dos
nervos como também das do corpo e ainda diferenciadas das
doenças consideradas milenarmente “da alma.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Assim, no decorrer do século XIX, o termo psicose espalha-se pela
literatura psiquiátrica alemã para designar as doenças mentais em
geral, a loucura, a alienação, sem, entretanto, implicar em uma teoria
psicogênica da loucura.

Ao final do século vê-se uma separação mais clara entre neurose e


psicose, quando há uma produção

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Conforme Mijolla (2005), a psicose, desde o início do século XX,
refere-se a todas as patologias, independentes de sua etiologia, que
associam a perda da realidade e a criação de uma pseudo-realidade.

Dentro desse quadro, verifica-se um processo deteriorativo das


funções do eu, em graus variáveis, e um sério prejuízo do contato
com a realidade. Uma expressão utilizada no meio psicanalítico ao se
referir à psicose é a exposição de um testemunho aberto do
inconsciente.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Nos trabalhos iniciais de Freud verifica-se uma distinção mais
radical entre neurose e psicose. Correspondendo às neuroses, os
conflitos interiores do indivíduo, cujo significado inicial lhe escapa,
remetendo para os conflitos infantis recalcados que serão
acessíveis pela transferência.

Já as psicoses envolvem os conflitos entre o indivíduo e o mundo,


pouco ou dificilmente acessíveis pela transferência, mesmo com
revelações diretas do inconsciente (MIJOLLA, 2005).

No Rascunho H, a paranoia, Freud (1895) classifica então como


psicoses: a confusão alucinatória, a paranoia e a psicose histérica.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
No texto “As neuropsicoses de defesa”, Freud refere que os pacientes
que analisou apresentavam boa saúde antes do adoecimento.

Entretanto, em determinado momento “houve uma ocorrência de


incompatibilidade em sua vida representativa” (1894, p. 55)

Isto é, seu eu foi confrontado com uma experiência, representação


ou sentimento que provocou um afeto aflitivo que o sujeito optou
por esquecê-lo. Sendo assim, percebe-se uma dificuldade de
mediação entre a representação incompatível e seu próprio eu.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


RECALCAMENTO
(verdrängung)
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Freud (1894) afirma que quando a defesa utilizada contra uma
representação incompatível é efetivada, separando-a do seu afeto,
esta representação permanece na consciência, embora
enfraquecida e isolada, o mecanismo em ação nessa situação é o de
recalcamento (verdrängung) que é caracteristicamente usado pelas
neuroses

Esta palavra vem do verbo verdrängen, que significa em alemão


empurrar para o lado, desalojar. Este verbo ainda remete a uma
sensação de sufoco, de incomodo que leva o sujeito a desalojar,
deixar de lado o material que o incomoda. Entretanto, segundo essa
significação, tal material permanece junto ao sujeito, pressionando
pelo retorno, e exigindo a mobilização de esforço para mantê-lo
longe.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Isto é, seu eu foi confrontado com uma experiência, representação
ou sentimento que provocou um afeto aflitivo que o indivíduo
optou por esquecê-lo.
Sendo assim, percebe-se uma dificuldade de mediação entre a
representação incompatível e seu próprio eu.

Freud (1894) afirma que quando a defesa utilizada contra uma


representação incompatível é efetivada, separando-a do seu afeto,
esta representação permanece na consciência, embora
enfraquecida e isolada, o mecanismo em ação nessa situação é o de
recalcamento (verdrängung) que é caracteristicamente usado pelas
neuroses.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Conforme Hans (1996), verdrängung é habitualmente traduzido
como recalque ou repressão.

Esta palavra vem do verbo verdrängen, que significa em alemão


empurrar para o lado, desalojar.

Este verbo ainda remete a uma sensação de sufoco, de incomodo


que leva o sujeito a desalojar, deixar de lado o material que o
incomoda. Entretanto, segundo essa significação, tal material
permanece junto ao sujeito, pressionando pelo retorno, e exigindo
a mobilização de esforço para mantê-lo longe.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O recalque, mecanismo de defesa relacionado por Freud às
neuroses, não consegue eliminar a fonte pulsional que, de maneira
constante, emite estímulos que chegam à consciência e reivindicam
satisfação.

O que este mecanismo faz é empurrar para o lado e não extinguir


por definitivo determinado conteúdo.

O material recalcado está de certa forma presente também em sua


ausência e, mesmo desalojado, se manifesta à distância.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Ele pressiona pela volta à consciência, fica numa espécie de ‘salão
contíguo ao consciente’ tentando o retorno, já que sua manutenção
afastada exige um esforço para mantê-lo fora de cena.

O recalque é um estado que exige grande empenho de força para


se manter, pois a pressão pelo regresso é constante. (HANS, 1996).

Este retorno aparecerá, segundo Freud, sob a forma de sintomas,


dos atos falhos, dos chistes e dos sonhos.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O conteúdo recalcado consiste em representações e na energia que
as ocupa, ou seja, o quantum de afeto que estão investidas ou
carregadas. Tais destinos da representação e da energia podem ser
independentes e diversos.

Neste sentido, o destino que terá a energia será mais importante


do que o trajeto das representações em si, pois é o quantum de
afeto que circula e que desequilibra o sistema.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Seguindo essa mesma lógica, verifica-se que, conforme o tipo de
neurose em jogo, seu mecanismo base – o recalcamento
(verdrängung) - irá se articular com outros mecanismos, entre eles,
o deslocamento e a condensação, por exemplo. Ou ainda,
contrainvestirá representações diferentes ou inervações e partes do
corpo (HANS, 1996).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O representante pulsional se desenvolve de forma mais
desimpedida e com maior riqueza quando, por meio do recalque, é
retirado da influência consciente. Ele então prolifera, por assim
dizer, na escuridão e encontra formas de expressão extremas.
Estas, ao serem traduzidas e apresentadas ao neurótico irão
assustá-lo, ao se espelharem-se a imagem de uma força pulsional
extraordinária e perigosa. Essa força pulsional enganosa é o
resultado tanto de um desdobramento desinibido da
representação na fantasia quanto do acúmulo ocorrido quando a
satisfação foi impedida (FREUD, 1915, p. 179).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


3 – MECANISMOS DE DEFESA
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Os mecanismos de defesa do ego constituem operações de
proteção postas em jogo pelo Ego ou pelo self (Si-mesmo) para
assegurar sua própria segurança.

Os mecanismos de defesa não representam apenas o conflito e a


patologia, eles são também uma forma de adaptação.

O que torna essas defesas um aspecto doentio é sua utilização


ineficaz ou sua não adaptação às realidades internas ou externas.
(Bergeret, 2006).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Os mecanismos de defesa do ego constituem operações de
proteção postas em jogo pelo Ego ou pelo self (Si-mesmo) para
assegurar sua própria segurança.

Os mecanismos de defesa não representam apenas o conflito e a


patologia, eles são também uma forma de adaptação.

O que torna essas defesas um aspecto doentio é sua utilização


ineficaz ou sua não adaptação às realidades internas ou externas.
(Bergeret, 2006).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
A pintura “A Verdade saindo do
Poço” (1896), mostrada, é de
autoria de Jean-Léon Gérôme,
escultor e pintor francês, e está
ligada a uma parábola do século
XIX.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Os mecanismos de defesa fazem parte dos procedimentos
utilizados pelo Eu (Ego) para desempenhar sua função principal,
que em termos gerais consiste em evitar o perigo, a ansiedade e o
desprazer.

Dentre os mecanismos de defesa é preciso considerar, por um lado,


quais deles estão funcionando para defender o Eu (ego), e por
outro lado, os que estão simplesmente encarregados de defender a
existência do narcisismo.

Freud (1937) diz que mecanismos defensivos falsificam a


percepção interna do sujeito, fornecendo somente uma
representação imperfeita e deformada.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Freud decompôs o processo de recalque em três momentos. O
recalque primário/originário inscreve “algo” ao fundar o psiquismo,
deixando marcas vividas e intraduzíveis psiquicamente. Tal
inscrição seguirá viva e atual em cada sujeito, mesmo com o passar
do tempo. Este é o momento que corresponde à primeira inscrição
e simultânea fixação da pulsão numa determinada representação.

Ele possui um caráter passivo, já que as primeiras ligações feitas


são sínteses passivas que apenas limitam ou impedem o livre
escoamento das excitações. O recalque secundário, ou o
recalcamento propriamente dito, assinala um recurso defensivo
ante o conflito, pois será a defesa privilegiada pela neurose e
possui uma característica mais ativa.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Neste segundo momento, o recalque propriamente dito incide sobre
os derivados psíquicos da representação atingida pelo recalque
primário.

Assim, o destino destes derivados será o mesmo que o da


representação primordial (a do recalque originário): exclusão da
consciência. Entretanto, vale assinalar, para que o recalque
secundário ocorra não se faz necessário apenas o repúdio do pré-
consciente/consciente, mas também a atração exercida pelo recalque
originário (FREUD, 1915; GARCIA-ROZA, 2004; MACEDO, 2005).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


RECALQUE
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Recalque Original é uma das forças que impedem que o
representante psíquico recalcado surja no Consciente.

Então inicialmente tem-se um britamento da pulsão, da qual não


podemos falar, pois nos faltariam palavras.

Esta pulsão se liga a uma representação, que por sua proximidade


com a pulsão, não pode ser diretamente enviada ao Consciente,
pois sofreria necessariamente um recalque.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Desta forma, cabe enviar algo em seu lugar, um representante dessa
representação.

Percebam que aqui usamos – e Freud também distingue assim-


representação e representante, para fazermos uma importante
diferenciação:

A REPRESENTAÇÃO é aquela que se liga à pulsão (uma ideia, um


conceito)
O REPRESENTANTE é aquele que vai no lugar da representação
(como o advogado representa seu cliente em uma audiência

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


O REPRESENTANTE é então um substituto da REPRESENTAÇÃO.

Isto posto, teremos que este representante também é repelido ao


tentar passagem para o Consciente, e com seu retorno se estabelece
um ponto de fixação no Inconsciente no qual o representante
permanece ali se ligando(colando, ficando junto) àquela pulsão que
brotava.

O RECALQUE ORIGINAL

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Este Recalque Original, a partir da fixação que foi criada, ainda
atua como uma força que atrai outros elementos (como um
campo gravitacional), que podem se ligar a essa fixação, fazendo
com que tudo o que se ligar a esta fixação e forçar passagem para
o Consciente seja igualmente recalcado, ou seja, impedido de
chegar ao Consciente.

Estes demais conteúdos recalcados orbitarão essa fixação causada


pela força do recalque original.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Este Recalque Original, a partir da fixação que foi criada, ainda
atua como uma força que atrai outros elementos (como um
campo gravitacional), que podem se ligar a essa fixação, fazendo
com que tudo o que se ligar a esta fixação e forçar passagem para
o Consciente seja igualmente recalcado, ou seja, impedido de
chegar ao Consciente.

Estes demais conteúdos recalcados orbitarão essa fixação causada


pela força do recalque original.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Freud decompôs o processo de recalque em três momentos. O
recalque primário/originário inscreve “algo” ao fundar o
psiquismo, deixando marcas vividas e intraduzíveis
psiquicamente.

Tal inscrição seguirá viva e atual em cada sujeito, mesmo com o


passar do tempo. Este é o momento que corresponde à primeira
inscrição e simultânea fixação da pulsão numa determinada
representação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Ele possui um caráter passivo, já que as primeiras ligações feitas
são sínteses passivas que apenas limitam ou impedem o livre
escoamento das excitações.

O recalque secundário, ou o recalcamento propriamente dito,


assinala um recurso defensivo ante o conflito, pois será a defesa
privilegiada pela neurose e possui uma característica mais ativa.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Neste segundo momento, o recalque propriamente dito incide
sobre os derivados psíquicos da representação atingida pelo
recalque primário. Assim, o destino destes derivados será o mesmo
que o da representação primordial (a do recalque originário):
exclusão da consciência.

Entretanto, vale assinalar, para que o recalque secundário ocorra


não se faz necessário apenas o repúdio do pré-
consciente/consciente, mas também a atração exercida pelo
recalque originário (FREUD, 1915; GARCIA-ROZA, 2004; MACEDO,
2005).

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


RECALQUE
E
REPRESSÃO
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Diagrama em alemão mostrando o mecanismo psicológico da
repressão: a linha vermelha representa a repressão, que
bloqueia a "imaginação incompatível" (unvereinbare
Vorstellung) e redireciona o eu (sek Bw) para a "ativação da
imaginação" (aktivierende Vorstellung)

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


1915
REPRESSÃO RECALQUE
Ação que é exercida sobre alguém, a partir da exterioridade
designa aquele que seria um processo interno

"O Recalcamento é o pilar fundamental sobre o qual descansa o


edifício da psicanálise".

Freud - "A História do Movimento Psicanalítico“

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


REPRESSÃO
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
REPRESSÃO
É um dos conceitos fundamentais da psicanálise, tendo sido
desenvolvido por Sigmund Freud.

Die Verdrängung
Denota um mecanismo mental de defesa contra ideias que sejam
incompatíveis com o eu.

Freud dividiu a repressão psicológica em dois tipos: a repressão


primária, na qual o inconsciente é constituído; e a repressão
secundária, que envolve a rejeição de representações
inconscientes.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
REPRESSÃO
A repressão é o processo psíquico através do qual o sujeito rejeita
determinadas representações, ideias, pensamentos, lembranças
ou desejos, submergindo-os na negação inconsciente, no
esquecimento, bloqueando, assim, os conflitos geradores de
angústia.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


NEGAÇÃO
Negação é um dos mecanismos inconscientes descritos por Freud
como um modo de defesa do ego.

Recurso da natureza humana contra sofrimentos insuportáveis,


está presente na primeira fase do luto, em que negamos a morte
da pessoa amada, como se ela fosse voltar para casa, como se a
qualquer momento ela pudesse entrar pela porta, como se a
notícia de sua morte fosse apenas um pesadelo do qual
pudéssemos acordar a qualquer momento e ver que ela ainda
está viva.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
RACIONALIZAÇÃO
A racionalização é um mecanismo de defesa que envolve explicar
um comportamento ou sentimento inaceitável de maneira
racional ou lógica, evitando as verdadeiras razões do
comportamento.
A racionalização é um mecanismo de defesa que envolve explicar
um comportamento ou sentimento inaceitável de maneira
racional ou lógica, evitando as verdadeiras razões do
comportamento

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


RACIONALIZAÇÃO
Por exemplo, uma pessoa que é rejeitada por um encontro pode
racionalizar a situação dizendo que não foi atraída para a outra
pessoa de qualquer maneira.

Um aluno pode culpar uma nota de exame ruim no instrutor, em


vez de sua falta de preparação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
FORMAÇÃO REATIVA
(em alemão: Reaktionsbildun),
na teoria psicanalítica, é um mecanismo de defesa no qual
emoções e impulsos que produzem ansiedade ou que são
percebidos como inaceitáveis são dominados pelo exagero da
reação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


FORMAÇÃO REATIVA

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


FORMAÇÃO REATIVA

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


FORMAÇÃO REATIVA

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


FORMAÇÃO REATIVA
Na teoria psicanalítica, é um mecanismo de defesa no qual
emoções e impulsos que produzem ansiedade ou que são
percebidos como inaceitáveis são dominados pelo exagero da
reação.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


ISOLAMENTO:
É o mecanismo de defesa que envolve uma “separação de
sistemas” para que os sentimentos perturbadores possam ser
isolados, de tal forma que a pessoa se torna completamente
insensível em relação ao acontecimento sublimado e passe a
comentá-lo como se tivesse acontecido com terceiros.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


ISOLAMENTO:

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


ISOLAMENTO:
É o mecanismo em que um pensamento ou comportamento é
isolado dos demais, de forma que fica desconectado de outros
pensamentos.

É uma defesa bastante comum em casos de neurose obsessiva.

Os exemplos desse mecanismo são diversos, como rituais,


fórmulas e outras ideias que buscam a cisão temporal com os
demais pensamentos, na tentativa de defesa contra a pulsão de se
relacionar com outro.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
SUBLIMAÇÃO:
É o mais evoluído de todos os mecanismos de defesa. Canalizamos os
desejos afetivos sexuais para outras atividades ou alvos;
descarregamos nossa energia acumulada em outras áreas, minorando
a tensão e o sofrimento.
Próxima ao isolamento, a sublimação consiste na busca de modos
socialmente aceitáveis de satisfazer, ao menos parcialmente,
as pulsões do id.

Caracteriza-se por apresentar uma inibição do objeto e sua


dessexualização.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
PROJEÇÃO
Projeção é o processo mental pelo qual as características que estão ligadas
ao EU são gradativamente afastadas deste em direção a outros objetos e
pessoas.
Essas projeções tendem a deslocar-se em direção a objetos e pessoas cujas
qualidades e características são mais adequadas para encaixar o material
deslocado.
Muitas vezes nos defendemos da angústia gerada por fracasso, culpa ou
nossos defeitos projetando a responsabilidade por esse fato em alguém ou
em algo.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


PROJEÇÃO:

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


COMPENSAÇÃO
Esse mecanismo de defesa tem por característica a tentativa do sujeito de
equilibrar suas qualidades e deficiências, por exemplo, uma pessoa que
não tem boas notas e se consola por ser bonita.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


COMPENSAÇÃO

Mecanismo de defesa utilizado para encobrir uma condição que o


sujeito considera socialmente inferior através da atribuição de ênfase à
outra característica mais desejada ou aceita.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
MECANISMO DE DEFESA OU AJUSTAMENTO

Designa em teoria psicanalítica, em particular, as ações psíquicas que


têm por finalidade reduzir qualquer manifestação que pode colocar em
perigo a integridade do ego, onde o sujeito não consiga lidar com
situações que por algum motivo considere ameaçadoras.
São processos pré conscientes ou mesmo inconscientes que permitem à
mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos no nível
da consciência.
As bases dos mecanismos de defesa são as angústias.
Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os mecanismos de
defesa ficam ativados.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana


REFERÊNCIAS
BERGERET, J. O problema das defesas. In: Bergeret, J. ...[et al.].
Psicopatologia: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BERGERET, J. A personalidade Normal e Patológica. Porto Alegre: Artmed,
1998.
FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses. São Paulo: Editora
Atheneu, 2005
FREUD, Sigmund (1916-1917). Conferências Introdutórias de Psicanálise,
Conferência XXIII - Os Caminhos da Formação dos Sintomas. Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Vol.XVI. Rio de
Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, Sigmund (1916-1917). Conferências Introdutórias de Psicanálise,
Conferência XVII - O Sentido dos Sintomas. Edição Standard Brasileira das
Obras Psicológicas Completas. Vol.XVI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana
REFERÊNCIAS
FREUD, Sigmund (1937). Análise Terminável e Interminável. Edição Standard
Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
LAPLANCHE, J. e Pontalis, J. B. Vocabulaire de Psychanalyse. Paris: PUF,
1967. 520 páginas.
SIMEONE, JASON & WARD, ALEXANDRA & ROTELLA, PHILIP & COLLINS,
JENNA & WINDISCH, RICARDA. (2015). An evaluation of variation in
published estimates of schizophrenia prevalence from 1990-2013: A
systematic literature review. BMC psychiatry. 15. 193. 10.1186/s12888-015-
0578-7.

Por: Ródnei Souza e Sílvia Santana

Você também pode gostar