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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM

Credenciada pela Portaria Ministerial nº 1992 de 19/12/2006. D.O.U. nº 243 de 20/12/06


AELBRA EDUCAÇÃO SUPERIOR – GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO S.A.

LAJES MACIÇAS SUBMETIDAS A FLEXÃO, A PARTIR DA


UTILIZAÇÃO DAS TABELAS DE MARCUS, BARES, TEPEDINO E
CZERNY.

Alvaro Daniel Leitão Da Cunha1


Brayan Luiz Batista Oliveira
Karla Larissa Braz Da Silva
Paulo Roberto Tavares da Silveira Junior

RESUMO: Os esforços solicitantes o momento fletor M é em condições normais o esforço preponderante no


dimensionamento de peças estruturais como lajes e vigas. Quando o momento fletor atua segundo um plano
que contenha um dos eixos principais da seção transversal, a flexão é normal. Quando ao mesmo tempo atua
uma força normal N ela é dita normal composta e na ausência desta, flexão normal simples.
Segundo o item 13.3 da NBR-6118, deslocamentos limites são valores práticos para verificação em serviço do
estado limite de deformações excessivas da estrutura. Esses valores devem obedecer aos limites estabelecidos
na tabela 13.2 da NBR-6118. Para o caso das lajes a flecha máxima em serviço quando atuar a totalidade das
cargas deve ser l / 250, onde l é o menor vão da laje retangular. Quando atuar apenas a carga acidental esse
limite deve ser considerado igual a l / 350. Para lajes em balanço o vão equivalente a ser considerado deve ser
o dobro do comprimento do balanço. Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por
contra flechas, entretanto a sua atuação isolada não pode ocasionar um desvio do plano da laje maior que l /
350.

PALAVRAS-CHAVE: Lajes Maciças, Flexão, Cargas

INTRODUÇÃO: A análise estrutural consiste em uma das principais etapas na elaboração de um


projeto estrutural, pois determina os efeitos das ações em uma estrutura, fundamentando a escolha
dos modelos estruturais a serem utilizados, que devem representar adequadamente e o mais real
possível uma estrutura de concreto armado. A escolha do modelo estrutural de laje, elemento
estrutural responsável por transmitir as ações que nela chegam para as vigas ou diretamente para os
pilares, se deve principalmente aos seguintes critérios: arquitetura, ações solicitantes, segurança,
desempenho e economia. Para a composição do trabalho, foi adotada a tipologia de laje maciça. As
lajes maciças são constituídas basicamente pela associação do concreto com o aço, que juntos
resistem as solicitações que atuam em uma edificação. Dessa maneira, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas NBR 6118:2014 define lajes como sendo “elementos de superfície plana, sujeita
pincipalmente a ações normais a seu plano”.
O dimensionamento de lajes maciças pode ser feito por meio de métodos analíticos onde são
utilizadas tabelas de dimensionamento de lajes, que decompõem o pavimento de laje em elementos
isolados, fazendo assim uma análise individual de cada elemento. E por métodos mais precisos, onde
se destacam o Método dos Elementos Finitos e o da Analogia de Grelhas, que avaliam o pavimento
de laje de forma integrada. As lajes maciças são constituídas basicamente pela associação do
concreto com o aço, que juntos resistem as solicitações que atuam em uma edificação. Dessa
maneira, a Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 6118:2014 define lajes como sendo
“elementos de superfície plana, sujeita pincipalmente a ações normais a seu plano”. Entretanto, com
o ingresso da informática na engenharia, surgiram os softwares de modelagem estrutural e cálculo
automáticos, que ajudam no trabalho do projetista na etapa de elaboração e dimensionamento de
estruturas. Estes softwares realizam análises avançadas fundamentadas no método dos elementos
finitos e analogia de grelhas. Assim, o dimensionamento tornou-se mais eficiente, com um ganho de
tempo significante.

1
Acadêmicos de Engenharia Civil do Centro Universitario luterano de Santarem – CEULS/ULBRA
MÉTODO:

A. TABELA DE MARCUS

A utilização da tabela de Marcus, é um método aproximado e simplificado, apesar de conter um


avanço da teoria de grelhas, no entanto é bastante utilizado devido aos seus resultados satisfatórios
quando aplicada a lajes maciças de concreto armado.
Um exemplo deste método, consideramos uma laje simplesmente apoiada nos quatro lados,
submetida a uma carga p uniformemente distribuída e com vãos lx e ly, conforme a figura 2.

Figura 1 - Modelo estrutural da laje L01 Figura 2 - Laje apoiada nos 4 lados

Partindo da figura 5, veremos a aplicação da tabela de Marcus. Os quinões de carga devem obedecer
à relação p=px+py.
A flecha no centro da faixa da direção x e da direção y, sob as cargas px e py é dada por:

Wx= 5/384.px.lx^4/EI e Wy= 5/384.py.ly^4/EI

E= Módulo de elasticidade
I= Momento de inércia da largura unitária

A laje tem em seu centro uma flecha de valor único, logo entramos na condição de continuidade,
que nos diz: Wx = Wy.
Logo: px.l^4x = py.l^4y

A partir desta, temos que:


px= (l^4y/l^4y+l^4x).p

Com essa equação conseguimos calcular os quinhões de carga, com a relação entre os vãos definidos
por:
λ = ly / lx
Podemos escrever:
Px=Kx.p e Py=Ky.p

Onde:

Kx= λ^4/1+ λ^4 e Ky= 1-Kx

Com os quinhôes de carga com valores conhecidos, partiremos para o calculo de momentos fletores
nas duas direções e momento máximo em X.
No momento máximo temos:
Mx=Px.l^2x/8

Substituindo, a equação resultará em:

Mx=mx.pl^2x e mx=Kx/8

Na direção Y, a equação de momento máximo é escrita da seguinte forma:

My=my.pl^2x e my=Ky.λ^2/8
Segundo Araújo (2003), a formulação descrita é uma simplificação grosseira do comportamento das
lajes. Isto principalmente porque na teoria das grelhas, na que se baseou a de Marcus, a rigidez a
torção da laje é desprezada. As deflexões wx de uma faixa x de uma laje provocam um giro de torção
na faixa y desta mesma laje quando esta faixa na passa pelo centro da laje. A rigidez a torção desta
faixa faz com que as deflexões sejam reduzidas e também haverá redução nos momentos fletores.
No método de Marcus esse efeito de redução dos momentos é introduzido de forma aproximada
sendo que os momentos fletores positivos corrigidos, Mxo e Myo são dados por:

Mxo=Cx.Mx e Myo=Cy.My

Os coeficientes Cx < 1 e Cy < 1 dependem da relação entre os vãos e das condições de contorno da
laje, podendo ser expressos por:

Cx=1-20Kx/ 30αx.λ^2 e Cy=1-Ky. λ^2/30αy

Onde os coeficientes αx e αy dependem das condições de apoio nas direções x e y. Para uma direção
genérica, tem-se:

Faixa biapoiada: α = 8;

Faixa engastada e apoiada: α = 14,22;

Faixa biengastada: α = 24;

Essas equações acima são utilizadas para calculo de lajes maciças simplesmente apoiada nos quatro
lados. Porém existem as condições de contorno conforme a figura 3.

Figura 3 - Lajes parcialmente contínuas

Os casos possíveis são os casos 1, 2A, 2B, 3, 4A, 4B, 5A, 5B e 6.

Para momentos fletores positivos, temos:

Mxo= Cx.mx.pl^2x e Myo= Cy.my.pl^2y

Para os momentos fletores negativos nos eixos X e Y, a equação se da por:

Mxe= mxe.pl^2x e Mye= me.pl^2x

A partir da tabela de Marcus, poderemos encontrar os coeficientes necessários para calcular os


momentos fletores positivos e negativos de forma imediata, a partir da equação abaixo.

Mx= p.l^2x/mx e My= p.l^2y/my

Mxe=-pl^2x/nx e Mye=-p.l^2y/ny

Onde:
Mx e My = momento fletor positivo nas direções x e y (kN.m/m);
Mxe e Mye = momento fletor negativo nas direções x e y (kN.m/m);
p = carga total uniformemente distribuída (kN/m²);
mx e my = coeficientes para cálculo dos momentos fletores positivos atuantes nas direções
paralelas a x l e y l, respectivamente;
nx e ny = coeficientes para cálculo dos momentos fletores positivos atuantes nas direções paralelas
a lx e ly, respectivamente;
lx = vão da laje (m). Os coeficientes adimensionais mx, my, nx e ny são obtidos nas tabelas de
marcus apresentadas abaixo.

Tabela 1 - Tabela de Marcus - Caso 1.


Tabela 2 - Tabela de Marcus - Caso 2A e 2b
Tabela 3 - Tabela de Marcus - Caso 3
Tabela 4 - Tabela de Marcus - Caso 4A e 4B
Tabela 5 - Tabela de Marcus - Caso 5A e 5B
Tabela 6 - Tabela de Marcus - Caso 6
B. TABELA DE BARES

Bares em 1972, desenvolveu tabelas inspirado na solução em séries, as tabelas estão


ajustadas para o coeficiente de Poisson v= 0,20.
As equações de momentos máximos por unidade de comprimento, na direção x e y se
dá por:

Mx= μx.p.l^2x/100 e my= = μy.p.l^2/100

Da mesma forma para os momentos máximos negativos.

Xx= μ’x.p.l^2x/100 e Xy= μ’y.p.l^2y/100

Lx= Menor lado da placa.

μx , μy , μ’x e μ’y são obtidos através das tabelas de Bares, abaixo.

Tabela 7 - Tabela de Bares - Casos, 1, 2A e 2B.


Tabela 8 - Tabela de Bares Casos 3, 4A e 4B

Tabela 9 - Tabela de Bares Casos 5A e 5B


Tabela 10 - Tabela de Bares Caso 6

C. TABELA DE TEPEDINO
D. TABELA DE CZERNY
CONCLUSÃO: A escolha do modelo de estrutural a ser adotado no dimensionamento de lajes deve
ser fundamentado de maneira que melhor represente o comportamento da estrutura. No estudo de
lajes, por meio da literatura técnica disponível, o dimensionamento é realizado por meio de tabelas
que consideram as lajes de forma isolada com condições de apoio simples, engastados ou livres.
Entretanto os programas computacionais de cálculo estrutural utilizados no mercado de trabalho
utilizam métodos mais sofisticados que representam de forma mais adequada o comportamento da
estrutura como o programa Eberick que utiliza o processo de Analogia de Grelhas..

REFERÊNCIAS: ARAUJO, J. M. Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado.3 ed. Rio


Grande, Editora

DUNAS, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2014 -


Projetos de Estruturas de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 6118:1980 - Projeto e execução


de obras de concreto armado. Rio de Janeiro, 1980.

https://www.unicerp.edu.br/ensino/cursos/engenhariacivil/monografias/2018/ANALISEDEPAINE
LDELAJE.pdf

CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jason Rodrigues de. Cálculo e


detalhamento de estruturas usuais de concreto armado – segundo a NBR 6118:2003. 2. Ed.
São Carlos: UFSCar, 2004. 374 p. il.

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