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Organização
sistema de análise e de verificação dos suportes de registo da
atividade (tacógrafos analógicos e digitais, livretes individuais de
do Trabalho
controlo e outros registos) é uma oportunidade para implementa-
ção de medidas corretivas e processos de melhoria contínua.
Sistemas de comunicação
Principal legislação
• DL nº 237/2007, de 19 de junho
Parceiros:
Uma adequada gestão e organização do trabalho salvaguarda a segurança e saúde dos trabalha- Trabalho monótono e repetitivo
dores e de terceiros envolvidos na atividade de condução automóvel profissional e é indispensável
para assegurar a competitividade das empresas. A organização do trabalho deve permitir controlar A atividade de condução é um trabalho monótono, repetitivo e sedentário e, em regra, é desenvolvido de for-
ma isolada. O motorista passa longos períodos a conduzir com um elevado grau de concentração e atenção
os níveis de fadiga e manter níveis de vigilância adequados a prevenir a ocorrência de acidentes e
simultâneos à realização de gestos repetitivos (acelerar, travar, engatar velocidades, acionar os piscas…).
lesões com impacto na segurança e saúde do trabalhador e na segurança rodoviária em geral.
À medida que aumenta a monotonia no trabalho, aumenta a probabilidade de quebra de concentração e de
automatização dos gestos de condução. Por seu lado, a circulação em contexto de autoestrada aumenta a
Atenção e vigilância fadiga, o que pode causar entorpecimento dos sentidos (visão, audição…) aumentando a vulnerabilidade do
condutor e a probabilidade de ocorrência acidentes.
O ato de conduzir pressupõe um contínuo ajustamento físico e mental por parte do motorista, exige uma
elevada concentração e o controlo de fatores que originam a fadiga, a quebra de atenção e a vigilância ne-
cessárias a um exercício profissional seguro e saudável. Medidas de prevenção e proteção
Num estudo (1) efetuado sobre os níveis de vigilância, numa escala de 1 a 10, foram observados os seguintes
dados relativos à duração de uma jornada de trabalho: Planificação de viagens
Duração da jornada de trabalho Nível de vigilância A organização do trabalho e dos tempos de condução e descanso previne os fatores de risco associados à
Início do serviço 9,39 prestação do trabalho em contexto rodoviário.
Final do 1º período de condução 8,54
Início do 2º período de condução 8,62 A planificação e racionalização das viagens deve ter em consideração a sua duração previsível e o limite das
distâncias quotidianas a percorrer, respeitando os tempos de condução, trabalho e descanso previstos na lei.
Fim do serviço 7,46
Nível global de vigilância 8,50
A condução noturna deve ser reduzida ou limitada, sobretudo, entre as 3 e as 6 horas, na medida em que
impõe ao motorista um estado de vigília que provoca alterações nos ritmos biológicos. A organização do
O excesso de horas de trabalho e de condução, os horários irregulares, com a consequente falta de descan- trabalho deve permitir o equilíbrio entre períodos de atividade e períodos de repouso, essenciais à recupera-
so dos motoristas aliados, entre outros fatores, ao excesso de velocidade aumentam os riscos e concorrem ção física e psicológica do motorista.
para a ocorrência de acidentes rodoviários.
A determinação das rotas e dos itinerários não deve acrescentar perigosidade às deslocações. Devem ser
A condução noturna e o trabalho por turnos exigem sobre esforço, provocam desajuste fisiológico e dificul- privilegiados percursos seguros para o motorista, carga e veículo (adequados à dimensão dos veículos e da
tam contactos sociais e familiares, qualquer que seja o sistema de rotação adotado. carga transportada, em bom estado de manutenção e sinalização, com separadores de tráfego, com rampas
de emergência, etc.), com locais de descanso e parqueamento adequados.
O desconforto térmico resultante da exposição dos motoristas a temperaturas elevadas ou baixas, influen-
cia o estado de vigília, gera sonolência, diminui a capacidade de perceção e aumenta o tempo de resposta A planificação das viagens deve ter em conta as condições meteorológicas como fator de risco acrescido
às variáveis do tráfego, sendo a temperatura recomendada e adequada no interior do veículo de 23-26ºC no na condução e a necessidade do motorista ajustar a condução às mesmas bem como prever o cumprimen-
verão e 20-24º C no inverno. to de obrigações decorrentes das normas legais e a ocorrência de eventos inesperados. A gestão de impre-
vistos, designadamente de avarias e emergências, a existência de estradas temporariamente encerradas, o
fluxo e intensidade do trânsito, os controlos de autoridades, etc. devem igualmente ser considerados.
Stresse
Sempre que seja previsível a exposição a temperaturas ambientais muito diferenciadas deve ser prevista a
As múltiplas tarefas e exigências físicas e mentais (tipo e quantidade de informação que o motorista tem utilização de vestuário de trabalho adequado.
que gerir no seu posto de trabalho) associadas à atividade de condução profissional são suscetíveis de
provocar desequilíbrio entre as solicitações impostas e a capacidade de resposta do motorista, provocando
stresse. Quando o trabalhador avalia o volume e a natureza das tarefas como excedendo a sua capacidade
para as realizar ocorre desestabilização emocional com impacto na saúde do trabalhador, no desempenho Luz-Piloto de Velocidade
Pré-determinada
profissional, na vida familiar e na ocorrência de acidentes de trabalho e rodoviários.
(1) Estudo da carga de trabalho dos motoristas de transporte rodoviário de passageiros e mercadorias, Univ. Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, Dep. de Ergonomia,
Anabela Simões entre outros, nov.2005.