Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Daniel Ribeiro de Lima
Daniel Ribeiro de Lima
INTRODUÇÃO
1. AQUISIÇÃO E APRENDIZAGEM
Segundo Stephen Krashen (1985, p.1 apud FIGUEIREDO, 1995, p.49), “existem
dois independentes de se desenvolver habilidades em segundas línguas”: seja com o
processo de aquisição da mesma seja com a aprendizagem.
O processo de aquisição de uma L2 é referido como sendo aquele que se
assemelha ao de um aprendiz que está em contato com outra cultura e língua e estando
geograficamente na região onde a língua é falada como língua nativa (doravante L1). A
língua, portanto, é adquirida e absorvida de maneira inconsciente, sem a adoção de
Anais do I Seminário Formação de Professores e Ensino de Língua Inglesa
Vol. 1, 2011 – ISSN: 2236-2061 18 a 20 de abril de 2011, São Cristóvão/SE
65
regras explícitas de uso do idioma e como se estivesse adquirindo sua L1. Segundo
Krashen, “somente a língua adquirida é disponível para a comunicação espontânea, pois
saber as regras de uma língua não faculta necessariamente seu uso.” (apud
FIGUEIREDO, 1995, p.49)
Já o processo de aprendizagem é considerado um processo guiado e orientado,
assemelhando-se a um aprendiz em uma sala de aula aprendendo o uso formal de um
idioma. É caracterizado pelo uso consciente da língua, apoiado pelo aprendizado de
regras e estruturas acerca do funcionamento do idioma.
Em outras palavras a aquisição está para ‘usar’ a língua assim como a
aprendizagem está para ‘saber’ as regras funcionais da língua.
McLaughlin (1987 apud MENEZES, 2011) critica essa hipótese argumentando
que “esses construtos se definem em termos de consciência e inconsciência, o que não
pode ser verificado empiricamente”. Critica também que “o conhecimento aprendido e
automatizado possa se transformar em aquisição.” (ibidem)
2. A HIPÓTESE DO MONITOR
1. Tempo: O falante necessita de tempo para pensar nas regras e usá-las de modo
coerente. Porém, o fator tempo muitas vezes não é fator preponderante, pois em
situações de atos comunicativos, o falante raramente tem tempo para pensar no
uso das regras. Nesse caso específico, a função de monitor parece estar mais
evidente na escrita do que na oralidade.
2. Foco na forma: O falante deve, além de usar o tempo de forma coerente para a
análise das regras, deve também enfocar na forma ou correção.
3. Conhecimento das regras: Saber os componentes estruturais que permeiam um
idioma é de fundamental importância para o exercício do monitor.
linguista observa que a ordem natural independe da ordem na qual as regra são
aprendidas em salas de aula. (apud LIGHTBOWN e SPADA, 1999 p.39)
4. A HIPÓTESE DO INPUT
É sabido que, ao adquirir uma língua, o falante passa por momentos de interação
com outros falantes, e são nessas situações que o indivíduo se depara com elementos
lingüísticos ditos até então ‘desconhecidos’ pelo falante. ‘Input’ consiste em dados
lingüísticos de recebemos nos momentos da atividade conversacional inconsciente.
Krashen (apud LIGHTBOWN e SPADA, 1999, p.39) afirma que “a única forma de
adquirirmos uma língua é a partir da exposição a inputs compreensíveis.” (tradução
nossa). Se alguém recebe um input , para haver aquisição o mesmo deve receber dados
que sejam considerados input + 1, ou seja, que estejam além do nível de competência do
falante.
Se o grau de competência for ‘i’, o input deve carregar dados que estejam acima
do conhecimento atual (i) do falante. “Para que a aquisição se processe, é necessário que
o input esteja um pouco além do estágio em que se encontra o indivíduo em fase de
aquisição.” (Krashen, 1985, apud Figueiredo, 1995, p.50)
Para Krashen (apud FIGUEIREDO, 1995, P.50) “a hipótese do input afirma que
primeiro se adquire o significado, e, como resultado, se adquire a estrutura. O indivíduo
que está adquirindo uma língua não está preocupado com a forma, mas com o uso.”
(apud Figueiredo 1995, p. 50)
McLaughlin (1987 apud MENEZES, 2011) afirma que
CONCLUSÃO
O temo conclusão parece não ser tão apropriado no que se refere às pesquisas
acerca de tópicos de linguística aplicada e ensino e aprendizagem de línguas
estrangeiras. Toda e qualquer teoria é passível de análise, interpretação e experimentos,
dando margem a estudos posteriores e até mesmo críticas. Portanto, pesquisas recentes e
posteriores concernentes aos estudos iniciados por Stephen Krashen são passíveis de
serem postas em discussão.
Na área de ensino de línguas, os educadores podem basear sua metodologia nos
estudos de Krashen.
Anais do I Seminário Formação de Professores e Ensino de Língua Inglesa
Vol. 1, 2011 – ISSN: 2236-2061 18 a 20 de abril de 2011, São Cristóvão/SE
69
Este estudo pode nos mostrar a relação que existe entre os processos de
aquisição de uma língua e o aprendizado da mesma, observando até que ponto é
necessário o ensinamento das regras e como ensiná-las. Em consonância, cabe aos
mestres a busca de estratégias de ensino da segunda língua, levando em consideração
que as estratégias utilizadas com crianças nem sempre são iguais às empregadas com
adultos.
Com a hipótese do monitor, percebemos quanto é fundamental a motivação para
que os alunos utilizem o monitor, dando-lhes a oportunidade de autocorreção.
Coma a hipótese do input, vimos que, para um aprendiz adquirir uma dada
língua, é necessário que ele tenha um nível de competência linguística de i + 1. Daí a
importância de seguir um planejamento de ensino no qual conste o aprendizado de
estruturas graduais, promovendo assim o uso da língua de forma inconsciente.
Finalmente, com a hipótese do filtro afetivo, vimos a importância da motivação
em sala de aula, para a diminuição do filtro afetivo, favorecendo a aprendizado e a
aquisição, assim como prover a absorção de novos inputs em um ambiente favorável.
Observa-se, assim, que a motivação é um dos fatores primordiais para a execução, em
sala, de todas as hipóteses de Krashen explicadas anteriormente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS