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Equipe de Estágio:
- Isabel Clarice Viana Oliveira Moreno (Matrícula: 1414474 / 9) Estágio 01
- Lina Mara Alves Pinho (Matrícula: 2014109 / 3) Estágio 01
- Maria Carolina Maciel Freire (Matrícula: 1821630 / 2) Estágio 01
- Tatiana de Fatima da Silva Chaves (Matrícula: 1923933 / X) Estágio 01
- Tatiana Holanda Muniz Rodrigues (Matrícula: 1921774 / 4) Estágio 01
- Aline Tiffany Custodio Luz (Matrícula: 1821983 / 2) Estágio 02
- Ester Cavalcante de Freitas (Matrícula: 1722278 / 3) Estágio 02
- Flora Stefanie Bezerra da Silva Cipriano (Matrícula: 1821646 / 9) Estágio 02
- Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira (Matrícula: 1911917 / 3) Estágio 02
- Jéssyka Figueiredo Jorge Martins Gondim (Matrícula: 1821954 / 9) Estágio 02
- Danilo Pinheiro (Matrícula: 1514323 / 1) Estágio 02
- Gabriel Oliveira Silvino (Matrícula: 1712549 / 4) Estágio 02
- Kahena de Carvalho Gadelha (Matrícula: 1911924 / 6) Estágio 02
- Cecília Dantas Fontinele (Matrícula: 1622080 / 9) Estágio 03
- Gabriela Ferreira Barbosa (Matrícula: 1424157 / 4) Estágio 03
- Monique Ellen Dantas Ferreira (Matrícula: 1812125 / 5) Estágio 03
Fortaleza - Ceará
2023
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO 03
II - OBJETIVOS
2.1. Geral 04
2.2. Específicos 04
V - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 21
REFERÊNCIAS 22
1. INTRODUÇÃO
O presente plano de estágio tem como objetivo principal apresentar uma proposta para a
realização dos estágios em processos educativos e sociais no primeiro semestre de 2023. O
estágio diz respeito ao cumprimento de carga horária da disciplina de Estágio em Processos
Educativos e Sociais (01, 02 e 03) do curso de graduação em Psicologia da Universidade de
Fortaleza (UNIFOR).
A proposta da prática psicológica em contextos educativos e sociais tem como diretrizes:
analisar a estrutura institucional socioeducativa; constituir o lugar do psicólogo junto aos grupos,
instituições, a partir do olhar em processos educativos, aprendizagem social e estudos sobre o
comportamento humano e a saúde mental em contextos socioeducativos, sob o planejamento e
desenvolvimento de estratégias próprias a estes (MARTINEZ, 2009).
Desse modo, este estágio tem espaço de atuação nos diferentes equipamentos que
compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Aquiraz conforme descrição a seguir:
2.1 GERAL - Realizar estágio em processos educativos e sociais no eixo da saúde mental
comunitária nos diferentes equipamentos que compõem a RAPS de Aquiraz, Ceará.
2.2 ESPECÍFICOS
2.2.2 NAME
No presente trabalho iremos discutir acerca de como funciona os serviços dentro de cada
equipamento da RAPS de Aquiraz que irá receber neste semestre estagiários em processos
educativos e sociais matriculados na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Para além disso,
contextualizar o processo de inserção do serviço no país e especificar o papel do psicólogo, mais
diretamente no CAPS Geral e Infantil de Aquiraz, assim como preconiza possíveis funções para
atuação do psicólogo no SAD do mesmo município. Com isso, apresentar discussão a respeito da
atenção individual e grupal na Saúde Pública no país.
Com isso, considerando a Lei 10.216, de 16/04/01, que contempla a proteção dos
direitos das pessoas com Transtornos Mentais, estabeleceu-se que os CAPS’s cumprissem com o
atendimento a pacientes com transtornos mentais severos e persistentes (BRASIL, 2002). Sendo
divididos em CAPS GERAL, voltados para atenção psicossocial da população adulta, CAPS AD
voltado para serviço especializado de atenção psicossocial para pessoas com transtornos
decorrentes do consumo abusivo de substâncias psicoativas e o CAPS INFANTIL para
atendimentos de crianças e adolescentes.
É dever do CAPS prestar serviço ambulatorial de atenção diária que compactua com os
princípios de territorialidade, universalidade e equidade. O atendimento de pacientes é definido
pela sua área territorial e em regime intensivo, semi-intensivo e não intensivo, a partir da
necessidade do usuário do serviço. A divisão entre CAPS I, CAPS II e CAPS III se dá a partir da
quantidade populacional de porte/complexidade e a assistência prestada deve incluir:
O projeto é formado por um grupo operativo com adultos entre 25 e 65 anos com
histórico de ansiedade e depressão. O objetivo é trazer a reflexão ao grupo sobre o que é o
autocuidado e o que cada indivíduo tem feito para atingir essa meta, mostrar formas de incluir
esse autocuidado no dia a dia, incentivar a prática de atividades e ações de autocuidado, olhando
sempre para si próprio de uma forma mais gentil e respeitosa, se colocando como prioridade e
buscando a saúde mental, emocional e física. Serão realizadas as atividades de sala de espera e
triagem de pacientes. Outra demanda importante que tem chegado ao serviço e que será
contemplada pelo estágio é a aproximação com a comunidade e outros componentes da rede para
a saúde mental.
Desse modo, atividades como rodas de conversa fora do ambiente do CAPS, dinâmicas,
reflexões, momentos lúdicos terão o objetivo de fazer uma integração com a comunidade,
buscando uma mudança de hábitos priorizando o autocuidado, e consequentemente, o amor
próprio e bem-estar.
O objetivo proposto pelo grupo é proporcionar um lugar no qual seus participantes
possam desenvolver vínculos e se sentirem acolhidos para que tenham um ambiente de melhor
aprendizado sobre si. Nesse sentido, nos ancoramos em Svartman e Fernandes (2003), que
consideram que a existência de um grupo está intimamente ligada à construção de um vínculo na
interação afetiva e comunicacional. Compreende-se que vínculo consiste em: "Uma estrutura
complexa que inclui um sujeito, um objeto e sua mútua inter-relação com processos de
comunicação e aprendizagem”. (Pichòn-Riviére, 2005, p. 5)
O controle sobre o corpo e o comportamento feminino está presente nas mais variadas
sociedades e culturas desde tempos imemoriais. Se antes do biopoder o controle sobre as
mulheres era baseado numa tradição patriarcal, com a chegada do discurso científico este ganha
status de verdade absoluta e as amarras só mudam o modelo, mas permanecem lá e,
evidentemente, ainda servindo ao patriarcado, mas agora a um patriarcado vestindo a beca da
ciência. Não demorou e a mulher passou a ocupar um lugar de doente, de histérica e,
consequentemente, alguém que precisava fazer uso de medicamentos constantemente.
Ao longo dos anos, a patologização dos corpos femininos foi ganhando novos contornos
e, com isso, diferentes terapêuticas ou tentativas de cura. A exemplo disso, entre os anos de 1930
e 1940, havia uma profusão de medicamentos e produtos da indústria farmacêutica que
prometiam livrar a mulher dos sofrimentos causados pelo período menstrual. Eram os chamados
regulares. Havia a narrativa de que a mulher, por natureza, era doente e que precisava ter a sua
condição pelo menos amenizada. Dessa forma, todo comportamento feminino era reduzido ao
funcionamento de seu sistema reprodutivo. Associado a isso, obviamente, observa-se um número
cada vez maior de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais.
Inúmeros estudos têm alertado sobre esse fenômeno. Em uma dessas pesquisas, Daniel
Freeman (2013) afirmou que mulheres têm risco 40% maior de desenvolver algum transtorno
mental. Em um outro levantamento feito pela empresa Funcional Health Tech, entre os anos de
2014 e 2018, aponta que as mulheres na faixa dos 40 anos são as maiores consumidoras de
antidepressivos. Já a pesquisa realizada pela distribuidora de medicamentos americana Medo
Health Solutions chegou à conclusão de que mulheres tendem a tomar mais medicamentos para
combater sintomas de depressão, ansiedade ou deficiências de atenção. Segundo o levantamento,
uma a cada quatro mulheres norte-americanas faz uso de psicofármacos.
É preciso levar em conta os fatores socioculturais que pesam sobre a mulher numa
sociedade que muito lhe exige e pouco lhe dá em troca. Pesquisando sobre essa relação entre
mulheres e psicofármacos, descobrimos uma boa variedade de estudos que trazem à tona a
questão do lugar social feminino e os fatores de risco a que elas são submetidas. Vidal et al
(2013) acende um alerta para uma possível relação entre a violência doméstica sofrida por
mulheres e o modo como isso afeta a saúde mental delas.
Diante disso, o Projeto Girassóis busca realizar grupo socioeducativo com o objetivo de
trazer para o debate temas que fazem parte do universo feminino. São temáticas que abordam a
maternidade, a insegurança com relação aos padrões de beleza, a mulher no mercado de trabalho,
a violência contra as mulheres, entre outros que serão trazidos por elas.
Os grupos permitem que seus integrantes reflitam a respeito de sua experiência e também
sobre o processo de aprendizagem, pautando-se na comunicação, cooperação e autonomia de
seus integrantes. Segundo Bleger (2007) na aprendizagem há uma relação entre os aspectos
objetivos e subjetivos, esses aspectos têm como propostas serem trabalhados no grupo. Para
Afonso (2006, p. 372) “[...] mais do que transmitir conhecimentos, as ações educativas em saúde
devem promover a reflexão e a apropriação desses conhecimentos pela população, ampliando a
sua compreensão da saúde e potencializando sua busca por qualidade de vida”. As atividades
grupais, ainda podem contribuir como espaços para detecção de doenças e orientação para a vida
com intuito de potencializar o sujeito na superação de seus problemas e recolocar-se no ambiente
familiar e social. (CFP, 2010)
De acordo com Mota e Costa (2017) os atendimentos individuais configuram-se como
uma prática fortemente marcada pelo psicólogo. Essa prática indica uma cultura profissional de
clínica individual para ajustamento dos pacientes à sociedade, quando o CAPS estimula a
reintegração destas pessoas ao convívio comunitário não por este ajustamento, mas por sua
singularidade. Produzir o cuidado não é agir mecanicamente, mas respeitar a individualidade de
cada um e compreender o sujeito de forma integral e completa. No CAPS, os sujeitos são vistos
como seres humanos dignos de respeito e atenção, conforme Benevides, et al. (2010).
Uma das conquistas desses movimentos foi na publicação do DSM 5 que “despatologiza”
a identidade passando a classificar apenas a disforia (mal-estar) de gênero e inclui também
identidades de gênero, além do binarismo masculino e feminino. E atualmente há a proposta que
a CID-11 remova a Transexualidade presente na CID-10 da lista de doenças mentais. (SOLL,
2016). A patologização está presente na vida da pessoa LGBTQIA+ há muito tempo, por ser
algo que foge do padrão estabelecido socialmente, a sociedade utilizou-se de discursos médicos
baseados em manuais de diagnósticos para discriminar, marginalizar e colocar determinados
grupos à margem da sociedade. Fazendo assim com que essas pessoas sofressem uma série de
opressões e discriminações.
As definições de comunidade tem sido cada vez mais abrangentes, a vista disso, podemos
apontar que comunidade é um grupo na qual se compartilha valores em comum, há um certo
grau de organização e interação duradoura de tempo e espaço, construções históricas de vínculos
com as mesmas necessidades, problemas sociais e um sistema próprio de representação social.
Na psicologia comunitária apresenta-se três características acerca dos estudos de comunidade:
participação da mesma cultura, sentimento de pertença e vinculados ao território (GÓIS, 2015).
Nossa ação na UBS de Patacas e Araçás ocorreu em três estágios iniciais: mapeamento,
matriciamento e busca ativa. Primeiramente fizemos um mapeamento no CAPS geral da
população que reside nessas localidades, visando compreender as principais necessidades desses
usuários, após uma busca feita nos prontuários identificamos que muitos destes estavam à
procura do CAPS para renovação de receitas, com queixas diagnosticadas na maioria dos
prontuários com transtornos ansiosos e depressivos de nível leve a moderado, acarretando o
aumento da fila de espera por atendimento no CAPS geral. No segundo estágio da nossa ação
entramos em contato com a enfermeira chefe da UBS para uma intervenção coletiva de apoio
matricial visando compreender a lógica dos encaminhamentos indiscriminados.
O apoio matricial, segundo Chiaverine (2011), visa lançar um novo olhar para a lógica
tradicional no qual se baseia o sistema de saúde, por meio de ações mais horizontais, nesse
sentido almeja-se sair dos problemas hierarquizados na verticalidade como, por exemplo, as
transferências de responsabilidade, possíveis falhas de comunicação entre os serviços, o
surgimento das filas de espera e consequentemente uma perda de vínculo dos usuários com a
UBS local. Após uma reunião com a equipe matriciadora composta pela coordenadora
Municipal de saúde mental de Aquiraz, os coordenadores dos CAPS (geral, infantil e AD), a
equipe da ESF composta por médicos e enfermeiras da UBS, uma estagiária de psicologia e duas
alunas de estágio em práticas comunitárias da UNIFOR, onde todos foram ouvidos, ressaltou-se
a necessidade em pensar nas questões de diagnóstico, encaminhamentos e excesso de
medicalização da população.
Assim, a equipe da ESF revela o que sabe sobre os hábitos dos usuários do serviço,
informações sobre o contexto familiar dos mesmos, suas formas de viver em comunidade e sua
rede de apoio social ou pessoal. Deste modo, a equipe de matriciamento contribui com seus
conhecimentos sobre saúde mental, possíveis contribuições nesse sentido e o impacto que a
realização desse trabalho pode exercer positivamente na vida desses usuários (Ministério da
Saúde, 2011).
Nessa intervenção coletiva as questões que emergiram foram pautadas na
horizontalidade e dentro do campo das possibilidades fomos nos encaminhando para nossa
terceira fase de busca ativa, feita pela equipe da estratégia em saúde da família (ESF) em
parceria com os estagiários de psicologia sobre a supervisão e orientação da coordenadora do
CAPS geral. Em um segundo encontro matricial com a coordenadora do CAPS geral, a
enfermeira chefe da UBS e duas estagiárias de psicologia, foram definidas a criação de dois
grupos, com base nas abordagens individuais, no mapeamento dos usuários do CAPS e as
demandas espontâneas que surgiram na UBS.
Com relação à dinâmica de funcionamento dos grupos, ficou definido que um grupo
acontecerá de forma quinzenal com a facilitação de uma estagiária e co-facilitação dos
estudantes de psicologia comunitária, visando abranger a prevenção as violências contra o
feminino. O segundo grupo proposto acontecerá semanalmente e contará com a facilitação de
dois estagiários do CAPS geral. O grupo será desenvolvido para usuários que já realizaram
tratamento psicológico e/ou psiquiátrico para ansiedade ou ainda em tratamento, cadastrados na
UBS de Patacas e Araçás, que já foram ou seguem em tratamento no CAPS geral de Aquiraz.
Para Valladares (2004), a arteterapia, assim como outras terapias expressivas, facilitam a
criação de ambientes mais humanizados e integrados, podendo gerar, portanto, nos envolvidos
do grupo uma influência nos processos de aprendizagem e autoconhecimento. Zinker (2007),
afirma que a qualidade do trabalho com a arteterapia pode ser percebida na produção artística
elaborada no aqui e agora, possibilitando um maior envolvimento e propriedade dos integrantes
no processo de criação, potencializando o modo que os mesmos encontram de lidar com
questões internas.
O grupo será caracterizado na perspectiva da Gestalt-terapia temática grupal de curta
duração (Ribeiro, 1999), por incluir procedimentos condizentes com a proposta: homogeneidade
quanto ao tema, visando trabalhar as vivências com foco em questões emocionais. Com o
período uniforme de início no dia 5 de abril de 2023 possibilitando a formação de 4 encontros,
que acontecerão quinzenalmente as quartas-feiras pela manhã das 10h às 11:30h, finalizando dia
17 de março de 2023. Será utilizado um roteiro para nortear o encontro prático e a condução das
técnicas aplicadas em arteterapia. O público-alvo do grupo serão mulheres adultas na faixa etária
de 25 a 40 anos, em estado de codependência emocional, situações de risco e vulnerabilidades
psicossociais abrangendo a prevenção as violências contra o feminino.
Serpa/Telha
As ações na UBS de Serpa iniciaram-se com uma reunião com a enfermeira do local, para
levantamento de necessidades da população. A reunião foi composta da própria profissional e
duas estagiárias da Unifor, na qual destacaram-se as demandas de ansiedade, depressão, suicídio
em jovens e medicalização das pessoas. As estagiárias explicaram, então, a diferenciação do
público atendido no CAPs Geral, CAPs AD e CAPs Infantil e do encaminhamento de
determinados casos para estas localidades, chegou-se à atuação com os adultos cujos nomes
constavam na lista separada pelos profissionais do posto, para posteriormente inclui-los com
prioridade em atividades propostas pelas estagiárias.
Em subsequentes idas à UBS, foi observado que o público principal que busca atendimento
é composto por mulheres. Diante desse contexto, ficou decidido pela realização de salas de
espera.
O território da sala de espera é o lugar onde os clientes aguardam o
atendimento dos profissionais de saúde, comumente em unidades
básicas, mas também existe em outros espaços de atenção em saúde,
como nos hospitais públicos e privados. Percebemos que a sala de
espera é um território dinâmico, onde ocorre mobilização de diferentes
pessoas à espera de um atendimento de saúde (Teixeira; Veloso, 2006).
Na UBS da Chácara da Prainha, estão planejadas ações voltadas para a população desse
território, levando em consideração suas especificidades e territorialidades. Para esse
planejamento, foram realizados encontros com a equipe profissional da UBS e atendimentos
individuais com os usuários para o devido levantamento das demandas em Saúde Mental para as
necessidades desta população. Essas ações prévias foram fundamentais para chegarmos a um
projeto de grupo socioeducativo que esteja condizente com a realidade da comunidade.
A partir da reunião com a equipe de profissionais da UBS, a demanda levantada foi a
falta de engajamento da população nas ações de saúde. Foi trazida a pauta do hábito adquirido
pelos usuários, mais especificamente os de saúde mental, de apenas renovarem a receita dos
medicamentos sem um real interesse em um cuidado mais integral e contínuo. Segundo a equipe,
há uma tentativa de mudança de pensamento dos pacientes, mas os profissionais enfrentam
resistência. Assim, decidimos iniciar a chamada desses usuários de maneira individualizada para
uma escuta de acolhimento e, a partir daí, entendermos as principais demandas e intervirmos
corretamente de maneira coletiva e comunitária.
Desse modo, a equipe da UBS passou a agendar os usuários para um primeiro
atendimento de acolhimento de demanda individual. Esse momento durou quatro semanas e, a
partir dele, chegamos à ideia de criar um grupo de mulheres que vivem ou viveram momentos de
vulnerabilidade social. Chegamos a essa demanda a partir das escutas individuais cuja maioria
era composta por mulheres passando por diversos contextos de violência, sobretudo das
consequências da violência urbana que levaram seus filhos, netos, maridos, entre outro. É
perceptível na fala dessas mulheres o componente do luto e da violência dentro de seu
sofrimento psíquico.
Além disso, outra demanda trazida pelos próprios profissionais da UBS foi o cuidado em
Saúde Mental deles mesmos. Os trabalhadores da equipe solicitaram a possibilidade de fazermos
algum trabalho que melhore a saúde mental deles no ambiente de trabalho, o que nos levou a
montar um projeto de roda de conversa voltado para esses profissionais com a temática de
autocuidado em Saúde Mental.
Jenipapeiro/Ribeira
Tapera
A atuação das estagiárias de Psicologia na UBS da Tapera concerne em uma prática
contextualizada, orientada pelo compromisso ético-político do saber-fazer psicologia na RAPS,
pautada por uma lógica de territorialização da APS. A partir da análise das demandas e das
necessidades que serão identificadas no território, do matriciamento e do acolhimento e da escuta
dos sujeitos, pretende-se um plano de ação e intervenção de estratégias de cuidado à saúde
mental.
Ribeiro (2012) também atenta para o fato de que a triagem deve ser mais do que apenas
uma coleta de dados para subsidiar a construção de um encaminhamento, isto é, deve ser
entendida como um espaço privilegiado, onde junto com o paciente possa-se avaliar as reais
possibilidades de atendimento no serviço naquele momento e discutir-se alternativas de
atendimentos em outros locais.
O CAPS Geral de Aquiraz foi fundado em 2002 e trata-se de uma rede de atenção que
oferece serviços de psiquiatria, psicologia, assistência social, terapia ocupacional e enfermagem
contando com uma equipe multiprofissional com 7 psiquiatras, 4 psicólogos, 1 assistente social,
2 recepcionistas, 1 agente administrativo, 1 coordenadora (formada em enfermagem), 2
terapeutas ocupacionais, 1 técnica de enfermagem, 1 cozinheira, 2 auxiliares domésticos e 1
motorista.
O CAPS Geral Aquiraz não é um serviço de urgência e emergência, é um serviço
ambulatorial e conta como rede de apoio às unidades básicas de saúde, tais como os postos de
saúde, CRAS, CREAS, NASF, Hospital Geral do município e farmácia central (distribuição de
medicação psicotrópicos).
No tocante ao papel do psicólogo nessas redes, preocupa-se com a não alienação do
paciente no processo saúde-doença, não o excluindo do seu ambiente social e familiar, dando
importância a vida social no processo de recuperação do sujeito. Desse modo, a psicologia atua
focada na atenção, promoção, e prevenção de saúde, visando a melhoria da qualidade de vida e
não apenas focada na doença ( RODRIGUES, F. B. et al; 2017).
Já o CAPS infantil inclui as seguintes atividades: atendimento individual relacionados a
orientação, atendimento medicamentoso, psicoterápico, entre outros. Atendimento em grupos,
oficinas terapêuticas, visitas e atendimentos domiciliares, atendimento à família, englobando
atividades comunitárias com foco na integração da criança e dos adolescentes na família, na
escola. Cabe ao papel do psicólogo infantil do CAPS elaborar intervenções condizentes com o
contexto sócio-histórico e político-econômico em que se encontram os pacientes que procuram
os serviços do local.
O Núcleo de Atendimento Médico Especializado é um serviço que atende hoje em média 300
pacientes, no qual necessita do laudo médico ou em processo de hipótese diagnóstica,
oferecendo os serviços de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia.
O Psicólogo realiza atendimentos tanto de forma individual com pacientes com níveis de suporte
menores, e na estimulação precoce de forma conjunta com terapeuta ocupacional e
fonoaudiólogo para crianças de até 3 anos, realizando terapias voltada para o desenvolvimento,
sendo utilizadas alguns conceitos da Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Como a
estimulação do contato visual, o brincar estruturado, brincar compartilhado, pareamento de cores
e figuras.
O papel do psicólogo é analisar e criar planos de ação para modificar comportamentos
inadequados e substituir por outros considerados aceitáveis.
4. METODOLOGIA DO TRABALHO
Para contribuir ao avanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira, uma das estratégias que vêm
sendo direcionadas é a proposição da articulação entre os serviços de atenção básica e os de
saúde mental. (RODRIGUES. MOREIRA. 2012. pág.1). Com isso, através do apoio matricial
visamos promover e problematizar questões em torno da saúde mental e ações em saúde com o
apoio de uma equipe implicada em promover bem-estar. Rodrigues e Moreira (2012) colocam
que as conquistas dessa aproximação podem inferir positivamente na vida da comunidade e
trazer benefícios tanto para a prática dos profissionais quanto para os usuários.
De acordo Lara e Monteiro (2014) a cartilha do Programa Nacional de Humanização, o PTS
é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou
coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar e praticado em conjunto
com o usuário e familiares. Sinteticamente, como etapas desse projeto, incluem-se: o
diagnóstico, a definição conjunta de metas, a divisão de responsabilidades e a reavaliação.
Teremos dois eixos principais de atuação no CAPS, sendo o primeiro uma abordagem
na perspectiva individual, atendendo a uma grande demanda do CAPS da lista de espera para
atendimentos para adultos, e ainda dentro da abordagem individual faremos triagens. No
segundo eixo teremos uma abordagem grupal, a realização de grupos operativos com os
pacientes que demonstraram ter demandas dentro do contexto de gênero e sexualidade (Projeto
Transparescer); com demandas relativas à necessidade de autochecimento e bem-estar (Projeto
Florescer) e com demandas relativas ao universo feminino (Projeto Girassóis). Iniciaremos a
atuação no estágio levando em conta os estudos e a literatura para a fundamentação teórica,
daí então seguiremos com a atuação prática. Primeiramente fazendo a captação dos
participantes do grupo através de convite pessoal às pessoas atendidas no CAPS Geral, que
tenham interesse nas temáticas a serem trabalhadas através de leitura de prontuário e a
divulgação dos Grupos dentro do próprio Caps Aquiraz, sendo divulgados cartazes na
instituição. Em seguida, realizaremos entrevistas iniciais e de ajuda com os participantes do
grupo, bem como a realização do grupo operativo de modo quinzenal.
Como trata-se de um grupo operativo que tem como objetivo proporcionar aos seus
participantes um espaço propício ao processo de aprendizagem, faz-se necessário uma tarefa
explícita, que no caso seria a aprendizagem; que demonstra o modo como cada integrante do
grupo irá vivenciar o grupo e o seu enquadre, que é composto por: duração das sessões, local,
papel do coordenador, observador, participantes do grupo (BASTOS, 2010). Para a realização do
grupo precisa ocorrer três momentos durante o encontro, sendo eles: a pré-tarefa, tarefa e projeto.
- A pré-tarefa é marcada pela resistência à inicialização da tarefa tendo em vista que é um
processo que pode produzir medos e inseguranças;
- A tarefa é o momento em que o grupo tem a possibilidade de elaborar os medos e
ansiedades que podem ter sido produzidos pelo novo;
- Para ocorrer o projeto, que é o momento destinado ao planejamento e execução dos
objetivos propostos (ZIMERMAN; OSORIO, 1997).
É importante destacar que, a partir das entrevistas e das leituras de prontuários iremos
investigar as temáticas de interesse dos participantes do grupo, construindo o levantamento de
necessidades dos usuários, bem como, construindo com os participantes um lugar de trocas de
experiência. É importante ressaltar que as informações e dados coletados serão divulgados
exclusivamente dentro do contexto acadêmico.
5. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Realização X X X X X
de
supervisões
Realização de X X
levantamento de
necessidades
Realização de X X X X
atendimentos individuais
Realização de Grupos X X X
Formação continuada X X
Reuniões de planejamento X X X X X
das atividades
Elaboração de X X X X X
material
socioeducativo
5.2. NAME
Realizar X X
atendimentos de
cunho
socioeducativo
com pacientes
junto a família.
Grupo de cuidadores X X
dentro da UBS
Grupo com profissionais X X
do dispositivo.
Captação de paciente no X X X
hospital
Estudo de caso com a X X
equipe dos pacientes que
estão no dispositivo
REFERÊNCIAS
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