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FÍSICA GERAL E

EXPERIMENTAL I

PROF.ª DRA. AUSRA MARÃO

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 1


Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
FÍSICA GERAL E
EXPERIMENTAL I
PROF.A DRA. AUSRA MARÃO

SUMÁRIO
AULA 01 MEDIÇÃO 05

AULA 02 VETORES 13

AULA 03 MOVIMENTO RETÍLINEO 22

AULA 04 MOVIMENTO EM DUAS DIMENSÕES 31

AULA 05 LEIS DE NEWTON DO MOVIMENTO 42

AULA 06 APLICAÇÃO DAS LEIS DE NEWTON 54

AULA 07 ENERGIA CINÉTICA E TRABALHO 67

AULA 08 ENERGIA POTENCIAL E CONSERVAÇÃO DA 76


ENERGIA

AULA 09 CENTRO DE MASSA E MOMENTO LINEAR 84

AULA 10 ROTAÇÃO 94

AULA 11 ROLAGEM, TORQUE E MOMENTO ANGULAR 101

AULA 12 EQUILÍBRIO DE CORPOS EXTENSOS 106

AULA 13 ELASTICIDADE 114

AULA 14 GRAVITAÇÃO E OSCILAÇÕES 121

AULA 15 ONDAS 132

AULA 16 FLUIDOS 144


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INTRODUÇÃO
Olá, Aluno(a)!

Seja muito bem-vindo(a)!

Em nosso estudo de Física Geral e Experimental podemos começar com a pa-


lavra FÍSICA (do grego: physis), que significa Natureza. Podemos dizer que a Física
se encontra em nosso cotidiano de todas as maneiras - difração dos raios de luz,
efeitos da umidade de ar, energia, movimento, força aplicada nas vigas, potência
de um motor, rendimento de uma geladeira, fenômenos térmicos (mudanças de
temperatura), precipitação de chuvas etc.
Enfim, a Física está em tudo!
Em Física, como em toda ciência, qualquer acontecimento ou ocorrência é cha-
mado fenômeno. A Física também está na base de toda engenharia e tecnologia.
Sem entender as leis básicas da Natureza, interpretadas pela Física, ninguém pode
construir dispositivos práticos eficientes.
O presente livro pretende ser um auxiliar de estudo aos que queiram exerci-
tar os seus conhecimentos dos temas da física aqui focados, designadamente a
mecânica clássica, mecânica de fluidos, mecânica ondulatória e som, calorimetria
e transferências de calor, eletromagnetismo e ótica.

Um ótimo trabalho a todos!

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MEDIÇÃO

AULA 01
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Objetivo da física é fornecer uma compreensão quantitativa de certos fenô-
menos básicos que ocorrem em nosso Universo. A física é uma ciência baseada
em observações experimentais e análises matemáticas. A ciência e a engenha-
ria se baseiam em medições e comparações. Assim, precisamos de regras para
estabelecer de que forma as grandezas devem ser medidas e comparadas e de
experimentos para estabelecer as unidades para essas medições e comparações.

Medindo Grandezas

Para melhor conhecer as grandezas envolvidas num fenômeno, a Física


recorre a medidas. Grandeza é uma propriedade de um fenômeno, de um
corpo ou de uma substância, que pode ser expressa quantitativamente sob a
forma de um número e de uma referência. Se medimos uma certa grandeza
e desejamos descrevê-la para alguém, tem de ser especificada e definida uma
unidade para a grandeza. O método mais simples de medir uma grandeza físi-
ca é através da comparação direta com um padrão de medida adotada como
unidade (Figura 1.1).

Figura 1.1. Medida física

O Sistema Internacional de Unidades

Em 1971, na 14ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, o Comitê Internacional


estabeleceu um sistema de definições e padrões para descrever grandezas físi-
cas fundamentais. Sete grandezas foram selecionadas como fundamentais para
construir a base do Sistema Internacional de Unidades (SI). A Tabela 1.1 mostra
as unidades fundamentais e suas correspondentes unidades do SI.

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Tabela 1.1 Grandezas Fundamentais e Suas Unidades do SI

Grandeza Unidade Símbolo Definição

A distância percorrida pela luz no


Comprimento Metro M vácuo em 1/299.792.458 de segun-
do.

A duração de 9.192.631.770 pe-


ríodo da radiação correspondente
Tempo Segundo S à transição entre os dois níveis hi-
perfinos do estado fundamental do
átomo de césio-133.

Um protótipo (um certo cilindro de


platina-irídio) será considerado da-
Massa Quilograma Kg
qui em diante como a unidade de
massa

A fração 1/273,16 da temperatura


Temperatura Kelvin K termodinâmica do ponto triplo da
água.

A corrente constante que, se man-


tida em dois condutores paralelos
retos de comprimento infinito, de
Corrente seção transversal circular desprezível
Ampère A
elétrica e separados por uma distância de 1
m no vácuo, produziria entre esses
condutores uma força igual a 2 X 10-7
newton por metro de comprimento.

A quantidade de matéria de um siste-


Quantidade ma que contém um número de enti-
de uma Mol Mol dades elementares igual ao número
substância de átomos que existem em 0,012 qui-
lograma de carbono-12.

A intensidade luminosa, em uma


dada direção, de uma fonte que
emite radiação monocromática de
Intensidade
Candela Cd frequência 540x1012 hertz e que
da luz
irradia nessa direção com uma in-
tensidade de 1/683 watt por esfe-
rorradiano.
Fonte: Haliday e Resnic (2010)

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As unidades derivadas são formadas por produtos de potências das unidades
fundamentais (Tabela 1.2). Assim, as unidades SI para a velocidade são metros
por segundo, m/s. Muitas outras, assim chamadas de grandezas derivadas, serão
encontradas com o desenvolvimento dos temas de exploração da física; algumas
diretas, como a área (m²) e a massa específica (kg/m³), e outras não tão diretas,
como a resistência à corrente elétrica, m²·kg/(s³·A²). Felizmente, os cientistas têm
atribuído nomes adicionais (não fundamentais) às unidades de algumas grande-
zas derivadas mais complexas e de uso mais frequente. Por exemplo, define-se 1
m²·kg/(s³·A²) como 1 ohm (1 Ω), a unidade SI da resistência elétrica.
As unidades derivadas do SI são definidas em termos dessas unidades funda-
mentais. Assim, por exemplo, a unidade de força do SI, chamada de newton (N), é
definida em termos das unidades fundamentais de massa, comprimento e tempo.

1 𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 = 1 𝑁𝑁 = 1𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2

Tabela 1.2 Algumas Unidades Derivadas do SI

Grandeza Unidade Símbolo

Área metro quadrado m2

Volume metro cúbico m3

Massa específica quilograma por metro cúbico kg/ m3

Frequência Hertz Hz s-1

Velocidade metro por segundo m/s

metro por segundo ao qua-


Aceleração m/s2
drado

Força Newton N kg·m/s2

Pressão Pascal Pa N/m2

Trabalho, energia Joule J N·m

Potência Watt W J/s

Resistência elétrica Ohm Ω 1 m2·kg/(s3·A2)

Fonte: Haliday e Resnic (2010)

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Mudança de Unidades

Para expressar as grandezas muito grandes ou muito pequenas frequen-


temente encontradas na física, usamos a notação científica que emprega po-
tências de 10.
Assim nossos números podem ser escritos na seguinte forma.

𝑥𝑥 × 10±𝑎𝑎 (1.1)
onde x – medida;
10 – base da potência;
a – expoente da potência.

Em notação científica, o coeficiente da potência de 10 é sempre expresso com


uma casa decimal seguido da potência de 10 adequada.
Nessa notação,

2.680.000.000 m = 2,68·10⁹ m
e
0,000 000 235 s = 2,35·10ˉ⁷ s

Também por conveniência, quando lidamos com grandezas muito grandes


ou muito pequenas, usamos os prefixos da Tabela 1.3. Como se pode ver, cada
prefixo representa uma certa potência de 10, sendo usado como um fator mul-
tiplicativo. Incorporar um prefixo a uma unidade do SI tem a efeito multiplicar a
unidade pelo fator correspondente. Assim, podemos expressar uma certa potên-
cia eletrica como

2,45·10⁹ watts = 2,45 gigawatt = 2,45 GW

ou um certo intervalo do tempo como

1,62·10ˉ³ s = 1,62 milissegundos = 1,62 ms

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Tabela 1.3 Prefixos mais usados das Unidades do SI

Fator Prefixos Símbolo

10⁹ giga- G

10⁶ mega- M

10³ quilo- k

10ˉ¹ deci- d

10ˉ² centi- c

10ˉ³ mili- m

10ˉ⁶ micro- µ

10ˉ⁹ nano- n

10ˉ¹² pico- p
Fonte: Haliday e Resnic (2010)

Isto está
na rede

Mergulhe no mundo microscópico e macroscópico nessa animação que


demonstra o verdadeiro espaço e tamanho do universo.
Fonte: Guru da Ciência. O tamanho do Universo. Publicado em 26 de ou-
tubro de 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=srRt-
LhXlf7E>

Exemplos

Exemplo 1.1. Escreva cada um dos valores nas unidades indicadas.


2 m em mm.
1,327 µg em g.
8,2 km em cm.
0,00000004 s em ns.
2,54 MW em W.

Solução a: 2 m em mm

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Pode-se, sempre, multiplicar um número pela unidade sem alterar seu valor.
Existem 1000 mm em 1 m ou 1 mm é uma milésima parte (0,001) do 1 metro, logo,

2 𝑚𝑚 = 2 � 1000 𝑚𝑚𝑚𝑚 = 2000 𝑚𝑚𝑚𝑚

ou
1
2 𝑚𝑚 = 2 � −3 𝑚𝑚𝑚𝑚 = 2000 𝑚𝑚𝑚𝑚
10

Solução b: 1,327 µg em g

Utilizando a Tabela 1.3, 1 µg é igual a 10ˉ⁶ g; isto é, a taxa de 10ˉ⁶ g para 1 µg


é igual a 1, isto é,
10−6 𝑔𝑔
=1
1 µg
Note que essa representação só estará correta quando as unidades forem
incluídas; sem as unidades, 10ˉ⁶/1 = 1, tem-se um resultado incorreto. O valor de
qualquer número permanece o mesmo quando é multiplicado por 1, assim, o
valor 1327 g pode ser convertido para metros multiplicando-o por um fator de
conversão que indique a equivalência entre 10ˉ⁶ g e 1 g, ou seja,
10−6𝑔𝑔
1327µg = 1327µg = 1327 � 10−6𝑔𝑔 = 1,327 𝑔𝑔
1µg
Solução c: 8,2 km em cm
Primeiro passo utilizando a Tabela 1.3, converter 8,2 km em m, que seja

8,2 km = 8,2 � 103 𝑚𝑚 = 8200 𝑚𝑚

Segundo passo converter resultado obtido 8200 m em cm, logo temos


8200
8200 𝑚𝑚 = 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 820000 𝑐𝑐𝑐𝑐
10−2
Solução d: 0,00000004 s em ns
Utilizando a Tabela 1.3, 1 ns é igual a 10ˉ⁹ s, isto é,
0,00000004 4 · 10−8
0,00000004 𝑠𝑠 = 𝑛𝑛𝑛𝑛 = 𝑛𝑛𝑛𝑛 = 40 𝑛𝑛𝑛𝑛
10−9 10−9
Solução e: 2,54 MW em W
Existem 10⁶ W em 1 MW, logo,

2,54 𝑀𝑀𝑀𝑀 = 2,54 � 106 𝑊𝑊 = 2540000 𝑊𝑊

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Exemplo 1.2. Suponha que a corda de uma guitarra deva ser utilizada em um
experimento. Seu comprimento é registrado como 1140 mm. Entretanto, para
efetuar um determinado cálculo, todos os valores devem ser expressos em uni-
dades do SI. O valor do comprimento deve, portanto, ser convertido para metros.

Solução:
Utilizando a Tabela 1.3, 1 mm é igual a 10ˉ³ m; isto é, a taxa de 10ˉ³ m para 1
mm é igual a 1. Assim, o valor 1140 mm pode ser convertido para metros multi-
plicando-o por um fator de conversão que indique a equivalência entre 10ˉ³ m e
1 mm, ou seja,

1140 𝑚𝑚𝑚𝑚 = 1140 � 10−3𝑚𝑚 = 1,14 𝑚𝑚

Resposta: Comprimento de uma guitarra expressos em unidades do SI é 1,14 m.

Exemplo 1.3. O ônibus espacial pode atingir uma velocidade orbital de 7860
m/s. A essa velocidade, qual é a distância que o ônibus percorreria em 7 dias?

Solução:
Algumas conversões não podem ser facilmente realizadas em uma única eta-
pa. Como ilustração, seja a conversão de um intervalo de tempo de 1 dia para
segundos. Neste caso, aplicam-se, separadamente, as equivalências de 1 dia e 24
h, de 1 h e 60 min e de 1 min e 60 s, logo

7 dias = 7 dias · 24 h · 60 min · 60 s = 604 800 s

Sabemos que
Deslocamento
Velocidade = (1.2)
Período de tempo

Usando a Equação 1.2 calculamos o deslocamento (d) que o ônibus espacial


percorre em 7 dias = 604 800 s, que é obtido pela multiplicação do período de
tempo (Δt) pela velocidade (v).

m
𝑑𝑑 = ∆𝑡𝑡 � 𝑣𝑣 = 604800 𝑠𝑠 � 7860 = 4753728000 m = 4,75 � 109 𝑚𝑚
s

Resposta: A distância que o ônibus percorreria em 7 dias é 4,75 · 10⁹ m.

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VETORES

AULA 02
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Grandezas escalares e grandezas vetoriais

Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido. Muitas grandezas ficam perfei-
tamente definidas quando conhecemos seu valor numérico e a correspondente
unidade. Tais grandezas são denominadas grandezas escalares. Grandezas esca-
lares possuem apenas valor numérico (módulo) e unidade da medida e obede-
cem às regras da aritmética e da álgebra comum. Por exemplo, na Figura 2.1 as
grandezas escalares são massa (símbolo - m, unidade - kg), volume (símbolo - V,
unidade - m³), tempo (símbolo - t, unidade - s), temperatura (símbolo - T, unidade
- K), altura (símbolo – h, unidade – m), etc.
Existem grandezas que, além do valor
numérico e da unidade, necessitam de
direção e sentido para que fiquem defini-
das. As grandezas vetoriais possuem um
valor numérico, unidade e uma orientação
(sentido) e obedecem às regras da álgebra
vetorial. Também na Figura 2.1 grandezas

vetoriais são velocidade (símbolo v , unida-

de - m/s), força (símbolo – F, unidade - N)

aceleração (símbolo – a, unidade - m/s²),

deslocamento (símbolo – x, unidade - m) e
outras. Figura 2.1 Grandezas escalares e vetoriais

A grandeza vetorial mais simples é deslocamento, ou mudança de posição


entre dois pontos.

Figura 2.2 Deslocamento entre dois pontos A e B

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Vetor

Representa-se um vetor por um segmento de reta orientado, como o segmento


→ →
orientado AB ou V como da Figura 2.3. A origem e a extremidade do vetor podem
ser representadas por duas letras maiúsculas (A – origem; B – extremidade). O
comprimento comum dos segmentos orientados é chamado módulo do vetor. O

módulo de um vetor pode ser escrito |V|ou só V. Assim, um vetor é caracterizado
por módulo, direção e sentido.

Figura 2.3 Vetor

Dois vetores são iguais quando possuem o mesmo módulo, a mesma direção
e o mesmo sentido. Já dois vetores são opostos quando possuem o mesmo mó-
dulo, a mesma direção, mas sentidos contrários (opostos).

Figura 2.4 Vetores iguais e opostos

Na Figura 2.4, são vários vetores iguais e opostos. Vetores com sentidos opos-
→ → → → → →
tos V1 ≠ V2, módulos opostos V1 ≠ V4, direções diferentes V1 ≠ V5, mas com os
→ → → →
módulos iguais são |V1|= |V2| = |V3|= |V5|.

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Operações com vetores
→ → →
Para somar V1 e V2 (Figura 2.5.a), faça a extremidade de V1 (ponto B) coincidir com
→ → →
a origem de V2 (ponto C). Para obter o vetor resultante ( Vs), ligue a origem de V1 (A) à

extremidade V2 (D) (Figura 2.5.b). Essa regra também vale para dois ou mais vetores
(Figura 2.6).
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉2 (2.1)

onde Vs – vetor resultante;

V1 – vetor 1;

V2 – vetor 2.

A ordem dos vetores na soma não afeta o resultado final.


𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉2 = 𝑉𝑉2 + 𝑉𝑉1 (2.2)

Figura 2.5 Adição vetorial aplicando regra gráfica de operação do triângulo ou do paralelogramo.


Na Figura 2.5.c, o vetor soma Vs é representado pela diagonal de um paralelo-
→ →
gramo, cujos lados são representações dos vetores V1 e V2.

Figura 2.6 Soma geométrica de vetores.

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O módulo do vetor resultante é dado pela diagonal do paralelogramo, como
indicado na Figura 2.7.

Figura 2.7 Módulo do vetor.

Assim,
𝑉𝑉 = 𝑉𝑉12 + 𝑉𝑉22 + 2 · 𝑉𝑉1 · 𝑉𝑉2 ·cos(θ) (2.3)


onde V – módulo do vetor o vetor V;
→ →
θ – ângulo entre os dois vetores V1 e V2.

→ → → → →
Para subtrair V1 de V2, invertemos o sentido de V1 para obter –V1 e somamos V1
→ → → →
e -V1. O vetor V� é a diferença entre os vetores V1 de V2, nessa ordem. Para subtrair
→ → → →
V1 de V2, deve-se adicionar V2 ao oposto de V1 (Figura 2.8).

𝑉𝑉𝐷𝐷 = 𝑉𝑉2 − 𝑉𝑉1 = 𝑉𝑉2 + (−𝑉𝑉1 ) (2.4)


onde V� – diferença entre os vetores.

Figura 2.8 Subtração vetorial aplicando regra gráfica de operação do triângulo ou do paralelogramo.

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Componentes de vetor

As componentes (escalares) Vx e Vy de um vetor bidimensional V em relação
aos eixos de um sistema de coordenadas xy são obtidas traçando retas perpen-

diculares aos eixos a partir da origem e da extremidade de V (Figura 2.9). Onde
→ → →
temos Vx e Vy vetores componentes do vetor V e Vx e Vy componentes do vetor

V. As componentes do vetor formam um ângulo reto.

Figura 2.9. Os vetores componentes.

Observe nesse caso (Figura 2.9) que as componentes serão:

𝑉𝑉𝑥𝑥 = 𝑉𝑉 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 (2.5)


𝑉𝑉𝑦𝑦 = 𝑉𝑉 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 (2.6)

onde V – módulo do vetor o vetor V;
Vx – componente no eixo x;
Vy – componente no eixo y;

a – ângulo entre o vetor V e eixo x.

Exemplos
→ →
Exemplo 2.1. São dados os vetores x e y de módulos x = 3 e y = 4. Determine
graficamente o vetor soma e calcule o seu módulo.

Figura 2.10 Exemplo 2.1

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Solução a:
→ → → →
Para somar x e y, faça a extremidade de x coincidir com a origem de y. Para
→ → →
obter o vetor resultante ( Vs), ligue a origem de x à extremidade y (Figura 2.11.a).
→ →
Também podemos somar os vetores x e y usando a regra do paralelogramo.

Nesse caso o vetor soma Vs é representado pela diagonal de um paralelogramo
(Figura 2.11.b).

Figura 2.11 Resposta do Exemplo 2.1.a


Para calcular o módulo do vetor soma Vs podemos usar o teorema de Pitágoras,
→ → →
uma vez que x , y e Vs constituem os lados de um triangulo retângulo.

𝑉𝑉𝑆𝑆2 = 𝑥𝑥 2 + 𝑦𝑦2
𝑉𝑉𝑆𝑆2 = 32 + 42 = 25

𝑉𝑉𝑆𝑆 = 25 = 5


Resposta: O módulo do vetor Vs = 5.

Solução b:

Figura 2.12 Resposta do Exemplo 2.1.b

→ →
O ângulo entre os vetores x e y é 60°, logo teremos:

𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(60°) = 6


Resposta: O módulo do vetor Vs = 6.

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Solução c:

Figura 2.13 Resposta do Exemplo 2.1.c

→ →
O ângulo entre os vetores x e y é 0°, logo teremos:

𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(0°) = 7

Resposta: O módulo do vetor Vs = 7.

Solução d:

Figura 2.14 Resposta do Exemplo 2.1.d

O ângulo entre os vetores e é 180°, logo teremos:

𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(180°) = 1

Resposta: O módulo do vetor Vs = 1.

→ →
Exemplo 2.2. Dados os vetores a e b, cujos módulos valem, respectivamente, 6
→ → →
e 8, determine graficamente o vetor diferença V� = a - b e calcule o seu módulo.

Figura 2.15 Exemplo 2.2

Solução:
→ → → → → →
Para subtrair b de a, invertemos sentido de b para obter –b e somamos a e -b.
(Figura 2.15).

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Figura 2.16 Resposta do Exemplo 2.2
Sendo os módulos a = 6; b = 8 , podemos calcular o módulo do vetor diferença
aplicando o teorema do Pitágoras ao triangulo retângulo formado pelos vetores
→ → →
a, -b e V�.
𝑉𝑉𝐷𝐷2 = 𝑎𝑎2 + 𝑏𝑏 2
𝑉𝑉𝐷𝐷2 = 62 + 82 = 100
𝑉𝑉𝐷𝐷 = 100 = 10
Resposta: O módulo do vetor V� = 10.


Exemplo 2.3 Um vetor deslocamento r no plano xy tem 15 m de comprimento
e faz um ângulo θ = 30° com o semieixo x positivo. Determine a componente x e
a componente y do vetor.

Figura 2.17 Exemplo 2.3

Solução:
→ →
Na figura 2.18 temos as componentes rx e ry

Figura 2.18 Componentes do vetor

Aplicamos as equações Vx = V . cos a e Vy = V . sen a para calcular as componentes


rx e ry. Sendo r = 15 m e θ = 30o, logo calculamos as componentes horizontal e vertical:
𝑟𝑟𝑥𝑥 = 15 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 13 𝑚𝑚
𝑟𝑟𝑦𝑦 = 15 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠30° = 7,5 𝑚𝑚
Resposta: rx = 13m; ry = 7,5 m.

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MOVIMENTO RETÍLINEO

AULA 03
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22
Um dos objetivos da física é estudar o movimento dos objetos: a rapidez com
que se movem, por exemplo, ou a distância que percorrem em um dado intervalo
de tempo.
Nesse capítulo, estudaremos a física básica do movimento nos casos em que
o objeto (carro de corrida, placa tectônica, célula sanguínea ou qualquer outro)
está se movendo em linha reta (Figura 3.1). Este tipo de movimento é chamado
de movimento unidimensional (UM).

Figura 3.1 Movimentos unidimensionais - horizontal e vertical

Deslocamento

A posição x de uma partícula em um eixo x localiza a partícula em relação à


origem, ou ponto zero, do eixo. A posição é positiva ou negativa, dependendo do
lado da origem em que se encontra a partícula, ou zero, se a partícula se encontra
na origem (Figura 3.2).

Figura 3.2 A posição.

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O deslocamento Δx de uma partícula é a variação de sua posição:

∆𝑥𝑥 = 𝑥𝑥𝑓𝑓 − 𝑥𝑥𝑖𝑖


(3.1)
onde ∆x – deslocamento;
xf – posição final;
xi – posição inicial.

O deslocamento é uma grandeza vetorial. É positivo se a partícula se move no sen-


tido positivo do eixo x, e negativo se a partícula se move no sentido oposto (Figura 3.3).

Figura 3.3 O deslocamento.

Movimento com Velocidade Constante

Quando uma partícula se desloca de uma posição xi para uma posição xf du-
rante um intervalo de tempo ∆t = tf - ti, sua velocidade média durante esse intervalo
é dada por

∆𝑥𝑥 𝑥𝑥𝑓𝑓 − 𝑥𝑥𝑖𝑖


𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = (3.2)
∆𝑡𝑡 𝑡𝑡𝑓𝑓 − 𝑡𝑡𝑖𝑖
onde ∆t – intervalo de tempo;
tf – tempo final;
ti – tempo inicial.

Figura 3.4 Movimento com velocidade constante.

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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24
A unidade de velocidade escalar média é expressa em unidade de comprimen-
to por unidade de tempo: km/h, m/s, cm/s, etc.
O sinal algébrico de vmed indica o sentido do movimento (vmed é uma grandeza
vetorial).
Movimentos que possuem velocidade escalar instantânea constante (não nula)
são chamados movimentos uniformes.
Usando equação 3.2 podemos escrever função horário do MU:

𝑥𝑥 = 𝑥𝑥0 + 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 (𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 ) (3.3)


onde x – posição final;
x0 – posição da partícula em t0 = 0 ;
t – tempo final;
t0 – tempo inicial igual 0;
vmed – velocidade média entre t0 e um instante de tempo posterior t.

Logo, a função horário do MU seria 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥0 + 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑡𝑡 (3.4)

Aceleração

Os movimentos são classificados em movimentos uniformes, que possuem


velocidade escalar constante, e movimentos variados, cuja velocidade escalar
varia com tempo.
A aceleração escalar média é a razão entre a variação em velocidade ∆v e o
intervalo de tempo ∆t no qual essa variação ocorre:

∆𝑣𝑣 𝑣𝑣𝑓𝑓 − 𝑣𝑣𝑖𝑖


𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = (3.5)
∆𝑡𝑡 𝑡𝑡𝑓𝑓 − 𝑡𝑡𝑖𝑖

onde ∆v – variação de velocidade;


vf – velocidade final;
vi – velocidade inicial.

O sinal algébrico indica o sentido de amed. Aceleração escalar média é a gran-


deza que indica de quanto varia a velocidade escalar num dado intervalo de
tempo.

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A unidade de aceleração é o quociente da unidade de velocidade por unidade
𝑘𝑘𝑘𝑘� 𝑚𝑚⁄
de tempo:


= 𝑘𝑘𝑘𝑘/ℎ2 , 𝑠𝑠
= 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 , etc.
𝑠𝑠
No movimento uniforme a velocidade escalar é constante e a aceleração esca-
lar é nula. Já movimentos que possuem aceleração escalar instantânea constante
(não nula) são chamados movimentos uniformes variados (MUV).
No movimento uniformemente variado, a velocidade escalar apresenta varia-
ções iguais em intervalos de tempo iguais.

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑎𝑎(𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 ) (3.6)


onde a – aceleração entre t0 e t.

Sendo v0 a velocidade escalar no instante t0 = 0 denominada velocidade inicial, e


v a velocidade escalar num instante t, temos a função horária da velocidade do MUV:

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑎𝑎𝑎𝑎 (3.7)

Função horária do espaço do MUV:

1
𝑥𝑥 = 𝑥𝑥0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 𝑎𝑎𝑡𝑡 2 (3.8)
2

onde x – posição final;


x0 – posição da partícula em t0 = 0;
v0 – velocidade inicial;
t – tempo final;
t0 – tempo inicial igual 0;
a – aceleração entre t0 e t.

Um exemplo importante de movimento retilíneo com


aceleração constante é o de um objeto subindo ou caindo
livremente nas proximidades da superfície da Terra.

Figura 3.5 Movimento horizontal com aceleração g.

25
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26
As equações para aceleração constante podem ser usadas para descrever este
movimento, mas devemos fazer duas mudanças na notação:
O movimento é descrito em relação a um eixo vertical y, com +y orientado
verticalmente para cima;
A aceleração a é substituída por g onde g é o módulo da aceleração em queda
livre.
O valor específico de g varia de uma pequena quantidade, de local para local da
Terra, porém, será utilizado o valor médio aceitável, g = 9,8 m/s². Pode-se, assim,
reescrever as Equações 3.7 e 3.8 (admitindo que não haja resistência do ar) de
modo a descrever o movimento vertical nas proximidades da superfície da Terra:

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑔𝑔𝑔𝑔 (3.9)

1
𝑦𝑦 = 𝑦𝑦0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 𝑔𝑔𝑔𝑔 2 (3.10)
2
onde v – velocidade final;
v0 – velocidade inicial;
t – tempo final;
g – aceleração da gravidade;
y – posição final em vertical;
y0 – posição inicial em vertical.

Assim, num lançamento vertical e numa queda livre, o sinal da aceleração es-
calar é determinado somente pela orientação da trajetória e não depende do fato
de o corpo estar subindo ou descendo. Subir ou descer está associado apenas ao
sinal da velocidade escalar.

Figura 3.6 A aceleração escalar a é +g (orientação da trajetória para baixo) ou -g (orientação da


trajetória para cima).

26
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27
Exemplos

Exemplo 3.1 Um ônibus passa pelo km 30 de uma rodovia às 6h, e às 9h 30 min


passa pelo km 240. Qual é a velocidade escalar média desenvolvida pelo ônibus
nesse intervalo de tempo?

Figura 3.7 Exemplo 3.1.

Solução:

No instante t1 = 6h o posição inicial do ônibus é x1 = 30km e no instante t2 = 9h


30min sua posição é x2 = 240 km. A variação de posição é igual a:

∆𝑥𝑥 = 𝑥𝑥2 − 𝑥𝑥1


∆𝑥𝑥 = 240 − 30 = 210 𝑘𝑘𝑘𝑘

O intervalo de tempo correspondente vale:

∆𝑡𝑡 = 𝑡𝑡2 − 𝑡𝑡1

∆𝑡𝑡 = 9 ℎ 30 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 − 6 ℎ = 3 ℎ 30 min = 3,5 ℎ

Assim, a velocidade escalar média será:

∆𝑥𝑥
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
210
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 60 𝑘𝑘 𝑚𝑚 ⁄ℎ
3,5

Resposta: A velocidade escalar média do ônibus é vmed = 60km/h.

27
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28
Exemplo 3.2 Um móvel realiza um movimento uniforme num determinado
referencial. Seus espaços variam com o tempo, segundo os dados da tabela:

Tabela 3.1 Exemplo 3.2.

t (s) 0 1 2 3 4

x (m) 20 28 36 44 52

a) Determine o espaço inicial x0 e a velocidade escalar vmed do movimento.


b) Qual é função horária do movimento?
c) Determine o espaço do móvel quando t=1 min.

Solução:
a) Da tabela 3.1 observamos que no instante t = 0 o espaço do móvel é x0
= 20m.
Para o cálculo da velocidade escalar do movimento basta observar na
tabela que, para cada intervalo de tempo igual a 1 s, a variação do es-
∆𝑥𝑥
paço do imóvel é de 8 m. Assim, sendo ∆t = 1s e ∆x = 8m, temos:
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
8
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 1 = 8 𝑚𝑚/𝑠𝑠

b) A função horária do movimento uniforme é x = x0 + vmedt.


Sendo e x0 = 20m e vmed 8 m/s:

𝑥𝑥 = 20 + 8𝑡𝑡

c) Substituindo t por 1 min que é igual 60 s em x = 20 + 8t, x = 20 + 8.60 = 500m.

8
Resposta: 𝑥𝑥0 = 20 𝑚𝑚, 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 8 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑥𝑥 = 20 + 8𝑡𝑡, 𝑥𝑥 = 500 m.
1

Exemplo 3.3 Em um anúncio de certo tipo de automóvel, afirma-se que o


veículo, partindo do repouso, atinge a velocidade de 108 km/h em 8 s. Qual é a
aceleração escalar média desse automóvel?

Solução:
A variação da velocidade ∆𝑣𝑣 = 108𝑘𝑘 𝑚𝑚 ⁄ℎ ocorre no intervalo de tempo ∆t = 8s.

28
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29
Para expressar o resultado em m/s2 , devemos converter a variação da velocidade
para m/s:
𝑘𝑘𝑘𝑘 108 𝑚𝑚
∆𝑣𝑣 = 108 = = 30
ℎ 3,6 𝑠𝑠
A aceleração escalar média do veículo, portanto, vale:
∆𝑣𝑣
𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
30 𝑚𝑚
𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 3,75 2
8 𝑠𝑠
𝑚𝑚
Resposta: 𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 3,75 𝑠𝑠2
.

Exemplo 3.4 Abandona-se uma pedra do alto de um edifício e está atinge o


solo 3 s depois. Determine a altura do edificio e o módulo da velocidade de pedra
quando atinge o solo.

Figura 3.8 Exemplo 3.4.

Solução:
Orientemos a trajetória para baixo (𝑎𝑎 = +𝑔𝑔 = +9,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2 ) a partir do ponto de
abandono da pedra (v0 = 0, y0 = 0).
1
𝑦𝑦 = 𝑦𝑦0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 2 𝑔𝑔𝑔𝑔 2
1
𝑦𝑦 = 0 + 0 · 𝑡𝑡 + · 9,8 · 𝑡𝑡 2= 4,9𝑡𝑡 2
2

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑔𝑔𝑔𝑔
𝑣𝑣 = 0 + 9,8 · 𝑡𝑡 = 9,8𝑡𝑡
Quando t = 3s, a altura do edifício é:

𝑦𝑦 = 4,9𝑡𝑡 2 = 4,9 · 32 = 44,1 𝑚𝑚

e a velocidade da pedra quando atinge o solo:

𝑣𝑣 = 9,8𝑡𝑡 = 9,8 · 3 = 29,4 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

Resposta: y = 44,1m, v = 29,4m/s

29
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30
MOVIMENTO EM DUAS
DIMENSÕES

AULA 04
30
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31
Nesse capítulo vamos estudar a cinemática de um corpo que pode ser mo-
delado como uma partícula em movimento em um plano. Isto é um movimento
bidimensional.

Figura 4.1 Movimento bidimensional.


Fonte: https://www.coladaweb.com/fisica/mecanica/lancamento-de-projeteis

Lançamento horizontal

Quando um corpo é lançado horizontalmente no vácuo, nas proximidades da


superfície terrestre, ele descreve, em relação à Terra, uma trajetória parabólica. O
lançamento horizontal é um movimento composto por um movimento horizontal
e um movimento vertical (Figura 4.2).
De acordo com o princípio da simultaneidade, o lançamento horizontal é o re-
sultado da composição de dois movimentos simultâneos e independentes: queda
livre e movimento horizontal.
𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣0 + 𝑣𝑣𝑦𝑦 (4.1)

onde v – velocidade resultante;

v0 – velocidade horizontal;

vy – velocidade vertical.

Figura 4.2 Movimento horizontal.

31
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32
No movimento de queda livre, movimento vertical, o corpo se move em razão
da ação da gravidade. Assim, podemos dizer que o movimento é uniformemente
variado, pois a aceleração gravitacional é constante (g = 9,8 m/s²). No caso do mo-
vimento horizontal, a velocidade permanece constante. Portanto, o movimento
é uniforme. No lançamento horizontal, à medida que o corpo se movimenta, o

módulo de sua velocidade v cresce em virtude do aumento do módulo da veloci-

dade vertical vy.
Considere um objeto disparado de uma altura H com velocidade horizontal v0.
Sob a ação exclusiva da gravidade, o objeto toca o solo após um certo tempo de
queda cumprindo um alcance horizontal.

𝐴𝐴 = 𝑣𝑣0𝑡𝑡 (4.2)

onde A – alcance horizontal;


v0 – velocidade horizontal;
t – tempo de queda.

Este alcance corresponde ao deslocamento do movimento uniforme que ocor-


re na horizontal, com v0, ao mesmo tempo que o objeto despenca em queda livre
vertical descendo, H. A partir disso, temos:

1
𝐻𝐻 = 𝑔𝑔 𝑡𝑡 2 (4.3.)
2
onde H – altura;
g – aceleração da gravidade;
v0 – velocidade horizontal;
t – tempo de queda.

A velocidade que o móvel atinge em seu voo parabólico, após um certo tempo
do disparo, é obtida pela adição vetorial de suas velocidades componentes (Figura
4.3). Aplicando teorema de Pitágoras em módulo, temos:

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣02 + 𝑣𝑣𝑦𝑦2 (4.4.)


onde v0 – componente horizontal da velocidade;
vy – componente vertical da velocidade;
v – velocidade resultante.

32
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33
Figura 4.3 A velocidade resultante.

Lançamento oblíquo

Quando lançamos obliquamete um corpo, com uma velocidade inicial ( v0), incli-
nada de um ângulo θ com a horizontal, notamos que ele descreve uma trajetória
parabólica em relação ao solo, caso a resistência do ar seja desprezível (Figura 4.4).

Figura 4.4 Lançamento oblíquo no vácuo.

Para estudar esse movimento, procuramos dividi-lo em dois: num movimento


horizontal e num vertical. Como ponto de partida, fazemos a decomposição de

sua velocidade inicial ( v0), descobrindo as intensidades de suas componentes
→ →
horizontal ( v0x) e vertical ( v0y).
No movimento balístico, o movimento horizontal e o movimento vertical são
independentes, ou seja, um não afeta o outro (Figura 4.5).

Figura 4.5 Componentes horizontal e vertical.

33
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34
Figura 4.6 O módulo da velocidade vertical vy varia como no lançamento vertical para cima.

Consideremos o eixo y com origem no ponto de lançamento para cima. A ace-


leração escalar do movimento vertical será -g.

Se projetamos a velocidade de lançamento v0 na direção do eixo y, obteremos

a velocidade inicial vertical v0y, cujo módulo é dado por:

𝑣𝑣0𝑦𝑦 = 𝑣𝑣0 · sen𝜃𝜃 (4.5)

onde v0 – velocidade inicial;


v0y – componente vertical da velocidade inicial;
θ – ângulo com horizontal.

Como o movimento na direção vertical é uniformemente variado, valem as


funções:
𝑔𝑔
𝑦𝑦 = 𝑣𝑣0𝑦𝑦 𝑡𝑡 + 𝑡𝑡 2 (4.6)
2
𝑣𝑣𝑦𝑦 = 𝑣𝑣0𝑦𝑦 + 𝑔𝑔𝑔𝑔 (4.7)

Para calcular a altura máxima do lançamento H, pode-se utilizar a fórmula


seguinte:
2
𝑣𝑣 2 � (sen𝜃𝜃 ) (4.8)
𝐻𝐻 = 0
2𝑔𝑔

Consideremos o eixo x com origem no ponto de lançamento e orientado no


sentido da velocidade horizontal 𝑣𝑣𝑥𝑥 , dada pela projeção sobre esse eixo da velo-
cidade de lançamento 𝑣𝑣0 .
O módulo da velocidade horizontal 𝑣𝑣𝑥𝑥 é dado por:

𝑣𝑣𝑥𝑥= 𝑣𝑣0 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝜃𝜃 (4.9)

34
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35
Figura 4.6 A velocidade horizontal permanece constante durante o movimento.

A Figura 4.6 mostra que, qualquer que seja o ponto da trajetória em que o
corpo esteja, a velocidade horizontal é sempre a mesma:

𝑣𝑣𝑥𝑥 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 (4.10)

Assim, sendo um movimento uniforme, a função horária do movimento hori-


zontal pode ser escrita deste modo:

𝑥𝑥 = 𝑣𝑣𝑥𝑥 𝑡𝑡 (4.11)

Para calcular o alcance A, deduzimos a fórmula:

𝑣𝑣02 � sen 2𝜃𝜃


𝐴𝐴 = (4.12)
𝑔𝑔

O alcance horizontal A é máximo para um ângulo de lançamento de 45°.

Figura 4.7 Em qualquer ponto da trajetória, a velocidade resultante 𝑣𝑣⃗ é dada por 𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣0 + 𝑣𝑣𝑦𝑦 .

35
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36
É importante ressaltar que, considerando o movimento resultante, a velocidade
do projétil 𝑣𝑣⃗ é sempre dada pela soma dos vetores componentes 𝑣𝑣𝑥𝑥 e 𝑣𝑣𝑥𝑥

𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣𝑥𝑥 + 𝑣𝑣𝑦𝑦 (4.13)


onde 𝑣𝑣⃗ – velocidade resultante;
𝑣𝑣𝑥𝑥 – componente horizontal;
𝑣𝑣𝑦𝑦 – componente vertical.

Observe, pela Figura 4.7, que a velocidade 𝑣𝑣⃗ é sempre tangente à trajetória.
No ponto mais alto da trajetória, tem-se 𝑣𝑣𝑦𝑦 = 0 e, portanto, 𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣𝑥𝑥 . Sendo assim,
nesse ponto, a velocidade 𝑣𝑣⃗ tem módulo mínimo.
Ao retornar ao nível horizontal de lançamento, o projétil apresenta velocidade
𝑣𝑣⃗ , cujo módulo é igual ao módulo da velocidade de lançamento 𝑣𝑣0 . Isso equivale a
dizer que a velocidade escalar 𝑣𝑣 do corpo, no instante de retorno ao solo, é igual
à velocidade escalar 𝑣𝑣0 com que foi lançado a partir do solo.

Movimento circular uniforme

Se uma partícula descreve uma circunferência ou arco de circunferência de


raio com velocidade, dizemos que está em movimento circular uniforme. Nesse
caso, a partícula possui uma aceleração 𝑎𝑎⃗ cujo módulo é dado por:

𝑣𝑣 2
𝑎𝑎 = (4.14)
𝑟𝑟

onde a – aceleração centrípeta;


r – raio da circunferência;
v – velocidade da partícula.

Figura 4.8 Os vetores velocidade e aceleração de uma partícula em movimento circular uniforme.

36
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37
O vetor 𝑎𝑎⃗ aponta sempre para o centro da circunferência ou arco de circunfe-
rência, e é chamado de aceleração centrípeta. O tempo que a partícula leva para
descrever uma circunferência completa é dado por:

2𝜋𝜋𝜋𝜋
𝑇𝑇 = (4.15)
𝑣𝑣
onde T – período;
r – raio da circunferência;
v – velocidade da partícula.

O período é o tempo que uma partícula leva para completar uma volta em
uma trajetória fechada.

Exemplos

Exemplo 4.1 Uma esfera rola com velocidade constante de 10 m/s sobre uma
mesa horizontal. Ao abandonar a mesa, ela fica sujeita exclusivamente à ação da
gravidade, atingindo o solo num ponto situado a 5 m do pé da mesa. Determine:
a) o tempo de queda;
b) a altura da mesa em relação ao solo;
c) o módulo da velocidade da esfera ao chegar ao solo.

Figura 4.9 Exemplo 4.1.

Solução:
a) Ao abandonar a mesa, a esfera apresenta, na direção horizontal, mo-
vimento uniforme com velocidade 𝑣𝑣0 = 10 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 e alcança o solo com
distância 𝑥𝑥 = 5 𝑚𝑚 . Assim:

37
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38
𝐴𝐴 = 𝑣𝑣0𝑡𝑡
𝐴𝐴 = 𝑥𝑥 = 5 𝑚𝑚
5 = 10 · 𝑡𝑡
5
𝑡𝑡 = = 0,5 𝑠𝑠
10

b) Simultaneamente ao movimento horizontal, a esfera cai de uma altura


H em queda livre:
1
𝐻𝐻 = 𝑔𝑔 2 𝑡𝑡 2,

𝑚𝑚 1
sendo 𝑔𝑔 = 9,8 2 e 𝑡𝑡 = 0,5 𝑠𝑠 , calculamos 𝐻𝐻 = 9,8 · · 0,52 = 1,225 𝑚𝑚
𝑠𝑠 2

c) Ao chegar ao solo, a velocidade vetorial da esfera pode ser considerada


resultante da componente da velocidade horizontal que se mantém
constante e da velocidade vertical, cujo módulo é dado por:
𝑣𝑣𝑦𝑦 = 𝑣𝑣0𝑦𝑦 + 𝑔𝑔𝑔𝑔,

𝑚𝑚
sendo: 𝑣𝑣0𝑦𝑦 = 0; 𝑔𝑔 = 9,8 𝑠𝑠2
; 𝑡𝑡 = 0,5 𝑠𝑠 teremos 𝑣𝑣𝑦𝑦 = 0 + 9,8 · 0,5 = 5 𝑚𝑚/𝑠𝑠.

Aplicando o teorema de Pitágoras ao triangulo retângulo, obtemos o módulo


da velocidade vertical da esfera ao chegar ao solo:

𝑣𝑣 = 𝑣𝑣02 + 𝑣𝑣𝑦𝑦2

𝑣𝑣 = 102 + 52 = 125 = 11,14 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Resposta: 𝑡𝑡 = 0,5 𝑠𝑠; 𝐻𝐻 = 1,225 𝑚𝑚; 𝑣𝑣 = 11,14 𝑚𝑚/𝑠𝑠 .

Exemplo 4.2 Um corpo é lançado obliquamente no vácuo com velocidade ini-


cial 𝑣𝑣0 =100 m/s , numa direção que forma com a horizontal um ângulo 𝜃𝜃 = 50° .
Determine:
a) os módulos das componentes horizontal e vertical da velocidade no
instante de lançamento;
b) a altura máxima atingida pelo corpo;
c) o alcance do lançamento.

38
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39
Figura 4.10 Exemplo 4.2.

Solução:
a) Do triângulo retângulo destacado, formado por 𝑣𝑣0, 𝑣𝑣𝑥𝑥 e 𝑣𝑣0𝑦𝑦 , calculamos
os módulos das componentes horizontal e vertical:

𝑣𝑣𝑥𝑥= 𝑣𝑣0 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝜃𝜃


e
𝑣𝑣0𝑦𝑦 = 𝑣𝑣0 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝜃𝜃

Como 𝑣𝑣0 = 100 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e 𝜃𝜃 = 50°, temos:

𝑣𝑣𝑥𝑥= 100 · cos 50° = 64,28 𝑚𝑚/𝑠𝑠


e
𝑣𝑣0𝑦𝑦 = 100 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 50° = 76,6 𝑚𝑚/𝑠𝑠

b) Calculamos altura máxima atingida pelo corpo:

c) O alcance do lançamento:

𝑣𝑣02 � sen 2𝜃𝜃


𝐴𝐴 =
𝑔𝑔
2
100 � sen(2 � 50°)
𝐴𝐴 = = 1004,9 𝑚𝑚
9,8

Resposta: 𝑣𝑣𝑥𝑥=64,28 𝑚𝑚/𝑠𝑠; 𝑣𝑣0𝑦𝑦 =76,6 𝑚𝑚/𝑠𝑠; 𝐻𝐻 = 299,4 𝑚𝑚; 𝐴𝐴 = 1004,9 𝑚𝑚.

39
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40
Exemplo 4.3 Um satélite se move em uma órbita circular, 640 km acima da
superfície da Terra, com um período de 98 min (O raio da Terra é 6·10⁶ m). Quais
são a velocidade e o módulo da aceleração centrípeta do satélite?

Figura 4.11 Exemplo 4.3.

Solução:
Sabendo que o raio da Terra é 𝑅𝑅 = 6 · 106 𝑚𝑚 e o satélite se move acima da
superfície da Terra ℎ = 640 𝑘𝑘𝑘𝑘 ou, em metros, 640 · 103 𝑚𝑚, calculamos raio total
da circunferência:

𝑟𝑟 = 𝑅𝑅 + ℎ
𝑟𝑟 = 6 · 10 + 640 · 103 = 6,64 · 106 𝑚𝑚
6

O período do movimento circular dado 𝑇𝑇 = 98 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ou em segundos


𝑇𝑇 = 98 · 60 = 5880𝑠𝑠 .
Usando a equação do período podemos calcular velocidade do satélite:
2𝜋𝜋𝑟𝑟
𝑇𝑇 =
𝑣𝑣

41,7 · 106
5880 =
𝑣𝑣
41,7 · 106
𝑣𝑣 = = 7091,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
5880
O módulo da aceleração centrípeta do satélite é:

𝑚𝑚
Resposta: 𝑣𝑣 = 7091,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑎𝑎 = 7,57 𝑠𝑠2
.

40
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41
LEIS DE NEWTON DO
MOVIMENTO

AULA 05
41
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42
A reação que existe entre uma força e a aceleração produzida por ela foi des-
coberta por Isaac Newton. O estudo dessa relação é chamado de mecânica ne-
wtoniana.
A dinâmica é a parte da mecânica que estuda os movimentos e as causas que
os produzem ou os modificam (Figura 5.1).

Figura 5.1 O movimento é resultado da força aplicada.

Primeira lei de Newton

As forças são grandezas vetoriais. A orientação de uma força é a orientação


da aceleração produzida pela força. Duas ou mais forças podem ser combinadas
segundo as regras da álgebra vetorial. A força resultante é a soma de todas as
forças que agem sobre um corpo (Figura 5.2).

Figura 5.2 Uma força aplicada ao quilograma-padrão provoca uma aceleração.

Primeira lei de Newton (ou princípio de inércia): um objeto em repouso


tende a permanecer em repouso e um objeto em movimento uniforme tende
a permanecer em movimento com a mesma velocidade e na mesma direção e
sentido, a menos que sobre ele atue uma força resultante diferente de zero.

42
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43
Isso significa que um ponto material isolado possui velocidade constante. Em
outras palavras, um ponto material isolado está em equilíbrio estático (repouso)
ou em equilíbrio dinâmico (movimento retilíneo uniforme).
Força é a causa que produz num corpo variação da velocidade e, portanto,
aceleração. Para que a velocidade de um objeto varie (ou seja, para que o objeto
sofra uma aceleração), é preciso que ele seja submetido a uma força (empurrão,
ou puxão) exercida por outro objeto Figura (5.2).
Se nenhuma força resultante atua sobre um corpo, sua velocidade não pode
mudar, ou seja, o corpo não pode sofrer uma aceleração.

Segunda lei de Newton

Segunda lei de Newton (princípio fundamental da dinâmica): a força re-


sultante que age sobre um corpo é igual ao produto da massa do corpo pela sua
aceleração.
Em termos matemáticos,

𝐹𝐹𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.1)


onde 𝐹𝐹𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. – força resultante;
a – aceleração;
m – massa.

Em unidades de SI força é em newton (símbolo N) 1 N = 1 kg ·1 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2

Figura 5.3 A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante que atua
sobre ele, e o inverso da massa do corpo.

43
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44
Terceira lei de Newton

Sempre que dois corpos quaisquer L e C interagem, as forças exercidas são


mútuas. Tanto L exerce força em C, como C exerce força em L. A interação entre
corpos é regida pelo princípio da ação-e-reação (ou terceira lei de Newton).
Terceira lei de Newton (princípio da ação e reação): quando dois corpos
interagem, as forças que cada corpo exerce sobre o outro são sempre iguais em
módulo e têm sentidos opostos.
𝐹𝐹𝐿𝐿𝐿𝐿 = −𝐹𝐹𝐶𝐶𝐶𝐶 (5.2)
𝐹𝐹𝐿𝐿𝐿𝐿 = 𝐹𝐹𝐶𝐶𝐶𝐶 (5.3)

Figura 5.4 As forças 𝐹𝐹𝐿𝐿𝐿𝐿 (força da caixa sobre o livro) e 𝐹𝐹𝐶𝐶𝐶𝐶 (força do livro sobre a caixa) têm o
mesmo módulo e sentidos opostos.

Algumas forças especiais

Força Gravitacional
A força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔 , exercida sobre um corpo é um tipo especial de atração
que um segundo corpo exerce sobre o primeiro.
Quando falamos da força gravitacional, que age sobre um corpo, estamos nos
referindo à força que o atrai na direção do centro da Terra, ou seja, verticalmente
para baixo.
O módulo da força gravitacional é igual ao produto massa (m) com aceleração
da gravidade (g).
𝐹𝐹𝑔𝑔 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.4)
onde 𝐹𝐹𝑔𝑔 – força gravitacional;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.

44
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45
Peso
O peso P de um corpo é o módulo da força necessária para impedir que o
corpo caia livremente.
Peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.
O peso P de um corpo é igual ao módulo 𝐹𝐹𝑔𝑔 , da força gravitacional que age
sabre o corpo.
𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝑔𝑔 (5.5)
Substituindo por mg, obtemos:
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.6)
onde P – peso;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.

Que relaciona o peso de um corpo à sua massa.

Figura 5.5 O peso.

Observe que a massa m é uma grandeza escalar, e o peso é uma grandeza


vetorial. O peso tem a direção da vertical do lugar onde o corpo se encontra e
sentido de cima para baixo. Peso dirigido sempre para o interior da Terra (ou outro
planeta) onde se encontra o corpo.

Força normal
Quando um corpo exerce uma força sobre uma superfície, a superfície (ainda
que aparentemente rígida) se deforma e empurra o corpo com uma força normal
que é perpendicular à superfície.

45
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝐹𝐹𝑔𝑔
𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝑔𝑔
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.8)
onde 𝐹𝐹𝑔𝑔 – força gravitacional;
𝐹𝐹𝑁𝑁 – força normal;
P – peso;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.

Figura 5.6 (a) Um bloco que repousa sobre uma mesa experimenta uma força normal perpendi-
cular à superfície da mesa. (b) Diagrama de corpo livre do bloco.

Exemplos

Exemplo 5.1 Nas figuras abaixo, representamos as forças que agem nos blocos
(todos de massa igual a 2 kg). Determine, em cada caso, o módulo da aceleração
que esses blocos adquirem.

Figura 5.7 Exemplo 5.1.

46
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47
Solução:
a) Nesse caso, a força 𝐹𝐹1 é a força resultante 𝐹𝐹R que produz a aceleração 𝑎𝑎⃗.

Pela segunda lei de Newton, temos em módulo:


𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐹𝐹R = 𝐹𝐹1
𝐹𝐹1 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
4 = 2 · 𝑎𝑎
4
𝑎𝑎 = = 2,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

b)
𝐹𝐹R = 𝐹𝐹1 + 𝐹𝐹2 (sentidos das forças são iguais)
𝐹𝐹R = 3 + 4 = 7,0 N
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
7 = 2 · 𝑎𝑎
7
𝑎𝑎 = = 3,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

c)
𝐹𝐹R = 𝐹𝐹1 − 𝐹𝐹2 (sentidos das forças são opostos)
𝐹𝐹R = 4 − 3 = 1,0 N
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
1 = 2 · 𝑎𝑎
1
𝑎𝑎 = = 0,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

d) Nesse caso, como e têm direções diferentes, a força resultante é


obtida com o emprego da regra do paralelogramo.

47
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48
Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo destacado, temos:

𝐹𝐹𝑅𝑅2 = 𝐹𝐹12 + 𝐹𝐹22


𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹12 + 𝐹𝐹22

𝐹𝐹𝑅𝑅 = 32 + 42 = 25 = 5,0 𝑁𝑁
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
5 = 2 · 𝑎𝑎
5
𝑎𝑎 = = 2,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

e) Nesse caso, as forças 𝐹𝐹1 e 𝐹𝐹2 também têm direções diferentes, a força
resultante 𝐹𝐹R é obtida com o emprego da regra do paralelogramo, lei
dos cossenos.

𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹12 +𝐹𝐹22 +2 � 𝐹𝐹1 � 𝐹𝐹2 � cos 𝜃𝜃

𝐹𝐹𝑅𝑅 = 32 + 42 + 2 � 3 � 4 � cos 45° = 41,97 = 6,48 𝑁𝑁


𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
6,48 = 2 · 𝑎𝑎
6,48
𝑎𝑎 = = 3,24 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

Resposta: a) 𝑎𝑎 = 2,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2; b) 𝑎𝑎 = 3,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2; c) 𝑎𝑎 = 0,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 ; d) 𝑎𝑎 = 2,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2;


e) 𝑎𝑎 = 3,24 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2

Exemplo 5.2 Um ponto material de massa igual a 2 kg parte do repouso sob


a ação de uma força constante de intensidade 6 N, que atua durante 10 s, após
os quais deixa de existir. Determine a aceleração nos 10 s iniciais e a velocidade
ao fim de 10 s.

48
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49
Solução:
De 𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚, sendo 𝐹𝐹R = 𝐹𝐹 = 6 𝑁𝑁 e 𝑚𝑚 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘, temos:
𝐹𝐹 = 𝑚𝑚𝑚𝑚

6 = 2 · 𝑎𝑎

6
𝑎𝑎 = = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2

Ao fim de 10 s, a velocidade do corpo é: 𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑎𝑎𝑎𝑎 (sendo 𝑣𝑣0 = 0,


𝑎𝑎 = 3 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 e 𝑡𝑡 = 10 𝑠𝑠)

𝑣𝑣 = 0 + 3 · 10 = 30 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

Resposta: 𝑎𝑎 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2; 𝑣𝑣 = 30 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Exemplo 5.3. Dois blocos A e B, de massas respectivamente iguais a 2 kg e


3 kg, estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. Uma força
horizontal F, de intensidade constante 10 N, é aplicada no bloco A. Determine a
aceleração adquirida pelo conjunto e a intensidade da força que A aplica em B.

Figura 5.8 Exemplo 5.3.

Solução:
Para aplicarmos a equação da segunda lei de Newton 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑎𝑎⃗, devemos ana-
lisar as forças que agem em cada bloco.

49
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50
Em cada bloco, o peso 𝑃𝑃 e a força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 anulam-se; por isso vamos con-
siderar apenas as forças horizontais, pois a solicitação inicial 𝐹𝐹⃗ é horizontal. Em
A existe a força externa de intensidade F, cuja reação está no agente externo que
a produziu, e a força de reação de intensidade f correspondente à sua ação de
contato em B. Em B existe horizontalmente apenas a força de intensidade f, ação
de A em B.

A intensidade da resultante das forças em A é 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓,, pois 𝐹𝐹⃗ tem o mesmo
sentido da aceleração 𝑎𝑎⃗ , enquanto 𝑓𝑓⃗ se opõe. Em B a resultante é apenas f.
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
Bloco A: 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓
𝐹𝐹 − 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎
Bloco B: 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑓𝑓
𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎

Podemos escrever 𝐹𝐹 − 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎

𝐹𝐹 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎 + 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎
𝐹𝐹 = (𝑚𝑚𝐴𝐴 +𝑚𝑚𝐵𝐵 ) · 𝑎𝑎

Como 𝐹𝐹 = 10 𝑁𝑁; 𝑚𝑚𝐴𝐴 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑚𝑚𝐵𝐵 = 3 𝑘𝑘𝑘𝑘, vem:

10 = (2 + 3) · 𝑎𝑎
10 = 5 · 𝑎𝑎
10
𝑎𝑎 = = 2,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
5

50
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51
A intensidade f da força de A em B pode ser obtida por qualquer uma das
equações 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎 ou 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎 .
Em: 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎
𝑓𝑓 = 3 · 2 = 6,0 𝑁𝑁

Resposta: 𝑎𝑎 = 2,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2; 𝑓𝑓 = 6,0 𝑁𝑁

Exemplo 5.4 Um corpo de massa 2 kg desliza num plano inclinado perfeita-


mente liso, que forma um ângulo θ = 30o em relação à horizontal. Determine a
aceleração do corpo e a intensidade da força normal que o plano exerce no corpo.

Figura 5.9 Exemplo 5.4.

Solução:
No corpo atuam o peso 𝑃𝑃 e a força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 .
Sabendo que 𝑚𝑚 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘 e aceleração da gravidade 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2 podemos cal-
cular o peso P do corpo:
É comum decompor o peso 𝑃𝑃 em duas forças componentes:
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑃𝑃 = 2 · 9,8 = 19,6 𝑁𝑁

𝑃𝑃𝑦𝑦 – normal ao plano inclinado e que anula


𝐹𝐹𝑁𝑁 , pois não há movimento na direção perpen-
dicular ao plano inclinado.
𝑃𝑃𝑥𝑥 – paralela ao plano inclinado.

No triângulo destacado na figura, o ângulo


inclinado é θ = 30o, pois seus lados são dois
perpendiculares às retas que definem o ângulo
θ no plano inclinado. Nesse triângulo, 𝑃𝑃𝑥𝑥 é a medida do cateto oposto ao ângulo θ,
e é a medida hipotenusa do triângulo. Da definição de seno de um ângulo, temos:

51
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52
𝑃𝑃𝑥𝑥
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜃𝜃 =
𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑥𝑥 = 𝑃𝑃 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜃𝜃
𝑃𝑃𝑥𝑥 = 19,6 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 30° = 9,8 𝑁𝑁

Pela segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚) e sendo 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 = 9,8 :

𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
9,8 = 2𝑎𝑎
9,8
𝑎𝑎 =
2
= 4,9 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2

No triângulo destacado, 𝑃𝑃𝑦𝑦 é o cateto adjacente ao ângulo θ. Da definição de


cosseno de um ângulo, temos:

𝑃𝑃𝑦𝑦
𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃 =
𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝑃𝑃 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃
𝑃𝑃𝑦𝑦 = 19,6 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 30° = 1,4 𝑁𝑁

Como 𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝐹𝐹𝑁𝑁 , resulta:

𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝑦𝑦 = 1,4 𝑁𝑁

Resposta: 𝑎𝑎 = 4,9 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 ; 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 1,4 𝑁𝑁

52
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53
APLICAÇÃO DAS LEIS DE
NEWTON

AULA 06
53
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54
Força de tensão

A força de puxar que uma corda esticada exerce sobre um objeto ao qual está
amarada é chamada de força de tração ou força de tensão T. A tensão da corda
é o modulo da força exercida sobre o corpo.
Uma corda é frequentemente considerada sem massa (o que significa que a massa
e desprezível em comparação com a massa do corpo ao qual está presa) e inextensível.

Figura 6.1 (a) A corda esticada está sob tensão. Se sua massa é desprezível a corda puxa o carpo
e a mão com uma força T, mesmo que a corda passe por uma polia sem massa e sem atrito,
como em (b) e (c).

Força de atrito

Dois corpos em contato exercem força de atrito um sobre o outro. Essa força
é paralela às superfícies de contato e orientada de forma a oporem-se ao desli-
zamento ou à tendência ao deslizamento. Em algumas situações, para simplificar
os cálculos desprezamos as forças de atrito.

Figura 6.2 Uma força de atrito 𝑓𝑓⃗ se opõe ao movimento de um corpo sobre uma superfície.

54
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55
O atrito é uma força que se opõe ao movimento entre dois corpos em contato
direto. A força de atrito é proporcional à força normal com a qual uma superfície
atua sobre outra.
Na Figura 5.9.a um bloco está em repouso so-
bre uma mesa, com peso 𝑃𝑃 equilibrada pela
força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 . Na Figura 5.9.b, você exerce
uma força 𝐹𝐹⃗ sobre o bloco, tentando puxá-lo
para a esquerda. Em resposta surge uma for-
ça de atrito 𝑓𝑓⃗ , para a direita, que equilibra a
força que você aplicou. A força 𝑓𝑓𝑒𝑒 , é chamada
de força de atrito estático.
As Figuras 5.9.c e 5.9.d mostram que, à
medida que você aumenta a intensidade da
força aplicada, a intensidade da força de atrito
estático 𝑓𝑓𝑒𝑒 também aumenta e o bloco per-
manece em repouso. Entretanto, quando a
força aplicada atinge uma certa intensidade o
bloco “se desprende” da superfície da mesa e
sofre uma aceleração para a esquerda (Figu-
ra 5.9.e). A força de atrito 𝑓𝑓𝑑𝑑 que se opõe ao
movimento nessa nova situação é chamada
de força de atrito dinâmico.
Podemos falar que o atrito estático é a for-
ça que evita que uma superfície deslize em
relação a outra. Ela se equilibra exatamente
com a força aplicada, o que significa que ela
varia quando a força aplicada aumenta até
um valor máximo. E o atrito dinâmico é a for-
ça resistiva entre duas superfícies que se mo-
vem uma relativamente à outra.
Em geral, a intensidade da força de atrito
Figura 6.3 Uma força de atrito. dinâmico, que age sobre os objetos em movi-
mento, é menor do que a intensidade máxima da força de atrito estático, que age
sobre os objetos em repouso. Assim, para que o bloco se mova sobre a superfície
com velocidade constante provavelmente você terá que diminuir a intensidade da

55
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56
força aplicada assim que o bloco começar a se mover, como mostra a Figura 5.9.f.
Se o corpo não se move, a força de atrito estático 𝑓𝑓𝑒𝑒 e a componente de 𝐹𝐹⃗ ,
paralela à superfície se equilibram. Elas têm o mesmo módulo, e 𝑓𝑓𝑒𝑒 tem o sentido
oposto ao da componente de 𝐹𝐹⃗ .

O módulo de 𝑓𝑓𝑒𝑒 possui um valor máximo 𝑓𝑓𝑒𝑒𝑒𝑒á𝑥𝑥 que é dado por:

𝑓𝑓𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝐹𝐹𝑁𝑁 (6.1)

onde 𝑓𝑓𝑒𝑒𝑒𝑒á𝑥𝑥 – força de atrito estático máximo;


𝜇𝜇𝑒𝑒 – coeficiente de atrito estático;
𝐹𝐹𝑁𝑁 – força normal.

Se o corpo começa a deslizar ao longo da superfície, o módulo da força de atrito


diminui rapidamente para um valor 𝑓𝑓𝑑𝑑 dado por:

𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝐹𝐹𝑁𝑁 (6.2)

onde 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎.𝑑𝑑 – força de atrito dinâmico;


𝜇𝜇𝑑𝑑 – coeficiente de atrito dinâmico;
𝐹𝐹𝑁𝑁 – força normal.

O coeficiente de atrito é uma propriedade de ambas as superfícies, e não uma


característica de uma única superfície ou material.

Força centrípeta

Toda vez que um corpo descreve uma curva, sua velocidade vetorial varia em
direção. Para que isso ocorra, pela segunda lei de Newton, as forças que atuam
no corpo devem garantir a aceleração centrípeta.
𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. (6.3)

𝑣𝑣 2
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = (6.4)
𝑟𝑟

56
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57
onde 𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. – força centrípeta;
m – massa;
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. – aceleração centrípeta;
v – velocidade escalar;
r – raio do círculo;

Uma força centrípeta acelera um corpo modificando a direção da velocidade


do corpo sem mudar a velocidade escalar e uma aceleração centrípeta empurra
um corpo em movimento no sentido do centro de uma trajetória circular.

𝑣𝑣 2
𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = 𝑚𝑚 (6.4)
𝑟𝑟

Figura 6.4 Uma força centrípeta.

Força elástica

Corpos elásticos se deformam sob ação de


forças de contato. A força exercida por uma
mola deformada é diretamente proporcional
e tem sentido contrário à deformação (Lei de
Hooke).

Figura 6.5 Força elástica.

57
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58
Na Figura 6.5 foi traçado um eixo x paralelo à maior dimensão da mola, com
a origem (x=0) na posição da extremidade livre quando a mola está no estado
relaxado. Para esta configuração comum, podemos escrever a equação:

𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. = −𝑘𝑘𝑘𝑘 (6.5)


onde 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. – força elástica;
k – constante elástica;
x – deformação.

Na equação 6.2 mudamos o índice se x é positivo (ou seja, se mola está alon-
gada para a direita), 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. é negativa (é um puxão para a esquerda). Se x é negativo
(ou seja, se a mola está comprimida para a esquerda), 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. e positiva (ela é um
empurrão para a direita).
A constante elástica da mola traduz a dureza da mola. Quanto maior a cons-
tante elástica da mola, mais difícil será deformá-la.

Exemplos

Exemplo 6.1 Um corpo de massa  𝑚𝑚1 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘  é


conectado a outro de massa 𝑚𝑚2 = 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 por um
cabo de massa desprezível que circunda uma po-
lia, conforme mostrado na Figura 6.5. Determine a
aceleração do sistema e a força de tração no cabo.
Admita também que a polia possui uma massa tão
pequena que pode ser desprezada.

Figura 6.5. Exemplo 6.1.

58
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59
Solução:
A primeira etapa é a construção do
diagrama de corpo livre. O interesse é
determinar as forças e as acelerações
relacionadas aos dois corpos, assim, a
força devida à gravidade atuante em
cada corpo e a força devida à tração no
cabo atuante em cada corpo são indica-
das no diagrama. A força de tração deve
ser a mesma para ambas as extremida-
des do cabo de modo a garantir que o
cabo não rompa nem fique folgado.
Agora podemos escrever as equações da segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚), que
representam as forças atuantes em cada direção para cada corpo. Esse problema
requer duas equações na direção y, uma para cada um dos dois corpos.
Como os dois corpos se movem juntos, tanto a aceleração 𝑎𝑎1 , y quanto 𝑎𝑎2  , y são
orientadas no mesmo sentido ao longo do eixo y positivo. Além disso, 𝑎𝑎1 = 𝑎𝑎2 = 𝑎𝑎.
Observe também que a tração atua sobre o corpo 2 no sentido y positivo e no senti-
do y negativo sobre o corpo 1. Analogamente, a força devida à gravidade é orien-
tada no sentido y negativo para o corpo 2 e no sentido y positivo para o corpo 1.
Aplicando segunda lei de Newton ( 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 ) podemos escrever:

−𝑇𝑇 + 𝑃𝑃1 = 𝑚𝑚1 � 𝑎𝑎 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 1)



𝑇𝑇 − 𝑃𝑃2 = 𝑚𝑚2 � 𝑎𝑎 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 2)

em que as forças devidas à gravidade para os corpos também foram substi-


tuídas pelos pesos dos corpos 𝑃𝑃1 = 𝑚𝑚1 𝑔𝑔 e 𝑃𝑃2 = 𝑚𝑚2 𝑔𝑔 .

−𝑇𝑇 + 𝑚𝑚1 𝑔𝑔 = 𝑚𝑚1 � 𝑎𝑎



𝑇𝑇 − 𝑚𝑚2 𝑔𝑔 = 𝑚𝑚2 � 𝑎𝑎

Adicionando-se as duas equações, elimina-se a tração T:


𝑚𝑚1 𝑔𝑔 − 𝑚𝑚2𝑔𝑔 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 𝑎𝑎

𝑚𝑚1 − 𝑚𝑚2 𝑔𝑔 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 𝑎𝑎
𝑚𝑚1 − 𝑚𝑚2
𝑎𝑎 = � 𝑔𝑔
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2

59
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60
Sendo 𝑚𝑚1 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑚𝑚2 = 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 temos:

2−1
𝑎𝑎 = � 9,8 = 3,27 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2
2+1

Aplicando uma das equações da segunda lei de Newton podemos calcular


força de tensão no cabo:
𝑇𝑇 − 𝑚𝑚2𝑔𝑔 = 𝑚𝑚2𝑎𝑎
𝑇𝑇 = 𝑚𝑚2𝑎𝑎 + 𝑚𝑚2𝑔𝑔
𝑇𝑇 = (𝑎𝑎 + 𝑔𝑔)𝑚𝑚2
𝑇𝑇 = 3,27 + 9,8 � 1 = 13,07 𝑁𝑁

2
Resposta: 𝑎𝑎 = 3,27 𝑚𝑚/𝑠𝑠 ; 𝑇𝑇 = 13,07 𝑁𝑁

Exemplo 6.2 Um bloco de massa 10 kg movimenta-se numa mesa horizontal


sob ação de uma força horizontal 𝐹𝐹⃗ de intensidade 30 N. O coeficiente de atrito
dinâmico entre o bloco e a mesa é 0,2. Determine a aceleração do bloco.

Figura 6.6. Exemplo 6.2.

Solução:
Na figura, representamos as forças que agem no bloco.

A força de atrito é dada por 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝐹𝐹𝑁𝑁 e, sendo 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚, vem 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝑚𝑚𝑚𝑚.
Sendo 𝜇𝜇𝑑𝑑 = 0,2, 𝑚𝑚 = 10 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2, temos:

𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝑚𝑚𝑚𝑚


𝑓𝑓𝑑𝑑 = 0,2 � 10 � 9,8 = 19,6 𝑁𝑁

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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61
A segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚) fornece:

𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓𝑑𝑑
𝐹𝐹 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝑚𝑚𝑚𝑚

Sabendo que 𝐹𝐹 = 30 𝑁𝑁 , temos:


30 − 19,6 = 10𝑎𝑎
10,4 = 10𝑎𝑎
10,4
𝑎𝑎 = = 1,04 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
10

Resposta: 𝑎𝑎 = 1,04 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2

Exemplo 6.3 Dois corpos A e B de massas 1 kg e 2 kg estão ligados por uma corda
de peso desprezível, que passa sem atrito pela polia C. Entre A e o apoio existe atrito
de coeficiente 𝜇𝜇𝑑𝑑 =0,5. Determine a aceleração dos corpos e a tração do fio.

Figura 6.7. Exemplo 6.3.

Solução:
As forças que atuam em cada corpo estão indicadas na figura.

61
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62
Corpo A: 𝑚𝑚A = 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 , temos:

𝑃𝑃𝐴𝐴 = 𝑚𝑚A 𝑔𝑔
𝑃𝑃𝐴𝐴 = 1 � 9,8 = 9,8 𝑁𝑁
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝐴𝐴 = 9,8 𝑁𝑁
𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝐹𝐹𝑁𝑁

Com 𝜇𝜇𝑑𝑑 = 0,5 calculamos:

𝑓𝑓𝑑𝑑 = 0,5 � 9,8 = 4,9 𝑁𝑁

Corpo B: 𝑚𝑚B = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 , temos:

𝑃𝑃𝐵𝐵 = 𝑚𝑚B𝑔𝑔
𝑃𝑃𝐵𝐵 = 2 � 9,8 = 19,6 𝑁𝑁

Pela segunda lei de Newton ( 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 ), obtemos o seguinte sistema:

𝑇𝑇 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 ⋅ 𝑎𝑎 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝐴𝐴)



𝑃𝑃𝐵𝐵 − 𝑇𝑇 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 ⋅ 𝑎𝑎 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝐵𝐵)

𝑃𝑃𝐵𝐵 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = (𝑚𝑚𝐴𝐴 + 𝑚𝑚𝐵𝐵 ) ⋅ 𝑎𝑎


19,6 − 4,9 = (1 + 2) ⋅ 𝑎𝑎
14,7 = 3 ⋅ 𝑎𝑎
14,7
𝑎𝑎 = = 4,9 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
3

Substituindo na primeira equação:

𝑇𝑇 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 ⋅ 𝑎𝑎
𝑇𝑇 − 4,9 = 1 ⋅ 4,9
𝑇𝑇 = 4,9 + 4,9 = 9,8 𝑁𝑁

Resposta: 𝑎𝑎 = 4,9 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2, 𝑇𝑇 = 9,8 𝑁𝑁

Exemplo 6.4 O bloco A de massa 3 kg está apoiado num plano inclinado que
forma um ângulo 𝜃𝜃 = 35° com a horizontal. O bloco A está na iminência de escor-
regar para cima. O coeficiente de atrito estático entre o bloco A e o plano é 0,5.
Considere o fio e a polia ideais. Determine, nessas condições, o peso do bloco B.

62
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63
Figura 6.8. Exemplo 6.4.
Solução:
Vamos inicialmente calcular as componentes 𝑃𝑃𝑥𝑥 e 𝑃𝑃𝑦𝑦 do peso 𝑃𝑃𝐴𝐴 do bloco A:

Eixo x: 𝑃𝑃𝑥𝑥 = 𝑃𝑃𝐴𝐴 � 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜃𝜃


𝑃𝑃𝐴𝐴 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 � 𝑔𝑔
𝑚𝑚A = 3 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 temos
𝑃𝑃𝐴𝐴 = 3 � 9,8 = 29,4 𝑁𝑁
𝑃𝑃𝑥𝑥 = 29,4 � 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 35° = 16,86 𝑁𝑁

Eixo y: 𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝑃𝑃𝐴𝐴 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃


𝑃𝑃𝑥𝑥 = 29,4 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 35° = 24,08 𝑁𝑁

Na figura representamos as forças que agem em cada bloco. Observe que a


força de atrito 𝑓𝑓𝑒𝑒 , que o plano exerce em A, tem sentido para cima, pois o bloco
A está na iminência de escorregar para baixo. Estando os blocos em equilíbrio,
podemos escrever:

𝑇𝑇 = 𝑃𝑃𝐵𝐵 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝐵𝐵

𝑇𝑇 + 𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 (𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝐴𝐴)

Portanto: 𝑃𝑃𝐵𝐵 + 𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝑃𝑃𝑥𝑥

63
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64
Como bloco A está na iminência de escorregar, temos:
𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝐹𝐹𝑁𝑁
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝑦𝑦
𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝑃𝑃𝑦𝑦
Logo: 𝑃𝑃𝐵𝐵 + 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 e 𝜇𝜇𝑒𝑒 = 0,5
𝑃𝑃𝐵𝐵 + 0,5 · 24,08 = 16,86
𝑃𝑃𝐵𝐵 = 16,86 − 12,04 = 4,82 𝑁𝑁

Resposta: 𝑃𝑃𝐵𝐵 = 4,82 𝑁𝑁

Exemplo 6.5 Um pequeno bloco de massa 4 kg, preso à extremidade de um


fio, descreve, sobre uma mesa horizontal e perfeitamente lisa, um movimento
circular de raio 0,5 m, com velocidade escalar constante 3 m/s. Determine a in-
tensidade da força de tração que o fio exerce no bloco.

Figura 6.9. Exemplo 6.5.

Solução:
Primeiro representamos as forças que agem no bloco.

64
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65
As forças que agem no bloco são: o peso 𝑃𝑃 , a normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 e a força de tração
𝑇𝑇 . O peso e a normal se anulam e a tração 𝑇𝑇 é a resultante força centrípeta 𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐 .
A aceleração centrípeta tem módulo:

𝑣𝑣 2
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐 =
𝑟𝑟

Sabendo que 𝑟𝑟 = 0,5 𝑚𝑚 e 𝑣𝑣 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 temos:

3,02
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐 = = 18 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2
0,5

Pela equação segunda lei de Newton ( 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 ), podemos escrever:

𝑇𝑇 = 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐

Como 𝑚𝑚 = 4 𝑘𝑘𝑘𝑘 , calculamos força de tração 𝑇𝑇 = 4 · 18 = 72 𝑁𝑁

Resposta: 𝑇𝑇 = 72 𝑁𝑁

65
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66
ENERGIA CINÉTICA E
TRABALHO

AULA 07
66
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67
Energia cinética e trabalho

Uma das tarefas da física é identificar os diferentes tipos de energia que exis-
tem no mundo, especialmente as que têm utilidade prática.
A energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 é a energia associada ao estado de movimento de um ob-
jeto. Quanto mais depressa o objeto se move, maior é a energia cinética. Quando
um objeto está em repouso, a energia cinética é nula.
A energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 associada ao movimento de uma partícula de massa e
velocidade escalar v, onde v é muito menor que a velocidade da luz, é dada por:

𝑚𝑚𝑣𝑣 2
𝐸𝐸𝑐𝑐 = (7.1)
2
onde 𝐸𝐸𝑐𝑐 – energia cinética;
v – velocidade escalar;
m – massa.

A unidade de energia cinética (e de qualquer outra forma de energia) no SI é


o joule (símbolo J). Ela é definida a partir da equação 7.1 em termos das unidades
de massa e velocidade:
𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2
𝐽𝐽 =
𝑠𝑠 2

Para uma partícula, uma variação Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 da energia cinética é igual ao trabalho
total W realizado sobre a partícula:
Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = W (7.2)
W = Δ𝐸𝐸𝑐𝑐
W = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐
onde Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 – variação da energia cinética;
𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 – energia cinética inicial;
𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 – energia cinética final;
W – trabalho.

Figura 7.1 Uma força constante 𝐹𝐹⃗ , fazendo um ângulo 𝜙𝜙 com o fio, é usada para acelerar a partícula.

67
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68
Trabalho é a energia transferida para um objeto ou de um objeto através de
uma força que age sobre o objeto. Quando a energia é transferida para o objeto,
o trabalho é positivo; quando a energia é transferida do objeto, o trabalho é ne-
gativo (Figura 7.2).

Figura 7.2 Trabalho realizado por uma partícula.

Trabalho de uma Força Constante

Para calcular o trabalho que uma força realiza sobre um objeto quando este
sofre um deslocamento, usamos apenas a componente da força em relação ao
deslocamento do objeto. A componente da força perpendicular ao deslocamento
não realiza trabalho.

𝑊𝑊 = ±𝐹𝐹𝑥𝑥 𝑑𝑑 (7.3)
onde W – trabalho;
𝐹𝐹𝑥𝑥 – força;
d – deslocamento.

Figura 7.3

Uma força realiza trabalho positivo se possui uma componente vetorial no


mesmo sentido do deslocamento, e realiza um trabalho negativo quando possui
uma componente vetorial no sentido oposto. Se a força não possui uma compo-
nente vetorial na direção do deslocamento, o trabalho é nulo.
O trabalho realizado sobre uma partícula por uma força constante 𝐹𝐹⃗ durante
um deslocamento 𝑑𝑑⃗ é dado por:

68
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69
𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 cos 𝜃𝜃 (7.4)
onde W – trabalho;
F – força;
d – deslocamento;
𝜃𝜃 – ângulo entre o deslocamento e a força.

Figura 7.4

Quando duas ou mais forças agem sobre um objeto, o trabalho total é a soma
dos trabalhos realizados pelas forças, que também é igual ao trabalho que seria
realizado pela força resultante 𝐹𝐹𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. .

Trabalho realizado pela força gravitacional

O trabalho 𝑊𝑊𝑔𝑔 realizado pela força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔 sobre um objeto (semelhan-
te a uma partícula) de massa m durante um deslocamento ℎ é dado por:
𝐹𝐹𝑔𝑔 = 𝑃𝑃
𝑊𝑊𝑔𝑔 = ±𝑃𝑃𝑃 (7.5)
onde 𝑊𝑊𝑔𝑔 – trabalho;
P – peso;
h – altura;
𝐹𝐹𝑔𝑔 –força gravitacional.

Figura 7.5 Trabalho realizado pela força gravitacional (𝐹𝐹𝑔𝑔 = 𝑃𝑃).

O trabalho do peso é independente da trajetória.

69
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70
Trabalho realizado pela força elástica

Se um objeto está preso à extremidade livre da mola, o trabalho 𝑊𝑊𝑒𝑒, realizado


sobre o objeto pela força elástica, é dado por:

𝑘𝑘𝑥𝑥2
𝑊𝑊𝑒𝑒 = ± (7.6)
2

onde 𝑊𝑊𝑒𝑒 – trabalho;

k – constante elástica;
x – deslocamento.

Figura 7.6 Trabalho realizado pela força elástica.

Forças conservativas, como o peso e a força elástica, têm trabalhos indepen-


dentes da forma da trajetória.

Potência

Potência desenvolvida por uma força é a taxa com a qual a força realiza traba-
lho sobre um objeto. Se a força realiza um trabalho W em um intervalo de tempo
∆𝑡𝑡 , a potência média desenvolvida pela força neste intervalo de tempo é dada por:

𝑊𝑊
𝑃𝑃 = (7.7)
∆𝑡𝑡

70
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71
onde P – potência;
W – trabalho;
∆𝑡𝑡 – intervalo do tempo.

No caso de uma forca F com velocidade v de um objeto, a potência é:

𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 (7.8)
onde P – potência;
F – força;
v – velocidade.

Unidades de potência no SI é watt (símbolo W). Ela é definida a partir da equa-


ção 7.7 em termos das unidades de trabalho e tempo:
𝐽𝐽
𝑊𝑊 =
𝑠𝑠
Também, muito usado na prática, unidades de potência quilowatt-hora kWh.

Exemplos

Exemplo 7.1: Um corpo de 10 kg parte do repouso sob a ação de uma força


constante paralela à trajetória e 5 s depois atinge a velocidade de 15 m/s. Deter-
mine sua energia cinética no instante 5 s e o trabalho da força, suposta única, que
atua no corpo no intervalo 0 s a 5 s.

Solução:

A energia cinética no instante t = 5 s é:

71
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72
Pelo teorema da energia cinética:

𝑊𝑊 = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐

Note que , pois , portanto:


𝑊𝑊 = 1125 − 0 = 1125 𝐽𝐽

Resposta: 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1125 𝐽𝐽, 𝑊𝑊 = 1125 𝐽𝐽

Exemplo 7.2: Um bloco parte da posição A e atinge a posição B sob ação de


um sistema de forças, conforme mostra a figura. Sendo F = 50 N, θ = 30°, P = 70
N, 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 40 N, 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = 10 N e d = 5 m, determine:
a) O trabalho que cada força realiza no deslocamento 𝐴𝐴𝐴𝐴 ;
b) O trabalho da força resultante nesse deslocamento.

Solução:

a) O trabalho que a força 𝐹𝐹⃗ realiza é dado por:

𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
𝑊𝑊𝐹𝐹 = 50 � 5 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐30° = 216,5 𝐽𝐽

Os trabalhos das forças 𝐹𝐹𝑁𝑁 e 𝑃𝑃 são nulos, pois estas forças são perpendiculares
ao deslocamento 𝐴𝐴𝐴𝐴 . Portanto 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑁𝑁 = 0 e 𝑊𝑊𝑃𝑃 = 0

A força de atrito 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. realiza um trabalho resistente:

𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = −𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. 𝑑𝑑
𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = −10 � 5 = −50 𝐽𝐽

b) O trabalho da força resultante 𝐹𝐹𝑅𝑅 é a soma algébrica dos trabalhos das


forças componentes. Assim, temos:

72
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73
𝑊𝑊𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑊𝑊𝐹𝐹 + 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑁𝑁 + 𝑊𝑊𝑃𝑃 + 𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎.
𝑊𝑊𝐹𝐹𝑅𝑅 = 216,5 + 0 + 0 − 50 = 166,5 𝐽𝐽

Resposta: 𝑊𝑊𝐹𝐹 = 216,5 J, 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑁𝑁 = 0, 𝑊𝑊𝑃𝑃 = 0, 𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = −50 𝐽𝐽 e 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑅𝑅 = 166,5 𝐽𝐽

Exemplo 7.3: Uma partícula de massa 100 g é lançada obliquamente, descreven-


do a trajetória indicada na figura. Sendo ℎ𝐴𝐴 = 1,0 m e ℎ𝐵𝐵 = 0,3 m, determine o traba-
lho realizado pelo peso da partícula nos deslocamentos de O para A e A para B.

Figura 7.7 Exercício 7.3


Solução:
No deslocamento O para A, a partícula sobe e, portanto, seu peso realiza tra-
balho negativo:

𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = −𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = −𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

Sendo 𝑚𝑚 = 0,1 𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 e ℎ𝐴𝐴 = 1,0 𝑚𝑚 (desnível entre O e A), temos:

𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = − 1 � 9,8 � 1 = −9,8 𝐽𝐽

No deslocamento de A para B o corpo desce e o trabalho do peso é positivo:

𝑊𝑊𝐴𝐴𝐴𝐴 = +𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

O desnível h entre A e B é: ℎ = ℎ𝐴𝐴 − ℎ𝐵𝐵 = 1 − 0,3 = 0,7 𝑚𝑚


Portanto 𝑊𝑊𝐴𝐴𝐴𝐴 = 1 � 9,8 � 0,7 = 0,7 𝐽𝐽

Resposta: 𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = −9,8 𝐽𝐽, 𝑊𝑊𝐴𝐴𝐴𝐴 = 0,7 𝐽𝐽 .

Exemplo 7.4: Uma força 𝐹𝐹⃗ , de intensidade 20 N, é aplicada a uma caixa, deslo-
cando-a 3,0 m na direção e no sentido da força. O deslocamento ocorre em 4,0s.
determine a potência média desenvolvida.

73
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74
Figura 7.8 Exercício 7.4

Solução:
Vamos inicialmente calcular o trabalho realizado pela força 𝐹𝐹⃗ .
De 𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 , sendo 𝐹𝐹 = 20 𝑁𝑁 e 𝑑𝑑 = 3,0 𝑚𝑚 , temos:

𝑊𝑊 = 20 � 3 = 60 𝐽𝐽

A potência média é dada por:


𝑊𝑊
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 =
∆𝑡𝑡
Sendo ∆𝑡𝑡 = 4 𝑠𝑠 , temos:
60
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = = 15 𝑊𝑊
4
Resposta: 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 15 𝑊𝑊

74
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75
ENERGIA POTENCIAL E
CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA

AULA 08
75
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76
Energia potencial

Tecnicamente, energia potencial é qualquer energia que pode ser associada à confi-
guração de um sistema de objetos que exercem forças uns sobre os outros. Ela está ar-
mazenada em um sistema (sistema elástico), e pode a qualquer momento manifestar-se.

Figura 8.1 Energia potencial.

Energia potencial gravitacional

A energia potencial gravitacional associada a um sistema partícula-Terra de-


pende apenas da posição vertical y (ou altura) da partícula em relação à posição
de referência (y=0), e não da posição horizontal.

Figura 8.2 Energia potencial gravitacional.

Energia potencial gravitacional 𝐸𝐸𝑝𝑝 de uma partícula a uma altura h é dada por:

𝐸𝐸𝑝𝑝 = 𝑃𝑃𝑃 (8.1)


𝐸𝐸𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 (8.2)
onde 𝐸𝐸𝑝𝑝 – energia potencial;
P – peso;
h – deslocamento;
m – massa;
g – aceleração da gravidade.

76
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77
Energia potencial elástica

Energia potencial elástica é a energia associada ao estado de compressão ou


distensão de um objeto elástico.
𝑘𝑘𝑥𝑥2
𝐸𝐸𝑝𝑝 = (8.3)
2

onde 𝐸𝐸𝑝𝑝 – energia potencial;


k – constante elástica;
x – deslocamento.

Figura 8.3 Energia potencial elástica.

Energia mecânica

A energia mecanica 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 de um sistema é a soma da energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 e da


energia potencial 𝐸𝐸𝑝𝑝 do sistema.

𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐸𝐸𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐 (8.4)


onde 𝐸𝐸𝑝𝑝 – energia potencial;
𝐸𝐸𝑐𝑐 – energia cinética;
𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 – energia mecânica.

77
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78
Em um sistema isolado, onde apenas forças conservativas causam variação de
energia, a energia cinética e a energia potencial podem variar, mas sua soma, a
energia mecânica 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 do sistema, não pode variar. Este resultado é conhecido
como princípio de conservação da energia mecânica.
Em um sistema isolado, podemos relacionar a energia total em um dado ins-
tante à energia total em outro instante sem considerar a energia em instantes
intermediários.

𝐸𝐸𝑝𝑝2 + 𝐸𝐸𝑐𝑐2 = 𝐸𝐸𝑝𝑝1 + 𝐸𝐸𝑐𝑐1 (8.5)

onde 𝐸𝐸𝑝𝑝1 – energia potencial no instante 1;


𝐸𝐸𝑝𝑝2 – energia potencial no instante 2;
𝐸𝐸𝑐𝑐1 – energia cinética no instante 1;
𝐸𝐸𝑐𝑐2 – energia cinética no instante 2.

Em um sistema isolado, onde apenas forças conservativas causam variações


de energia, a energia cinética e a energia potencial podem variar, mas sua soma,
a energia mecânica 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 do sistema, não pode variar.
𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

Δ𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 + Δ𝐸𝐸𝑝𝑝 = 0 (8.6)

onde Δ𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 – variação da energia mecânica;


Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 – variação da energia cinética;
Δ𝐸𝐸𝑝𝑝 – variação da energia potencial.

A energia total 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 de um sistema (a soma da energia mecânica e da energia


interna, incluindo a energia térmica) pode mudar apenas através da transferên-
cia de energia para o sistema ou do sistema. Este fato experimental é conhecido
como lei da conservação da energia.
A energia total, 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚, de um sistema isolado não pode variar. A energia mecâ-
nica permanece constante na ausência de forças dissipativas e apenas ocorre a
conversão entre suas formas cinética e potencial.

78
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79
Figura 8.4 Energia mecânica gravitacional.

Figura 8.5 Diagrama da energia mecânica gravitacional.

Considere um corpo em queda livre sem resistência do ar. Em relação ao solo


sua energia potencial é 𝐸𝐸𝑝𝑝 = 𝑃𝑃𝑃, sendo h uma função de 2o grau em t e energia
𝑚𝑚𝑣𝑣 2
cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 = , também uma função de 2o grau (parábola).
2

Figura 8.6 Energia mecânica elástica.

79
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80
Figura 8.7 Diagrama da energia mecânica elástica.

𝑘𝑘𝑥𝑥 2 𝑚𝑚𝑣𝑣 2
A energia potencial 𝐸𝐸𝑝𝑝 = e a energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 = de uma mola são
2 2
funções de 2o grau em x e os gráficos são parábolas (Figura 8.7).

Exemplos

Exemplo 8.1: Determine a velocidade que um corpo adquire ao cair de uma


altura h = 4 m, a partir do repouso.

Solução:

Pela conservação da energia mecânica:

𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐

80
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81
𝑚𝑚𝑣𝑣02
Sendo na posição A: 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 e 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 2
= 0, porque 𝑣𝑣0 = 0 .

𝑚𝑚𝑣𝑣𝐵𝐵2
Na posição B: 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 0, porque a altura h no ponto B é nula e 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 =
2

𝑣𝑣𝐵𝐵 = 2𝑔𝑔𝑔

Sendo ℎ = 4 𝑚𝑚 , temos 𝑣𝑣𝐵𝐵 = 2 � 9,8 � 4 = 8,85 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Resposta: 𝑣𝑣𝐵𝐵 = 8,85 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

Exemplo 8.2: Um corpo é atirado verticalmente para cima com velocidade 𝑣𝑣0 = 10 m/s.
Determine a altura máxima que o corpo atinge.

Solução:

Na altura máxima a velocidade é nula. Pela conservação da energia mecânica:


𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐

102
Sendo 𝑣𝑣0 = 10 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 , temos ℎ = = 5,1 𝑚𝑚
2 � 9,8

Resposta: ℎ = 5,1 𝑚𝑚

81
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82
Exemplo 8.3: Um bloco de massa 4 kg e velocidade horizontal 𝑣𝑣 = 0,5 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
choca-se com uma mola de constante elástica 𝑘𝑘 = 100 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Não há atrito entre o
bloco e a superfície de contato. Determine a máxima deformação sofrida pela mola.

Solução:

A energia cinética que o bloco possui será transferida integramente à mola


quando esta estiver totalmente comprimida 𝐸𝐸𝑐𝑐 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑝𝑝 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

𝑚𝑚𝑣𝑣 2 𝑘𝑘𝑥𝑥 2
Então: =
2 2

Sendo 𝑚𝑚 = 4 𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑣𝑣 = 0,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e 𝑘𝑘 = 100 𝑁𝑁/𝑚𝑚 temos:

0,5 = 50 � 𝑥𝑥 2

Resposta: 𝑥𝑥 = 0,1 𝑚𝑚

82
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83
CENTRO DE MASSA E
MOMENTO LINEAR

AULA 09
83
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84
Centro de massa

O movimento complicado de um sistema de objetos, como um carro ou uma


bailarina, pode ser simplificado se determinarmos um ponto especial do sistema:
o centro de massa.

Figura 9.1 Centro de massa.

O centro de massa de um sistema de partículas é o ponto que se move como


se toda a massa do sistema estivesse concentrada nesse ponto e todas as forças
externas estivessem aplicadas nesse ponto.

Figura 9.1 Centro de massa.

Se as partículas estão distribuídas em três dimensões, a posição do centro de


massa deve ser especificada por três coordenadas:
𝑚𝑚1 𝑥𝑥1 + 𝑚𝑚2 𝑥𝑥2 + ⋯ + 𝑚𝑚𝑛𝑛 𝑥𝑥𝑛𝑛 (9.1)
𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. =
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 + … + 𝑚𝑚𝑛𝑛
𝑚𝑚1𝑦𝑦1 + 𝑚𝑚2 𝑦𝑦2 + ⋯ + 𝑚𝑚𝑛𝑛 𝑦𝑦𝑛𝑛 (9.2)
𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. =
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 + … + 𝑚𝑚𝑛𝑛
𝑚𝑚1 𝑧𝑧1 + 𝑚𝑚2 𝑧𝑧2 + ⋯ + 𝑚𝑚𝑛𝑛 𝑧𝑧𝑛𝑛
𝑧𝑧𝑐𝑐.𝑚𝑚. = (9.3)
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 + … + 𝑚𝑚𝑛𝑛

84
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85
onde 𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada x;
𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada y;
𝑧𝑧𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada z;
n – número das partículas;
𝑚𝑚𝑛𝑛 – massa da partícula n;
𝑥𝑥𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada x;
𝑦𝑦𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada y;
𝑧𝑧𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada z.

Momento linear

O momento linear de uma partícula é uma grandeza vetorial 𝑝𝑝⃗ definida através
da equação:

𝑝𝑝⃗ = 𝑚𝑚𝑣𝑣⃗

onde m – massa;
𝑣𝑣⃗ – veloc idade da partícula;
𝑝𝑝⃗ – momento linear da partícula.

As unidades de quantidade de movimento são as unidades de massa multipli-


cadas pelas unidades de velocidade. Não existe no SI uma unidade equivalente
𝑚𝑚
a 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 .
𝑠𝑠
O momento linear de um sistema de partículas é igual ao produto da massa
total 𝑝𝑝⃗ do sistema pela velocidade do centro de massa.
Se um sistema de partículas não está submetido a nenhuma força externa, o
momento linear total do sistema não pode variar.

𝑝𝑝⃗ = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

Se uma das componentes da força externa aplicada a um sistema fechado é


nula, a componente do momento linear do sistema em relação ao mesmo eixo
não pode variar.

85
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86
Impulso de uma força

Considere uma força constante 𝐹𝐹⃗ atuando num ponto material durante um
intervalo de tempo ∆𝑡𝑡 .

Figura 9.3 Impulso.

O impulso 𝐽𝐽⃗ dessa força constante nesse intervalo de tempo é a grandeza


vetorial dada por:

𝐽𝐽⃗ = 𝐹𝐹⃗ ∆𝑡𝑡

onde ∆𝑡𝑡 – intervalo de tempo;


𝐹𝐹⃗ – força;
𝐽𝐽⃗ – impulso.

No SI, a unidade de intensidade do impulso é 𝑁𝑁 � 𝑠𝑠.

O impulso da força resultante num intervalo de tempo é igual à variação da


quantidade de movimento do corpo no mesmo intervalo de tempo.

𝐽𝐽⃗ = 𝑝𝑝2 − 𝑝𝑝1 = ∆𝑝𝑝⃗

onde ∆𝑝𝑝⃗ – variação da quantidade de movimento linear;


𝐽𝐽⃗ – impulso.

86
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87
Colisão

Uma colisão entre dois corpos que se movem numa mesma reta, antes e depois
da colisão, é chamada choque frontal ou unidimensional.

Figura 9.4 Colisão de dois carros de corrida.

Se a energia cinética final é igual à energia cinética inicial, a colisão é chamada


choque perfeitamente elástico.
A quantidade de movimento também se conserva durante a colisão, pois o
sistema de corpos é isolado de forças externas.
Numa colisão perfeitamente elástica entre dois corpos, antes da colisão, o
corpo de massa 𝑚𝑚2 está em repouso ( 𝑣𝑣2𝑖𝑖 =0 ) e o corpo de massa está se moven-
do com velocidade 𝑣𝑣1𝑖𝑖 em direção a ele. Após a colisão os corpos se movem com
as velocidades diferentes 𝑣𝑣1𝑓𝑓 e 𝑣𝑣2𝑓𝑓 .

Figura 9.5 Choque perfeitamente elástico.

A conservação da quantidade de movimento pode ser expressa em equação:

𝑚𝑚1 𝑣𝑣1𝑖𝑖 = 𝑚𝑚1 𝑣𝑣1𝑓𝑓 + 𝑚𝑚2𝑣𝑣2𝑓𝑓

87
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88
Em uma colisão elástica do corpo 1 em movimento com o corpo 2 estacionário,
as velocidades finais dos corpos são:

onde 𝑚𝑚1 – massa do 1 corpo;


𝑚𝑚2 – massa do 2 corpo;
𝑣𝑣1𝑖𝑖 – velocidade inicial do corpo 1;
𝑣𝑣1𝑓𝑓 – velocidade final do corpo 1;
𝑣𝑣2𝑓𝑓 – velocidade final do corpo 2.

O choque em que os corpos se deformam de tal maneira que permaneçam


unidos após a colisão são denominados choques perfeitamente inelásticos.
Numa colisão perfeitamente inelástica entre dois corpos, antes da colisão o
corpo de massa 𝑚𝑚2 está em repouso ( 𝑣𝑣2𝑖𝑖 =0 ) e o corpo de massa 𝑚𝑚1 está se mo-
vendo ( 𝑣𝑣1𝑖𝑖 ) em direção a ele. Após a colisão os corpos unidos se movem com a
mesma velocidade 𝑉𝑉 .

Figura 9.6 Choque perfeitamente inelástico.

Conservação da quantidade de movimento:

𝑚𝑚1 𝑣𝑣1𝑖𝑖 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 � 𝑉𝑉

ou
𝑚𝑚1
𝑉𝑉 = 𝑣𝑣
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 1𝑖𝑖

88
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89
onde 𝑚𝑚1 – massa do 1 corpo;
𝑚𝑚2 – massa do 2 corpo;
𝑣𝑣1𝑖𝑖 – velocidade inicial do corpo 1;
V – velocidade final.

Exemplos

Exemplo 9.1: a figura mostra um sistema de três partículas de massas 𝑚𝑚1 = 3


kg, 𝑚𝑚2 = 4 kg e 𝑚𝑚3 = 8 kg. As escalas do gráfico são definidas 𝑥𝑥3 = 1 m e 𝑦𝑦2 = 1 m.
Quais são a coordenada 𝑥𝑥𝐶𝐶𝐶𝐶 e a coordenada 𝑦𝑦𝐶𝐶𝐶𝐶 do centro de massa do sistema?

Figura 9.7 Exemplo 9.1

Solução:
O centro de massa de um sistema depende da distância que cada corpo esteja
de um ponto de referência selecionado arbitrariamente e da massa de cada corpo.
No sistema temos três partículas de massas 𝑚𝑚1 = 3 kg, 𝑚𝑚2 = 4 kg e 𝑚𝑚3 = 8 kg.
A massa total do sistema é 𝑀𝑀 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2+𝑚𝑚3= 3 + 4 + 8 = 15 𝑘𝑘𝑘𝑘 .
Nesse caso, as três partículas têm as seguintes coordenadas:
Primeira partícula: 𝑥𝑥1 = 0 e 𝑦𝑦1 = 0
Segunda partícula: 𝑥𝑥2 = 2 𝑚𝑚 e 𝑦𝑦2 = 1 𝑚𝑚
Terceira partícula: 𝑥𝑥3 = 1 𝑚𝑚 e 𝑦𝑦3 = 2 𝑚𝑚
De acordo com equações (9.1) e (9.2), as coordenadas do centro de massa são:

𝑚𝑚1 𝑥𝑥1 + 𝑚𝑚2𝑥𝑥2 + 𝑚𝑚3 𝑥𝑥𝑛𝑛𝑛


𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. =
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 + 𝑚𝑚3
3�0+4�2+8�1
𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. = = 1,07 𝑚𝑚
15
𝑚𝑚1 𝑦𝑦1 + 𝑚𝑚2𝑦𝑦2 + 𝑚𝑚3𝑦𝑦𝑛𝑛
𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. =
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 + 𝑚𝑚3
3� 0+4�1+8�2
𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. = = 1,33 𝑚𝑚
15

Resposta: 𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. = 1,07 𝑚𝑚, 𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. = 1,33 𝑚𝑚

89
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90
Exemplo 9.2: compare a magnitude da quantidade de movimento de uma bola
de beisebol de 0,15 kg lançada a uma velocidade de 42 m/s com a magnitude da
quantidade de movimento de uma munição de 0,0042 kg disparada a uma velo-
cidade de 900 m/s.

Solução:
A quantidade de movimento de um corpo é calculada utilizando-se a equação:

𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚

Para a bola de beisbol temos massa 𝑚𝑚 = 0,15 𝑘𝑘𝑘𝑘 e velocidade 𝑣𝑣 = 42 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠


𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = 0,15 � 42 = 6,3
𝑠𝑠
Para a munição: massa 𝑚𝑚 = 0,0042 𝑘𝑘𝑘𝑘 e velocidade 𝑣𝑣 = 900 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚çã𝑜𝑜 = 0,0042 � 900 = 3,8
𝑠𝑠
Tanto a massa quanto a velocidade contribuem para a magnitude da quantida-
de de movimento de um corpo. Nesse caso, a bola de beisebol, à qual é atribuída
uma velocidade típica referente a uma bola rápida da liga principal, possui uma
quantidade de movimento maior do que a da munição. Mesmo sabendo-se que
a velocidade da munição é muito superior à da bola de beisebol, a massa da bola
acaba por ser ainda maior, conduzindo ao resultado mostrado.

𝑘𝑘𝑘𝑘�𝑚𝑚 𝑘𝑘𝑘𝑘�𝑚𝑚
Resposta: 𝑝𝑝𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = 6,3 𝑠𝑠
, 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 3,8 𝑠𝑠

Exemplo 9.3: uma força constante atua durante 5,0 s sobre uma partícula de
massa 2,0 kg, na direção e no sentido de seu movimento, fazendo com que sua
velocidade escalar varie de 5,0 m/s para 9,0 m/s. Determine:
a) o módulo da variação da quantidade de movimento da partícula;
b) a intensidade do impulso da força atuante;
c) a intensidade da força.

Solução:

90
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91
a) As quantidades de momento inicial 𝑝𝑝1 e final 𝑝𝑝2 da particula são dados por:

𝑝𝑝1 = 𝑚𝑚𝑣𝑣1 e 𝑝𝑝2 = 𝑚𝑚𝑣𝑣2

Sendo 𝑣𝑣1 = 5,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e 𝑣𝑣2 = 9,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 as velocidades escalares inicial e final, os
módulos das quantidades de movimento valem:

𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝1 = 2 � 5 = 10
𝑠𝑠
𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝2 = 2 � 9 = 18
𝑠𝑠

Como 𝑝𝑝1 e 𝑝𝑝2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, o módulo da variação
da quantidade de movimento é:

∆𝑝𝑝 = 𝑝𝑝2 − 𝑝𝑝1


𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
∆𝑝𝑝 = 18 − 10 = 8
𝑠𝑠

b) Aplicando o teorema do impulso à situação considerada: 𝐽𝐽⃗ = 𝑝𝑝2 − 𝑝𝑝1


Como o impulso tem a mesma direção e o mesmo sentido que as quantidedes
de movimento, vale escrever, pra sua intensidade:

𝐽𝐽 = ∆𝑝𝑝 = 8 𝑁𝑁 � 𝑠𝑠

Como 𝐽𝐽⃗ = 𝐹𝐹⃗ ∆𝑡𝑡 , a intensidade da força será dada por:


𝐽𝐽 = 𝐹𝐹∆𝑡𝑡
𝐽𝐽
𝐹𝐹 =
∆𝑡𝑡

Sendo ∆𝑡𝑡 = 5,0 𝑠𝑠, temos:


8
𝐹𝐹 = = 1,6 𝑁𝑁
5
𝑘𝑘𝑘𝑘�𝑚𝑚
Resposta: ∆𝑝𝑝 = 8 𝑠𝑠
, 𝐽𝐽 = 8 𝑁𝑁 � 𝑠𝑠, 𝐹𝐹 = 1,6 𝑁𝑁

Exemplo 9.4: um carro cuja massa é igual a 1500 kg se move a 4,5 m/s, quando
atinge outro carro estacionário cuja massa é igual a 1000 kg. Durante a colisão, os
para-choques dos dois carros ficam juntos. Qual é a velocidade dos dois carros
quando, juntos, deixam a colisão?

91
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92
Figura 9.8 Exemplo 9.4

Solução:

Explicitando-se a magnitude da velocidade final na equação 𝑚𝑚1 𝑣𝑣1 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 � 𝑉𝑉 ,


tem-se:
𝑚𝑚1
𝑉𝑉 = 𝑣𝑣
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 1

Utilizando-se os valores fornecidos no enunciado do problema, calcula-se a


velocidade final como:
1500
𝑉𝑉 = 4,5 = 2,7 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
1500 + 100

Resposta: 𝑉𝑉 = 2,7 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

92
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93
ROTAÇÃO

AULA 10
93
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94
As variáveis da rotação

Nesse capítulo vamos conhecer os movimentos de rotação, em que um objeto


gira em torno de um eixo.
Para descrever a rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo, chama-
do eixo de rotação, supomos que uma reta de referência está fixa no corpo, per-
pendicular ao eixo e girando com o corpo. A Figura 10.1 mostra um corpo rígido de
forma arbitraria girando em torno de um eixo fixo, chamado eixo de rotação.

Figura 10.1 Um corpo rígido de forma arbitrária em rotação pura em torno do eixo z de um
sistema de coordenadas.

Agora vamos discutir os equivalentes angulares das grandezas lineares: posi-


ção, deslocamento, velocidade e aceleração.
A posição angular é medida em relação ao semieixo x positivo. é medido em
radianos.
𝑠𝑠
𝜃𝜃 = (10.1)
𝑟𝑟

onde 𝜃𝜃 – posição angular;


s – comprimento de um arco de circunferência;
r – raio.

A relação entre um ângulo em radianos, um ângulo em revolução e um ângulo


em graus é a seguinte:

1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 360° = 2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 (10.2)

94
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95
Um corpo que gira em torno de um eixo de rotação, mudando de posição an-
gular de 𝜃𝜃1 para 𝜃𝜃2, sofre um deslocamento angular:

∆𝜃𝜃 = 𝜃𝜃2 − 𝜃𝜃1 (10.3)

Onde ∆𝜃𝜃 é positivo para rotações no sentido anti-horário e negativo para ro-
tações no sentido horário.
Se um corpo sofre um deslocamento angular ∆𝑡𝑡 em um intervalo de tempo ,
sua velocidade angular média 𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 é:

∆𝜃𝜃
𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = (10.4)
∆𝑡𝑡

Onde 𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 – velocidade angular média;


∆𝜃𝜃 – deslocamento angular;
∆𝑡𝑡 – intervalo de tempo.

Se a velocidade angular de um corpo varia de 𝜔𝜔1 para 𝜔𝜔2 em um intervalo de


tempo ∆𝑡𝑡 = 𝑡𝑡2 − 𝑡𝑡1 , a aceleração angular média 𝛼𝛼𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 do corpo é:

∆𝜔𝜔
𝛼𝛼𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡

Quando temos a aceleração angular constante, é um caso especial importante


de movimento de rotação. As equações cinemáticas apropriadas são:

𝜔𝜔 = 𝜔𝜔0 + 𝛼𝛼𝛼𝛼

1
𝜃𝜃 = 𝜃𝜃0 + 𝜔𝜔0𝑡𝑡 + 𝛼𝛼𝛼𝛼
2

Assim como foi feito na cinemática linear, definiu-se o valor inicial de velocidade
angular como ω . Define-se a variável tempo de “início” em t = 0, de acordo com a
0 0

convenção-padrão. Também define-se a posição angular inicial θ  de forma que o


0

deslocamento angular seja  θ − θ . 0

95
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Energia cinética de rotação e momento de inércia

A energia cinética de um objeto rígido que gira em torno de um dado eixo é


chamada de energia cinética de rotação. Depende não apenas da massa e da
velocidade angular do objeto, mas também como a massa do objeto é distribuída
em relação ao eixo de rotação.

Figura 10.2 Cada pequeno elemento de uma pá de um aerogerador está movendo-se em torno
de um eixo de rotação, contribuindo, assim, para a energia cinética associada à rotação da pá.

A energia cinética de um corpo rígido em rotação em torno de um eixo fixo é


dada por:
1
𝐾𝐾 = 𝐼𝐼𝜔𝜔2
2

onde K – energia cinética;


𝜔𝜔 – velocidade angular;
I – momento de inércia do corpo.

O momento de inércia do corpo, definido por:

𝐼𝐼 = � 𝑚𝑚𝑖𝑖 𝑟𝑟𝑖𝑖2

onde 𝑚𝑚𝑖𝑖 – massa;


𝑟𝑟𝑖𝑖 – distância.

96
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97
Figura 10.3 Momento de inércia de um corpo.

O momento de inércia de um corpo não envolve apenas a massa do corpo,


mas também a forma como a massa está distribuída. Na Figura 10.3 podemos
observar que é mais fácil girar uma barra comprida em torno (a) do eixo central
(longitudinal) do que (b) de um eixo passando pelo centro e perpendicular à maior
dimensão da barra. A razão para diferença é que a distribuição de massa está
mais próxima do eixo de rotação em (a) do que em (b).

Exemplos

Exemplo 10.1. Qual é a velocidade angular do ponteiro dos segundos e do


ponteiro dos minutos de um relógio analógico? Dê as respostas em radianos por
segundo.

Solução:
O ponteiro dos segundos de um relógio completa uma volta (2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 ) em
1 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 60 𝑠𝑠 . Assim,

1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 360° = 2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

E a velocidade angular:
2𝜋𝜋
𝜔𝜔𝑠𝑠 = = 0,105 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠
60

O ponteiro dos minutos de um relógio completa uma volta ( 2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 ) em


1 ℎ = 60 � 60 = 3600 𝑠𝑠

Resposta: 𝜔𝜔𝑠𝑠 = 0,105 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠, 𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 1,75 � 10−3 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠

97
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98
Exemplo 10.2. Um disco, inicialmente girando a 120 rad/s, é freado com uma
aceleração angular constante de módulo 4,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 . Quanto tempo o disco leva
para parar?

Solução:
Supomos que o disco está girando inicialmente no sentido anti-horário (positi-
vo). Nesse caso, como o disco é freado, a aceleração é negativa: 𝛼𝛼 = −4,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 ,
a velocidade angular inicial é 𝜔𝜔0 = 120 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 e a velocidade angular final 𝜔𝜔 = 0 .

Usamos a equação 𝜔𝜔 = 𝜔𝜔0 + 𝛼𝛼𝛼𝛼 para obter o valor de tempo:

0 = 120 + (−4)𝑡𝑡
0 − 120
𝑡𝑡 = = 30 𝑠𝑠
−4

Resposta: 𝑡𝑡 = 30 𝑠𝑠

Exemplo 10.3. Calcule o momento de inércia de uma roda que tem uma ener-
gia cinética de 24.400 J quando gira a 602 rev/min.

Solução:
A energia cinética (em J) é dada por 𝐾𝐾 = 1 𝐼𝐼𝜔𝜔2 , em que I é o momento de inércia
2
(em 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2 ) e 𝜔𝜔 é a velocidade angular (in rad/s). Temos:

∆𝜃𝜃
𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡

1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 360° = 2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

602 � 2𝜋𝜋
𝜔𝜔 = = 63 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠
60
Assim, o momento de inércia é:

2𝐾𝐾
𝐼𝐼 =
𝜔𝜔2

2 � 24400
𝐼𝐼 = 2
= 12,3 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2
63

Resposta: 𝐼𝐼 = 12,3 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2

98
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99
Exemplo 10.4. Quando o físico  gira um pequeno objeto vermelho em um cír-
culo aproximadamente horizontal na extremidade de um barbante de 0,30 m, o
objeto efetua 5 rev/s. Considerando o objeto como se toda a sua massa estivesse
concentrada em um único ponto e desprezando a massa do barbante, quanta
energia cinética de rotação o físico deve fornecer para viabilizar este movimento?
O objeto tem uma massa igual a 0,20 kg.

Figura 10.4 Exemplo 10.4.

Solução:

1
Para determinar a energia cinética de rotação, 𝐾𝐾 = 𝐼𝐼𝜔𝜔2
2 é preciso conhecer o
momento de inércia de massa I do sistema em torno do eixo de rotação, como
também a velocidade angular ω. Desprezando a massa do barbante e tratando o
objeto vermelho como se toda a massa estivesse concentrada em um único pon-
to, pode-se achar o momento de inércia de massa utilizando a equação:

𝐼𝐼 = � 𝑚𝑚𝑖𝑖 𝑟𝑟𝑖𝑖2

2
:𝐼𝐼 = 𝑚𝑚𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜
A energia cinética de rotação do pequeno objeto vermelho é:
1 2
𝐾𝐾 = 𝑚𝑚𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 𝜔𝜔2
2
Para calcular o resultado numérico, converta ω = 5 rev/s para rad/s:

1 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 360° = 2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

𝜔𝜔 = 5 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠 = 5 � 2𝜋𝜋 = 31,4 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠

Assim,
1
𝐾𝐾 = � 0,2 � 0,3 2� 31,3 2= 8,81 𝐽𝐽
2
Resposta: 𝐾𝐾 = 8,81 𝐽𝐽

99
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100
ROLAGEM, TORQUE E
MOMENTO ANGULAR

AULA 11
100
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
Rolamento

No caso de uma roda de raio R rolando suavemente,

𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝜔𝜔𝜔𝜔

onde 𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶 – velocidade linear do centro de massa da roda;


𝜔𝜔 – velocidade angular da roda em torno do deu centro;
R – raio da roda.

Figura 11.1. O centro de massa O de uma roda percorre uma distância s com velocidade 𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶
enquanto a roda gira de um ângulo θ.

A roda pode também ser vista como se estivesse girando instantaneamente em


torno do ponto P do piso que está em contato com a roda. A velocidade angular da roda
em torno deste ponto é igual à velocidade angular da roda em torno do seu centro.
Se a roda está sendo acelerada, mas ainda está rolando suavemente, a acele-
ração do centro de massa 𝑎𝑎𝐶𝐶𝐶𝐶 está relacionada à aceleração angular em relação
ao centro de rotação através da equação:

𝑎𝑎𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝛼𝛼𝛼𝛼

Torque

O torque pode fazer um corpo rígido girar, como acontece, por exemplo, quan-
do abrimos ou fechamos uma porta.
Torque τ é o análogo rotacional da força e leva em conta a distância r entre a força F e
o eixo de rotação, assim como o ângulo φ entre o vetor 𝑟𝑟⃗ e o vetor 𝐹𝐹⃗ (o vetor 𝑟𝑟⃗ aponta
do eixo de rotação ao ponto no qual a força é aplicada.) O módulo do torque é:
𝜏𝜏 = 𝑟𝑟 𝐹𝐹 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠

101
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102
A unidade SI de torque é evidente da equação é newton-metro 𝑚𝑚 � 𝑁𝑁

Figura 11.2. O torque τ é o análogo rotacional da força e leva em conta a distância r entre o local
onde a força F é aplicada e o eixo de rotação

A segunda lei de Newton para rotação é:

𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝐼𝐼𝐼𝐼

Onde 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 – torque resultante que age sobre o corpo rígido;


𝐼𝐼 – momento de inércia do corpo em torno do eixo de rotação;
a – aceleração angular em torno do eixo.

Momento angular

A quantidade de momento angular L é o análogo rotacional da quantidade de


momento linear. A quantidade de momento angular é o produto da velocidade
angular 𝜔𝜔 e o momento de inércia de massa I, ou o equivalente ao produto ve-
torial do vetor 𝑟𝑟⃗ de um objeto em rotação a um dado ponto e a quantidade de
momento linear 𝑝𝑝⃗ do objeto.
Para um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo, a componente do
momento angular paralela ao eixo de rotação é:
𝐿𝐿 = 𝐼𝐼𝜔𝜔
ou
𝐿𝐿 = 𝑟𝑟⃗ × 𝑝𝑝⃗
O módulo de 𝐿𝐿 é dado por:

𝐿𝐿 = 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜙𝜙

Onde 𝜙𝜙 – ângulo entre 𝑟𝑟⃗ e 𝑝𝑝⃗ .

102
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103
Exemplos

Exemplo 11.1. Um automóvel que se move a 80 km/h possui pneus com 75 cm


de diâmetro. Qual é a velocidade angular dos pneus em relação aos respectivos
eixos?

Solução:
A velocidade inicial do carro em m/s é
𝑘𝑘𝑘𝑘 80 � 1000 𝑚𝑚
𝑣𝑣 = 80 = = 22,2
ℎ 3600 𝑠𝑠

75,0
O raio dos pneus é 𝑅𝑅 = 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,375 𝑚𝑚
2
Como a velocidade inicial do carro é igual à velocidade inicial do centro de
massa dos pneus, a equação 𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝜔𝜔𝜔𝜔 nos dá:
𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶
𝜔𝜔 =
𝑅𝑅
22,2
𝜔𝜔 = = 59,3 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠
0,375

Resposta: 𝜔𝜔 = 59,3 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠

Exemplo 11.2. O comprimento do braço do pedal de uma bicicleta é de 0,152


m, e uma força de 111 N é aplicada ao pedal pelo ciclista. Qual é o módulo do
torque em relação ao eixo do braço do pedal quando o braço faz ângulo de 30°
com a vertical?

Solução:
Calculamos o torque usando a equação:
𝜏𝜏 = 𝑟𝑟 𝐹𝐹 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠

Para 𝜑𝜑 = 30° , 𝜏𝜏 = 0,152 � 111 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠30° = 8,4 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚

Resposta: 𝜏𝜏 = 8,4 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚

Exemplo 11.3. Se um torque de 32,0 exercido sobre uma roda produz uma
aceleração angular de 25,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 , qual é o momento de inércia da roda?

103
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104
Solução:
De acordo com a equação 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝐼𝐼𝐼𝐼 , temos:
𝜏𝜏
𝐼𝐼 =
𝛼𝛼
Para 𝜏𝜏 = 32,0 Nm e 𝛼𝛼 = 25,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 calculamos:

32
𝐼𝐼 = = 1,28 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2
25

Resposta: 𝐼𝐼 = 1,28 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2

Exemplo 11.4. Determine o torque da força 𝐹𝐹⃗ indicada na figura ao lado em


relação ao ponto O. Dados: 𝐹𝐹 = 10𝑁𝑁, 𝑑𝑑 = 1 𝑚𝑚 e θ = 60°

Figura 11.3. Exemplo 11.4. 

Solução:
Vamos inicialmente decompor a força 𝐹𝐹⃗ , na direção da barra e na direção per-
pendicular à barra. O torque de 𝐹𝐹⃗ em relação a O é igual ao torque de 𝐹𝐹1 em
relação ao O, pois o torque de 𝐹𝐹2 é nulo.

Assim: 𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 𝜏𝜏𝑂𝑂𝐹𝐹1 = +𝐹𝐹1𝑑𝑑 (sentido anti-horário).


Sendo 𝐹𝐹1 = 𝐹𝐹 � cos 𝜃𝜃 , temos:

𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 𝐹𝐹 � 𝑑𝑑 � cos 𝜃𝜃
𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 10 � 1 � cos 60° = 5 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚

Resposta: 𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 5 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚

104
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105
EQUILÍBRIO DE CORPOS
EXTENSOS

AULA 12
105
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106
Equilíbrio de um ponto material

As obras civis devem ser estáveis, apesar das forças que atuam sobre elas.
Um edifício, por exemplo, deve ser estável apesar das forças da gravidade e do
vento, e uma ponte deve ser estável apesar da força da gravidade e dos repetidos
solavancos que ela recebe de carros e caminhões. Um dos interesses da física é
conhecer o que faz um objeto permanecer estável na presença das forças.
Estática é a parte da mecânica que estuda as condições de equilíbrio de um
corpo. Corpo rígido é aquele cujas dimensões não são desprezíveis e que suas
deformações são desprezíveis quando sujeito a forças.

Figura 12.1. O domino só vai tombar se o centro de massa estiver à direita da aresta de apoio. 

Na Figura 12.1(a) um dominó é equilibrado em uma aresta, com o centro de


massa verticalmente acima dessa aresta. A linha de ação da força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔
a que o dominó está submetido passa pela aresta de apoio. Em (b), se o dominó
sofre uma rotação, ainda que pequena, a partir da orientação de equilíbrio, 𝐹𝐹𝑔𝑔
produz um torque que aumenta a rotação. Um dominó (c) apoiado no lado estreito
está em uma situação um pouco mais estável do que o dominó mostrado em (a).
Um cubo (d) é ainda mais estável.
A força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔 age efetivamente sobre um único ponto de um corpo,
o chamado centro de gravidade (CG) do corpo.
Se a aceleração da gravidade g é a mesma para todos os elementos de um cor-
po, o centro de gravidade (CG) do corpo coincide com seu centro de massa (CM).
Se um corpo homogêneo apresentar um elemento de simetria (um ponto,
um eixo ou um plano), o centro de gravidade pertence necessariamente a esse
elemento. Significa que o centro de gravidade coincide, nesse caso, com o centro
geométrico (Figura 12.2).

106
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107
Figura 12.2. Centro de gravidade. 

Quando um corpo rígido está em repouso, dizemos que ele se encontra em


equilíbrio estático (Figura 12.3).

Figura 12.3. Equilibrio estático. 

A soma vetorial das forças que agem sobre um corpo em equilíbrio estático é zero:

𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. = 0 (12.1)

onde 𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. - resultante das forças.

Se todas as forças estão no plano xy, esta equação vetorial é equivalente a duas
equações para as componentes:
𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑥𝑥 = 0 (12.2)
𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑦𝑦 = 0

onde 𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑥𝑥 – componente da força resultante no eixo x;


𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑦𝑦 – componente da força resultante no eixo y.

Torque de uma força em relação a um ponto

O torque de uma força em relação a um ponto ou a um eixo, fornece uma


medida da tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em torno
do ponto ou eixo.
𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. = 0 (12.3)

107
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108
A soma vetorial dos torques externos em relação a qualquer ponto que agem
sobre um corpo em equilíbrio estático também é zero, ou seja, para que o 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.
seja nulo é necessário que o torque no sentido horário seja igual ao momento no
sentido anti-horário.

Figura 12.4. Torque. 

Relembrando que podemos calcular o torque:


𝜏𝜏𝑜𝑜 = ±𝐹𝐹 · 𝑑𝑑 (12.4)

onde d - distância perpendicular do eixo no ponto O para linha de ação da força F;


F – força aplicada.

O corpo estar em equilíbrio significa que o corpo não apresenta movimento de


translação ou que ele realiza translação retilínea e uniforme; e, ainda, que o corpo
não está em rotação ou que ele realiza rotação uniforme. Em outras palavras, é
preciso considerar os equilíbrios de translação e de rotação.

Exemplos

Exemplo 12.1. Determine as trações nos fios ideais AB e BC, sabendo que o sistema
está em equilíbrio na posição indicada. Massa do corpo 𝑚𝑚 = 9 𝑘𝑘𝑘𝑘 e ângulo 𝜃𝜃 = 35° .

Figura 12.5. Exemplo 12.1. 

108
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109
Solução:
Isolamos o ponto B, onde concorrem os três fios. Observe que a tração no fio
vertical tem módulo igual ao peso P. A força de peso podemos calcular usando a
𝑚𝑚
equação 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (𝑔𝑔 = 9,8 𝑠𝑠2
), 𝑃𝑃 = 9 � 9,8 = 88,2 𝑁𝑁 .
Na primeira etapa vamos desenhar o diagrama das forças.

Vamos resolver este exercício, inicialmente, pelo método das projeções.


Projeções em x:
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 − 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � cos 𝜃𝜃 = 0
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � cos 𝜃𝜃
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � cos 35°
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � 0,82

Projeções em y:
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 𝜃𝜃 − 𝑃𝑃 = 0
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 𝜃𝜃 = 𝑃𝑃
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 35° = 88,2
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � 0,57 = 88,2
88,2
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = = 154,7 𝑁𝑁
0,57

Em equação , vem 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � 0,82, vem 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 154,7 𝑁𝑁


𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 154,7 � 0,82 = 126,85 𝑁𝑁

Resposta: 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 154,7 𝑁𝑁; 𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = 126,85 𝑁𝑁

109
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110
Exemplo 12.2. Para demonstrar as condições de equilíbrio de um corpo exten-
so, foi montado o experimento abaixo, em que uma régua (de massa 40 g), gradua-
da de 0 a 12, permanece em equilíbrio horizontal, apoiada no pino de uma haste
vertical. Um corpo de massa 150 g é colocado no ponto 1 e um corpo de massa 50
g é colocado no ponto 9. Para que a régua permaneça em equilíbrio horizontal, qual
a massa, em gramas, do corpo que deve ser colocado no ponto 11?

Figura 12.6. Exemplo 12.2. 

Solução:
Sabemos que a régua estará em equilíbrio quando a soma vetorial dos torques
externos em relação a ponto 5 for zero.

Para que o 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. seja nulo é necessário que o torque no sentido horário seja
igual ao momento no sentido anti-horário.

𝜏𝜏1 − 𝜏𝜏𝑟𝑟é𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔 − 𝜏𝜏2 − 𝜏𝜏3 = 0

110
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111
Podemos calcular os torques usando equação 𝜏𝜏 = 𝐹𝐹 · 𝑑𝑑 Sendo 𝐹𝐹 = 𝑃𝑃 :

𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝑚𝑚𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 � 𝑔𝑔 = 0,4 � 9,8 = 4,92 𝑁𝑁


𝑃𝑃1 = 𝑚𝑚1 � 𝑔𝑔 = 1,5 � 9,8 = 14,7 𝑁𝑁
𝑃𝑃2 = 𝑚𝑚2 � 𝑔𝑔 = 0,5 � 9,8 = 4,9 𝑁𝑁
𝑃𝑃3 = 𝑚𝑚3 � 𝑔𝑔 = 𝑚𝑚3 � 9,8

Temos:
𝜏𝜏1 = 14,7 � 4 = 58,8 𝑁𝑁𝑁𝑁

𝜏𝜏1 = 𝑃𝑃1 � 𝑑𝑑1 , onde 𝑑𝑑1 é a distância entre a posição 5 e 1 é igual a 4.

𝜏𝜏𝑟𝑟é𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔 = 𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 � 𝑑𝑑6, onde 𝑑𝑑6 = 1 é o centro de gravidade da régua.

𝜏𝜏𝑟𝑟é𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔𝑔 = 4,92 � 1 = 4,92 𝑁𝑁𝑁𝑁

𝜏𝜏2 = 𝑃𝑃2 � 𝑑𝑑2 , onde 𝑑𝑑2 é a distância entre a posição 9 e 5 é igual a 4.


𝜏𝜏2 = 4,9 � 4 = 19,6 𝑁𝑁𝑁𝑁

𝜏𝜏3 = 𝑃𝑃3 � 𝑑𝑑3 , onde 𝑑𝑑3 é a distância entre a posição 11 e 5 é igual a 6.


𝜏𝜏3 = 𝑚𝑚3 � 9,8 � 6 = 58,8 � 𝑚𝑚3 𝑁𝑁𝑁𝑁

Aplicando a equação dos torques em equilíbrio estático vamos descobrir a


massa 𝑚𝑚3

𝜏𝜏1 − 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 − 𝜏𝜏2 − 𝜏𝜏3 = 0


58,8 − 4,92 − 19,6 − 58,8 � 𝑚𝑚3 = 0

34,28
𝑚𝑚3 = = 0,58 𝑘𝑘𝑘𝑘 ou 𝑚𝑚3 = 58 𝑔𝑔
58,8

Resposta: 𝑚𝑚3 = 58 𝑔𝑔

Exemplo 12.3. O esquema representa um sistema em equilíbrio e na iminência de


movimento. Determine o coeficiente de atrito entre o corpo A e o plano horizontal.
Os fios são ideais. São dados os pesos dos corpos 𝑃𝑃𝐴𝐴 = 200 𝑁𝑁, 𝑃𝑃𝐵𝐵 = 100 𝑁𝑁 , 𝜃𝜃 = 30°
e o ângulo .

111
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112
Figura 12.7. Exemplo 12.3. 

Solução:
Isolamos o corpo A e o ponto C:

Como o corpo A está em equilíbrio, temos: 𝑇𝑇 = 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎. . Como o corpo está na imi-
nência de movimento, podemos escrever 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎. = 𝜇𝜇𝐹𝐹𝑁𝑁. Sendo 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝐴𝐴:
Como o ponto C está em equilíbrio, temos:

𝑇𝑇 = 𝜇𝜇 𝑃𝑃𝐴𝐴

Projeções em x: 𝑇𝑇1 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝑇𝑇 = 0

𝑇𝑇1 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑇𝑇
𝑇𝑇1 � 0,87 = 𝑇𝑇

Projeções em y: 𝑇𝑇1 � 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 − 𝑃𝑃𝐵𝐵 = 0

𝑇𝑇1 � 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 = 100


100
𝑇𝑇1 = = 200 𝑁𝑁
0,5

Da equação 𝑇𝑇1 � 0,87 = 𝑇𝑇 podemos calcular força 𝑇𝑇 = 200 � 0,87 = 174 𝑁𝑁


Sabemos que 𝑇𝑇 = 𝜇𝜇 𝑃𝑃𝐴𝐴 :
174 = 𝜇𝜇 200
174
𝜇𝜇 = = 0,87
200
Resposta: 𝜇𝜇 = 0,87

112
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113
ELASTICIDADE

AULA 13
113
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114
Elasticidade

Todos os corpos rígidos reais são, na verdade, ligeiramente elásticos, o que


significa que podemos mudar ligeiramente suas dimensões puxando-os, empur-
rando-os, torcendo-os ou comprimindo-os.
Três módulos de elasticidade são usados para descrever o comprimento elástico
(as deformações) de objetos submetidos a forças. A deformação (variação relativa
do comprimento) está linearmente relacionada à tensão (força por unidade área)
aplicada através de um módulo apropriado, de acordo com a relação geral.

𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡ã𝑜𝑜 = 𝑚𝑚ó𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 × 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑çã𝑜𝑜 (13.1)

Figura 13.1. Um corpo sobre tração. 

O módulo das tensões de tração e de compressão é chamado de módulo de


Young, e é representado pelo símbolo E. Substituindo as grandezas da equação
13.1 por símbolos, obtemos a seguinte equação:

𝜎𝜎 = 𝐸𝐸· 𝜀𝜀 (13.2)

onde 𝜎𝜎 - tensão;
E – módulo da elasticidade;
𝜀𝜀 – deformação.

A deformação:
𝛥𝛥𝛥𝛥
𝜀𝜀 = (13.3)
𝐿𝐿

114
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115
onde L - comprimento inicial;
𝛥𝛥𝛥𝛥 – variação do comprimento de alongamento ou compressão do objeto.

A tensão:
𝐹𝐹 (13.4)
𝜎𝜎 =
𝐴𝐴

onde F - módulo da força responsável pela deformação;


A – área de seção reta à qual a força é aplicada.

A unidade módulo de Young é N/m² ou Pa (Pa = N/m²)

Tabela 13.1. Algumas propriedades elásticas de materiais escolhidos. 

Quando um objeto está sob tração ou compressão podemos escrever a equação:

𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐸𝐸 (13.5)
𝐴𝐴 𝐿𝐿

Figura 13.2. Um cilindro submetido a uma tração sofre um alongamento 𝛥𝛥𝛥𝛥. 

115
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116
Na Figura 13.3 o corpo de prova sofre uma deformação permanente quando
a tensão atinge o limite elástico do material, e se rompe quando a tensão atinge
o limite de ruptura.

Figura 13.3. Curva tensão-deformação de um corpo de prova de aço. 

Cisalhamento

Quando um objeto está sob tração de cisalhamento:

𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐺𝐺 (13.6)
𝐴𝐴 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝛥𝛥
Onde é a deformação de cisalhamento do objeto, 𝛥𝛥𝑥𝑥 é o deslocamento de
𝐿𝐿
uma das extremidades do objeto na direção da força aplicada, e G é o módulo de
cisalhamento do objeto. A tensão é 𝐹𝐹
.
𝐴𝐴

Figura 13.4. Um cilindro submetido a uma tensão de cisalhamento sofre uma deformação . 

116
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117
Tensão hidrostática

Quando um objeto é submetido a uma compressão hidrostática por uma ten-


são exercida por um fluido no qual está submerso:
𝛥𝛥𝛥𝛥 (13.7)
𝑝𝑝 = 𝐵𝐵
𝑉𝑉
Onde é a pressão (tensão hidrostática) que o fluido exerce sobre o objeto, 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝑉𝑉
(a deformação) é o valor absoluto da variação relativa do volume do objeto pro-
duzida por essa pressão e B é o módulo de elasticidade volumétrica do objeto.

Figura 13.5. Uma esfera maciça submetida a uma tensão hidrostática uniforme aplicada por um
fluido tem seu volume reduzido de um valor 𝛥𝛥𝛥𝛥 . 

Exemplos

Exemplo 13.1. Uma extremidade de uma barra de aço de raio 9,5 mm e compri-
mento 81 cm é presa a um torno, e uma força de módulo 62 kN é aplicada à outra
extremidade. Quais são a tensão, o alongamento 𝛥𝛥𝛥𝛥 e a deformação da barra?

Solução:
Para determinar a tensão, escrevemos

𝐹𝐹
𝜎𝜎 =
𝐴𝐴

Área do um cilindro em 𝑚𝑚2 é 𝐴𝐴 = 𝜋𝜋𝑟𝑟 2 é ou 𝐴𝐴 = 3,14 � 9,5 � 10−3 2


= 283,385 � 10−6 𝑚𝑚2

6,2 � 104
𝜎𝜎 = −6
= 2,19 � 108 𝑁𝑁⁄ 𝑚𝑚2
283,385 � 10

117
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118
Como o limite elástico do aço estrutural é de 2,5 � 108 𝑁𝑁⁄ 𝑚𝑚2 , esta barra está
perigosamente próxima do limite elástico.
O valor do módulo Young do aço pode ser obtido na Tabela 13.1. De acor-
do com a equação 13.5, o alongamento é:
𝜎𝜎 � 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝐿𝐿 =
𝐸𝐸

A deformação é, portanto,
𝛥𝛥𝐿𝐿
𝜀𝜀 =
𝐿𝐿

Resposta: 𝜎𝜎 = 2,19 · 108 𝑁𝑁/𝑚𝑚2; 𝛥𝛥𝛥𝛥 = 0,89 𝑚𝑚𝑚𝑚; 𝜀𝜀 = 0,11%

Exemplo 13.2. Fios de aço carbono com área de seção transversal nominal
de 62,9 mm² são utilizados para a fabricação de peças pré-moldadas de concreto
protendido. Nessas peças, a armação de fios de aço é pré-tensionada (tração)
antes de ser imersa na matriz de concreto. Depois que o concreto é adicionado e
endurece, a tensão na armação de aço é retirada, o aço sofre recuperação elástica
e comprime o sistema todo, o que aumenta a resistência mecânica do conjunto
pois mantém o concreto sob um esforço de compressão. O valor do módulo de
elasticidade desse aço é 200 GPa. Assumindo que esses fios de aço sofreram uma
deformação elástica de 1% quando foram pré-tensionados, qual foi a força (em
newtons) à qual eles foram submetidos no processo de pré-tensionamento?

Solução:
Para calcular a força usamos a equação:
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐸𝐸
𝐴𝐴 𝐿𝐿
Utilizando os valores dados no enunciado do problema:
𝐴𝐴 = 62,9 mm2 = 62,9 � 10−6 m2
𝐸𝐸 = 200 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = 200 � 109 𝑃𝑃𝑃𝑃
𝛥𝛥𝐿𝐿
𝜀𝜀 = = 1% = 0,01
𝐿𝐿

118
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119
Agora podemos calcular a força:

𝐹𝐹 = 𝐴𝐴 � 𝐸𝐸 � 𝜀𝜀
𝐹𝐹 = 62,9 � 10−6 � 200 � 109 � 0,01 = 125800 𝑁𝑁 = 125,8 𝑘𝑘𝑘𝑘

Resposta: 𝐹𝐹 = 125,8 𝑘𝑘𝑘𝑘

Exemplo 13.3. Uma placa de dedicatória montada na base de um prédio tinha


originalmente 0,80 m de altura, 0,50 m de comprimento, e 0,10 × 10ˉ² m de es-
pessura. Durante um terremoto a placa foi deformada de tal maneira que a sua
superfície superior foi deslocada 0,08 m em relação à superfície inferior. A que
força de cisalhamento a placa foi submetida durante o terremoto? A placa foi feita
de uma liga metálica com módulo de cisalhamento de 0,40 × 10¹¹ N/m².

Solução:
Como as outras formas de tensão, a tensão de cisalhamento é definida pela
força de cisalhamento dividida pela área.
Resolvendo para F:
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝑥𝑥
= 𝐺𝐺
𝐴𝐴 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝑥𝑥
𝐹𝐹 = 𝐺𝐺 × 𝐴𝐴 ×
𝐿𝐿

Utilizando os valores dados no enunciado do problema,

0,08
𝐹𝐹 = 0,1 � 10−2 � 0,5 � 0,1 � 10−2 � = 2,0 � 106 𝑁𝑁
0,8

Resposta: 𝐹𝐹 = 2,0 � 106 N

119
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120
GRAVITAÇÃO E OSCILAÇÕES

AULA 14
120
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121
Lei da gravitação universal de Newton

A lei da gravitação universal de Newton descreve a força gravitacional que um


objeto exerce em outro. Ela estabelece que a força gravitacional que uma partí-
cula exerce em outra é proporcional ao produto de suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre seus centros. A força é de atração,
e dirigida ao longo da linha que conecta os centros das duas partículas.

Figura 14.1. Cada um dos objetos infinitesimalmente pequenos, de massa m1 e m2, exerce uma
força gravitacional no outro.

O objeto m2 exerce a força  𝐹𝐹2→1  em m1. O objeto m1 exerce a força  𝐹𝐹1→2  em m2.


Cada força é dirigida ao longo da linha que conecta os dois objetos. O módulo da
força é inversamente proporcional ao quadrado da distância de separação r. A
constante de proporcionalidade G é aproximadamente:

𝐺𝐺 = 6,67 � 10−11𝑁𝑁 � 𝑚𝑚2 ⁄𝑘𝑘𝑘𝑘2 (14.1)

O módulo da força gravitacional entre dois objetos é:

𝐺𝐺𝑚𝑚1𝑚𝑚2
𝐹𝐹 = (14.2)
𝑟𝑟 2

Onde F – força gravitacional;


G – constante de proporcionalidade;
𝑚𝑚1 e 𝑚𝑚2 – as massas de duas partículas;
r – distância entre os centros das duas partículas.

121
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122
O movimento harmônico simples

Nosso mundo está repleto de oscilações, nas quais os objetos se movem re-
petidamente de um lado para outro. Muitas são simplesmente curiosas ou de-
sagradáveis, mas outras podem ser economicamente importantes ou perigosas.
A compreensão de movimentos periódicos é essencial para o estudo de ondas,
som, correntes alternadas, luz, radiação etc.
Um corpo que está em movimento periódico está em uma situação de equilí-
brio estável. Quando é colocado fora deste ponto de equilíbrio surge uma força,
ou torque, restaurador e o coloca de volta no equilíbrio.
Existem vários tipos de sistemas que seguem movimentos periódicos, mas
utilizaremos como exemplos simples pêndulos e sistemas massa-mola. Estes sis-
temas servem de base para a descrição de outros casos mais complexos.
Se um movimento se repete em intervalos de tempo regulares este é chamado
de movimento periódico ou movimento harmônico. Este ocorre pela ação de uma
força restauradora.

Figura 14.2. O gráfico mais à direita mostra a posição em função do tempo de um objeto vincu-
lado à mola e que oscila entre +A e –A.

O movimento periódico é uma função cossenoidal do tempo. O movimento da


figura pode ser descrito em uma equação do deslocamento em função do tempo
da forma:
𝑥𝑥 𝑡𝑡 = 𝑥𝑥𝑚𝑚 cos( 𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑 ) (14.3)

122
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123
Onde 𝑥𝑥 𝑡𝑡 – deslocamento no instante t;
t – instante do tempo;
𝑥𝑥𝑚𝑚 – amplitude;
𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑 – fase;
𝜔𝜔 – frequência angular;
𝜑𝜑 – ângulo de fase.
𝑥𝑥𝑚𝑚 , ω e φ são constantes. A constante de fase (φ) é dependente do desloca-
mento e da velocidade da partícula no instante t=0.

A amplitude do movimento, denotada por A, é o valor em módulo do máximo


deslocamento a partir do equilíbrio, e é um valor sempre positivo. A unidade de-
penderá do tipo de oscilação que estivermos olhando. Se for a oscilação de uma
mola, a unidade seria o metro.
O período, T, é o tempo que leva para termos um ciclo. É uma quantidade
sempre positiva. No SI sua unidade é em segundos.
A frequência, 𝑓𝑓 , é o número de ciclos que se tem por unidade de tempo. É uma
quantidade sempre positiva.
No SI sua unidade é o hertz: 1 ℎ𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = 1𝐻𝐻𝐻𝐻 = 1𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜çã𝑜𝑜 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 = 1𝑠𝑠 −1
Da definição de 𝑓𝑓 e T é:
1
𝑓𝑓 = 𝑇𝑇 (14.4)

A frequência angular, 𝜔𝜔, é 2π vezes a frequência 𝑓𝑓 :


𝜔𝜔 = 2𝜋𝜋𝜋𝜋 (14.5)

Em unidades SI, a frequência angular é normalmente apresentada em radianos


por segundo (rad/s), mesmo quando não expressa um valor de rotação. Do ponto
de vista da análise dimensional, a unidade hertz (Hz) também está correta, mas,
na prática, só é usado para frequência ordinária f, e quase nunca para ω.

Lei do movimento harmônico simples

Quando a partícula unida a uma mola idealmente desprovida de massa é des-


locada para uma posição x, a mola exerce uma força restauradora sobre ela dada
pela lei de Hooke 𝐹𝐹⃗ = −𝑘𝑘𝑥𝑥⃗ (k é constante elástica da mola).

123
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124
Figura 14.3. Um objeto preso à extremidade de uma mola horizontal, que por sua vez tem a
outra extremidade fixada em um suporte, está em sua posição de equilíbrio quando a mola não
está nem comprimida nem distendida. Quando deslocado do ponto de equilíbrio, a mola exerce
sobre ele uma força restauradora que o traz de volta àquela posição.

Podemos utilizar a segunda Lei de Newton para descobrir qual força deve ser
exercida sobre uma partícula para que ela adquira tal aceleração.

𝑘𝑘 = 𝑚𝑚𝜔𝜔2 (14.6)

O MHS é o movimento executado por uma partícula sujeita a uma força propor-
cional ao deslocamento da partícula e orientada no sentido oposto. Um sistema
desse tipo é chamado de oscilador harmônico linear simples.
Podemos escrever a equação do período do oscilador linear:

𝑚𝑚
𝑇𝑇 = 2𝜋𝜋 (14.7)
𝑘𝑘

O período do MHS depende da massa m do ponto material em movimento e


da constante elástica k, mas não depende da amplitude da oscilação.
Uma partícula em movimento harmônico simples possui, em qualquer instan-
te, uma energia cinética (associada à velocidade do ponto material) e uma energia
potencial (do tipo elástica, associada à posição x do ponto material).

𝑚𝑚𝑣𝑣 2
Energia cinética: 𝐸𝐸𝑐𝑐 = (14.7)
2
𝑘𝑘𝑥𝑥2
Energia potencial elástica: 𝐸𝐸𝑝𝑝 = (14.8)
2

124
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125
Se não há atrito, a energia mecânica é 𝐸𝐸𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀. = 𝐸𝐸𝑐𝑐 + 𝐸𝐸𝑝𝑝
1 2 (14.9)
𝐸𝐸𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀. = 𝑘𝑘𝑥𝑥𝑚𝑚
2
No movimento harmônico simples as energias cinética e potencial variam, pois
variam a velocidade v e a posição x do ponto material. Entretanto, a energia me-
cânica permanece constante, mesmo que energias cinética e potencial variem.

Figura 14.4. A soma da energia cinética com a energia potencial associadas a um objeto em
movimento harmônico simples é constante. 
A energia mecânica de sistemas oscilatórios reais diminui durante as oscilações
porque forças externas, como a força de arrasto, inibem as oscilações e transfe-
rem energia mecânica para a energia térmica. Nesse caso, dizemos que o oscila-
dor real e o seu movimento são amortecidos.

Figura 14.5. A energia mecânica de sistemas oscilatórios reais.

Isto está
na rede
Prédio balança e água de piscina transborda após ventania em Balneário
Camboriú (SC)
Fonte: Hoje em Dia. Publicado em 5 de fevereiro de 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=OIrWzOw70Y0>

125
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126
Pêndulo simples

Um pêndulo simples é um modelo idealizado de um ponto material suspenso


por uma corda sem massa e inextensível.

Figura 14.6. O pêndulo simples.

Quando o ponto material é movido para um dos lados de sua posição de equi-
líbrio, ele oscila em torno desta posição de equilíbrio.
As forças que agem sobre o peso são a força gravitacional e a tensão do fio. A
componente tangencial 𝐹𝐹𝑔𝑔 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 da força gravitacional é a força restauradora que
tende a levar o pêndulo de volta para a posição central.
Para pequenas oscilações, de abertura não superior a 10°, a esfera pendular
realiza movimento harmônico simples. O período do pêndulo simples não depen-
de da massa da esfera.

(14.10)

Onde T – período;
L – comprimento do pêndulo;
g – aceleração da gravidade.

Exemplos

Exemplo 14.1. Encontre o módulo da força gravitacional da Terra sobre você.


Para tal, considere sua massa como 70,0 kg.

126
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127
Figura 14.7. Exemplo 14.1.

Solução:
Para encontrar um resultado numérico, vamos substituir os valores conhecidos
na equação, que são a constante 𝐺𝐺 = 6,67 � 10−11𝑁𝑁 � 𝑚𝑚2 ⁄𝑘𝑘𝑘𝑘2 , a massa da Terra (MT =
5,98 × 10²⁴ kg), o raio médio da Terra (RT = 6,38 × 10⁶ m), e sua massa (m = 70,0 kg):
𝐺𝐺 � 𝑚𝑚 � 𝑀𝑀
𝐹𝐹 =
𝑅𝑅2𝑇𝑇

Resposta: 𝐹𝐹 = 637 𝑁𝑁

Exemplo 14.2. O ponto material da figura tem massa 0,2 kg e está preso à mola
de constante elástica 𝑘𝑘 = 8,5 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Por meio de uma ação externa distende-se a
mola de 3 cm, abandonando-se o conjunto, que começa a oscilar, efetuando um
MHS na ausência de forças dissipativas. Determine o período do movimento e a
amplitude de oscilação.

Figura 14.8. Exemplo 14.2.

Solução:
O período do movimento não depende da amplitude, mas da massa m e da
constante elástica k. Calculando o período T obtemos:

127
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128
𝑚𝑚
𝑇𝑇 = 2𝜋𝜋
𝑘𝑘

Inicialmente o conjunto bloco e mola está em equilíbrio. Distendida a mola de 3


cm (cedendo energia potencial ao sistema) e abandonando-se em seguida o bloco,
o conjunto vai oscilar. O bloco oscila 3 cm de cada lado da posição de equilíbrio;
portanto, a amplitude é 3 cm.
𝐴𝐴 = 3 𝑐𝑐𝑐𝑐
Resposta: 𝑇𝑇 = 1 𝑠𝑠, 𝐴𝐴 = 3 𝑐𝑐𝑐𝑐

Exemplo 14.3. Uma mola tem o comprimento de 8 cm quando não solicitada.


Coloca-se em sua extremidade um corpo de massa igual a 0,1 kg e o comprimen-
to da mola passa a ser 12 cm. Por meio de uma ação externa puxa-se o corpo até
que o comprimento da mola atinja 14 cm, abandonando-se em seguida o conjun-
to, que passa a efetuar um MHS. Despreze as forças dissipativas. Determine a
constante elástica da mola, o período, a frequência e a amplitude do MHS.

Figura 14.9. Exemplo 14.3.

128
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129
Solução:
Da figura (a) à figura (b), pela ação do peso 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 do corpo de massa m, a
mola sofre a deformação x, dada por:
𝑥𝑥 = 12 − 8 = 4 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,04 m

Na figura (b), o corpo está em equilíbrio após a deformação ampla. No corpo


atuam: seu peso 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑃𝑃 = 0,1 � 9,8 = 0,98 𝑁𝑁
e a força elástica da mola, para cima, de intensidade 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒 = 𝑘𝑘𝑘𝑘
A força peso P e a força elástica 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒 da mola se equilibram; logo:
𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒 = 𝑃𝑃
𝑘𝑘𝑘𝑘 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑘𝑘 � 0,04 = 0,98
0,98
𝑘𝑘 = = 24,5 𝑁𝑁/𝑚𝑚
0,04

O período do MHS, que independe da amplitude, é dado por:


𝑚𝑚
𝑇𝑇 = 2𝜋𝜋
𝑘𝑘

1
A frequência é 𝑓𝑓 = , temos:
𝑇𝑇
1
𝑓𝑓 = = 2,5 𝐻𝐻𝐻𝐻
0,4
Da figura (b), posição de equilíbrio, à figura (c), posição em que o sistema é
abandonado, a mola foi distendida 2 cm. Em relação à posição de equilíbrio, o
sistema oscilará 2 cm acima e abaixo; logo, a amplitude é 2 cm.

Resposta: 𝑘𝑘 = 24,5 𝑁𝑁/𝑚𝑚, 𝑇𝑇 = 0,4 𝑠𝑠, 𝑓𝑓 = 2,5 𝐻𝐻𝐻𝐻, 𝐴𝐴 = 2 𝑐𝑐𝑐𝑐

129
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130
Exemplo 14.4. Um pêndulo simples é criado ao suspender uma pequena es-
fera de massa igual a 60 g por um fio elástico de massa desprezível. Com a esfera
presa, o fio tem 40 cm de comprimento. Encontre o período quando a esfera é
deslocada de uma pequena distância da posição de equilíbrio e então liberada.
(b) Quando a esfera é substituída por outra de massa igual a 260 g, o fio estica 10
cm. Encontre o novo período.

Solução:
Para a parte (a), o comprimento do pêndulo é L = 40 cm = 0,40 m; logo,

Para a parte (b), a mudança no comprimento afeta o período, mas a mudança


da massa, não. Pode-se aplicar diretamente a equação mais uma vez:

O período do pêndulo simples depende de seu comprimento, mas não da


massa do objeto que oscila.

Resposta: 𝑇𝑇 = 1,3 𝑠𝑠, 𝑇𝑇 = 1,4 𝑠𝑠

130
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131
ONDAS

AULA 15
131
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132
Ondas

O estudo das ondas, tanto mecânicas como eletromagnéticas, é umas das par-
tes da física que mais se desenvolveu nos últimos séculos e uma das que mais pos-
sibilita aprimoramentos nos modelos atuais. O conhecimento das propriedades
das ondas possibilita o estudo de frequências naturais de oscilação das obras de
engenharia civil e é muito utilizado para se evitarem problemas futuros nas mes-
mas. Também é devido à compreensão das ondas, neste caso eletromagnéticas,
que puderam se desenvolver os avanços na área de comunicação, principalmente
via satélite e rádio.
Ondas mecânicas são as mais familiares porque as encontramos constante-
mente. Entre elas estão as ondas do mar, as ondas sonoras e as ondas sísmicas.
Todas essas ondas possuem duas características: são governadas pelas leis de
Newton e existem apenas em um meio material, como água, o ar ou as rochas.
As ondas mecânicas não se propagam no vácuo.
Ondas eletromagnéticas podem ser menos familiares, mas estão entre as mais
usadas; exemplos importantes são a luz visível, a luz ultravioleta, as ondas de
rádio e de televisão, as micro-ondas, os raios X e as ondas de radar. Essas ondas
não precisam de um meio material para existir. Todas as ondas eletromagnéticas
se propagam no vácuo com a mesma velocidade c = 299 792 458 m/s. As ondas
eletromagnéticas propagam-se no vácuo e em certo meio material.

Figura 15.1. Ondas eletromagnéticas.

132
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133
Ondas de matéria são ondas usadas nos laboratórios. Estão associadas a elé-
trons, prótons e outras partículas elementares, e mesmo a átomos e moléculas.
Elas são chamadas de ondas de matéria porque normalmente pensamos nessas
partículas como elementos básicos da matéria.

Conceito de onda

No exemplo, a perturbação denomina-se pulso e o movimento do pulso cons-


titui uma onda. Denomina-se onda uma perturbação que se propaga num meio.

Figura 15.2. Ondas mecânicas em uma corda.

Na Figura 15.2 (a) um pulso isolado é produzido em uma corda esticada. Um ele-
mento típico da corda (assinalado com um ponto) se desloca para cima e depois para
baixo quando o pulso passa por ele. Como o movimento do elemento é perpendicular
à direção de propagação da onda, o pulso é uma onda transversal. Na Figura 15.2 (b)
uma onda senoidal é produzida na corda. Um elemento típico da corda se move para
cima e para baixo com a passagem da onda. Esta também é uma onda transversal.
Ondas transversais são aquelas em que a direção de propagação da onda é
perpendicular à direção de vibração.
Ondas longitudinais são aquelas em que a direção de propagação da onda
coincide com a direção de vibração.

Figura 15.3. Como a mola é helicoidal, verificamos a existência de dois tipos de ondas: a) trans-
versais e b) longitudinais.

133
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134
Ondas mistas são aquelas em que as partículas do meio vibram transversal e
longitudinalmente, ao mesmo tempo.

Figura 15.4. Origem e propagação de ondas na superfície da água. A rolha de cortiça flutuante
recebe energia da onda circular que se propaga.

Em relação à direção de propagação de energia nos meios materiais elásticos,


as ondas são classificadas em:
• Unidimensionais: quando se propagam numa só direção, com numa
corda.
• Bidimensionais: quando se propagam ao longo de um plano, como na
superfície da água.
• Tridimensionais: quando se propagam em todas as direções, como ocor-
re com as ondas sonoras no ar atmosférico.
Uma onda transfere energia de um ponto a outro sem o transporte de matéria
entre os pontos.

Ondas senoidais

Para descrever perfeitamente uma onda em uma corda (e o movimento de qual-


quer elemento da corda), precisamos de uma função que forneça a forma da onda.

Figura 15.5. Onda senoidal.

134
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135
Uma onda senoidal que se propaga no sentido positivo de um eixo pode ser
representada pela função.
𝑦𝑦 𝑥𝑥, 𝑡𝑡 = 𝑦𝑦𝑚𝑚 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝑘𝑘𝑘𝑘 − 𝜔𝜔𝜔𝜔) (15.1)

onde 𝑦𝑦 𝑥𝑥, 𝑡𝑡 - deslocamento;


𝑦𝑦𝑚𝑚 – amplitude da onda;
k – número de onda;
x – posição;
𝜔𝜔 – frequência angular;
t – tempo;
𝑘𝑘𝑘𝑘 − 𝜔𝜔𝜔𝜔 – fase.

O comprimento 𝜆𝜆 de onda está relacionado a 𝑘𝑘 (número de onda) através da equação:


2𝜋𝜋 (15.2)
𝜆𝜆 =
𝑘𝑘

Figura 15.6. Comprimento da onda .

O período e a frequência da onda estão relacionados à frequência angular


através da equação:
𝜔𝜔
𝑓𝑓 = 2𝜋𝜋 (15.3)
1 (15.4)
𝑇𝑇 = 𝑓𝑓
onde 𝑓𝑓 – frequência;
𝜔𝜔 – frequência angular;
T – período.

A velocidade da onda está relacionada a esses outros parâmetros através das


equações:
𝜔𝜔
𝑣𝑣 = (15.5)
𝑘𝑘
𝜆𝜆
𝑣𝑣 = = 𝜆𝜆𝜆𝜆 (15.6)
𝑇𝑇

135
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136
Isto está
na rede
RESSONÂNCIA DAS ESTRUTURAS
Fonte: O canal da Engenharia. Publicado em 27 de abril de 2017. Dispo-
nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1tf86I5bEgU>

As ondas sonoras

As ondas longitudinais de pressão, que se propagam no ar e nos fluidos em


geral, são denominadas ondas sonoras.

Figura 15.7. Ondas sonoras.

As ondas sonoras têm origem mecânica, pois são produzidas por deformações
em um meio elástico. Portanto, as ondas sonoras não se propagam no vácuo.
O sistema auditivo de uma pessoa normal é sensibilizado por ondas sonoras de
frequências entre, aproximadamente, 20 Hz e 20 000 Hz. As ondas sonoras nesta
faixa audível costumam ser denominadas sons. As frequências inferiores as 20
Hz são denominadas infra-sons e ocorrem, por exemplo, precedendo os abalos
sísmicos. Certos animais têm ouvidos sensíveis a essas ondas, como os cavalos e
os elefantes. Ondas sonoras com frequências superiores as 20 000 Hz constituem
os ultra-sons. Embora não sejam audíveis para o homem, muitos animais podem
ouvi-los, como cachorros, gatos, morcegos e outros.

136
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137
Figura 15.8. A frequência das ondas sonoras.

A velocidade do som em um fluido: (15.7)

B – módulo de compressão;
𝜌𝜌 – densidade do fluido.

A velocidade do som em um sólido: (15.8)


Y – módulo de Young;
𝜌𝜌 – densidade do sólido.

A velocidade do som em um gás: 𝑣𝑣 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 𝑇𝑇 (15.9)

𝛾𝛾𝛾𝛾
𝑘𝑘𝑔𝑔 – constante que depende da natureza do gás 𝑘𝑘𝑔𝑔 = ;
𝑀𝑀
T – temperatura;
R – constante do gás;
M – massa molar do gás;
𝛾𝛾 – razão das capacidades calóricas.

Tratando-se de ondas periódicas, valem para as ondas sonoras as mesmas


considerações já feitas a respeito de amplitude, período, frequência, velocidade
e comprimento de onda.

137
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138
Intensidade

A qualidade fisiológica pela qual diferenciamos os sons fracos dos sons fortes
é denominada intensidade auditiva ou nível sonoro do som. Depende da energia
transportada pelas ondas sonoras e, portanto, de sua intensidade física.
A intensidade física de uma onda, como já definimos anteriormente, é o quo-
ciente da energia que atravessa uma superfície (perpendicular à direção de pro-
pagação) na unidade de tempo e a área da superfície.

Figura 15.9. A intensidade física de uma onda.

A intensidade física de uma onda sonora podemos calcular com a equação:


∆𝐸𝐸 (15.10)
𝐼𝐼 =
𝐴𝐴 � ∆𝑡𝑡
Onde ∆𝐸𝐸 – variação da energia;
A – área da superfície;
∆𝑡𝑡 – intervalo de tempo.

∆𝐸𝐸
Sabemos que a potência da onda é 𝑃𝑃 =
∆𝑡𝑡
. Também podemos escrever através
da intensidade 𝐼𝐼 = 𝑃𝑃𝑃𝑃 . Unidades no SI: 𝐽𝐽 ou 𝑊𝑊 .
𝑚𝑚2 � 𝑠𝑠 𝑚𝑚2
Toda energia emitida pela fonte passa pela superfície da esfera. Assim, a taxa
com a qual a energia das ondas sonoras atravessa a superfície é igual à taxa com
a qual a energia é emitida pela fonte (ou seja, a potência 𝑃𝑃𝑆𝑆 da fonte). De acordo
com a equação, a intensidade da onda sonora na superfície da esfera é dada por:

𝑃𝑃
𝐼𝐼 = 4𝜋𝜋𝑟𝑟𝑆𝑆 2 (15.11)

onde 𝐴𝐴 = 4𝜋𝜋𝑟𝑟 2 – área da esfera;


𝑃𝑃𝑆𝑆 – potência;
r – raio da esfera.

138
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139
Experiências mostram que, para medir a intensidade auditiva, também deno-
minada nível sonoro do som, deve-se utilizar uma escala logarítmica.

𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 � log (15.12)
𝐼𝐼0
onde β – nível sonoro em decibéis;
𝐼𝐼 – intensidade auditiva;
𝐼𝐼0 – nível de intensidade de referência com o qual todas as intensi-
𝑊𝑊
dades são comparadas 𝐼𝐼0 = 10−12 2 .
𝑚𝑚

Nessa fórmula, β é medida em bel (símbolo B). Na prática geralmente medimos


β em unidade menor, o decibel (dB), sendo 1 dB = 0,1 B.

Figura 15.10. Níveis sonoros.

A Organização Mundial da Saúde considera que um som deve ficar em até 50


dB para não causar prejuízos ao ser humano. Acima de 70 dB o ruído pode causar
danos à saúde. O som do tráfego na cidade é de 90 dB; um conjunto de rock,
usando amplificador, produz intensidades audíveis de 125 dB, e o som de um
avião a jato aterrissando é de aproximadamente 140 dB. Já está aprovado que
uma exposição prolongada a níveis sonoros acima de 85 dB geralmente ocasiona
um dano permanente às estruturas auditivas do ouvinte.

Figura 15.11. Limites padrão por tipo de área, em decibéis.

139
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140
Exemplos

Exemplo 15.1. Um vibrador é ligado a uma corda tensa e em 6 s produz ondas


que assumem o aspecto indicado na figura. Determine comprimento da onda, a
frequência e velocidade de propagação da onda na corda.

Figura 15.12. Exemplo 15.1.

Solução:
Pelo esquema são produzidas três vibrações em 6 s. Assim, a frequência pode
ser calculada por regra de três simples e direta:

6𝑠𝑠 → 3 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣çõ𝑒𝑒𝑒𝑒

1𝑠𝑠 → 𝑓𝑓

1�3
Temos 𝑓𝑓 = = 0,5 𝐻𝐻𝐻𝐻
6

A distância entre duas cristas sucessivas é o comprimento de onda 𝜆𝜆 . Portanto


𝜆𝜆 = 20 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,2 𝑚𝑚 , assim, a velocidade de propagação da onda na corda é dada por:

𝑣𝑣 = 𝜆𝜆𝜆𝜆
𝑣𝑣 = 0,2 � 0,5 = 0,1 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Resposta: 𝑓𝑓 = 0,5 𝐻𝐻𝐻𝐻; 𝜆𝜆 = 0,2 𝑚𝑚; 𝑣𝑣 = 0,1 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Exemplo 15.2. Sabendo que a 15 °C o som se propaga a 340 m/s, qual será
sua velocidade de propagação à 100 °C?

Solução:
Precisamos converter a temperatura em Celsius (°C) para temperatura em
Kelvin (K)

140
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141
𝑇𝑇𝐾𝐾 = 𝑇𝑇𝐶𝐶 + 273,15
𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾 = 15 + 273,15 = 288,15𝐾𝐾
𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾 = 100 + 273,15 = 373,15𝐾𝐾

𝑣𝑣 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 𝑇𝑇

𝑣𝑣1 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾

Sabemos que 𝑣𝑣1 = 340 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

340 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 288,15

𝑣𝑣2 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾

𝑣𝑣2 = 401,18 · 373,15 = 386,91 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Resposta: 𝑣𝑣2 = 386,91 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠

Exemplo 15.3. Num festival de rock, uma pessoa a 40 metros de uma caixa
acústica ouve sons de nível sonoro 120 dB. Admitindo que a fonte é puntiforme
e isotrópica, qual é a potência por ele emitida?

Solução:
Calculemos inicialmente a intensidade física I da onda emitida. Sendo 𝛽𝛽 = 120 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑊𝑊
o nível sonoro e 𝐼𝐼0 = 1 � 10−12 2 a intensidade física de referência, teremos:
𝑚𝑚
𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0
𝐼𝐼
120 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0
𝐼𝐼
= 1012
𝐼𝐼0
𝐼𝐼 = 1012 � 𝐼𝐼0
𝐼𝐼 = 1012 � 1 � 10−12 = 1𝑊𝑊/𝑚𝑚2

Como a onda se distribui a partir da fonte segundo esferas concêntricas, po-


demos escrever:

141
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142
𝑃𝑃
𝐼𝐼 =
𝐴𝐴
𝐴𝐴 = 4𝜋𝜋𝑅𝑅2
𝑃𝑃
𝐼𝐼 =
4𝜋𝜋𝑅𝑅2
Para 𝑅𝑅 = 40 𝑚𝑚 , temos:

𝑃𝑃 = 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑅𝑅2
𝑃𝑃 = 1 � 4 � 3,14 � 402 = 20096 𝑊𝑊 = 20,094 𝑘𝑘𝑘𝑘

Resposta: 𝑃𝑃 = 20,094 𝑘𝑘𝑘𝑘

Exemplo 15.4. Num festival de rock, os ouvintes próximos às caixas de som


recebiam uma intensidade física sonora de 10 W/m². Sendo 10ˉ¹² W/m² a menor in-
tensidade física sonora audível, determine o nível sonoro do som ouvido por eles.
Solução:
Para o nível sonoro 𝛽𝛽 expresso em decibel (dB), podemos escrever:

𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0

𝑊𝑊 𝑊𝑊
Como 𝐼𝐼 = 10 e 𝐼𝐼0 = 10−12 𝑚𝑚2 , teremos:
𝑚𝑚2

10
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 1013 = 130 𝑑𝑑𝑑𝑑
10−12

Resposta: 𝛽𝛽 = 130 𝑑𝑑𝑑𝑑

142
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143
FLUIDOS

AULA 16
143
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 144
Fluidos

A física dos fluidos é base da engenharia hidráulica, um ramo da engenharia com


muitas aplicações práticas. A engenharia hidráulica é o ramo da engenharia civil que
se ocupa do fluxo e do transporte de fluidos, especialmente de águas e esgotos.
Hidrostática é a parte da Física que estuda os líquidos em repouso, bem como
as forças que podem ser aplicadas em corpos neles submersos.
Um fluido, ao contrário de um sólido, é uma substância que pode escoar. Os
fluidos assumem a forma do recipiente em que são colocados. Eles se comportam
dessa forma porque um fluido não pode resistir a uma força paralela à sua superfície.
A massa específica de qualquer material é definida como a massa do material
por unidade de volume.

𝑚𝑚
𝜌𝜌 = (16.1)
𝑉𝑉

onde 𝜌𝜌 – massa especifica (densidade);


m – massa;
V – volume.

As unidades de densidade ou massa específica correspondem sempre à rela-


ção entre unidade de massas e unidade de volume. As unidades mais usadas são
kg/𝑚𝑚3 , g/𝑐𝑐𝑐𝑐3 e kg/l .

A pressão

A grandeza dada pela relação entre a intensidade da força que atua perpendi-
cularmente e a área em que ela se distribui é denominada pressão.

𝐹𝐹
𝑝𝑝 = (16.2)
𝐴𝐴

onde 𝑝𝑝 – pressão;
F – força;
A – área.

144
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145
A força associada à pressão em um ponto de um fluido tem o mesmo módulo
em todas as direções. A unidade de pressão no SI é o N/ 𝑚𝑚2 , também denominada
pascal (Pa). A atmosfera (ATM) é, como o nome indica, a pressão média aproxima-
da da atmosfera ao nível do mar. A abreviação de libra por polegada quadrada é
PSI (do inglês pound per square inch).
A pressão em um ponto de um fluido em equilíbrio estático depende da profun-
didade desse ponto, mas não da dimensão horizontal do fluido ou do recipiente.

𝑝𝑝 = 𝑝𝑝0 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 (16.3)

onde 𝑝𝑝 – pressão em ponto de um fluido;


𝑝𝑝0 – pressão atmosférica na superfície;
h – profundidade;
𝜌𝜌 – densidade do fluido;
𝑔𝑔 – aceleração da gravidade.

Figura 16.1. A pressão em um ponto de um fluido.

Esta equação pode ser usada para determinar a pressão tanto em um líquido
(em função da profundidade) como na atmosfera (em função da altitude ou altura).
A pressão em um fluido é a mesma para todos os pontos situados à mesma altura.
A pressão em um ponto situado à profundidade h no interior de um líquido em
equilíbrio é dada pela pressão na superfície, exercida pelo ar, chamada pressão
atmosférica, somada à pressão exercida pela coluna de líquido situada acima do
ponto e expressa pelo produto 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌. A pressão atmosférica depende da altitude
do local. Por exemplo, a pressão atmosférica na cidade do Rio de Janeiro é maior
que a pressão atmosférica em Belo Horizonte.

145
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146
O princípio de Pascal

Uma variação da pressão aplicada a um fluido incompressível contido em um


recipiente é transmitida integralmente a todas as partes do fluido e às paredes
do recipiente.

Figura 16.2. Uma prensa hidráulica.


Quando é exercida uma pressão num ponto de um líquido em equilíbrio, essa
pressão se transmite a todos os pontos do líquido.
Aplicando no êmbolo menor uma força 𝐹𝐹1, o líquido fica sujeito a um acréscimo
de pressão 𝑝𝑝1. Como a pressão se transmite integralmente através do líquido, o
êmbolo maior fica sujeito ao acréscimo de pressão 𝑝𝑝2 , igual á pressão 𝑝𝑝1 . Portanto
𝑝𝑝1 = 𝑝𝑝2 é:

𝐹𝐹1 𝐹𝐹
= 𝐴𝐴2 (16.4)
𝐴𝐴1 2
ou
ℎ1 𝐴𝐴1 = ℎ2 𝐴𝐴2 (16.5)

onde 𝐹𝐹1 - força no êmbolo menor;


𝐹𝐹2 - força no êmbolo maior;
𝐴𝐴1 - área no êmbolo menor;
𝐴𝐴2 - área no êmbolo maior;
ℎ1 - deslocamento no êmbolo menor;
ℎ2 - deslocamento no êmbolo maior.

O princípio de Arquimedes

Quando um corpo está total ou parcialmente submerso em um fluido, uma


força de empuxo exercida pelo fluido 𝐹𝐹𝑒𝑒 age sobre o corpo. A força é dirigida para
cima e tem um módulo igual ao peso 𝑚𝑚𝑓𝑓 𝑔𝑔 do fluido deslocado pelo corpo.

146
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147
𝐹𝐹𝑒𝑒 = 𝑚𝑚𝑓𝑓 𝑔𝑔 (16.6)

Aplicando a equação da densidade 𝑚𝑚𝑓𝑓 = 𝜌𝜌𝑓𝑓 𝑉𝑉𝑓𝑓 , temos:

𝐹𝐹𝑒𝑒 = 𝜌𝜌𝑓𝑓 𝑉𝑉𝑓𝑓𝑔𝑔 (16.7)

Figura 16.3. Flutuação em um fluido.

Quando um corpo flutua em um fluido, o módulo 𝐹𝐹𝑒𝑒 da força de empuxo que


age sobre o corpo é igual ao módulo 𝐹𝐹𝑔𝑔 da força gravitacional a que o corpo está
submetido 𝐹𝐹𝑒𝑒 = 𝐹𝐹𝑔𝑔 .
Quando a força de empuxo é igual ao peso o objeto flutua, porém quando o
peso é maior que a força do empuxo o objeto afunda.

Escoamento de fluido ideal

A Hidrodinâmica é o estudo dos fluidos (líquidos e gases) em movimento, como


a água escoando ao longo de um tubo ou no leito de um rio.
Um fluido ideal é incompressível, não tem viscosidade e seu escoamento é
laminar e irrotacional. Uma linha de fluxo é a trajetória seguida por uma partícu-
la do fluido. Um tubo de fluxo é um feixe de linhas de fluxo.

Figura 16.4. A vazão do fluido.

A vazão do fluido é o volume que passa por uma seção reta por unidade de
tempo. A unidade de vazão no SI é o 𝑚𝑚3 ⁄𝑠𝑠 , 1 𝑚𝑚3 ⁄𝑠𝑠 = 103 𝑙𝑙/𝑠𝑠 .

147
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148
∆𝑉𝑉
𝑅𝑅𝑉𝑉 = (16.8)
∆𝑡𝑡

onde 𝑅𝑅𝑉𝑉 - vazão;


∆𝑉𝑉 – variação do volume;
∆𝑡𝑡 – intervalo do tempo.

Figura 16.5. A vazão do fluido num tubo cuja seção transversal não seja constante.

A equação da continuidade exprime o fato de que a velocidade de escoamento


de um fluido é inversamente proporcional à área da seção transversal do tubo.
𝑅𝑅𝑉𝑉𝑉 = 𝑅𝑅𝑉𝑉𝑉 (16.9)
𝐴𝐴1 � 𝑣𝑣1 = 𝐴𝐴2 � 𝑣𝑣2

onde 𝑅𝑅𝑉𝑉1 – vazão do fluido através de seção 1;


𝑅𝑅𝑉𝑉2 – vazão do fluido através de seção 2;
𝐴𝐴1 – área da seção 1;
𝐴𝐴2 – área da seção 2;
𝑣𝑣1 – velocidade na seção 1;
𝑣𝑣2 – velocidade na seção 2.

Figura 16.5. O escoamento de um fluido ideal.

A aplicação do princípio de conservação da energia mecânica ao escoamento


de um fluido ideal leva à equação de Bernoulli:
1
𝑝𝑝 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 + 𝜌𝜌𝑣𝑣 2 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
2
ao longo de qualquer tubo de fluxo.

148
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 149
1 2
Nessa equação, 𝑝𝑝 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 é a chamada pressão estática, e 𝜌𝜌𝑣𝑣 , pressão dinâmica.
2
1 1
𝑝𝑝1 + 𝜌𝜌𝜌𝜌ℎ1 + 𝜌𝜌𝑣𝑣12 = 𝑝𝑝2 + 𝜌𝜌𝜌𝜌ℎ2 + 𝜌𝜌𝑣𝑣22 (16.10)
2 2

onde 𝑝𝑝1 – pressão do fluido no ponto 1;


𝑝𝑝2 – pressão do fluido no ponto 2;
𝜌𝜌 – densidade do fluido;
𝑔𝑔 – aceleração da gravidade;
ℎ1 – altura do ponto 1;
ℎ2 – altura do ponto 2;
𝑣𝑣1 – velocidade no ponto 1;
𝑣𝑣2 – velocidade no ponto 2.

Aplicando a equação de Bernoulli ao caso particular em que ℎ1 = ℎ2 = ℎ, temos:


1 1 (16.11)
𝑝𝑝1 + 𝜌𝜌𝑣𝑣12 = 𝑝𝑝2 + 𝜌𝜌𝑣𝑣22
2 2

Figura 16.6. O caso específico quando .


Se a velocidade de um fluido aumenta enquanto ele se move horizontalmente
ao longo de uma linha de fluxo, a pressão do fluido diminui, e vice-versa.

Figura 16.7. A velocidade de um fluido.


A equação de Torricelli pode ser usada para a determinação da velocidade.

𝑣𝑣 = 2𝑔𝑔𝑔 (16.12)
onde v – velocidade do fluido;
g – aceleração da gravidade;
h – profundidade.

149
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 150
Exemplos

Exemplo 16.1. Um espaçador de alumínio possui um diâmetro de 12 cm e


espessura de 1 cm. O diâmetro do furo é de 2 cm. O alumínio possui uma massa
específica de 2700 kg/m³. Determine a massa do espaçador.

Solução:

A densidade do espaçador é dada pela relação entre sua massa e o seu volume:
𝑚𝑚
𝜌𝜌 =
𝑉𝑉
A massa específica do espaçador é dada: 𝑚𝑚 = 2700 k g⁄𝑚𝑚3
A forma geométrica do espaçador é um cilindro. O volume do um cilindro é:

𝑉𝑉 = 𝜋𝜋 � 𝑟𝑟 2 � ℎ

Para calcular a massa específica do alumínio do cilindro, devemos calcular o


volume descontando, do volume total, o volume da parte oca:

𝑉𝑉𝐴𝐴𝐴𝐴 = 𝑉𝑉𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 − 𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜


12
Temos o raio do cilindro 𝑟𝑟 = = 6 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,06 𝑚𝑚 e a altura ℎ = 1 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,01 𝑚𝑚
2

𝑉𝑉𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = 𝜋𝜋 � 𝑟𝑟 2 � ℎ
𝑉𝑉𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = 3,14 � 0,062 � 0,01 = 1,13 � 10−4 𝑚𝑚3
2
O volume da parte oca quando o raio é 𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = = 1 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,01 𝑚𝑚 temos:
2
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = 3,14 � 0,012 � 0,01 = 3,14 � 10−6 𝑚𝑚3
𝑉𝑉𝐴𝐴𝐴𝐴 = 1,13 � 10−4 − 3,14 � 10−6 = 1,099 � 10−4 𝑚𝑚3

Agora podemos calcular a massa do espaçador.


𝑚𝑚
2700 =
1,099 � 10−4 𝑚𝑚3
𝑚𝑚 = 2700 � 1,099 � 10−4 = 0,297 𝑘𝑘𝑘𝑘 = 297 𝑔𝑔

Resposta: 𝑚𝑚 = 297 𝑔𝑔

150
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 151
Exemplo 16.2. Um reservatório contém água, cuja densidade é 1 g/cm³, até a
3
altura de 10 m. A pressão atmosférica local é 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Determine a pressão no
fundo do reservatório.

Solução:
De acordo com equação 16.13, a pressão no fundo do reservatório, vale:

𝑝𝑝 = 𝑝𝑝0 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌
𝑔𝑔 𝑘𝑘𝑘𝑘
Mas: 𝑝𝑝0 = 105 𝑁𝑁/𝑚𝑚3 , 𝜌𝜌 = 1 𝑐𝑐𝑐𝑐3 = 1000 𝑚𝑚3 ; ℎ = 10𝑚𝑚

3
Assim: 𝑝𝑝 = 105 + 1000 � 9,8 � 10 = 1,98 � 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚

3
Resposta: 𝑝𝑝 = 1,98 � 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚

Exemplo 16.3. O elevador hidráulico de um posto de automóveis é acionado


mediante um cilindro de área 3 � 10−3 𝑚𝑚2 . O automóvel a ser elevado tem massa
1,4 � 103 𝑘𝑘𝑘𝑘 e está sobre o êmbolo de área 3 � 10−2 𝑚𝑚2 . Determine a intensidade
mínima da força que deve ser aplicada no êmbolo menor para o elevador do
automóvel e o deslocamento que teoricamente deve ter o êmbolo menor para
elevar o automóvel a 10 cm de altura.

Solução:
As intensidades das forças nos dois êmbolos são diretamente proporcionais
às respectivas áreas:
𝐹𝐹1 𝐹𝐹2
=
𝐴𝐴1 𝐴𝐴2
Temos:
𝐹𝐹2 = 𝑚𝑚𝑚𝑚;
𝐹𝐹2= 3 � 103 � 10 = 3 � 104 𝑁𝑁
𝐴𝐴1 = 3 � 10−5 𝑚𝑚3
𝐴𝐴2 = 6 � 10−3 𝑚𝑚3

Assim:
𝐹𝐹1 3 � 104
=
3 � 10−5 6 � 10−3
3 � 10−5 � 3 � 104
𝐹𝐹1 = = 1,5 � 102 𝑁𝑁
6 � 10−3

151
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 152
Também é dada a altura ℎ2 = 10 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,1 𝑚𝑚
Substituindo em ℎ1 � 𝐴𝐴1 = ℎ2 � 𝐴𝐴2 , temos:

ℎ1 � 3 � 10−5 = 0,1 � 6 � 10−3


ℎ1 = 20 𝑚𝑚

Esse deslocamento teórico que o êmbolo menor deve sofrer é muito grande.
Na prática, como vimos, esse deslocamento é subdividido em vários deslocamen-
tos menores e sucessivos, por meio de válvulas adequadas.

Resposta: 𝐹𝐹1 = 1,5 � 102 𝑁𝑁; ℎ1 = 20 𝑚𝑚

Exemplo 16.4. As superfícies S1 e S2 do tubo indicado na figura possuem áreas


de 3 𝑐𝑐𝑐𝑐2 e 2 𝑐𝑐𝑐𝑐2 , respectivamente. Um líquido de densidade 0,8 � 103 𝑘𝑘 𝑔𝑔⁄𝑚𝑚3
escoa pelo tubo e apresenta, no ponto 1, velocidade 2 m/s e pressão 4 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃 .
Determine a velocidade e a pressão do líquido no ponto 2.

Solução:
Pela equação da continuidade, temos 𝐴𝐴1 � 𝑣𝑣1 = 𝐴𝐴2 � 𝑣𝑣2 . Sendo 𝐴𝐴1 = 3,0 𝑐𝑐𝑐𝑐2 ,
𝐴𝐴2 = 2,0 𝑐𝑐𝑐𝑐2 e 𝑣𝑣1 = 2,0 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 , temos:

3 � 2 = 2 � 𝑣𝑣2
𝑣𝑣2 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠

Para o cálculo da pressão no ponto 2, usamos a equação de Bernoulli, para o


caso em que ℎ1 = ℎ2 :
1 1
𝑝𝑝1 + 𝜌𝜌𝑣𝑣12 = 𝑝𝑝2 + 𝜌𝜌𝑣𝑣22
2 2

Sendo 𝑝𝑝1 = 4,0 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝜌𝜌 = 0,8 � 103 𝑘𝑘 𝑔𝑔⁄𝑚𝑚3 ,temos:

1 1
4,0 � 104 + � 0,8 � 103 � 22 = 𝑝𝑝2 + � 0,8 � 103 � 32
2 2
𝑝𝑝2 = 3,8 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃
Resposta: 𝑣𝑣2 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑝𝑝2 = 3,8 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃

152
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 153
REFERÊNCIAS
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Gravitação, ondas e termodinâmica. V2. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016

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Óptica e física moderna. V4. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016

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Toledo. Os Fundamentos da Física: Termologia, óptica, ondas. Volume 2. 11 ed.
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154
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