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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Elaborado por:

THIAGO MARTINS ADÃO RAMOS

ORÇAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS: CUIDADOS NA ANÁLISE DO


ORÇAMENTO BASE PARA O FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA E
PROPOSTA PARA OBRAS LICITADAS COM RECURSOS DA UNIÃO

Rio de Janeiro – RJ

2016
THIAGO MARTINS ADÃO RAMOS

ORÇAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS: CUIDADOS NA ANÁLISE DO


ORÇAMENTO BASE PARA O FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA E
PROPOSTA PARA OBRAS LICITADAS COM RECURSOS DA UNIÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Civil do
Centro Universitário Augusto Motta, como
requisito parcial à obtenção ao título em bacharel.

Orientador: Luiz Eduardo Aguiar

Rio de Janeiro – RJ

2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ORÇAMENTO DE OBRAS PÚBLICAS: CUIDADOS NA ANÁLISE DO


ORÇAMENTO BASE PARA O FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA E
PROPOSTA PARA OBRAS LICITADAS COM RECURSOS DA UNIÃO

Thiago Martins Adão Ramos

_______/_______/_________
Data da Aprovação

Apresenta o trabalho de Conclusão de Curso


Banca examinadora:

________________________________________________
Luiz Eduardo Aguiar
Centro Universitário Augusto Motta

__________________________________________________
Silvana Macêdo Vasconcelos
Centro Universitário Augusto Motta

__________________________________________________
Centro Universitário Augusto Motta
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que, ao longo da minha trajetória acadêmica, contribuíram
para a minha formação. Digo não somente pela formação como engenheiro civil, mas como
indivíduo em constante aprendizado. Não importa onde estejam, a idade, a condição financeira
ou a condição que a vida permitiu sua interferência salutar em minha vida, minha gratidão
sempre acompanhará cada um até uma próxima vida. Todos são presentes de Deus.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a quem me nos proporciona um novo dia a cada manhã para


escrevermos uma nova página em nossa vida e o primeiro a acreditar em nosso potencial, Deus.

Aos meus pais, Claudia e Cleber Ramos, por todo suporte e confiança nos meus
objetivos, por ajudarem a formar meu caráter e por terem me apoiado durante toda minha
graduação.

A minha irmã Thamires por todo apoio quando eu precisava me estender em dias de
estudos ou chegava tarde da universidade.

A minha namorada Shirley Stort e a nossa filha Gabriele Stort, por se tornarem a
minha fonte de renovação e incentivo que Deus me proporcionou a oportunidade do reencontro
nessa vida.

Aos meus amigos Gutyerre Saldanha, Thiago Soares e Gabriel Duarte pelo apoio
incondicional.

Ao amigo Renato Gonçalves pela predisposição em me ajudar na monografia.

Aos amigos da graduação, e para a vida, Yannic Fernandes, Rafael Nunes e Thiago
Assad pelo companheirismo, cumplicidade e suporte mutuo ao longo da graduação.

A professora Maria Izabel de Paula Ribeiro por me socorrer nos momentos em que
precisei de ajuda na produção dessa monografia.

Aos demais professores que estiveram no caminho desta minha jornada acadêmica e
puderam compartilhar seus conhecimentos para minha formação.
RAMOS, T. M. A. Orçamento de obras públicas: cuidados na análise do orçamento base para
o fechamento do preço de venda e proposta para obras licitadas com recursos da União. 75f.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário
Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2016.

RESUMO

Cresce cada vez mais o nível de concorrência em licitações de empresas no ramo da


construção civil. Entretanto, muitas empresas comentem um erro que podem comprometer sua
competitividade e a margem de lucro futuro e, por consequência, arcam com prejuízos que
poderiam ser evitados se tomada as ações corretivas no processo de elaboração do orçamento.
A tomada da devida atenção na composição do orçamento e seu grau de detalhe, em muitos
casos, tem sua importância desapercebida devido à sobrecarga de responsabilidades do
responsável pelo orçamento da construtora. Será analisado o orçamento elaborado para obra
licitada por órgão público, elucidar a razão da licitação, contextualizar o papel do edital de
licitação, auxiliar na identificação dos custos do projeto e obtenção dos custos unitários de suas
composições, demonstrar metodologia de cálculo do BDI para obras públicas e desenvolver
estudo de caso sobre obra licitada pela Administração Pública. A condução será efetuada
mediante referências bibliográficas relevantes ao assunto, como obras do Tribunal de Contas
da União e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Constrição Civil.

Palavras-chave: Orçamento. Obras públicas. Licitação. Construção civil.


RAMOS, T. M. A. Budget of public works: care in the analysis of the base budget for the
closing of the sale price and proposal for works tendered with resources of the Union. 75f.
Course Completion work (Graduation in Civil Engineering ) - Augusto Motta University
Centre, Rio de Janeiro, 2016.

ABSTRACT

Increasingly the level of competition in biddings of companies in the construction


industry is growing. However, many companies make a mistake that can jeopardize their
competitiveness and future profitability and, consequently, bear losses that could be avoided by
taking corrective actions in the budgeting process. Due attention to the composition of the
budget and its degree of detail, in many cases, is unimportant due to the overload of
responsibilities of the person in charge of the budget of the construction company. It will
analyze the budget prepared for the work tendered by a public agency, elucidate the reason for
the bidding, contextualize the bidding paper, assist in identifying the project costs and obtain
the unit costs of its compositions, demonstrate BDI calculation methodology for works And
develop a case study on works tendered by the Public Administration. The conduction will be
done through bibliographical references relevant to the subject, such as works by the Federal
Audit Court and the National System of Costs Research and Indexes of Civil Constriction.

Keyw: Budget. Public works. Bidding. Construction.


SUMÁRIO
1 INDTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12

1.1 Considerações Iniciais ............................................................................................................... 12

1.2 Motivação ................................................................................................................................... 12

1.3 Relevância do Tema .................................................................................................................. 13

1.4 Definições .................................................................................................................................. 13

1.5 Metodologia................................................................................................................................ 14

1.6 Objetivos .................................................................................................................................... 14

1.7 Fechamento ............................................................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 16

2.1 Conceito Histórico do Orçamento .............................................................................................. 16

2.2 Propósito do Orçamento ............................................................................................................ 17

2.3 Atribuições do Orçamento na Construção Civil ......................................................................... 18

2.4 Orçamento de Obras Públicas ................................................................................................... 19

2.5 Projeto ........................................................................................................................................ 21

2.6 Especificações de Projeto .......................................................................................................... 25

2.7 Edital de Licitação ...................................................................................................................... 26

2.8 Pregão ........................................................................................................................................ 28

2.9 Sistema de Referência ............................................................................................................... 29

2.10 Visita Técnica ............................................................................................................................. 33

2.11 Custo Direto ............................................................................................................................... 33

2.12 Bonificação de Despesas Indiretas (BDI) .................................................................................. 33

2.13 Aditamento Contratual ............................................................................................................... 42

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 43

4 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 44

4.1 Informações da licitação ............................................................................................................ 45

4.2 Preço de venda da proposta ...................................................................................................... 46

4.3 Erro de quantitativo na planilha original ..................................................................................... 58

4.4 Projeto executivo........................................................................................................................ 59

4.5 Aditivo contratual........................................................................................................................ 59


5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 67

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 70

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 71

AEXO I – Autorização da Empresa citada em Estudo de Caso ........................................................ 75


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Histórico do desenvolvimento do SINAPI ........................................................................................... 30

Figura 2 – Exemplo de família de insumos do SINAPI ........................................................................................ 31

Figura 3 – Local da reforma .................................................................................................................................. 44

Figura 4 – Amostra da tabela custo de composições - Sintética do SINAPI ......................................................... 47


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nível de precisão de projetos ............................................................................................................... 21

Tabela 2 - Orçamento sintético global de obra fictícia .......................................................................................... 27

Tabela 3 - Descrição dos gastos da administração central ..................................................................................... 35

Tabela 4 - Principais características do ISS com base no Rio de Janeiro .............................................................. 39

Tabela 5 - Principais características do PIS........................................................................................................... 40

Tabela 6 - Principais características do COFINS .................................................................................................. 40

Tabela 7 - Principais características do CPRB ...................................................................................................... 41

Tabela 8 - Lucro líquido e lucro bruto ................................................................................................................... 41

Tabela 9 - Planilha do orçamento base .................................................................................................................. 47

Tabela 10 - Composição do BDI ......................................................................................................................... 53

Tabela 11 - Planilha de preços inicial .................................................................................................................... 54

Tabela 12 - Demonstrativo de quantitativos .......................................................................................................... 58

Tabela 13 - Alteração por inclusão e dimensionamento ........................................................................................ 59

Tabela 14 - Planilha de preços aditivados ............................................................................................................. 60

Tabela 15 - Planilha de orçamento detalhado ........................................................................................................ 68

Tabela 16 - Resumo ............................................................................................................................................... 69


12

1 INDTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

A priori, quanto ao início de um projeto licitado, seja ele referente a construção, reforma
ou consultoria, sua viabilidade econômica parte do estudo detalhado no processo de elaboração
do orçamento. Tangenciando ao crescimento exponencial da concorrência no mercado, a devida
atenção e aprofundamento a esse processo se torna um fator importante, projetando o avanço
de empresas quando apresentado propostas competitivas. Infelizmente a imaturidade,
negligência e/ou sobrecarga do orçamentista, onde empresas promovem competições
simultâneas de licitações, transforma o profissional em simples máquina que preenche planilhas
de preços, devido aos prazos curtos que inviabilizam um detalhamento adequado de cada
projeto. Porém, a falta do próprio profissional orçamentista qualificado para a função, vem
promovendo revisões no orçamento após a assinatura formalizada do contrato. A revisão
contratual não é uma prática alheia a construção civil, mas existem fatores que poderiam ser
evitados pela devida atenção nas etapas do processo de licitação. Desta forma, o escasso estudo
na avaliação orçamentária, para formação de propostas de empresas que concorrem licitações,
é fragilizado, ou, até mesmo, ignorado. O orçamento mal executado promove o aumento do
índice de frustrações futuras ao custo, prazos e lucratividade na composição do orçamento.

1.2 Motivação

A escolha deste tema deve-se à grande importância da elaboração do orçamento de obras


públicas visto a necessidade de análise mais apurada da planilha do orçamento base e licitação,
onde empresas tomam conhecimento do serviço a ser prestado através edital.
13

Pela falta do tempo hábil na elaboração de orçamento adequado e competitivo, empresas,


ao concorrerem processos de licitação acabam ser tornando negligentes no devido estudo do
orçamento base na construção de suas propostas, promovendo desgastes devidamente evitados
como a incorporação de custos que poderiam ser previstos. Para tal, a devida atenção e estudo
do edital de licitação, projetos e especificações técnicas para efetuar manipulação da
composição dos custos e, em seguida, prosseguir ao fechamento do orçamento é um dos fatores
que vem tornando empresas com expressivo peso competitivo, possibilitando a técnica
orçamentária cumprir seu papel.

1.3 Relevância do Tema

O estudo em questão está fundamentado em uma etapa importante em que o orçamentista,


ou aqueles que estejam incumbidos de realizar a concepção ou avaliação do orçamento, com
relevância no estudo das condicionantes. Nele são abordadas as fases iniciais do edital de
licitação de órgão públicos, para que o levantamento dos serviços a serem executados seja
realizado com precisão, pois a devida tomada de atenção a essa etapa orientará o orçamentista
ao longo do projeto, auxiliando-o na análise da composição dos custos, possibilitando o
levantamento correto dos serviços e da quantificação dos itens. Portanto frutificará no custo
global do contrato e no fechamento da planilha de preços para a proposta. A importância da
aplicação do processo teórico orçamentário nas construtoras se torna equivalente, ou até
superior, a sua expansão de mercado, pois deterá sua expressividade com tamanha concorrência
no setor. A visualização de todo arquétipo trará uma rotina salutar ao gerenciamento da empresa
e seus respectivos projetos a fim da bonificação dos custos, preço e qualidade ofertada.

1.4 Definições

 Orçamento – contabilidade dos custos empregados em uma obra ou serviço, em


conjunto ao levantamento de suas respectivas quantidades;
 Orçamentação – processo de determinação do orçamento;
 Obra pública – realização de tarefas de caráter construtivo, de manutenção, de
fabricação ou modificação dos bens públicos;
14

 Órgãos públicos – entidades com atribuições especificas dentro da organização do


estado, representadas por agentes públicos que a integram e a dirigem;
 Licitação – procedimento formal de caráter administrativo tendo objetivo a
aquisição de bens e contratação de serviços com a utilização de verbas públicas;
 Insumo – material, equipamento e mão de obra necessária para a produção de
determinado bem ou prestação de serviço.

1.5 Metodologia

Esse trabalho foi baseado em livros como as obras de Aldo Dórea Mattos, Maçahiko
Tisaka e Tribunal de Contas da União, consultas a legislações como Lei nº 12.017/2009 e Lei
nº 8.666/1993, memórias de cálculo de órgão governamental Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil, entrevistas a profissionais orçamentistas e estudo de caso.

A fim de se obter o desenvolvimento teórico, foi realizada pesquisa junto a uma


construtora abordada no estudo de caso e Arquitetos e Engenheiros que atuam na área de
orçamento de obras.

As figuras e tabelas apresentadas foram retiradas de obras publicadas em referencial


bibliográfico e dados da Construtora Edil Ltda ME de obra realizada no estado do Rio de Janeiro
no ano de 2016.

1.6 Objetivos

1.6.1 Objetivo Geral

Analisar o orçamento realizado para uma obra de reforma de salas em escritório de


órgão público com a finalidade de abordar a elaboração não adequada durante a orçamentação
da proposta.
15

1.6.2 Objetivos Específicos

 Elucidar sobre a razão da licitação;


 Contextualizar o papel do edital de licitação;
 Auxiliar na identificação dos custos do projeto e obtenção dos custos unitários de
suas composições;
 Demonstrar metodologia de cálculo do BDI para obras públicas;
 Desenvolver estudo de caso sobre obra licitada pela Administração Pública.

1.7 Fechamento

Esta monografia está estruturada da seguinte maneira:

 Capítulo 1 (Introdução): Considerações iniciais do tema em questão para aguçar a


curiosidade do leitor.
 Capítulo 2 (Referencial Teórico): Introdução ao tema do orçamento com razões e
particularidades.
 Capítulo 3 (Metodologia): Apresentado caminho que será traçado durante todo o
estudo.
 Capítulo 4 (Estudo de Caso): Aborda a importância da perícia adequada na análise
do orçamento apresentado pelo órgão público.
 Capítulo 5 (Considerações Finais): O que foi extraído da monografia.
 Capítulo 6 (Referências Bibliográficas): Material utilizado para o desenvolvimento
teórico do trabalho.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceito Histórico do Orçamento

A necessidade da prática orçamentária acompanha a humanidade desde seu berço


histórico remetida aos primitivos homens, na previsão de mantimentos a fim de evitar a escassez
em invernos duradouros. Porém, o termo “orçamento” possui vínculo de origem a coleta de
impostos executada pelos romanos por meio de uma bolsa de tecido denominada de fiscus,
onde, mais adiante, foi apropriada na denominação das bolsas da tesouraria e funcionários que
a utilizavam. No intervalo temporal entre 1400 a 1450, em território francês, o termo era
conhecido como bouguete e incluído, em 1800, no dicionário inglês como bougett (LEITE;
CHEROBIM; SILVA; BUFREM, 2008).
Inglaterra, França e Estados Unidos da América levam notório destaque quanto ao
desenvolvimento da técnica orçamentária. Dar-se a Inglaterra, no início do século XIII, com a
Carta Magma, com o propósito de quadrar os poderes do Rei sobre a arrecadação e a forma de
realização dos gastos.
Na França, atribui a Revolução Francesa, em 1789, com a derrubada das regalias,
privilégios e princípios feudais, aristocráticos e religiosos, sobre a nova bandeira de Liberté,
Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), foi incumbida aos representantes do
povo a administração pública.
Nos Estados Unidos da América, a Declaração de Direitos da Filadélfia, originou a
prática orçamentária no pais. O evento teve notória importância que culminou na aquisição da
independência da nação e, em sua constituição, através do poder legislativo, estabeleceu o
princípio da votação do orçamento quanto a receita, despesa e impostos.
17

A insatisfação do povo quanto aos abusos atribuídos a coroa portuguesa, também na


cobrança dos impostos, nutriu o nascimento do orçamento no Brasil. Seu ápice no país foi a
partir de 1970 quando empresas começaram a incorporar suas práticas. A evolução deu-se em
etapas praticadas até hoje.

2.2 Propósito do Orçamento

O orçamento é instrumento de controle e planejamento de relevância a ser considerada


nas empresas, na quantificação dos materiais, equipamentos e mão de obra para construção de
um bem ou prestação serviço, com seus respectivos custos e tempo de duração. Uma obra
caracteriza-se como uma atividade econômica e a apuração dos custos merece delicada
importância, independente de variáveis como recursos, prazos, cliente, localização, tipo de
projeto, entre outros (MATTOS, 2014).
Atualmente, sua prática garante significativa importância nas aplicações de controle
nas empresas, pois se tornou uma das poucas técnicas integradoras aos processos
organizacionais de uma organização em sumário coerente (GOMES; LAVARDA; TORRENS,
2012).
Essa ferramenta não deve ser encarada como limitador de controle de gastos, mas
como obtenção da devida atenção nas operações, antecipador de problemas, sinalizador de
metas e objetivos específicos que mereçam melhor atenção pela empresa, servindo de pilar para
tomada de decisões que melhor se adequam ao projeto (LEITE, CHERORIM; SILVA;
BUFREM, 2008).
Mattos (2014) declara que um bom orçamento não é aquele que busca a exatidão, mas
sim uma estimativa qualitativa de seus custos, pois é impossível prefixar seus valores. Porém,
o improviso padece da ineficiência de análise prévia, estudo detalhado, consultas técnicas
específicas para cada caso e inabilidade profissional. A atividade orçamentária ajuda as
organizações no desenvolvimento de habilidades a fim de antecipar potenciais problemas.
A qualidade primária de um orçamento está relacionada a um bom conhecimento dos
serviços a serem executados, assim como estudo de literaturas técnicas e especificações
disponíveis e detalhamento na revisão dos desenhos dos projetos, pois, desta forma, permite a
elaboração estratégica que será adotada em cada particularidade, visualizando de maneira mais
adequada dos níveis de execução em cada serviço e seu custo.
18

Na Engenharia de Custos nenhuma das variáveis utilizadas em um orçamento podem


ser previamente fixadas, dependem exclusivamente de informações quanto ao projeto,
localização do serviço ou das exigências do Edital de Licitações ou do Memorial Descritivo do
Empreendimento. (DIAS, 2011).

2.3 Atribuições do Orçamento na Construção Civil

De acordo com Mattos (2014), haverá sempre uma margem de incerteza introduzida
no orçamento. Por mais que todo processo de orçamentação deva ser realizado com base nas
normas e atribuições técnicas que regem cada projeto, o responsável, ou responsáveis, pelo
orçamento devem estar calçados nos conceitos básicos para atender a realidade apresentada. Os
três principais atributos do orçamento são: aproximação, especificidade e temporalidade.

2.3.1 Aproximação

A construção do orçamento trabalha com a aproximação, possibilitando o


conhecimento do valor aproximado do projeto. Em conceito, o Sistema Nacional de Pesquisa
de Custos e Índices da Constrição Civil (2015) enfatiza que a exatidão dessa ferramenta não
leva importância maior do que a precisão do levantamento dos custos, pois o valor do custo
final só será conhecido ao término do projeto. Quão maior o grau de precisão, menor o
percentual de incerteza embutida no custo projetado.

2.3.2 Especificidade

Nenhum empreendimento em determinada região será exatamente igual em todo lugar,


mesmo que seja uma construção em séria, a exemplo de um conjunto habitacional padrão
(MATTOS, 2014). Cada região terá seu acesso a oferta de matéria prima, mão de obra e
equipamentos de forma escassa ou não. Assim como as características climáticas, relevo, tipo
de solo acesso ao local da obra influenciam no custo para a empresa. Não esquecendo da
variabilidade dos gastos administrativos que a empresa terá que arcar (SINAPI, 2015).
19

2.3.3 Temporalidade

O tempo se torna fator importante ao orçamento, que, por sua vez, projeta os recursos
apropriados a realização de uma construção. Mesmo sendo previsto um índice de reajuste, entre
o período onde se realiza a orçamentação e assinatura do contrato até o início da obra, não pode
haver grande espaço de tempo, pois o mercado está sujeito a flutuações no custo dos insumos
(mão de obra com encargos sociais agregados, materiais e equipamentos), da atualização de
técnicas de construção e diferenças de cenário financeiro (MATTOS, 2014).

2.4 Orçamento de Obras Públicas

É considerada obra pública, de acordo com o Tribunal de Contas da União,


fabricações, recuperações, construções, reformas ou ampliações de bens públicos. Ela pode ser
de forma direta ou indireta. Direta quando é realizada pelo próprio órgão público. Indireta
quando é realizada por terceiros, empresas privadas, por meio de processo de licitação. Este
último ocorre quando a entidade não possui de equipe técnica especializada para execução de
determinado serviço (TCU, 2013).

Miranda (2004) apresenta o conceito de licitação de uma maneira bem simples,


realizando uma analogia entre pessoal civil e a Administração Pública. Ele articula que para
realizar um negócio, seja na aquisição de bens ou serviços, o indivíduo comum busca a melhor
proposta para efetivar a aquisição. Porém não é uma regra seguida pela maioria a todo momento,
observado que, em muitos casos, o indivíduo dispões de recursos financeiros a sua disposição
ou de meios que o propiciem a esse poder de compra. Para a Administração Pública a aquisição
de bens e serviços não trabalha bem dessa maneira. Na maioria das ocasiões são obrigados a
realizar um prévio procedimento com o propósito de encontrar a oferta mais vantajosa. Para
esse procedimento dar-se o nome de licitação.

A metodologia da licitação é regida pela Lei nº 8.666/1993, que prevê normas para o
tratamento de contratos estabelecidos pela Administração Pública. O TCU (2010) coloca a
licitação com meio de ação do órgão convocar empresas, através de edital ou convite, a
apresentarem suas propostas na oferta de bens e serviços, oportunizando igualdade
constitucional a todos os concorrentes. O poder de compra do Governo se exerce dentro de
20

critérios claros e bem estabelecidos, trabalhando por meio de uma necessidade que só será
atendida de uma maneira padronizada.

Toda organização pública, seja por administração direta ou indireta, que detém de
recursos para aquisição de um bem ou serviço é obrigado, por lei, a promover processo
licitatório para realizar transações com o setor privado, seja qual for a urgência (MATTOS,
2014):

 Governo Federal – Ministério dos Transportes, Ministério das Minas e Energias,


entre outros;
 Governo Estadual – Secretaria de Estado da Educação, Secretaria de Estado de
Infraestrutura, entre outros;
 Poder Legislativo – Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa, entre outros;
 Poder Judiciário – Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Justiça, entre outros;
 Fundação Pública – Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico
em Saúde, Fundação Parques e Jardins, entre outros;
 Autarquia – Infraero, CREA, OAB, entre outros;
 Empresa Pública – Correios, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, entre outros;
 Sociedade de Economia Mista – Petrobras, Banco do Brasil, Sabesp, entre outros;
 Outros – Forças Armadas, hospitais públicos, universidades públicas.

A reunião das informações necessárias para o projeto envolve as seguintes etapas:

 Projeto Básico;
 Projeto Executivo;
 Especificações;
 Edital de Licitação.
21

2.5 Projeto

A construção tem como marco inicial as plantas do projeto, sejam esses projetos: de
caráter arquitetônicos, cálculo estrutural, instalações, de impermeabilização, entre outros
(MATTOS, 2014).

Projetos visando a construção, reforma ou ampliação de determinado empreendimento


devem guardar congruência e consistência entre si, atendendo as necessidades, viabilidade da
construção e a margem de erro aceitável, como mostra a Tabela 1. As etapas sucessivas
referentes a concepção de cada projeto serão:

 Estudo Preliminar ou Anteprojeto – realizado na fase preliminar que antecede a


licitação;
 Projeto Básico;
 Projeto Executivo.

Tabela 1: Nível de precisão de projetos

Margem de
Tipo Precisão Projeto Elementos Necessários
Erro
*Área construída
Avaliação Baixa 30% Anteprojeto *Padrão de Acabamento
*Custo unitário
*Plantas principais
Orçamento sintético Média 10% a 15% Projeto básico *Especificações básicas
*Preços de referência
*Plantas detalhadas
Orçamento analítico Alta 5% Projeto executivo *Especificações completas
*Preços negociados

Fonte: TCU (2013)

Quanto a elaboração do projeto caberá de responsabilidade de empresas ou


profissionais habilitados pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(CREA) local. De acordo com a Lei nº 6.496/1977, os autores ou coautores devem lançar suas
assinaturas e números de registros em cada planta de projeto emitida.

Segundo Mattos (2014), cada projeto detém de maior ou menor análise, porém a
compreensão depende consideravelmente da experiência do orçamentista e sua familiaridade
22

com o modelo do empreendimento. Ele lista as composições de um projeto que o orçamentista


deve estar atento:

 Plantas baixas – de arquitetura, de caminhamento de tubulações, entro outros;


 Cortes;
 Vistas – fachada, perfis, entro outros;
 Perspectivas – isométricas, cavaleiras, entre outros;
 Notas esclarecedoras;
 Detalhamentos – em escala que permita melhor visualização;
 Diagramas – croquis, unifilares, entre outros;
 Gráficos – perfis de soldagem, curvas cota-volume, entre outros;
 Tabelas – curvas granulométricas, materiais, entre outros;
 Quadros – de armadura, de cabos, entre outros;

2.5.1 Anteprojeto

Dado o estudo de viabilidade, onde se faz a escolha mais adequada do empreendimento


sobre os parâmetros técnicos, socioeconômicos e ambientais, a elaboração do anteprojeto pode
se fazer necessária no caso de obras de grande porte, mas não deve ser confundido com o projeto
básico (TCU, 2013).

Consiste nessa etapa a elaboração da representação técnica dos projetos arquitetônicos,


estruturais, instalações, definição do padrão do acabamento e custo médio. Se faz preciso um
bom trabalho integrador entre os responsáveis pelo anteprojeto, para que possíveis falhas não
sejam negligenciadas, causando, desta forma, irregularidades na licitação.

A Lei nº 8.666/1993 não prevê licitar um empreendimento somente com o anteprojeto,


no entanto o governo federal instituiu nova modalidade de licitação denominado de Regime
Diferenciado de Contratações (RDC), instituído pela Lei nº 12.462/2011 e regulamentada pelo
Decreto nº 7.581/2011, onde o regime de contratação integrada deverá conter anteprojeto de
engenharia com informações e requisitos técnicos destinados a possibilitar a caracterização do
objeto contratual.
23

2.5.2 Projeto Básico

O projeto básico possui grande valia e é considerado o elemento mais importante para
o TCU para obras públicas. De acordo com o Art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, o projeto
básico tem que possuir aprovação pela autoridade competente e ser concebido antes da licitação.
E com base no Art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/93, o projeto básico deve atender os seguintes
itens:

 Conjunto de elementos, com adequado nível de precisão, para caracterização da


obra ou serviço;

 Ser elaborado baseado em análise de estudos técnicos preliminares;

 Assegurar viabilização técnica compatível com o impacto ambiental;

 Propiciar a avaliação de custo da obra;

 Definição dos métodos e prazos construtivos de execução.

O Art. 6º ainda tece comentários que o projeto básico deve conter os seguintes
elementos:

 Fornecer, por meio da visão global da obra, a clara identificação de todos os


elementos construtivos;

 Detalhamento suficiente para evitar a necessidade de revisão ou variantes durante


elaboração do projeto executivo, execução das obras e montagem;

 Identificação das modalidades de serviços a serem realizados, dos materiais e


equipamentos necessários para a obra, juntos a suas especificações construtivas a
fim de garantir os melhores resultados zelando o caráter competitivo;

 Fornecimento de informações que colaborem ao estudo de métodos construtivos,


instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, zelando o caráter
competitivo;

 Subsidio que possibilite a elaboração da licitação, gestão da obra, programação,


estratégia de suprimentos, normas de fiscalização, entre outros dados necessários
para cada caso;
24

 Fornecer o orçamento detalhado do custo global da obra, com seus respectivos


quantitativos de serviços e fornecimentos apropriados.

Deve constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX, da Lei nº
8.666/1993, inclusive de eventuais alterações, anotação de responsabilidade técnica e
declaração expressa do autor das planilhas orçamentárias, quanto à compatibilidade
dos quantitativos e dos custos constantes de referidas planilhas com os quantitativos
do projeto de engenharia e os custos do Sinapi, em atendimento ao disposto no § 5º
do art. 112 da Lei nº 12.017/2009 (TCU, 2010, p.168).

Em sua obra, o TCU (2013), alerta para a causa da incoerência ou a falta dos elementos
anteriormente citados problemas significativos ao projeto, como:

 A ausência de um estudo de viabilidade adequado prejudica, até em alto nível, a


relação do custo/benefício da construção;
 A falta de estudos geotécnicos ou ambientais promove alterações de especificações
técnicas;
 A deficiência das especificações aumenta a utilização de materiais inapropriados;
 A escassez de plantas e especificações técnicas propiciam a revisões contratuais,
promovendo a negociação de preços.

É indevida a alteração de contratos de obras públicas com a finalidade exclusiva de


corrigir erros no projeto que serviu de base à licitação e que se revelou incompleto,
defeituoso ou obsoleto, devendo o fato acarretar, nos termos do art. 7º, § 6º, da Lei
8.666/1993, a nulidade do contrato e consequente realização de nova licitação, após
refeitura do projeto, e a responsabilização do gestor que realizou a licitação original
com projeto inepto. (Acórdão nº 353/2007-TCU-Plenário)

2.5.3 Projeto Executivo

Nessa etapa se obtém alto nível de detalhamento para cada etapa de construção do
empreendimento, onde se faz preciso ter os conhecimentos técnicos e particularidades da obra
25

que será realizada. No momento da publicação da licitação, deve ser informado a existência do
projeto executivo e disponibilizado para estudo das empresas interessadas (TCU, 2010).

O Art. 7º da Lei nº 8.666/1993 diz que o projeto executivo deve suceder o projeto
básico e preceder a execução das obras e serviços. Porém, em seu § 1º declara que o projeto
executivo pode ser elaborado simultaneamente a execução das obras e serviços, mediante
expressa autorização da Administração Pública. Se desta forma proceder, tendo a não inclusão
do projeto executivo na licitação, o projeto básico deve atender a todos os requisitos constantes
no Art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/1993. Portanto, ele deve ser completo, adequado e
satisfatório a fim de possibilitar as empresas concorrentes a licitação elaborar as propostas,
colaborando para que a Administração Pública escolha a mais proficiente (TCU, 2013).

2.6 Especificações de Projeto

A especificação técnica é um conjunto de documentos onde transcorrem informações


de natureza mais qualitativa (MATTOS, 2014). Esses documentos devem ser elaborados
conforme normas técnicas e particularidades adotadas no projeto com o propósito de abranger
todos os materiais, equipamentos e serviços que serão prestados na concepção do
empreendimento.
O TCU (2013) observa que, a especificação técnica não deve simplesmente reproduzir
o catálogo de fornecedores e fabricantes, fazendo a aceitação de produto similar. Entretanto,
caso o seja indispensável específico modelo de determinada marca, deve conter o termo “ou
equivalente”, de acordo com Acórdão nº 1.292/03-TCU-Plenário.
Mattos (2014) lista alguns itens contidos na especificação técnica:

 Descrição da qualidade dos materiais que serão adotados;

 Atenção quanto ao dimensionamento estrutural e tubulações;

 Método de admissão dos materiais;

 Tipo e número de ensaios a serem realizados;

 Resistência do concreto;

 Granulometria dos agregados;

 Grau de compactação exigido por aterro;


26

 Interferências com tubulações enterradas.

2.7 Edital de Licitação

Mattos (2014, p. 267) descreve: “É no edital que as empresas interessadas na disputa


irão conhecer o objeto a ser licitado”. O Art. 40º da Lei nº 8.666/1993 estabelece algumas
obrigatoriedades quanto ao edital de licitação, documento este que contém as determinações e
procedimentos regidos pela legislação brasileira. Na parte preliminar do edital de licitação
anuncia algumas informações:

 Número de ordem em série anual;

 Nome da repartição interessada e de seu setor;

 Modalidade;

 Regime de execução e o tipo da licitação;

 A menção de que será regida por esta Lei;

 Local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta;

 Início da abertura dos envelopes.

O TCU (2013) declara, em sua obra publicada, que o próprio órgão vem estabelecendo
ao edital de licitação, ao longo do tempo, exigências para que as empresas licitantes cumpram:

 A composição unitária dos custos de todos os serviços e itens que constam na


planilha orçamentária, a exemplo da Tabela 2;

 Composição dos encargos sociais;

 Composição dos Benefícios e Despesas Indiretas (BDI).


27

Tabela 2: Orçamento sintético global de obra fictícia

Custo (R$)
Item Discriminação Unid. Quantidade
Unitário Total
1 Infraestrutura
1.1 Raspagem e limpeza manual do terreno m² 10000,00 1,33 R$ 13.300,00
Escavação manual de vala em solo de primeira
1.2
categoria
m³ 1000,00 21,22 R$ 21.220,00
1.3 Escavações em solo mole m³ 10,00 75,00 R$ 750,00
Estacas pré-moldadas de concreto protendido,
1.4
carga 40t
m 500,00 36,36 R$ 18.180,00
1.5 Lastro de concreto m³ 100,00 212,46 R$ 21.246,00
1.6 Concreto m³ 40,00 197,61 R$ 7.904,40
1.7 Forma para fundação m² 400,00 22,62 R$ 9.048,00
1.8 Armadura em aço - CA50 Kg 3800,00 3,49 R$ 13.262,00
Transporte e lançamento de concreto em
1.9
fundação
m³ 200,00 44,88 R$ 8.976,00
Total subitem R$ 113.886,40
2 Estrutura
2.1 Concreto m³ 100,00 197,61 R$ 19.761,00
Forma chapa compensada e=12mm, 3
2.2 m² 1000,00 36,10
reaproveitamentos R$ 36.100,00
2.3 Armadura em aço - CA50 Kg 10000,00 3,49 R$ 34.900,00
Transporte e lançamento de concreto em
2.4 m³ 100,00 19,28 R$ 1.928,00
estrutura
2.5 Laje pré-fabricada m² 300,00 49,02 R$ 14.706,00
Total subitem R$ 107.395,00
3 Vedações
Alvenaria de vedação com tijolo cerâmico e=9
3.1
cm
m² 2000,00 19,21 R$ 38.420,00
Total subitem R$ 38.420,00
4 Cobertura
4.1 Estrutura de madeira para telha cerâmica m² 1000,00 34,40 R$ 34.400,00
4.2 Cobertura telha cerâmica m² 1000,00 32,26 R$ 32.260,00
Total subitem R$ 66.660,00
5 Acabamentos
5.1 Chapisco traço 1:3 em teto m² 300,00 5,33 R$ 1.599,00
5.2 Emboço em teto m² 300,00 11,91 R$ 3.573,00
5.3 Chapisco em parede m² 4000,00 2,52 R$ 10.080,00
5.4 Emboço em parede m² 4000,00 9,73 R$ 38.920,00
5.5 Azulejo c/ argamassa pré-fabricada m² 300,00 16,17 R$ 4.851,00
5.6 Pintura latex PVA duas demãos m² 4300,00 6,11 R$ 26.273,00
Total subitem R$ 85.296,00
Custo Total R$ 411.657,40
BDI 30% R$ 123.497,22
Preço Total R$ 535.154,62
Fonte: TCU (2013)
28

É primordial que seja divulgado a existência do edital de licitação, contendo seu


resumo, por um órgão público, como o Diário Oficial da União ou do Estado, ou por um jornal
de grande circulação.

2.8 Pregão

A Lei nº 10.520/2002 trata da modalidade Pregão onde a licitação dispõe foco na


obtenção de bens e serviços comuns possibilita maior agilidade e promove a economia
administrativa, visto que ele ocorre com prazos reduzidos e os valores ofertados são propostos
em sessão pública, onde a disputa entre os participantes durante a ocorrência do Pregão
proporciona a diminuição do custo dos bens e serviços comuns para o órgão comprador.
O Art. 2º, § 1º do Decreto nº 5.450/2005 descreve: “Consideram-se bens e serviços
comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado”. Aborda que bens ou serviços
concedidos por fornecedores diversos que detém de facilidade de comparação entre eles,
permitindo o uso do Pregão para a aquisição pelo menor preço.
Art. 6º do Decreto nº 5.450/2005 revela que contratações de obras de engenharia,
assim como locações imobiliária e alienações de modo geral não se aplicam ao Pregão. O Art.
2º, inciso I da Lei nº 8.666/1983 considera reforma como obra de engenharia.
No entanto a Advocacia Geral da União aborda que não é toda reforma que se trata de
obra de engenharia. Sendo que o levantamento de paredes internas sem a alteração do espaço
inicial do imóvel com a incorporação de algo ou funcionalidade significativa (AGU, 2014).
O critério de julgamento é considerado inovador pela inversão das fases de habilitação
das especificações do edital e análise das propostas. Somente será verificada a documentação
da empresa que apresentar o menor preço.
De acordo com o Art. 2º, § 4º do Decreto nº 5.450/2005, para a participação dessa
modalidade do Pregão no formato deve ser conduzido por órgão provedora da licitação, em
conjunto ao apoio da técnica e de operação da Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que deve intervir como
fornecedor do sistema eletrônico para os participantes do Sistema de Serviços Gerais (SISG).
29

A atividade de Pregão eletrônico proporcionada pelo SISG é indispensável que a


empresa esteja com Credenciamento válido no Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores (SICAF).
O Pregão foi estabelecido com caráter de atendimento exclusivo a Administração
Pública Federal, atingindo os mesmos órgãos públicos e entidades incidentes da Lei nº
8.666/1993:

 Administração direta;

 Autarquias;

 Fundações;

 Empresas públicas;

 Sociedades de economia mista.

2.9 Sistema de Referência

A Administração Pública elabora o orçamento base para uma licitação com o objetivo
de determinar os critérios aceitáveis de preços no edital, servindo de referência principal na
análise das propostas das empresas concorrentes.
No Art. 112º da Lei nº 12.017/2009, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
determina que o custo global do empreendimento e os serviços a serem realizados com recursos
da União será obtido a partir dos custos unitários dos insumos e serviços correspondentes no
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Constrição Civil (SINAPI), que terá sua
manutenção e divulgação, no sitio da Caixa Econômica Federal e para o caso de obras
rodoviárias será consultada a tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (SICRO).
Porém, o texto foi vetado pela ex-presidente, em 2013, na elaboração da LDO de 2014
e mesmo fato ocorreu em 2015 para a LDO de 2016. Nas Mensagens de Veto nº 595/13 e nº
622/15 justificam que tal prática em uma LDO está acima de um exercício financeiro, que o
texto não contempla as diretrizes para sua execução e que suas regras, assegurando as
necessidades jurídicas, já são tratadas pelo Decreto nº 7.983/13, onde, em seu Capítulo II,
determina as regras para a realização do orçamento para obras de engenharia com a utilização
de recursos da União.
30

Implementado pelo extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) em parceria com o


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969, como mostra a Figura 1, o
SINAPI, hoje administrado pela Caixa Econômica Federal (CAIXA) a partir de 1986, se tornou
uma ferramenta de composição de custos de referência para o Decreto nº 7.983/13, tornando-o
sistema permanente de regra para orçamentação de obras da construção civil (SINAPI, 2015).

Figura 1: Histórico do Desenvolvimento do SINAPI

Fonte: SINAPI (2015)

O SINAPI se tornou um sistema utilizado por várias entidades da Administração


Pública e Órgãos de Controle, como outras esferas governamentais que utilizam recursos do
Orçamento Geral da União (OGU), para obterem preços confiáveis de mercado para a
elaboração orçamentária de obras públicas e serviços de engenharia (TCU, 2014).
Em caráter de conhecimento, cabe a CAIXA e ao IBGE, segundo Acordo de
Cooperação Técnica entre as partes, a fim da gestão do SINPAI.

a) Caixa:

 Manutenção da base técnica de engenharia;

 Manutenção das especificações dos métodos de produção;

 Manutenção dos coeficientes e insumos utilizados nas composições de custo


unitário, como a definição as famílias homogêneas com as respectivas
especificações dos insumos que as compõem, como mostra a Figura 2.
31

Figura 2: Exemplo de Família de Insumos do SINAPI

Fonte: SINAPI (2016)

b) IBGE:

 Coletar mensalmente os preços de insumos tidos como materiais, equipamentos e


salários das categorias profissionais, respectivamente aliado aos estabelecimentos
comerciais, industriais e sindicatos da construção civil;

 Realizar, periodicamente, coleta extensiva a fim de proporcionar a revisão das


famílias homogêneas, a revisão dos coeficientes de representatividade e a formação
de novas famílias de insumos.

O Sistema estabelece parcerias com outras entidades para o aprimoramento de suas


referências (SINAPI, 2015).

a) Setor da construção:

 Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC);

 Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscons);


32

 Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA);

 Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU);

 Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (APEOP);

 Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (ANEOR);

 Sindicato da Indústria da Construção Pesada (SICEPOT).

b) Órgãos de controle:

 Tribunal de Contas da União (TCU);

 Controladoria-Geral da União (CGU);

 Ministério Público;

 Polícia Federal;

 Tribunais de Contas estaduais.

Suas composições são aferidas anualmente e publicadas na internet no site da própria


CAIXA:

 Insumos;

 Metodologias de apropriação no custo horário de equipamentos;

 Encargos Sociais;

 Desenvolvimento da metodologia de inclusão dos Encargos Complementares.

Para o conhecimento do orçamentista, a CAIXA disponibiliza, em seu endereço


eletrônico (www.caixa.gov.br/sinapi), detalhes característicos do SINAPI para consulta pública
dos documentos técnicos a seguir:

 Manual de Metodologias e Conceitos;

 Composições Analíticas Unitárias (Catálogo de Composições com Desoneração e


sem Desoneração);

 Cadernos Técnicos das Composições;

 Relatórios de Insumos.
33

2.10 Visita Técnica

Dias (2011) considera inviável executar um orçamento de obra sem a análise detalhada
concebida pela visita técnica, sendo de extrema importância ao orçamentista visualizar as
dificuldades logísticas que podem ser encontradas. Recomenda-se a utilização dessa ferramenta
para sanar dúvidas, fotografar o local, analisar as vias de acesso, averiguar a disponibilidade de
aquisição de mão de obra local (normalmente quando se trata de grandes obras), de materiais e
equipamentos, entre outros fatores.
Ao término da visita técnica, a empresa licitante deverá receber o Atestado de Vistoria
assinado e datado em duas vias pelos responsáveis de ambas as partes, onde expressará estar
ciente e de acordo com todas as especificações técnicas, bem como a quantidade e tipo de
material e mão-de-obra a empregar, tendo ainda dirimido todas as dúvidas quanto às
interpretações deste termo de referência.

2.11 Custo Direto

O Custo Direto, ou Custo Global, é a soma de todos os custos diretamente envolvidos


na produção, onde os insumos são divididos em mão de obra e seus respectivos encargos,
material e equipamento e toda a infraestrutura necessária para o apoio na execução das
operações no ambiente da obra.

Discriminar os custos de administração local, canteiro de obras e mobilização e


desmobilização na planilha orçamentária de custos diretos, por serem passíveis de
identificação, mensuração e discriminação, bem como sujeitos a controle, medição e
pagamento individualizado por parte da Administração Pública. (Acórdão nº 2622/13
– TCU – Plenário)

2.12 Bonificação de Despesas Indiretas (BDI)

O BDI, ou, como é encontrado em outras literaturas, Lucro e Despesas Indiretas (LDI),
é o percentual que se incide sobre o custo global, ou Custo Direto, da obra.
34

No artigo Art. 9, do Decreto nº 7.983/13, a composição do BDI deve considerar os


custos atribuídos a projetos da Administração Pública, baseados em critério de rateio,
estimativas ou aproximação, como os seguintes itens:
a) Custo Indireto

 Administração Central;

 Riscos;

 Seguros;

 Garantias;

 Despesas Financeiras;
b) Impostos/Tributos.
c) Lucro;

Existem literaturas que abordam o cálculo de do BDI de maneiras diferentes, porém,


para obras promovidas por órgãos públicos, o TCU formaliza o uso da equação a seguir.

+( + + + )( + )( + )
= −
( − )

Onde:
AC = Taxa representativa das despesas de rateio da administração central;
R = Taxa representativa de riscos;
S = Taxa representativa de seguros;
G = Taxa representativa de garantias;
DF = Taxa representativa das despesas financeiras;
L = Taxa representativa do lucro/remuneração;
T = Taxa representativa da incidência de tributos.
35

2.12.1 Custo Indireto

São despesas com ocorrência independente ao quantitativo produzido na obra e que


não foram introduzidos nas composições dos serviços. Sendo seus custos de natureza inevitável,
devem ser contabilizados.

2.12.1.1 Administração Central

O escritório central da construtora é apenas um gerador de custos, pois quem o mantem


são as obras. Por esse motivo, as empresas embutem um percentual de rateio sobre cada
contrato, onde mensalmente, o valor taxado é enviado para o escritório central. Na Tabela 3
poderá ser visto alguns gastos da Administração Central.

Tabela 3: Descrição dos gastos da administração central

Custo das equipes do escritório sede e filiais, incluindo pró-labore dos sócios, salários de
diretores, gerentes, secretárias, técnicos, estagiários, motoristas, entre outros.
Um escritório central típico conta com os seguintes setores: diretoria, recursos humanos,
Pessoal
contabilidade, financeiro, orçamento, compras, assessoria de imprensa, assessoria
jurídica, CPD, entre outros. Logicamente, para cada cargo deve ser considerado o salário
(majorado dos respectivos encargos sociais e trabalhistas).
Aluguel e manutenção dos imóveis, tais como escritório central, terrenos, depósitos de
Instalações
materiais, pátios de equipamentos, entre outros, incluindo o custo de locação e os
Físicas
impostos cabíveis (IPTU).
Despesas Água, luz, telefone, internet, despesas postais, assinaturas de jornais e revistas, material
Correntes de escritório e limpeza, entre outros.
Veículos e Veículos utilitários, fotocopiadoras, plotters, faxes, computadores, aparelhos de ar
Equipamentos condicionado, entre outros (custos de locação ou de propriedade).
Serviços de Consultoria para estudos de obras, assessoria contábil e jurídica, publicidade, serviços
Terceiros gráficos, manutenção de computadores, auditoria, treinamento de pessoal.
Outras Anuidades do (CREA, Sindicatos), aquisição de editais, seguros, viagens, brindes, entre
despesas outros.

Fonte: MATTOS (2014)

Para o cálculo da taxa de rateio o TCU expõe dois métodos:


a) Método 1 – Tisaka (2011)
36

( )
=

Onde:
AC – Taxa de rateio da administração central;
DMAC – Despesa mensal da administração central;
FMO – Faturamento mensal da administração central;
N – Prazo da obra em meses;
FME – Faturamento mensal da empresa;
CD – Custo direto total da obra.

b) Método 2 – Hubaide (2012)

( )
=
( + + + )

Onde:
AC – Taxa de rateio da administração central;
DMAC – Despesa mensal/anual do escritório central;
n – Duração da obra pretendida em meses;
CD 01 – Custo direto da obra denominada 01 (em andamento) nos próximos meses;
CD 02 – Custo direto da obra denominada 02 (em andamento) nos próximos meses;
CDn – Custo direto das demais obras denominadas (em andamento) nos próximos
meses;
CDfut – Custo direto da obra futura (que irá durar n meses).

O TCU (2011) faz a sugestão dos modelos anteriormente apresentados, onde leva-se
em conta o conjunto de empreendimentos em andamento e partindo de informações gerenciais
sobre sua respectiva gestão operacional. No entanto, o Tribunal permite que a empresa escolha
a metodologia que mais se adequa para determinar o rateio a fim de incorporar aos preços da
37

obra, mas adverte que não seja baseada em critérios arbitrados e sim com base em uma
sistemática racional.

2.12.1.2 Riscos

Na construção civil, onde os cenários para desenvolvimento de projetos são diversos,


o fator imprevisível ganha tratativa de considerável importância devido ou seu poder de
promover atrasos na obra, acréscimo dos custos diretos e indiretos e prejuízos nas finanças das
empresas.
Quanto aos contratos de obras públicas, de acordo com TCU (2011), ainda não existem
terminologias técnicas padronizadas, porém, os riscos podem ser apresentados nas seguintes
categorias:

 Riscos de engenharia ou riscos de construção – problemas de gestão, de produção


e aplicação dos insumos;

 Riscos normais de projetos de engenharia – alteração de escopo do projeto;

 Riscos de erros de projetos de engenharia – falhas no orçamento por omissão,


especificações técnicas incompletas, cronograma impreciso, entre outros;

 Riscos associados a fatos da Administração – não liberação do local da obra,


demora ou não obtenção de licenças ambientais, atrasos de pagamentos, entre
outros;

 Riscos associados à álea extraordinária/extracontratual – terremoto,


inundações, ou qualquer outro desastre natural que impossibilite o andamento da
obra.
Para o Tribunal, a medição percentual dos Riscos fica a critérios de análises nas
estatísticas de outros projetos, de características semelhantes, que podem ser confiáveis para a
determinar a parcela a ser adotada na taxa do BDI, pelo fato da impossibilidade encontrada da
aplicação de técnicas com melhor apuro.
38

2.12.1.3 Seguros

Nos contratos de obras públicas é previsto a contratação de seguros, pagos pela


empresa privada a seguradora para cobrir riscos contratados, sendo esse seguro variável de
acordo com o perfil da empresa segurada, o porte e complexidade da obra, cronograma de
execução, métodos construtivos, entre outros. O custo pela contratação do seguro pelas
empresas é repassado para o projeto meio a parcela da taxa do BDI (TCU, 2011).

2.12.1.4 Garantias

São custos referentes a garantia do cumprimento dos devidos compromissos


contratuais assumidos pela empresa, devidamente estabelecido em licitação, onde serão
repassados ao valor da obra, agregando ao BDI de obras promovidas pela Administração
Pública. A alteração da garantia está condicionada ao aditamento contratual, alteração de prazo
vigente do contrato e alteração de valor contratual (TCU, 2011).
O Art. 56, § 1º, incisos I, II e III, da Lei nº 8.666/93, permite a empresa contratada a
escolha das modalidades de garantia: caução em dinheiro ou em títulos públicos, seguro-
garantia e fiança bancária.

2.12.1.5 Despesas Financeiras

A empresa contratada realiza gastos do seu bolso com material, mão de obra e
equipamentos e só recebe pelo serviço prestado após a medição, que pode ter seu vencimento
em dias ou meses. Portando a empresa funciona como seu próprio banco, financiando a obra,
tratativa que ocorre em projetos da Administração Pública.
O valor defasado na obra poderia estar sendo aplicado em alguma modalidade de
investimento, gerando ganho real para a empresa. Portanto esse valor que a empresa deixa de
lucrar necessita ser restituído e contabilizado no custo indireto (TCU, 2011).
No caso de obras públicas esse custo é mensurado baseado na taxa de jutos referencial
da economia (Taxa Selic), firmado pelo Acórdão nº 325/07 – TCU.
39

= +

Onde:
DF – Taxa representativa das Despesas Financeiras;
DU – Dias úteis;

O TCU (2011) observa que uma determinada estimativa razoável pode ser obtida pelo
estudo acima, por estudos estatísticos ou por sistemas referências de preços onde refletem o
valor médio de mercado.

2.12.2 Impostos/Tributação

No quesito dos contratos públicos, os impostos não incidem somente sobre os custos
diretos e os custos indiretos, mas, também, sobre o faturamento (receita bruta) e o lucro (TCU,
2011). Importante ressaltar que os impostos são contabilizados na fase final do processo de
orçamentação, pois como incidem sobre a o preço de venda, os custos diretos e indiretos já
devem ter sido computados (MATTOS, 2014).

2.12.2.1 Imposto Sobre Serviços (ISS)

Imposto de competência do Município e do Distrito Federal, possuindo alíquota


mínima de 2% e máxima de 5% estabelecida pelo Art. 8, inciso I, da Lei Complementar nº
116/03, dependendo da localização da obra como pode ser cisto na Tabela 4.

Tabela 4: Principais Características do ISS com base no Rio de Janeiro

Competência: Municipal
Base de cálculo: Lei nº 1.513 de 1989
Alíquota: 2% a 5%
Forma de cálculo: Alíquota x Preço do serviço (com deduções)
Fonte: MATTOS (2014)
40

2.12.2.2 Programa de Integração Social (PIS)

De acordo com o Art. 239 da Constituição Federal de 1988, o PIS foi instituído com o
objetivo de financiar o pagamento do seguro desemprego e abono para trabalhadores com
receita mensal de até dois salários mínimos. Algumas características do imposto podem ser
visualizadas na Tabela 5.

Tabela 5: Principais Características do PIS

Competência: Federal
Base de cálculo: Faturamento
Alíquota: 0,65%
Forma de cálculo: 0,65% x faturamento (ou preço de venda do contrato)
Fonte: MATTOS (2014)

2.12.2.3 Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Conforme também estabelecido pelo Art. 239 da Constituição Federal de 1988, o


COFINS foi instituído para financiamento da seguridade social. Mattos (2014) menciona em
sua obra essas atividades propostas pelo COFINS é implementada pelo Sistema S (SESC, SESI,
SENAC, SENAI, SENAR e SEBRAE). Na Tabela 6 segue características.

Tabela 6: Principais Características do COFINS

Competência: Federal
Base de cálculo: Faturamento
Alíquota: 3,00%
Forma de cálculo: 3,00% sobre o faturamento (ou preço de venda do contrato)
Fonte: MATTOS (2014)

2.12.2.4 Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB)

Criada para atender o novo sistema de recolhimento da contribuição da previdência


desenvolvida pela União, possibilitando o recolhimento de 4,5%, Tabela 7, sobre a receita bruta
41

para empresas que trabalham com a desoneração da tributação de 20% sobre a folha de
pagamento do colaborador, conforme a Lei nº 13.161/2015.

Tabela 7: Principais Características do CPRB

Competência: Federal
Base de cálculo: Receita bruta
Alíquota: 4,50%
Forma de cálculo: 4,50% sobre a receita bruta
Fonte: Lei nº 13.161/2015

2.12.3 Lucro

O TCU não promove ingerência quanto aos critérios de composição da parcela de lucro
da empresa, desde que esteja dentro dos padrões de mercado e referencias divulgados pelo
órgão para cada tipo de obra.
Tribunal faz uma observação quanto ao Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas
(IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) em contratos públicos. Esses são
tributos da empresa, não pertencentes a obra, e que são vedados, de acordo com Decreto
7.983/2013, na composição do preço de venda da construção, onde a sua inclusão no cálculo
do BDI geraria pagamento indevido pela Administração Pública (TCU, 2014).
No entanto, o Acórdão nº 1.591/08 – TCU – Plenário diz ter conhecimento que as
empresas ao elaborarem seus lucros, tendo a vedação do IRPJ e CSLL, ela incorpora estes
últimos ao primeiro, como poderemos ver na Tabela 8.

Tabela 8: Lucro líquido e lucro bruto

Taxas Lucro líquido Lucro bruto


Lucro (arbitrado para o exemplo) 8,00% 8,00% + 2,00%
IRPJ + CSLL (arbitrado para o exemplo) 2,00% -
Fonte: Lei nº 13.161/2015
42

2.13 Aditamento Contratual

Não é de estranha concepção a alteração do contrato durante sua execução. O contrato


deve apresentar itens que viabilizem a geração de aditivo do mesmo, por alteração no escopo
durante a execução do empreendimento, seja em acréscimo ou decréscimo de seu valor
comercializado (TISAKA, 2006). Essas alterações podem servir para atender as necessidades
como atualização do projeto resultando em seu ajuste, alteração das especificações, a ação
adicional de algum serviço ou, até mesmo, a diminuição de outros serviços, aumento do
quantitativo comparando ao original levantado previsto no Orçamento Inicial (O.I.) e reajuste
dos preços de acordo com índice contratual. Para atender a essas alterações contratuais se faz
preciso realizar um aditamento (MATTOS, 2014).
O Art. 65º, § 1º da Lei nº 8.666/93, obriga o aceite limite, tratando os acréscimos ou
supressões que se comprovaram necessários ao empreendimento, nas mesmas condições
contratuais, de 25% do valor inicial referente a obras e serviços ou compras e, para o trato de
reforma de edifícios ou de equipamentos, o reajuste limite a 50%, apenas para seus acréscimos.
Acréscimos ou supressões podem provocar o acréscimo ou decréscimo do prazo de construtivo.
Os acréscimos referentes a serviços, para gerar aditivo contratual, devem se balizar pelos
mesmos preços unitários da planilha orçamentária apresentada em licitação de acordo com o
Art. 65, § 3º, da Lei nº 8.666/93.
43

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será descrito a metodologia utilizada de forma a mostrar como foi
realizada a pesquisa, que possibilitou a análise da problemática tratada no estudo de caso.
O estudo de caso abordado por nesta monografia trata-se da análise do orçamento
concebido a reforma de salas do escritório, unidade 4, da Agência Nacional de Cinema
(ANICE), onde o serviço deu-se por metodologia de licitação na modalidade pregão eletrônico.
A verificação foi dividida em etapas: Planilha do orçamento base da ANCINE; Planilha do
preço inicial; Planilha de preços aditivados.
Na planilha do orçamento base é verificado o atendimento do custo das composições
e insumos com o Sistema de Referência informado pela ANCINE junto ao serviço levantado
pelo órgão.
Deu-se a análise dos custos, levantamento da metodologia de desconto adotada pela
Construtora Edil Ltda. ME e o comparativo do cálculo dos Benefícios e Despesas Indiretas
(BDI) entre a metodologia fornecida pela ANCINE e a metodologia indicada através do
Tribunal de Constas da União.
Abordagem o levantamento dos erros dos quantitativos que poderiam ser visualizados
e corrigidos antes do fechamento do preço inicial pela construtora, alteração de matérias e a
inclusão de novos itens após a elaboração do projeto executivo previsto no orçamento a planilha
do preço inicial, gerando a planilha de preços aditivados.
Para dar suporte ao estudo foi utilizada diligência bibliográfica de livros como de Aldo
Dórea Matos, leis como Lei nº 8.666/1993 e Lei nº 10.520/2002, metodologias do Tribunal de
Contas da União e Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.
A análise dos resultados para o estudo realizado está fundamentada em todo
referencial teórico desta monografia, com a realização de sugestões e comparativos.
44

4 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso que será abordado por esta monografia tem como objetivo analisar o
orçamento realizado para a reforma de salas do escritório da Agência Nacional do Cinema
(ANCINE), unidade 4, situada na Avenida Graça Aranha, n° 57, 8º andar, Centro, no Rio de
Janeiro, RJ, Figura 3, licitada em regime por preço global, e protagonizada pela Construtora
Edil Ltda ME.

Figura 3: Local da reforma

Fonte: Google Earth (2016)


45

O 8º pavimento é composto por hall social e corredores, seis salões, dois sanitários e
uso comum e três sanitários privativos. O pavimento possui acesso por dois elevadores, escada
por uma passagem ao 8° andar da Graça Aranha 35.

4.1 Informações da licitação

A licitação foi efetuada na modalidade Pregão, na forma Eletrônica, e do tipo Menor


Preço Global. A utilização do Pregão Eletrônico possibilita maior agilidade e promove a
economia administrativa, visto que ele ocorre com prazos reduzidos e os valores ofertados são
propostos em sessão pública, onde a disputa entre os participantes durante a ocorrência do
Pregão possibilita a diminuição do custo dos bens e serviços para o órgão comprador. e o critério
de julgamento permanece o menor preço. Para a participação dessa modalidade é indispensável
que a empresa esteja com Credenciamento válido no Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores (SICAF).
Nesse tipo de licitação o primeiro critério de julgamento se faz pelo menor preço e
após se fazer conhecer a empresa vencedora é realizado a verificação da habilitação da
conformidade com as especificações do edital. A construtora obteve o direito a conquista do
contrato pela desclassificação das duas primeiras concorrentes por apresentarem
irregularidades, não divulgadas, em suas propostas.
A construtora celebrou a aquisição da Reforma de Salas do 8º andar teve duração de
90 dias conforme estabelecido no edital, não promovendo atraso, onde o projeto contemplou a
adaptação de uma área aproximada de 320 m², realizando as seguintes atividades:

 Retirada de divisórias existentes;

 Demolição de paredes;

 Projeto de adequação das instalações elétricas;

 Adequação das instalações elétricas conforme projeto;

 Instalação de rede lógica;

 Substituição do forro de gesso;

 Reforma completa dos banheiros;

 Transformação de um banheiro privativo em copa;


46

 Retirada de esquadrias de madeira;

 Execução de novas esquadrias em alumínio;

 Lixamento e pintura de porta pantográfica;

 Emassamento e pintura de paredes e teto;

 Execução de piso vinílico em réguas.

4.2 Preço de venda da proposta

4.2.1 A utilização do SINAPI

Mediante a disponibilidade da planilha do orçamento base da ANCINE, Tabela 9, a


primeira ação realizada foi a consulta da tabela de referência do SINAPI do mesmo período
balizado pelo órgão, considerando que a empresa não trabalha com a desoneração em folha,
efetuando o pagamento da contribuição previdenciária patronal de 20%, sobre a folha de
pagamento do colaborador, arbitrado pela Lei nº 13.161/2015.
A análise dessa ferramenta, Figura 4, contribuiu para averiguar se o valor unitário de
cada item contido na planilha do orçamento base estão congruentes com o Sistema de
Referência. No entanto, constatou-se que a tabela do sistema, referente a 02/2015, não é a
mesma utilizada e informada no orçamento base elaborado pelo órgão público. Por não haver
tempo hábil para sinalizar tal divergência, a construtora seguiu utilizando a planilha
disponibilizada pela entidade.
47

Figura 4: Amostra da tabela custo de composições - Sintética do SINAPI

Fonte: SINAPI (2015)

Tabela 9: Planilha do orçamento base

Código SINAPI Valor Valor


Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
1 Demolições, remoções e transportes 10.390,12
Retirada de divisórias em chapas de
72178 1.1 123,54 m² 25,54 3.155,21
madeira, com montantes metálicos
85397 1.2 Retirada de azulejo colado 4,00 m² 23,53 94,12
85333 1.3 Retirada de aparelhos sanitários 5,00 un 19,48 97,40
85372 1.4 Demolição de forro de gesso 343,00 m² 2,61 895,23
Retirada de folhas de porta de passagem
72142 1.5 17,00 un 10,64 180,88
ou janela
85387 1.6 Remoção manual de entulho 39,06 m³ 62,87 2.455,70
Carga manual de entulho em caminhão
72897 1.7 39,06 m³ 20,81 812,84
basculante 6 m3
Transporte de entulho com caminhão
72900 1.8 basculante 6 m3, rodovia pavimentada, 39,06 m³ 4,42 172,65
dmt 0,5 a 1,0 km
Demolição de alvenaria de tijolos
73899/001 1.9 32,20 m³ 78,45 2.526,09
maciços s/reaproveitamento
Continua...
48

Continuação da Tabela 9
Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
2 Alvenarias 934,90
Alvenaria de vedação de blocos
cerâmicos furados na horizontal de
9x19x19cm (espessura 9cm) de paredes
87496 2.1 10,00 m² 68,45 684,50
com área líquida menor que 6m² sem
vãos e argamassa de assentamento com
preparo manual. af_06/2014_p
Chapisco aplicado tanto em pilares e
vigas de concreto como em alvenarias
de paredes internas, com rolo para
87876 2.2 20,00 m² 12,52 250,40
textura acrílica. argamassa
industrializada com preparo manual.
af_06/2014
3 Revestimento de paredes 10.418,16
Aplicação e lixamento de massa látex
88495 3.1 81,66 m² 9,26 756,17
em paredes, uma demão. af_06/2014
Aplicação manual de pintura com tinta
88487 3.2 látex pva em paredes, duas demão s. 408,32 m² 7,84 3.201,23
af_06/2014
Emboço, para recebimento de cerâmica,
em argamassa traço 1:2:8, preparo
manual, aplicado manualmente em
87528 3.3 76,00 m2 34,13 2.593,88
faces internas de paredes de ambientes
com área menor que 5m2, espessura de
20mm, com execução de taliscas
Revestimento cerâmico para paredes
internas com placas tipo grês ou semi-
87264 3.4 grês de dimensões 20x20 cm aplicadas 76,00 m² 50,88 3.866,88
em ambientes de área menor que 5 m²
na altura inteira das paredes
4 Revestimento de pisos 35.960,66
Revestimento cerâmico para piso com
placas tipo grês de dimensões 35x35 cm
87247 4.1 15,50 m² 46,21 716,26
aplicada em ambientes de área entre 5
m2 e 10 m2. af_06/2014
Piso vinilico em régua, cor marfim,
72186 4.2 340,00 m2 103,66 35.244,40
espessura 4,0mm
5 Revestimento do teto 14.717,44
Aplicação e lixamento de massa látex
88494 5.1 68,60 m² 16,79 1.151,79
em teto, uma demão. af_06/2014
Forro de gesso em placas 60x60cm,
73986 5.2 espessura 1,2cm, inclusive fixacao com 343,00 m2 30,60 10.495,80
arame
Aplicação manual de pintura com tinta
88486 5.3 látex pva em teto, duas demãos. 343,00 m² 8,95 3.069,85
af_06/2014
6 Esquadrias 30.490,64
Janela de correr em aluminio, com
quatro folhas para vidro, duas fixas e
74067/001 6.1 68,00 m2 405,62 27.582,16
duas moveis, incluso guarnicao e vidro
liso incolor
Continua...
49

Continuação da Tabela 9
Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Remocao de pintura a oleo/esmalte
79516/001 6.2 4,00 m2 12,75 51,00
sobre superficie metalica
Pintura esmalte fosco, duas demaos,
73924/003 6.3 4,00 m2 25,89 103,56
sobre superficie metalica
Porta em vidro temperado incolor de
10mm de espessura, 92cm x 226cm, 1
compas
6.4 folha de correr, ferragens em aço 8,32 m² 331,00 2.753,92
governamentais
inoxidável aisi 304, trilho e roldana,
com instalação.
7 Instalações hidráulicas 857,67
TE, pvc, soldável, dn 25mm, instalado
em ramal ou sub-ramal de água
89395 7.1 3,00 un 10,05 30,15
fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Luva de correr, pvc, soldável, dn
25mm, instalado em ramal de
89425 7.2 3,00 un 11,49 34,47
distribuição de água fornecimento e
instalação. af_12/2014_p
Joelho 90 graus, pvc, soldável, dn
25mm, instalado em ramal de
89408 7.3 3,00 un 4,79 14,37
distribuição de água fornecimento e
instalação. af_12/2014_p
Registro de gaveta com canopla ø
73663 7.4 3,00 un 122,65 367,95
25mm (1) - fornecimento e instalação
Tubo, pvc, soldável, dn 25mm,
instalado em ramal de distribuição de
89402 7.5 3,00 m 7,10 21,30
água fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 40 mm, fornecido e instalado em
89711 7.6 3,00 m 16,10 48,30
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Caixa sifonada, pvc, dn 100 x 100 x 50
mm, junta elástica, fornecida e instalada
89707 7.7 3,00 un 24,62 73,86
em ramal de descarga ou em ramal de
esgoto sanitário. af_12/2014_p
Ralo sifonado, pvc, dn 100 x 40 mm,
junta soldável, fornecido e instalado em
89709 7.8 3,00 un 9,48 28,44
ramal de descarga ou em ramal de
esgoto sanitário. af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 75 mm, fornecido e instalado em
89713 7.9 3,00 m 36,00 108,00
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Luva simples, pvc, serie normal, esgoto
predial, dn 75 mm, junta elástica,
89817 7.10 fornecido e instalado em prumada de 3,00 un 7,91 23,73
esgoto sanitário ou ventilação.
af_12/2014
Continua...
50

Continuação da Tabela 9
Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Curva longa 90 graus, pvc, serie
normal, esgoto predial, dn 75 mm, junta
89743 7.11 elástica, fornecido e instalado em ramal 3,00 un 35,70 107,10
de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014
8 Equipamentos e acessórios 1.743,54
Torneira cromada de mesa 1/2" ou 3/4",
para lavatório, padrão alto -
86906 8.1 4,00 un 37,23 148,92
fornecimento e instalação. decamatic -
deca ou melhor qualidade
Torneira cromada longa, de parede, 1/2"
86911 8.2 ou 3/4", para pia de cozinha, padrão alto 1,00 un 31,91 31,91
- fornecimento e instalação
Vaso sanitario sifonado louça branca
padrao popular, com conjunto para
6021 8.3 fixaçao para vaso sanitário com 4,00 un 211,97 847,88
parafuso, arruela e bucha -
fornecimento e instalacao
Lavatório louça branca suspenso, 29,5 x
39cm ou equivalente, padrão popular -
86904 8.4 4,00 un 85,02 340,08
fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Bancada de granito cinza polido para
pia de cozinha 1,50 x 0,60 m -
86889 8.5 1,00 un 374,75 374,75
fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Instalações elétricas / rede
9 21.906,44
corporativa
Fornecimento de projeto executivo de
Catálogo SCO- instalacaoeletrica em Autocad aprovado
PCRJ Item 9.1 pela concessionaria, em predios 343,00 m² 10,16 3.484,88
SE24700050 escolares e administrativos com ate
500m2 de area.
Disjuntor termomagnetico monopolar
74130/002 9.2 padrao nema (americano) 35 a 50a 40,00 un 18,07 722,80
240v, fornecimento e instalacao
Interruptor simples de embutir 10a/250v
72331 9.3 1 tecla, sem placa - fornecimento e 20,00 un 14,30 286,00
instalacao
Tomada 3p+t 30a/440v sem placa -
72339 9.4 120,00 un 45,78 5.493,60
fornecimento e instalacao
Luminária de teto embutir led blan
Pesquisa de
9.5 luminárias 1835 aço/alumínio branca 44,00 un 167,89 7.387,16
preço
2lamp bivolt
Eletroduto de pvc rigido roscavel dn
55865 9.6 40mm (1 1/2") incl conexoes, 80,00 m 27,38 2.190,40
fornecimento e instalacao
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v
73860/008 9.7 2,5mm2 resistente a chama - 320,00 m 3,46 1.107,20
fornecimento e instalacao
Continua...
51

Continuação da Tabela 9
Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Condulete 1" em liga de alumínio
73861/003 9.8 fundido tipo "b" - fornecimento e 40,00 un 18,36 734,40
instalacao
Pesquisa de Fornecimento de luz de emergência 30
9.9 10,00 un 50,00 500,00
Preço leds - ref. ecp 30 ou similar
10 Iede de lógica / telefone 18.968,69
Caixa de passagem para telefone
83367 10.1 80x80x15cm (sobrepor) fornecimento e 1,00 un 369,50 369,50
instalacao
Cabo telefonico ci-50 50pares (uso
73768/006 10.2 60,00 m 28,83 1.729,80
interno) - fornecimento e instalacao
Pesquisa de
10.3 Cabo de rede azul (305m) 1,00 un 186,36 186,36
Preço
Pesquisa de
10.4 Conector rj45 202,00 un 7,51 1.517,02
Preço
Pesquisa de
10.5 Rack 19 polegadas - altura de 40u 1,00 un 5.225,00 5.225,00
Preço
Pesquisa de
10.6 Patch panel 24 portas - cat6 12,00 un 654,24 7.850,88
Preço
Pesquisa de
10.7 Guia de cabo fechado 1u 18,00 un 27,90 502,20
Preço
Pesquisa de
10.8 Espelho cego 5,00 un 7,19 35,95
Preço
Pesquisa de
10.9 Kit com 2 ventiladores 2,00 un 280,00 560,00
Preço
Pesquisa de Régua de tomadas p/ rack 19" c/ 8 2p+t
10.10 2,00 un 75,00 150,00
Preço 127/220v 20a
Pesquisa de
10.11 Conjunto porca-gaiola 2,00 un 39,99 79,98
Preço
Patch cord mínimo 4 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.12 140,00 un 2,07 289,80
Preço distribuidores (patch panel) (azul) -
dados
Patch cord mínimo 6 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.13 60,00 un 7,87 472,20
Preço distribuidores (patch panel) (amarelo) -
voz
11 Limpeza 861,30
9537 11.1 Limpeza final da obra 330,00 m² 2,61 861,30
12 Administração local 21.928,80
2707 12.1 Engenheiro de obra pleno 120,00 h 85,42 10.250,40
4083 12.2 Encarregado geral 480,00 h 24,33 11.678,40

TOTAL GLOBAL 169.178,36


Fonte: ANCINE (2015)

Na hipótese do SINAPI não contemplar o custo de alguma composição ou insumo em


suas tabelas é permitida a utilização de outro Sistema de Referência, conforme o item 9.5 da
52

Tabela 9, ou a realização da cotação de preços, como exposto nos itens 9.5, 9.9 e 10.3 à 10.13
da mesma tabela.

4.2.2 Análise dos Custos Diretos/Custo Global

A construtora em questão, com o objetivo de apresentar um preço global competitivo


e abaixo do custo orçado pela ANCINE, realizou dedução aproximada de 10% diretamente
sobre o custo unitário de cada serviço. Tal prática é utilizada pela empresa, principalmente
tratando-se de Pregão, onde o prazo para se apresentar a proposta é de oito dias úteis.
A Edil não possui um profissional orçamentista para tratar de questões voltadas a
licitação e, por esse motivo, o administrador da empresa se encontra encarregado de tal tarefa,
somando-se as demais atribuições que carecem de sua atenção dentro da construtora, como o
planejamento das obras, alocação de recursos e condução estratégica de mão de obra. Como
consequência dessa realidade, ele não consegue dispor de tempo hábil para o estudo adequado
do orçamento.

4.2.3 Cálculo do BDI

Para a realização do cálculo do BDI, a construtora utilizou a mesma metodologia de


cálculo apresentada pelo órgão público, Tabela 10, e ao inserir na planilha suas informações
obteve valor igual a 20,58%.
53

Tabela 10: Composição do BDI


Composição da taxa de BDI
1 Administração Central - ADM 3,17%
1.1 Pessoal 2,30%
1.2 Gastos Gerais 0,87%
2 Despesas Financeiras - DEF 1,28%
2.1 Seguros 0,38%
2.2 Juros e outros Custos Financeiros 0,90%
3 Riscos e Imprevistos - RIS 0,81%
3.1 Riscos e Imprevistos 0,81%
4 Despesas Legais - IMP 5,65%
4.1 PIS (Programa de Integração Social) 0,65%
4.2 ISS (Imposto Sobre Serviço) 2,00%
4.3 COFINS 3,00%
4 Lucro Bruto - LB 8,00%

BDI = (1+LB) x (1+ADM) x (1+DEF) x (1+RIS) x (1/(1-IMP)) - 1 20,58%


Fonte: Construtora Edil Ltda. ME (2016)

Porém, ao revisar o cálculo para esta monografia, de acordo com a fórmula apresentada
pelo TCU para obras públicas teremos:

+( + + + )( + )( + )
= −
( − )

AC = 3,17%
R = 0,81%
S+G = 0,38%
DF = 0,90%
L = 8,00%
T (PIS, COFINS e ISS) = 5,65%

+( , %+ , % + , %) ( + , %)( + , %)
= −
( − , %)

= , %
54

O BDI da proposta realizada pela construtora através, através da metodologia


disponibilizada pelo órgão público, apresentou diferença percentual de 0,05% comparado com
a metodologia apresentada pelo TCU. O devido cuidado deve ser dado nessa etapa em qualquer
projeto, pois o BDI vai impactar diretamente no preço de venda da proposta.

4.2.4 Planilha de Preços

A construtora tem como prática a utilização da mesma planilha concebida por órgãos
públicos em licitação para economizar tempo, por esse motivo ela chegou ao seu preço de
proposta utilizando-a, visto da Tabela 11.

Tabela 11: Planilha de preços inicial


Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
1 Demolições, remoções e transportes 9.368,25
Retirada de divisorias em chapas de
72178 1.1 123,54 m² 23,00 2.841,42
madeira, com montantes metalicos
85397 1.2 Retirada de azulejo colado 4,00 m² 21,20 84,80
85333 1.3 Retirada de aparelhos sanitarios 5,00 un 17,55 87,75
85372 1.4 Demolicao de forro de gesso 343,00 m² 2,35 806,05
Retirada de folhas de porta de passagem
72142 1.5 17,00 un 9,60 163,20
ou janela
85387 1.6 Remoção manual de entulho 39,06 m³ 56,75 2.216,66
Carga manual de entulho em caminhao
72897 1.7 39,06 m³ 18,75 732,38
basculante 6 m3
Transporte de entulho com caminhao
72900 1.8 basculante 6 m3, rodovia pavimentada, 39,06 m³ 4,00 156,24
dmt 0,5 a 1,0 km
Demolicao de alvenaria de tijolos
73899/001 1.9 32,20 m³ 70,80 2.279,76
macicos s/reaproveitamento
2 Alvenarias 843,50
Alvenaria de vedação de blocos
cerâmicos furados na horizontal de
9x19x19cm (espessura 9cm) de paredes
87496 2.1 10,00 m² 61,75 617,50
com área líquida menor que 6m² sem
vãos e argamassa de assentamento com
preparo manual. af_06/2014_p
Chapisco aplicado tanto em pilares e
vigas de concreto como em alvenarias
de paredes internas, com rolo para
87876 2.2 20,00 m² 11,30 226,00
textura acrílica. argamassa
industrializada com preparo manual.
af_06/2014
Continua...
55

Continuação da Tabela 11.


Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
3 Revestimento de paredes 9.417,73
Aplicação e lixamento de massa látex
88495 3.1 81,66 m² 8,35 681,86
em paredes, uma demão. af_06/2014
Aplicação manual de pintura com tinta
88487 3.2 látex pva em paredes, duas demão s. 408,32 m² 7,10 2.899,07
af_06/2014
Emboço, para recebimento de cerâmica,
em argamassa traço 1:2:8, preparo
manual, aplicado manualmente em faces
87528 3.3 76,00 m2 30,80 2.340,80
internas de paredes de ambientes com
área menor que 5m2, espessura de
20mm, com execução de taliscas
Revestimento cerâmico para paredes
internas com placas tipo grês ou semi-
87264 3.4 grês de dimensões 20x20 cm aplicadas 76,00 m² 46,00 3.496,00
em ambientes de área menor que 5 m²
na altura inteira das paredes
4 Revestimento de pisos 32.240,00
Revestimento cerâmico para piso com
placas tipo grês de dimensões 35x35 cm
87247 4.1 15,50 m² 40,00 620,00
aplicada em ambientes de área entre 5
m2 e 10 m2. af_06/2014
Piso vinilico em régua, cor marfim,
72186 4.2 340,00 m2 93,00 31.620,00
espessura 4,0mm
5 Revestimento do teto 13.239,80
Aplicação e lixamento de massa látex
88494 5.1 68,60 m² 15,00 1.029,00
em teto, uma demão. af_06/2014
Forro de gesso em placas 60x60cm,
73986 5.2 espessura 1,2cm, inclusive fixacao com 343,00 m2 27,60 9.466,80
arame
Aplicação manual de pintura com tinta
88486 5.3 látex pva em teto, duas demãos. 343,00 m² 8,00 2.744,00
af_06/2014
6 Esquadrias 29.495,40
Janela de correr em aluminio, com
quatro folhas para vidro, duas fixas e
74067/001 6.1 68,00 m2 395,00 26.860,00
duas moveis, incluso guarnicao e vidro
liso incolor
Remocao de pintura a oleo/esmalte
79516/001 6.2 4,00 m2 11,50 46,00
sobre superficie metalica
Pintura esmalte fosco, duas demaos,
73924/003 6.3 4,00 m2 23,35 93,40
sobre superficie metalica
Porta em vidro temperado incolor de
10mm de espessura, 92cm x 226cm, 1
compras
6.4 folha de correr, ferragens em aço 8,32 m² 300,00 2.496,00
governamentais
inoxidável aisi 304, trilho e roldana,
com instalação.
7 Instalações hidráulicas 770,25
TE, pvc, soldável, dn 25mm, instalado
em ramal ou sub-ramal de água
89395 7.1 3,00 un 9,00 27,00
fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Continua...
56

Continuação da Tabela 11.


Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Luva de correr, pvc, soldável, dn 25mm,
instalado em ramal de distribuição de
89425 7.2 3,00 un 10,35 31,05
água fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Joelho 90 graus, pvc, soldável, dn
25mm, instalado em ramal de
89408 7.3 3,00 un 4,35 13,05
distribuição de água fornecimento e
instalação. af_12/2014_p
Registro de gaveta com canopla ø
73663 7.4 3,00 un 110,00 330,00
25mm (1) - fornecimento e instalação
Tubo, pvc, soldável, dn 25mm, instalado
em ramal de distribuição de água
89402 7.5 3,00 m 6,40 19,20
fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 40 mm, fornecido e instalado em
89711 7.6 3,00 m 14,50 43,50
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Caixa sifonada, pvc, dn 100 x 100 x 50
mm, junta elástica, fornecida e instalada
89707 7.7 3,00 un 22,00 66,00
em ramal de descarga ou em ramal de
esgoto sanitário. af_12/2014_p
Ralo sifonado, pvc, dn 100 x 40 mm,
junta soldável, fornecido e instalado em
89709 7.8 3,00 un 8,50 25,50
ramal de descarga ou em ramal de
esgoto sanitário. af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 75 mm, fornecido e instalado em
89713 7.9 3,00 m 32,50 97,50
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Luva simples, pvc, serie normal, esgoto
predial, dn 75 mm, junta elástica,
89817 7.10 fornecido e instalado em prumada de 3,00 un 7,15 21,45
esgoto sanitário ou ventilação.
af_12/2014
Curva longa 90 graus, pvc, serie normal,
esgoto predial, dn 75 mm, junta elástica,
89743 7.11 fornecido e instalado em ramal de 3,00 un 32,00 96,00
descarga ou ramal de esgoto sanitário.
af_12/2014
8 Equipamentos e acessórios 1.557,20
Torneira cromada de mesa 1/2" ou 3/4",
para lavatório, padrão alto -
86906 8.1 4,00 un 33,60 134,40
fornecimento e instalação. decamatic -
deca ou melhor qualidade
Torneira cromada longa, de parede, 1/2"
86911 8.2 ou 3/4", para pia de cozinha, padrão alto 1,00 un 28,80 28,80
- fornecimento e instalação
Vaso sanitario sifonado louça branca
padrao popular, com conjunto para
6021 8.3 fixaçao para vaso sanitário com 4,00 un 190,00 760,00
parafuso, arruela e bucha - fornecimento
e instalacao
Continua...
57

Continuação da Tabela 11.


Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Lavatório louça branca suspenso, 29,5 x
39cm ou equivalente, padrão popular -
86904 8.4 4,00 un 76,00 304,00
fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Bancada de granito cinza polido para
pia de cozinha 1,50 x 0,60 m -
86889 8.5 1,00 un 330,00 330,00
fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Instalações elétricas / rede
9 19.651,00
corporativa
Fornecimento de projeto executivo de
Catálogo SCO- instalacaoeletrica em Autocad aprovado
PCRJ Item 9.1 pela concessionaria, em predios 343,00 m² 9,00 3.087,00
SE24700050 escolares e administrativos com ate
500m2 de area.
Disjuntor termomagnetico monopolar
74130/002 9.2 padrao nema (americano) 35 a 50a 40,00 un 16,30 652,00
240v, fornecimento e instalacao
Interruptor simples de embutir 10a/250v
72331 9.3 1 tecla, sem placa - fornecimento e 20,00 un 12,90 258,00
instalacao
Tomada 3p+t 30a/440v sem placa -
72339 9.4 120,00 un 41,30 4.956,00
fornecimento e instalacao
Luminária de teto embutir led blan
Pesquisa de
9.5 luminárias 1835 aço/alumínio branca 44,00 un 151,00 6.644,00
preço
2lamp bivolt
Eletroduto de pvc rigido roscavel dn
55865 9.6 40mm (1 1/2") incl conexoes, 80,00 m 24,00 1.920,00
fornecimento e instalacao
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v
73860/008 9.7 2,5mm2 resistente a chama - 320,00 m 3,20 1.024,00
fornecimento e instalacao
Condulete 1" em liga de alumínio
73861/003 9.8 fundido tipo "b" - fornecimento e 40,00 un 16,50 660,00
instalacao
Pesquisa de Fornecimento de luz de emergência 30
9.9 10,00 un 45,00 450,00
Preço leds - ref. ecp 30 ou similar
10 Iede de lógica / telefone 16.426,00
Caixa de passagem para telefone
83367 10.1 80x80x15cm (sobrepor) fornecimento e 1,00 un 330,00 330,00
instalacao
Cabo telefonico ci-50 50pares (uso
73768/006 10.2 60,00 m 25,00 1.500,00
interno) - fornecimento e instalacao
Pesquisa de
10.3 Cabo de rede azul (305m) 1,00 un 186,00 186,00
Preço
Pesquisa de
10.4 Conector rj45 202,00 un 6,75 1.363,50
Preço
Pesquisa de
10.5 Rack 19 polegadas - altura de 40u 1,00 un 4.500,00 4.500,00
Preço
Pesquisa de
10.6 Patch panel 24 portas - cat6 12,00 un 550,00 6.600,00
Preço
Continua...
58

Continuação da Tabela 11.


Código SINAPI Valor Valor
Item Descrição Quant. Unid.
02/2015 Uni. Total
Pesquisa de
10.7 Guia de cabo fechado 1u 18,00 un 25,00 450,00
Preço
Pesquisa de
10.8 Espelho cego 5,00 un 6,50 32,50
Preço
Pesquisa de
10.9 Kit com 2 ventiladores 2,00 un 250,00 500,00
Preço
Pesquisa de Régua de tomadas p/ rack 19" c/ 8 2p+t
10.10 2,00 un 65,00 130,00
Preço 127/220v 20a
Pesquisa de
10.11 Conjunto porca-gaiola 2,00 un 36,00 72,00
Preço
Patch cord mínimo 4 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.12 140,00 un 2,07 289,80
Preço distribuidores (patch panel) (azul) -
dados
Patch cord mínimo 6 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.13 60,00 un 7,87 472,20
Preço distribuidores (patch panel) (amarelo) -
voz
11 Limpeza 775,50
9537 11.1 Limpeza final da obra 330,00 m² 2,35 775,50
12 Administração local 18.792,00
2707 12.1 Engenheiro de obra pleno 120,00 h 75,00 9.000,00
4083 12.2 Encarregado geral 480,00 h 20,40 9.792,00

TOTAL GLOBAL 152.576,63


BDI - 20,58% 31.400,27
TOTAL GLOBAL + BDI 183.976,90
Fonte: Construtora Edil Ltda. ME (2016)

4.3 Erro de quantitativo na planilha original

Após a assinatura do contrato foi constatado a existência de erros na planilha de


orçamento base da ANCINE, onde os quantitativos de alguns itens continham quantitativos
acima ou abaixo do necessário com demonstrado na Tabela 12.

Tabela 12: Demonstrativo de quantitativos


Quantidade Quantidade
Descrição Unid.
Inicial Necessária
Fornecimento e instalação Cabo de
m 320 4090
cobre isolado PVC 450/750v 2,5 mm²

Cabo de rede azul (305m) un. 1 16

Fonte: Construtora Edil Ltda. ME (2016)


59

Esse erro, posteriormente encontrado, contribuiu para o cálculo do aditivo do preço


global do projeto, como será abordado nos tópicos a seguir.

4.4 Projeto executivo

A construtora efetuou contrato de mão de obra terceirizada de determinado Engenheiro


com objetivo de realizar o projeto executivo de instalação elétrica, previsto em edital.
Verificou-se a necessidade de alteração de material, sendo em caráter de inclusão e
dimensionamento, podendo ser observado na Tabela 13.

Tabela 13: Alteração por inclusão e dimensionamento


Descrição
Anterior ao projeto Posterior projeto
executivo executivo
Fornecimento e
-
instalação de Eletrocalha
Quadro de distribuição
-
de energia
Cobre isolado PVC
-
450/750v 4,0 mm²
Cabo de rede azul
-
(305m)
Eletroduto de PVC
Eletroduto de PVC
rígido roscável DN 1
rígido roscável DN 3/4"
1/2"
Fonte: Construtora Edil Ltda. ME (2016)

4.5 Aditivo contratual

Durante o andamento da reforma, outros itens careciam de ser inclusos no orçamento


devido a necessidade dos mesmos no desenvolvimento do serviço contratado, destacados na
Tabela 14.
O Art. 65º, § 1º da Lei nº 8.666/93, garante aditivo do valor contratual no teto de 50%
em obras de reformas. Desta forma, realizando as considerações dos tópicos 4.3 e 4.4 foram
60

inseridos na planilha de preços aditivados as devidas alterações e efetuado o cálculo do aditivo


contratual de 21,55% sobre o valor contratado.

Tabela 14: Planilha de preços aditivados


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
1 Demolições, remoções e transportes 9.368,25 9.368,25
Retirada de divisórias em chapas de
72178 1.1 123,54 m² 2.841,42 2.841,42
madeira, com montantes metálicos
85397 1.2 Retirada de azulejo colado 4,00 m² 84,80 84,80
85333 1.3 Retirada de aparelhos sanitários 5,00 un 87,75 87,75
85372 1.4 Demolição de forro de gesso 343,00 m² 806,05 806,05
Retirada de folhas de porta de
72142 1.5 17,00 un 163,20 163,20
passagem ou janela
85387 1.6 Remoção manual de entulho 39,06 m³ 2.216,66 2.216,66
Carga manual de entulho em caminhão
72897 1.7 39,06 m³ 732,38 732,38
basculante 6 m3
Transporte de entulho com caminhão
72900 1.8 basculante 6 m3, rodovia pavimentada, 39,06 m³ 156,24 156,24
dmt 0,5 a 1,0 km
Demolição de alvenaria de tijolos
73899/001 1.9 32,20 m³ 2.279,76 2.279,76
maciços s/reaproveitamento
2 Alvenarias 843,50 843,50
Alvenaria de vedação de blocos
cerâmicos furados na horizontal de
9x19x19cm (espessura 9cm) de
87496 2.1 paredes com área líquida menor que 10,00 m² 617,50 617,50
6m² sem vãos e argamassa de
assentamento com preparo manual.
af_06/2014_p
Chapisco aplicado tanto em pilares e
vigas de concreto como em alvenarias
de paredes internas, com rolo para
87876 2.2 20,00 m² 226,00 226,00
textura acrílica. argamassa
industrializada com preparo manual.
af_06/2014
3 Revestimento de paredes 9.417,73 9.417,73
Aplicação e lixamento de massa látex
88495 3.1 81,66 m² 681,86 681,86
em paredes, uma demão. af_06/2014
Aplicação manual de pintura com tinta
88487 3.2 látex pva em paredes, duas demão s. 408,32 m² 2.899,07 2.899,07
af_06/2014
Emboço, para recebimento de
cerâmica, em argamassa traço 1:2:8,
preparo manual, aplicado manualmente
87528 3.3 em faces internas de paredes de 76,00 m2 2.340,80 2.340,80
ambientes com área menor que 5m2,
espessura de 20mm, com execução de
taliscas
Continua...
61

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Revestimento cerâmico para paredes
internas com placas tipo grês ou semi-
87264 3.4 grês de dimensões 20x20 cm aplicadas 76,00 m² 3.496,00 3.496,00
em ambientes de área menor que 5 m²
na altura inteira das paredes
4 Revestimento de pisos 32.240,00 32.240,00
Revestimento cerâmico para piso com
placas tipo grês de dimensões 35x35
87247 4.1 15,50 m² 620,00 620,00
cm aplicada em ambientes de área
entre 5 m2 e 10 m2. af_06/2014
Piso vinilico em régua, cor marfim,
72186 4.2 340,00 m2 31.620,00 31.620,00
espessura 4,0mm
5 Revestimento do teto 13.239,80 13.239,80
Aplicação e lixamento de massa látex
88494 5.1 68,60 m² 1.029,00 1.029,00
em teto, uma demão. af_06/2014
Forro de gesso em placas 60x60cm,
73986 5.2 espessura 1,2cm, inclusive fixacao com 343,00 m2 9.466,80 9.466,80
arame
Aplicação manual de pintura com tinta
88486 5.3 látex pva em teto, duas demãos. 343,00 m² 2.744,00 2.744,00
af_06/2014
6 Esquadrias 29.495,40 29.495,40
Janela de correr em aluminio, com
quatro folhas para vidro, duas fixas e
74067/001 6.1 68,00 m2 26.860,00 26.860,00
duas moveis, incluso guarnicao e vidro
liso incolor
Remocao de pintura a oleo/esmalte
79516/001 6.2 4,00 m2 46,00 46,00
sobre superficie metalica
Pintura esmalte fosco, duas demaos,
73924/003 6.3 4,00 m2 93,40 93,40
sobre superficie metalica
Porta em vidro temperado incolor de
10mm de espessura, 92cm x 226cm, 1
compras
6.4 folha de correr, ferragens em aço 8,32 m² 2.496,00 2.496,00
governamentais
inoxidável aisi 304, trilho e roldana,
com instalação.
7 Instalações hidráulicas 770,25 770,25
TE, pvc, soldável, dn 25mm, instalado
em ramal ou sub-ramal de água
89395 7.1 3,00 un 27,00 27,00
fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Luva de correr, pvc, soldável, dn
25mm, instalado em ramal de
89425 7.2 3,00 un 31,05 31,05
distribuição de água fornecimento e
instalação. af_12/2014_p
Joelho 90 graus, pvc, soldável, dn
25mm, instalado em ramal de
89408 7.3 3,00 un 13,05 13,05
distribuição de água fornecimento e
instalação. af_12/2014_p
Registro de gaveta com canopla ø
73663 7.4 3,00 un 330,00 330,00
25mm (1) - fornecimento e instalação
Continua...
62

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Tubo, pvc, soldável, dn 25mm,
instalado em ramal de distribuição de
89402 7.5 3,00 m 19,20 19,20
água fornecimento e instalação.
af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 40 mm, fornecido e instalado em
89711 7.6 3,00 m 43,50 43,50
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Caixa sifonada, pvc, dn 100 x 100 x 50
mm, junta elástica, fornecida e
89707 7.7 instalada em ramal de descarga ou em 3,00 un 66,00 66,00
ramal de esgoto sanitário.
af_12/2014_p
Ralo sifonado, pvc, dn 100 x 40 mm,
junta soldável, fornecido e instalado
89709 7.8 3,00 un 25,50 25,50
em ramal de descarga ou em ramal de
esgoto sanitário. af_12/2014_p
Tubo pvc, serie normal, esgoto predial,
dn 75 mm, fornecido e instalado em
89713 7.9 3,00 m 97,50 97,50
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014_p
Luva simples, pvc, serie normal, esgoto
predial, dn 75 mm, junta elástica,
89817 7.10 fornecido e instalado em prumada de 3,00 un 21,45 21,45
esgoto sanitário ou ventilação.
af_12/2014
Curva longa 90 graus, pvc, serie
normal, esgoto predial, dn 75 mm,
89743 7.11 junta elástica, fornecido e instalado em 3,00 un 96,00 96,00
ramal de descarga ou ramal de esgoto
sanitário. af_12/2014
8 Equipamentos e acessórios 1.557,20 797,20
Torneira cromada de mesa 1/2" ou
3/4", para lavatório, padrão alto -
86906 8.1 4,00 un 134,40 134,40
fornecimento e instalação. decamatic -
deca ou melhor qualidade
Torneira cromada longa, de parede,
86911 8.2 1/2" ou 3/4", para pia de cozinha, 1,00 un 28,80 28,80
padrão alto - fornecimento e instalação
Vaso sanitario sifonado louça branca
padrao popular, com conjunto para
6021 8.3 fixaçao para vaso sanitário com - un 760,00 -
parafuso, arruela e bucha -
fornecimento e instalacao
Lavatório louça branca suspenso, 29,5
x 39cm ou equivalente, padrão popular
86904 8.4 4,00 un 304,00 304,00
- fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Bancada de granito cinza polido para
pia de cozinha 1,50 x 0,60 m -
86889 8.5 1,00 un 330,00 330,00
fornecimento e instalação.
af_12/2013_p
Continua...
63

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Instalações elétricas / rede
9 19.651,00 25.035,30
corporativa
Fornecimento de projeto executivo de
Catálogo SCO- instalacaoeletrica em Autocad
PCRJ Item 9.1 aprovado pela concessionaria, em 343,00 m² 3.087,00 3.087,00
SE24700050 predios escolares e administrativos
com ate 500m2 de area.
Disjuntor termomagnetico monopolar
74130/002 9.2 padrao nema (americano) 35 a 50a 40,00 un 652,00 652,00
240v, fornecimento e instalacao
Interruptor simples de embutir
72331 9.3 10a/250v 1 tecla, sem placa - 7,00 un 258,00 90,30
fornecimento e instalacao
Tomada 3p+t 30a/440v sem placa -
72339 9.4 - un 4.956,00 -
fornecimento e instalacao
Luminária de teto embutir led blan
Pesquisa de
9.5 luminárias 1835 aço/alumínio branca 44,00 un 6.644,00 6.644,00
preço
2lamp bivolt
Eletroduto de pvc rigido roscavel dn
55865 9.6 40mm (1 1/2") incl conexoes, - m 1.920,00 -
fornecimento e instalacao
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v
73860/008 9.7 2,5mm2 resistente a chama - 4.090,00 m 1.024,00 14.112,00
fornecimento e instalacao
Condulete 1" em liga de alumínio
73861/003 9.8 fundido tipo "b" - fornecimento e - un 660,00 -
instalacao
Pesquisa de Fornecimento de luz de emergência 30
9.9 10,00 un 450,00 450,00
Preço leds - ref. ecp 30 ou similar
10 Iede de lógica / telefone 16.426,00 19.598,25
Caixa de passagem para telefone
83367 10.1 80x80x15cm (sobrepor) fornecimento 1,00 un 330,00 330,00
e instalacao
Cabo telefonico ci-50 50pares (uso
73768/006 10.2 80,00 m 1.500,00 2.000,00
interno) - fornecimento e instalacao
Pesquisa de
10.3 Cabo de rede azul (305m) 16,00 un 186,00 3.162,00
Preço
Pesquisa de
10.4 Conector rj45 157,00 un 1.363,50 1.059,75
Preço
Pesquisa de
10.5 Rack 19 polegadas - altura de 40u 1,00 un 4.500,00 4.500,00
Preço
Pesquisa de
10.6 Patch panel 24 portas - cat6 12,00 un 6.600,00 6.600,00
Preço
Pesquisa de
10.7 Guia de cabo fechado 1u 18,00 un 450,00 450,00
Preço
Pesquisa de
10.8 Espelho cego 5,00 un 32,50 32,50
Preço
Pesquisa de
10.9 Kit com 2 ventiladores 2,00 un 500,00 500,00
Preço
Pesquisa de Régua de tomadas p/ rack 19" c/ 8 2p+t
10.10 2,00 un 130,00 130,00
Preço 127/220v 20a
Continua...
64

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Pesquisa de
10.11 Conjunto porca-gaiola 2,00 un 72,00 72,00
Preço
Patch cord mínimo 4 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.12 140,00 un 289,80 289,80
Preço distribuidores (patch panel) (azul) -
dados
Patch cord mínimo 6 metros - cat6 -
Pesquisa de para utilização nos painéis
10.13 60,00 un 472,20 472,20
Preço distribuidores (patch panel) (amarelo) -
voz
11 Limpeza 775,50 775,50
9537 11.1 Limpeza final da obra 330,00 m² 775,50 775,50
12 Administração local 18.792,00 18.792,00
2707 12.1 Engenheiro de obra pleno 120,00 h 9.000,00 9.000,00
4083 12.2 Encarregado geral 480,00 h 9.792,00 9.792,00
Sub Total 152.576,63 160.373,18

Novos itens
13,1 Quadro de distribuição -
Quadro de distribuicao de energia de
embutir, em chapa metalica, para 40
74131/007 13.1.1 disjuntores termomagneticos 1,00 un 585,26
monopolares, com barramento trifasico
e neutro, fornecimento e instalacao
Disjuntor termomagnetico tripolar
74130/006 13.1.2 padrao nema (americano) 125 a 150a 1,00 un 260,46
240v, fornecimento e instalacao
Disjuntor termomagnetico bipolar
74130/003 13.1.3 padrao nema (americano) 10 a 50a 16,00 un 761,92
240v fornecimento e instalacao (16a)
Fornecimento e instalação de tomadas
Mercado 13.2 para mesa 2p+t 10a modelo s8620 da 190,00 un 2.692,30
securit ou similar
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v
73860/009 13.3 4,0mm2 resistente a chama - 1.450,00 m 6.742,50
fornecimento e instalacao
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v 25
73860/013 13.4 mm2 resistente a chama - fornecimento 20,00 m 289,60
e instalacao
Cabo de cobre isolado pvc 450/750v 50
73860/014 13.5 mm2 resistente a chama - fornecimento 20,00 m 534,80
e instalacao
Fornecimento e instalação de
Mercado 13,6 52,00 m 923,00
eletrocalha 100x50 inclusive acessorios
Fornecimento e instalação de
Mercado 13,7 39,00 m 583,05
eletrocalha 50x50 inclusive acessorios
Homem hora de eletricista para
88264 13,8 instalação de eletrocalha 200x50 17,00 H 374,68
inclusive acessorios
Continua...
65

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Interruptor simples de embutir
72331 13.9 10a/250v 2 tecla, com ] placa - 3,00 un 77,34
fornecimento e instalacao
Homem hora de eletricista para
88264 13.10 instalação de calhas de descida do forro 15,00 H 330,60
até as mesas
Eletroduto de pvc rigido roscavel dn 3 /
73613 13,11 4 ") incl conexoes, fornecimento e 156,00 m 2.394,60
instalacao
Porta de madeira para pintura, semi-
oca (leve ou média), 70x210cm, esp.
90821 13,12 2,00 un 307,32
de 3,5cm, incluso dobradiças -
fornecimento e instalação
Porta de madeira para pintura, semi-
oca (leve ou média), 80x210cm, esp.
90822 13,13 3,00 un 478,08
de 3,5cm, incluso dobradiças -
fornecimento e instalação
Fechadura de embutir com cilindro,
externa, completa, acabamento padrão
90830 13,14 5,00 un 726,85
médio, incluso execução de furo -
fornecimento e instalação
Rodape em madeira, altura 7cm, fixado
73886 13,15 10,80 m 152,50
em pecas de madeira
Vaso sanitário sifonado com caixa
86888 13,16 acoplada louça branca - padrão médio - 4,00 un 1.200,00
fornecimento e instalação.
Cabo telefonico ci-50 20pares (uso
73768/4 13,17 80,00 m 962,40
interno) - fornecimento e instalacao
Caixa retangular 4" x 2" média (1,30 m
83387 13,18 do piso), pvc, instalada em parede - 35,00 un 287,70
fornecimento e instalação.
Soleira de marmore branco, largura
84161 13.19 15cm, espessura 3cm, assentada sobre 3,70 m 175,86
argamassa traco 1:4 (cimento e areia)
Peitoril em marmore branco, largura de
25cm, assentado com argamassa traco
84089 13.20 1,80 m 225,81
1:3 (cimento e areia media), preparo
manual da argamassa
Fornecimento e instalação de bloco
mercado 13.21 10,00 un 1.326,00
para telefonia 100 pares com suporte
Fornecimento e instalação de curva
mercado 13.22 50,00 un 127,50
para eletroduto 3/4"
Fornecimento e instalação de box reto
mercado 13.23 50,00 un 238,50
para eletroduto 3/4"
Fornecimento e instalação de cabo de
mercado 13.24 100,00 m 786,00
fibra otica de 2 pares (4 pontas )
Execução de fusão nos cabos de fibra
mercado 13.25 8,00 m 785,36
ótica
Tomada baixa de embutir (2 módulos),
83540 13.26 2p+t 10 a, incluindo suporte e placa - 37,00 un 609,76
fornecimento e instalação. af_12/2015
Continua...
66

Continuação da Tabela 14.


Código
Valor Total Valor Total
SINAPI - Item Descrição Quant. Unid.
(Edil) (Edil - Adit.)
02/2015
Tomada baixa de embutir (2 módulos),
83566 13.27 2p+t 20 a, incluindo suporte e placa - 5,00 un - 151,05
fornecimento e instalação. af_12/2015
TOTAL PLANILHA 152.576,63 160.373,18
TOTAL DOS ITENS NOVOS - 25.090,80
TOTAL GERAL 152.576,63 185.463,98
BDI - 20,58% 31.400,27 38.168,49
TOTAL GLOBAL + BDI 183.976,90 223.632,47
ADITIVO – 21,55%
Fonte: Construtora Edil Ltda. ME (2016)

O Art. 65º, inciso I, alíneas a) e b), da Lei nº 8.666/93, garante que quando houver
modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos
o aditivo se torna passível, contando que o orçamento específico seja detalhado em planilhas
elaboradas pelo órgão ou entidade responsável pela licitação.
67

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos com o estudo de caso demonstram que se tratando de órgãos


públicos, em que o contratante fornece a planilha do orçamento base, a empresa deve criar e
manter seus próprios banco de dados de quantitativos a fim de conseguir visualizar prováveis
discrepâncias cometidas pela Administração Pública e, desta forma, contribuir para uma
composição de preços eficiente em proposta. Para isso, será necessário o realizar a apropriação
da produtividade da mão de obra e o consumo de material utilizado em determinado serviço.
A utilização do orçamento base se mostrou deficiente. A prática de proporcionar
descontos diretamente ao valor de custo unitário não possibilita o conhecimento da
produtividade prevista da mão de obra ou da utilização de materiais. Na elaboração
orçamentária correta é preciso desenvolver o orçamento analítico, no qual se terá evidenciado
o conjunto necessário dos materiais, equipamentos e mão de obra para a realização de um
determinado serviço. Desta maneira, saberá o orçamentista onde realizar a redução ou
acréscimo de materiais realmente necessários para a execução do serviço, ou o índice de
produtividade da mão de obra de acordo com o banco de dados de obras anteriores realizadas
pela construtora.
68

Tabela 15: Planilha de orçamento analítico

Código
Tipo do Custo uni. Custo
SINAPI Descrição do serviço Uni Coeficiente
item (R$) total (R$)
(10/2016)
Tubo De Pvc Corrugado De Dupla
Parede Para Rede Coletora De Esgoto,
Dn 400 Mm, Em Junta Elástica,
ASTU 90721 m - - 246,22
Instalado Em Local Com Nível Alto
De Interferências - Fornecimento E
Assentamento. Af_06/2015
Retroescavadeira Sobre Rodas Com
Carregadeira, Tração 4X4, Potência
Líq. 88 Hp, Caçamba Carreg. Cap.
Composição 5678 Mín. 1 M3, Caçamba Retro Cap. 0,26 chp 0,0803 96,78 7,77
M3, Peso Operacional Mín. 6.674 Kg,
Profundidade Escavação Máx. 4,37 M
- Chp Diurno. Af_06/2014
Retroescavadeira Sobre Rodas Com
Carregadeira, Tração 4X4, Potência
Líq. 88 Hp, Caçamba Carreg. Cap.
Composição 5679 Mín. 1 M3, Caçamba Retro Cap. 0,26 chi 0,0499 39,55 1,97
M3, Peso Operacional Mín. 6.674 Kg,
Profundidade Escavação Máx. 4,37 M
- Chi Diurno. Af_06/2014
Assentador De Tubos Com Encargos
Composição 88246 h 0,2476 33,3 8,25
Complementares
Servente Com Encargos
Composição 88316 h 0,2476 17,86 4,42
Complementares
Anel Borracha, Para Tubo Pvc, Rede
Insumo 310 Coletor Esgoto, Dn 400 Mm (Nbr un 0,1667 31,12 5,19
7362)
Pasta Lubrificante Para Tubos E
Conexoes Com Junta Elastica (Uso
Insumo 20078 un 0,025 16,14 0,40
Em Pvc, Aco, Polietileno E Outros) (
De *400* G)
Tubo Pvc Corrugado, Parede Dupla,
Insumo 38037 Je, Dn 400 Mm, Rede Coletora m 1,05 207,83 218,22
Esgoto
Fonte: SINAPI (2016)

Outro fator importante e não confiar em fórmulas disponibilizadas em planilha a fim


de calcular o BDI. Como demostrado no estudo de caso, a diferença encontrada, utilizando a
fórmula estabelecida pelo Tribunal de Contas da União, foi de 0,05%. Esse diferencial
calculado no estudo de caso é pequeno, no entanto a possibilidade da ocorrência de um valor
percentual significativo não é remota. Não conferir esse cálculo pode lesar a proposta e trazer
um retorno financeiro inferior a construtora. Essa probabilidade pode ser evitada se a empresa
desenvolver uma planilha de cálculo automatizada do BDI, onde fará seu uso em cada licitação
69

objeto para a verificação do valor. Pontuando que essa ferramenta deve padecer de manutenção
periódica a fim de assegurar sua fidelidade a metodologia de cálculo.
Ao final dessa análise é possível realizar resumo da Tabela 16. Mesmo com a
deliberação adotada pela Construtora Edil, efetuando desconto direto no valor unitário dos
serviços e materiais, a empresa deteve de valor competitivo de mercado, no entanto o retorno
financeiro se torna prejudicado por não possuir registro da produtividade no momento da
elaboração do orçamento esperado se o a Edil Realizando o comparativo entre as três fazes da
planilha orçamentária

Tabela 16: Resumo

Descrição Orçamento base Preço inicial Preços aditivados


Custo Global R$ 169.178,36 R$ 152.576,63 R$ 185.463,98
BDI (20,58%) R$ 34.816,91 R$ 31.400,27 R$ 38.168,49
Custo Global + BDI R$ 203.995,26 R$ 183.976,90 R$ 223.632,47
Aditivo (21,55%) - - R$ 39.655,57
Fonte: Autor (2016)
70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo proposto foi cumprido possibilitando a observação que o orçamento é uma


parte fundamental da construção civil em qualquer processo de licitação de acordo com a Lei
8.666/93, no qual o orçamento é realizado antes do início da obra, a fim de mensurar os
resultados até sua conclusão, contribuindo, assim, para a tomada de decisão.
Ressalta-se que um bom orçamento não é obtido sem a elaboração de um
planejamento, que tem como uma de suas tarefas calcular os custos através de informações
apresentadas no edital e na visita técnica no local onde será executada a obra. O acúmulo de
funções pode levar a perda da qualidade da análise de orçamentos, visto que a existência de
erros nas planilhas de licitação elaborados por essas entidades não é remota.
O resultado desse estudo demonstra como o orçamento elaborado de forma não
adequada pode ser um instrumento que ameaça o sucesso da obra e decresce o índice de
competitividade na concorrência de um processo licitatório, pois apresenta os custos, tanto de
matérias como de mão de obra e a forma de retorno de tais custos, analisando sempre as
exigências para atendimento da prestação de serviços.
Portanto, o assunto deve ser constantemente atualizado e explorado, buscando a
evolução contínua na elaboração do orçamento. Sugere-se que seja dada uma atenção especial
à determinação do BDI, pois o mesmo representa o retorno do resultado da empresa.
Desta forma, considera-se que a elaboração correta do orçamento é peça fundamental
para o sucesso na participação de um processo licitatório.
71

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL. Advocacia-Geral da União. Caderno da consultoria-geral da união.


Manual de obras e serviços de engenharia: fundamentos da licitação e contratação.
Brasília: AGU, 2014.

2. BRASIL. Lei nº 13.161, de 31 de agosto de 2015. Altera as Leis nos 12.546, de 14 de


dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 ago. 2015. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13161.htm>.
Acesso em: nov. 2016.
3. BRASIL. Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de
Contratações Públicas - RDC. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 5 ago. 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011014/2011/Lei/L12462compilado.htm>
. Acesso em: dez. 2016.
4. BRASIL. Lei nº 12.017, de 12 de agosto de 2009. Dispõe sobre as diretrizes para a
elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2010 e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 ago. 2009. Disponível
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12017.htm>.
Acesso em: nov. 2016.
5. BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
72

Brasília, DF, 18 jul. 2002. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm>. Acesso em: dez. 2016.
6. BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 22 jun. 1993. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm>. Acesso em: out. 2016.
7. BRASIL. Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977. Decreto nº 88.147, de 1983 Vide
Lei nº 12.378, de 2010 Institui a " Anotação de Responsabilidade Técnica " na prestação
de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de uma Mútua de
Assistência Profissional; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 dez. 1977. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6496.htm>. Acesso em: nov. 2016.
8. BRASIL. Decreto nº 7.983, de 08 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para
elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e
executados com recursos dos orçamentos da União, e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 de abr. 2013. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-014/2013/Decreto/D7983.htm>.
Acesso em: nov. 2016.
9. BRASIL. Decreto nº 7.581, de 11 de outubro de 2011. Regulamenta o Regime
Diferenciado de Contratações Públicas - RDC, de que trata a Lei nº 12.462, de 4 de
agosto de 2011. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13
de out. 2011. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7581.htm>. Acesso em: dez. 2016.
10. BRASIL. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2015. Regulamenta o pregão, na forma
eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1 de jun. 2005. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm>.
Acesso em: dez. 2016.
11. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Relatório de Levantamento de Auditoria nº
353/PR – Paraná. Relator: Augusto Nardes. Relatório de Levantamento de Auditoria,
73

Acórdãos, 14 março 2007. Disponível em: <


https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlHighLight?key=41434f5244414f2d434f4d504c45544
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12. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Licitações e contratos: orientações e
jurisprudência do TCU. 4º ed. Brasília, DF: TCU, Secretaria‑Geral da Presidência:
Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2010.
13. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Obras públicas: recomendações básicas para
a contratação e fiscalização de obras públicas. 3º ed. Brasília, DF: SecobEdif,, 2013.
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para obras civis. 9º ed. Curitiba, PR: Copiare, 2011.
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16. LEITE, Rita Mara; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo; SILVA, Helena de Fátima
Nunes e BUFREM, Leilah Santiago. Orçamento empresarial: levantamento da
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17. MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamento de obras. 2º ed. São Paulo:
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19. SINAPI. Custo de composição sintético: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
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20. SINAPI. Encargos Sociais: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
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21. SINAPI. Metodologias e conceitos: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil. Brasília CAIXA, 2015. 122p.
74

22. TISAKA, Maçahiko. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e


execução. 1º ed. São Paulo: Editora PINI, 2006.
75

AEXO I – Autorização da Empresa citada em Estudo de Caso

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