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Livro de Física Geral e Experimental I
Livro de Física Geral e Experimental I
EXPERIMENTAL I
“
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ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
FÍSICA GERAL E
EXPERIMENTAL I
PROF.A DRA. AUSRA MARÃO
SUMÁRIO
AULA 01 MEDIÇÃO 05
AULA 02 VETORES 13
AULA 10 ROTAÇÃO 94
AULA 01
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Objetivo da física é fornecer uma compreensão quantitativa de certos fenô-
menos básicos que ocorrem em nosso Universo. A física é uma ciência baseada
em observações experimentais e análises matemáticas. A ciência e a engenha-
ria se baseiam em medições e comparações. Assim, precisamos de regras para
estabelecer de que forma as grandezas devem ser medidas e comparadas e de
experimentos para estabelecer as unidades para essas medições e comparações.
Medindo Grandezas
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Tabela 1.1 Grandezas Fundamentais e Suas Unidades do SI
6
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As unidades derivadas são formadas por produtos de potências das unidades
fundamentais (Tabela 1.2). Assim, as unidades SI para a velocidade são metros
por segundo, m/s. Muitas outras, assim chamadas de grandezas derivadas, serão
encontradas com o desenvolvimento dos temas de exploração da física; algumas
diretas, como a área (m²) e a massa específica (kg/m³), e outras não tão diretas,
como a resistência à corrente elétrica, m²·kg/(s³·A²). Felizmente, os cientistas têm
atribuído nomes adicionais (não fundamentais) às unidades de algumas grande-
zas derivadas mais complexas e de uso mais frequente. Por exemplo, define-se 1
m²·kg/(s³·A²) como 1 ohm (1 Ω), a unidade SI da resistência elétrica.
As unidades derivadas do SI são definidas em termos dessas unidades funda-
mentais. Assim, por exemplo, a unidade de força do SI, chamada de newton (N), é
definida em termos das unidades fundamentais de massa, comprimento e tempo.
7
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Mudança de Unidades
𝑥𝑥 × 10±𝑎𝑎 (1.1)
onde x – medida;
10 – base da potência;
a – expoente da potência.
2.680.000.000 m = 2,68·10⁹ m
e
0,000 000 235 s = 2,35·10ˉ⁷ s
8
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Tabela 1.3 Prefixos mais usados das Unidades do SI
10⁹ giga- G
10⁶ mega- M
10³ quilo- k
10ˉ¹ deci- d
10ˉ² centi- c
10ˉ³ mili- m
10ˉ⁶ micro- µ
10ˉ⁹ nano- n
10ˉ¹² pico- p
Fonte: Haliday e Resnic (2010)
Isto está
na rede
Exemplos
Solução a: 2 m em mm
9
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Pode-se, sempre, multiplicar um número pela unidade sem alterar seu valor.
Existem 1000 mm em 1 m ou 1 mm é uma milésima parte (0,001) do 1 metro, logo,
ou
1
2 𝑚𝑚 = 2 � −3 𝑚𝑚𝑚𝑚 = 2000 𝑚𝑚𝑚𝑚
10
Solução b: 1,327 µg em g
10
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Exemplo 1.2. Suponha que a corda de uma guitarra deva ser utilizada em um
experimento. Seu comprimento é registrado como 1140 mm. Entretanto, para
efetuar um determinado cálculo, todos os valores devem ser expressos em uni-
dades do SI. O valor do comprimento deve, portanto, ser convertido para metros.
Solução:
Utilizando a Tabela 1.3, 1 mm é igual a 10ˉ³ m; isto é, a taxa de 10ˉ³ m para 1
mm é igual a 1. Assim, o valor 1140 mm pode ser convertido para metros multi-
plicando-o por um fator de conversão que indique a equivalência entre 10ˉ³ m e
1 mm, ou seja,
Exemplo 1.3. O ônibus espacial pode atingir uma velocidade orbital de 7860
m/s. A essa velocidade, qual é a distância que o ônibus percorreria em 7 dias?
Solução:
Algumas conversões não podem ser facilmente realizadas em uma única eta-
pa. Como ilustração, seja a conversão de um intervalo de tempo de 1 dia para
segundos. Neste caso, aplicam-se, separadamente, as equivalências de 1 dia e 24
h, de 1 h e 60 min e de 1 min e 60 s, logo
Sabemos que
Deslocamento
Velocidade = (1.2)
Período de tempo
m
𝑑𝑑 = ∆𝑡𝑡 � 𝑣𝑣 = 604800 𝑠𝑠 � 7860 = 4753728000 m = 4,75 � 109 𝑚𝑚
s
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VETORES
AULA 02
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Grandezas escalares e grandezas vetoriais
Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido. Muitas grandezas ficam perfei-
tamente definidas quando conhecemos seu valor numérico e a correspondente
unidade. Tais grandezas são denominadas grandezas escalares. Grandezas esca-
lares possuem apenas valor numérico (módulo) e unidade da medida e obede-
cem às regras da aritmética e da álgebra comum. Por exemplo, na Figura 2.1 as
grandezas escalares são massa (símbolo - m, unidade - kg), volume (símbolo - V,
unidade - m³), tempo (símbolo - t, unidade - s), temperatura (símbolo - T, unidade
- K), altura (símbolo – h, unidade – m), etc.
Existem grandezas que, além do valor
numérico e da unidade, necessitam de
direção e sentido para que fiquem defini-
das. As grandezas vetoriais possuem um
valor numérico, unidade e uma orientação
(sentido) e obedecem às regras da álgebra
vetorial. Também na Figura 2.1 grandezas
→
vetoriais são velocidade (símbolo v , unida-
→
de - m/s), força (símbolo – F, unidade - N)
→
aceleração (símbolo – a, unidade - m/s²),
→
deslocamento (símbolo – x, unidade - m) e
outras. Figura 2.1 Grandezas escalares e vetoriais
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Vetor
Dois vetores são iguais quando possuem o mesmo módulo, a mesma direção
e o mesmo sentido. Já dois vetores são opostos quando possuem o mesmo mó-
dulo, a mesma direção, mas sentidos contrários (opostos).
Na Figura 2.4, são vários vetores iguais e opostos. Vetores com sentidos opos-
→ → → → → →
tos V1 ≠ V2, módulos opostos V1 ≠ V4, direções diferentes V1 ≠ V5, mas com os
→ → → →
módulos iguais são |V1|= |V2| = |V3|= |V5|.
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Operações com vetores
→ → →
Para somar V1 e V2 (Figura 2.5.a), faça a extremidade de V1 (ponto B) coincidir com
→ → →
a origem de V2 (ponto C). Para obter o vetor resultante ( Vs), ligue a origem de V1 (A) à
→
extremidade V2 (D) (Figura 2.5.b). Essa regra também vale para dois ou mais vetores
(Figura 2.6).
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉2 (2.1)
→
onde Vs – vetor resultante;
→
V1 – vetor 1;
→
V2 – vetor 2.
Figura 2.5 Adição vetorial aplicando regra gráfica de operação do triângulo ou do paralelogramo.
→
Na Figura 2.5.c, o vetor soma Vs é representado pela diagonal de um paralelo-
→ →
gramo, cujos lados são representações dos vetores V1 e V2.
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O módulo do vetor resultante é dado pela diagonal do paralelogramo, como
indicado na Figura 2.7.
Assim,
𝑉𝑉 = 𝑉𝑉12 + 𝑉𝑉22 + 2 · 𝑉𝑉1 · 𝑉𝑉2 ·cos(θ) (2.3)
→
onde V – módulo do vetor o vetor V;
→ →
θ – ângulo entre os dois vetores V1 e V2.
→ → → → →
Para subtrair V1 de V2, invertemos o sentido de V1 para obter –V1 e somamos V1
→ → → →
e -V1. O vetor V� é a diferença entre os vetores V1 de V2, nessa ordem. Para subtrair
→ → → →
V1 de V2, deve-se adicionar V2 ao oposto de V1 (Figura 2.8).
→
onde V� – diferença entre os vetores.
Figura 2.8 Subtração vetorial aplicando regra gráfica de operação do triângulo ou do paralelogramo.
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Componentes de vetor
→
As componentes (escalares) Vx e Vy de um vetor bidimensional V em relação
aos eixos de um sistema de coordenadas xy são obtidas traçando retas perpen-
→
diculares aos eixos a partir da origem e da extremidade de V (Figura 2.9). Onde
→ → →
temos Vx e Vy vetores componentes do vetor V e Vx e Vy componentes do vetor
→
V. As componentes do vetor formam um ângulo reto.
Exemplos
→ →
Exemplo 2.1. São dados os vetores x e y de módulos x = 3 e y = 4. Determine
graficamente o vetor soma e calcule o seu módulo.
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Solução a:
→ → → →
Para somar x e y, faça a extremidade de x coincidir com a origem de y. Para
→ → →
obter o vetor resultante ( Vs), ligue a origem de x à extremidade y (Figura 2.11.a).
→ →
Também podemos somar os vetores x e y usando a regra do paralelogramo.
→
Nesse caso o vetor soma Vs é representado pela diagonal de um paralelogramo
(Figura 2.11.b).
→
Para calcular o módulo do vetor soma Vs podemos usar o teorema de Pitágoras,
→ → →
uma vez que x , y e Vs constituem os lados de um triangulo retângulo.
𝑉𝑉𝑆𝑆2 = 𝑥𝑥 2 + 𝑦𝑦2
𝑉𝑉𝑆𝑆2 = 32 + 42 = 25
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 25 = 5
→
Resposta: O módulo do vetor Vs = 5.
Solução b:
→ →
O ângulo entre os vetores x e y é 60°, logo teremos:
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(60°) = 6
→
Resposta: O módulo do vetor Vs = 6.
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Solução c:
→ →
O ângulo entre os vetores x e y é 0°, logo teremos:
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(0°) = 7
→
Resposta: O módulo do vetor Vs = 7.
Solução d:
𝑉𝑉𝑆𝑆 = 32 + 42 + 2 · 3 · 4·cos(180°) = 1
→
Resposta: O módulo do vetor Vs = 1.
→ →
Exemplo 2.2. Dados os vetores a e b, cujos módulos valem, respectivamente, 6
→ → →
e 8, determine graficamente o vetor diferença V� = a - b e calcule o seu módulo.
Solução:
→ → → → → →
Para subtrair b de a, invertemos sentido de b para obter –b e somamos a e -b.
(Figura 2.15).
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Figura 2.16 Resposta do Exemplo 2.2
Sendo os módulos a = 6; b = 8 , podemos calcular o módulo do vetor diferença
aplicando o teorema do Pitágoras ao triangulo retângulo formado pelos vetores
→ → →
a, -b e V�.
𝑉𝑉𝐷𝐷2 = 𝑎𝑎2 + 𝑏𝑏 2
𝑉𝑉𝐷𝐷2 = 62 + 82 = 100
𝑉𝑉𝐷𝐷 = 100 = 10
Resposta: O módulo do vetor V� = 10.
→
Exemplo 2.3 Um vetor deslocamento r no plano xy tem 15 m de comprimento
e faz um ângulo θ = 30° com o semieixo x positivo. Determine a componente x e
a componente y do vetor.
Solução:
→ →
Na figura 2.18 temos as componentes rx e ry
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MOVIMENTO RETÍLINEO
AULA 03
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Um dos objetivos da física é estudar o movimento dos objetos: a rapidez com
que se movem, por exemplo, ou a distância que percorrem em um dado intervalo
de tempo.
Nesse capítulo, estudaremos a física básica do movimento nos casos em que
o objeto (carro de corrida, placa tectônica, célula sanguínea ou qualquer outro)
está se movendo em linha reta (Figura 3.1). Este tipo de movimento é chamado
de movimento unidimensional (UM).
Deslocamento
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O deslocamento Δx de uma partícula é a variação de sua posição:
Quando uma partícula se desloca de uma posição xi para uma posição xf du-
rante um intervalo de tempo ∆t = tf - ti, sua velocidade média durante esse intervalo
é dada por
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A unidade de velocidade escalar média é expressa em unidade de comprimen-
to por unidade de tempo: km/h, m/s, cm/s, etc.
O sinal algébrico de vmed indica o sentido do movimento (vmed é uma grandeza
vetorial).
Movimentos que possuem velocidade escalar instantânea constante (não nula)
são chamados movimentos uniformes.
Usando equação 3.2 podemos escrever função horário do MU:
Aceleração
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A unidade de aceleração é o quociente da unidade de velocidade por unidade
𝑘𝑘𝑘𝑘� 𝑚𝑚⁄
de tempo:
ℎ
ℎ
= 𝑘𝑘𝑘𝑘/ℎ2 , 𝑠𝑠
= 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 , etc.
𝑠𝑠
No movimento uniforme a velocidade escalar é constante e a aceleração esca-
lar é nula. Já movimentos que possuem aceleração escalar instantânea constante
(não nula) são chamados movimentos uniformes variados (MUV).
No movimento uniformemente variado, a velocidade escalar apresenta varia-
ções iguais em intervalos de tempo iguais.
1
𝑥𝑥 = 𝑥𝑥0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 𝑎𝑎𝑡𝑡 2 (3.8)
2
25
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As equações para aceleração constante podem ser usadas para descrever este
movimento, mas devemos fazer duas mudanças na notação:
O movimento é descrito em relação a um eixo vertical y, com +y orientado
verticalmente para cima;
A aceleração a é substituída por g onde g é o módulo da aceleração em queda
livre.
O valor específico de g varia de uma pequena quantidade, de local para local da
Terra, porém, será utilizado o valor médio aceitável, g = 9,8 m/s². Pode-se, assim,
reescrever as Equações 3.7 e 3.8 (admitindo que não haja resistência do ar) de
modo a descrever o movimento vertical nas proximidades da superfície da Terra:
1
𝑦𝑦 = 𝑦𝑦0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 𝑔𝑔𝑔𝑔 2 (3.10)
2
onde v – velocidade final;
v0 – velocidade inicial;
t – tempo final;
g – aceleração da gravidade;
y – posição final em vertical;
y0 – posição inicial em vertical.
Assim, num lançamento vertical e numa queda livre, o sinal da aceleração es-
calar é determinado somente pela orientação da trajetória e não depende do fato
de o corpo estar subindo ou descendo. Subir ou descer está associado apenas ao
sinal da velocidade escalar.
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Exemplos
Solução:
∆𝑥𝑥
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
210
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 60 𝑘𝑘 𝑚𝑚 ⁄ℎ
3,5
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Exemplo 3.2 Um móvel realiza um movimento uniforme num determinado
referencial. Seus espaços variam com o tempo, segundo os dados da tabela:
t (s) 0 1 2 3 4
x (m) 20 28 36 44 52
Solução:
a) Da tabela 3.1 observamos que no instante t = 0 o espaço do móvel é x0
= 20m.
Para o cálculo da velocidade escalar do movimento basta observar na
tabela que, para cada intervalo de tempo igual a 1 s, a variação do es-
∆𝑥𝑥
paço do imóvel é de 8 m. Assim, sendo ∆t = 1s e ∆x = 8m, temos:
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
8
𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 1 = 8 𝑚𝑚/𝑠𝑠
𝑥𝑥 = 20 + 8𝑡𝑡
8
Resposta: 𝑥𝑥0 = 20 𝑚𝑚, 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 8 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑥𝑥 = 20 + 8𝑡𝑡, 𝑥𝑥 = 500 m.
1
Solução:
A variação da velocidade ∆𝑣𝑣 = 108𝑘𝑘 𝑚𝑚 ⁄ℎ ocorre no intervalo de tempo ∆t = 8s.
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Para expressar o resultado em m/s2 , devemos converter a variação da velocidade
para m/s:
𝑘𝑘𝑘𝑘 108 𝑚𝑚
∆𝑣𝑣 = 108 = = 30
ℎ 3,6 𝑠𝑠
A aceleração escalar média do veículo, portanto, vale:
∆𝑣𝑣
𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
30 𝑚𝑚
𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = = 3,75 2
8 𝑠𝑠
𝑚𝑚
Resposta: 𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 3,75 𝑠𝑠2
.
Solução:
Orientemos a trajetória para baixo (𝑎𝑎 = +𝑔𝑔 = +9,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2 ) a partir do ponto de
abandono da pedra (v0 = 0, y0 = 0).
1
𝑦𝑦 = 𝑦𝑦0 + 𝑣𝑣0𝑡𝑡 + 2 𝑔𝑔𝑔𝑔 2
1
𝑦𝑦 = 0 + 0 · 𝑡𝑡 + · 9,8 · 𝑡𝑡 2= 4,9𝑡𝑡 2
2
𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑔𝑔𝑔𝑔
𝑣𝑣 = 0 + 9,8 · 𝑡𝑡 = 9,8𝑡𝑡
Quando t = 3s, a altura do edifício é:
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MOVIMENTO EM DUAS
DIMENSÕES
AULA 04
30
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Nesse capítulo vamos estudar a cinemática de um corpo que pode ser mo-
delado como uma partícula em movimento em um plano. Isto é um movimento
bidimensional.
Lançamento horizontal
31
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No movimento de queda livre, movimento vertical, o corpo se move em razão
da ação da gravidade. Assim, podemos dizer que o movimento é uniformemente
variado, pois a aceleração gravitacional é constante (g = 9,8 m/s²). No caso do mo-
vimento horizontal, a velocidade permanece constante. Portanto, o movimento
é uniforme. No lançamento horizontal, à medida que o corpo se movimenta, o
→
módulo de sua velocidade v cresce em virtude do aumento do módulo da veloci-
→
dade vertical vy.
Considere um objeto disparado de uma altura H com velocidade horizontal v0.
Sob a ação exclusiva da gravidade, o objeto toca o solo após um certo tempo de
queda cumprindo um alcance horizontal.
𝐴𝐴 = 𝑣𝑣0𝑡𝑡 (4.2)
1
𝐻𝐻 = 𝑔𝑔 𝑡𝑡 2 (4.3.)
2
onde H – altura;
g – aceleração da gravidade;
v0 – velocidade horizontal;
t – tempo de queda.
A velocidade que o móvel atinge em seu voo parabólico, após um certo tempo
do disparo, é obtida pela adição vetorial de suas velocidades componentes (Figura
4.3). Aplicando teorema de Pitágoras em módulo, temos:
32
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Figura 4.3 A velocidade resultante.
Lançamento oblíquo
→
Quando lançamos obliquamete um corpo, com uma velocidade inicial ( v0), incli-
nada de um ângulo θ com a horizontal, notamos que ele descreve uma trajetória
parabólica em relação ao solo, caso a resistência do ar seja desprezível (Figura 4.4).
33
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34
Figura 4.6 O módulo da velocidade vertical vy varia como no lançamento vertical para cima.
34
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35
Figura 4.6 A velocidade horizontal permanece constante durante o movimento.
A Figura 4.6 mostra que, qualquer que seja o ponto da trajetória em que o
corpo esteja, a velocidade horizontal é sempre a mesma:
𝑥𝑥 = 𝑣𝑣𝑥𝑥 𝑡𝑡 (4.11)
Figura 4.7 Em qualquer ponto da trajetória, a velocidade resultante 𝑣𝑣⃗ é dada por 𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣0 + 𝑣𝑣𝑦𝑦 .
35
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36
É importante ressaltar que, considerando o movimento resultante, a velocidade
do projétil 𝑣𝑣⃗ é sempre dada pela soma dos vetores componentes 𝑣𝑣𝑥𝑥 e 𝑣𝑣𝑥𝑥
Observe, pela Figura 4.7, que a velocidade 𝑣𝑣⃗ é sempre tangente à trajetória.
No ponto mais alto da trajetória, tem-se 𝑣𝑣𝑦𝑦 = 0 e, portanto, 𝑣𝑣⃗ = 𝑣𝑣𝑥𝑥 . Sendo assim,
nesse ponto, a velocidade 𝑣𝑣⃗ tem módulo mínimo.
Ao retornar ao nível horizontal de lançamento, o projétil apresenta velocidade
𝑣𝑣⃗ , cujo módulo é igual ao módulo da velocidade de lançamento 𝑣𝑣0 . Isso equivale a
dizer que a velocidade escalar 𝑣𝑣 do corpo, no instante de retorno ao solo, é igual
à velocidade escalar 𝑣𝑣0 com que foi lançado a partir do solo.
𝑣𝑣 2
𝑎𝑎 = (4.14)
𝑟𝑟
Figura 4.8 Os vetores velocidade e aceleração de uma partícula em movimento circular uniforme.
36
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37
O vetor 𝑎𝑎⃗ aponta sempre para o centro da circunferência ou arco de circunfe-
rência, e é chamado de aceleração centrípeta. O tempo que a partícula leva para
descrever uma circunferência completa é dado por:
2𝜋𝜋𝜋𝜋
𝑇𝑇 = (4.15)
𝑣𝑣
onde T – período;
r – raio da circunferência;
v – velocidade da partícula.
O período é o tempo que uma partícula leva para completar uma volta em
uma trajetória fechada.
Exemplos
Exemplo 4.1 Uma esfera rola com velocidade constante de 10 m/s sobre uma
mesa horizontal. Ao abandonar a mesa, ela fica sujeita exclusivamente à ação da
gravidade, atingindo o solo num ponto situado a 5 m do pé da mesa. Determine:
a) o tempo de queda;
b) a altura da mesa em relação ao solo;
c) o módulo da velocidade da esfera ao chegar ao solo.
Solução:
a) Ao abandonar a mesa, a esfera apresenta, na direção horizontal, mo-
vimento uniforme com velocidade 𝑣𝑣0 = 10 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 e alcança o solo com
distância 𝑥𝑥 = 5 𝑚𝑚 . Assim:
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𝐴𝐴 = 𝑣𝑣0𝑡𝑡
𝐴𝐴 = 𝑥𝑥 = 5 𝑚𝑚
5 = 10 · 𝑡𝑡
5
𝑡𝑡 = = 0,5 𝑠𝑠
10
𝑚𝑚 1
sendo 𝑔𝑔 = 9,8 2 e 𝑡𝑡 = 0,5 𝑠𝑠 , calculamos 𝐻𝐻 = 9,8 · · 0,52 = 1,225 𝑚𝑚
𝑠𝑠 2
𝑚𝑚
sendo: 𝑣𝑣0𝑦𝑦 = 0; 𝑔𝑔 = 9,8 𝑠𝑠2
; 𝑡𝑡 = 0,5 𝑠𝑠 teremos 𝑣𝑣𝑦𝑦 = 0 + 9,8 · 0,5 = 5 𝑚𝑚/𝑠𝑠.
𝑣𝑣 = 𝑣𝑣02 + 𝑣𝑣𝑦𝑦2
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Figura 4.10 Exemplo 4.2.
Solução:
a) Do triângulo retângulo destacado, formado por 𝑣𝑣0, 𝑣𝑣𝑥𝑥 e 𝑣𝑣0𝑦𝑦 , calculamos
os módulos das componentes horizontal e vertical:
c) O alcance do lançamento:
Resposta: 𝑣𝑣𝑥𝑥=64,28 𝑚𝑚/𝑠𝑠; 𝑣𝑣0𝑦𝑦 =76,6 𝑚𝑚/𝑠𝑠; 𝐻𝐻 = 299,4 𝑚𝑚; 𝐴𝐴 = 1004,9 𝑚𝑚.
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Exemplo 4.3 Um satélite se move em uma órbita circular, 640 km acima da
superfície da Terra, com um período de 98 min (O raio da Terra é 6·10⁶ m). Quais
são a velocidade e o módulo da aceleração centrípeta do satélite?
Solução:
Sabendo que o raio da Terra é 𝑅𝑅 = 6 · 106 𝑚𝑚 e o satélite se move acima da
superfície da Terra ℎ = 640 𝑘𝑘𝑘𝑘 ou, em metros, 640 · 103 𝑚𝑚, calculamos raio total
da circunferência:
𝑟𝑟 = 𝑅𝑅 + ℎ
𝑟𝑟 = 6 · 10 + 640 · 103 = 6,64 · 106 𝑚𝑚
6
41,7 · 106
5880 =
𝑣𝑣
41,7 · 106
𝑣𝑣 = = 7091,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
5880
O módulo da aceleração centrípeta do satélite é:
𝑚𝑚
Resposta: 𝑣𝑣 = 7091,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑎𝑎 = 7,57 𝑠𝑠2
.
40
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41
LEIS DE NEWTON DO
MOVIMENTO
AULA 05
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42
A reação que existe entre uma força e a aceleração produzida por ela foi des-
coberta por Isaac Newton. O estudo dessa relação é chamado de mecânica ne-
wtoniana.
A dinâmica é a parte da mecânica que estuda os movimentos e as causas que
os produzem ou os modificam (Figura 5.1).
42
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43
Isso significa que um ponto material isolado possui velocidade constante. Em
outras palavras, um ponto material isolado está em equilíbrio estático (repouso)
ou em equilíbrio dinâmico (movimento retilíneo uniforme).
Força é a causa que produz num corpo variação da velocidade e, portanto,
aceleração. Para que a velocidade de um objeto varie (ou seja, para que o objeto
sofra uma aceleração), é preciso que ele seja submetido a uma força (empurrão,
ou puxão) exercida por outro objeto Figura (5.2).
Se nenhuma força resultante atua sobre um corpo, sua velocidade não pode
mudar, ou seja, o corpo não pode sofrer uma aceleração.
Figura 5.3 A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante que atua
sobre ele, e o inverso da massa do corpo.
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44
Terceira lei de Newton
Figura 5.4 As forças 𝐹𝐹𝐿𝐿𝐿𝐿 (força da caixa sobre o livro) e 𝐹𝐹𝐶𝐶𝐶𝐶 (força do livro sobre a caixa) têm o
mesmo módulo e sentidos opostos.
Força Gravitacional
A força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔 , exercida sobre um corpo é um tipo especial de atração
que um segundo corpo exerce sobre o primeiro.
Quando falamos da força gravitacional, que age sobre um corpo, estamos nos
referindo à força que o atrai na direção do centro da Terra, ou seja, verticalmente
para baixo.
O módulo da força gravitacional é igual ao produto massa (m) com aceleração
da gravidade (g).
𝐹𝐹𝑔𝑔 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.4)
onde 𝐹𝐹𝑔𝑔 – força gravitacional;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.
44
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45
Peso
O peso P de um corpo é o módulo da força necessária para impedir que o
corpo caia livremente.
Peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.
O peso P de um corpo é igual ao módulo 𝐹𝐹𝑔𝑔 , da força gravitacional que age
sabre o corpo.
𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝑔𝑔 (5.5)
Substituindo por mg, obtemos:
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.6)
onde P – peso;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.
Força normal
Quando um corpo exerce uma força sobre uma superfície, a superfície (ainda
que aparentemente rígida) se deforma e empurra o corpo com uma força normal
que é perpendicular à superfície.
45
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝐹𝐹𝑔𝑔
𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝑔𝑔
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (5.8)
onde 𝐹𝐹𝑔𝑔 – força gravitacional;
𝐹𝐹𝑁𝑁 – força normal;
P – peso;
g – aceleração da gravidade;
m – massa.
Figura 5.6 (a) Um bloco que repousa sobre uma mesa experimenta uma força normal perpendi-
cular à superfície da mesa. (b) Diagrama de corpo livre do bloco.
Exemplos
Exemplo 5.1 Nas figuras abaixo, representamos as forças que agem nos blocos
(todos de massa igual a 2 kg). Determine, em cada caso, o módulo da aceleração
que esses blocos adquirem.
46
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47
Solução:
a) Nesse caso, a força 𝐹𝐹1 é a força resultante 𝐹𝐹R que produz a aceleração 𝑎𝑎⃗.
b)
𝐹𝐹R = 𝐹𝐹1 + 𝐹𝐹2 (sentidos das forças são iguais)
𝐹𝐹R = 3 + 4 = 7,0 N
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
7 = 2 · 𝑎𝑎
7
𝑎𝑎 = = 3,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2
c)
𝐹𝐹R = 𝐹𝐹1 − 𝐹𝐹2 (sentidos das forças são opostos)
𝐹𝐹R = 4 − 3 = 1,0 N
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
1 = 2 · 𝑎𝑎
1
𝑎𝑎 = = 0,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2
47
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48
Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo destacado, temos:
𝐹𝐹𝑅𝑅 = 32 + 42 = 25 = 5,0 𝑁𝑁
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
5 = 2 · 𝑎𝑎
5
𝑎𝑎 = = 2,5 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2
e) Nesse caso, as forças 𝐹𝐹1 e 𝐹𝐹2 também têm direções diferentes, a força
resultante 𝐹𝐹R é obtida com o emprego da regra do paralelogramo, lei
dos cossenos.
48
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49
Solução:
De 𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚, sendo 𝐹𝐹R = 𝐹𝐹 = 6 𝑁𝑁 e 𝑚𝑚 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘, temos:
𝐹𝐹 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
6 = 2 · 𝑎𝑎
6
𝑎𝑎 = = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
2
𝑣𝑣 = 0 + 3 · 10 = 30 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
Solução:
Para aplicarmos a equação da segunda lei de Newton 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑎𝑎⃗, devemos ana-
lisar as forças que agem em cada bloco.
49
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50
Em cada bloco, o peso 𝑃𝑃 e a força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 anulam-se; por isso vamos con-
siderar apenas as forças horizontais, pois a solicitação inicial 𝐹𝐹⃗ é horizontal. Em
A existe a força externa de intensidade F, cuja reação está no agente externo que
a produziu, e a força de reação de intensidade f correspondente à sua ação de
contato em B. Em B existe horizontalmente apenas a força de intensidade f, ação
de A em B.
A intensidade da resultante das forças em A é 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓,, pois 𝐹𝐹⃗ tem o mesmo
sentido da aceleração 𝑎𝑎⃗ , enquanto 𝑓𝑓⃗ se opõe. Em B a resultante é apenas f.
𝐹𝐹R = 𝑚𝑚𝑚𝑚
Bloco A: 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓
𝐹𝐹 − 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎
Bloco B: 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑓𝑓
𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎
𝐹𝐹 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎 + 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎
𝐹𝐹 = (𝑚𝑚𝐴𝐴 +𝑚𝑚𝐵𝐵 ) · 𝑎𝑎
10 = (2 + 3) · 𝑎𝑎
10 = 5 · 𝑎𝑎
10
𝑎𝑎 = = 2,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
5
50
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51
A intensidade f da força de A em B pode ser obtida por qualquer uma das
equações 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 𝑎𝑎 ou 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎 .
Em: 𝑓𝑓 = 𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑎𝑎
𝑓𝑓 = 3 · 2 = 6,0 𝑁𝑁
Solução:
No corpo atuam o peso 𝑃𝑃 e a força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 .
Sabendo que 𝑚𝑚 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘 e aceleração da gravidade 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2 podemos cal-
cular o peso P do corpo:
É comum decompor o peso 𝑃𝑃 em duas forças componentes:
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑃𝑃 = 2 · 9,8 = 19,6 𝑁𝑁
51
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52
𝑃𝑃𝑥𝑥
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜃𝜃 =
𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑥𝑥 = 𝑃𝑃 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜃𝜃
𝑃𝑃𝑥𝑥 = 19,6 · 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 30° = 9,8 𝑁𝑁
Pela segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚) e sendo 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 = 9,8 :
𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
9,8 = 2𝑎𝑎
9,8
𝑎𝑎 =
2
= 4,9 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2
𝑃𝑃𝑦𝑦
𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃 =
𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝑃𝑃 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃
𝑃𝑃𝑦𝑦 = 19,6 · 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 30° = 1,4 𝑁𝑁
52
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53
APLICAÇÃO DAS LEIS DE
NEWTON
AULA 06
53
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54
Força de tensão
A força de puxar que uma corda esticada exerce sobre um objeto ao qual está
amarada é chamada de força de tração ou força de tensão T. A tensão da corda
é o modulo da força exercida sobre o corpo.
Uma corda é frequentemente considerada sem massa (o que significa que a massa
e desprezível em comparação com a massa do corpo ao qual está presa) e inextensível.
Figura 6.1 (a) A corda esticada está sob tensão. Se sua massa é desprezível a corda puxa o carpo
e a mão com uma força T, mesmo que a corda passe por uma polia sem massa e sem atrito,
como em (b) e (c).
Força de atrito
Dois corpos em contato exercem força de atrito um sobre o outro. Essa força
é paralela às superfícies de contato e orientada de forma a oporem-se ao desli-
zamento ou à tendência ao deslizamento. Em algumas situações, para simplificar
os cálculos desprezamos as forças de atrito.
Figura 6.2 Uma força de atrito 𝑓𝑓⃗ se opõe ao movimento de um corpo sobre uma superfície.
54
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55
O atrito é uma força que se opõe ao movimento entre dois corpos em contato
direto. A força de atrito é proporcional à força normal com a qual uma superfície
atua sobre outra.
Na Figura 5.9.a um bloco está em repouso so-
bre uma mesa, com peso 𝑃𝑃 equilibrada pela
força normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 . Na Figura 5.9.b, você exerce
uma força 𝐹𝐹⃗ sobre o bloco, tentando puxá-lo
para a esquerda. Em resposta surge uma for-
ça de atrito 𝑓𝑓⃗ , para a direita, que equilibra a
força que você aplicou. A força 𝑓𝑓𝑒𝑒 , é chamada
de força de atrito estático.
As Figuras 5.9.c e 5.9.d mostram que, à
medida que você aumenta a intensidade da
força aplicada, a intensidade da força de atrito
estático 𝑓𝑓𝑒𝑒 também aumenta e o bloco per-
manece em repouso. Entretanto, quando a
força aplicada atinge uma certa intensidade o
bloco “se desprende” da superfície da mesa e
sofre uma aceleração para a esquerda (Figu-
ra 5.9.e). A força de atrito 𝑓𝑓𝑑𝑑 que se opõe ao
movimento nessa nova situação é chamada
de força de atrito dinâmico.
Podemos falar que o atrito estático é a for-
ça que evita que uma superfície deslize em
relação a outra. Ela se equilibra exatamente
com a força aplicada, o que significa que ela
varia quando a força aplicada aumenta até
um valor máximo. E o atrito dinâmico é a for-
ça resistiva entre duas superfícies que se mo-
vem uma relativamente à outra.
Em geral, a intensidade da força de atrito
Figura 6.3 Uma força de atrito. dinâmico, que age sobre os objetos em movi-
mento, é menor do que a intensidade máxima da força de atrito estático, que age
sobre os objetos em repouso. Assim, para que o bloco se mova sobre a superfície
com velocidade constante provavelmente você terá que diminuir a intensidade da
55
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56
força aplicada assim que o bloco começar a se mover, como mostra a Figura 5.9.f.
Se o corpo não se move, a força de atrito estático 𝑓𝑓𝑒𝑒 e a componente de 𝐹𝐹⃗ ,
paralela à superfície se equilibram. Elas têm o mesmo módulo, e 𝑓𝑓𝑒𝑒 tem o sentido
oposto ao da componente de 𝐹𝐹⃗ .
Força centrípeta
Toda vez que um corpo descreve uma curva, sua velocidade vetorial varia em
direção. Para que isso ocorra, pela segunda lei de Newton, as forças que atuam
no corpo devem garantir a aceleração centrípeta.
𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. (6.3)
𝑣𝑣 2
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = (6.4)
𝑟𝑟
56
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57
onde 𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. – força centrípeta;
m – massa;
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. – aceleração centrípeta;
v – velocidade escalar;
r – raio do círculo;
𝑣𝑣 2
𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐. = 𝑚𝑚 (6.4)
𝑟𝑟
Força elástica
57
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58
Na Figura 6.5 foi traçado um eixo x paralelo à maior dimensão da mola, com
a origem (x=0) na posição da extremidade livre quando a mola está no estado
relaxado. Para esta configuração comum, podemos escrever a equação:
Na equação 6.2 mudamos o índice se x é positivo (ou seja, se mola está alon-
gada para a direita), 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. é negativa (é um puxão para a esquerda). Se x é negativo
(ou seja, se a mola está comprimida para a esquerda), 𝐹𝐹𝑒𝑒𝑒𝑒. e positiva (ela é um
empurrão para a direita).
A constante elástica da mola traduz a dureza da mola. Quanto maior a cons-
tante elástica da mola, mais difícil será deformá-la.
Exemplos
58
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59
Solução:
A primeira etapa é a construção do
diagrama de corpo livre. O interesse é
determinar as forças e as acelerações
relacionadas aos dois corpos, assim, a
força devida à gravidade atuante em
cada corpo e a força devida à tração no
cabo atuante em cada corpo são indica-
das no diagrama. A força de tração deve
ser a mesma para ambas as extremida-
des do cabo de modo a garantir que o
cabo não rompa nem fique folgado.
Agora podemos escrever as equações da segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚), que
representam as forças atuantes em cada direção para cada corpo. Esse problema
requer duas equações na direção y, uma para cada um dos dois corpos.
Como os dois corpos se movem juntos, tanto a aceleração 𝑎𝑎1 , y quanto 𝑎𝑎2 , y são
orientadas no mesmo sentido ao longo do eixo y positivo. Além disso, 𝑎𝑎1 = 𝑎𝑎2 = 𝑎𝑎.
Observe também que a tração atua sobre o corpo 2 no sentido y positivo e no senti-
do y negativo sobre o corpo 1. Analogamente, a força devida à gravidade é orien-
tada no sentido y negativo para o corpo 2 e no sentido y positivo para o corpo 1.
Aplicando segunda lei de Newton ( 𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 ) podemos escrever:
59
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60
Sendo 𝑚𝑚1 = 2 𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑚𝑚2 = 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 temos:
2−1
𝑎𝑎 = � 9,8 = 3,27 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2
2+1
2
Resposta: 𝑎𝑎 = 3,27 𝑚𝑚/𝑠𝑠 ; 𝑇𝑇 = 13,07 𝑁𝑁
Solução:
Na figura, representamos as forças que agem no bloco.
A força de atrito é dada por 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝐹𝐹𝑁𝑁 e, sendo 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚, vem 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝑚𝑚𝑚𝑚.
Sendo 𝜇𝜇𝑑𝑑 = 0,2, 𝑚𝑚 = 10 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2, temos:
60
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61
A segunda lei de Newton (𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚) fornece:
𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝐹𝐹 − 𝑓𝑓𝑑𝑑
𝐹𝐹 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
Exemplo 6.3 Dois corpos A e B de massas 1 kg e 2 kg estão ligados por uma corda
de peso desprezível, que passa sem atrito pela polia C. Entre A e o apoio existe atrito
de coeficiente 𝜇𝜇𝑑𝑑 =0,5. Determine a aceleração dos corpos e a tração do fio.
Solução:
As forças que atuam em cada corpo estão indicadas na figura.
61
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62
Corpo A: 𝑚𝑚A = 1 𝑘𝑘𝑘𝑘 e 𝑔𝑔 = 9,8𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 , temos:
𝑃𝑃𝐴𝐴 = 𝑚𝑚A 𝑔𝑔
𝑃𝑃𝐴𝐴 = 1 � 9,8 = 9,8 𝑁𝑁
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝐴𝐴 = 9,8 𝑁𝑁
𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝜇𝜇𝑑𝑑 𝐹𝐹𝑁𝑁
𝑃𝑃𝐵𝐵 = 𝑚𝑚B𝑔𝑔
𝑃𝑃𝐵𝐵 = 2 � 9,8 = 19,6 𝑁𝑁
𝑇𝑇 − 𝑓𝑓𝑑𝑑 = 𝑚𝑚𝐴𝐴 ⋅ 𝑎𝑎
𝑇𝑇 − 4,9 = 1 ⋅ 4,9
𝑇𝑇 = 4,9 + 4,9 = 9,8 𝑁𝑁
Exemplo 6.4 O bloco A de massa 3 kg está apoiado num plano inclinado que
forma um ângulo 𝜃𝜃 = 35° com a horizontal. O bloco A está na iminência de escor-
regar para cima. O coeficiente de atrito estático entre o bloco A e o plano é 0,5.
Considere o fio e a polia ideais. Determine, nessas condições, o peso do bloco B.
62
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63
Figura 6.8. Exemplo 6.4.
Solução:
Vamos inicialmente calcular as componentes 𝑃𝑃𝑥𝑥 e 𝑃𝑃𝑦𝑦 do peso 𝑃𝑃𝐴𝐴 do bloco A:
𝑇𝑇 = 𝑃𝑃𝐵𝐵 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝐵𝐵
�
𝑇𝑇 + 𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 (𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 𝐴𝐴)
63
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64
Como bloco A está na iminência de escorregar, temos:
𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝐹𝐹𝑁𝑁
𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝑦𝑦
𝑓𝑓𝑒𝑒 = 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝑃𝑃𝑦𝑦
Logo: 𝑃𝑃𝐵𝐵 + 𝜇𝜇𝑒𝑒 𝑃𝑃𝑦𝑦 = 𝑃𝑃𝑥𝑥 e 𝜇𝜇𝑒𝑒 = 0,5
𝑃𝑃𝐵𝐵 + 0,5 · 24,08 = 16,86
𝑃𝑃𝐵𝐵 = 16,86 − 12,04 = 4,82 𝑁𝑁
Solução:
Primeiro representamos as forças que agem no bloco.
64
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65
As forças que agem no bloco são: o peso 𝑃𝑃 , a normal 𝐹𝐹𝑁𝑁 e a força de tração
𝑇𝑇 . O peso e a normal se anulam e a tração 𝑇𝑇 é a resultante força centrípeta 𝐹𝐹𝑐𝑐𝑐𝑐 .
A aceleração centrípeta tem módulo:
𝑣𝑣 2
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐 =
𝑟𝑟
3,02
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐 = = 18 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 2
0,5
𝑇𝑇 = 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐
Resposta: 𝑇𝑇 = 72 𝑁𝑁
65
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66
ENERGIA CINÉTICA E
TRABALHO
AULA 07
66
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67
Energia cinética e trabalho
Uma das tarefas da física é identificar os diferentes tipos de energia que exis-
tem no mundo, especialmente as que têm utilidade prática.
A energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 é a energia associada ao estado de movimento de um ob-
jeto. Quanto mais depressa o objeto se move, maior é a energia cinética. Quando
um objeto está em repouso, a energia cinética é nula.
A energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 associada ao movimento de uma partícula de massa e
velocidade escalar v, onde v é muito menor que a velocidade da luz, é dada por:
𝑚𝑚𝑣𝑣 2
𝐸𝐸𝑐𝑐 = (7.1)
2
onde 𝐸𝐸𝑐𝑐 – energia cinética;
v – velocidade escalar;
m – massa.
Para uma partícula, uma variação Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 da energia cinética é igual ao trabalho
total W realizado sobre a partícula:
Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = W (7.2)
W = Δ𝐸𝐸𝑐𝑐
W = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐
onde Δ𝐸𝐸𝑐𝑐 – variação da energia cinética;
𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 – energia cinética inicial;
𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 – energia cinética final;
W – trabalho.
Figura 7.1 Uma força constante 𝐹𝐹⃗ , fazendo um ângulo 𝜙𝜙 com o fio, é usada para acelerar a partícula.
67
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68
Trabalho é a energia transferida para um objeto ou de um objeto através de
uma força que age sobre o objeto. Quando a energia é transferida para o objeto,
o trabalho é positivo; quando a energia é transferida do objeto, o trabalho é ne-
gativo (Figura 7.2).
Para calcular o trabalho que uma força realiza sobre um objeto quando este
sofre um deslocamento, usamos apenas a componente da força em relação ao
deslocamento do objeto. A componente da força perpendicular ao deslocamento
não realiza trabalho.
𝑊𝑊 = ±𝐹𝐹𝑥𝑥 𝑑𝑑 (7.3)
onde W – trabalho;
𝐹𝐹𝑥𝑥 – força;
d – deslocamento.
Figura 7.3
68
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69
𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 cos 𝜃𝜃 (7.4)
onde W – trabalho;
F – força;
d – deslocamento;
𝜃𝜃 – ângulo entre o deslocamento e a força.
Figura 7.4
Quando duas ou mais forças agem sobre um objeto, o trabalho total é a soma
dos trabalhos realizados pelas forças, que também é igual ao trabalho que seria
realizado pela força resultante 𝐹𝐹𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. .
O trabalho 𝑊𝑊𝑔𝑔 realizado pela força gravitacional 𝐹𝐹𝑔𝑔 sobre um objeto (semelhan-
te a uma partícula) de massa m durante um deslocamento ℎ é dado por:
𝐹𝐹𝑔𝑔 = 𝑃𝑃
𝑊𝑊𝑔𝑔 = ±𝑃𝑃𝑃 (7.5)
onde 𝑊𝑊𝑔𝑔 – trabalho;
P – peso;
h – altura;
𝐹𝐹𝑔𝑔 –força gravitacional.
69
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70
Trabalho realizado pela força elástica
𝑘𝑘𝑥𝑥2
𝑊𝑊𝑒𝑒 = ± (7.6)
2
k – constante elástica;
x – deslocamento.
Potência
Potência desenvolvida por uma força é a taxa com a qual a força realiza traba-
lho sobre um objeto. Se a força realiza um trabalho W em um intervalo de tempo
∆𝑡𝑡 , a potência média desenvolvida pela força neste intervalo de tempo é dada por:
𝑊𝑊
𝑃𝑃 = (7.7)
∆𝑡𝑡
70
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71
onde P – potência;
W – trabalho;
∆𝑡𝑡 – intervalo do tempo.
𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 (7.8)
onde P – potência;
F – força;
v – velocidade.
Exemplos
Solução:
71
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72
Pelo teorema da energia cinética:
𝑊𝑊 = 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐
Solução:
𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
𝑊𝑊𝐹𝐹 = 50 � 5 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐30° = 216,5 𝐽𝐽
Os trabalhos das forças 𝐹𝐹𝑁𝑁 e 𝑃𝑃 são nulos, pois estas forças são perpendiculares
ao deslocamento 𝐴𝐴𝐴𝐴 . Portanto 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑁𝑁 = 0 e 𝑊𝑊𝑃𝑃 = 0
𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = −𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. 𝑑𝑑
𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. = −10 � 5 = −50 𝐽𝐽
72
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73
𝑊𝑊𝐹𝐹𝑅𝑅 = 𝑊𝑊𝐹𝐹 + 𝑊𝑊𝐹𝐹𝑁𝑁 + 𝑊𝑊𝑃𝑃 + 𝑊𝑊𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎.
𝑊𝑊𝐹𝐹𝑅𝑅 = 216,5 + 0 + 0 − 50 = 166,5 𝐽𝐽
𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = −𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑊𝑊𝑂𝑂𝑂𝑂 = −𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
Sendo 𝑚𝑚 = 0,1 𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑔𝑔 = 9,8 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 e ℎ𝐴𝐴 = 1,0 𝑚𝑚 (desnível entre O e A), temos:
𝑊𝑊𝐴𝐴𝐴𝐴 = +𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
Exemplo 7.4: Uma força 𝐹𝐹⃗ , de intensidade 20 N, é aplicada a uma caixa, deslo-
cando-a 3,0 m na direção e no sentido da força. O deslocamento ocorre em 4,0s.
determine a potência média desenvolvida.
73
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74
Figura 7.8 Exercício 7.4
Solução:
Vamos inicialmente calcular o trabalho realizado pela força 𝐹𝐹⃗ .
De 𝑊𝑊 = 𝐹𝐹𝐹𝐹 , sendo 𝐹𝐹 = 20 𝑁𝑁 e 𝑑𝑑 = 3,0 𝑚𝑚 , temos:
𝑊𝑊 = 20 � 3 = 60 𝐽𝐽
74
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75
ENERGIA POTENCIAL E
CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA
AULA 08
75
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76
Energia potencial
Tecnicamente, energia potencial é qualquer energia que pode ser associada à confi-
guração de um sistema de objetos que exercem forças uns sobre os outros. Ela está ar-
mazenada em um sistema (sistema elástico), e pode a qualquer momento manifestar-se.
Energia potencial gravitacional 𝐸𝐸𝑝𝑝 de uma partícula a uma altura h é dada por:
76
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77
Energia potencial elástica
Energia mecânica
77
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78
Em um sistema isolado, onde apenas forças conservativas causam variação de
energia, a energia cinética e a energia potencial podem variar, mas sua soma, a
energia mecânica 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 do sistema, não pode variar. Este resultado é conhecido
como princípio de conservação da energia mecânica.
Em um sistema isolado, podemos relacionar a energia total em um dado ins-
tante à energia total em outro instante sem considerar a energia em instantes
intermediários.
78
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79
Figura 8.4 Energia mecânica gravitacional.
79
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80
Figura 8.7 Diagrama da energia mecânica elástica.
𝑘𝑘𝑥𝑥 2 𝑚𝑚𝑣𝑣 2
A energia potencial 𝐸𝐸𝑝𝑝 = e a energia cinética 𝐸𝐸𝑐𝑐 = de uma mola são
2 2
funções de 2o grau em x e os gráficos são parábolas (Figura 8.7).
Exemplos
Solução:
𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 + 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐
80
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81
𝑚𝑚𝑣𝑣02
Sendo na posição A: 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 e 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 = 2
= 0, porque 𝑣𝑣0 = 0 .
𝑚𝑚𝑣𝑣𝐵𝐵2
Na posição B: 𝐸𝐸𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 0, porque a altura h no ponto B é nula e 𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐 =
2
𝑣𝑣𝐵𝐵 = 2𝑔𝑔𝑔
Exemplo 8.2: Um corpo é atirado verticalmente para cima com velocidade 𝑣𝑣0 = 10 m/s.
Determine a altura máxima que o corpo atinge.
Solução:
102
Sendo 𝑣𝑣0 = 10 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 , temos ℎ = = 5,1 𝑚𝑚
2 � 9,8
Resposta: ℎ = 5,1 𝑚𝑚
81
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82
Exemplo 8.3: Um bloco de massa 4 kg e velocidade horizontal 𝑣𝑣 = 0,5 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠
choca-se com uma mola de constante elástica 𝑘𝑘 = 100 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Não há atrito entre o
bloco e a superfície de contato. Determine a máxima deformação sofrida pela mola.
Solução:
𝑚𝑚𝑣𝑣 2 𝑘𝑘𝑥𝑥 2
Então: =
2 2
0,5 = 50 � 𝑥𝑥 2
Resposta: 𝑥𝑥 = 0,1 𝑚𝑚
82
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83
CENTRO DE MASSA E
MOMENTO LINEAR
AULA 09
83
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84
Centro de massa
84
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85
onde 𝑥𝑥𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada x;
𝑦𝑦𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada y;
𝑧𝑧𝑐𝑐.𝑚𝑚. – posição do centro de massa em coordenada z;
n – número das partículas;
𝑚𝑚𝑛𝑛 – massa da partícula n;
𝑥𝑥𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada x;
𝑦𝑦𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada y;
𝑧𝑧𝑛𝑛 – posição da partícula n em coordenada z.
Momento linear
O momento linear de uma partícula é uma grandeza vetorial 𝑝𝑝⃗ definida através
da equação:
𝑝𝑝⃗ = 𝑚𝑚𝑣𝑣⃗
onde m – massa;
𝑣𝑣⃗ – veloc idade da partícula;
𝑝𝑝⃗ – momento linear da partícula.
𝑝𝑝⃗ = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
85
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86
Impulso de uma força
Considere uma força constante 𝐹𝐹⃗ atuando num ponto material durante um
intervalo de tempo ∆𝑡𝑡 .
86
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87
Colisão
Uma colisão entre dois corpos que se movem numa mesma reta, antes e depois
da colisão, é chamada choque frontal ou unidimensional.
87
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88
Em uma colisão elástica do corpo 1 em movimento com o corpo 2 estacionário,
as velocidades finais dos corpos são:
ou
𝑚𝑚1
𝑉𝑉 = 𝑣𝑣
𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2 1𝑖𝑖
88
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89
onde 𝑚𝑚1 – massa do 1 corpo;
𝑚𝑚2 – massa do 2 corpo;
𝑣𝑣1𝑖𝑖 – velocidade inicial do corpo 1;
V – velocidade final.
Exemplos
Solução:
O centro de massa de um sistema depende da distância que cada corpo esteja
de um ponto de referência selecionado arbitrariamente e da massa de cada corpo.
No sistema temos três partículas de massas 𝑚𝑚1 = 3 kg, 𝑚𝑚2 = 4 kg e 𝑚𝑚3 = 8 kg.
A massa total do sistema é 𝑀𝑀 = 𝑚𝑚1 + 𝑚𝑚2+𝑚𝑚3= 3 + 4 + 8 = 15 𝑘𝑘𝑘𝑘 .
Nesse caso, as três partículas têm as seguintes coordenadas:
Primeira partícula: 𝑥𝑥1 = 0 e 𝑦𝑦1 = 0
Segunda partícula: 𝑥𝑥2 = 2 𝑚𝑚 e 𝑦𝑦2 = 1 𝑚𝑚
Terceira partícula: 𝑥𝑥3 = 1 𝑚𝑚 e 𝑦𝑦3 = 2 𝑚𝑚
De acordo com equações (9.1) e (9.2), as coordenadas do centro de massa são:
89
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90
Exemplo 9.2: compare a magnitude da quantidade de movimento de uma bola
de beisebol de 0,15 kg lançada a uma velocidade de 42 m/s com a magnitude da
quantidade de movimento de uma munição de 0,0042 kg disparada a uma velo-
cidade de 900 m/s.
Solução:
A quantidade de movimento de um corpo é calculada utilizando-se a equação:
𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑘𝑘𝑘𝑘�𝑚𝑚 𝑘𝑘𝑘𝑘�𝑚𝑚
Resposta: 𝑝𝑝𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = 6,3 𝑠𝑠
, 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 3,8 𝑠𝑠
Exemplo 9.3: uma força constante atua durante 5,0 s sobre uma partícula de
massa 2,0 kg, na direção e no sentido de seu movimento, fazendo com que sua
velocidade escalar varie de 5,0 m/s para 9,0 m/s. Determine:
a) o módulo da variação da quantidade de movimento da partícula;
b) a intensidade do impulso da força atuante;
c) a intensidade da força.
Solução:
90
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91
a) As quantidades de momento inicial 𝑝𝑝1 e final 𝑝𝑝2 da particula são dados por:
Sendo 𝑣𝑣1 = 5,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e 𝑣𝑣2 = 9,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠 as velocidades escalares inicial e final, os
módulos das quantidades de movimento valem:
𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝1 = 2 � 5 = 10
𝑠𝑠
𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚
𝑝𝑝2 = 2 � 9 = 18
𝑠𝑠
Como 𝑝𝑝1 e 𝑝𝑝2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, o módulo da variação
da quantidade de movimento é:
𝐽𝐽 = ∆𝑝𝑝 = 8 𝑁𝑁 � 𝑠𝑠
Exemplo 9.4: um carro cuja massa é igual a 1500 kg se move a 4,5 m/s, quando
atinge outro carro estacionário cuja massa é igual a 1000 kg. Durante a colisão, os
para-choques dos dois carros ficam juntos. Qual é a velocidade dos dois carros
quando, juntos, deixam a colisão?
91
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92
Figura 9.8 Exemplo 9.4
Solução:
92
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93
ROTAÇÃO
AULA 10
93
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94
As variáveis da rotação
Figura 10.1 Um corpo rígido de forma arbitrária em rotação pura em torno do eixo z de um
sistema de coordenadas.
94
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95
Um corpo que gira em torno de um eixo de rotação, mudando de posição an-
gular de 𝜃𝜃1 para 𝜃𝜃2, sofre um deslocamento angular:
Onde ∆𝜃𝜃 é positivo para rotações no sentido anti-horário e negativo para ro-
tações no sentido horário.
Se um corpo sofre um deslocamento angular ∆𝑡𝑡 em um intervalo de tempo ,
sua velocidade angular média 𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 é:
∆𝜃𝜃
𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = (10.4)
∆𝑡𝑡
∆𝜔𝜔
𝛼𝛼𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
𝜔𝜔 = 𝜔𝜔0 + 𝛼𝛼𝛼𝛼
1
𝜃𝜃 = 𝜃𝜃0 + 𝜔𝜔0𝑡𝑡 + 𝛼𝛼𝛼𝛼
2
Assim como foi feito na cinemática linear, definiu-se o valor inicial de velocidade
angular como ω . Define-se a variável tempo de “início” em t = 0, de acordo com a
0 0
95
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96
Energia cinética de rotação e momento de inércia
Figura 10.2 Cada pequeno elemento de uma pá de um aerogerador está movendo-se em torno
de um eixo de rotação, contribuindo, assim, para a energia cinética associada à rotação da pá.
𝐼𝐼 = � 𝑚𝑚𝑖𝑖 𝑟𝑟𝑖𝑖2
96
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97
Figura 10.3 Momento de inércia de um corpo.
Exemplos
Solução:
O ponteiro dos segundos de um relógio completa uma volta (2𝜋𝜋 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 ) em
1 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 60 𝑠𝑠 . Assim,
E a velocidade angular:
2𝜋𝜋
𝜔𝜔𝑠𝑠 = = 0,105 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠
60
97
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98
Exemplo 10.2. Um disco, inicialmente girando a 120 rad/s, é freado com uma
aceleração angular constante de módulo 4,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 . Quanto tempo o disco leva
para parar?
Solução:
Supomos que o disco está girando inicialmente no sentido anti-horário (positi-
vo). Nesse caso, como o disco é freado, a aceleração é negativa: 𝛼𝛼 = −4,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 ,
a velocidade angular inicial é 𝜔𝜔0 = 120 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 e a velocidade angular final 𝜔𝜔 = 0 .
0 = 120 + (−4)𝑡𝑡
0 − 120
𝑡𝑡 = = 30 𝑠𝑠
−4
Resposta: 𝑡𝑡 = 30 𝑠𝑠
Exemplo 10.3. Calcule o momento de inércia de uma roda que tem uma ener-
gia cinética de 24.400 J quando gira a 602 rev/min.
Solução:
A energia cinética (em J) é dada por 𝐾𝐾 = 1 𝐼𝐼𝜔𝜔2 , em que I é o momento de inércia
2
(em 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2 ) e 𝜔𝜔 é a velocidade angular (in rad/s). Temos:
∆𝜃𝜃
𝜔𝜔𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
∆𝑡𝑡
602 � 2𝜋𝜋
𝜔𝜔 = = 63 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠
60
Assim, o momento de inércia é:
2𝐾𝐾
𝐼𝐼 =
𝜔𝜔2
2 � 24400
𝐼𝐼 = 2
= 12,3 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2
63
98
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99
Exemplo 10.4. Quando o físico gira um pequeno objeto vermelho em um cír-
culo aproximadamente horizontal na extremidade de um barbante de 0,30 m, o
objeto efetua 5 rev/s. Considerando o objeto como se toda a sua massa estivesse
concentrada em um único ponto e desprezando a massa do barbante, quanta
energia cinética de rotação o físico deve fornecer para viabilizar este movimento?
O objeto tem uma massa igual a 0,20 kg.
Solução:
1
Para determinar a energia cinética de rotação, 𝐾𝐾 = 𝐼𝐼𝜔𝜔2
2 é preciso conhecer o
momento de inércia de massa I do sistema em torno do eixo de rotação, como
também a velocidade angular ω. Desprezando a massa do barbante e tratando o
objeto vermelho como se toda a massa estivesse concentrada em um único pon-
to, pode-se achar o momento de inércia de massa utilizando a equação:
𝐼𝐼 = � 𝑚𝑚𝑖𝑖 𝑟𝑟𝑖𝑖2
2
:𝐼𝐼 = 𝑚𝑚𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜
A energia cinética de rotação do pequeno objeto vermelho é:
1 2
𝐾𝐾 = 𝑚𝑚𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 𝜔𝜔2
2
Para calcular o resultado numérico, converta ω = 5 rev/s para rad/s:
Assim,
1
𝐾𝐾 = � 0,2 � 0,3 2� 31,3 2= 8,81 𝐽𝐽
2
Resposta: 𝐾𝐾 = 8,81 𝐽𝐽
99
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100
ROLAGEM, TORQUE E
MOMENTO ANGULAR
AULA 11
100
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
Rolamento
𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝜔𝜔𝜔𝜔
Figura 11.1. O centro de massa O de uma roda percorre uma distância s com velocidade 𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶
enquanto a roda gira de um ângulo θ.
𝑎𝑎𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝛼𝛼𝛼𝛼
Torque
O torque pode fazer um corpo rígido girar, como acontece, por exemplo, quan-
do abrimos ou fechamos uma porta.
Torque τ é o análogo rotacional da força e leva em conta a distância r entre a força F e
o eixo de rotação, assim como o ângulo φ entre o vetor 𝑟𝑟⃗ e o vetor 𝐹𝐹⃗ (o vetor 𝑟𝑟⃗ aponta
do eixo de rotação ao ponto no qual a força é aplicada.) O módulo do torque é:
𝜏𝜏 = 𝑟𝑟 𝐹𝐹 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠
101
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102
A unidade SI de torque é evidente da equação é newton-metro 𝑚𝑚 � 𝑁𝑁
Figura 11.2. O torque τ é o análogo rotacional da força e leva em conta a distância r entre o local
onde a força F é aplicada e o eixo de rotação
𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝐼𝐼𝐼𝐼
Momento angular
𝐿𝐿 = 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝜙𝜙
102
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103
Exemplos
Solução:
A velocidade inicial do carro em m/s é
𝑘𝑘𝑘𝑘 80 � 1000 𝑚𝑚
𝑣𝑣 = 80 = = 22,2
ℎ 3600 𝑠𝑠
75,0
O raio dos pneus é 𝑅𝑅 = 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,375 𝑚𝑚
2
Como a velocidade inicial do carro é igual à velocidade inicial do centro de
massa dos pneus, a equação 𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝜔𝜔𝜔𝜔 nos dá:
𝑣𝑣𝐶𝐶𝐶𝐶
𝜔𝜔 =
𝑅𝑅
22,2
𝜔𝜔 = = 59,3 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠
0,375
Solução:
Calculamos o torque usando a equação:
𝜏𝜏 = 𝑟𝑟 𝐹𝐹 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠
Resposta: 𝜏𝜏 = 8,4 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚
Exemplo 11.3. Se um torque de 32,0 exercido sobre uma roda produz uma
aceleração angular de 25,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 , qual é o momento de inércia da roda?
103
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104
Solução:
De acordo com a equação 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝐼𝐼𝐼𝐼 , temos:
𝜏𝜏
𝐼𝐼 =
𝛼𝛼
Para 𝜏𝜏 = 32,0 Nm e 𝛼𝛼 = 25,0 𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑 ⁄𝑠𝑠 2 calculamos:
32
𝐼𝐼 = = 1,28 𝑘𝑘𝑘𝑘 � 𝑚𝑚2
25
Solução:
Vamos inicialmente decompor a força 𝐹𝐹⃗ , na direção da barra e na direção per-
pendicular à barra. O torque de 𝐹𝐹⃗ em relação a O é igual ao torque de 𝐹𝐹1 em
relação ao O, pois o torque de 𝐹𝐹2 é nulo.
𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 𝐹𝐹 � 𝑑𝑑 � cos 𝜃𝜃
𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 10 � 1 � cos 60° = 5 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚
Resposta: 𝜏𝜏𝑂𝑂𝑂𝑂 = 5 𝑁𝑁 � 𝑚𝑚
104
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105
EQUILÍBRIO DE CORPOS
EXTENSOS
AULA 12
105
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106
Equilíbrio de um ponto material
As obras civis devem ser estáveis, apesar das forças que atuam sobre elas.
Um edifício, por exemplo, deve ser estável apesar das forças da gravidade e do
vento, e uma ponte deve ser estável apesar da força da gravidade e dos repetidos
solavancos que ela recebe de carros e caminhões. Um dos interesses da física é
conhecer o que faz um objeto permanecer estável na presença das forças.
Estática é a parte da mecânica que estuda as condições de equilíbrio de um
corpo. Corpo rígido é aquele cujas dimensões não são desprezíveis e que suas
deformações são desprezíveis quando sujeito a forças.
Figura 12.1. O domino só vai tombar se o centro de massa estiver à direita da aresta de apoio.
106
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107
Figura 12.2. Centro de gravidade.
A soma vetorial das forças que agem sobre um corpo em equilíbrio estático é zero:
𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. = 0 (12.1)
Se todas as forças estão no plano xy, esta equação vetorial é equivalente a duas
equações para as componentes:
𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑥𝑥 = 0 (12.2)
𝐹𝐹⃗𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.𝑦𝑦 = 0
107
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108
A soma vetorial dos torques externos em relação a qualquer ponto que agem
sobre um corpo em equilíbrio estático também é zero, ou seja, para que o 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟.
seja nulo é necessário que o torque no sentido horário seja igual ao momento no
sentido anti-horário.
Exemplos
Exemplo 12.1. Determine as trações nos fios ideais AB e BC, sabendo que o sistema
está em equilíbrio na posição indicada. Massa do corpo 𝑚𝑚 = 9 𝑘𝑘𝑘𝑘 e ângulo 𝜃𝜃 = 35° .
108
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109
Solução:
Isolamos o ponto B, onde concorrem os três fios. Observe que a tração no fio
vertical tem módulo igual ao peso P. A força de peso podemos calcular usando a
𝑚𝑚
equação 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 (𝑔𝑔 = 9,8 𝑠𝑠2
), 𝑃𝑃 = 9 � 9,8 = 88,2 𝑁𝑁 .
Na primeira etapa vamos desenhar o diagrama das forças.
Projeções em y:
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 𝜃𝜃 − 𝑃𝑃 = 0
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 𝜃𝜃 = 𝑃𝑃
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � sen 35° = 88,2
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 � 0,57 = 88,2
88,2
𝑇𝑇𝐵𝐵𝐵𝐵 = = 154,7 𝑁𝑁
0,57
109
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110
Exemplo 12.2. Para demonstrar as condições de equilíbrio de um corpo exten-
so, foi montado o experimento abaixo, em que uma régua (de massa 40 g), gradua-
da de 0 a 12, permanece em equilíbrio horizontal, apoiada no pino de uma haste
vertical. Um corpo de massa 150 g é colocado no ponto 1 e um corpo de massa 50
g é colocado no ponto 9. Para que a régua permaneça em equilíbrio horizontal, qual
a massa, em gramas, do corpo que deve ser colocado no ponto 11?
Solução:
Sabemos que a régua estará em equilíbrio quando a soma vetorial dos torques
externos em relação a ponto 5 for zero.
Para que o 𝜏𝜏𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟. seja nulo é necessário que o torque no sentido horário seja
igual ao momento no sentido anti-horário.
110
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111
Podemos calcular os torques usando equação 𝜏𝜏 = 𝐹𝐹 · 𝑑𝑑 Sendo 𝐹𝐹 = 𝑃𝑃 :
Temos:
𝜏𝜏1 = 14,7 � 4 = 58,8 𝑁𝑁𝑁𝑁
34,28
𝑚𝑚3 = = 0,58 𝑘𝑘𝑘𝑘 ou 𝑚𝑚3 = 58 𝑔𝑔
58,8
Resposta: 𝑚𝑚3 = 58 𝑔𝑔
111
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112
Figura 12.7. Exemplo 12.3.
Solução:
Isolamos o corpo A e o ponto C:
Como o corpo A está em equilíbrio, temos: 𝑇𝑇 = 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎. . Como o corpo está na imi-
nência de movimento, podemos escrever 𝑓𝑓𝑎𝑎𝑎𝑎. = 𝜇𝜇𝐹𝐹𝑁𝑁. Sendo 𝐹𝐹𝑁𝑁 = 𝑃𝑃𝐴𝐴:
Como o ponto C está em equilíbrio, temos:
𝑇𝑇 = 𝜇𝜇 𝑃𝑃𝐴𝐴
𝑇𝑇1 � 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑇𝑇
𝑇𝑇1 � 0,87 = 𝑇𝑇
112
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113
ELASTICIDADE
AULA 13
113
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114
Elasticidade
𝜎𝜎 = 𝐸𝐸· 𝜀𝜀 (13.2)
onde 𝜎𝜎 - tensão;
E – módulo da elasticidade;
𝜀𝜀 – deformação.
A deformação:
𝛥𝛥𝛥𝛥
𝜀𝜀 = (13.3)
𝐿𝐿
114
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115
onde L - comprimento inicial;
𝛥𝛥𝛥𝛥 – variação do comprimento de alongamento ou compressão do objeto.
A tensão:
𝐹𝐹 (13.4)
𝜎𝜎 =
𝐴𝐴
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐸𝐸 (13.5)
𝐴𝐴 𝐿𝐿
115
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116
Na Figura 13.3 o corpo de prova sofre uma deformação permanente quando
a tensão atinge o limite elástico do material, e se rompe quando a tensão atinge
o limite de ruptura.
Cisalhamento
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐺𝐺 (13.6)
𝐴𝐴 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝛥𝛥
Onde é a deformação de cisalhamento do objeto, 𝛥𝛥𝑥𝑥 é o deslocamento de
𝐿𝐿
uma das extremidades do objeto na direção da força aplicada, e G é o módulo de
cisalhamento do objeto. A tensão é 𝐹𝐹
.
𝐴𝐴
Figura 13.4. Um cilindro submetido a uma tensão de cisalhamento sofre uma deformação .
116
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117
Tensão hidrostática
Figura 13.5. Uma esfera maciça submetida a uma tensão hidrostática uniforme aplicada por um
fluido tem seu volume reduzido de um valor 𝛥𝛥𝛥𝛥 .
Exemplos
Exemplo 13.1. Uma extremidade de uma barra de aço de raio 9,5 mm e compri-
mento 81 cm é presa a um torno, e uma força de módulo 62 kN é aplicada à outra
extremidade. Quais são a tensão, o alongamento 𝛥𝛥𝛥𝛥 e a deformação da barra?
Solução:
Para determinar a tensão, escrevemos
𝐹𝐹
𝜎𝜎 =
𝐴𝐴
6,2 � 104
𝜎𝜎 = −6
= 2,19 � 108 𝑁𝑁⁄ 𝑚𝑚2
283,385 � 10
117
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118
Como o limite elástico do aço estrutural é de 2,5 � 108 𝑁𝑁⁄ 𝑚𝑚2 , esta barra está
perigosamente próxima do limite elástico.
O valor do módulo Young do aço pode ser obtido na Tabela 13.1. De acor-
do com a equação 13.5, o alongamento é:
𝜎𝜎 � 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝐿𝐿 =
𝐸𝐸
A deformação é, portanto,
𝛥𝛥𝐿𝐿
𝜀𝜀 =
𝐿𝐿
Exemplo 13.2. Fios de aço carbono com área de seção transversal nominal
de 62,9 mm² são utilizados para a fabricação de peças pré-moldadas de concreto
protendido. Nessas peças, a armação de fios de aço é pré-tensionada (tração)
antes de ser imersa na matriz de concreto. Depois que o concreto é adicionado e
endurece, a tensão na armação de aço é retirada, o aço sofre recuperação elástica
e comprime o sistema todo, o que aumenta a resistência mecânica do conjunto
pois mantém o concreto sob um esforço de compressão. O valor do módulo de
elasticidade desse aço é 200 GPa. Assumindo que esses fios de aço sofreram uma
deformação elástica de 1% quando foram pré-tensionados, qual foi a força (em
newtons) à qual eles foram submetidos no processo de pré-tensionamento?
Solução:
Para calcular a força usamos a equação:
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝛥𝛥
= 𝐸𝐸
𝐴𝐴 𝐿𝐿
Utilizando os valores dados no enunciado do problema:
𝐴𝐴 = 62,9 mm2 = 62,9 � 10−6 m2
𝐸𝐸 = 200 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = 200 � 109 𝑃𝑃𝑃𝑃
𝛥𝛥𝐿𝐿
𝜀𝜀 = = 1% = 0,01
𝐿𝐿
118
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119
Agora podemos calcular a força:
𝐹𝐹 = 𝐴𝐴 � 𝐸𝐸 � 𝜀𝜀
𝐹𝐹 = 62,9 � 10−6 � 200 � 109 � 0,01 = 125800 𝑁𝑁 = 125,8 𝑘𝑘𝑘𝑘
Solução:
Como as outras formas de tensão, a tensão de cisalhamento é definida pela
força de cisalhamento dividida pela área.
Resolvendo para F:
𝐹𝐹 𝛥𝛥𝑥𝑥
= 𝐺𝐺
𝐴𝐴 𝐿𝐿
𝛥𝛥𝑥𝑥
𝐹𝐹 = 𝐺𝐺 × 𝐴𝐴 ×
𝐿𝐿
0,08
𝐹𝐹 = 0,1 � 10−2 � 0,5 � 0,1 � 10−2 � = 2,0 � 106 𝑁𝑁
0,8
119
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120
GRAVITAÇÃO E OSCILAÇÕES
AULA 14
120
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121
Lei da gravitação universal de Newton
Figura 14.1. Cada um dos objetos infinitesimalmente pequenos, de massa m1 e m2, exerce uma
força gravitacional no outro.
𝐺𝐺𝑚𝑚1𝑚𝑚2
𝐹𝐹 = (14.2)
𝑟𝑟 2
121
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122
O movimento harmônico simples
Nosso mundo está repleto de oscilações, nas quais os objetos se movem re-
petidamente de um lado para outro. Muitas são simplesmente curiosas ou de-
sagradáveis, mas outras podem ser economicamente importantes ou perigosas.
A compreensão de movimentos periódicos é essencial para o estudo de ondas,
som, correntes alternadas, luz, radiação etc.
Um corpo que está em movimento periódico está em uma situação de equilí-
brio estável. Quando é colocado fora deste ponto de equilíbrio surge uma força,
ou torque, restaurador e o coloca de volta no equilíbrio.
Existem vários tipos de sistemas que seguem movimentos periódicos, mas
utilizaremos como exemplos simples pêndulos e sistemas massa-mola. Estes sis-
temas servem de base para a descrição de outros casos mais complexos.
Se um movimento se repete em intervalos de tempo regulares este é chamado
de movimento periódico ou movimento harmônico. Este ocorre pela ação de uma
força restauradora.
Figura 14.2. O gráfico mais à direita mostra a posição em função do tempo de um objeto vincu-
lado à mola e que oscila entre +A e –A.
122
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123
Onde 𝑥𝑥 𝑡𝑡 – deslocamento no instante t;
t – instante do tempo;
𝑥𝑥𝑚𝑚 – amplitude;
𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜑𝜑 – fase;
𝜔𝜔 – frequência angular;
𝜑𝜑 – ângulo de fase.
𝑥𝑥𝑚𝑚 , ω e φ são constantes. A constante de fase (φ) é dependente do desloca-
mento e da velocidade da partícula no instante t=0.
123
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124
Figura 14.3. Um objeto preso à extremidade de uma mola horizontal, que por sua vez tem a
outra extremidade fixada em um suporte, está em sua posição de equilíbrio quando a mola não
está nem comprimida nem distendida. Quando deslocado do ponto de equilíbrio, a mola exerce
sobre ele uma força restauradora que o traz de volta àquela posição.
Podemos utilizar a segunda Lei de Newton para descobrir qual força deve ser
exercida sobre uma partícula para que ela adquira tal aceleração.
𝑘𝑘 = 𝑚𝑚𝜔𝜔2 (14.6)
O MHS é o movimento executado por uma partícula sujeita a uma força propor-
cional ao deslocamento da partícula e orientada no sentido oposto. Um sistema
desse tipo é chamado de oscilador harmônico linear simples.
Podemos escrever a equação do período do oscilador linear:
𝑚𝑚
𝑇𝑇 = 2𝜋𝜋 (14.7)
𝑘𝑘
𝑚𝑚𝑣𝑣 2
Energia cinética: 𝐸𝐸𝑐𝑐 = (14.7)
2
𝑘𝑘𝑥𝑥2
Energia potencial elástica: 𝐸𝐸𝑝𝑝 = (14.8)
2
124
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125
Se não há atrito, a energia mecânica é 𝐸𝐸𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀. = 𝐸𝐸𝑐𝑐 + 𝐸𝐸𝑝𝑝
1 2 (14.9)
𝐸𝐸𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀. = 𝑘𝑘𝑥𝑥𝑚𝑚
2
No movimento harmônico simples as energias cinética e potencial variam, pois
variam a velocidade v e a posição x do ponto material. Entretanto, a energia me-
cânica permanece constante, mesmo que energias cinética e potencial variem.
Figura 14.4. A soma da energia cinética com a energia potencial associadas a um objeto em
movimento harmônico simples é constante.
A energia mecânica de sistemas oscilatórios reais diminui durante as oscilações
porque forças externas, como a força de arrasto, inibem as oscilações e transfe-
rem energia mecânica para a energia térmica. Nesse caso, dizemos que o oscila-
dor real e o seu movimento são amortecidos.
Isto está
na rede
Prédio balança e água de piscina transborda após ventania em Balneário
Camboriú (SC)
Fonte: Hoje em Dia. Publicado em 5 de fevereiro de 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=OIrWzOw70Y0>
125
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126
Pêndulo simples
Quando o ponto material é movido para um dos lados de sua posição de equi-
líbrio, ele oscila em torno desta posição de equilíbrio.
As forças que agem sobre o peso são a força gravitacional e a tensão do fio. A
componente tangencial 𝐹𝐹𝑔𝑔 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 da força gravitacional é a força restauradora que
tende a levar o pêndulo de volta para a posição central.
Para pequenas oscilações, de abertura não superior a 10°, a esfera pendular
realiza movimento harmônico simples. O período do pêndulo simples não depen-
de da massa da esfera.
(14.10)
Onde T – período;
L – comprimento do pêndulo;
g – aceleração da gravidade.
Exemplos
126
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127
Figura 14.7. Exemplo 14.1.
Solução:
Para encontrar um resultado numérico, vamos substituir os valores conhecidos
na equação, que são a constante 𝐺𝐺 = 6,67 � 10−11𝑁𝑁 � 𝑚𝑚2 ⁄𝑘𝑘𝑘𝑘2 , a massa da Terra (MT =
5,98 × 10²⁴ kg), o raio médio da Terra (RT = 6,38 × 10⁶ m), e sua massa (m = 70,0 kg):
𝐺𝐺 � 𝑚𝑚 � 𝑀𝑀
𝐹𝐹 =
𝑅𝑅2𝑇𝑇
Resposta: 𝐹𝐹 = 637 𝑁𝑁
Exemplo 14.2. O ponto material da figura tem massa 0,2 kg e está preso à mola
de constante elástica 𝑘𝑘 = 8,5 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Por meio de uma ação externa distende-se a
mola de 3 cm, abandonando-se o conjunto, que começa a oscilar, efetuando um
MHS na ausência de forças dissipativas. Determine o período do movimento e a
amplitude de oscilação.
Solução:
O período do movimento não depende da amplitude, mas da massa m e da
constante elástica k. Calculando o período T obtemos:
127
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128
𝑚𝑚
𝑇𝑇 = 2𝜋𝜋
𝑘𝑘
128
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129
Solução:
Da figura (a) à figura (b), pela ação do peso 𝑃𝑃 = 𝑚𝑚𝑚𝑚 do corpo de massa m, a
mola sofre a deformação x, dada por:
𝑥𝑥 = 12 − 8 = 4 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,04 m
1
A frequência é 𝑓𝑓 = , temos:
𝑇𝑇
1
𝑓𝑓 = = 2,5 𝐻𝐻𝐻𝐻
0,4
Da figura (b), posição de equilíbrio, à figura (c), posição em que o sistema é
abandonado, a mola foi distendida 2 cm. Em relação à posição de equilíbrio, o
sistema oscilará 2 cm acima e abaixo; logo, a amplitude é 2 cm.
129
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130
Exemplo 14.4. Um pêndulo simples é criado ao suspender uma pequena es-
fera de massa igual a 60 g por um fio elástico de massa desprezível. Com a esfera
presa, o fio tem 40 cm de comprimento. Encontre o período quando a esfera é
deslocada de uma pequena distância da posição de equilíbrio e então liberada.
(b) Quando a esfera é substituída por outra de massa igual a 260 g, o fio estica 10
cm. Encontre o novo período.
Solução:
Para a parte (a), o comprimento do pêndulo é L = 40 cm = 0,40 m; logo,
130
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131
ONDAS
AULA 15
131
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132
Ondas
O estudo das ondas, tanto mecânicas como eletromagnéticas, é umas das par-
tes da física que mais se desenvolveu nos últimos séculos e uma das que mais pos-
sibilita aprimoramentos nos modelos atuais. O conhecimento das propriedades
das ondas possibilita o estudo de frequências naturais de oscilação das obras de
engenharia civil e é muito utilizado para se evitarem problemas futuros nas mes-
mas. Também é devido à compreensão das ondas, neste caso eletromagnéticas,
que puderam se desenvolver os avanços na área de comunicação, principalmente
via satélite e rádio.
Ondas mecânicas são as mais familiares porque as encontramos constante-
mente. Entre elas estão as ondas do mar, as ondas sonoras e as ondas sísmicas.
Todas essas ondas possuem duas características: são governadas pelas leis de
Newton e existem apenas em um meio material, como água, o ar ou as rochas.
As ondas mecânicas não se propagam no vácuo.
Ondas eletromagnéticas podem ser menos familiares, mas estão entre as mais
usadas; exemplos importantes são a luz visível, a luz ultravioleta, as ondas de
rádio e de televisão, as micro-ondas, os raios X e as ondas de radar. Essas ondas
não precisam de um meio material para existir. Todas as ondas eletromagnéticas
se propagam no vácuo com a mesma velocidade c = 299 792 458 m/s. As ondas
eletromagnéticas propagam-se no vácuo e em certo meio material.
132
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133
Ondas de matéria são ondas usadas nos laboratórios. Estão associadas a elé-
trons, prótons e outras partículas elementares, e mesmo a átomos e moléculas.
Elas são chamadas de ondas de matéria porque normalmente pensamos nessas
partículas como elementos básicos da matéria.
Conceito de onda
Na Figura 15.2 (a) um pulso isolado é produzido em uma corda esticada. Um ele-
mento típico da corda (assinalado com um ponto) se desloca para cima e depois para
baixo quando o pulso passa por ele. Como o movimento do elemento é perpendicular
à direção de propagação da onda, o pulso é uma onda transversal. Na Figura 15.2 (b)
uma onda senoidal é produzida na corda. Um elemento típico da corda se move para
cima e para baixo com a passagem da onda. Esta também é uma onda transversal.
Ondas transversais são aquelas em que a direção de propagação da onda é
perpendicular à direção de vibração.
Ondas longitudinais são aquelas em que a direção de propagação da onda
coincide com a direção de vibração.
Figura 15.3. Como a mola é helicoidal, verificamos a existência de dois tipos de ondas: a) trans-
versais e b) longitudinais.
133
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134
Ondas mistas são aquelas em que as partículas do meio vibram transversal e
longitudinalmente, ao mesmo tempo.
Figura 15.4. Origem e propagação de ondas na superfície da água. A rolha de cortiça flutuante
recebe energia da onda circular que se propaga.
Ondas senoidais
134
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135
Uma onda senoidal que se propaga no sentido positivo de um eixo pode ser
representada pela função.
𝑦𝑦 𝑥𝑥, 𝑡𝑡 = 𝑦𝑦𝑚𝑚 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝑘𝑘𝑘𝑘 − 𝜔𝜔𝜔𝜔) (15.1)
135
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136
Isto está
na rede
RESSONÂNCIA DAS ESTRUTURAS
Fonte: O canal da Engenharia. Publicado em 27 de abril de 2017. Dispo-
nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1tf86I5bEgU>
As ondas sonoras
As ondas sonoras têm origem mecânica, pois são produzidas por deformações
em um meio elástico. Portanto, as ondas sonoras não se propagam no vácuo.
O sistema auditivo de uma pessoa normal é sensibilizado por ondas sonoras de
frequências entre, aproximadamente, 20 Hz e 20 000 Hz. As ondas sonoras nesta
faixa audível costumam ser denominadas sons. As frequências inferiores as 20
Hz são denominadas infra-sons e ocorrem, por exemplo, precedendo os abalos
sísmicos. Certos animais têm ouvidos sensíveis a essas ondas, como os cavalos e
os elefantes. Ondas sonoras com frequências superiores as 20 000 Hz constituem
os ultra-sons. Embora não sejam audíveis para o homem, muitos animais podem
ouvi-los, como cachorros, gatos, morcegos e outros.
136
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137
Figura 15.8. A frequência das ondas sonoras.
B – módulo de compressão;
𝜌𝜌 – densidade do fluido.
𝛾𝛾𝛾𝛾
𝑘𝑘𝑔𝑔 – constante que depende da natureza do gás 𝑘𝑘𝑔𝑔 = ;
𝑀𝑀
T – temperatura;
R – constante do gás;
M – massa molar do gás;
𝛾𝛾 – razão das capacidades calóricas.
137
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138
Intensidade
A qualidade fisiológica pela qual diferenciamos os sons fracos dos sons fortes
é denominada intensidade auditiva ou nível sonoro do som. Depende da energia
transportada pelas ondas sonoras e, portanto, de sua intensidade física.
A intensidade física de uma onda, como já definimos anteriormente, é o quo-
ciente da energia que atravessa uma superfície (perpendicular à direção de pro-
pagação) na unidade de tempo e a área da superfície.
∆𝐸𝐸
Sabemos que a potência da onda é 𝑃𝑃 =
∆𝑡𝑡
. Também podemos escrever através
da intensidade 𝐼𝐼 = 𝑃𝑃𝑃𝑃 . Unidades no SI: 𝐽𝐽 ou 𝑊𝑊 .
𝑚𝑚2 � 𝑠𝑠 𝑚𝑚2
Toda energia emitida pela fonte passa pela superfície da esfera. Assim, a taxa
com a qual a energia das ondas sonoras atravessa a superfície é igual à taxa com
a qual a energia é emitida pela fonte (ou seja, a potência 𝑃𝑃𝑆𝑆 da fonte). De acordo
com a equação, a intensidade da onda sonora na superfície da esfera é dada por:
𝑃𝑃
𝐼𝐼 = 4𝜋𝜋𝑟𝑟𝑆𝑆 2 (15.11)
138
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139
Experiências mostram que, para medir a intensidade auditiva, também deno-
minada nível sonoro do som, deve-se utilizar uma escala logarítmica.
𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 � log (15.12)
𝐼𝐼0
onde β – nível sonoro em decibéis;
𝐼𝐼 – intensidade auditiva;
𝐼𝐼0 – nível de intensidade de referência com o qual todas as intensi-
𝑊𝑊
dades são comparadas 𝐼𝐼0 = 10−12 2 .
𝑚𝑚
139
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140
Exemplos
Solução:
Pelo esquema são produzidas três vibrações em 6 s. Assim, a frequência pode
ser calculada por regra de três simples e direta:
6𝑠𝑠 → 3 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣çõ𝑒𝑒𝑒𝑒
�
1𝑠𝑠 → 𝑓𝑓
1�3
Temos 𝑓𝑓 = = 0,5 𝐻𝐻𝐻𝐻
6
𝑣𝑣 = 𝜆𝜆𝜆𝜆
𝑣𝑣 = 0,2 � 0,5 = 0,1 𝑚𝑚/𝑠𝑠
Exemplo 15.2. Sabendo que a 15 °C o som se propaga a 340 m/s, qual será
sua velocidade de propagação à 100 °C?
Solução:
Precisamos converter a temperatura em Celsius (°C) para temperatura em
Kelvin (K)
140
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141
𝑇𝑇𝐾𝐾 = 𝑇𝑇𝐶𝐶 + 273,15
𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾 = 15 + 273,15 = 288,15𝐾𝐾
𝑇𝑇𝐾𝐾𝐾 = 100 + 273,15 = 373,15𝐾𝐾
𝑣𝑣 = 𝑘𝑘𝑔𝑔 · 𝑇𝑇
Exemplo 15.3. Num festival de rock, uma pessoa a 40 metros de uma caixa
acústica ouve sons de nível sonoro 120 dB. Admitindo que a fonte é puntiforme
e isotrópica, qual é a potência por ele emitida?
Solução:
Calculemos inicialmente a intensidade física I da onda emitida. Sendo 𝛽𝛽 = 120 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑊𝑊
o nível sonoro e 𝐼𝐼0 = 1 � 10−12 2 a intensidade física de referência, teremos:
𝑚𝑚
𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0
𝐼𝐼
120 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0
𝐼𝐼
= 1012
𝐼𝐼0
𝐼𝐼 = 1012 � 𝐼𝐼0
𝐼𝐼 = 1012 � 1 � 10−12 = 1𝑊𝑊/𝑚𝑚2
141
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142
𝑃𝑃
𝐼𝐼 =
𝐴𝐴
𝐴𝐴 = 4𝜋𝜋𝑅𝑅2
𝑃𝑃
𝐼𝐼 =
4𝜋𝜋𝑅𝑅2
Para 𝑅𝑅 = 40 𝑚𝑚 , temos:
𝑃𝑃 = 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑅𝑅2
𝑃𝑃 = 1 � 4 � 3,14 � 402 = 20096 𝑊𝑊 = 20,094 𝑘𝑘𝑘𝑘
𝐼𝐼
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙
𝐼𝐼0
𝑊𝑊 𝑊𝑊
Como 𝐼𝐼 = 10 e 𝐼𝐼0 = 10−12 𝑚𝑚2 , teremos:
𝑚𝑚2
10
𝛽𝛽 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 10 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 1013 = 130 𝑑𝑑𝑑𝑑
10−12
142
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143
FLUIDOS
AULA 16
143
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 144
Fluidos
𝑚𝑚
𝜌𝜌 = (16.1)
𝑉𝑉
A pressão
A grandeza dada pela relação entre a intensidade da força que atua perpendi-
cularmente e a área em que ela se distribui é denominada pressão.
𝐹𝐹
𝑝𝑝 = (16.2)
𝐴𝐴
onde 𝑝𝑝 – pressão;
F – força;
A – área.
144
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145
A força associada à pressão em um ponto de um fluido tem o mesmo módulo
em todas as direções. A unidade de pressão no SI é o N/ 𝑚𝑚2 , também denominada
pascal (Pa). A atmosfera (ATM) é, como o nome indica, a pressão média aproxima-
da da atmosfera ao nível do mar. A abreviação de libra por polegada quadrada é
PSI (do inglês pound per square inch).
A pressão em um ponto de um fluido em equilíbrio estático depende da profun-
didade desse ponto, mas não da dimensão horizontal do fluido ou do recipiente.
Esta equação pode ser usada para determinar a pressão tanto em um líquido
(em função da profundidade) como na atmosfera (em função da altitude ou altura).
A pressão em um fluido é a mesma para todos os pontos situados à mesma altura.
A pressão em um ponto situado à profundidade h no interior de um líquido em
equilíbrio é dada pela pressão na superfície, exercida pelo ar, chamada pressão
atmosférica, somada à pressão exercida pela coluna de líquido situada acima do
ponto e expressa pelo produto 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌. A pressão atmosférica depende da altitude
do local. Por exemplo, a pressão atmosférica na cidade do Rio de Janeiro é maior
que a pressão atmosférica em Belo Horizonte.
145
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146
O princípio de Pascal
𝐹𝐹1 𝐹𝐹
= 𝐴𝐴2 (16.4)
𝐴𝐴1 2
ou
ℎ1 𝐴𝐴1 = ℎ2 𝐴𝐴2 (16.5)
O princípio de Arquimedes
146
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147
𝐹𝐹𝑒𝑒 = 𝑚𝑚𝑓𝑓 𝑔𝑔 (16.6)
A vazão do fluido é o volume que passa por uma seção reta por unidade de
tempo. A unidade de vazão no SI é o 𝑚𝑚3 ⁄𝑠𝑠 , 1 𝑚𝑚3 ⁄𝑠𝑠 = 103 𝑙𝑙/𝑠𝑠 .
147
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148
∆𝑉𝑉
𝑅𝑅𝑉𝑉 = (16.8)
∆𝑡𝑡
Figura 16.5. A vazão do fluido num tubo cuja seção transversal não seja constante.
148
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 149
1 2
Nessa equação, 𝑝𝑝 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 é a chamada pressão estática, e 𝜌𝜌𝑣𝑣 , pressão dinâmica.
2
1 1
𝑝𝑝1 + 𝜌𝜌𝜌𝜌ℎ1 + 𝜌𝜌𝑣𝑣12 = 𝑝𝑝2 + 𝜌𝜌𝜌𝜌ℎ2 + 𝜌𝜌𝑣𝑣22 (16.10)
2 2
𝑣𝑣 = 2𝑔𝑔𝑔 (16.12)
onde v – velocidade do fluido;
g – aceleração da gravidade;
h – profundidade.
149
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 150
Exemplos
Solução:
A densidade do espaçador é dada pela relação entre sua massa e o seu volume:
𝑚𝑚
𝜌𝜌 =
𝑉𝑉
A massa específica do espaçador é dada: 𝑚𝑚 = 2700 k g⁄𝑚𝑚3
A forma geométrica do espaçador é um cilindro. O volume do um cilindro é:
𝑉𝑉 = 𝜋𝜋 � 𝑟𝑟 2 � ℎ
𝑉𝑉𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = 𝜋𝜋 � 𝑟𝑟 2 � ℎ
𝑉𝑉𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = 3,14 � 0,062 � 0,01 = 1,13 � 10−4 𝑚𝑚3
2
O volume da parte oca quando o raio é 𝑟𝑟𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = = 1 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,01 𝑚𝑚 temos:
2
𝑉𝑉𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 = 3,14 � 0,012 � 0,01 = 3,14 � 10−6 𝑚𝑚3
𝑉𝑉𝐴𝐴𝐴𝐴 = 1,13 � 10−4 − 3,14 � 10−6 = 1,099 � 10−4 𝑚𝑚3
Resposta: 𝑚𝑚 = 297 𝑔𝑔
150
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 151
Exemplo 16.2. Um reservatório contém água, cuja densidade é 1 g/cm³, até a
3
altura de 10 m. A pressão atmosférica local é 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚 . Determine a pressão no
fundo do reservatório.
Solução:
De acordo com equação 16.13, a pressão no fundo do reservatório, vale:
𝑝𝑝 = 𝑝𝑝0 + 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌
𝑔𝑔 𝑘𝑘𝑘𝑘
Mas: 𝑝𝑝0 = 105 𝑁𝑁/𝑚𝑚3 , 𝜌𝜌 = 1 𝑐𝑐𝑐𝑐3 = 1000 𝑚𝑚3 ; ℎ = 10𝑚𝑚
3
Assim: 𝑝𝑝 = 105 + 1000 � 9,8 � 10 = 1,98 � 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚
3
Resposta: 𝑝𝑝 = 1,98 � 105 𝑁𝑁⁄𝑚𝑚
Solução:
As intensidades das forças nos dois êmbolos são diretamente proporcionais
às respectivas áreas:
𝐹𝐹1 𝐹𝐹2
=
𝐴𝐴1 𝐴𝐴2
Temos:
𝐹𝐹2 = 𝑚𝑚𝑚𝑚;
𝐹𝐹2= 3 � 103 � 10 = 3 � 104 𝑁𝑁
𝐴𝐴1 = 3 � 10−5 𝑚𝑚3
𝐴𝐴2 = 6 � 10−3 𝑚𝑚3
Assim:
𝐹𝐹1 3 � 104
=
3 � 10−5 6 � 10−3
3 � 10−5 � 3 � 104
𝐹𝐹1 = = 1,5 � 102 𝑁𝑁
6 � 10−3
151
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 152
Também é dada a altura ℎ2 = 10 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,1 𝑚𝑚
Substituindo em ℎ1 � 𝐴𝐴1 = ℎ2 � 𝐴𝐴2 , temos:
Esse deslocamento teórico que o êmbolo menor deve sofrer é muito grande.
Na prática, como vimos, esse deslocamento é subdividido em vários deslocamen-
tos menores e sucessivos, por meio de válvulas adequadas.
Solução:
Pela equação da continuidade, temos 𝐴𝐴1 � 𝑣𝑣1 = 𝐴𝐴2 � 𝑣𝑣2 . Sendo 𝐴𝐴1 = 3,0 𝑐𝑐𝑐𝑐2 ,
𝐴𝐴2 = 2,0 𝑐𝑐𝑐𝑐2 e 𝑣𝑣1 = 2,0 𝑚𝑚 ⁄𝑠𝑠 , temos:
3 � 2 = 2 � 𝑣𝑣2
𝑣𝑣2 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠
1 1
4,0 � 104 + � 0,8 � 103 � 22 = 𝑝𝑝2 + � 0,8 � 103 � 32
2 2
𝑝𝑝2 = 3,8 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃
Resposta: 𝑣𝑣2 = 3,0 𝑚𝑚/𝑠𝑠, 𝑝𝑝2 = 3,8 � 104 𝑃𝑃𝑃𝑃
152
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 153
REFERÊNCIAS
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física:
Mecânica. V1. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016
153
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 154
KESTEN, Philip R., TAUCK, David L. Física na Universidade para as Ciências
Físicas e da Vida - Vol. 4. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
TIPLER, Paul Allen, MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros - Me-
cânica, oscilações e ondas, termodinâmica. Vol. 1. 6 ed. LTC, 2011.
TIPLER, Paul Allen, MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros – Ele-
tricidade e magnetismo, óptica. Vol. 2. 6 ed. LTC, 2011.
TIPLER, Paul Allen, MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros – Me-
canica quântica, relatividade e a estrutura da matéria. Vol. 3. 6 ed. LTC, 2011.
154
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 155