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“Nadando contra a corrente [...] para o dia nascer feliz.


(Barão Vermelho)

Uma crise é capaz de romper paradigmas e de acelerar processos, afirma Karnal. E o


ano de 2020 e, sobretudo 2021, fez com que muitos compreendessem que um país como o nosso
precisa de um Estado comprometido com o seu povo; que o SUS e a ciência salvam vidas; e
que a desigualdade social determina quem pode ficar em casa e se proteger do vírus. Talvez o
que essas pessoas AINDA não saibam é que a Pandemia do Covid-19 está para além dos
problemas sanitários e que a educação tem um lugar imperioso na busca por soluções. Mas para
tanto é preciso repensá-la. E repensá-la, significa, dentre outras coisas, compreender a
conflituosa teia de relações e de interesses hegemônicos que assinam os graves problemas
socioambientais do nosso tempo e escrevem a nossa história há pelo menos 521 anos.
Nesse sentido, na “contracorrente” desse projeto de colonização contínua, estão
importantes educadores ambientais, pesquisadores, pensadores e afins, com propostas de
políticas e ações educativas que privilegiem a construção de um novo paradigma. Onde a
sociedade seja capaz de valorizar todas as formas de vida; de compreender a sacralidade do solo
e produzir somente o necessário; que possa resgatar a nossa cultura multicolorida (forçosamente
pintada de branco), assim como valorizar as tradições guardadas na memória de nossos
ancestrais. Uma sociedade que permita fluir o feminino com toda a essência - delicadeza,
sensibilidade e amorosidade - para tratar as questões desse novo mundo que se inicia.
Quando MEIRA e SATO (2005, p.1) questionam: “Estará a Educação Ambiental a ser
suplantada por uma nova orientação econômica? ” Eu tenho certeza que não, pois esses dois
últimos anos – sem contar toda a sua trajetória – foram positivos para a Educação Ambiental
crítica. Hoje, por exemplo, é possível acessar, via internet, aulas e palestras com autores que
fundamentam esse campo do saber. E tudo acontece de um modo diferente, atualizado,
dialogado... As Universidades têm ofertado cursos abertos com temáticas para “sulear”
estratégias de enfrentamento da crise, assim como cursos voltados para os profissionais da
educação do nível básico. Neste último caso, em especial, caberá discutir qual o alcance e a
efetividade desse processo educativo. Para finalizar, um prognóstico: um grande cardume está
se formando, alimentado pelo saber científico que extrapolou, na prática, os muros das
universidades ao mesmo tempo em que a política de morte do governo atual agoniza.

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