Você está na página 1de 22

FACULDADE ANHANGUERA DE DOURADOS

Rua Manoel Santiago, 1155, Dourados/MS.


CEP 78.825-150 – (67) 3416-8100
www.anhanguera.com

Faculdade Anhanguera de Dourados


Curso: Psicologia
Estagio Básico IV – Intervenções Grupais e Individuais em Contextos
Específicos
Professora: Elenita Sureke Abilio

CRISTIANE DE FÁTIMA SOUZA LOBO - RA 394384714206


GISLAINE DE OLIVEIRA CORREIA - RA 130485714206
WESLEY CAMILO VARGAS - RA 394425814206

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS AD


REDUÇÃO DE DANOS

Professora e orientadora: Elenita Sureke Abilio

Dourados/MS
2023
CRISTIANE DE FÁTIMA SOUZA LOBO - RA 394384714206
GISLAINE DE OLIVEIRA CORREIA - RA 130485714206
WESLEY CAMILO VARGAS - RA 394425814206

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS AD


REDUÇÃO DE DANOS

Relatório de Estágio apresentado à


Faculdade Anhanguera Educacional,
Curso de Psicologia, no Estagio Básico
IV – Intervenções Grupais e Individuais
em Contextos Específicos, sob
orientação da professora Elenita
Sureke Abilio.

Dourados/MS
2023
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ........................................................................................... 6

2.DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .................................................... 7

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 12

4.METODOLOGIA ...................................................................................... 14

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 16

7. REFERENCIAS....................................................................................18

8. ANEXOS ..................................................................................19
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Fachada do Caps AD.

FIGURA 02: Coordenadora do Caps AD.

FIGURA 03: Sala de atendimento psiquiátrico.

FIGURA 04: Recepção

FIGURA 05: Sala maior

FIGURA 06: Artes realizadas pelos pacientes

FIGURA 07: Sala de roda de conversas e oficinas.


CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS AD
REDUÇÃO DE DANOS

RESUMO
O acesso das minoria a saúde mental é um desafio ainda na atualidade, o seguinte relatório
buscará esplanar como foi estagiáriar com residentes da ala intensiva de saúde mental em
grupos educativos no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD II) localizado
na rua Gustavo Adolfo Pavel, 2655 - Jardim Vital, Dourados - MS, 79831-040. Recorremos a
uma metodologia qualitativa ancorada no paradigma da Educação Popular para promover o
diálogo e a reflexão critica acerca da categoria trabalho e de questões como politicas públicas,
direitos sociais. Aqui também será mostrado ascontribuiçoes que foram feitas as rodas de grupos
o que resultou em um projeto de intervenção para contribuir e ampliar as condições de acesso,
a empatia aos residentes ,o respeito a esses/as mas principalmente o que aprendemos com
esses/as durante o tempo que passamos no local, a convivência.

PALAVRAS-CHAVE: Psicologia. Saúde mental. Políticas públicas.


6

1.INTRODUÇÃO

O presente aqui apresentado visa relatar momentos passados dentro do Caps


AD, localizado na cidade de Dourados MS, como se passou os momentos de
convivecia com os residentes da ala intensiva dentro do Caps AD. Esse estágio
foi feiro por tres academicos da faculdade anhanguera do sexto semestre do
Curso de Psicologia noturno, sendo esses duas mulheres e um homem. Neste
relatório, serão discutidos os desafios e avanços do programa de promoção e
prevenção da Secretaria Municipal de Saúde de Dourados, com foco no Centro
de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS ad). Ao analisar a prática dos
psicólogos, assistentes sociais, educadores e psiquiatras, bem como a
comunidade de enfermagem, tivemos a oportunidade de aprender sobre as
possíveis intervenções desses profissionais. Além disso, essa experiência nos
proporcionou um aprendizado sobre os processos de gestão, já que o local é
gerenciado por uma psicóloga que atua como gestora e facilitadora do processo
de humanização, levando em consideração a realidade psicossocial e os
aspectos subjetivos relacionados à dependência química.

O Centro de Atenção Psicossocial – Caps AD é uma organização de auxílio que


se concentra em projetos terapêuticos para prevenção e tratamento visando
reduzir os danos sociais e de saúde, tornando-se um instrumento de
humanização e minimização de estigma. Seus princípios fundamentais de
atuação são baseados na Reforma Psiquiátrica visto que a atenção à saúde dos
usuários de drogas não era prioridade, e, devido à falta de investimento do
Estado, o cuidado ficava a cargo de instituições particulares que funcionavam
sem fiscalização, reproduzindo, muitas vezes, situações de violação aos direitos
humanos dos usuários
A elaboração deste trabalho de pesquisa foi realizada por meio de
procedimentos técnicos, incluindo revisão bibliográfica de trabalhos e artigos
científicos relevantes ao tema, questionamentos a profissionais que atuam na
área e observação do espaço físico do CAPS AD de Dourados.
7

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Como dito acima o estágio foi realizado no Caps AD, no Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas, localizado na rua Gustavo Adolfo Pavel, 2655 - Jardim Vital, Dourados
- MS, 79831-040. Abaixo está a imagem 1 a qual mostra a fachada do local em que o
Caps se localiza, imagem essa retirada do site da Prefeitura de Dourados MS.

Figura 01: Frente CAPS AD Fonte: https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-


oferece-tratamento-gratuito-no-combate-ao-uso-de-alcool-e-drogas/.

O CAPS AD é uma instituição governamental que foi fundada em 2005. Seu


objetivo principal é oferecer atendimento secundário à saúde mental da
população de Dourados, reduzir o sofrimento psíquico e social de seus pacientes
e coordenar as políticas públicas e ações relacionadas ao uso nocivo de álcool
e outras drogas. Atualmente a unidade se enquadra no nível II, entretanto, uma
ampliação está em andamento para o funcionamento no nível III, onde será
possível o atendimento 24 horas e internações no local. O CAPS AD dispõe de
uma infraestrutura avançada, incluindo uma quadra esportiva, piscina, áreas de
lazer, salas para oficinas, áreas de descanso e salas de acompanhamento
médico, entre outras instalações. Sua equipe desenvolve trabalhos internos e
8

externos, incluindo atendimento individual, oficinas terapêuticas, grupos de


apoio, atenção familiar e distribuição de medicamentos. A política sobre drogas
no Brasil reconhece que as drogas são um problema de saúde pública e ajuda a
diminuir os danos, dando uma atenção integral. Luta dos trabalhadores e
militantes da saúde mental ganha força com a luta dos trabalhadores e militantes
da saúde mental. Esses movimentos queriam acabar com o sistema de
internação para asilas e criar uma rede substitutiva que trabalhasse em conjunto
com serviços de saúde, social e da comunidade. Essas mudanças permitiram
que a Rede de Atenção Psicossocial crescesse em vez dos hospitais
psiquiátricos. Abaixo mais imagens do local, imagens pessoais não são
permitidas visto que o direito a privacidade de imagens também é um direito que
precisa ser respeitado.

Figura 02: Psicóloga Michele Cristiane Falavigna, coordenadora administrativa do Caps AD


(Foto: Rodrigo Pirola / Prefeitura de Dourados). Fonte:
https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-gratuito-no-combate-
ao-uso-de-alcool-e-drogas/.
9

Figura 3: Sala de atendimento Psiquiatrico. Fonte:


https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-gratuito-no-combate-
ao-uso-de-alcool-e-drogas/.

Figura 4: Recepção do Caps AD. Fonte: https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-


oferece-tratamento-gratuito-no-combate-ao-uso-de-alcool-e-drogas/.
10

Figura 5: Um dos locais onde ficam os residentes da ala intensiva. Fonte:


https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-gratuito-no-combate-
ao-uso-de-alcool-e-drogas/.

Nesse espaço acima costam a mesa de cafe externa, dentro consta cozinha;
mesas de cafe e almoço internas,armarios com diversosmateriais para trabalhos
artisticos como os abaixo dessa imagem 5.

Figura 6: trabalhos artisticos feitos pelos residentes da ala intensiva. Fonte:


https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-gratuito-no-combate-
ao-uso-de-alcool-e-drogas/.
11

Figura 7: local onde acontece as rodas de conversas e oficinas. Fonte:


https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-gratuito-no-combate-
ao-uso-de-alcool-e-drogas/.

Nesse local aconteciam as rodas de conversa sempre com o ituito da redução


de danos, as oficinas, banheiro com chuveiro e leitos no total sendo 4 para
residentes que ficam o dia todo e chegam as vezes cansados por não dormirem
em casa, doentes ou embriagados e com uso de substancias quimicas.
Ao chegar no Caps AD, o usuário é recebido com diversas etapas de
acolhimento, tais como triagem, anamnese, escuta, avaliação e
encaminhamento. A equipe do Caps AD então traça um plano de intervenção
terapêutica, designando um profissional como referência para o usuário e sua
família dentro da instituição. Pacientes ambulatoriais precisam de agendamento
prévio para atendimento individual, enquanto pacientes semi-intensivos e
intensivos não necessitam de tal agendamento. O atendimento individual é
conduzido pelo psicólogo, podendo ser denominado psicoterapia breve,
acolhimento, acompanhamento ou escuta. O Caps AD conta com uma equipe
multidisciplinar composta por assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras,
médicos clínicos gerais, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, terapeutas
ocupacionais, zeladores e vigias.
12

3. REVISÃO DE LITERATURA

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) junto aos Conselhos Regionais de


Psicologia Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas –
CREPOP formulou um documento intitulado "Referências Técnicas para Atuação
de Psicólogas/os em Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas", uma revisão
elaborada pelo Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas
(CREPOP). Este documento é fundamental para a Psicologia, pois reitera o
compromisso dos/as psicólogos//as em respeitar a autonomia e dignidade das
pessoas dependentes de drogas, além de defender o Sistema Único de Saúde
(SUS). A revisão desta referência demonstra que as políticas públicas de álcool e
outras drogas passaram por mudanças significativas nos últimos anos. Atualmente,
as pessoas que usam substâncias ilícitas são tratadas com abstinência, internação
não voluntária e tratamento em instituições. Os recursos públicos destinados às
comunidades terapêuticas são desviados do cuidado em rede, que respeita a
liberdade das pessoas que usam drogas, indo contra o que foi construído como
Política Pública até o presente momento. Em contrapartida, este documento
apresenta uma série de reflexões e estratégias de cuidado para os profissionais da
Psicologia, retomando os princípios do SUS de trabalho em rede, atuação
multiprofissional e intersetorial além de apresentadas práticas que têm sido
desenvolvidas neste campo com o objetivo de minimizar os danos e concentrar-se
nas necessidades das pessoas, (CFP, 2019). O adoecimento psíquico é um
problema de saúde pública. Apesar das limitações metodológicas para a
quantificação da morbidade psiquiátrica em amostras populacionais, dadas a
diversidade de instrumentos e de patologias inscritas neste âmbito, Andreoli et
al. (2000). A LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001, Dispõe sobre a proteção
e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental:

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno


mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde,
consentâneo às suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e
respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando
alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e
13

exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V -


ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre
acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - receber o maior
número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos
possíveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários
de saúde mental. (LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001).

Lei essa que visa o direito e a atenção humanizada aos usuários de drogas
ilícitas, sendo a partir da Reforma Psiquiatra a liberdade uma das propostas
terapêutica sendo essas pessoas com transtornos diversos não sendo mais visto
como pessoas que oferecem risco a sociedade dita “normal “contudo a Lei
ampara esse principalmente em situações de causarem dados a si próprios e a
outras pessoas também, por isso que o caps é um serviço aberto que trata em
liberdade esses indivíduos. Ao se tratar a linguagem são diversas sendo as mais
usadas pacientes e portadores que, não se usa mais contudo essa Lei foi
discutida por 11 anos, no entanto uma vitória de uma luta de anos.

São diferentes tipos de Caps: CAPS I e CAPS II: são CAPS para
atendimento diário de adultos, em sua população de
abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.
CAPS III: são CAPS para atendimento diário e noturno de
adultos, durante sete dias da semana, atendendo à população
de referência com transtornos mentais severos e persistentes.
CAPSI: CAPS para infância e adolescência, para atendimento
diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais.
CAPSad: CAPS para usuários de álcool e drogas, para
atendimento diário à população com transtornos decorrentes do
uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e
outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com
a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação
(Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2023).

Não é possível discutir o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) sem recordar


o motivo que levou à sua criação. Durante várias décadas, milhares de pessoas
perderam a vida durante um período sombrio da história brasileira conhecido
como "Holocausto Brasileiro". O Museu do Hospício de Barbacena, estabelecido
em 1996, fornece uma lembrança vívida desse tempo. Inúmeras pessoas foram
mantidas em condições desumanas, sem acesso a roupas, comida, água ou
higiene básica. Esses indivíduos foram submetidos a tratamentos invasivos que,
14

embora não letais, resultaram em sequelas permanentes. O hospital de


Barbacena foi fundado em 1903. Surpreendentemente, cerca de 70% da
população internada lá não sofria de problemas mentais. Além disso, aqueles
que não se encaixavam na sociedade ou eram considerados indesejáveis eram
trancados no hospício. A lista de pessoas indesejadas incluía prostitutas,
homossexuais, mendigos, negros, idosos, jovens com comportamento agressivo
e opositores políticos. Poucos internados conseguiam sair vivos. Devido ao
grande número de mortes, foi criado um cemitério próximo ao hospício onde os
corpos e ossos eram vendidos para faculdades. O psiquiatra italiano Franco
Basaglia chamou o hospício de Barbacena de "Holocausto Brasileiro",
comparando-o aos piores campos de concentração da história.
O Caps foi um importante passo para a Reforma Psiquiátrica no Brasil. O
tratamento foi criado por Franco Basaglia, que fechou muitos centros de
internação na Itália. O objetivo era humanizar o atendimento e reintegrar as
pessoas com transtornos mentais à sociedade. O modelo foi adotado em
diversos países.

4.METODOLOGIA

Em nossa primeira visita fomos recebidos pela psicóloga Michele Cristiane


Falavigna, coordenadora administrativa do Caps AD (Centro de Atenção
Psicossocial – Álcool e Drogas), a qual mostrou toda dependência e
departamentos do mesmo. Após isso, sentamos e decidimos como e quando
seria nossas visitas e quem nos acompanharia. Fomos informados do
desligamento da Psicóloga que iria nos acompanhar, portanto iríamos participar
das atividades desenvolvidas pelas assistentes sociais junto ao grupo de
intensivo (são pessoas que ficam dia inteiro na instituição e participam vários
dias por semana). Em um primeiro encontro com os componentes do grupo
intensivo juntamente com assistente social Michele, realizamos uma roda de
conversa para conhecer cada integrante. Estava presente 08 intensivos. Para
preservar identidades dos mesmos iremos identificá-los como pacientes.
15

✓ Paciente 01 tem 54 anos, dependente de álcool desde os 16 anos de


idade. Tem filhos e que não estão no mesmo caminho, já tentou suicídio
algumas vezes, precisou até ficar na UTI e perdeu tudo o que tinha por
causa da bebida. Já está no CAPS há 14 anos.

✓ Paciente 02 tem 42 anos, é dependente do álcool e nesse encontro não


se abriu além disso.

✓ Já a paciente 03 tem 53 anos, começou a beber com 12 anos e tem 01


ano que está sem bebida, tem 02 filhos (13 anos e 33 anos), é viúva há
14 anos. O filho de 13 anos é autista.

✓ O paciente 04 tem 53 anos, bem calado, seu vício é a bebida e é


esquizofrênico.

✓ Paciente 05 tem 30 anos, é usuário de drogas, tem 01 filho e não


responde às perguntas de forma correta, o assunto dele é “eu quero parar
de tomar remédio”.

✓ Outro usuário de drogas é o paciente 06, tem 26 anos, esquizofrênico,


não tem família e nem residência fixa. Este não participa de nenhuma
atividade em grupo e gosta de falar muito, mas não em grupo. Fala
bastante coisas sem nexo.

✓ Paciente 07 é usuário de drogas, tem 65 anos e não fala muito de si.

✓ Com vicio de bebidas, o usuário 08 tem 67 anos, bem participativo, mas


também não fala de si.
Após essa apresentação, tivemos outros encontros e realizamos algumas
atividades. Na maioria delas a principal atividade era o bozó. Um jogo realizado
com dados. Eles tiveram toda paciência e vontade de nós ensinar, queriam a
nossa participação também juntos com eles. Os pacientes têm café da manhã,
16

almoço e café da tarde diariamente, toda alimentação bem equilibrada e


saudável.

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E RESULTADOS

Durante o estágio no CAPS AD, grande parte das atividades desenvolvidas


foram observações e rodas de conversas. Não foi permitido realizar intervenções
diretas com os pacientes, mas pudemos aplicar dinâmicas e jogos para promover
o autoconhecimento e identificação de qualidades pessoais. A atividade foi
repetida de diversas formas para alcançar o objetivo, e no final, distribuímos uma
pequena lembrança com frases motivacionais para cada participante. Os
residentes do Caps AD foram incentivados a apontar suas qualidades e defeitos,
sendo que as mais citadas foram "prestativo" e "educado" para as qualidades e
"cachaceiro" e "nervoso" para os defeitos. Outra atividade desenvolvida foi o
acompanhamento do processo de visitas domiciliares do Caps AD, essas visitas
têm como objetivo sensibilizar os usuários e seus familiares sobre a importância
de retornar ao tratamento, além de amparar e auxiliar a família. Durante essas
visitas, orientamos as famílias a valorizar o progresso dos usuários, estimulando
assim a autoconfiança e motivação para que novos objetivos possam ser
traçados e conquistados.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência mostrou que a possibilidade sobre trabalhar nesse campo, o lado


humano, crescimento pessoal e profissional como ser mais independente e
autoconfiante após passar por a conviver com os diversos transtornos
encontrados dentro do Caps AD, segurança ao lidar com os residentes visto que
em apenas um encontro uma mulher esteve presente na ala intensiva (apenas
no momento da roda pois essa já receberia alta da ala intensiva)..Sobre os
residentes mais especificamente percebeu-se que esses enfrentam diversos
problemas que na maioria das vezes os impedem de trabalhar, como o baixo
17

nível de escolaridade; a falta de profissionalização; agravos decorrentes do uso


abusivo de drogas; preconceito e estigma associados historicamente às drogas;
a ausência e fragilidade de políticas públicas voltadas para esse fim. Fatores que
podem impedir uma pessoa de se inserir na sociedade, cultura, política e
economia. É possível concluir que, apesar das melhorias significativas
alcançadas pela legislação em saúde mental que incentiva a geração de renda
e o trabalho em oficinas nos Caps, bem como a inclusão dos usuários em editais
de financiamento do Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Emprego,
existem limitações. As iniciativas do governo não são permanentes, mas são
incentivadas pelo governo a incentivar o trabalho autônomo e autogerido, além
de trabalhar em oficinas terapêuticas nos serviços esses incentivos
proporcionam aos usuários de álcool e drogas possibilidade de reverter a sua
situação atual além de possibilitar a esses/as uma vida mais digna diante a
sociedade. Se a população conhecesse lugares como o Caps a sociedade seria
menos preconceituosa com essas pessoas, tratando as com mais respeito e não
e demonizando por exemplo pessoas que falam sozinhas ou que tem problemas
mentais. Saúde mental assim como parte das doenças, alguém da família já
teve, sendo importante passar a ver a saúde mental de forma diferente visto que
o uso abusivo de substâncias ilícitas transforma se em transtornos mentais
diversos.
18

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes.


Disponível em: Acesso em: 01 Mai 2023.

Andreoli S, Almeida Filho N, Coutinho ES, Mari JJ. Identificação de casos


psiquiátricos em estudos epidemiológicos multifásicos: métodos, problemas e
aplicabilidade. Rev Saúde Publ. 2000;34(5):475-83.

Atendimento psicossocial e multiprofissional a pessoas com sofrimento mental


grave, incluindo os decorrentes do uso de álcool e outras drogas – Centro de
Atenção Psicossocial (CAPS). Disponível em https://www.saude.df.gov.br/carta-
caps. Acesso em 07/11/2023.

CAPS AD oferece atendimento porta aberta. Disponível em


<https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-oferece-tratamento-
gratuito-no-combate-ao-uso-de-alcool-e-drogas/>. Acesso em 25/11/2023.
Drogadição e drogas psicoativas. Disponível em
<https://www.editoradobrasil.net.br/wp-content/uploads/2019/09/CIE6-2.pdf>.
Acesso 25/11/2023.

LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Disponível em


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm#:~:text=LEI%20
No%2010.216%2C%20DE,modelo%20assistencial%20em%20sa%C3%BAde
%20mental.. Acesso em 07/11/2023.

Portaria Nº 816, De 30 De Abril De 2002. Disponível em


<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0816_30_04_2002.htm
l>. Acesso 25/11/2023.

Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) em políticas públicas de


álcool e outras drogas. Disponível em
<https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de-
psicologasos-em-politicas-publicas-de-alcool-e-outras-drogas/>. Acesso em
25/11/2023.
19

ANEXOS

FACULDADE ANHANGUERA DE DOURADOS


Rua Manoel Santiago, 1155, Dourados/MS.
CEP 78.825-150 – (67) 3416-8100
www.anhanguera.com

Faculdade Anhanguera de Dourados


Curso: Psicologia
Estagio Básico IV – Intervenções Grupais e Individuais em Contextos
Específicos
Professora: Elenita Sureke Abilio

Alunos (as): Cristiane de Fátima Souza Lobo RA: 394384714206


Gislaine De Oliveira Correia RA: 130485714206
Wesley Camilo Vargas RA: 394425814206
Instituição/unidade: Dourados MS

PLANO DE ATIVIDADE - PRODUTO

1. TEMA: Reflexão sobre os Desafios Enfrentados pelo/a Estagiário/a de


Psicologia ao Lidar com as Dificuldades dos Dependentes de Álcool e outras
Drogas.

2. PÚBLICO-ALVO: Pacientes atendidos no Caps Ad e seus familiares.

3. ATIVIDADE A SER DESENVOLVIDA: Redução de danos


20

4. OBJETIVO Compreender, por meio de experiências vivenciadas em serviços


públicos e encontros com pacientes do Caps Ad, gestores e equipe
multidisciplinar, um plano de análises críticas dos conhecimentos e práticas
institucionais contemporâneas decorrentes da experimentação das práticas de
atenção à saúde. Além disso, desenvolver ações em campo a partir das
demandas produzidas neste serviço de saúde.

5. JUSTIFICATIVA: O consumo abusivo de álcool e drogas representa um dos


maiores desafios enfrentados pela saúde pública em todo o mundo, incluindo o
Brasil. Estudos epidemiológicos fornecem informações valiosas sobre o assunto,
permitindo que sejam problematizados com alunos e profissionais da saúde as
interfaces entre clínica, gestão e políticas públicas. É importante destacar como
os processos de trabalho em saúde afetam as condições de vida, saúde e
doença nas diferentes regiões do país, e como equipes de saúde e gestores
promovem a integralidade no cuidado em saúde no cotidiano. A dependência de
substâncias químicas é bastante antiga e, até hoje, é bastante comum entre nós.
Em algum momento, houve um aumento da ingestão de substâncias psicoativas
em rituais, festas ou no convívio social. Normalmente quando pensamos em
drogas associamos ao uso de maconha, cocaína, crack, etc., ou seja, ao uso de
substâncias proibidas. Contudo, algumas substâncias que fazem parte do nosso
dia a dia não são proibidas, mas podem causar danos se consumidas ou usadas
de forma inadequada. De acordo com pesquisas recentes, as drogas mais
usadas por adolescentes e jovens são o álcool, o tabaco e a maconha.

6. META A SER ATINGIDA: Por meio da observação e da interação com os


pacientes e com a equipe que os atende e seus familiares, colaborar e planejar
intervenções que possam apoiar a equipe e beneficiar os pacientes no
enfrentamento dessa fase complexa de suas vidas.
21

7. METODOLOGIA/ETAPAS: Com as informações por meio da observação em


campo no Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e
Drogassituacional e da revisão de literatura, será proposto um plano de ação,
executado pelo método de planejamento estratégico situacional (PES),
desenvolvido com o auxilio da psicologa de forma que possamos contribuir com
o trabalho desenvolvido no Caps AD. Esse plano de ação contém os nós críticos
do problema, a identificação dos recursos críticos, análise de viabilidade da
elaboração do plano.

8. RESULTADO ESPERADO: Como estudantes de psicologia (estagiários)


pretendemos identificar e compreender o fenômeno da dependência química
reconhecer os impactos e consequências biopsicossociais que afetam os
usuários e dependentes de substâncias psicoativas, bem como compreender as
alterações no funcionamento do sistema nervoso causadas pelas substâncias
psicoativas.

9. CRONOGRAMA
Data Hora de Hora de Atividades desenvolvidas
entrada saída
25/09 8h 9h Visita a Instituição Caps Ad
26/09 13h 17h Observação
02/10 7h 11h Observação: planejamento e
organização de intervenção
03/10 13h 17h Intervenção com a dinâmica da
bolinha (a pessoa que está
com a bolinha s apresentará e
falará um pouco sobre ela,
para quebrar o gelo
iniciaremos entregando a
bolinha para a líder da roda).
No final foi entregue um pão de
mel de brigadeiro para cada
22

um que participou da roda,


junto a uma frase inspiradora.
09/10 7h 11h Intervenção: participação do
jogo Bozó (os pacientes nos
ensinaram a jogar o jogo
favorito deles).
10/10 13h 17h Participação junto aos
pacientes da Oficina Senar
(para o início do plantio na
horta).
16/10 7h 11h Oficina Senar
23/10 7h 11h Oficina Senar/jogo bozó
25/10 7h 11h Visita com a assistente social a
casa de pacientes que estavam
a dias sem comparecer ao Caps
Ad.

10. REFERENCIAS

Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação


de psicólogas(os) em políticas públicas de álcool e outras drogas [recurso
eletrônico] / Conselho Federal de Psicologia. —— 2. ed. —— Brasília: CFP,
2019.
Dourados oferece tratamento gratuito no combate ao uso de álcool e drogas com
equipe multidisciplinar e estrutura de ponta, CAPS AD oferece atendimento porta
aberta. Disponível em < https://www.dourados.ms.gov.br/index.php/dourados-
oferece-tratamento-gratuito-no-combate-ao-uso-de-alcool-e-drogas/>. Acesso
em 25/11/2023.
Drogadição e drogas psicoativas. Disponível em <
https://www.editoradobrasil.net.br/wp-content/uploads/2019/09/CIE6-2.pdf>.
Acesso 25/11/2023
Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) em políticas públicas de
álcool e outras drogas. Disponível em <
https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de-
psicologasos-em-politicas-publicas-de-alcool-e-outras-drogas/>. Acesso em
25/11/2023.

Você também pode gostar