Você está na página 1de 73

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SANTA CATARINA

SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


DIRETORIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE SANTA CATARINA
PROFESSOR OSVALDO DE OLIVEIRA MACIEL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL E
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

MARIA DO CARMO RODRIGUES LOPES

IMPACTO DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO INTENSO NA


SAÚDE PSICOSSOCIAL DO TRABALHADOR DA
CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO DO
HOSPITAL GOVERNADOR CELSO RAMOS

Florianópolis
2012
MARIA DO CARMO RODRIGUES LOPES

IMPACTO DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO INTENSO NA


SAÚDE PSICOSSOCIAL DO TRABALHADOR DA
CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO DO
HOSPITAL GOVERNADOR CELSO RAMOS

Monografia apresentada à Escola de


Saúde Pública de Santa Catarina
Professor Osvaldo de Oliveira Maciel -
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
em Saúde Mental e Atenção
Psicossocial, como requisito parcial
para a obtenção do título de
Especialista em Saúde Mental

Orientadora: Profª Dr. Eliane Maria


Stuart Garcez

Florianópolis
2012
Ficha Catalográfica elaborada pela Escola de Saúde Pública Professor
Osvaldo de Oliveira Maciel

L864i Lopes, Maria do Carmo Rodrigues


Impacto da exposição ao ruído intenso na saúde psicossocial do
trabalhador da central de material e esterilização do Hospital
Governador Celso Ramos / Maria do Carmo Lopes Rodrigues. –
Florianópolis : Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Professor
Osvaldo de Oliveira Maciel, 2012.
73p.

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização (Especialização


em Saúde Mental e Atenção Psicossocial)-Pós-Graduação em Saúde
Mental e Atenção Psicossocial, Escola de Saúde Pública de Santa
Catarina Professor Osvaldo de Oliveira Maciel.
“Orientadora: Profª. Drª. Eliane Maria Stuart Garcez”.

1. Fonoaudilogia. 2. Ruído ocupacional. 3. Saúde do trabalhador. I.


Lopes, Maria do Carmo Rodrigues. II. Título. III. : Escola de Saúde
Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de Oliveira Maciel.

CDU: 616.89
MARIA DO CARMO RODRIGUES LOPES

IMPACTO DA DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO INTENSO NA


SAÚDE PSICOSSOCIAL DO TRABALHADOR DA CENTRAL
DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO DO HOSPITAL
GOVERNADOR CELSO RAMOS

Trabalho de Conclusão de Especialização apresentada à Escola de


Saúde Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de Oliveira Maciel -
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Mental e Atenção
Psicossocial, como requisito parcial para a obtenção do título de
Especialista em Saúde Mental, conferida pela Banca Examinadora
formada pelos professores:

_________________________________________________________
Profª Márcia Lange de São Thiago, Esp.
Coordenadora do Curso
Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de
Oliviera Maciel

_________________________________________________________
Profª. Eliane Maria Stuart Garcez, Drª.
Orientadora
Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de
Oliveira Maciel

_________________________________________________________
Profª Márcia Lange de São Thiago, Esp.
Avaliadora de Conteúdo
Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de
Oliviera Maciel

_________________________________________________________
Profª. Drª. Eliane Maria Stuart Garcez
Avaliadora da Disciplina Metodologia da Pesquisa
Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Professor Osvaldo de
Oliviera Maciel

Florianópolis, 28 de junho de 2012.


Dedico este trabalho a Deus que
me deu muita força para continuar
esta jornada, pois no momento que
iniciei estava sozinha e me
encontrei ao lado dele para obter
mais este conhecimento, sem ele
este sonho não seria possível.
AGRADECIMENTOS

Agradeço as minhas orientadoras, professores e amigos de


todas as horas, que acompanharam esta jornada novamente;

Especialmente á Profª Drª Eliane Maria Stuart Garcez;

Aos colegas que contribuíram muito para que eu conseguisse


chegar ate aqui.
RESUMO

Esta pesquisa teve o objetivo de identificar se a exposição a ruído


intenso pode interferir na saúde psicossocial de servidores públicos
lotado na Central de Material e Esterilização do Hospital Governador
Celso Ramos, que trabalham com preparo e esterilização de material
médico/cirúrgico entre outros. Além disso, quais são os sintomas
apresentados após a jornada de trabalho, que vária de seis a doze
horas, em um ambiente com ruidos de varias maquinas, campainhas,
pistola de ar comprimido entre outros. A amostra deste trabalho foi
constituída por vinte e cinco servidores, sendo cinco do gênero
masculino e vinte do gênero feminino, com faixa etária variando de vinte
e nove anos a cinquenta e nove anos. A avaliação foi através de um
questionário simples, com oito questões fechadas e abertas sobre a
saúde auditiva e história pregressa das doenças. Dos vinte e cinco
servidores lotados na Central de Material e Esterilização apenas vinte e
dois servidores fizeram parte da amostra. Os resultados revelaram que
os principais sintomas apresentados pelos servidores foram cefaléia
(63%), cansaço mental (54,54%), tontura (45%), insônia (40,90%),
dificuldade auditiva (31,81%) e zumbido (27,27%). De todos os ruídos
que mais causou impacto no ambiente de trabalho dos servidores foi a
autoclave (95%), a campainha (77,72%), a pistola de ar comprimido
(72,72%), a maquina ultrasonica e a termo desinfectadora (54,54%), o
instrumental sendo preparado (50%), as conversas paralelas (40,90%) e
outros (22,72%). Pode-se concluir que os servidores públicos lotados na
Central de Material e Esterilização apresentam vários sintomas
auditivos e extra-auditivos sugestivos de lesão no sistema auditivo, os
quais causam importante impacto na saúde psicossocial.

Palavras-chave: Ruído ocupacional. Doenças profissionais. Saúde do


trabalhador.
ABSTRACT

This research aimed to identify whether exposure to loud noise can


interfere with the psychosocial health of civil servants working at the
Central Supply Unit of the Hospital Governador Celso Ramos, who work
with the preparation and sterilization of medical/ surgical and others.
Also, what are the symptoms after the work shift, which varies from six
to twelve hours in an environment with noise of various machines, bells,
air gun among others. The study sample consisted of twenty-five
servers, five males and twenty females, with ages ranging from twenty-
nine years fifty-nine years. The evaluation was through a simple
questionnaire, with eight closed and open questions about hearing
health and history of the disease. Of the twenty-five servers working at
the Central Supply and Sterilization only twenty-two servers were part of
the sample. The results revealed that the main symptoms of the servers
were headache (63%), mental fatigue (54.54%), dizziness (45%),
insomnia (40.90%), hearing loss (31.81%) and tinnitus (27.27%). Of all
the noises that caused more impact on the environment from the
workers was the autoclave (95%), the bell (77.72%), the air gun
(72.72%), the machine Ultrasonic disinfector and term ( 54.54%), the
instruments being prepared (50%), the side conversations (40.90%) and
others (22.72%). It can be concluded that the civil servants stationed in
the Central Supply Unit and have several extra-auditory symptoms
suggestive of hearing damage in the auditory system, which cause
significant impact on psychosocial health.

Keywords: Occupational diseases. Occupational health. Ocupational


risks.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 9 – Servidores afastados, em número absoluto, segundo grupos


de patologia no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e
Esterilização .............................................................................................. 55
Gráfico 10 – Percentual de servidores afastados, segundo grupos de
patologia no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e
Esterilização .............................................................................................. 55
Gráfico 11 – Percentual de Servidores afastados, segundo grupos de
patologia no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e
Esterilização; ............................................................................................. 56
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Amostra por tempo de serviço ................................................. 49


Tabela 2 – Quantidade de servidores que já trabalharam em outro setor
com ruído. .................................................................................................. 50
Tabela 3 - Fez exame audiometrico antes de assumir o cargo efetivo. .... 50
Tabela 4 – Dificuldade auditiva. ................................................................ 51
Tabela 5 – Sintomas sentidos após jornada de trabalho. ......................... 51
Tabela 6 – Dificuldades encontradas pelos servidores fora do local e
trabalho. ..................................................................................................... 52
Tabela 7 – Uso de protetor auditivo no trabalho. ...................................... 53
Tabela 8 – Ruídos que mais incomodam os servidores no ambiente de
trabalho. ..................................................................................................... 54
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Tecnicas


CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CME Central de Material e Esterilizacao
CME Central de Material e Esterilização
EPI Equipamentos de Proteção Iindividual
LER/DOT Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Ósteo-
Musculares Relacionados ao Trabalho
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído
PNSST Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UTI Unidade de Terapia Intensiva)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 23
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 26
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................ 27
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................. 27
1.2.1.1 Objetivos Específicos .................................................................... 27

2 POLITICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR .................... 29


2.1 A SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE FRENTE Á
EXPOSIÇÃO POR RUÍDOS E OUTROS AGENTES QUIMICOS
FÍSICOS E BIOLOGICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS .......................... 31
2.1.1 Saúde Psicossocial do Trabalhador Decorrentes da
Exposição a Ruídos ................................................................................ 36
2.2 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES
EXPOSTOS A RUÍDO ............................................................................... 38

3 METODOLOGIA .................................................................................... 43
3.1 POPULAÇÃO-ALVO ........................................................................... 43
3.1.1 Criterios de Inclusao/Exclusão da Amostra ............................... 46
3.2 COLETA DE DADOS .......................................................................... 46
3.3 PROCEDIMENTOS ............................................................................. 47
3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................... 47
3.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................ 48

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................... 49


4.1 SUGESTÕES DE AÇÕES PARA PRESERVAÇÃO E PROMOÇÃO
DA SAÚDE DO SERVIDORES DA CENTRAL DE MATERIAL E
ESTERILIZAÇÃO ...................................................................................... 57
5 CONCLUSÃO ......................................................................................... 61

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 63

APÊNDICE ................................................................................................. 67
APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados ...................................... 68

ANEXO....................................................................................................... 71
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................ 72
23

1 INTRODUÇÃO

O estudo dos efeitos do ruído sobre a saúde auditiva dos


trabalhadores é bastante antigo. A literatura aponta que algumas das
alterações no organismo eram causadas pela exposição frequente ao
ruído. As pesquisas se aprofundaram após a segunda guerra mundial
devido ao número crescente de surdez em soldados (SARTORI, 2005).
Cresce, cada vez mais, a preocupação com os efeitos extra-
auditivos provocados pela exposição a ruído. Apesar de serem pouco
conhecidas as evidências clínicas e epidemiológicas alertam para sua
importância. Manifestam-se, pela hipertensão arterial, distúrbios
gastrintestinais, alterações do sono e psicoafetivas de grande
repercussão sobre a qualidade de vida dos trabalhadores (BRASIL,
2001).
Vários estudos na área da audiologia buscam medidas para
prevenir a surdez. Onde desde o nascimento o som se faz presente,
incluindo o ruído, um inimigo invisível que pode afetar a audição dos
que a ele estiveram expostos continuamente (CARRARO, 2005).
Para Sava (2005), essa disseminação, quase universal do
ruído, nos ambientes sociais e de trabalho ganha maior relevo quando
se considera que o dano auditivo pode ser irreversível, em muitos
casos. E que a exposição produz outros distúrbios, que podem ser
orgânicos, fisiológicos e psicoemocionais, além de zumbidos, plenitude
auricular, tontura, dor de cabeça, distúrbios gástricos, alterações
transitórias na pressão arterial, estresse, distúrbios da visão, da
atenção, da memória, do sono e do humor.
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) decorre de lesão
nas células ciliadas sensoriais do órgão de Corti no ouvido interno.
Normalmente a perda é bilateral, com evolução irreversível, relacionada
24

ao tempo de exposição, aos níveis de pressão sonora e a


susceptibilidade individual (SAVA, 2005).
Nos primeiros cinco anos de exposição ao ruído, o limiar
auditivo é muito sensível, e a perda auditiva anual em decibéis é
elevada. Após cerca de seis/dez anos de trabalho, a evolução da perda
auditiva é três vezes menos importante em dB/ano, até a idade entre 50
e 55 anos (SAVA, 2005).
A perda auditiva induzida por ruído pode gerar redução das
habilidades auditivas e problemas de comunicação em condições
acústicas não ideais. Sendo que os resultados da incapacidade auditiva
são: redução da discriminação da fala, quando na presença de ruído de
fundo, problemas na localização da fonte sonora, redução na
capacidade de percepção da fala, em situações especificas, como ao
ver televisão, ouvir rádio, no cinema e no teatro, sons ambientais
diversos e sinais sonoros de alerta (CARRARO, 2005). A habilidade
para entender a fala deve ser considerada o mais importante dentre os
aspectos mensuráveis da função auditiva humana, sendo que para o
mesmo autor a percepção da fala é a habilidade que o indivíduo tem
para perceber e interpretar os modelos sonoros da fala, por meio do
sentido da audição.
O ruído é um problema que acompanha o desenvolvimento
crescente da tecnologia moderna e seus efeitos se fazem sentir tanto
nos locais de trabalho quanto nas comunidades, devendo ser
abordados como um problema que necessita de uma correta avaliação
e da adoção de programas de controle com medidas eficazes
(SARTORI, 2005).
A Central de Material e Esterilização (CME) acompanhou todo
o desenvolvimento tecnológico e moderno que um hospital de grande
porte necessita para facilitar e agilizar alguns procedimentos invasivos,
o que facilita o trabalho da Equipe na CME, pois diminui o excesso de
25

trabalho manual e até repetitivo. Mas, junto com toda essa tecnologia
também vieram outros problemas, que podem prejudicar o profissional
exposto a esta modernidade se não forem bem esclarecidos a
importância do uso de equipamentos de proteção individual relacionado,
principalmente, a exposição ao ruído intenso. Para evitar as
consequências causadas pela PAIR é obrigatório que toda empresa
forneça gratuitamente aos empregados Equipamentos de Proteção
Iindividual (EPI) em perfeito estado de conservação e funcionamento
(BRASIL, 2001).
Esses profissionais trabalham com material que requer
cuidados específicos, pois cada material preparado empacotado e
esterilizado requer do servidor todo o cuidado necessário de limpeza,
secagem e esterilização para não por a vida da população em risco.
Neste setor, servidores estão sujeitos à tensão e a exposição a vários
fatores de risco a saúde do trabalhador, sendo que dentre os riscos
físicos e biológicos esta o ruído de alguns equipamentos usado para
realização de processo de lavagem e esterilização. Para Caldart et al
(2006) esta perda decorre de lesões irreversíveis na estrutura interna da
cóclea e causa sintomas como hipoacusia, zumbidos, plenitude
auricular e otalgia.
Dessa forma, questiona-se: Existe relação da exposição de
ruídos com o acometimento da saúde psicossocial dos servidores do
Hospital Governador Celso Ramos, que atuam na Central de Material e
Esterilização?
De acordo com a literatura tem-se como pressuposto que os
sintomas causados por ruído, dependendo da intensidade, trazem
implicações na vida social e psicológica do indivíduo, portanto, poderá
afetar o cotidiano da Equipe que atua na Central de Material e
Esterilização, dificultando a comunicação e a interação com o grupo de
familiares, amigos e, até mesmo, no próprio ambiente de trabalho, já
26

que a inteligibilidade de fala do profissional com Perda Auditiva Induzida


por Rúido varia de acordo com a frequência afetada pelo ruído. Enfim,
afeta a vida do indivíduo em todos os aspectos (ARAUJO, 2002).

1.1 JUSTIFICATIVA

Devido a observação de relatos de profissionais da saúde lotados na


Central de Material e Esterilização do Hospital Estadual Governador
Celso Ramos no Município de Florianópolis/SC, surgiu o desejo de
realizar esta pesquisa.
A carga horária a ser cumprida neste setor de esterilização é de
seis a doze horas diária, devendo fechar uma carga horária de trinta e
seis horas semanais. Não há uma orientação quanto aos danos
causados à saúde auditiva do profissional, além de outros problemas de
ordem psicológica e social, afastando estes profissionais do seu
ambiente de trabalho.
Os servidores trabalham manipulando instrumentais cirúrgicos
no expurgo fazendo uso de alguns EPI, que de acordo com
observações na prática no campo da pesquisa, sustentada pela
literatura e a legislação pertinente ao tema são inadequados, uma vez
que se verificou a falta de protetor auditivo nas atividades diárias, tais
como: utilizam luvas de procedimento cirúrgico para lavar o material
sujo, não usam sapatos adequados para o tipo de serviço realizado no
expurgo, nem roupas, máscaras e óculos de proteção, sendo que neste
ambiente existem máquinas que emitem ruídos constantes como a
lavadora ultrasônica, maquina termodesinfectadora e a pistola de ar
comprimido. Além destes problemas, já citados, em outros ambientes
da CME (setor de secagem, separação, empacotamento, e
armazenamento do material para ser esterilizado), existe duas
maquinas de processo de esterilização (autoclaves), campainha e todo
27

o instrumental cirúrgico que fazem parte das caixas e bandejas


específicas para determinadas cirurgias. Como na prática não fazem
uso correto de EPI (o que evitaria os possíveis danos à saúde auditiva,
físicas e psicossociais dos profissionais que se encontram expostos a
ambientes ruidosos), poderá causar danos irreversíveis a saúde auditiva
e psicossocial desses atores, sujeitos desse campo de pesquisa.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar se existe relação entre exposição a ruídos com o acometimento


da saúde psicossocial dos trabalhadores da Central de Material e
Esterilização do Hospital Governador Celso Ramos, por meio de uma
pesquisa de campo e documental, para apresentar uma proposta de
promoção da saúde e de prevenção de agravos, junto à Instituição, alvo
da pesquisa.

1.2.1.1 Objetivos Específicos

a) Levantar o perfil dos Servidores que atuam na Central de Material


e Esterilização do Hospital Governador Celso Ramos;
b) Identificar, por meio de pesquisa de campo, quais eventos estão
associados ao possível adoecimento auditivo e psicossocial dos
servidores da Central de Material e Esterilização;
c) Identificar, por meio de pesquisa documental, ao possível
adoecimento psicossocial e auditivo dos servidores da Central de
Material e Esterilização;
d) Realizar uma proposta de promoção da saúde e prevenção de
agravos junto à instituição.
28
29

2 POLITICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Para Oliveira e Vasconcellos (1992), a Política Nacional de


Saúde do Trabalhador, enquanto parte da política para o setor saúde,
está submetida a um movimento real e concreto de forças sociais, cuja
expressão se intencifica na dinâmica das variáveis conjunturais
presentes na relação Estado e Sociendade Civil. Sodré afirma em sua
tese (2002), que após o fortalecimento da abertura politica em 1988, a
década de 1990 trouxe amplos debates para a construção da
democracia e busca pelo direito à cidadania. Para o campo da saúde
pública, foi a época de dimencionar suas bases, rever seu referencial
teórico, se posicionar face as mudanças políticas e sociais e colocar em
questionamento o campo político da saúde pública. O mesmo autor
afirma ainda que a saúde do trabalhador se disseminou, institui-se,
expandiu-se conceitualmente e descentralizou-se em toda a rede do
sitema de saúde no país. Fez e faz parte de uma luta política que visa a
garantia do direito e a busca por serviços mais abrangentes,
proporcionando o acesso a saúde de todos os trabalhadores.
Para Sodré (2002) duas conquistas juridicas-institucionais
marcaram o inicio dos anos 1990 no Brasil: a Constituição Federal de
1988 e a lei orgânica da Saúde (nº8080/1990). Ambas representaram
um conjunto do aparato legal conquistado também pelo setor saúde e a
consolidação do conceito de saúde como direito do cidadão e um dever
do estado.
A Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador
(PNSST) define as diretrizes, responsabilidades institucionais e
mecanismos de financiamento, gestão, acompanhamento e controle
social, que deverão orientar os planos de trabalho e ações intra e
intersetoriais. Além de estar diretamente relacionada com as políticas
dos setores Trabalho, Previdência Social, Meio Ambiente e saúde,
30

apresenta interfaces com as políticas econômicas, de Indústrias e


Comércio, Agricultura, Ciência e tecnologia, Educação e justiça, em
uma perspectiva intersetorial e de transversalidade (BRASIL, 2004).
A adoção das novas tecnologias e métodos gerenciais nos
processos de trabalho contribui para modificar o perfil de saúde,
adoecimento e sofrimento dos trabalhadores. Entre as doenças
relacionadas ao trabalho mais frequentes estão às Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios Ósteo-Musculares Relacionados ao Trabalho
(LER/DORT); formas de adoecimento mal caracterizadas e sofrimento
mental que convivem com as doenças profissionais clássicas, como a
silicose, intoxicações por metais pesados e por agrotóxicos (BRASIL,
2004).
A Constituição Federal de 1988 estabelece a competência da
União para cuidar da segurança e da saúde do trabalhador por meio
das ações desenvolvidas pelos Ministérios do Trabalho e Emprego, da
Previdência Social e da Saúde, atribuições regulamentares na
Consolidação das Leis do Trabalho (Capitulo V, do titulo II, Lei n.
6.229/75), na Lei n. 8212/91 e 8213/91, que dispõem sobre a
organização da seguridade social e na lei Orgânica da Saúde, Lei Nº
8080/90 (BRASIL, 2004).
A União organiza, mantém e executa a inspeção do trabalho,
com exclusividade (artigo 21, XXIV) e legisla, privativamente, sobre
direito do trabalho (art. 22, I). A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios cuidam da saúde e assistência pública, da proteção e
garantia das pessoas portadoras de deficiência (art. 23, II). A União, os
Estados e o Distrito Federal legislam concorrentemente sobre
previdência social. Proteção e defesa da saúde (art.24, XII) (BRASIL,
2004).
Os artigos 196 ao 200 da Constituição Federal atribuem ao
Sistema Único de Saúde as ações de saúde do trabalhador, por meio
31

de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de


doenças e de outros agravos, além de serviços e ações que possam
promover, proteger e recuperar a saúde.
A Lei Orgânica da Saúde, Lei Federal 8080/90, regulamenta os
dispositivos constitucionais sobre a saúde do Trabalhador. O artigo 6º
parágrafo 3º estabelece: entende-se por saúde do trabalhador, para fins
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações
de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e
a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e
agravos advindos das condições de trabalho (BRASIL, 2004).

2.1 A SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE FRENTE Á


EXPOSIÇÃO POR RUÍDOS E OUTROS AGENTES QUIMICOS
FÍSICOS E BIOLOGICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Fonoaudiologia é uma ciência que tem por objetivo o estudo e a


pesquisa dos métodos e técnicas de prevenção e terapia, realizada na
comunicação oral e escrita, voz, audição e psicomotricidade
(CUPELLO, 1994). A audição é o sentido que permite perceber certa
gama de estímulos vibratórios que vão, através das vias auditivas, para
as áreas cerebrais correspondentes para onde são reconhecidos,
interpretados e armazenados.
Para Goldfeld (1998), a surdez, diferencia-se por privação
sensorial, sendo que suas consequências não se restringem as
dificuldades auditivas, refletindo em aspectos linguísticos, emocionais,
educacionais, sociais e culturais.
O ruído é um dos mais graves problemas sociais do
trabalhador. Perda auditiva e zumbidos são uns dos sintomas e queixas
mais comuns dos trabalhadores sujeitos a perda auditiva por indução ao
32

ruído. Principalmente, quando são obrigados a cumprir uma carga de


trabalho permanecendo por várias horas em ambiente ruidoso, com
ruído de 90 decibéis ou mais (KOS; KOS, 1998).
A exposição a ruído, pela frequência e por suas múltiplas
consequências sobre o organismo humano, constitui um dos problemas
de saúde pública, ocupacional e ambiental na atualidade. A perda
auditiva induzida pelo ruído é um dos problemas de saúde relacionados
ao trabalho mais frequentes em todo o mundo (BRASIL, 2001).
Muito se fala de perda por exposição a ruído intenso e o que
estes ruídos podem acarretar na saúde do trabalhador nos tempos de
muita tecnologia moderna, que, na maioria das vezes, a saúde auditiva
do trabalhador é colocada em risco. No entanto, segundo Kos e Kos
(1998), a perda auditiva por indução a ruído é um dos problemas que
mais atinge o sistema auditivo, e pode provocar lesões irreversíveis da
orelha interna, demonstrando ser extremamente importante a sua
prevenção.
Segundo dados do Ministerio da Saúde, a perda da audição
provocada pelo ruído ou perda por indução ao ruído quando relacionada
ao trabalho leva a uma diminuição gradual da acuidade auditiva. Devido
exposição continua a níveis intensos de pressão sonora (BRASIL,
2001).
O ruído também se torna um fator de risco da perda auditiva
ocupacional se o nível de pressão sonora e tempo de exposição
ultrapassar os limites de tolerância suportada pela orelha interna. O
Ministério do Trabalho conforme a NR 15 da portaria/MTb nº 3214/1978,
nos anexos 1 e 2, estabelece os limites de tolerâncias (LT) Para a
exposição a ruído continuo ou intermitente e para impacto, vigente no
país. Como regra geral, é tolerada exposição de, no máximo, oito horas
diárias a ruído continuo ou intermitente, com média ponderada no
tempo de 85 Db (A) ou uma dose equivalente. No caso de níveis
33

elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB (BRASIL,


2001).
No entanto, outros fatores predisponentes podem influenciar e
agredirem diretamente o órgão auditivo e acarretar a perda auditiva por
meio da interação com os níveis de pressão sonora ocupacional ou não-
ocupacional, tais como:

a) Agentes químicos: solventes (tolueno, dissulfeto de carbono)


fumos metálicos, gases asfixiantes (monóxido de carbono);
b) Agentes físicos: vibrações, radiação e calor;
c) Agentes biológicos: vírus, bactérias, etc. (BRASIL, 2001).

Azevedo et al (2009) afirmam que a audição é um dos sentido


mais importantes para o desenvolvimento psicossocial do individuo e
tem fundamental importancia na integraçao do homem á sociedade.
Dessa forma, tudo o que venha a comprometer esse sentido merece
atençao especial (AZEVEDO et al, 2009).
Para os mesmos autores, os efeitos da exposição ao ruído
podem ocasionar danos no aparelho auditivo e são bem conhecidos e
quantificados, porém as evidências de sua nocividade em outros orgãos
e sistemas são crescentes,como alterações fisicas e psiquicas. O ruído
elevado pode ser causa agravante de doenças no sitema cardivascular
e endócrino por ação do sitema nervoso autônomo. Fatores como sexo,
idade e remédios ototóxicos podem ser potencilizadas pelo uso de
solventes e de mais metais pesados em ocupações pregressas.
Ainda, no mesmo estudo, as autoras afirmam que os
trabalhadores expostos a ruídos podem apresentar diversas queixas
relacionadas à audição, entre as quais se destacam sintomas como
hipoacuzia, zumbido, plenitude auricular e otalgia, e como sintomas
extra-auditivos encontra-se com mais frequêcias queixas de
34

nervosismo, ansiedade, cefaléia, problemas no estomago e dificuladade


para dormir. Muitos dos pesquisados da Central de Material e
Esterilizacao (C.M.E) relataram a pesquisadora que apresentam
problemas estomacais e muitos tomam remédio, assim como também
apresentam insônia. Concluiram, em sua pesquisa, que 35,84% já
trabalharam em outro local com altos niveis de ruído e que 58,5% não
fazem uso de EPI e 31% fazem uso.
Relataram, ainda, que a população pesquisada exposta a
PAIR, apresentam queixas,destas as mais comuns são: nervosismo,
ansiendade, cefaléia, zumbido, dificuldade de conversar em ambiente
ruidoso, intolerâncias a sons forte, tonturas, irritabilidade, dificuladade
de entender as palavras, alterações do sono. Também, apresentam
que os zumbidos aparecem como queixa principal, quando se trata de
exposição a ruído. Esses dados foram semelhantes aos encontrados
neste estudo zumbido ( 27,27%) e o não uso de EPI (100%), que incluiu
também a cefaléia, tontura, insônia, irritablidade, intolerancia a sons
fortes, dificuldade em conversar em ambiente ruidoso.
Medeiros (1999) relata, em sua pesquisa, a existência de
alguns sintomas comportamentais do tipo: cansaço, estresse, falta de
atenção e concentração, irritação, dificuldade para entender o que as
pessoas falam em casa, dificuldade para entender o que as pessoas
falam no trabalho. Ainda afirma que 80% dos pesquisados apresentam
intolerância as sons intensos, mostrando que o ruído é um som
desagradável e incomoda e, consequentemente, altera comportamentos
e atitudes de indivíduos. Cita também a insônia relacionada à exposição
ao ruído (MEDEIROS, 1999).
Oliveira e Lisboa (2009) relatam, em sua pesquisa, exposição
ao ruído tecnológico em Centro de Terapia Intensiva, onde funcionários
queixam-se que a exposição continua ao ruído provoca insatisfação e
ansiedade. Aumento da carga psíquica negativa, assim como as
35

queixas de cansaço, irritação, desgaste e estresse evidenciando o


sofrimento do trabalho. O que vem a corroborar com os resultados
desta pesquisa.
Guerra et al (2005) relatam que apesar da existência de ruído
no ambiente de trabalho ser considerado um dos principais fatores de
risco na origem da perda auditiva ocupacional, outros agentes causais
de naturezas diversas podem ocasionar déficit auditivo, ao interagir com
o ruído, potencializando seus efeitos sobre a audição. Diversos fatores
são frequentemente, relacionados a ocorrência de perdas auditivas, tais
como idade, traumatismo craniano, exposição extra ocupacional ao
ruído, tabagismo, doenças sistêmicas, história familiar de déficit auditivo
e exposição a agentes químicos ocupacionais. Na CME os funcionários
também estão expostos a outros agentes químicos e biológicos tais
como calor, frio, vapor e produtos químicos que são usados para
lubrifição de matrial que necessita ser lubrificado, além dos sabonetes e
inzimáticos, sendo este para soltar e limpar o material sanguinolento e
infectocontagioso que é usado no expurgo para lavar o todos os tipos
de material hospitalar.
Os mesmos autores identificaram prevelências de casos
sugestivos de perda auditiva por exposição intensa a ruído (PAIR). Que
incidem mais nos rabalhadores com história de exposição a fontes de
ruídos extra ocupacionais (25,0%), traumatismo craniano (24,2%),
hipertensão arterial (22,7%), Diabetes Mellitus (30,0%). No que se
refere aos sintomas clínicos relacionados à audição, foram
evidenciados casos sugestivos de PAIR em 33,3% e 62,5% dos
trabalhadores com quixas frequentes de zumbidos e de dificuldade para
ouvir em ambientes ruidosos (GUERRA et al 2005).
36

2.1.1 Saúde Psicossocial do Trabalhador Decorrentes da


Exposição a Ruídos

Segundo Ferraz (2005), a legislação trabalhista brasileira,


diante dessa realidade, estabeleceu as diretrizes e parâmentros
minimos visando assegurar a integridade e a saude auditiva do
trabalhador. Nesse sentido, foram estabelicidos criterios para a
avaliação e o acompanhamento da audição, por meio da realização de
exames de referência e sequências, bem como subsídios para a adoção
de programas que visem à prevenção da perda auditiva induzida por
niveis de pressão sonora elevados e a conservação auditiva dos
trabalhadores.
Segundo Oliveira (1996), a fonoaudiologia, nos últimos anos,
vem se desenvolvendo e ultrapassando os limites da clínica de
reabilitação. Atuando mais em ações preventivas em um espaço cada
vez maior no campo de atuação.
Na área da saúde de trabalhadores expostos a ruído, também
se evidência este movimento, que não limita o fonoaudiólogo
unicamente a realização de audiometrias, mas as ações preventivas,
evitando assim, a evolução ou perdas auditivas induzidas por ruído
(OLIVEIRA, 1996). Para o mesmo autor a saúde não é somente
ausência de doenças ou enfermidades, e um processo dinâmico de
relação com o meio social, em que as boas condições biológicas e
psicológicas podem adicionar condições sociais satisfatórias para
garantir bem estar ao ser humano. Trabalhadores expostos a ruído
caracterizam-se, como um grupo específico por ter a perda auditiva
induzida por ruído.
A saúde do trabalhador constitui uma área de saúde pública
que tem o objeto de estudo e intervenção as relações entre o trabalho e
a saúde. Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do
37

trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos


riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos á
saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos
trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico,
tratamento e reabilitação de forma integrada (BRASIL, 2001).
Ainda, de acordo com a mesma fonte, entre os determinantes
da saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes
sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais. Responsáveis
pelas condições de vida e os fatores de riscos ocupacionais, físicos,
químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização
laboral, presentes nos processos de trabalho que contemplem as
relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma
atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.
A saúde psicossocial é um dos problemas que atinge todas as
classes sociais independentes do nível sociocultural e econômico, e um
desses problemas está relacionado ao trabalhador exposto à jornada de
trabalho em ambientes ruidosos, uma vez que os ambientes de trabalho
não são preparados, adequadamente, para manter a integridade física e
psicossocial dos profissionais de saúde.
Trabalhadores cumprem uma jornada de oito horas diárias em
ambientes com ruído intenso podendo, no decorrer dos anos,
apresentarem algumas alterações do tipo: irritação, zumbido, dor de
cabeça, tontura, náusea, e perda auditiva neurosensorial irreversível.
Se depois de diagnosticado perda auditiva por exposição a ruído o
profissional continuar a exercer atividade em ambiente ruidoso os
sintomas e a perda auditiva tendem a piorar cada vez mais. Estas
alterações podem agravar a compreensão da fala isolando o
profissional do convívio normal no trabalho.
O significado do trabalho, o controle do trabalhador sobre o
trabalho, a importância social do trabalho, a rotina, o sentido do
38

trabalho, as relações sociais de produção. O relacionamento com


colegas e com a hierarquia, as atitudes do trabalhador frente ao
trabalho. Sua satisfação e seu comprometimento, a carga mental no
trabalho, as dificuldades no relacionamento social do trabalhador devida
ao trabalho, o suporte social, o suporte afetivo, o conflito trabalho-
família, são todas as variáveis já reconhecidas como importantes para
determinar o nível de saúde mental do trabalhador (CODO, 2007).

2.2 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE DOS


TRABALHADORES EXPOSTOS A RUÍDO

Otenio; Cremer e Clarol (2007) afirmam que um local que


parecia estar livre da ocorrência de poluição sonora seria os hospitais,
mas muitos encontram-se localizados em áreas de muito ruído e
poluição sonora externas, como o trânsito de grandes avenidas,
aeroportos entre outros, porém entretanto percebe-se que muito do
ruído no ambiente hospitalar provém mais de dentro do próprio hospital
do que de fora, sendo as principais causas de ruído em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), por exemplo, os equipamentos e a conversação
entre a equipe hospitalar. Nelas são empregados, muitos equipamentos
dotados de alarmes acústicos, essenciais para alertar médicos e
enferemeiros de mudanças nas condições clínicas de seus pacientes ou
de mau funcionamentos prórpios dos aparelhos.
Assim, esse ambiente, que deveria ser silencioso e tranquilo,
torna-se ruidoso e estressante, aumentando a ansiedade e a percepção
dolorosa, diminuido sono e prolongando a convalesceça. A exposição
ocupacional ao ruído intenso está associada a várias manifestações
sistemicas, tais como elevação no nível geral de vigilância, aceleração
da frequência cardíaca e respiratória, alteração da pressão arterial e da
função intestinal, dilatação das pupilas, aumento do tônus muscular,
39

aumento da produção de hormônios tireoidianos e estresse. Um


ambiente calmo e agradavel, que pode benificiar tanto o paciente como
a Equipe Hospitalar. Os profissionais de saúde experimentarão menos
cansaço e menos estresse psicológico. Os mesmos autores afirmam
ainda que a Associação Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT) NBR
10152/1987 recomenda 35 a 45 dB(A), como nìveis aceitaveis para
diferentes ambientes hospitalares.
Normalmalmente os níveis de ruído em um hospital tranquilo
devem encontrar-se entre 40 e 50 dB(A); em um ambiente intermediário
entre 50 a 60db(A), e em um ambiente ruidoso, estaria a margem de 60
a 70 dB(A).
Segundo Ferraz (2005) há indícios de ocorrência da mudança
temporária de limiar durante a jornada de trabalho, onde pôde concluir
que ou o trabalhador não está fazendo uso de EPI exigido ou seu uso
esta incorreto. No caso da pesquisa em questão, os servidores da
Central de material e Esterilização (CME) do Hospital Governador Celso
Ramos do município de Florianópolis-SC não fazem uso de EPI, pois
nunca ouviram falar ou se quer foram orientados da importancias deste.
A mesma autora relata, ainda, que uma das formas de proteger
o trabalhador dos efeitos nocivos do ruido, quando as medidas de
engenharia não são implementadas, é o uso de Equipamentos de
Proteção individual (EPI). Uma alternativa para o acompanhamento do
uso e a constatação da eficácia dos protetores auriculares compreende
a realização da audiometria tonal durante a jornada de trabalho.
Para Azevedo et al (2009), as perdas auditivas induzidas por
niveis elevados de pressão sonora podem ser evitadas ou estabilizadas
por meio do uso de equipamentos de proteção individual e da realizacao
de programas de conservação auditiva. Estudos comprovam que o uso
de EPI, quando usados corretamente, provacam mudanças nos
limiares, sendo fundamentais para evitar a PAIR. Destaca-se a
40

imprtância da implantação de programas de conservação auditiva, a


fim de se obter um conjunto de ações individuais e coletivas para
controle do ruído e prevenção da perda.
Segundo Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), a prevenção de
perda auditiva por indução a ruído baseia-se na fiscalização e controle
dos ambientes, das condições de trabalho e da saúde dos
trabalhadores expostos:

a) A eliminação ou redução da exposição ao ruído é importante


para a prevenção da perda auditiva por indução a ruído e de
outras inúmeras repercussões sobre o organismo humano e
sua vida psicossocial. O controle ao ruído deve ser realizado
ainda na fase de projeto de instalação da unidade produtiva.
Todo ambiente deve desenvolver programas de conservação
auditiva;
b) Avaliação dos níveis de exposição a ruído;
c) Adoção das medidas de proteção auditivas coletivas e
individuais;
d) Monitoramento ambiental, médico e audiométricos;
e) Medidas de controle da exposição podem ser adotadas sobre
fonte emissora:
f) Enclausuramento de processo e isolamento de setores de
trabalho, se possível utilizando sistemas hermeticamente
fechados;
g) Normas de higiene e segurança rigorosa, incluindo colocação
de barreiras e anteparos;
h) Adoção de formas de organizações do trabalho que permitam
diminuir o número de trabalhadores expostos e o tempo de
exposição ao ruído;
41

i) Fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de


proteção individual adequados, de modo complementar ás
medidas de proteção coletiva;
j) O exame médico periódico deve seguir as diretrizes e
parâmetros para avaliação e acompanhamento da audição de
trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados,
prescritos na Portaria/MTb n.º 19/1998;
k) Orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e
gerenciais adequados para eliminação ou controle dos fatores
de riscos.

Em uma pesquisa com ruido em vários setores de um hospital,


o pessquisador constatou que o ruido do ambiente de trabalho variou de
66,0 dB(A) a 100dB(A), sendo este ultimo valor enquanto a autoclave e
o compressor estavam ligados por apenas duas horas (OTENIO;
CREMER; CLARO, 2007).
42
43

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa é de natureza Exploratório-Descritiva e


teve como tipo de estudo, a pesquisa-ação. Exploratória, por ter como o
objetivo principal o desenvolvimento de ideias, com vista em fornecer
hipóteses em condições de serem testadas em estudos posteriores.
Seu planejamento reveste com muito mais flexibilidade que o dos outros
tipos de pesquisas. Foi, no entanto, conduzida a procedimentos
relativamente sistemáticos para a obtenção de observações empíricas,
bem como para a identificação das relações entre os fenômenos
estudados (GIL, 2009).
Descritiva, pois teve como objetivo básico a descrição das
características de determinada população ou fenômenos, o pesquisador
precisa se preocupar em descrever com precisão essas características,
utilizando instrumentos padronizados de coletas de dados, tais como
questionários e formulários, que conduzem a resultados de natureza
quantitativa (GIL, 2009).
Como abordagem foi utilizada a pesquisa quantitativa, onde as
categorias são frequentemente estabelecidas a priori, o que simplifica
sobremaneira o trabalho analítico. A pesquisa e os métodos
quantitativos são considerados o primeiro, e a pesquisa qualitativa, o
segundo movimento (FLICK, 2009).

3.1 POPULAÇÃO-ALVO

O Hospital Estadual Governador Celso Ramos foi fundado em


1966 no Município de Florianópolis/SC. Atualmente possui 252 leitos e
atende situações emergenciais, ambulatoriais e internações. No total a
instituição conta com 996 funcionários, sem contabilizar contratos
terceirizados. A Central de Material e Esterilização é uma unidade vital e
44

fundamental como contexto hospitalar, tendo como função prover


materiais livres de contaminação para ser utilizado nos mais variados
procedimentos hospitalares. A CME é responsável pela recepção,
expurgo, limpeza, descontaminação, preparo, esterilização, guarda e
distribuição dos materiais utilizados nas diversas unidades de um
estabelecimento de saúde, o que a caracteriza como um setor fechado
e “crítico”. Está localizada no terceiro andar anexo ao centro cirurgico
do Hospital Governador Celso Ramos. A sua finalidade é concentrar os
materiais e instrumentais médicos hospitalares, esterilizados ou não,
tornando mais fácil seu controle, conservação e manutenção (SILVA;
SILVA, 2000).
Atuam neste setor vinte e cinco servidores lotados na Central de
Material e Esterilização, que trabalham em um ambiente ruidoso, sendo
este provocado por equipamentos, tais como: autoclaves, lavadora de
instrumental utrasônicas, campainha, pistola de ar comprimido, termo
desifectadoras, e instrumentais cirúrgicos. Destes são cinco (5) homens,
vinte e uma (21) mulheres, que fazem parte dos três turnos, matutino,
vespertino e noturno. As escalas de plantão da CME funcionam com um
total de quinze (15) servidores durante o período diurno. Todos os do
diurno são escalados para realizarem as tarefas do setor, sendo que
destes quinze (15) funcionários, dois (2) são homens, treze (13) são
mulheres.
Os funcionários são divididos por tarefas do tipo: dois (2) ficam
no expurgo pela manha e a tarde um (1), que lava todo o material sujo.
Quem fica na mesa prepara todo o manuseio de dobradura e
empacotamento de gaze, compressas, ataduras, chumaço, curativos,
conferência do material para ser esterilizado, enquanto o restante se
divide em: secar, separar, empacotar os aventais e campos cirúrgicos,
em fim tudo que se usa estéril em um procedimento hospitalar.
O plantão noturno funciona em escala de doze por setenta e
45

duas horas com um numero de nove (9) funcionários. Sendo que o


plantão noturno é coberto por quatro (4) funcionários em escala de
plantão. Fechando um total de quatro (4) homens e cinco (5) mulheres,
para cobrirem três plantões na semana.
No período noturno as atividades funcionam da mesma forma
que o diurno, Com a diferença que tem menos funcionários e as
atividades são as mesmas. Além de a percepção ao ruído intenso no
noturno ser maior do que o diurno, pois a noite se ouve menos barulho
externo, e campainha a noite funciona com mais frequência, devido à
falta de funcionários no arsenal para atender somente o centro cirúrgico.
Então os que realizam o preparo de todo o material e esterilização
suprem o arsenal, centro cirúrgico e as unidades que solicitarem
materiais à noite. Sendo esta quantidade de servidores para realizar
uma grande demanda de preparo de material e esterilização, para
atender todos os procedimentos cirúrgicos, ambulatoriais, além de
material para procedimentos das unidades, clínica médica e cirúrgica,
unidade de terapia intensiva, terapia semi-intensiva e emergência. O
setor conta com uma enfermeira para supervisionar e coordenar o setor
nos três (3) períodos.
No expurgo existem máquinas que emitem ruídos constantes.
Observa-se que os servidores não fazem uso de protetores auditivos
para evitar possíveis danos que uma exposição a ruído pode causar a
audição. Alguns funcionários relatam ter realizado exames e estes
apresentam alterações auditivas por PAIR.
A carga horária a ser cumprida neste setor de esterilização é de
seis a doze horas diária, devendo fechar uma carga horária de trinta e
seis horas semanais, sem que haja um controle efetivo para proteger a
saúde dos servidores. Não há uma orientação quanto aos danos
causados a saúde auditiva do profissional, além de outros problemas de
46

ordem psicológica e social, afastando estes profissionais do seu


ambiente de trabalho.
Os funcionários lotados neste ambiente de trabalho deparam-
se com as atuais condições que são inadequadas devido as dimensões
de um hospital geral que atende a varias especialidades clínicas e
cirúrgicas.

3.1.1 Criterios de Inclusao/Exclusão da Amostra

A amostra do estudo foi composta por vinte e dois servidores


que preencheram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), logo todos os vinte e dois servidores responderam
a um questionário com oito (8) questões fechadas e abertas.
Quanto a amostra documental, buscou-se os dados contidos no
Sistema de Informações da Secretaria da Administração, referente aos
afastamentos dos servidores do Centro de Material e Esterilização, no
período de 2010 e 2011, como também as causas desses
afastamentos.

3.2 COLETA DE DADOS

Toda a população-alvo foi convidada a participar da pesquisa,


independente de já possuir alguma perda auditiva ou não. Desse modo,
foi aplicado o questionário a vinte e dois servidores da Central de
Material e Esterilização. Sendo que todos foram informados da
importância de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos,
para que se pudesse aplicar o instrumento de coleta de dados com
questões abertas e fechadas, junto aos servidores. Todo o
procedimento foi individual e no local de trabalho, com hora marcada e
por turno de trabalho (matutino vespertino e noturno).
47

Quanto a pesquisa documental foram utilizadas dados do


Sistema de Informações de Recursos Humanos da Secretaria de
Administração do Estado (descritos nos gráficos 9, 10 e 11 e das
Escalas de Serviço da Central de Material e Esterilização.

3.3 PROCEDIMENTOS

Inicialmente foi feito contato com a Direção do hospital


Governador Celso Ramos do município de Florianópolis-SC, a fim de
solicitar autorização para a realização da pesquisa. Depois da
assinatura da Declaração de Anuência e Autorização da Instituição,
realizou-se um levantamento do número de funcionários lotados na
Central de Material e Esterilização, nos três turnos de trabalho. Também
foi realizado o levantamento de equipamentos que emitem ruidos no
setor. Em seguida, iniciou-se a pesquisa bibliográfica,
concomitantemente, foram entregues os Termos de Consentimento
Livre e Esclarecido para cada sujeito da pesquisa ler e assinar
autorizando sua participação;
Após foi aplicado um questionário com 8 questões (Apêndice
A), a cada um dos vinte e cinco funcionários da Central de Material e
Esterilização, totalizando uma mostra de vinte e dois, que responderam
aos questionamentos e Assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo A); Por fim, foram realizadas as análise dos
resultados e a elaboração do relatório de pesquisa.

3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A pesquisa pretende trazer vantagens significativas para os


sujeitos envolvidos e minimização do ônus, o que garante a igual
48

consideração dos interesses de todos, não perdendo o sentido de sua


destinação sócio-humanitária. Configura-se como uma pesquisa que:

a) Adequou-se aos princípios científicos que a justifiquem e com


possibilidades concretas de responder a incertezas;
b) Contou-se com os recursos humanos e materiais necessários
que garantem o bem-estar do sujeito da pesquisa, e há a
adequação entre a competência do pesquisador e o projeto
proposto, portanto apresentou baixo risco;
c) Proveu-se de procedimentos que assegurem a
confidencialidade e a privacidade, garantindo a não utilização
das informações em prejuízo das pessoas e/ou das
comunidades;
d) Respeitou-se os valores culturais, sociais, morais, religiosos e
éticos, bem como os hábitos e costumes dos envolvidos;
e) Proveu-se a comunicação e compartilhamento dos resultados
com os envolvidos;
f) Assegurou-se aos sujeitos condições de acompanhamento;
g) Assegurou-se a inexistência de conflito de interesses entre o
pesquisador e os sujeitos da pesquisa.

3.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Não foi possível fazer a avaliação atualizada do nível de


intensidade do ruído do ambiente de trabalho e nem das maquinas,
citadas nesta pesquisa, para comprovação da exposição ao ruído
intenso.
49

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados obtidos por meio dos questionários, neste capítulo,


serão expostos, por meio de tabelas e gráficos, onde os resultados
serão analisados em números percentuais. Após a apresentação de
cada resultado, serão discutidos esses resultados com a literatura, para
melhor compreensão das respostas dos servidores quanto ao impacto
da exposição ao ruído intenso na saúde psicossocial do trabalhador.
Assim sendo, as discussões serão norteadas pelas variáveis:
dos servidores que atuam na Central de Material e Esterilização, Estado
de saúde psicossocial A partir da questão 1 (Apêndice A) identificou-se
junto aos servidores o tempo de serviço que estão atuando na
instituição, o que mostra a Tabela 1, onde se identificou que maioria
50% trabalha no setor de um a cinco anos.

Tabela 1 – Amostra por tempo de serviço


TEMPO DE SERVIÇO TOTAL DE SERVIDORES % SERVIDORES
1 a 5 anos 11 50%
5 a 10 anos 8 36,36%
15 a 20 anos 1 4,45%
20 a 30 anos 2 9,0,9%
Mais de 30 anos 0 0%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

Na questão 2 (Tabela 2), quando se questiona se os sujeitos já


trabalharam em outro local exposto ao ruído, tem-se como resposta que
40,9% dos sujeitos da pesquisa, já foram expostos a ambientes
ruidosos.
50

Tabela 2 – Quantidade de servidores que já trabalharam em outro setor com


ruído.
TRABALHARAM EM OUTRO SETOR NÃO TRABALHARAM EM
COM RUÍDO OUTRO SETOR COM RUÍDO
40,9% 59,9%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

Com relação a questão 3 (Tabela 3), fizeram algum exame


audiométrico antes de ser lotado para este setor, teve-se como resposta
que 100% dos suejitos não fizeram exames audiométricos, antes de
assumirem o cargo efetivo.

Tabela 3 - Fez exame audiometrico antes de assumir o cargo efetivo.

SIM 0%
REALIZAÇÃO DE EXAME
AUDIOMÉTRICO ANTES DE
ASSUMIR O CARGO?
NÃO 100%

Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

No que se refere a alguma dificuldade auditiva (Questão 4,


Tabela 4) pôde-se identificar que a minoria, 31,81% apresentam esse
agravo e a grande maioria não apresentam nenhum sintoma (68,18%).
Porém, ao se constatar, na questão 5 (Tabela 5), a maioria
63,63% dos pesquisados apresentaram cefaleia, além de outros
sintomas como tontura (45,45%), insônia (40,90%), irritabilidade
(36,36%), zumbido (27,27% ), cansaço mental (24,54%) e náuseas
(9,09%), o que condiz com a literatura pesquisada (BRASIL, 2001;
SAVA, 2005; CALDART et al, 2006; KOS; KOS, 1998; AZEVEDO et al,
2009; MEDEIROS, 1999; GUERRA et al, 2004).
Apesar de a amostra ter obtido resultado menor para alguma
dificuldade auditiva, tem-se que levar em conta que a maioria esta no
setor apenas de um a cinco anos, sendo que a literatura relata que os
51

sintomas de perda auditiva por exposição a ruído começam, a partir dos


cinco a seis anos de exposição, ou seja, os pesquisados já
apresentavam sintomas que deve ser levado em consideração, já que
estão a pouco tempo exposto a ruído (SAVA, 2005).
Porém, constatou-se, que o nivel de ruido encontrado neste
estudo apresentou media total de 63,7 dB(A) que excede os valores
maximos permitidos de 45 dB recomendados pela ABNT(1987), assim
como os da Word Health Organization (1993) ,que recomenda nível
equivalente de até 40 dB(A) para o periodo diurno e de 35 dB(A) para o
periodo noturno nos hospitais.

Tabela 4 – Dificuldade auditiva.


SIM 31,81%
VOCÊ TEM ALGUMA
DIFICULDADE AUDITIVA? NÃO 68,18%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

No quesito, quais os sintomas relacionados você tem


percebido, após a sua jornada de trabalho? Identificou-se, junto aos
atores envolvidos na pesquisa, que cefaleia, tontura e insônia são os
de maior frequência, ver Tabela 5.

Tabela 5 – Sintomas sentidos após jornada de trabalho.


SINTOMAS PERCENTUAL
Cefaleia 63,63%
Tontura 45,45%
Insônia 40,90%
Irritabilidade 36,36%
Zumbido 27,27%
Cansaço Mental 24,54%
Náusea 9,09%
Vertigem 0%
Outros 0%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.
52

Para corroborar com essa situação, de acordo com Medeiros


(1999); Oliveira e Lisboa (2009); Araújo (2002), em suas pesquisas, os
funcionários queixam-se que a exposição continua ao ruído,
insatisfação e ansiedade, além disso, apresentam zumbido e cansaço
mental e ou/perda de memória, o que poderá ser relacionada ao
aumento da carga psíquica negativa, desgaste e estresse, evidenciando
o sofrimento do trabalho, além de afetar a vida social e psicológica em
todos os aspectos.
Ao se fazer relação com a Tabela 6 abaixo, onde a maioria
confirmou a intolerância a sons fortes (63,63%) e, que, uma margem de
50%, evitam sons ruidosos, a literatura afirma que mais de 80% dos
pesquisados após permanecerem expostos a ruídos apresentam
intolerância a sons fortes e que o ruido é um som desagradável e
incomoda, consequentemente altera o comportamento e atitudes de
indivíduos, assim como os sintomas fisiológicos e psicoemocionais,
além de zumbidos, plenitude auricular, tontura, dor de cabeça,
distúrbios gástricos, alterações transitórias na pressão arterial, estresse,
distúrbios da visão, da atenção, da memória, do sono e do humor
(MEDEIROS,1999; GUERRA et al, 2004).

Tabela 6 – Dificuldades encontradas pelos servidores fora do local e trabalho.


SINTOMAS FORA DO LOCAL DE
PERCENTUAL
TRABALHO
Dificuldade para compreender a
22,72%
conversação em qualquer ambiente.
Dificuldade para compreender a
conversação apenas em ambiente 36,36%
ruidoso.
Solicita repetição. 31,81%
Evita locais ruidosos. 40,90%
Dificuldade de compreender conversa
36,36%
ao telefone.
Dificuldade em compreender a
18,18%
conversa da televisão.
Você tem Intolerância a sons fortes. 63,63%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.
53

Na questão 7, indagou-se se fazem uso de protetor auditivo


(EPI), 100% responderam negativamente (Tabela 7). Infelizmente a
maioria dos funcionários exposto a ambientes de risco não fazem uso
de EPI, pois os funcionários da CME não são diferentes de outros
trabalhadores, pois relatam nunca terem sido orientados da importância
do uso de protetor auditivo, o que é vital para a prevenção da perda
auditiva por exposição a ruidos intenso, conforme esta descrito na
literatura (FERRAZ, 2005; AZEVEDO et al, 2009). Sugere-se a relização
de uma palestra de concientização sobre EPI aos servidores da CME
para orientá-los da importância do uso de protetor auditivo e quais os
riscos de não fazer uso do mesmo para a saúde auditiva.

Tabela 7 – Uso de protetor auditivo no trabalho.


FAZ USO DE PROTETOR SIM 0%
AUDITIVO (EPI)? NÃO 100%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

Quanto ao questionamento: de todos os ruídos que você


conhece do seu setor de trabalho, quais os que mais te incomodam?
Teve-se como resposta que a autoclave (95,45%) é o equipamento que
mais provoca ruído, seguido da campanhia e da pistola de ar
comprimido (Tabela 8). Na literatura constata-se que o ruído em CME
quando as autoclaves e compressor estão ligados é intenso, chegam a
100 dB (A),sendo que nesta pesquisa a amostra refere que estes
equipamentos são os que mais incomodam no ambiente de trabalho,
mesmo não sendo realizada a pesquisa do ruído nas maquinas,
equipamentos e ambiente de trabalho, a resposta deixa claro que a
CME da pesquisa em questão, é um setor que pode estar emitindo
ruído intenso, assim como a literatura sustenta que a intensidade do
ruído quando esse tipo de maquinário encontra-se ligado (OTENIO;
CREMER; CLARO, 2007).
54

A Central de Material do Hospital Govenador Celso Ramos


funciona por 24 horas direto com as maquinas autoclaves, ultrossônica,
termo desinfectora, pistola de ar comprimido e campainha, dentre outros
procedimentos já citados ligados. Só é permitido o desligamento das
maquinas quando estão programadas para fazer a manutençao ou
quando estão quebradas, mesmo assim não podem ser desligadas
todas de uma só vez, devido a grande demanda de cirúrgias e
pacientes internados que dependem da CME. Segundo observação do
pesquisador a sensação é que no período noturno muda o ruído da
central de material e esterilização.

Tabela 8 – Ruídos que mais incomodam os servidores no ambiente de trabalho.


RUÍDOS PERCENTUAL DE SERVIDORES
Autoclave 95,45%
Maquina ultrassónica 54,54%
Máquina desincrustadora 54,54%
Campainha 77,22%
Instrumental sendo preparado 50%
Pistola de ar comprimido 72,72%
Conversas paralelas 40,90%
Outros 22,72%
Fonte – a partir da pesquisa, 2012.

Fazendo-se a relação dos dados da pesquisa de campo com os


resultados da pesquisa documental, realizada junto ao Sistema de
Informações da Secretaria de Estado da Administração na Diretoria de
Saúde do Servidor, no ano de 2010 e 2011, constatou-se que em 2010
foram oito servidores lotados no Hopital Celso Ramos da Central de
Material e Esterilização, que se afastaram para tratamento de saude
motivados por Transtornos Mentais e Comportamentais e em 2011
foram nove deles, afastados pelo mesmo motivo, os quais são
representados no gráfico 9, como os de maior prevalência.
55

Servidores afastados por Lts segundo grupo de patologia, CEST-HCR,


2010 e 2011.

Fatores que influenciam o estado de saúde 1


(cirurgias) 2

Lesões, envenenamentos e outras cons. 1

5
Capítulos CID 10

Doenças osteomusculares 2
2011
Doenças do Aparelho digestivo 1 2010

Doenças do ap. respiratório 1

Doenças do olho e anexos 1

Transtornos Mentais e comportamentais 5


4

0 1 2 3 4 5 6
Número de servidores afastados

Gráfico 9 – Servidores afastados, em número absoluto, segundo grupos de


patologia no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e
Esterilização.
Fonte – Santa Catarina, 2010; 2011.

Na pesquisa documental, grafico 10, verifica-se a incidência do


evento demonstrando o seu percentual no ano de 2010, que é de 34%
de afastamento do trabalho por transtornos mentais, em relação a
outras patologias.

Servidores afastados por LTS segundo grupo de patologia,


2010, CEST-HCR.

Lesões,
envenenamentos e
Doenças do Aparelho outras cons.
digestivo 8% Transtornos Mentais
8% e comportamentais
34%

Doenças do ap.
respiratório
8%

Doenças do olho e
anexos Doenças
8% osteomusculares
Fatores que 17%
inf luenciam o estado
de saúde (cirurgias)
17%

Gráfico 10 – Percentual de servidores afastados, segundo grupos de patologia


no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e Esterilização
Fonte – Santa Catarina, 2010; 2011.
56

No gráfico 11, também é demonstrado o aumento da incidência


de transtornos mentais e comportamentais, em 2011.com uma
percentagem de 46% de afastamento por transtornos mentais. o que
corrobora com a incidência de afastamento de 34%, em 2010, já
exibido no gráfico 10. Dado muito importante, pois vem vem
demonstrar o quanto a exposição a ruido intenso pode causar
alterações psicossociais, uma vez já contatado na Tabela 6 e 8, a
grande intolerência dos servidores a ruídos, principalmente quando se
trata de campainhas e de autoclaves.

Servidores afastados por LTS segundo grupo de


patologia, 2011, CEST-HCR.

Fatores que
influenc iam o
estado de saúde
(c irurgias)
9%

Transtornos
Mentais e
c omportamentais
46%

Doenç as
osteomusc ulares
45%

Gráfico 11 – Percentual de Servidores afastados, segundo grupos de patologia


no Hospital Governador Celso Ramos/Centro de Material e Esterilização;
Fonte – Santa Catarina, 2010; 2011.

Preocupados com o referido problema, em uma reunião com a


direção de enfermagem, coordenadora do CME, coordenadora do
Centro Cirurgico e do Setor de Epidemiologia do Hospital Governador
Celso Ramos e a pesquisadora questionaram o ruído das autoclaves
que era intolerável para a audição.
Após esta reunião a coordenadora da CME fez a solitação de
divisórias para serem colocadas entre as autoclaves e a mesa de
57

preparo de material que após estarem devidamente preparados são


colocados para serem esterilizados. As divisorias foram colocadas
alguns meses após a solicitaçao, o que fez com que o som fosse
amenizado, mas alguns funcionarios por falta de orientação, atenção e
maus hábitos deixam a porta aberta, sendo assim o ruído vai continuar
atingindo lentamente a audiçao dos que trabalham distraidos e com a
porta aberta.
A campainha que é um dos ruidos que mais incomodam com
77,22%, foi trocada por uma menos estridente amenizando o som, foi
trocada a pedido da pesquisadora e solicitada que fosse colocada com
som mais baixo, porém ainda não é a ideal para o setor, pois são muitos
os ruidos e este é apenas mais um.
Infelizmente o barulho da pistola de ar comprimido, das
maquinas ultrassônicas e da maquina desinfectadora, ainda não foi
resolvido, por isso e outras ocorrências já constatadas, os servidores
terão que ser orientados da importância de fazer uso do equipamento
de proteção auditiva para previnir provavél perda autiva por esposição
a ruído e outros problemas de saúde psicossocial no futuro.

4.1 SUGESTÕES DE AÇÕES PARA PRESERVAÇÃO E


PROMOÇÃO DA SAÚDE DO SERVIDORES DA CENTRAL DE
MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

A partir dos resultados alcançados nesta pesquisa sugere-se


algumas ações para preservar a saúde auditiva dos servidores da
Central de Material e Esterilização, bem como outras que se fazem
necessárias para amenizar provável perda auditiva que pode levar o
servidor a desenvolver alterações psicossociais em sua saúde de um
modo geral.
Em uma instituição onde algumas melhorias tecnológicas vem
58

avançando para ajudar a melhorar as condições de trabalhos


profissionais, tem que se levar em conta que este avanço pode trazer
algumas consequências à saúde. No entanto, para que trabalhadores
se readaptem as novas formas de trabalho com novas tecnologias é
necessário fazer com que se matenha a qualidade de vida/saúde da
população de servidores, faz-se necessario açóes de educação e
orientação na saúde auditiva e psicossocial voltada para melhorar
qualidade de saúde da equipe de servidores da Central de Material e
Esterilização, que atuam no Hospital Govenador Celso Ramos no
Município de Florianópolis/SC:

a) Orientar de um modo geral a população de servidores da


Central de Material e Esterilização sobre a importância de
preservar a audição e a saúde psicossocial;
b) Orientar os servidores sobre quanto é importante não se
expor a ruído intenso e o que esta exposição pode causar à
saúde psicossocial de cada um em particular;
c) Orientar sobre o uso de protetores auditivos, principalmente,
quando estiverem trabalhando com as aultoclaves e a
maquina ultrassônica;
d) Faz-se necessários orientar os recém-contratados sobre a
importância de fazer exames audiométricos antes mesmo de
serem lotados na Central de Material e Esterilização;
e) Submeter os recém-contratados a exames de audiomentria
antes de serem lotados na Central de Material e Esterilização;
f) Realizar, de forma contínua, exames periódicos de
audiometria semestralmente e ou anualmente;
g) Encaminhar relatórios à Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) do Hospital Governador Celso Ramos
sobre o ruido intenso dos equipamentos e as eventuais
59

consequências à saúde dos servidores;


h) Desenvolver junto à CIPA, atividades de educação em saúde,
na qual os servidores possam ser informados do autocuidado
com a audição no momento de exposição a ruídos;
i) palestras e folders que orientem quais cuidados básicos os
profissionais lotados na Central de Material e Esterilização
devem adiquirir para não trazer consequências graves à sua
saúde auditiva e, conseguentemente, a psicossocial;
j) Promover a conscientização da Equipe, com cuidados
simples, como fazer uso de EPI no trabalho;
k) Orientar sobre os cuidados em casa, tais como: relaxar após
a jornada de trabalho, não se expor a ruídos intensos tais
como: ouvir música/televisão com som alto, fone de ouvidos
ou mesmo discusões onde possa haver muito barulho;
l) Também, orientar à Equipe sobre a importância de procurar
um profissional otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo, no
caso de alguma dificuldade auditiva.
60
61

5 CONCLUSÃO

A partir dos resultados da pesquisa de campo e documental,


conclui-se que existe relação entre exposição a ruídos intensos e
acometimento da saúde biopsicossocial dos servidores do Hospital
Governador Celso Ramos, que atuam na Central de Material e
Esterilização, apesar da limitação da pesquisa,que não houve tempo
hábil para aferimento dos ruídos ambientais e dos equipamentos da
Central de Material e Esterilização (CME).
Desse modo, inferiu-se o pressuposto da pesquisa, de que os
sintomas causados por ruído, dependendo da intensidade, trazem
implicações a vida biopsicossocial do indivíduo, podendo afetá-lo em
sua vida cotidiana, em todos os aspectos, uma vez que pode interferir
na comunicação e na interação social, familiar e o próprio ambiente de
trabalho.
Para melhor entendimento do tema, buscou-se uma maior
compreensão das temáticas Saúde Auditiva e Psicossocial, refentes à
exposição a ruído intenso e as consequências desta esposição para os
servidores que atuam em um Centro de Material e Esterilização em um
Hospital Geral de Florianópolis.
Com relação ao que se propõe nos objetivos da pesquisa,
constatou-se que a maioria dos trabalhadores da CME, estão atuando
há mais de cinco anos na Central de Material e Esterilização, que
40,0% deles já se expuseram a rúidos em outros ambientes de trabalho.
Também se identificou, que os sujeitos nunca se submeteram
a exames audiométricos, que 68% referem alguma alteração auditiva,
que um dos maiores sintomas após a jornada de trabalho é a cefaléia,
seguida de tontura, insônia, irritabilidade e zumbido. A maior dificuldade
ao interagir socialmente: família, amigos e ouros locais fora do ambiente
de trabalho, são os sons fortes, com um percentual de 63% e 40, 90%
62

evitam locais ruidosos, 36% apresentam dificuldade de ouvir ao


telefone, 36% apontam problemas com conversação em ambientes
ruidosos e nunca fizeram uso de EPI auditivo.
Com relação a pesquisa documental,verifica-se a incidência
de 34% de afastamentos dos servidores da Central de Material e
Esterilização, em 2010. Em 2011, essa percentagem subiu para 46%,
sendo que as doenças que mais acometeram esses servidores, foram
as relacionadas aos transtornos mentais e comportamentais, totalizando
um percentual de 22%.
Por fim, foram apontadas açoes práticas com vistas a
promover a saúde e psicossocial desse segmento, tais como: minimizar
a ação do ruído no ambiente de trabalho, já que se constatou, por meio
da pesquisa de campo, literatura e pesquisa documental, que podem
desencadear eventos danosos á saúde do servidor que atua em uma
Central de Material e Esterilização. Então, a analise dos dados
relaciona-se com o que foi proposto mostrando-se opurtuna a relaçao
teoria e a realidade vivenciada. Desse modo, os trabalhadores
afastados do seu ambiente de trabalho por alterações auditivas e
psicossocias, acambam prejudicando o desenvolviemte do serviço que
é prestado ao usuario que necessita de material médico e cirurgico, de
modo geral.
A Central de Material e Esterilização é um ambiente
indispensável para o preparo de materiais e esterilização e, por sua
vez, pouco valorizado no âmbito hospitalar, por isso ressalta-se a
necessidade de uma maior atenção a saúde dos profissionais, lotados
em ambientes ruidosos, especificamente em Centrais de Materiais e
Esterilização, já que a literatura sustenta as evidências dessa pesquisa
de campo e documental.
63

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, S. A. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de


metalúrgica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v.
68, n. 1, maio 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
72992002000100008>. Acesso em: 13 dez. 2011.

AZEVEDO, A. N. et al. Perfil de trabalhadores de um entreposto de


carnes. Revista CEFAC, São Paulo, v.12, n. 2, p. 223-
234, mar./abr. 2010, dez. 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n2/57-09.pdf>. Acesso em: 13 dez.
2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.


Departamento de Ações Programas Estratégicas. Doenças
relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços
de saúde. Brasília, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de políticas de Saúde. Política


nacional de segurança e saude do tarbalhador. Brasília, 2004.
Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/insumos_portaria_intermin
isterial_800.pdf>. Acesso em: maio de 2012.

CALDART, A. U. et al. A percepção da fala em indivíduos expostos a


níveis elevados de pressao sonora. In: MORATA, T. G., ZUCKI, F.
(Orgs.). Caminhos para a saúde auditiva: ambiental – ocupacional.
São paulo: Plexus, 2005.

CODO, W. Um diagnóstico integrado do trabalho com ênfase em saúde


mental. In: JACQUES, M. G.; CODO, W. (Orgs.). Saúde mental e
trabalhos: leituras. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

CUPELLO, R. C. M. 1000 perguntas em fonoaudiologia. Rio de


Janeiro: Revinter, 1994

FERRAZ, C. A. M. Estudo das mudanças temporárias e permanentes


de limiar auditivo. In: MORATA,T. G.; ZUCKI, F. (Orgs). Caminhos para
a saúde auditiva: ambiental – ocupacional. São Paulo: Plexus, 2005.

FLICK, U. Métodos de pesquisa: introdução a pesquisa qualitativa. 3.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
64

GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas,


2009.

GOLDFELD, M. Fundamentos em fonoaudiologia: linguagem. In:


GOLDFELD, M. (Org.). Surdez. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1998.

GUERRA, M. R. et al. Prevalência de perda auditiva induzida por ruído


em empresa metalúrgica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 39,
n. 2, p. 238-244, 2005 Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n2/24048.pdf>. Acesso em: 13 abr.
2012.

KOS, A. O. A.; KOS, M. I Etiologias das perdas auditivas e suas


características audiológicas. In: FROTA, S. (Org.). Fundamentos em
fonoaudióloga: audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1998.

MEDEIROS, L. B. Ruído: efeitos extra-auditivos no corpo humano.


Porto Alegre: CEFAC, 1999. Disponível em:
<http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/ruido-luana-
medeiros.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2012.
MOCELLIN, M. Prevalência da perda auditiva induzida pelo ruído em
trabalhadores de industria têxtil. Arquivos Internacionais de
Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 192-196, 2006.
Disponível em: <internationalarchivesent.org/conteudo/pdfForl/380.pdf>.
Acesso em: 13 abr. 2012.

OLIVEIRA, C. G. Fonoaudiologia preventive em saúde do


trabalhador. São Paulo: Lovise, 1996.

OLIVEIRA, E. B.; LISBOA, M. T. L. Exposição ao ruído tecnológico em


C.T.I: estratégia coletivas de defesa dos trabalhadores de enfermagem.
Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 24-30, jan./mar. 2009.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
81452009000100004&script=sci_arttext>. Acesso em: 13 abr. 2012.

OLIVEIRA, M. H. B.; VASCONCELOS, L. C. F. Política de saúde do


trabalhador no Brasil: muitas questões sem respostas. Caderno de
saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 150-156, abr./jun. 1992.
Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
11X1992000200006>. Acesso em: 13 abr. 2012.

OTENIO, M. H.; CREMER, E.; CLARO, E. M. T. Intensidade de ruídos


em hospital de 222 leitos na 18ª Regional de saúde. Revista Brasileira
65

de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 73, n. 2, p. 245-250, mar./abr.


2007. Disponível em:
<http://scholar.google.com.br/scholar?q=saude+do+trabalhador+expost
o+a+ruido+em+central+de+material+e+esterilizacao&hl=pt-
BR&btnG=Pesquisar&lr=>. Acesso em: 13 abr. 2012.

SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Administração. Diretoria


de Saúde do Servidor. Gerencia de Controle de Benefícios. Sistema de
Recursos Humanos. Dados estatísticos sobre afastamento dos
servidores do CEST-HCR, 2010 e 2011, devido a LTS por grupo de
patologia. Florianópolis: SEA, 2011.

SARTORI, E. Conhecimento e atitude de trabalhadores em relação à


prevenção da perda auditiva. In: MORATA,T. G.; ZUCKI, F. (Orgs.).
Caminhos para a saúde auditiva: ambiental – ocupacional. São Paulo:
Plexus, 2005.

SAVA, L. C. Protocolo de avalição para populações expostas ao ruído


industrial. In: MORATA,T. G.; ZUCKI, F. (Orgs.). Caminhos para a
saúde auditiva: ambiental – ocupacional. São Paulo: Plexus, 2005.

SILVA, R. F.; SILVA, T. M. A. Central de material esterilização:


subsídios para prática. Florianópolis: Lex Graf, 2000.

SODRÉ, F. O campo da política da saúde do trabalhador. 2002.


132f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública)-Escola Nacional de
Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de janeiro, 2002.
Disponível em: <http://teses.icict.fiocruz.br/pdf/sodrefm.pdf>. Acesso
em: 13 abr. 2012.
66
67

APÊNDICE
68

APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados

QUESTIONÁRIO

Idade:________ Sexo:_______
Turno de trabalho: ( ) matutino ( ) vespertino ( ) noturno

O objetivo desta pesquisa é saber o que o impacto da


exposição ao ruído intenso causa na saúde psicossocial do trabalhador
lotado na central de material e esterilização. Para tanto, responda a
estas perguntas da forma que você entender.

1 – Há quanto tempo você trabalha neste setor?


Menos de 1 ano ( ) 1 a 5 anos ( ) 05 a 10 anos ( ) 15 a 20 anos ( ) 25
a 30 anos ( ) acima de 30 anos ( )

2 – Já trabalhou em outro local exposto ao ruído? Sim ( ) não ( )


1 a 5 anos ( ) 05 a 10 ( ) 15 a 20 anos ( ) 25 a 30 anos ( ) mais de
30 anos

3 - Fez algum exame audiométricos antes de ser lotado para este setor
Sim ( ) não ( )

4 - Você tem alguma dificuldade auditiva?


Sim ( ) não ( )

5 - Você percebe algum dos sintomas abaixo, após a jornada de


trabalho?
zumbido ( )
cefaleia ( )
69

tontura ( )
náusea ( )
irritabilidade ( )
insônia ( )
cansaço mental ( )
vertigem ( )
outros ( ).
6 - Fora do seu ambiente de trabalho você apresenta quais dos
sintomas abaixo?

Dificuldade para compreender a conversação em qualquer ambiente ( )


Dificuldade para compreender a conversação apenas em ambiente
ruidoso
( ) Solicita repetição ( )
Evita locais ruidosos ( )
Dificuldade de compreender ao telefone ( )
Dificuldade em compreender a televisão ( )
Intolerância a sons fortes ( )

7 - Faz uso de protetor auditivo (EPI)?


Sim ( ) não ( )

8 - De todos os ruídos que você conhece do seu setor de trabalho qual


o que mais te incomoda?

Autoclave ( )
Maquina ultrassônica ( )
Maquina termo desinfectora ( )
Campainha ( )
instrumental sendo preparado ( )
70

Pistola de ar comprimido ( )
Conversas paralelas ( )
Outros ( )
71

ANEXO
72

ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do projeto: “Impacto da Exposição ao Ruído Intenso na Saúde


psicossocial do Trabalhador da Central de Material e Esterilização do
Hospital Governador Celso Ramos”.

Pesquisador: Maria do Carmo Rodrigues Lopes

O senhor (a) está sendo convidado (a) a participar, como


voluntário, em uma pesquisa que objetivara identificar os principais
sintomas auditivos e extra-auditivos, além do impacto que a exposição
ao ruído intenso pode causar na saúde psicossocial de servidores
públicos lotado na central de material e esterilizacão do Hospital
Governador Celso Ramos. A sua participação será por meio do
preenchimento de um questionário com 08 perguntas objetivas.
As suas respostas no questionário serão mantidas em sigilo e
você poderá esclarecer qualquer dúvida com a pesquisadora
responsável. Os dados coletados neste estudo serão analisados em
conjunto com outros servidores e serão utilizados apenas na monografia
para obtenção do título de Especialista em Saúde Mental. Sua
participação nesta pesquisa é de livre e espontânea vontade, sem
nenhum fim lucrativo e não fornece ao participante indenização,
ressarcimento de despesas, bem como remuneração pela participação
na mesma e seu consentimento poderá ser retirado a qualquer
momento. Solicitamos a sua autorização para o uso de seus dados para
a realização de uma monografia, bem como artigos técnicos e
científicos. Sua participação e privacidade será mantida através da não
identificação do seu nome. Agradecemos a sua participação e
colaboração.
73

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Eu acredito ter sido suficientemente informado a respeito das


informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo
“Impacto da Exposição ao Ruído Intenso na Saúde psicossocial do
Trabalhador”. Eu discuti com a fonoaudióloga Maria do Carmo
Rodrigues Lopes sobre a minha decisão em participar nesse estudo.
Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os
procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as
garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.
Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que
tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o
meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo,
sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu
possa ter adquirido.

______________________________
Participante da Pesquisa

Endereço para contato: mdcarmorl@yahoo.com.br


Fones: (48) 3028-0307 / (48) 88242400

Você também pode gostar