Legião Organizada

Preconceito contra o que consideramos TABU: Ateus

Mateus Rodeghiero
Recentemente na escola, depois de dizer que sou ATEU pra alguns amigos, percebi que
alguns deles agiram de forma diferente comigo, talvez estivessem “impresionados” com o fato de
eu não acreditar em deus. 17ª edição | 09/05/11 | 18 cópias | R$ 0,15
Mas porque eles agiriam dessa forma, minha resposta acho que esta na cara, imagina
você conhecer alguém que não acredita, no que pra eles representa “tudo”, desde o fato de vir ao Leia, reproduza e passe adiante!
mundo, até a criação do próprio mundo.
Então eles me pergunta, mas porque tu não acredita em Deus? Minha resposta é sempre a
mesma, porque eu começei a questionar o que acontecia desde coisas que eu via na TV até coisas Participe dos nossos grupos de debates!
da Bíblia. Vou contar uma das coisas que em levou a ser ATEU definitivamente. Essa historia eu Quartas-feiras às 16:45 na sala 633B (IF-SUL)
contei a uma amiga a um tempo atrás, já questionando a existencia de Deus, eu eu vi uma
reportagem no jornal que era assim: Era uma família de 4 pessoal, os pais e 2 filhas pequenas, o Domingos às 14h00 no Altar da Pátria (Pq. Dom Antônio Zátera)
pai era catador de latinha a noite, e mãe trabalhava durante o dia, e chegava denoite, uma noite a 11/05 e 15/05 Mídia: Conteúdo Verdadeiro? Comentário de casos. Liberdade de Imprenssa, 18/05
mãe se atrasou e o pai teve de saira pra catar as latinhas afinal tinha que trazer dinheiro pra casa, as e 22/05 Literatura: Perfeccionismo e Imperfeccionismo
meninas ficaram sózinhas a luz de velas porque a casa não tinha Luz eletrica, então as meninhinhas
devem ter caido no sono, a vela incendio a casa e as duas morreram abraças dentro da casa, apartir Contato
desse dia eu me perguntei porque Deus não salvou as meninas?, então a minha amiga meio
impressionada falou “ah mas pode ter sido azar”. e-mail: joao.felipe.c.b@gmail.com | blog: legiaoorganizada.blogspot.com | telefone: (53) 91117926
Eu perguntei algum dia tu já parou pra questionar tudo isso? Ela disse que não, eu falei
deve ser por isso que tu continua acreditando, pra alguns basta uma noite penssando nas coisas pra As Aventuras de Tales
chegar a alguma conclusão pra vida. Artur dos Anjos - Mas, eu pagaria um salário bom para ele, se ele
Eu não to fazendo esse texto pra “espalhar o Ateismo” e sim pra falar como as maioria Tales é um estudante da 8ª série do ensino realmente fosse inteligente, pois com certeza faria a
fundamental. Um menino extremamente curioso. empresa crescer bastante.
das pessoas, são preconceituosas com coisas que as vezes nem sabem o que é ou não sabem ao Gosta de sempre ir atrás de porquês. “Por que isso, Depois que terminou o trabalho, as amigas
certo. Mas acho muito legal aqueles que dizem -Não sei o que é ateismo- me explica, então eu por que aquilo.” E enquanto não ganhava um porquê, de Catarina perguntaram pela ela sobre o que eles dois
explico e eles ficam sabendo que eu não sou louco HAHAHA, apenas que resolvi ser assim e me ele não acreditava em nada. tinham conversado e ela respondeu que não tinham
sinto bem assim. Todos os colegas de Tales o achavam conversado sobre nada importante, só que Tales tinha
Então você que não sabe o que é Ateismo não tire conclusoes precipitadamente. Uma vez muito estranho e muitas vezes não se enturmavam dito que tinha alguém que tirava vantagem de nossa
já me falaram que isso era coisa do Diabo também! HAHAHA eu começei a rir, porque fiquei com ele. Por isso, ele ficava quase sempre meio alienação. Todas as amigas de Catarina não deram
“apavorado” de certa forma com a alienação daquele cidadão. Mas é isso então Reflita. solitário. Um dia, Catarina, uma colega de Tales, muita bola.
ficou com pena dele e resolveu fazer um trabalho de Mas, aquele assunto tinha chamado a
Português junto com ele, pois ninguém tinha se atenção de Catarina porque seu pai lhe tinha dito que
Será que ele morreu mesmo? disposto a fazer dupla com ele. tinham contratado um novo funcionário mês passado
Lucas Sosa Machado É verdade que Tales era meio quieto. Mas, que era muito bom. O pai de Catarina era dono de uma
Essa semana estava sem muita Idea sobre o que escreve.Eu escrevi mais por causa que o seus colegas fizeram essa imagem de quietude parecer empresa de informática que fazia softwares para
pior: “dizem que ele não tem pai e nem mãe.”, “ele empresas como mercados, hotéis e hospitais. Seu pai
João me pediu, eu estava pensando ai o João me disse que o tema da LO seria mídia e pensei na tinha lhe dito que a empresa não conseguia resolver um
não acredita em ninguém, porque seus pais lhe
morte do Bin Ladem será mesmo que ele morreu? enganaram muito.” e “ele é autista.” Tales não tinha problema de comunicação entre computadores e ele
Isso foi uma das primeiras coisas que pensei pois a mídia disse que ele se escondia a 6 ou nada de autismo e tinha pai e mãe que não o resolveu rapidinho.
7 anos ali e ninguém sabia achei isso meio duvidoso pois é muito tempo.Estava lendo uns artigos enganavam, pelo menos não tanto quanto se falava. Passa uma semana, e o pai de Catarina
aqui e vi que vários brasileiros estavam surpresos com os norte-americanos pois eles corriam e Quando Catarina sentou-se ao seu lado, ela comenta no almoço:
perguntou: - Bah! Aquele novo funcionário que tínhamos
faziam festa em frente a casa branca um país católico e pensamos assim festa pela a morte de uma - Por que você duvida tanto das pessoas? contratado se demitiu hoje.
pessoa? - Por que você acredita tanto nelas? - Por que, pai?
Mas Será mesmo que a guerra acabou? Muitos pensam que não pois indignados com a - Como assim? Eu acredito nas pessoas como - Ele tinha me pedido um aumento semana passada,
perda de Bin Laden, membros remanescentes da al Qaeda e outros militantes de grupos islâmicos qualquer outro aqui da aula. É você que duvida de mas eu não lhe dei porque ele a recém está começando
todo mundo, até dos professores. e se recebesse aumento logo, logo pediria outro
radicais podem tentar vingá-la. aumento.
Tales suspirou e falou bem baixinho:
Para o jornal paquistanês Ausaf, os Estados Unidos apenas fingiram que assassinaram - Se eu lhe contar uma coisa, você promete que não - Mas, o que ele vai fazer agora?
Bin Laden no Paquistão. Tudo não passa de um pretexto para invadir o país e ampliar a guerra do conta para os outros? - Ele disse que ia abrir um negócio próprio.
Afeganistão. Esse foi um dos textos q mais gostei pois eu já expliquei ali encima eu também não - Prometo. Catarina então comentou o episódio com
acredito na morte dele. - Há alguém que tira vantagem de nossa ignorância. Tales, que tinha se tornado amigo seu a pouco tempo.
- Como assim? Tales respondeu:
Além disso muitos paquistaneses dizem que ele não morreu ,a mídia fala uma coisa o - Se você dona de uma empresa, você contrataria - Pois é, era a isso que eu me referia, em parte. Seu pai
EUA fala outra afinal não estaria od dois mentido? alguém ignorante ou alguém inteligente? deveria estar lucrando bastante com esse cara, mas esse
A morte de Bin Laden faz parte de um plano feito por Ayman al-Zawahiri , o número dois - Alguém inteligente, obviamente, pois assim, teria cara se deu conta que seu pai precisava mais dele, e se
da Al Qaeda. Segundo o jornal saudita al-Watan, com o líder morto, os egípcios poderiam controlar uma pessoa bastante capacitada trabalhando para o despediu.
desenvolvimento de minha empresa. - Mas, eu acho que ele não vai conseguir competir com
a organização terrorista.Assim eles estariam enganado a todos achei uma boa estratégia - Mas, se a pessoa realmente fosse inteligente, ela o meu pai. Meu pai trabalha nesse negócio a 17 anos, e
Então é isso desculpe pelos erros de português pois o Marlon saiu do MSN antes de que logo veria que a empresa precisa dela para funcionar, que ele tinha muito mais capital. Logo, logo ele veria
eu pudesse envia pra ele corrigi meus erros e gostaria de vocês que Leram me dessem idéias para a e portanto pediria um salário mais alto, o que que não tem como competir.
próxima edição do jornalzinho da LO. significa lucros mais baixos. Continua na próxima edição.
A Prova: o legitimador do descaso do nosso sistema de ensino
João Felipe Chiarelli Bourscheid
Várias vezes já critiquei o nosso sistema de ensino atual. Mas, agora eu vou me focar no
grande símbolo que o matem vivo. É a grande ferramenta que busca legitimar o pobre sistema de
ensino que a gente tem. É a pedra fundamental que o mantém funcionando.
Esse objeto é um instrumento que auto-avalia e legitima o nosso sistema de ensino. É
vulgarmente conhecido como “prova”, que vem a incorporar vários nomes diferentes, mudando de
professor para professor e escola para escola. Ao mesmo tempo que a prova “avalia” o aprendizado
dos estudantes, também “avalia” a qualidade do ensino. Turmas com notas excelentes pressupõem
que o ensino realmente funciona.
É claro, há alguns aspéctos que tem que ser levados em conta para que a prova realmente
legitime. O professor tem que se fazer de difícil e não deve-se permitir a chamada a “cola”. Basta
isso, para que a prova ganhe toda a legitimidade que precisa.
Nada mais importa. Qualquer técnico que trabalha em laboratório, se começasse a pensar
a partir dessa ideia, já iria cair no pânico – ou na gargalhada. Quando se faz um teste em um
laboratório, tem que se tomar inúmeras medidas, para não correr o risco de que esse método
empírico de falsos resultados.
Meu tio faz esse tipo de trabalho e seguidamente ele me comenta alguns procedimentos
que ele tem que fazer. Entre eles, um dos procedimentos que ele tem que fazer é testar todas as
especificações. Por exemplo, se o fabricante diz que o dispositivo faz determinada ação e não
especifica em que condições, meu tio vai testando até em situações pouco prováveis, para ver se
aquilo de fato é verdadeiro.
Uma vez ele deu um exemplo do telefone. O telefone trabalha em tensão de alimentação
entre 40VDC e 60VDC (aqui em casa é 45,5 VDC). Meu tio, porém, faz teste com até 220VP.
“Mas por que carga d'água, colocar 220VP sobre um telefone se a rede fornece entre 40 e 60
volts?” Os testes de 220VP são para testar como é que o telefone se comportaria caso um cabo de
energia elétrica da rede de distribuição caísse sobre ele. Nesse caso, o que deveria acontecer é
simplesmente danificar o aparelho, sem causar riscos de incêndio. Porém, alguns aparelhos já
foram reprovados por causa disto.
A última vez que eu conversei com esse meu tio, ele disse que agora estava vendo que
uma máxima que ele reproduzira a vida inteira, agora ele está vendo que estava errada: “Não me
interessa se o equipamento funciona internamente por um circuito elétrico ou se tem um monte de
macaquinhos mexendo em chaves, interessa que ele funciona.” O que ele concluiu é que apesar de
poder fazer vários testes sem saber como é o circuito interno do dispositivo, sabendo como ele
funciona internamente, pode-se melhor explorar as falhas, principalmente aquelas que advém com
o tempo.
Para ver que nesses laboratórios, os testes são verdadeiramente rigorosos, afinal, se
alguma coisa der errada, quem será o culpado será o técnico responsável e poderá colocar muita
gente em risco e o pior – no pensamento de quem manda fazer os testes no laboratório – muito
prejuízo.
Comparado com os testes de laboratório, o instrumento que legitima o nosso sistema de
ensino, é nada confiável. Qual é o professor que coloca a mão no fogo por todos os seus alunos?
Além de a prova ser muito fácil de passar, porque não exigem muito conhecimento e
raciocínio, elas propiciam a cola. Não me refiro a cola ilegal, aquela em que se escreve num papel,
ou quando se espia a prova do colega. Me refiro a cola permitida: a decoreba. Tem um episódio dos
Simpsons que é muito interessante. Nesse episódio, o Bart tinha descoberto a melhor forma de
colar e vai contar para a Marge, sua mãe: “Mãe, descobri a melhor forma de colar: é só eu dar uma
lida em algumas coisas que a professora passou antes da aula e repetir algumas vezes antes de fazer
a prova: não tem como a professor pegar a cola, porque está na minha cabeça.” A Marge então
responde para ele que aquilo não é colar, pois quem conhece os Simpsons sabe como é a
mentalidade da Marge. Daí, o Bart se decepciona porque não estava colando, na visão da sua mãe.
É tão normal isso, que quando alguém vai pedir para alguém mais velho ajuda para
estudar, geralmente vem a frase: “Não sei se tu lembra ainda.” Bah! Se a pessoa passou por aquela
etapa na vida, aquilo deveria ter sido agregado a sua formação. Ao contrário: parece que tão fácil
que entra na memória, aquilo é esquecido.
Nesse sentido, eu acho que deveriam-se fazer provas mais difíceis e rigorosas, que
tivessem como objetivo realmente testar o conhecimento e não a memória. Se a pessoa realmente
aprendeu ou não. Porém, ao mesmo tempo que fossem mais difíceis, deveria-se saber diferenciar os
erros tomados por esquecimento de um sinal, de uma vírgula, ou qualquer outro erro por descuido.
Claro, deveria-se corrigir esse tipo de erro também, mas deveria-se dar prioridade aos erros mais
graves de entendimento.
É claro, se realmente fosse feito isso, pouco gente passaria. Menos de 10%, com certeza.
Isso faria cair por terra todo nosso sistema de ensino atual. Porque mostraria-se ineficaz os métodos
de ensino que temos hoje. Por isso, não faria sentido fazer os estudantes repetir de semestre ou ano,
já que detectou-se uma falha no sistema de ensino e não somente nos alunos.
Todo esse sistema de ensino cairia por terra. Não haveria mais um legitimador.
Então, esse sistema de ensino seria obrigado a mudar para um tipo muito mais adequado:
um sistema de ensino multidisciplinar com um único professor coordenando cada turma, e com uma
única turma por professor que não mudasse em menos de 4 anos, tendo como objetivo principal o
desenvolvimento dos estudantes, buscando primeiramente o seu interesse e depois a aprofundação
nos conhecimentos. Para ganhar o interesse dos estudantes deveria-se utilizar da pedagogia indígena
(em que os mais velhos ensinam os mais novos, nesse caso, os mais interessados ajudar os menos
interessados a se interessar), debates, projetos, desafios e atividades que causem impacto a
comunidade estudantil ao invés de usar apenas a reprovação como instrumento. Na verdade, nem
precisaria haver reprovação, todos poderiam passar. E em caso de dificuldades, o professor se daria
conta bem mais facilmente e poderia dar maior atenção uma vez que tem um número bem menor de
estudantes e um tempo de contato muito maior.
Formariam-se pessoas muito mais desenvolvidas, muito menos alienadas. Mas, essas não
serviriam para legitimar nosso “sistema democrático”, porque não seriam tão facilmente
manipuláveis. Também não cairiam tão fácil em propaganda enganosas e saberiam defender seus
direitos. Pessoas que tivessem o córtex frontal mais desenvolvido, e tivessem maior capacidade de
fazer as coisas por suas próprias mãos e não ficar esperando que os outros o façam. Pessoas que
saberiam trabalhar melhor em equipe e que poderiam ir muito mais longe do que as que se formam
atualmente.
Esse tipo de pessoa, não aceitaria trabalhar por baixos salários, não aceitaria ser
humilhado pelo patrão, não aceitaria ver a injustiça com o próximo, porque sabe que aquele
próximo pode vir lhe ajudar quanto a injustiça cair sobre si, já que passou grande parte da formação
também fazendo projetos em equipe e em benefício da comunidade.
Esse tipo de pessoa, teria a técnica necessária para não precisar trabalhar para outro e
preferir abrir o próprio negócio. E, para aqueles que não caissem na desgraça de se ver explorando o
próximo, começaria a propor uma sociedade em que a exploração não fosse necessária.
“Não! Não!”, gritam o estadista, o burguês, o que não quer que a sociedade mude. Não
querem perder suas regalias. Para eles, o sistema de ensino cumpre sua função como ele é hoje:
alienar. E seu legitimador está funcionando como deveria funcionar: maquiando os resultados. Qual
é a melhor desculpa para alienar, senão que está educando? Quem pensaria que justamente onde
deveria estar o conhecimento, está seu oposto: a ignorância? Ou algum professor coloca a mão no
fogo por todos os seus alunos, pela metade que seja?
Não seja legitimador dos falsos resultados do nosso sistema de ensino.