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5 Transformadores

´ Transformadores (ou “Trafos”, na gíria da Engenharia Elétrica


brasileira) são circuitos elétricos que transferem energia
eletromagnética entre dois ou mais circuitos por meio de
indução eletromagnética, possibilitando o aumento ou a
redução de tensão.
´ Faraday descobriu o princípio da indução de pulsos de tensão
entre dois enrolamentos em 1830. Contudo, ele não percebeu
que havia uma relação entre o número de espiras do primário
e do secundário e as tensões do primário e do secundário,
respectivamente.
´ Um dos primeiros pesquisadores a perceber a relação entre
espiras e tensões foi o irlandês Nicholas Callan (1799-1864). Em
1837, usando um relógio para interromper a corrente 20 vezes
por segundo, Callan, produziu faíscas de 380mm, uma tensão
estimada de 60kV.

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6 Aplicações dos Transformadores

´ Adequar os níveis de tensão em sistemas de geração, transmissão e


distribuição de energia elétrica.
´ Isolar eletricamente o circuito de potência principal dos sistemas de
proteção, medição e controle.
´ Realizar casamentos de impedância, maximizando a transferência de
potência entre dois circuitos.
´ Evitar a transferência de corrente contínua de um circuito para o outro.
´ Alimentar equipamentos de baixa tensão a partir de tomadas de média
tensão (380/220/110 V).
´ Realizar medições de tensão e corrente.

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7 Alguns Tipos de Transformadores

Figura (2.1)

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Transformadores de
Força
´ São transformadores para geração,
transmissão e distribuição de energia
em concessionárias e subestações de
grandes indústrias, incluindo aplicações
especiais como fornos de indução,
fornos a arco e retificadores.
´ Potência: 5 MVA a 300 MVA.
´ Tensões: as tensões mais comuns no
Brasil vão de 230 kV a 500 kV. Uma
exceção é uma das linhas AC da UHE
Itaipu, que transmite em 750 kV.
Fonte: WEG

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9 Transformadores de
Distribuição
´ São transformadores para distribuição
de energia ao consumidor final
(concessionárias de energia,
cooperativas, instaladoras e empresas
de modo geral).
´ Potência: 30 kVA a 300 kVA.
´ Alta tensão: 13,8 kV a 25 kV.
´ Baixa tensão: 380/220 V ou 220/127 V.

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Autotransformadores

´ São transformadores cujos enrolamentos, além de


acoplados magneticamente, são também aco-
plados eletricamente.
´ Se o isolamento elétrico não for necessário e se, além
disso, tensões variáveis forem necessárias, o auto-
transformador é o mais indicado.
´ Por causa do acoplamento elétrico, o rendimento e a
regulação do autotransformador são maiores.
´ Um autotransformador de baixa potência bastante
conhecido é o Varivolt.

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Autotransformadores
de Potência
´ Autotransformadores trifásicos podem operar
em potências que vão até algumas centenas
de kVA. A grande vantagem é o tap variável,
que per-mite o controle de tensão sob carga
variável.
´ Exemplos desse tipo de transformador
encontram-se na subestação de 765/500/345
kV Tijuco Preto e na subestação de 500/345 kV
de Ibiúna, ambas pertencentes a Furnas.
´ O autotransformador da fotografia ao lado foi
construído pela Ningbo Tianan Group, uma
empresa chinesa. Fonte: Ningbo Tianan Group, China

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12 Transformadores de Potencial (TPs)
´ Os TPs são transformadores de medição de
alta tensão usados em conjunto com os TCs.
São conectados em paralelo com o circuito
medido, interferindo minimamente no
funcionamento deste.
´ O primário do TP é conectado ao circuito de
alta tensão a ser medido e o secundário é
conectado a um voltímetro.
´ A razão entre a tensão do primário e a
tensão do secundário é uma constante
denominada “razão de transformação” e é
determinada pelo fabricante.

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13 Transformadores de Corrente
(TCs)
´ TCs de alta tensão são usados em subestações para
medição de corrente e proteção.
´ Também existem TCs de baixa tensão, usados para
monitoramento do consumo de energia em residências
e outras instalações do mesmo tipo.
´ O primário dos TCs é geralmente um só condutor e o
secundário é um bobina envolvente.
´ Amperímetros do tipo alicate, que permitem a medição
de correntes sem interrupção do circuito, também
operam com base nesse princípio.

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Transformadores de Pulso

´ Enquanto os transformadores convencionais


operam com ondas senoidais, os transformadores
de pulso operam com ondas descontínuas, e.g.,
ondas quadradas.
´ A principal característica destes transformadores é
reproduzir o mais adequadamente possível em seu
secundário o sinal injetado no primário, o que
requer elevada permeabilidade e indutância de
dispersão reduzida, assim como capacitância entre
espiras.
´ De modo a evitar a distorção dos pulsos, estes
transformadores operam somente na região linear
da curva de magnetização.

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Transformadores de
Pulso de Alta Potência
´ Transformadores de pulso são também
usados na área de alta potência e alta
frequência.
´ Estes transformadores podem usados
para acoplar a saída de geradores AC
com a entrada de retificadores, por
exemplo. Outras aplicações envolvem
aceleradores de partículas e a geração
de pulsos para radar.
´ A fotografia ao lado mostra um
transformador de pulso de 12,5 MVA
para uso em 33 kV. Fonte: Tianan China

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16 Transformadores de
Áudio (AF)
´ Os transformadores de áudio operam em
banda larga, em frequências que vão de
20Hz até 20kHz, e são usados para
adequar a saída de alta impedância dos
amplificadores de áudio com a entrada
de baixa impedância dos alto falantes.
´ Esses transformadores foram essenciais na
época dos amplificadores valvulados, mas
ainda são produzidos para uma série de
funções, como no caso de amplificadores
que devem alimentar simultaneamente
dois ou mais alto falantes de impedâncias
diferentes, por exemplo.

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Transformadores de Alta Frequência (RF)
´ As aplicações de transformadores de RF incluem o
casamento de impedâncias, o isolamento de compo-
nentes DC de sinais AC e o interfaceamento entre
circuitos balanceados e circuitos desbalanceados, como
no caso de amplificadores de alta frequência.
´ O núcleo destes transformadores não pode ser o aço
silício, por causa da permeabilidade reduzida deste
material em frequências elevadas. Materiais como ferrite,
permalloy ou SMC (Soft Magnetic Composite) são então
utilizados.
´ Os transformadores de RF são de banda larga, como os Fonte: BCE
transformadores de áudio, mas, ao contrário destes, componentes
podem operar em frequências que vão de alguns kHz eletrônicos
até mais de 1,0 GHz.

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Sumário
18
O Transformador Ideal
O Transformador Ideal

´ Um transformador ideal é aquele


que não apresenta perdas no
cobre, no ferro, dispersão de
fluxo ou quaisquer outros tipos
de perdas.
´ Um transformador é ilustrado ao
lado, com uma fonte AC
colocada no primário e uma
carga no secundário.
´ As grandezas indicadas por 1
pertencem ao primário e as
indicadas por 2 pertencem ao
secundário.
Figura (2.2)

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Sumário
20 Notação
´ A notação que iremos utilizar daqui em diante é a seguinte:

•, : valores instantâneos.
!, #: valores eficazes.
!" , #" : valores máximos.

!,̇ #:̇ fasores.

´ Supondo que uma forma de onda seja senoidal de frequência w rad/s,


podemos escrever, por exemplo:

• = !%&' () + * ,

onde q é um ângulo de defasamento medido a partir de uma referência.

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20 Fluxo Concatenado
´ O fluxo magnético que atravessa uma espira é conhecido como fluxo
concatenado com a espira (linkage flux). No caso de um enrolamento
formado por N espiras o fluxo concatenado pode ser escrito como:
$

•= %!
!"#

´ Na relação acima devemos considerar que o fluxo concatenado com


cada espira é levemente diferente do fluxo da espira vizinha e é muito
difícil estimar essa distribuição de fluxos.
´ Assim, na prática é mais comum usarmos a noção de fluxo concatenado
equivalente:
• = &% (2.1)

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21 Fluxos de Dispersão

´ O fluxo total em um enrolamento i pode ser escrito como:

%! = %'! + % (2.2)

´ Aqui fdi é o fluxo de dispersão do enrolamento i e o fluxo f pode ser


entendido como o fluxo mútuo entre os dois enrolamentos.
´ O fluxo de dispersão é pequeno quando comparado com o fluxo mútuo,
não mais de 7%.
´ O fluxo de dispersão não satura, de forma que este fluxo em um dado
enrolamento é proporcional à corrente neste enrolamento.

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22 Equacionamento do Trafo Ideal (1)

´ Os valores instantâneos de fems e fluxos mútuos são escritos em função da


Lei de Faraday:

)%# )%,
(# = &# e (, = &,
)* )*

´ No transformador ideal os fluxos dispersos no primário e no secundário são


desprezíveis. Logo, teremos f1 = f2 = f. Assim:

)% )% (# (,
(# = &# e (, = &, ou =
)* )* &# &,

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23 Equacionamento do Trafo Ideal (2)

´ Supondo ainda que as fems sejam funções suaves do tempo, como


funções senoidais, a relação valerá também para os valores eficazes:

ou -# &#
= =. (2.3)
-, &,

onde k é denominada “relação de espiras” ou “relação de transformação”.

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24 Equacionamento do Trafo Ideal (3)

´ Em qualquer transformador temos que:

/# = -# 0# e /, = -, 0,

´ No transformador ideal (sem perdas), vale também que:

/# = /, ou -# 0# = -, 0,

´ Substituindo esta relação em (2.3), teremos que

-# 0,
= =. (2.4)
-, 0#

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26 Equacionamento do Trafo Ideal (4)

´ Unindo as relações (2.3) e (2.4) vem que

-# &# 0,
= = =. (2.5)
-, &, 0#

´ Da relação (2.3) vem também que:

&# 0# = &, 0, ou ℱ• = ℱ! (2.6)

´ Da relação (2.6) fica claro que a fmm e o fluxo magnético dentro do núcleo do
transformador ideal são nulos. Isso ocorre por causa da Lei de Lenz, que produz
uma fem com sinal inverso ao do fluxo original (força contra-eletromotriz).

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28 A Convenção do Ponto
´ Testes de polaridade permitem
determinar em qual terminal do
secundário será induzida uma tensão
positiva a partir de uma tensão positiva
aplicada em um terminal do primário.
´ Na notação de circuitos os pontos são
colocados nos terminas das bobinas
que tenham tensão positiva. Isso signi-
fica que um fluxo mútuo variável atra-
vés das duas bobinas produz tensões Figura (2.3)
induzidas em fase:

#̇• = #̇ !

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29
O Transformador Real
Transformadores Elevadores 29

´ As relações (2.3) e (2.4) permitem entender porque é


necessário elevar as tensões antes de transmitir a po-
tência a longas distâncias. Seja, por exemplo, uma
subestação cujos dados básicos são os seguintes:
´ Gerador: 440 MVA, 13,8 kV.
´ Transformador: 13,8 kV/230 kV.
´ Resistência da Linha de transmissão: RTX=10 W.
´ As perdas ôhmicas na linha de transmissão são P=RTXI2

Sumário
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30 Resultados

´ O fator de transformação é k=13,8 kV/230 kV=0,06.


´ A corrente no primário é $• = &⁄ 3'• = 400 × 10( / 3 × 13,8 =16.735 A
´ Os demais resultados são mostrados na tabela abaixo.

Tipo I1 (A) I2 (A) Perdas (MW) Perdas (%)


Com 16.735 1.004 10,1 2,5%
transformador
Sem 16.735 16.735 2.800 700%
transformador

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31 Conclusão

´ Para manter as perdas em 2,5%, sem


usar transformador, seria necessário um
condutor com diâmetro 600 vezes maior
do que os utilizados.
´ O uso dos transformadores, que só é
possível em corrente alternada, permite
reduzir as perdas.
´ Quando a linha de transmissão chega à
subestação de destino, transformadores
abaixadores fazem a operação inversa,
reduzindo as tensões a valores utilizáveis.

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Sistema de Geração, Transmissão e Distribuição

´ Um sistema de geração,
transmissão e distribuição de
energia elétrica é mostrado ao
lado.
´ Note que, no desenho, um
consumidor industrial é atendido
diretamente da linha de distribui-
ção, talvez 13,8 kV, 34,5 kV ou 69
kV.
´ Alguns poucos consumidores no
Brasil são atendidos diretamente
da transmissão, em 230 kV, por
exemplo.

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Sumário
33 Perdas no Transformador Real
´ As perdas no transformador real são classificadas da seguinte forma:
´ Perdas sob carga (PL)
´ Perdas no cobre (PCu)
´ Perdas suplementares (Psup)

´ Perdas a vazio (Pf)


´ Perdas no Ferro ou no núcleo (“core”) (PC)
´ Perdas nos dielétricos (Pdi)

´ As perdas suplementares e nos dielétricos são muito menores do que


as perdas no cobre e no ferro, respectivamente, e são usualmente
desprezadas.

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34 Perdas no Cobre

´ Sendo Ne o número total de enrolamentos de um


transformador e ri a resistência elétrica de cada um
deles, as perdas totais no cobre (também
denominadas “perdas ôhmicas”) serão:

&'

• ! = " (# )#* (2.7)


#$%

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1
35 Perdas por Histerese

´ As perdas por histerese surgem da energia absorvida pelo núcleo de


ferro para percorrer os laços de histerese.
´ Sendo Bm a indução magnética de pico e f a frequência de operação,
as perdas por histerese podem ser escritas como:

1
•+ = ,- ./0 (2.8)

onde x (o expoente de Steinmetz) e kh são parâmetros que devem ser


determinados experimentalmente.

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36 Perdas por Correntes de Foucault

´ As perdas por Foucault surgem das correntes induzidas no núcleo de ferro,


também denominadas “correntes parasitas”. Sendo s a condutividade do
núcleo, d a espessura das lâminas do núcleo, Bm a indução magnética de
pico e f a frequência de operação, as perdas por Foucault serão:

(2.9)
3*4 * * *
•2 = . 5 /0
6

´ Note que as perdas por Foucault são diretamente proporcionais a s2 e a


d2. Logo, quanto mais finas e menos condutivas forem as lâminas, menores
serão as perdas por Foucault.

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37 Perdas no Ferro

´ Na prática as perdas por Foucault e por histerese não


são medidas separadamente. De fato, a maneira mais
fácil de determinar tais perdas é por meio do ensaio a
vazio, que resulta nas perdas no ferro:

• = •7 + •2 (2.10)

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Sumário
38 Reatâncias do Transformador (1)

´ Como mostra a anterior, o fluxo total do transformador divide-se em três


componentes: o fluxo mútuo entre o primário e o secundário, o fluxo
disperso no primário e o fluxo disperso no secundário.
´ É possível representar os fluxos por meio de reatâncias. Inicialmente,
sabemos que:
<#*
9# = :;# = : ,

onde “i” é o índice do enrolamento em questão.


´ Da Lei de Hopkinson, temos:

<#* <#*
9# = : ou 9# = : B (2.11)
ℱ# ⁄B# ℱ# #

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39 Reatâncias do Transformador (2)

´ As reatâncias de dispersão do transformador correspondem à potência


fornecida pela fonte de alimentação, mas que não estão disponíveis para
realizar o processo de transformação.
´ Da mesma forma, o fluxo mútuo, ou fluxo de magnetização, pode ser
escrito em função de uma reatância de magnetização:

<*
90 =: B (2.12)
ℱ0 0

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40 Circuito Equivalente do Transformador Real

´ A terminologia completa de impedâncias e correntes que usaremos é a


seguinte:
(% = resistência ôhmica do primário (Ω).
(* = resistência ôhmica do secundário Ω .
( = resistência de perdas no ferro Ω .
9% = reatância de dispersão do primário Ω .
9* = reatância de dispersão do secundário Ω .
90 = reatância de magnetização Ω .
)% = corrente do primário A .
! = corrente do secundário A .
" = corrente de excitação A .
# = corrente de perdas no ferro A .
$ = corrente de magnetização A .
# = corrente de perdas no ferro A .

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41 Magnetização do Núcleo
´ Considerando que o fluxo concatenado seja um função senoidal do
tempo de frequência w rad/s, podemos escrever:

% = %$&' ()*ω,

´ A tensão induzida no primário será:


0%
)- = /- ou )- = 1/- %$&' 23(1, = 256/- %$&' 23(1,
0,
´ Calculando o valor eficaz da tensão, teremos:

25 ou 8
7- = 6/- %$&' %$&' = (2.13)
2 5 26/-

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42 Equivalente do Transformador Real (1)
´ O circuito equivalente do transformador real é inicialmente construído
adicionando-se as resistências dos condutores e as reatâncias de
dispersão ao circuito do transformador ideal.

FFigura (2.4)

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44 Ramo de Excitação

´ Os efeitos de excitação do núcleo


precisam ser agora incluídos.
´ Charles P. Steinmetz (1865-1923)
representou a excitação dividindo-a
em duas partes: magnetização e
perdas no núcleo.
´ O fluxo de magnetização fm, é
produzido pela corrente de
magnetização Im e as perdas no ferro
são produzidas pela corrente Ic.
´ O ramo de excitação é representado
Figura (2.5)
ao lado.

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44 Equivalente do Transformador Real (2)
´ O equivalente do transformador real é finalizado adicionando-se o ramo
de excitação
ç ao equivalente
q anterior.

Figura (2.6)

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45 Equacionamento do Trafo Real

-
̇ = "̇ + -;̇ (2.14) 8- !
C$ = (2.19)
@$

"
̇ = $̇ + <̇ (2.15)
C$ = @$ ! (2.20)
$
!
8-
B< = (2.16) ! !
>< B#E = >- - + >! ! (2.21)

! (2.17)
B< = >< < 7-̇ = 8-̇ + -̇ >- + ?@- (2.22)

8-̇ = D8!̇ (2.18) 8!̇ = 7!̇ + !̇ >! + ?@! (2.23)

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Diagrama Fasorial a Vazio (1)

´ Sabendo que o fluxo e as fems estão


defasados de 90°, o diagrama ao lado
pode ser construído.
´ Note que o fluxo de magnetização é
tratado como um fasor, embora seja a
rigor um escalar (lembremos da Lei de
Gauss do magnetismo).
´ Esse tipo de “vetorização” ou “fasorização”
do fluxo magnético será útil em varias
oportunidades.
´ Note que, no momento, por facilidade, as
fems do primário e do secundário estão
representadas em oposição de fase. Figura (2.7)

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Sumário
Diagrama Fasorial a Vazio (2)
´ Quando a vazio, a relação (2.22)
se torna:

7-̇ = 8-̇ + "̇ >- + ?@-

´ O diagrama ao lado ilustra todos


os fasores do transformador
monofásico a vazio.
´ Note que, neste caso, a corrente
que passa pela resistência do
primário é apenas a corrente de
excitação.
Figura (2.8)

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Sumário
Diagrama Fasorial Sob Carga (1)
´ Supondo um transformador alimentando carga indutiva, o diagrama fasorial é
construído a partir da equação (2.22).

Figura ((2.9)

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Sumário
Diagrama Fasorial Sob Carga (2)
´ O diagrama fasorial completo, com as grandezas do secundário incluídas, é mostrado
abaixo.

Figura ((2.10)

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Sumário
50 Transferência de Impedância
´ Lembrando das relações de transformação (relação 2.5), podemos
escrever:
!
7- = 7! D e - =
D

´ Uma impedância Z2 no secundário pode ser escrita em função de uma


impedância Z1 no primário:

7- D7! 7!
F- = = = D! ou F- = D ! F! (2.24)
- ! /D !

´ A relação (2.24) é denominada transferência de impedância e significa


que uma impedância do secundário pode ser “vista” do primário desde
que multiplicada por k2.

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51 Equivalente “T” Referido ao Primário
´ O circuito equivalente referido ao primário, também denominado
Equivalente T, pode ser agora construído tomando-se como base a
transferência de impedância.

FFigura (2.11)

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52 Equacionamento do Equivalente “T”
Referido ao Primário
´ Algumas relações no circuito referido ao primário podem ser simplificadas
em relação ao circuito completo, conforme abaixo:

̇ ! !
! B#E = >- - + >! ! (2.28)
-
̇ = "̇ + (2.25)
D

8!
C$ = (2.26) 8̇ = D7̇ ! + !̇ D>! + ?D@! (2.29)
@$

8!
B< = (2.27) 7-̇ = 8̇ + -̇ >- + ?@- (2.30)
><

´ As demais relações permanecem as mesmas.

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Diagrama Fasorial do Equivalente “T” – Carga
Indutiva
´ O diagrama fasorial do Equivalente T é igual ao diagrama do circuito completo, desde
que façamos E1 = E2 = E. Por facilidade de visualização, vamos remover os fasores-
corrente do ramo de excitação e agrupar os demais fasores do lado direito.

Figura (2.12)
Figu

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Sumário
Diagrama Fasorial do Equivalente “T” – Carga
Capacitiva
a ga capac
´ No caso de carga capacitiva
a a co
corrente
e e do secu
secundário
dá o se adianta
ad a a em
e relação à
tensão do secundário.
undário.

Figura (2.13)

54 Prof. Alvaro Augusto


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Sumário
55 Equivalente “T” Referido ao Secundário
´ Um Equivalente “T” referido ao secundário também pode ser construído.

Figura (2.14)

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56 Equivalente Simplificado Ref. Primário (1)
´ Em algumas situações a corrente de excitação é muito pequena em
comparação com a corrente do primário. O ramo de excitação pode
então ser posicionado em paralelo com a fonte de alimentação.
´ Por conveniência duas variáveis são definidas:

• ! = •" + # $ •$ (2.31)

% ! = %" + # $ %$ (2.32)

´ O circuito equivalente simplificado referido ao primário, também


denominado Circuito L, é mostrado na página seguinte.

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57 Equivalente Simplificado Ref. Primário (2)

Figura (2.15)

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58 Equacionamento do Equivalente “L”
´ Algumas relações podem ser ainda mais simplificadas:

'$̇ )"$
'"̇ = '(̇ + (2.33) /0 = (2.35)
# •0

)"$ $
12 = (2.34) '$
%2 /34 = • ! (2.36)
#


)"̇ = #)$̇ + -, • ! + .% ! (2.37)

´ As demais relações permanecem as mesmas.

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59 Exemplo 2.1 (1)
´ Um transformador monofásico de 100 kVA, 8.000/320 V tem os seguintes
parâmetros de circuito equivalente: r1=5.0 W; r2=0,0075 W; x1=6,0 W; x2=0,009
W; rc=50 kW; xm=10 kW. Os parâmetros em série estão referidos aos seus
próprios lados e os parâmetros em paralelo estão referidos ao lado de alta.
O transformador opera com fator de potência 0,9 indutivo. Considerando
V2=320 V, tomado como referência, calcule as perdas no ferro e a
potência de magnetização usando o circuito: a)equivalente “T”; b)
equivalente “L”.
´ Para o equivalente “T”:

5 100.000
'$̇ = . exp −89:; <> = . exp −25,84 = 312,5. exp(−25,84)
)$ 320

İ = #)̇$ + '$̇ #•$ + .#%$ = 25 × 320 + 312,5. exp(−25,84) × 0,005 + .0,006

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60 Exemplo 2.1 (2)
İ = 8.055,61. exp(0,179)

´ Perdas no ferro:

I$ 8.055,61 $
/0 = = /0 = 1.297,86 M
•0 50.000

´ Potência de magnetização:
$
I$ 8.055,61
12 = = 12 = 6.489,28 var
%2 10.000

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61 Exemplo 2.1 (3)
´ Para o equivalente “L”:

• ! = •" + # $ •$ = 9,69 Ω % ! = %" + # $ %$ = 11,63 Ω

´ Tensão de entrada para 320V na saída:


̇
* O"$,P
)"̇ = #)$̇ + , • ! + .%
- ! = 25 × 320 + . exp(−.25,84) × 9,69 + .11,63
$P

)"̇ = 8.172,80. exp .0,547 ) .

´ As perdas no ferro e potência de magnetização podem ser calculadas


como antes, com V1 no lugar de E.
O erro entre os cálculos
/0 = 1.335,89 M 12 = 6.679,47 var com os dois equivalentes
é 2,85%.

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Equivalente Simplificado Referido ao
Primário sem Ramo de Excitação

´ Em algumas aplicações o
ramo de excitação pode
ser totalmente desprezado
sem grandes prejuízo aos
cálculos.
´ Um circuito sem ramo de
excitação, referido ao
primário, é mostrado ao
lado.

Figura (2.16)

62 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário


Sumário
63 Equacionamento do Equivalente
Simplificado
´ Algumas relações bastante simplificadas:

'$̇ )"$
'"̇ = '(̇ + (2.33) /0 = (2.35)
# •0

)"$ $
12 = (2.34) '$
%2 /34 = • ! (2.36)
#


)"̇ = #)$̇ + -, • ! + .% ! (2.37)

´ As demais relações permanecem as mesmas.

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64 Laboratório: Ensaio a Vazio
´ O objetivo do ensaio a vazio é determinar o valor dos parâmetros
do ramo de excitação. Deve-se deixar o lado de alta tensão a
vazio, alimentar o lado de baixa com tensão nominal e medir
corrente e potência, conforme abaixo.

Figura (2.17)

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65 Equivalente a Vazio
´ A vazio podemos usar o equivalente L e desconsiderar o ramo série,
pois a corrente circulando por ele é desprezível, conforme mostrado
abaixo.
aixo.

Figura (2.18)

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66 Cálculo dos Parâmetros a Vazio
´ Tendo-se medido V0, P0 e I0, os parâmetros do ramo de excitação podem
ser determinados conforme se segue, referidos ao lado de baixa tensão.

ou
!"
(2.38)
• = !"
#$ #$ (%) =

´ Da mesma forma:

,
!"
ou
!" '* =
& = &
'*

!"
ou, ainda: (2.39)
'* (%) =
! " + " − •"

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67 Laboratório: Ensaio em Curto-Circuito
´ O objetivo do ensaio em curto é determinar o valor dos parâmetros do
ramo em série. Devemos deixar o lado de baixa tensão em curto e
alimentar o lado de alta, de modo que circule corrente nominal. A
seguir medimos tensão e potência, conforme abaixo.

Figura (2.19)

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68 Equivalente em Curto
´ Em curto podemos desconsiderar o ramo em paralelo, pois a corrente
circulando por ele é desprezível, conforme mostrado abaixo.

Figura (2.20)

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69 Cálculo dos Parâmetros em Curto

´ Tendo-se medido Vcc, Pcc e Icc, os parâmetros do ramo de excitação podem


ser determinados conforme se segue, referidos ao lado de alta.

" ou (2.40)
•$$
•$$ = #-. +$$ #-. (/) = "
+$$

´ Da mesma forma:
, " "
&$$ = "
'-. +$$ ou '-. (/) =
!$$" +$$ − •$$
(2.41)
"
+$$

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70 Cálculo dos Parâmetros em Curto

´ Para facilitar os cálculos é interessante converter os parâmetros para o


mesmo lado. Por exemplo, convertendo os parâmetros em série para o
lado de baixa tensão, teremos:

#-. (%) = 0 " #-. (/) (2.42) '-. (%) = 0 " '-. (/) (2.43)

´ Os parâmetros do circuito T podem ser estimados da seguinte forma:

#1 % = #" % = 0,5 × #-. (%) (2.44) '1 % = '" % = 0,5 × '-. (%) (2.45)

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71 Rendimento do Transformador (1)
´ O rendimento de qualquer máquina é a relação entre a potência de
saída e a potência de entrada. Definindo:

•4 = potência de entrada.
•6 = potencia de saída.
•$ = perdas no ferro.
•891 = perdas no cobre do primário.
•89" = perdas no cobre do secundário.

´ O rendimento pode ser escrito como:

ou (2.46)
•6 •6
:= :=
•4 •6 + •891 + •89" + •$

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Rendimento do
Transformador (2)

´ A curva do rendimento em
função da carga é mostrado
ao lado, com parâmetros
ilustrativos.
´ Podemos perceber que o
rendimento é pequeno até um
certo nível de carga, tornando-
se máximo em um ponto ótimo
e decaindo um pouco a seguir.
Esse é um dos problemas dos
transformadores operando
com carga reduzida.
Figura (2.21)

72 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário


Sumário
73 Rendimento Máximo
´ O rendimento máximo ocorrerá quando a derivada do rendimento em
relação à corrente for nula. Utilizando o Circuito L, podemos escrever:

!+<>?@ − #-. + " − •$


:=
!+<>?@

A: + !<>?@ − 2+#-. − !+<>?@ − + " #-. − •$


= =0
A+ !+<>?@ "

#-. + " = •$ ou •89 = •$ (2.47)

´ Assim, o rendimento é máximo para a carga na qual as perdas no ferro


igualam as perdas no cobre. Este fenômeno pode ser facilmente
observado no gráfico anterior.

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74 Regulação de Tensão
´ A regulação de tensão é uma medida da variação da tensão do
secundário provocadas por variações na carga. Sendo V2(0) a tensão do
secundário a vazio e V2(L) a tensão do secundário sob carga, podemos
escrever:

E
(2.48)
!" − !"
C= D
!"
FG H$6IJK

´ A regulação percentual pode ser escrita como:

E
(2.49)
!" − !"
C(%) = 100 × D
!"
FG H$6IJK

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75 Exemplo 2.2 – Regulação Positiva (1)
´ Vamos usar o Equivalente L para calcular inicialmente um circuito com
regulação positiva. Seja um transformador de 10 kVA, 2.400/240 V, r1=3,0 W;
r2=0,03 W; x1=15,0 W; x2=0,15 W. O fator de potência inicialmente é 0,8
indutivo.

= 10
2.400
2400
0=

´ A impedância referida ao primário é:

!̇ "# $ = %$ + & ' %' + ( )$ + & ' )' = 3,0 + 3,0 + ( 15,0 + 15,0

!̇ "# $ = 6,0 + (30,0 = 30,59. exp((78,7) Ω

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76 Exemplo 2.2 – Regulação Positiva (2)
´ Agora calculamos a corrente:
; 10.000
:'̇ = . exp −?@AB CD = . exp −36,87 = 41,7. exp(−36,87)
<' 240
´ A tensão do secundário para V1=2.400 será:

:'̇ 41,7
&<̇' = <$̇ − !̇ "# $ = 2.400 − 30,59 × × exp 78,7 − 36,87
& 10

<̇' = 230,67. exp −2,11

<' F− <'(G) 240 − 230,67


E= = = 0,0389 ∴ E % = +3,89%
<' F 240

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77 Exemplo 2.3 – Regulação Negativa (1)
´ Seja agora um caso de fator de potência 0,8 adiantado. A corrente será:

:'̇ = 41,7. exp(+36,87)

´ A tensão do secundário para V1=2.400 será:

41,7
&<̇' = 2.400 − 30,59 × × exp 78,7 + 36,87 = 230,69. exp( 115,57)
10

<̇' = 245,77. exp −2,68

<' F− <'(G) 240 − 245,77


E= = = −0,024 ∴ E % = −2,4%
<' F 240

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Curvas de
Regulação
´ A figura ao lado mostra as
curvas de regulação para
três fatores de potência,
com a potência do
transformador variando de
zero até o valor nominal.

Figura (2.22)

78 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário


Sumário
79
O Autotransformador
80 Autotransformadores
´ Um autotransformador tem apenas um
enrolamento, conforme mostrado ao
lado. A formação do primário e do
secundário é feita por meio de um tap,
o que faz o autotransformador ser
acoplado eletricamente, além de
magneticamente.
´ O tap pode ser fixo, deslizante ou
selecionável por meio de contatos,
permitindo a obtenção de diversos
níveis de tensão.
´ Da mesma forma que corre com os
transformadores comuns, os
autotransformadores podem ser
abaixadores ou elevadores. Figura (2.23)

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81 Definição das Variáveis

JK = número de espiras do enrola − )$ = tensão nominal do enrola −


mento série. mento série (V).
JL = número de espiras do enrola − &$ = corrente do enrolamento
mento comum. série (A).
JM = JK + JL = número total -/ = )$ &$ = potência nominal do
de espiras do autotrafo. transformador antes de ser
ℱ! = "## total Ae . conectado como autotrafo VA .
ℱ$ = "## do enrolamento série Ae . -%012 = potência conduzida VA .
ℱ% = "## do enrolamento comum Ae . -3451$ = potência transformada VA .
&'( = corrente de excitação A . -61 = potência de entrada VA .
)% = tensão do enrolamento comum (V). -073 = potência de saída VA .
&% = corrente do enrolamento
comum (A).

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82 Autotransformador Elevador

Figura (2.24)

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83 Autotransformador Abaixador

Figura (2.25)

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84 Equacionamento do Autotransformador
&'( ≅ 0 (2.50) ): &8 1
= => (2.56) -%012 = )8 &8 1 − (2.63)
)8 &: >
&8 = &$ + &% (2.51)
)% = )8 (2.57) ?$
&: = &$ (2.52) -%012 = -073 (2.64)
?$ + ?%
-61 = ): &: (2.58)
?$ + ?%
>= (2.53) -3451$ = -073 − -%012 (2.65)
?% -073 = )8 &8 (2.59)

)% &$ ?% -61 ≅ -073 (2.60) ?%


= = (2.54) -3451$ = -073 (2.66)
)$ &% ?$ ?$ + ?%
-%012 = )% &% (2.61)
): = )% + )$ (2.55)
-%012 = )% &8 − &$ (2.62)

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85 Exemplo 2.4 – Autotrafo Elevador (1)

´ Um transformador de 60 VA, 120/12 V, 5 A (no secundário) foi reconectado


como um autotransformador elevador. O enrolamento de 120 V é o
enrolamento comum e o enrolamento de 12 V é o enrolamento série.
Determine: (a) o fator de transformação k; (b) a tensão na saída para 105
V aplicados no primário; (c) a potência total transferida; (d) a potência
transformada; (e) a potência conduzida.
´ Fator de transformação:
)% 120 120
>= = = ∴ > = 0,9091
)$ + )% 120 + 12 132

´ Tensão no secundário:
): 105
)8 = = ∴ )8 = 115,5 )
> 0,909

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86 Exemplo 2.4 – Autotrafo Elevador (2)
´ Potência nominal transferida:

-073 = )8 &10H = 115,5 × 5 ∴ -073 = 577,5 )J

´ Potência nominal transformada:

-10H 60
&8 = = = 0,50
)10H 120

-3451$ = ): &8 = 105 × 0,50 ∴ -3451$ = 52,5 )J

´ Potência conduzida
∴ -%012 = 525 )J
-%012 = -073 − -3451$ = 577,5 − 52,5

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87 Conclusões
´ Pelo preço de um transformador de 60 VA nominais obtemos um
transformador capaz de transformar 577,5 VA. A potência que não é
transferida magneticamente (52,5 VA) é transferida eletricamente (525
VA). Por causa disso o autotransformador é mais econômico do que o
transformador convencional.
´ Outra característica aqui é que se deseja elevar a tensão de 105 V para
apenas 115,5 V. Nesse caso seria um desperdício adquirir um transformador
de 525 VA para realizar somente esta operação.
´ Uma desvantagem do autotransformador é a ausência de isolamento
elétrico. Uma falha no isolamento dos enrolamentos pode resultar e tensão
plena aplicada à carga.
´ No caso de redes trifásicas os autotransformadores têm a limitação de não
suprimir harmônicos de corrente.

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88
Sistema Por Unidade (PU)
89 Definição do Sistema Por Unidade

´ Um valor em PU é o valor original de uma grandeza, tal como tensão,


corrente, impedância, etc., escrito em relação a um valor base da mesma
grandeza. Sendo Vreal o valor da grandeza original e Vbase o valor base, o
valor expresso em PU será:

!
•"#$%
• = (2.85)
•&$'#

´ Um valor expresso em PU é igual a um centésimo do mesmo valor, quando


expresso de forma percentual. Da mesma forma que percentuais, valores
em PU são adimensionais. Todavia, costumamos anexar a partícula “PU”
ao final dos valores, de modo a evitar confusão.

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90 Algumas Vantagens do Sistema PU
´ Os fabricantes de equipamentos tais como geradores, motores e
transformadores costumam fornecer reatâncias e impedâncias já em PU
ou em percentual, expressas nas bases nominais dos equipamentos.
´ Equipamentos semelhantes (mesma tensão, mesma potência, etc.) têm
impedâncias semelhantes quando expressas em PU. Isso facilita os cálculos
para substituição de equipamentos e para expansão e reformulação de
redes.
´ A impedância de transformadores, quando expressa em PU, é
independente do lado (alta, média, baixa tensão) que tomamos como
referência.
´ A impedância dos transformadores torna-se independente do tipo de
ligação (delta-estrela, delta-delta, estrela-estrela, etc.).
´ Nas máquinas trifásicas, o uso do √3 é minimizado.

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91 Escolha das Bases (1)
´ Em sistemas elétricos há três grandezas importantes: tensão elétrica,
potência aparente, corrente elétrica e impedância. Escolhendo-se as
bases para duas dessas grandezas, as bases para as outras seguem-se
diretamente.
´ Por exemplo, sendo Vb e Sb as bases de tensão e potência, respecti-
vamente, a impedância base é:

•& *
)& = (2.86)
+&

´ A corrente base para sistemas monofásicos é:

+&
,& = (2.87)
•&
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92 Escolha das Bases (2)
´ Para sistemas trifásicos a corrente base será:

+&
,& = (2.88)
3•&

´ A impedância base também pode ser escrita da seguinte forma:

•&
)& = (2.89)
,&

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93 Exemplo 2.5 (1)
´ (CHAPMAN, Exemplo 2.3) Considere o sistema de potência abaixo.

Figura (2.26)

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94 Exemplo 2.5 (2)
´ Os dados do sistema são os seguintes:

•- = 480 • Transformador 1: ./ = 1/10 Transformador 2: .* = 1/10

)67 = 20 + ;60 Ω )6 = 10. exp(;30) Ω

´ Vamos escolher as seguintes bases na região do gerador:

•&/ = 480 • +& = 10 .•B

´ As bases de corrente e impedância são calculadas a partir das bases de


tensão e potencia:

+& 10.000 •&/ 480


,&/ = = = 20,83 B )&/ = = = 23,04 Ω
•&/ 480 ,&/ 20,83

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95 Exemplo 2.5 (3)
´ As tensão base se transformam da mesma forma que as tensões reais:

•&/ 480
•&* = = = 4.800 •
./ 1/10
´ Enquanto a potência base permanece a mesma em todo o sistema.

+&* = +&/ = 10.000 •B

´ As demais bases na região 2 serão:

+& 10.000 •&* 480


,&* = = = 2,083 B )&* = = = 2.304 Ω
•&* 4.800 ,&* 2,083

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96 Exemplo 2.5 (4)
´ Na região 3 teremos

•&* 4.800
•&D = = = 240 •
.* 20/1

+&D = 10.000 •B

´ As demais bases na região 3 serão:

+& 10.000
,&D = = = 41,67 B
•&D 240

•&D 240
)&D = = = 5,76 Ω
,&D 41,67

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97 Exemplo 2.5 (5)
´ Agora convertemos os valores para pu:

! •- 1,0
•- = = = 1,0 GH
•&/ 1,0

! )67 20 + ;60
)67 = = = 0,00866 + ;0,026 GH
)&* 2.304

! )6 10. exp(;30)
)6 = = = 1,736. exp(;30)GH
)&D 5,76
! ! !
)IJI$% = )67 + )67 = 1,5117 + 0,894 GH = 1,756. exp ;30,6 GH

!
! ! ! • 1,0
,- = ,67 = ,6 = ! = = 0,569. exp(−;30,6)
)IJI$% 1,756. exp(;30,6)

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98 Exemplo 2.5 (6)
´ A figura abaixo mostra o circuito final convertido para PU.

Figura (2.27)

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Diagramas Unifilares
´ Diagramas unifilares são
interessantes por se aplicarem
tanto a sistemas monofásicos
quanto a sistemas trifásicos
equilibrados.
´ O diagrama da Figura (2.25),
por exemplo, pode ser dese-
nhado como ao lado. Os
barramentos 2 e 3 delimitam
as regiões operacionais.
´ Em um sistema de potência,
além de outros barramentos,
cada enrolamento de um
transformador define um Figura (2.28)
barramento.

99 Prof. Alvaro Augusto - UTFPR Máquinas Elétricas 1 Sumário


Sumário

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