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P3 MAC021
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE DOENÇAS
AUTOIMUNES
Existem ao menos 80 tipos de doenças autoimunes, sendo a maioria de causa
desconhecida. Algumas são genéticas e outras podem ser desencadeadas por
infecções e/ou outros fatores ambientais, sendo mais comuns entre mulheres em
idade adulta → fatores hormonais.
Em muitas, é comum a administração de AINES e de imunossupressores
(depende do estágio da doença).
Exemplos de doenças autoimunes: lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla.
Os imunocomplexos formados em condição de excesso de antígeno, como
nas doenças autoimunes, tendem a permanecer na circulação. Estes formam
depósitos, principalmente nas paredes de pequenos vasos sanguíneos, onde
desencadeiam uma série de eventos inflamatórios, levando a danos teciduais com
consequente sequela funcional.
→ Artrite reumatoide
Doença autoimune inflamatória que afeta as pequenas articulações de mãos
e pés. Interfere no revestimento das articulações, causando um inchaço doloroso
que pode resultar em erosão óssea e deformidade articular. Os auto-anticorpos
atacam especificamente as membranas que revestem as articulações.
Diagnóstico laboratorial de artrite reumatoide: os dois sistemas mais importantes
de autoanticorpos descritos para o diagnóstico laboratorial são:
a. fator reumatoide: auto-anticorpo IgM - ELISA, IF. Não é exclusivo da AR
(também aparecem na síndrome de Sjögren).
b. anticorpos anti-peptídeos cíclicos citrulinados (anti-CCP): exclusivos e
aparecem precocemente na doença. São direcionados a várias
proteínas/peptídeos contendo resíduos de arginina (citrulina) - presentes nas
articulações. ELISA - peptídeos cíclicos citrulinados (CCP) sintéticos como
antígenos aderidos à placa.
→ Síndrome de Sjögren
Doença autoimune inflamatória crônica, marcada pelo ressecamento
progressivo dos olhos e da boca. A doença pode evoluir, a partir das glândulas
exócrinas, para uma doença sistêmica ou para um distúrbio linfoproliferativo de
linfócitos B.
Os autoanticorpos na síndrome de Sjögren são contra os antígenos
SS-A/Ro e SS-B/La.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DOENÇAS
CAUSADAS POR T
. GONDII
→ 30% da população mundial é IgG+ para T. gondii.
→ 80% das gestantes tem IgG para T. gondii → isso é bom, significa que já estão
imunizadas.
→ As 20% restantes é que são preocupantes, pois podem ser infectadas durante a
gestação e transmitir para o feto.
Testes sorológicos que utilizam o parasito inteiro (não são mais utilizados, mas
mostram a evolução laboratorial).
a. Sabin Feldman - 2 pontos-chave:
i. azul de metileno tem alta afinidade pelo T. gondii;
ii. Na presença de Ac específico IgG. Corado: negativo; não corado:
positivo.
b. IFI → igual ao de T. pallidum. Identifica IgG, IgM e demais Igs. Soros
reagentes são titulados ensaiando-se diluições crescentes. Incuba-se o soro
em toxoplasmas fixados em lâmina de microscopia.
c. Aglutinação direta → detecta apenas IgG. Utiliza suspensão de toxoplasmas
fixados por acetona (AC) ou formalina (HS). A aglutinação é diferencial em
função de como foi fixado.
i. Infecção recente: tendem a
ii. infecção passada: títulos maiores com HS.
Testes sorológicos que utilizam extratos antigênicos
O conceito de "avidez" refere-se à força da ligação depois da formação dos
complexos antígeno-anticorpo reversíveis. Resulta de interações múltiplas entre
uma molécula de anticorpo e os epítopos de um antígeno complexo. A propriedade
de avidez do anticorpo se acentua no decorrer da resposta imunológica,
notadamente para imunoglobulinas da classe IgG, cuja produção se segue às
imunoglobulinas da classe IgM . Ou seja, a avidez é diretamente proporcional ao
tempo de infecção. Este conhecimento tem sido amplamente utilizado em testes
Felipe Unterrichter Rechtenthal
- Detecção de IgM
- A presença de fator reumatoide pode gerar resultado falso positivo.
Para solucionar, precipitar IgG com soro anti-IgG.
- Obs.: para anticorpos IgM, ainda não se dispõe de um soro referência,
em UI, como para IgG.
- Outra possibilidade: captura → problema: pode reconhecer IgM não
relacionado à doença.
- ISAGA: aglutinação por imunoabsorção.
- Hemaglutinação indireta (HAI) - não é mais utilizado. Para detectar IgM,
repetir teste incubando soro com 2-mercaptoetanol.
- Aglutinação em látex
- Immunoblot - uma única banda já indica positividade (diferentemente do
HIV).
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA
Mediadores da resposta inflamatória
Citocinas
São proteínas de baixo PM produzidas por diferentes tipos celulares do
sistema imune. A produção desencadeada quando as células são ativadas por
diferentes estímulos (agentes infecciosos, tumores ou estresse). Atuam na
comunicação entre as células, promovendo indução ou regulação da resposta imune.
Efeito local - indução da expressão de quimiocinas
Efeito sistêmico - indução de proteínas de fase aguda
Quimiocinas
São pequenos polipeptídeos que fazem parte de um subgrupo de citocinas.
Controlam adesão, quimiotaxia e ativação de vários tipos de leucócitos.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
→ Proteína C reativa (PCR)
Sintetizada pelo fígado, é constituída por 5 cadeias polipeptídicas idênticas e
com peso molecular de 115 kDa. É um dos marcadores de fase aguda mais sensíveis
e utilizados para inflamação. Sua função é ligar-se a patógenos e células lesadas
e/ou apoptóticas e iniciar sua eliminação por meio da ativação do sistema
complemento e de fagócitos. Essas ligações e atrações celulares permitem
considerá-la como uma opsonina. Também atua regulando a extensão e a
intensidade da reação inflamatória.
A PCR é um constituinte normal do soro humano, onde, em condições
normais, mantém concentrações inferiores a 6 mg L-1. Na vigência de um estímulo
inflamatório, apresenta uma rápida elevação de seus níveis, já observados a partir de
6 horas e atingindo um pico após 48 horas, podendo chegar a 1000 vezes os
valores basais. A meia vida é curta (5 a 7 horas), o que a faz aproximar-se do
conceito de uma prova de fase aguda “ideal”, e a torna muito atraente para o
acompanhamento de processos inflamatórios agudos.
O aumento da PCR é mais expressivo em infecções bacterianas do que em
infecções virais.
A literatura mostra inúmeros estudos da dosagem de PCR por métodos
quantitativos na distinção entre:
a. meningite bacteriana e meningite viral
b. pneumonia bacteriana e pneumonia viral
c. artrite séptica e artrite reativa
Felipe Unterrichter Rechtenthal
→ 𝛂1 glicoproteína ácida
A 𝛂1 glicoproteína ácida possui um perfil cinético intermediário entre o
fibrinogênio e a PCR, elevando-se 12 horas após a injúria e permanecendo por 3 a 5
dias, com um aumento de 2 a 4 vezes os seus níveis séricos na vigência de um
estímulo inflamatório.
A dosagem é utilizada principalmente no diagnóstico e acompanhamento
clínico de doenças inflamatórias como febre reumática, artrite reumatoide e LES.
→ Fibrinogênio
O fibrinogênio é uma das proteínas predominantes no plasma,
desempenhando papel fundamental na hemostasia. É um dos componentes que
mais afeta o VHS.
Nas reações inflamatórias, tem provável papel no reparo tecidual e na
cicatrização.
Trata-se de um glicoproteína sintetizada no fígado, com peso molecular de
341 kDa. Sua meia vida é de 3 a 5 dias, sendo precursor do coágulo de fibrina. Uma
vez formada a fibrina, estimula a adesão, a dispersão e a proliferação de células
endoteliais.
Valores aumentados ocorrem em processos inflamatórios agudos ou
crônicos, síndrome nefrótica, traumas, pós-operatórios, stress, neoplasias, gravidez,
uso de contraceptivos orais, terapia com estrógenos e andrógenos.
Cronicamente, o aumento do fibrinogênio tem sido reconhecido como um
fator de risco para o desenvolvimento de tromboembolismo arterial.
→ Haptoglobina
O aumento da concentração de haptoglobina ocorre como uma reação de
fase aguda (como queimaduras e síndrome nefrótica).
Frequentemente, está aumentada em processos inflamatórios e de destruição
tissular e em neoplasias.
Em tumores renais, também pode atingir níveis muito elevados. Uma resposta
de fase aguda pode ser confirmada e monitorizada através de outros ensaios, como
a proteína C reativa.
→ Soro amiloide A (SAA)
A SAA possui três isoformas, mas somente duas são proteínas de fase aguda
(outra é constitutiva).
O maior local de produção é o fígado, possuindo meia vida curta e
características muito semelhantes às da PCR: baixos níveis basais, rápida resposta e
grande elevação (até 1000 vezes) como resposta a processos inflamatórios
infecciosos e não infecciosos.
A proteína tem ação de defesa, atuando:
Felipe Unterrichter Rechtenthal
RUBÉOLA
A vacina é produzida a partir do vírus vivo atenuado → cultivado em
linhagens celulares animais não humanas. Essas condições selecionam as variantes
virais que crescem bem no hospedeiro não-humano e consequentemente são
menos adaptadas ao crescimento em seres humanos.
Os vírus vivos atenuados compõem as melhores vacinas, pois desafiam o
sistema imune de forma mais semelhante ao patógeno natural. Consequentemente
o sistema imune está melhor preparado para uma infecção real após a vacinação
com uma vacina de vírus vivo. Porém, devido à similaridade com o patógeno, os
vírus atenuados podem sofrer uma reversão e se tornar patogênicos.
Diagnóstico da Gestante:
→ ELISA para detecção de anticorpos específicos IgM e IgG:
Os anticorpos IgM específicos para o vírus da rubéola aparecem logo após o
início da doença. O resultado IgM+ significa que houve infecção recente, mas,
geralmente, não são mais detectados após 4 a 6 semanas do início do exantema.
Importante: resultados IgM- não descartam a possível infecção recente pelo vírus
da rubéola.
Devido ao modo de produção da vacina, os anticorpos IgG, que persistem por
toda vida, não são ideais para diagnosticar, visto que não é possível diferenciar
resposta a infecção passada/crônica de resposta à vacina.
→ Diagnóstico da infecção fetal:
Cordocentese
Deve ser realizada após a 22ª semana de gestação. Antes disso, a
imaturidade do sistema imunológico fetal aliada a depressão imunológica causada
pelo vírus pode gerar resultados falso-negativos. As técnicas utilizadas podem ser:
- IgM positiva para rubéola;
- Isolamento do vírus ou identificação do RNA viral
O tempo necessário para este tipo de diagnóstico o torna inviável para
atenção pré-natal.
Diagnóstico pós-natal:
O feto é capaz de produzir anticorpos específicos IgM para rubéola, antes
mesmo do nascimento. A presença de IgM específico no sangue do recém nascido
evidência infecção congênita, já que esta imunoglobulina não atravessa a barreira
placentária.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
Em todas as crianças com síndrome da rubéola congênita podem ser
detectados anticorpos IgM até o 5º mês. Em 60%, são ainda detectados entre 6 e
12 meses. Raramente são detectados após o 18º mês.
Como os anticorpos IgG são transferidos passivamente através da
placenta, podem ser encontrados em recém nascidos normais de mães imunes
contra rubéola. Não há como diferenciar os anticorpos IgG maternos dos
produzidos pelo próprio feto, quando a infecção se dá na vida intrauterina. No
entanto, a quantidade de IgG materna vai se reduzindo progressivamente e
desaparece por volta do 6º mês → a persistência dos níveis elevados de IgG no
sangue do recém nascido nesse período é altamente sugestivo de infecção
intrauterina. O gráfico a seguir ilustra o que foi aqui discutido:
MONONUCLEOSE
A doença do beijo é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr,
transmitido principalmente pela saliva, podendo também ocorrer pelo sêmen e pelo
sangue. A transmissão pode ocorrer pelo contato com objetos infectados, ou por
tosse e espirros. Indivíduos infectados podem transmitir a doença semanas antes de
manifestarem sintomas (período de incubação: 4 a 6 semanas).
Os sintomas incluem febre alta (38°C a 39°C, podendo atingir 40°C em
hiperpirexia), dor e inflamação da garganta, placas esbranquiçadas na garganta e
exsudato (líquido com alto teor de proteínas e leucócitos → parecido com o sapinho
= candidíase) e í nguas no pescoço (linfonodos aumentados).
Diferentemente das doenças bacterianas, as doenças virais provocam febre
contínua (24h), com oscilações e elevação maior da temperatura no final da tarde e
início da noite.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
O sintoma mais característico é o expressivo aumento do número de linfócitos
no sangue (linfócitos atípicos). Devido à elevada destruição de linfócitos B, a medula
lança linfócitos imaturos na corrente sanguínea (desvio à esquerda).
O único tratamento recomendado é o repouso somado à ingestão de
líquidos (água, chá, sucos naturais) e uso de medicamentos que aliviem os sintomas
(analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios).
A regressão do quadro clínico é lenta. O mal estar e a indisposição levam
semanas para passar e os gânglios levam um ou dois meses até retornarem ao
tamanho normal.
Entre as possíveis complicações, estão a hepatomegalia e a esplenomegalia,
com ruptura de baço em menos de 1% dos casos.
Admite-se que o vírus possa infectar as células epiteliais da faringe, o que explica
sua implicação na ocorrência de carcinoma da nasofaringe.
A porta de entrada é a mucosa da boca e da faringe do indivíduo que não
teve contato prévio com o vírus. As células do tecido linfoide são o alvo da infecção
pelo Epstein-Barr. Isso explica a inflamção dos gânglios e ainda a relação com
linfomas, principalmente linfoma Hodgkin e não-Hodgkin.
Linfoma Hodgkin: células Hodgkin (linfócitos deformados), com perda
substancial de suas características fisiológicas.
Linfoma não-Hodgkin: células mantêm grande parte da função.
Linfomas não Hodgkin são, portanto, menos agressivos.
O vírus se liga a receptores específicos nos linfócitos B. Nessas células, se
prolifera e invade a corrente sanguínea (viremia). Como essas células estão
espalhadas pelo organismo, o vírus ataca fígado, baço, medula óssea e gânglios
linfáticos (órgãos produtores de linfócitos).
Felipe Unterrichter Rechtenthal
Por que uma pessoa tem mononucleose quando infectada pelo Epstein-Barr e
outra desenvolve câncer por causa desse mesmo vírus?
- A infecção do Epstein-Barr é crônica e latente. Provavelmente, quem se
infecta não se livra mais do vírus, que fica seu companheiro ecológico para
sempre, o que, aliás é uma particularidade de toda a família dos herpesvírus.
- Quem vai definir se esse estado de latência irá evoluir para uma doença
proliferativa maligna é o próprio indivíduo - sua genética e seu estado de
imunocompetência / imunodeficiência.
O Epstein-Barr é um vilão temido nos transplantes de medula óssea, uma vez
que a deficiência imunológica é séria nos pacientes transplantados e ele é um
oportunista perigoso.
O EBV é uma das infecções virais mais comuns relacionadas a transplantes,
correspondendo a cerca de 3 a 5% dos transplantados de rim e fígado.
Ao mesmo tempo em que os medicamentos contra rejeição evitam que o
sistema imunológico ataque o novo órgão, deixam o corpo mais suscetível a
patógenos oportunistas.
Dessa forma, a infecção ou reativação pelo EBV é um dos principais fatores
de risco para o desenvolvimento de doença linfoproliferativa pós-transplante, fato
que se deve à imunossupressão.
Diagnóstico sorológico da mononucleose:
- PCR
- IFI - pesquisa de IgG e IgM. Só é eficaz no início da doença, pois
determinados antígenos do EBV só existem na fase aguda.
- ELISA
- Sorologia
- Transaminases = aminotransferases(ALT/AST; TGO/TGP): na mononucleose,
essas enzimas estão elevadas e demoram um ou dois meses para voltar ao
normal. Enquanto esse exame estiver alterado, sabe-se que a doença está
presente, mesmo que os principais sintomas já tenham diminuído.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE INFECÇÕES
CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS -
AGLUTININAS FEBRIS
O diagnóstico das infecções bacterianas pode ser feito:
- pela demonstração de substâncias nas secreções e nos fluidos do organismo
(ex.: antiestreptolisina O)
- pelo isolamento e pela identificação da bactéria (esfregaços, coloração de
Gram ou Ziehl-Neelsen e culturas)
- pela dosagem de anticorpos séricos (sorologia).
→ Escherichia coli
Bactéria bacilar G-, encontrada normalmente no TGI. A maioria das cepas de
E. coli são inofensivas, mas algumas podem causar graves intoxicações alimentares
nos seres humanos.
As cepas inofensivas fazem parte da microbiota intestinal normal, podendo
ser benéficas ao hospedeiro pela produção de vitamina K2 e impedirem que ali se
estabeleçam bactérias patogênicas.
As cepas patogênicas são transmitidas por via fecal oral. A E. coli é lactase +
(fermenta açúcares).
AE . coli causa:
- Toxinfecção alimentar: causa de gastroenterites
- Infecção do trato urinário: é a mais frequente causa desta infecção em
mulheres jovens, podendo gerar pielonefrite.
- Apendicite
Diagnóstico de E . coli
- Cultura de amostras dos líquidos infectados e observação microscópica com
análises bioquímicas.
- Sorologia - ELISA - pesquisa de antígenos (direto) e anticorpos (indireto). O
indireto é mais utilizado.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
→ Mycobacterium leprae
O bacilo de hansen é um BGN, responsável pela hanseníase (lepra). Parasita
os macrófagos e as células de Schwann (formam a bainha de mielina). Por isso, o
indivíduo com hanseníase pode perder o tato, o que torna comuns as queimaduras e
lesões cutâneas.
O sistema imune reage às bactérias formando granulomas. A bactérias
sobrevive à fagocitose e multiplica-se dentro dos macrófagos. Os granulomas são
sequestradores da bactéria, com destruição dos macrófagos infectados.
Diagnóstico de M ycobacterium leprae
Sorologia - IgM anti-PGL1 indicam doença não tratada ou recente, ou ainda
exposição intensa e recente ao M. leprae, com alto risco de adoecimento.
Teste rápido: ML-Flow → 95% de sensibilidade.
→ Helicobacter pylori
Responsável por distúrbios gástricos que podem evoluir para gastrites, úlceras,
dispepsias e carcinomas. Transmissão oral-fecal e fecal-oral.
Diagnóstico de H elicobacter pylori
Endoscopia - invasivo
Sorologia - ELISA - pesquisa de IgG específicos.
→ Aglutininas febris (frias)
São autoanticorpos ligados a uma série de doenças. Podem estar presentes
no sangue muito tempo após uma infecção. Também podem sinalizar a presença de
uma doença que ainda não produziu sintomas.
As crioaglutininas são anticorpos IgM com especificidade para receptores nas
hemácias. Algumas infecções desencadeiam a produção desregulada desses
anticorpos. Por serem pentavalentes, esses IgM fazem com que as hemácias
aglutinem. Quando isso acontece, compromete-se a função dos eritrócitos, que
podem inclusive sofrer lise.
Diagnóstico de crioaglutininas
Baseado em evidência clínica ou laboratorial da anemia hemolítica e na
detecção de auto-anticorpos (especificamente IgM). Isso é feito com o teste direto
de anti-globulina (Coombs direto) com a presença de aglutininas febris circulando
no soro. Esse teste é usado como adjuvante para diagnosticar algumas doenças e
infecções.
Felipe Unterrichter Rechtenthal
Manifestações clínicas
Os pacientes podem apresentar sintomas decorrentes da anemia hemolítica
ou da aglutinação de hemácias. A acrocianose e outros fenômenos vasculares em
extremidades, decorrentes da fragmentação de hemácias, também pode ocorrer. A
hemólise na infecção pelo M ycoplasma é aguda (ex.: M ycobacterium tuberculosis).
Diagnóstico
O esfregaço de sangue periférico pode mostrar hemácias em aglutinação ou
hemácias em rouleaux. Os pacientes usualmente apresentam reticulocitose
(elevação no número de hemácias jovens no sangue).
Teste de aglutinação direta (Coombs direto)
Método simples que detecta a sensibilização in vivo de hemácias, verificando
se há anticorpos IgG ligado à hemácia.
No teste de Coombs direto, é adicionado o reagente de Coombs ao sangue
do paciente, permitindo a visualização de anticorpos que possam estar ligados às
hemácias.
O reagente de Coombs destina-se a demonstrar anticorpos adsorvidos às
hemácias humanas por aglutinação.
Tratamento
Transfusões sanguíneas recorrentes.
Atualmente, a medicação mais utilizada para o tratamento é o rituximab, que
é um anticorpo monoclonal anti-CD20, com taxas de resposta relatadas em mais de
75% dos casos. A medicação pode ser utilizada isoladamente ou associada com
fludarabina com sucesso.
Outras associações possíveis são com prednisona (imunossupressor) e o
interferon (modula a atividade dos linfócitos B).