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Curso CEF – Tipo 2

Mecânica de Serviços Rápidos

OS INSTRUMENTOS DE DESENHO

Para estudar e praticar o Desenho Geométrico que tal você conhecer os instrumentos necessários para por em
prática tudo o vai aprender para isto são necessários os seguintes instrumentos:

1) Lápis ou lapiseira: Apresentam internamente a grafite ou mina, que tem grau de dureza variável,
classificado por letras, números ou a junção dos dois.

Classificação por números Classificação por letras Classif. por nº e letras 51

Nº 1 – Macio – Linha cheia B – Macio – Equivale à grafite nº 1 2B, 3B...até 6B – Muito macios
Nº 2 – Médio – Linha média HB – Médio – Equivale à grafite nº 2 2H, 3H...até 9H – Muito duros
Nº 3 – Duro – Linha fina H – Duro – Equivale à grafite nº 3

As lapiseiras apresentam graduação quanto à espessura da grafite, sendo as mais comummente encontradas
as de número 0,3 – 0,5 – 0,7 e 1,0.

2) Papel: Blocos, cadernos ou folhas avulsas (papel ofício) de cor branca e sem pautas.

3) Régua: Em acrílico ou plástico transparente, graduada em cm (centímetros) e mm (milímetros)

4) Par de esquadros: Em acrílico ou plástico transparente e sem graduação. Os esquadros são destinados ao
traçado e não para medir, o que deve ser feito com a régua. Um deles tem os ângulos de 90°, 45° e 45° e o
outro os ângulos de 90°, 60° e 30°. Os esquadros formam um par quando, dispostos como na figura, têm
medidas coincidentes.

5) Borracha: Branca e macia, preferencialmente de plástico sintético. Para pequenos erros, usa-se também o
lápis-borracha.

6) Compasso: Os fabricados em metal são mais precisos e duráveis. O compasso é usado para traçar
circunferências, arcos de circunferências (partes de circunferência) e também para transportar medidas. Numa
de suas hastes temos a ponta seca e na outra o grafite, que deve ser apontado obliquamente (em bisel). Ao
abrirmos o compasso, estabelecemos uma distância entre a ponta seca e o grafite. Tal distância representa o
raio da circunferência ou arco a ser traçado.

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7) Transferidor: Utilizado para medir e traçar ângulos, deve ser de material transparente (acrílico ou plástico) e
podem ser de meia volta (180°) ou de volta completa (360°).

ENTES GEOMÉTRICOS
Ponto – Conforme já dito, não tem definição. Além disso, não tem dimensão. Graficamente, expressa-se o
ponto pelo sinal obtido quando se toca a ponta do lápis no papel. É de uso representa-lo por uma letra
maiúscula ou algarismos, em alguns casos. Sua representação também se dá pelo cruzamento de duas linhas,
que podem ser rectas ou curvas. 51

Linha – É o resultado do deslocamento de um ponto no espaço. Em desenho é expressa graficamente pelo


deslocamento do lápis sobre o papel. A linha tem uma só dimensão: o comprimento. Podemos interpretar a
linha como sendo a trajectória descrita por um ponto ao se deslocar.

O Plano – É outro conceito primitivo. Através de nossa intuição, estabelecemos modelos comparativos que o
explicam, como: a superfície de um lago com suas águas paradas, o tampo de uma mesa, um espelho, etc. À
esses modelos, devemos acrescentar a ideia de que o plano é infinito. O plano é representado, geralmente, por
uma letra do alfabeto grego.

RECTA
A recta não possui definição, no entanto, podemos compreender este ente como o “resultado do deslocamento
de um ponto no espaço, sem variar a sua direcção”.

A recta é representada por uma letra minúscula e é infinita nas duas direcções, isto é, devemos admitir que o
ponto já vinha se deslocando infinitamente antes e continua esse deslocamento infinitamente depois.

Por um único ponto passam infinitas rectas, enquanto, por dois pontos distintos, passa uma única recta.

SEMI-RECTA: É o deslocamento do ponto, sem variar a direcção, mas tendo um ponto como origem. Portanto,
a semi-recta é infinita em apenas uma direcção. Um ponto qualquer, pertencente a uma recta, divide a mesma

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em duas semi-rectas.
Figura 2

Figura 1

Semi-recta de origem no ponto A e que passa pelo ponto B (figura 1)


Semi-recta de origem no ponto C e que passa pelo ponto D (figura 2)
Um ponto qualquer, pertencente a uma recta, divide a mesma em duas semi-rectas.

SEGMENTO DE RECTA – É a porção de uma recta, limitada por dois de seus pontos. O segmento de recta é, 51
portanto, limitado e podemos atribuir-lhe um comprimento. O segmento é representado pelos dois pontos que o
limitam e que são chamados de extremidades. Ex: segmento AB, MN, PQ, etc.

RECTAS COPLANARES – São rectas que pertencem ao mesmo plano.

RECTAS CONCORRENTES – São rectas coplanares que concorrem, isto é, cruzam-se num mesmo ponto;
sendo esse ponto comum às duas rectas.

POSIÇÕES DE UMA RECTA:


a) Horizontal: É a posição que corresponde à linha do horizonte marítimo.

b)Vertical: É a posição que corresponde à direcção do fio-de-prumo (instrumento utilizado pelo


pedreiro, com a finalidade de alinhar uma parede ou muro. Consiste em um barbante, contendo
numa das extremidades um peso em forma de pingente, que, pela acção da gravidade, dá a
direcção vertical).

c) Oblíqua ou Inclinada – É a excepção das duas posições anteriores,


quer dizer, a recta não está nem na posição horizontal, nem na posição
vertical.

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POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RECTAS


a) Perpendiculares – São rectas que se cruzam formando um ângulo recto, ou seja, igual a 90° (noventa
graus).

b) Paralelas – São rectas que conservam entre si sempre a mesma distância, isto é, não possuem ponto em
comum.

51

c) Oblíquas ou Inclinadas – São rectas que se cruzam formando um ângulo qualquer, diferente de 90°.

CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS
a) Perpendicular que passa por um ponto qualquer, pertencente a uma recta
Seja a recta r e o ponto A, pertencente à mesma
1) Centro (ponta seca do compasso) em A, abertura qualquer, cruza-se a recta com dois arcos, um para um
lado e o outro para o outro lado, gerando os pontos 1 e 2.
2) Centro em 1 e 2 com a mesma abertura, suficiente para obter o cruzamento desses dois arcos, gerando o
ponto 3.
3) A perpendicular será a recta que passa pelos pontos A e 3.

b) Perpendicular que passa por um ponto não pertencente a uma recta


Seja a recta r e o ponto B, não pertencente à mesma
1) Centro em B, abertura qualquer, suficiente para traçar um arco que corte a recta em dois pontos: 1 e 2.
2) Centro em 1 e 2, com a mesma abertura, cruzam-se os arcos, obtendo-se o ponto 3.
3) A perpendicular é a recta que passa pelos pontos B e 3.

c) Perpendicular que passa pela extremidade de um segmento de recta


1º Método:
Seja o segmento de recta AB
1) Centro em uma das extremidades, abertura qualquer, traça-se o arco que corta o segmento, gerando o
ponto 1.
2) Com a mesma abertura, e com centro em 1, cruza-se o primeiro arco, obtendo-se o ponto 2.

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3) Centro em 2, ainda com a mesma abertura, cruza-se o primeiro arco, obtendo-se o ponto 3.
4) Continuando com a mesma abertura, centra-se em 2 e 3, cruzando estes dois arcos e determinando o ponto
4.
5) Nossa perpendicular é a recta que passa pela extremidade escolhida e o ponto 4.

51
2º Método:
Basta lembrar que todo segmento de recta é uma parte limitada de uma recta, que é infinita. Assim sendo,
podemos prolongar o segmento em qualquer uma de suas extremidades, raciocinando-se então como se
estivéssemos trabalhando com uma recta e a extremidade do segmento como um ponto que pertence a esta
mesma recta, o que nos leva ao caso a (perpendicular que passa por um ponto qualquer, pertencente a uma
recta), já estudado.

3º Método:
Seja o segmento DE
1) Numa região próxima à extremidade escolhida (D, por exemplo) assinala-se o ponto O.
2) Centro em O, raio OD, traça-se uma circunferência que cruza o segmento, determinando o ponto 1.
3) Traça-se a recta que passa em 1 e em O, e que corta a circunferência em 2.
4) A perpendicular é a recta que passa pela extremidade escolhida (D) e o ponto 2.

d) Perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento de recta (Mediatriz)


1) Centro em uma das extremidades, com abertura maior que a metade do segmento, traça-se o arco que
percorre as regiões acima e abaixo do segmento.
2) Com a mesma abertura, centra-se na outra extremidade e cruza-se com o primeiro arco, nos pontos 1 e 2.
A Mediatriz é a recta que passa pelos pontos 1 e 2.

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PARALELAS
a) Caso geral: Paralela que passa por um ponto qualquer não pertencente a uma recta
Sejam a recta r e o ponto E, fora da recta.
1) Centro em E, raio (abertura) qualquer, traça-se o arco que cruza a recta em 1.
2) Com a mesma abertura, inverte-se a posição, ou seja, centro em 1, raio 1E, traça-se o arco que vai cruzar a
recta no ponto 2.
Com a ponta seca do compasso em 2, faz-se abertura até E, medindo-se, portanto esse arco.
4) Transporta-se, então, a medida do arco 2E a partir de 1, sobre o primeiro arco traçado, obtendo-se o ponto
3.
5) Nossa paralela é a recta que passa pelos pontos 3 e E.

51

b) Traçado de uma paralela a uma distância determinada de uma recta


Neste caso, temos que primeiramente estabelecer a distância pretendida, o que equivale dizer que temos que
determinar a menor distância entre as rectas, então:
1) Por um ponto qualquer (A) da recta, levanta-se uma perpendicular.
2) Sobre a perpendicular mede-se a distância determinada (5 cm), a partir do ponto escolhido (A), obtendo-se o
segmento de recta AB, igual a 5 cm.
3) Procede-se, então, como no caso anterior, pois temos, agora, uma recta e um ponto (B), fora desta, ou:
4) Se, pelo ponto B, traçarmos uma perpendicular à recta que contém esse segmento, ela será paralela à
primeira recta.

DIVISÃO DE UM SEGMENTO DE RECTA EM UM NÚMERO QUALQUER DE PARTES IGUAIS


Seja o segmento de recta AH. Vamos dividi-lo em 7 partes iguais.
1) Por uma das extremidades, traçamos uma recta com inclinação aproximada de 30°.
2) Atribui-se uma abertura no compasso e aplica-se essa distância sobre a recta inclinada o número de vezes
em que vamos dividir o segmento (7 vezes).
3) Enumeramos as marcações de distâncias a partir da extremidade escolhida.
4) A última marcação (nº 7) é unida à outra extremidade.
5) Através do deslizamento de um esquadro sobre o outro, passando pelas demais divisões, mas sempre
alinhado pela última divisão (no nosso exemplo a de nº 7), o segmento é dividido em partes iguais.

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ÂNGULO
DEFINIÇÃO: É a região do plano limitada por duas semi-rectas distintas, de mesma origem.

ELEMENTOS:
- Vértice: É o ponto de origem comum das duas semi-rectas.
- Lado: Cada uma das semi-rectas.
- Abertura: É a região compreendida entre as duas semi-rectas. Ela define a região angular, que é a região que
delimita o próprio ângulo. 51

REPRESENTAÇÃO: AÔB, BÔA, Ô, ou ainda uma letra grega.

MEDIDA DE ÂNGULOS: A unidade de medida mais usada para medir ângulos é o grau, cujo símbolo é °. Um
grau corresponde à divisão da circunferência em 360 partes iguais. Seus submúltiplos são: o minuto e o
segundo, cujas relações são: 1º=60’ e 1’=60”. Os ângulos são medidos através de um instrumento chamado
transferidor.

CONSTRUÇÃO E MEDIDA DE ÂNGULOS COM O TRANSFERIDOR:


O transferidor pode ser de meia volta (180°) ou de volta completa (360°) e é composto dos seguintes
elementos:
- Graduação ou limbo: corresponde à circunferência ou semicircunferência externa, dividida em 180 ou 360
graus.
- Linha de fé: segmento de recta que corresponde ao diâmetro do transferidor, passando pelas graduações 0º e
180°.
- Centro: corresponde ao ponto médio da linha de fé.

Para traçarmos ou medirmos qualquer ângulo devemos:


a) Fazer coincidir o centro do transferidor com o vértice do ângulo.
b) Um dos lados do ângulo deve coincidir com a linha de fé, ajustado à posição 0°.
c) A contagem é feita a partir de 0º até atingir a graduação que corresponde ao outro lado (caso da medição)
ou valor que se quer obter (caso da construção).
d) Neste último caso, marca-se um ponto de referência na graduação e traça-se o lado, partindo do vértice e
passando pelo ponto.
e) Completa-se o traçado com um arco com centro no vértice e cortando os dois lados com as extremidades
em forma de setas. Então, escreve-se o valor do ângulo neste espaço, que corresponde à sua abertura.

Ângulo de 105° Ângulo de 55 Ângulo de 90

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CLASSIFICAÇÃO:
Quanto à abertura dos lados:
Recto: Abertura igual a 90° Agudo: Abertura menor que 90° Obtuso: Abertura maior que 90°

Raso: Abertura igual a 180° Nulo: Abertura igual a 0° Pleno: Abertura igual a 360°

51

BISSETRIZ DE UM ÂNGULO: É a recta que, passando pelo vértice, divide um ângulo em duas partes iguais.
Traçado da bissectriz:
a) Ponta seca no vértice do ângulo, abertura qualquer, descreve-se um arco que corta os dois lados do ângulo,
definindo os pontos 1 e 2.
b) Centro em 1 e 2, com a mesma abertura; cruzam-se os arcos, gerando o ponto 3.
c) A bissectriz é a recta que passa pelo vértice e pelo ponto 3.

TRIÂNGULOS
DEFINIÇÃO: São os polígonos de três lados.

ELEMENTOS:
- Lados: AB, BC e AC
- Vértices: A, B e C
- Ângulos: Â, B e C

CLASSIFICAÇÃO:
Quanto aos lados:
a) Equilátero: É o triângulo que tem os três lados iguais e três ângulos de 60°.

b) Isósceles: É o triângulo que tem dois lados iguais e um diferente, chamado de base.
Obs: A rigor, qualquer lado pode ser chamado de base do triângulo. Geralmente, chamamos de base ao lado
que traçamos na posição horizontal, o que não é uma regra geral. No entanto, no triângulo isósceles, essa
denominação identifica o lado diferente.

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c) Escaleno: É o triângulo que tem os três lados e os três ângulos diferentes.

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Quanto aos ângulos:


a) Triângulo rectângulo: É o triângulo que possui um ângulo recto.

b) Triângulo acutângulo: É o triângulo que possui os três ângulos agudos (menores que 90°).

c) Triângulo obtusângulo: É o triângulo que tem um ângulo obtuso (maior que 90°).

EXERCÍCIOS:
1) Construir um triângulo, conhecendo-se os três lados: 4, 5 e 7 cm.
Resolução: Traça-se um dos lados e, com centro em cada extremidade, com aberturas respectivamente iguais
aos outros lados, faz-se o cruzamento dos arcos, determinando o terceiro vértice e definindo a figura.

2) Construir um triângulo equilátero, conhecendo-se a altura: 5 cm.


Traça-se uma recta e, num ponto qualquer, levanta-se uma perpendicular e, sobre esta, marca-se a medida da
altura. Pela extremidade da altura, traçam-se dois ângulos de 60°, um para cada lado da altura. Traça-se a
bissectriz de cada ângulo que, ao cruzarem com a primeira recta traçada, definem o triângulo.

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3) Construir um triângulo, conhecendo-se dois lados (7 e 5 cm) e o ângulo que formam entre si (60°).
Resolução: Constrói-se um ângulo de 60° e, sobre cada lado, marcam-se as medidas dos lados conhecidos do
triângulo. Unem-se as extremidades, fechando a figura. 51

4) Construir um triângulo, dados: o lado AB=7 cm e os ângulos: Â=75° e B=60°.


Resolução: Traça-se o lado AB e, pelas respectivas extremidades, constroem-se os ângulos de 75° e 60°. O
encontro dos lados desses ângulos definirá o vértice que fecha a figura.

5) Construir um triângulo isósceles, conhecendo-se os lados iguais (4 cm) e a base (6,5 cm).
Resolução: Traça-se a base e, com centro nas extremidades e abertura igual ao lado, faz-se o cruzamento que
define o triângulo.

6) Construir um triângulo, dados: AB=6 cm, Â=45° e a altura (4 cm).


Resolução: Traça-se o lado AB e o ângulo  (45°). Pela extremidade B, levanta-se uma perpendicular e marca-
se a medida da altura. A esta distância, traça-se uma paralela ao lado AB. Esta, ao cortar o lado do ângulo de
45°, define o vértice C, que completa a figura.

7) Construir um triângulo, conhecendo-se dois lados (7 e 5 cm) e a altura (4 cm).


Resolução: a) Traça-se uma recta e, num ponto qualquer, levanta-se uma perpendicular, marcando-se sobre
esta a medida da altura. Com centro na extremidade da altura e aberturas respectivamente iguais a cada um
dos lados, cruzamos estas distâncias sobre a recta, determinando os pontos que correspondem aos vértices
que completam a figura.

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b) Traça-se o lado de 7 cm e, por uma das extremidades, levanta-se uma perpendicular. Sobre esta, marca-se
a medida da altura (4 cm) e traça-se uma paralela ao lado já traçado. Com centro na outra extremidade do
lado, cruza-se a medida do outro lado (5 cm) com a paralela, definindo o vértice que completa a figura.
51

Note que temos duas opções: a partir da extremidade P, podemos cruzar em Q e Q’, apresentando o exercício
duas soluções.

8) Construir um triângulo rectângulo, conhecendo-se a hipotenusa (7 cm) e um cateto (3 cm).


Resolução: Traçam-se duas rectas perpendiculares. Sobre uma delas aplica-se a medida do cateto (3 cm).
Com centro na extremidade deste e abertura igual à medida da hipotenusa, cruza-se sobre a outra
perpendicular, definindo o outro cateto e completando-se a figura.

9) Construir um triângulo isósceles, conhecendo-se a base (4 cm) e a altura (5 cm).


Resolução: Traça-se a base (4 cm) e sua mediatriz. Sobre esta, marca-se a medida da altura. Une-se a
extremidade da altura às extremidades das bases, definindo-se os lados iguais.

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QUADRILÁTEROS
DEFINIÇÃO:

São os polígonos de quatro lados.

ELEMENTOS:
 Lados: AB, BC, CD e AD. 51
 Vértices: A, B, C e D.
 Ângulos: Â, B, C e D.
 Diagonais: Segmentos que unem dois vértices opostos. São os segmentos AC e BD.

CLASSIFICAÇÃO:
Paralelogramos: São quadriláteros que têm os lados opostos paralelos. São o:
a) Quadrado: É o paralelogramo que tem os quatro lados iguais e os quatro ângulos rectos (90°). Suas
diagonais são iguais e cruzam-se também a 90°.
Uma diagonal é mediatriz da outra, o que significa dizer que seu ponto de cruzamento equidista dos vértices,
sendo, portanto o centro da circunferência que circunscreve o quadrado.
Este ponto é também equidistante dos lados da figura, o que permite a inscrição da circunferência no
quadrado. Para este traçado, precisamos primeiramente definir a distância entre o ponto e o lado (raio da
circunferência), traçando a perpendicular que passa pelo ponto e atinge o lado.

Para a construção do quadrado, traçamos primeiramente o lado AB. Pela extremidade A, levantamos uma
perpendicular. O tamanho do lado (AB) é rebatido sobre a perpendicular, definindo D. Para isto, centramos em
A e fazemos abertura até B. Com a mesma abertura AB, fazemos centro em B e D e, pelo cruzamento dos
arcos, definimos o ponto C, completando a figura. Traçamos, então, as diagonais AC e BD e o cruzamento
destas define o ponto O. Com centro em O e abertura até qualquer dos vértices descrevemos a circunferência
que circunscreve o quadrado.
b) Rectângulo: É o paralelogramo que tem os lados opostos iguais dois a dois e os quatro ângulos rectos.
Suas diagonais são iguais e cortam-se num ângulo qualquer, diferente de 90°. Este ponto divide ambas em
duas partes iguais, sendo, desse modo, equidistante dos vértices, tornando o rectângulo inscritível na
circunferência.

Para a construção do rectângulo, traçamos o lado EF. Pela extremidade E, levantamos uma perpendicular.
Sobre esta, aplicamos a medida do lado (que não pode ser igual à EF), definindo então EH. Tomamos, então a
distância EF no compasso e traçamos o arco com centro em H. Este arco vai cruzar com o arco de abertura EH
e centro em F, definindo o ponto G, completando a figura. Traçamos, então as diagonais e, com centro no
ponto de cruzamento das mesmas (O), descrevemos a circunferência.

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c) Paralelogramo propriamente dito ou Rombóide: É o paralelogramo que tem os lados opostos iguais dois
a dois e os ângulos opostos iguais entre si, mas diferentes de 90°. Suas diagonais são diferentes e cruzam-se
num ângulo qualquer, diferente de 90°, o que não o torna inscritível na circunferência.

Continuamos empregando o mesmo sistema de transporte de distâncias com o compasso.


Só que temos que observar duas coisas no paralelogramo: os lados adjacentes (IJ e IL) não podem ser
perpendiculares, isto é, não podem estar a 90° e as medidas destes mesmos lados também não podem ser 51
iguais.

d) Losango ou Rombo: É o paralelogramo que tem os lados iguais e os ângulos opostos iguais entre si,
porém diferentes de 90°. Suas diagonais são diferentes e cortam-se num ângulo recto, sendo uma mediatriz da
outra. O ponto de cruzamento é equidistante dos lados, permitindo a inscrição da circunferência no losango,
sendo necessário para isso o traçado da perpendicular que une o ponto ao lado. Note que este segmento é o
raio da circunferência.

Trapézios: São os quadriláteros que têm apenas dois lados opostos paralelos. Esses lados são chamados de
bases. Como as bases sempre serão diferentes, os trapézios têm, então uma base maior e uma base menor. A
distância entre as bases é a altura do trapézio.
a) Trapézio rectângulo: É o trapézio que tem dois ângulos rectos.

Traçamos a base maior (AB) e, por uma das extremidades, o lado perpendicular. Sobre este, aplicamos sua
medida (AD). Pela extremidade D, traçamos uma perpendicular à AD e, sobre esta, aplicamos a medida da
base menor (DC). Unindo-se B a C, completamos a figura.
Observe que o lado AD é perpendicular a ambas as bases e representa a distância entre essas bases. O lado
AD é, portanto, a altura do trapézio.

b) Trapézio isósceles: É o trapézio que tem os lados não paralelos iguais. Os ângulos das bases são iguais,
assim como suas diagonais. O trapézio isósceles é a única figura deste grupo que é inscritível numa
circunferência, cujo centro é o ponto de encontro das mediatrizes das bases e dos lados não paralelos.

A altura de qualquer trapézio é sempre perpendicular às bases, ou à recta que as contém.


No exemplo, traçamos a base maior (EF) e sua mediatriz e, sobre esta, definimos a altura. Traçamos então

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uma perpendicular à altura. Esta perpendicular é paralela à base maior. Tomando-se a medida dos lados não
paralelos no compasso, fazemos centro em cada extremidade da base maior e aplicamos esta medida sobre a
base menor, definindo os pontos G e H e completando a figura. Traçamos, então, as mediatrizes dos lados não
paralelos EH e FG. As mesmas cruzam-se no mesmo ponto, sobre a mediatriz das bases maior e menor.
Todas as mediatrizes, portanto, têm o ponto O como ponto comum. Este ponto é o centro da circunferência que
circunscreve o trapézio isósceles.

c) Trapézio escaleno: É o trapézio que tem os lados não paralelos diferentes e não possui ângulo recto.

51

EXERCÍCIOS:
1) Construir um quadrado de lado igual a 6 cm.
Resolução: Traça-se o lado. Por uma das extremidades, levanta-se uma perpendicular e, sobre esta,
transporta-se a medida do lado, centrando-se na extremidade, com abertura correspondente ao lado,
rebatendo-se a distância sobre a perpendicular. A partir daqui, temos três alternativas.
a) Pela outra extremidade, repete-se todo o processo anterior. Fecha-se a figura unindo as extremidades dos
dois lados traçados.

b) Pela extremidade do lado rebatido, traça-se uma paralela ao primeiro lado. Aplica-se então a medida do lado
sobre a paralela e traça-se o lado restante.

c) Após definidos dois lados, centramos nas extremidades desses dois lados, com abertura igual à medida dos
lados e cruzamos dois arcos que definirão o ponto que completará a figura.

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2) Construir um quadrado, dada a sua diagonal (5 cm).


Resolução: Traça-se a mediatriz da diagonal. Centra-se no ponto médio, com abertura até uma das
extremidades, aplicando-se esta distância numa direcção e na outra sobre a mediatriz. Estes dois pontos, junto 51
com as extremidades da diagonal, definem os quatro vértices do quadrado. Traçamos, então, a figura.

3) Construir um rectângulo conhecendo-se os lados: AB=7 cm e BC=4 cm.


Resolução: Traça-se o lado AB e, por B, levanta-se uma perpendicular. Sobre esta, aplica-se a medida do lado
BC (4 cm). Centro em A, abertura BC, traça-se um arco. Centro em C, abertura BA, traça-se o arco que cruza
com o anterior, definindo D. Traçam-se os lados restantes.

4) Construir um rectângulo, dados: um lado (7 cm) e a diagonal (8 cm).


Resolução: Traça-se o lado. Por uma das extremidades, levanta-se uma perpendicular. Com centro na outra
extremidade e abertura igual à medida da diagonal, cruza-se sobre a perpendicular, definindo-se o lado
desconhecido. A partir daí, procede-se como no exercício anterior, para fechamento da figura.

5) Construir um paralelogramo propriamente dito, conhecendo-se os dois lados: (8 e 5 cm) e o ângulo que
formam entre si (120°).
Resolução: Traça-se um dos lados e, por uma das extremidades constrói-se o ângulo de 120°. Sobre este,
aplica-se a medida do outro lado. Transportam-se, então, com o compasso, as medidas de cada um dos lados
a partir das respectivas extremidades, cruzando as distâncias e definindo o vértice que falta. Traçam-se, então,
os lados que completam a figura.

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6) Construir um paralelogramo propriamente dito, conhecendo-se as diagonais (9 e 6 cm) e o ângulo que


formam entre si (45°).
Resolução: Sabemos que as diagonais do paralelogramo propriamente dito cortam-se uma no ponto médio da
outra. Desse modo, traçamos primeiramente uma delas e, traçando sua mediatriz, determinamos seu ponto
médio. Por este ponto, traçamos a recta que forma com o lado um ângulo de 45°. Sobre esta recta, aplica-se a 51
medida do outro lado, dividida em duas partes iguais, a partir do ponto médio, definindo-se os quatro vértices.
Pela união desses vértices, construímos a figura.

7) Construir um losango, conhecendo-se o lado (6 cm) e uma diagonal (4 cm).


Resolução: Traçamos a diagonal e a partir de suas extremidades, com abertura igual ao lado, centramos e
cruzamos os arcos que, dois a dois, definirão os vértices que faltam. Unindo esses vértices às extremidades
das diagonais, completamos a figura.

8) Construir um losango, conhecendo-se as diagonais (8 e 5 cm).


Resolução: Traça-se uma das diagonais e sua mediatriz. Sobre a mediatriz, a partir do ponto médio, aplica-se a
medida da outra diagonal, dividida em duas partes iguais, definindo os vértices opostos desta diagonal.
Traçam-se os lados, completando a figura.

9) Construir um trapézio rectângulo dadas: as bases (7 e 4 cm) e uma diagonal (8 cm).


Resolução: Traçamos a base maior e, por uma das extremidades, levantamos uma perpendicular.
A partir da outra extremidade, com abertura igual à medida da diagonal, fazemos centro e cruzamos o arco
sobre a perpendicular. Desse modo, definimos o lado perpendicular às bases e que corresponde à altura do

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trapézio. Pelo ponto encontrado, traçamos uma paralela à base maior, já traçada.
Sobre esta paralela aplica-se a medida da outra base (base menor). As extremidades destas duas bases,
unidas, completarão a figura.

10) Construir um trapézio rectângulo, conhecendo-se: a base maior (8 cm), a altura (4 cm) e um ângulo (60°).
Resolução: Traça-se a base. Por uma das extremidades traça-se uma perpendicular e, sobre esta, aplica-se a 51
medida da altura. Pela extremidade da altura, traça-se uma paralela. Pela outra extremidade da base, constrói-
se o ângulo de 60°, cujo lado, ao encontrar a paralela, define o vértice restante.

11) Construir um trapézio isósceles, dadas: a base maior (8 cm), a altura (4 cm) e um ângulo (60°).
Resolução: Traça-se a base. Num ponto qualquer da base (uma das extremidades, por exemplo) levanta-se
uma perpendicular e aplica-se sobre esta a medida da altura. Por este ponto, traça-se uma paralela à base. Por
cada extremidade da base, constrói-se um ângulo de 60°. O cruzamento dos lados dos ângulos com a paralela
definirá a figura.

12) Construir um trapézio isósceles, conhecendo-se as bases (9 e 6 cm) e a altura (4 cm).


Resolução: Traça-se a base maior e sua mediatriz. Aplica-se a medida da altura sobre a mediatriz. A esta
distância, traça-se uma paralela à base maior. A partir do ponto de encontro da altura com a paralela, aplica-se,
metade para um lado, metade para o outro, a medida da base menor, definindo esta. Traçam-se os lados não
paralelos, completando-se a figura.

13) Construir um trapézio escaleno, dadas: a base maior (10 cm), a altura (4cm) e os lados não paralelos ( 5 e
5,5 cm).
Resolução: Traça-se a base maior e, por um ponto qualquer desta, levanta-se uma perpendicular. Aplica-se
sobre esta a medida da altura e traça-se uma paralela. Com centro em uma das extremidades da base e

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abertura correspondente a um dos lados, fazemos cruzamento com a paralela e posicionando o lado. Centro
na outra extremidade, abertura igual ao outro lado, fazemos cruzamento, definindo o outro lado e completando
a figura.

14) Construir o trapezóide ABCD, conhecendo-se: os lados AB=4 cm, BC=5 cm, CD=6cm, AD=8 cm e a 51
diagonal AC=7 cm.
Resolução: Traça-se o lado AB. Centro em A, raio AC (diagonal), traça-se um arco. Centro em B, raio BC,
cruza-se com o arco AC, definindo-se a posição do lado BC. Note que temos um triângulo ABC. Centro em C,
raio CD, traça-se um arco. Centro em A, raio AD, traça-se o arco que, cruzando com o arco CD, definirá o
vértice D, completando a figura.

POLÍGONOS
DEFINIÇÃO: Polígono é a região do plano limitada por uma linha quebrada ou poligonal que se fecha sobre si
mesma. Entenda-se aqui como linha poligonal uma linha formada pela junção de segmentos de recta,
extremidade a extremidade.

ELEMENTOS: Lados, vértices, ângulos (internos e externos) e diagonais.

POLÍGONO CONVEXO: Cada lado de um polígono é um segmento de recta, que pertence a uma recta
suporte. Esta recta divide o plano que a contém em dois semi-planos. Quando todos os pontos de um polígono
pertencem a somente um dos semi-planos que a recta que contém um de seus lados determina, diz-se que o
polígono é convexo. A situação contrária denomina o polígono de não convexo. Como exemplo, temos os
polígonos estrelados.
POLÍGONOS REGULARES: São polígonos que têm os lados e os ângulos iguais.

DENOMINAÇÃO: Conforme o número de lados ou de ângulos, os polígonos são chamados de: Triângulo ou
Trilátero (3 lados) Quadrilátero (4 lados) Pentágono (5 lados) Hexágono (6 lados) Heptágono (7 lados)
Octógono (8 lados) Eneágono (9 lados) Decágono (10 lados) Undecágono (11 lados) Dodecágono (12
lados) Pentadecágono (15 lados) Icoságono (20 lados)

*Quando um polígono apresenta um número de lados diferente dos da relação acima, diz-se que o polígono é
de “n lados”. Ex: polígono de 13 lados, polígono de 21 lados, etc.

CONSTRUÇÃO DE POLÍGONOS REGULARES:


Triângulo equilátero:
a) A partir do lado: Traça-se o lado e, com centro em cada extremidade e abertura igual ao lado, faz-se o
cruzamento dos arcos, determinando-se o terceiro vértice.

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b) Inscrito na circunferência: Descreve-se a circunferência com raio qualquer. Com a mesma abertura do
raio, a partir de um ponto qualquer pertencente à curva, assinalam-se sucessivos cruzamentos, a partir de cada
ponto encontrado, dividindo a circunferência em seis partes exactamente iguais. Três pontos, alternadamente,
dessa divisão definem um triângulo equilátero.
* Esta é uma relação métrica existente entre o raio da circunferência, que é igual ao lado do hexágono regular
inscrito na mesma.
51

Quadrado:
a) A partir do lado: Traça-se o lado. Por uma das extremidades, levanta-se uma perpendicular. Sobre esta,
rebate-se a medida do lado. Com centro nas extremidades dos lados definidos e abertura igual ao lado,
cruzamos os arcos que definirão o quarto vértice, fechando a figura.

b) Inscrito na circunferência: Assinala-se um ponto, que será o centro da circunferência, descrevendo-a em


seguida. Passando pelo centro, traça-se uma recta que, ao cortar a curva em dois pontos, definirá o seu
diâmetro. Com centro nas extremidades do diâmetro e abertura maior que a metade deste, cruzam-se arcos
que definirão o ponto que, junto com o centro da circunferência, alinharão um outro diâmetro, perpendicular ao
primeiro. Estes dois diâmetros dividem a circunferência em quatro partes iguais, correspondendo aos quatro
pontos que inscrevem o quadrado.

Pentágono regular:
a) A partir do lado: Traça-se o lado AB.
Com centro em A, raio AB, descreve-se uma circunferência.
Centro B, raio BA, descreve-se uma segunda circunferência que, ao cruzar com a primeira, define os pontos 1
(acima) e 2 (abaixo do lado).
Centro em 2, mesmo raio, traça-se a terceira circunferência, que passa em A e B.
Esta terceira circunferência, ao cruzar com a de centro A, define o ponto 3 e, com a de centro B o ponto 4.
Os pontos 1 e 2 definem uma recta que é mediatriz do lado e corta a circunferência de centro 2 no ponto 5.
Traça-se a recta 35 que corta a circunferência de centro B em C. Traça-se a recta 45 que corta a circunferência
de centro A em E.
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Com raio igual ao lado e centro em C ou E, cruza-se sobre a mediatriz, definindo D, completando a figura.

51

a) Inscrito na circunferência: Descreve-se uma circunferência e, como na construção do quadrado, traçam-se


dois diâmetros perpendiculares.
O ponto superior vertical denominaremos de A.
Pelo raio horizontal direito, traçamos sua mediatriz, determinando M, ponto médio. Centro M, raio MA, baixa-se
o arco que corta o raio horizontal esquerdo em N.
Centro A, raio AN, descreve-se o arco que corta a circunferência em B e E. Centro B, raio AN=AB=AE,
determina-se C, sobre a circunferência.
Centro C, mesmo raio, determina-se D.
Traçamos, então, os lados AB, BC, CD, DE e AE.

Hexágono regular:
a) A partir do lado: Já conhecemos a relação métrica entre o lado do hexágono e o raio da circunferência,
então: traçamos o lado e, fazendo centro em cada extremidade do mesmo, com raio igual ao próprio lado,
cruzamos dois arcos que definem um ponto que será o centro da circunferência que circunscreve o hexágono.
Traçamo-la.
Aplica-se a medida do lado sobre a circunferência, a partir de uma das extremidades, definindo-se os demais
vértices e traça-se a figura.

b) Inscrito na circunferência: Traça-se a circunferência e aplica-se a medida do raio sobre a mesma,


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dividindo-a em seis partes iguais e constrói-se o hexágono.

Heptágono regular: 51
a) A partir do lado: Seja o lado AB.
Prolonga-se o lado, na direcção de B. Centro em B, raio BA, rebate-se a medida em M. Por B, levanta-se uma
perpendicular.
Centro em A, raio AM, cruza-se o arco sobre a perpendicular, determinando N. Traça-se a bissectriz do arco
MN. Esta bissectriz cruza a perpendicular em P.
Centro A, raio AP, cruza-se com centro B, raio AP, determinando o ponto O.
O ponto O é o centro da circunferência que circunscreve o heptágono, portanto: centro em O, raio AO ou OB,
descreve-se a mesma. Aplica-se, então, a medida do lado, a partir de B, sucessivas vezes sobre a
circunferência, até dividi-la em sete partes iguais, construindo-se, então o heptágono.

b) Inscrito na circunferência: Descreve-se a circunferência e traça-se uma recta que passa pelo seu centro,
definindo o diâmetro. Centro numa das extremidades, mesmo raio da circunferência, traça-se um arco que
corta a mesma nos pontos 1 e 2. Traça-se o segmento 12 que, ao cruzar o diâmetro, define o ponto 3. O
segmento 13 corresponde à medida do lado do heptágono. Tal medida, aplicada sucessiva vezes sobre a
circunferência, definirá a figura.

Octógono regular:
a) A partir do lado: Traça-se o lado AB e sua mediatriz. Centro no ponto médio, abertura até uma das
extremidades, traça-se o arco que corta a mediatriz em M. Centro em M, raio MA, traça-se o arco que corta a
mediatriz em O. Este ponto é o centro da circunferência que circunscreve o octógono. Descreve-se a mesma e
aplica-se a medida do lado sucessivas vezes, dividindo-a em oito partes iguais e construindo o octógono.

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51

b) Inscrito na circunferência: Traça-se a circunferência e dois diâmetros perpendiculares. Traçando-se as


bissectrizes dos ângulos de 90°, teremos a circunferência dividida em oito partes iguais. Construímos, então, o
octógono.

CIRCUNFERÊNCIA
DEFINIÇÃO: É o conjunto de pontos, pertencentes a um plano e equidistantes de um único ponto, chamado
centro. Circunferência é, pois, uma linha curva, plana e fechada.

CÍRCULO: É a porção do plano limitada por uma circunferência. O círculo é, portanto, uma superfície. Daí
afirmar-se que a circunferência é o contorno do círculo.

LINHAS DA CIRCUNFERÊNCIA:
a) Raio (AO): É o segmento de recta que une o centro a qualquer ponto da circunferência. Pela própria
definição da curva, os raios são todos iguais.
b) Secante (s): É a recta que seca (corta) a circunferência em dois de seus pontos.
c) Corda (BC): É o segmento de recta que une dois pontos de uma circunferência e tem a secante como recta
suporte.
d) Diâmetro (DE): É a corda que passa pelo centro da circunferência. O diâmetro é, pois, a maior corda e é
constituído por dois raios opostos. Daí dizer-se que o diâmetro é o dobro do raio.
O diâmetro divide a circunferência em duas partes iguais denominadas semicircunferências. Por extensão do
raciocínio, temos que o círculo pode ser dividido em dois semicírculos.
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e) Arco (BC), (BG), (CE), (AD), etc : É uma parte qualquer da circunferência, compreendida entre dois de seus
pontos. A toda corda corresponde um arco e vice-versa.
f) Flecha (FG): É o percurso do raio perpendicular a uma corda e limitado pela mesma corda e o arco que lhe
corresponde.
g) Tangente (t): É a recta que toca a circunferência em um só ponto e é perpendicular ao raio que passa por
esse ponto. Este ponto chama-se ponto de tangencia.

51

DIVISÃO DA CIRCUNFERÊNCIA EM PARTES IGUAIS: MÉTODO GERAL DE BION:


a) Descreve-se a circunferência e traça-se seu diâmetro.
b)Divide-se o diâmetro, pelo processo de deslizamento de esquadros, no número de vezes em que se quer
dividir a circunferência.
c)Centro em cada extremidade do diâmetro, com abertura igual ao próprio diâmetro, faz-se o cruzamento dos
arcos, determinando o ponto P.
d)Traça-se a recta que passa pelos pontos P e 2, da divisão do diâmetro.
e)Esta recta corta a circunferência no ponto B.
f)O arco AB corresponde a divisão da circunferência no número de vezes pretendido. Tal medida deve,
portanto, ser aplicada sucessivas vezes sobre a curva, dividindo-a.
Obs: A aplicação mais comum da divisão de uma circunferência em partes iguais é a construção do polígono
regular inscrito correspondente ao número de lados.

RECTIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA: Rectificar uma circunferência é o mesmo que traçar o segmento de


recta que corresponde à medida de seu comprimento. Existem diversos métodos de rectificação, desenvolvidos
por vários geómetras. Apresentaremos como exemplo o processo desenvolvido por Arquimedes:

Como sabemos, e Arquimedes também, há uma relação métrica constante entre o comprimento da
circunferência e seu diâmetro. Tal relação é representada pela famosa fórmula: c=2(pi).r. O valor de pi é
aproximadamente 3,1416. Pois bem, Arquimedes, em seus cálculos, chegou à seguinte conclusão:
22/7=3,1428. Considerando-se a aproximação dos valores, a fórmula ficou do seguinte modo: c=2(22/7).r, onde
2r=D (diâmetro). Assim: c=22D/7. O que também pode ser interpretando assim: c=3D+D/7. Deste modo,

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conclui-se que o comprimento de uma circunferência é, aproximadamente, o triplo mais um sétimo do diâmetro.
Então: dividindo-se o diâmetro de uma circunferência em sete partes iguais e aplicando-se este valor mais três
vezes a medida do diâmetro sobre uma recta, obtêm-se o segmento de recta que corresponde ao comprimento
da curva.
No exemplo abaixo temos que: AH é o diâmetro da circunferência. Este diâmetro foi dividido em 7 partes
iguais. A circunferência rectificada corresponde, portanto, a 3 vezes a medida AH mais uma das 7 partes ( AB,
por exemplo).

51

POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS:


Não secantes: quando não têm ponto comum. Podem ser:
Exteriores

Interiores

Concêntricas: quando têm o mesmo centro.

Secantes: quando têm dois pontos comuns.

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Tangentes: quando têm um ponto comum. Podem ser:


a) Tangentes internas

51
b) Tangentes externas

ÂNGULOS DA CIRCUNFERÊNCIA:
a) Ângulo central: É aquele que tem o vértice no centro da circunferência e os lados são raios.

b) Ângulo inscrito: O vértice é um ponto da circunferência e os lados são cordas.

c) Ângulo circunscrito: O vértice está fora da circunferência e os lados são tangentes à


mesma.

d) Ângulo de segmento: Quando um dos lados for uma corda e o outro tangente à
circunferência. O ponto de contacto do lado tangente é o vértice do ângulo.

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EXERCÍCIOS:
1) Traçar uma circunferência que passe por três pontos não alinhados.
Resolução: Três pontos não alinhados formam um triângulo. Sabemos que todo triângulo é inscritível numa
circunferência porque o centro da mesma é equidistante dos vértices e chama-se circuncentro, ponto de 51
cruzamento das mediatrizes dos lados do triângulo. Cada lado do triângulo formado é uma corda da
circunferência. Toda mediatriz de uma corda, portanto, passa pelo centro da curva. Assim, traçando-se as
mediatrizes de ceda lado do triângulo, encontramos o centro e descrevemos a circunferência.

2) Determinar o centro de uma circunferência.


Resolução: Pelo mesmo raciocínio do exercício anterior, traçamos duas cordas quaisquer e suas mediatrizes,
que determinarão o centro da curva.

2) Traçar duas circunferências tangentes entre si.


Resolução: Duas circunferências são tangentes quando têm raios posicionados sobre a mesma recta. Assim,
traçamos primeiramente uma recta e assinalamos o centro de uma das curvas, descrevendo-a em seguida.
Com centro no cruzamento da curva com a recta
e abertura igual ao raio da outra circunferência, determinamos o centro e a descrevemos em seguida.

3) Traçar uma circunferência de raio 3 cm, tangente a uma recta num ponto dado. Resolução:
Para que haja tangencia, é necessário que o raio que contém o ponto de tangencia seja perpendicular à recta.
Assim, traçamos a recta e, por um ponto qualquer, levantamos uma perpendicular, medindo-se sobre esta, a
partir do ponto, a medida do raio, definindo-se o centro. Descrevemos então a circunferência.

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4) Traçar uma circunferência tangente a uma recta num ponto dado e que passe por outro ponto
fora da recta.
Resolução: Pelo ponto dado, levanta-se uma perpendicular. Unindo-se o ponto da recta ao ponto fora da 51
mesma, temos um segmento de recta que é uma corda da circunferência a ser traçada. Traçamos, então, a
mediatriz deste segmento que, ao cruzar com a perpendicular, define o centro da curva.

5) Traçar duas circunferências de raios 2,5 e 3 cm, que possuem uma corda comum igual a 2
cm.
Resolução: Traça-se o segmento de recta que corresponde à corda. Com centro em cada extremidade e
abertura igual ao raio de uma das circunferências, definimos, pelo cruzamento dos mesmos, o centro desta
curva. Procedendo da mesma maneira, com o raio da outra curva, determinamos o centro desta outra.
Traçamos então as duas curvas.

A corda AB tem 2 cm. Com centro em A e B, raio 2,5 cm, determinamos o pnto O e traçamos a primeira
circunferência. A mesma operação é feita, agora com raio 3 cm, para determinar o ponto P e o traçado da
segunda curva.

SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
DEFINIÇÃO: Sólido geométrico é a porção limitada do espaço geométrico. Os sólidos são corpos que ocupam
o espaço de três dimensões e sua medida é chamada de volume. Os sólidos classificam-se em dois grandes
grupos: Sólidos de Arestas (ou Poliedros) e Sólidos de Revolução.

ELEMENTOS DOS SÓLIDOS:


a) Faces: cada um dos polígonos que formam o sólido.
b) Diagonais das faces: diagonais de cada face.
c) Arestas: segmentos de recta resultante da intersecção de duas faces.
d) Ângulos das faces: ângulos de cada polígono.
e) Ângulos diedros: ângulos formados entre duas faces.
f) Ângulos triedros ou ângulos sólidos: Ângulos formados por duas ou mais faces.
g) Vértices: ponto de encontro entre duas ou mais arestas.
h) Diagonais: segmentos de recta resultantes da união de dois vértices e que não sejam nem arestas, nem
diagonais das faces.

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SÒLIDOS DE ARESTAS
Poliedros: São os sólidos limitados por superfícies planas, que constituem suas faces.
POLIEDROS REGULARES: São os sólidos que têm como faces polígonos regulares iguais entre si. São eles:

a) Tetraedro regular: As faces são 4 triângulos equiláteros.

51

b) Hexaedro regular ou Cubo: As faces são 6 quadrados.

c) Octaedro regular: As faces são 8 triângulos equiláteros.

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d) Dodecaedro regular: As faces são 12 pentágonos regulares.

51

e) Icosaedro regular: As faces são 20 triângulos equiláteros.

POLIEDROS IRREGULARES: São os sólidos que apresentam faces diferentes entre si. Basta que uma
das faces seja diferente para que o sólido seja classificado como irregular. Os poliedros irregulares
são: Os Prismas, o Paralelepípedo e as Pirâmides.

PRISMAS: São os poliedros irregulares formados por duas faces ou bases poligonais iguais e paralelas
e por faces laterais, que são paralelogramos. Os prismas classificam-se:
a) Quanto às arestas:
Prisma recto: As arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases.

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Prisma oblíquo: As arestas laterais são oblíquas aos planos das bases

51

b) Quanto à forma das bases:


Prisma regular: As bases são polígonos regulares.

Prisma irregular: As bases são polígonos irregulares.

PARALELEPÍPEDO: É o prisma que possui as faces formadas por paralelogramos.


O paralelepípedo pode ser recto ou oblíquo, conforme a posição de suas arestas laterais e, quanto à forma
das faces, pode também ser:
Paralelepípedo rectângulo: as faces são rectangulares.

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Paralelepípedo de bases em forma de losango: as bases são losangos iguais.

PIRÂMIDES: São sólidos geométricos cujas bases são polígonos quaisquer e as faces laterais são triângulos
que concorrem num ponto, que é o vértice das pirâmides. As pirâmides classificam-se:
a) Quanto ao eixo:
Pirâmide recta: o eixo é perpendicular ao plano da base. 51

Pirâmide oblíqua: o eixo é oblíquo ao plano da base.

b) Quanto à forma da base:


Pirâmide regular: a base é um polígono regular.

Pirâmide irregular: a base é um polígono irregular.

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SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO: São os sólidos gerados pela rotação de uma figura plana em torno de um eixo,
que pode ser um dos lados da figura, e situado no mesmo plano. São eles:

CILINDRO: É o sólido de revolução que resulta da rotação de um rectângulo em torno de um de seus lados. O
lado oposto e igual ao eixo é a geratriz do cilindro, que vai gerar a superfície de revolução, no caso, a
superfície cilíndrica. Os lados perpendiculares ao eixo vão gerar as bases circulares. O cilindro classifica-se em
recto ou oblíquo, de acordo com a posição do eixo em relação às bases.

CONE: É o sólido de revolução que resulta da rotação de um triângulo rectângulo em torno de um de seus
catetos, que será o eixo do cone. A hipotenusa é a geratriz e vai gerar a superfície cónica. O outro cateto gera
a base circular. O cone pode ser recto ou oblíquo, conforme a posição do eixo em relação à base.

ESFERA: É o sólido de revolução que resulta do giro de uma semicircunferência em torno de seu diâmetro. A 51
semicircunferência gerará a superfície esférica.

SISTEMAS DE PROJECÇÕES
Vamos colocar um objecto (por exemplo, um cubo) entre nós e um
plano vertical que esteja à nossa frente (por exemplo, o quadro da
aula). A figura mostra o cubo e a nossa posição; esta permite-nos
observar a base do cubo.
Prolongando as linhas que partem da nossa vista e tocam em todos
os pontos do objecto, obtemos, por intersecção com o plano do
quadro, os pontos que formam uma figura a que chamamos
perspectiva central ou cónica do cubo.
A perspectiva, assim obtida, é essencialmente usada no desenho
artístico, pois é o desenho do objecto colocado em qualquer posição
tal como é observado. O desenho em perspectiva de um objecto
apresenta-se-nos com o aspecto idêntico ao da sua fotografia.

Podemos supor que nos colocamos a uma distância infinita e, então, os raios visuais passam a ser linhas
paralelas entre si e perpendiculares ao plano do quadro (são as projectantes).

Se olhar para o plano do quadro segundo a perpendicular a este e o cubo encontra-se numa posição natural à
nossa frente.
(Dizemos que o cubo está numa posição natural quando as suas faces são umas paralelas e outras
perpendiculares ao plano do quadro. Deste modo, o cubo apresenta-se-nos com a forma mais simples).
Neste caso, a figura que se projecta no quadro é o quadrado da face do cubo virada para nós.
O plano do quadro, que é o plano de projecção, é um plano vertical PV e ao quadrado nele desenhado
chamamos projecção ortogonal ou, simplesmente, projecção do cubo.

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PROJECCÕES ORTOGONAIS
A projecção ortogonal ou, simplesmente, projecção é a forma
mais utilizada no desenho industrial para a representação de
peças.

PROJECÇÃO NUM PLANO


Começamos por supor que o objecto se reduz a um ponto. A
projecção do ponto P sobre um plano é o pé da perpendicular
tirada desse ponto para o plano. A esta linha que passa por P,
perpendicular ao plano de projecção, chamamos projectante.
Para projectar uma recta AB sobre um plano, por exemplo: um
plano horizontal, basta projectar dois dos seus pontos e unir essas projecções.
De um modo geral, a projecção de uma figura sobre um plano é a figura formada pelas projecções de todos 51
os seus pontos sobre o plano.

Vejamos alguns exemplos projecções de objectos simples em planos verticais:


Na fig., ternos a projecção de um círculo paralelo ao plano vertical PV de projecção. A
circunferência desenhada no plano de projecção é a projecção da circunferência que limita o
círculo dado.

Na fig., temos a projecção de um cilindro cujo eixo é perpendicular ao piano vertical de


projecção A projecção é, também, representada por uma circunferência, pois é assim que,
vista peio topo, se representa uma superfície cilíndrica

Na fig., temos a projecção de uma esfera, que é ainda representada por uma circunferência,
pois resulta da projecção da circunferência de contorno aparente da esfera.

PROJECÇÕES EM DOIS PLANOS


Como verificámos, têm a mesma forma as projecções de um círculo e de um cilindro de eixos
perpendiculares ao plano de projecção e, também, a de uma esfera.
Assim, sendo-nos apresentada uma circunferência como representação da projecção de um objecto, nós não
ficamos devidamente esclarecidos quanto à sua forma.
Para definir convenientemente a forma dos objectos simples torna-se, em geral, necessário
usar dois planos de projecção;
Plano vertical PV;
Plano horizontal PH.
Estes planos são perpendiculares e intersectam-se segundo uma linha recta - linha de terra
LT ou xy.
Chamamos vistas às projecções do objecto nos planos de projecção. Assim, temos:
Vista de frente ou alçado de frente, é a projecção sobre o plano vertical.
Vista de cima ou planta, é a projecção sobre o plano horizontal.
Vejamos os objectos anteriores projectados em dois planos:
Na fig. temos um círculo de eixo horizontal projectado no plano vertical (vista de frente), em
que, como vimos, é representado por uma circunferência e projectado sobre o plano
horizontal (vista de cima) que é representado por um segmento de recta.

Na fig., a vista de frente é, como antes, uma circunferência, mas a vista de cima é, agora
um rectângulo.

Na fig. temos as vistas de frente e de cima da esfera representadas, da mesma forma, por
circunferências.
Note que a projecção de uma esfera em qualquer plano é sempre representada por uma
circunferência.

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As projecções em dois planos, perpendiculares entre si, fornecem-nos já a possibilidade de identificar objectos
simples. Assim, se a vista de frente é uma circunferência e a vista de cima é um segmento de recta, trata-se de
um disco circular, se temos a mesma vista de frente, mas a vista de cima é um rectângulo então temos a
representação de um cilindro, se as duas vistas são circunferências, trata-se de uma esfera.

Mas como poderemos representar as duas vistas na nossa folha de papel? Tinha-mos considerado, na
primeira parte, que a nossa folha de papel de desenho corresponde a um plano vertical. Deste modo para
representar a vista da cima de um objecto na nossa folha de desenho, foi estabelecido rodar o plano horizontal
em torno da linha de terra até assentar no plano vertical, isto é, fazer o rebatimento do plano horizontal sobre o
plano vertical. Assim, as duas projecções do objecto ficam no mesmo plano, o que torna possível desenhá-las
na nossa folha de papel.

Na fig., temos um ponto P e as suas projecções (vistas) nos planos vertical (p') e horizontal 51
(p)

Na fig. verificamos como é feito o rebatimento do plano horizontal

Na fig., temos a forma corno se apresentam os planos de projecção, depois de


rebater o plano horizontal.

Na fig., temos a representação que usaremos em desenho de projecções.


(Note que foram suprimidos os contornos dos planos).

À altura do ponto acima do plano horizontal ou distância do ponto ao plano


horizontal (distância da projecção vertical à linha de terra) chamamos
cota de altura ou simplesmente, cota.
À distância do ponto ao plano vertical (distância da projecção horizontal à linha de
terra) chamamos cota de frente ou afastamento.

A porção de plano que está sobre a linha de terra (xy) corresponde ao plano vertical
de projecção e a projecção do objecto neste plano é chamada vista de frente ou
principal. A vista de frente fica pelo lado de cima da linha de terra.

A porção de plano debaixo da linha de terra corresponde ao plano horizontal de projecção depois de rebatido
e nele está desenhada a vista de cima ou planta do objecto.
Na fig., temos um cilindro de eixo perpendicular ao plano vertical tal como nós o observamos. A projecção no
plano vertical é um círculo e no plano horizontal, é um rectângulo. O plano horizontal é rebatido, em torno da
linha de terra, até se sobrepor ao plano vertical (folha de papel).

A fig. mostra as projecções desse cilindro tal como serão desenhadas ao longo do
nosso curso. Para cima da linha de terra, está a vista de frente e, para baixo, a vista
de cima.

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Na fig., já temos uma representação em desenho de máquinas de um cilindro de eixo


horizontal. Neste caso, a projecção superior é a vista de frente e a inferior, a vista de cima. Não é
representada a linha de terra. São representadas as linhas de simetria, as dimensões (cotas) do
objecto, etc.

A fig. mostra um objecto (folha circular) projectado nos dois planos de projecção.

A fig. mostra as projecções de uma esfera nos dois planos.

PROJECÇÕES DE UM PARALELEPÍPEDO RECTÂNGULO


Pela figura, que dá uma imagem aproximada da realidade, podemos verificar o seguinte: 51
 A vista de frente é um rectângulo, o rectângulo da face virada para nós quando olhamos
o paralelepípedo de frente (perpendicularmente ao plano vertical). Este rectângulo fica na
zona sobre a linha de terra.
 A vista de cima é um rectângulo igual ao das bases e fica para baixo da linha de terra.

Pela fig., projecção de um paralelepípedo, poderemos, ainda, verificar as suas dimensões


em verdadeira grandeza. Assim:
 A vista de frente dá a largura e a altura do objecto;
 A vista de cima dá a largura e a profundidade do objecto.
Note que, para uma melhor exposição considerámos as três dimensões do paralelepípedo
como sendo:
A largura (b), ou seja, a distância entre as suas faces laterais;
A altura (h) ou seja, a distância entre as suas faces inferior e superior,
A profundidade (d), ou seja a distância entre as faces anterior e posterior.
Isto é generalizado a todos os objectos. Quando a profundidade é de pequeno valor é
habitual chamar-lhe espessura.

É claro que a largura, a altura e a profundidade de


um objecto dependem da posição em que o colocamos
relativamente a nós. A escolha desta posição depende
de vários factores, mas principalmente da posição natural
ou de trabalho desse objecto, como veremos mais
tarde.

PROJECÇÕES DE SÓLIDOS GEOMÉTRICOS


As peças mecânicas são, em grande maioria, formadas por sólidos geométricos simples, tais
como: prismas, pirâmides, cilindros, cones, etc. Assim, vamos estudar as projecções desses
sólidos geométricos.

PROJECÇÕES DE PRISMAS RECTOS


1º - Projecções de um prisma triangular, de eixo vertical, com
32 mm de altura, e cuja base, triângulo equilátero de 25 mm de lado, está
assente num plano de nível com 5 mm de cota.
a) Uma face lateral à paralela ao plano vertical e está afastada 5 mm desse
plano

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Depois de traçar a linha de terra e sob ela uma paralela a 5 mm, vamos construir o triângulo equilátero de 25
mm de lado, que tem um lado assente sobre esta paralela (marcamos 25 mm sobre esta paralela e usamos o
compasso com 25 mm de abertura, ou o esquadro de 60°). Este triângulo é a projecção do prisma no plano
horizontal. Traçamos, depois, as perpendiculares à linha de terra que passam pêlos vértices deste triângulo. A
vista de frente fica determinada por duas paralelas à linha de terra a 5 e a (5+32 mm) desta. A figura 1 dá uma
imagem real do problema. A fig. 2 dá indicações sobre a construção (os números indicam a ordem seguida). A
fig. 3 mostra como deve ser apresentado o desenho.

b) O mesmo caso, mas uma face lateral é paralela ao plano vertical de projecção e tem o maior afastamento.
A construção do triângulo (vista de cima) é feita a partir do vértice, que deve ser colocado a 5 mm da
linha de terra, usando um esquadro de 60°. Na vista de frente, uma aresta vertical está escondida.
Designamo-la por aresta invisível e a sua representação é feita com traço interrompido curto
fino (ver norma NP-62). 51
e) O mesmo caso, mas unia face lateral é perpendicular ao plano vertical de projecção.

2º - Projecções de um prisma quadrangular com a altura de 32 mm e cuja base é um quadrado de 25


mm de lado

a) Com duas faces laterais paralelas ao plano vertical.

b) Com uma face lateral fazendo 20° com o plano vertical de projecção.

Iniciamos este desenho pelo traçado da linha de terra e de uma paralela a 5 mm.
Com a ajuda de um transferidor traçamos uma recta que faça 20° com essa paralela. O vértice
deste ângulo é um vértice do quadrado (vista de cima do prisma).
A restante construção é idêntica às anteriores.

PROJECÇÕES DE PIRÂMIDES RECTAS


1º - Projecções de uma pirâmide, de eixo vertical e base quadrada, com 25 mm de
aresta da base e 32 mm de altura.
a) Com duas arestas da base paralelas ao plano.
A construção, tendo em conta o que se fez nos
exemplos anteriores, é fácil, como se observa pela fig.
da esquerda. A fig. da direita mostra como deve ser
apresentado o desenho,
Como nenhuma aresta lateral da pirâmide é paralela a
um dos planos de projecção, não temos no desenho a
verdadeira grandeza dessas arestas. Assim, vamos:

Determinar a verdadeira grandeza de uma aresta lateral


O problema consiste em determinar a verdadeira grandeza de um segmento
dado pelas suas projecções.
Seja, fig. (construção 3), a aresta lateral AV dada pelas suas projecções av e
a'v'.
Neste caso vamos tirar por a' a perpendicular a a’v’. Marcando, sobre esta
perpendicular, a diferença entre os afastamentos de A e de V, obtemos o ponto
A'. A verdadeira grandeza de AV fica dada por A’ v’.
Note que o triângulo v'a'A' é metade de uma face lateral da pirâmide em
verdadeira grandeza.

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PROJECÇÕES DE TRONCOS DE PIRÂMIDE


1º - Projecções de um tronco de pirâmide de bases quadradas, com 10 mm e 25 mm de arestas
das bases e 25 mm da altura. Considerar que tem duas arestas de cada base paralelas ao plano
vertical de projecção.

Iniciamos a construção pelo traçado de duas linhas mistas finas perpendiculares entre si (são
linhas de simetria das projecções no plano horizontal dos quadrados das bases).
Com o compasso aberto com 5 mm e com 12,5 mm e centro no ponto de cruzamento das linhas
de simetria, marcamos sobre estas linhas os pontos onde passarão os lados dos quadrados.
Usando o tê e um esquadro, desenhamos as bases e as projecções das projectantes. Marca-se a
linha de terra e as paralelas a esta, que delimitam a projecção no plano vertical,

2° - Projecção de um tronco de pirâmide com a altura de 25 mm e bases pentagonais inscritas 51


em circunferências de 32 mm e 16 mm de diâmetro. Considere que uma aresta de cada base
é perpendicular ao plano vertical da projecção.
Começamos por representar as circunferências que circunscrevem os pentágonos (com raios
de 8 e 16 mm] e faze-mos as construções para dividir a circunferência maior em 5 partes.
Unindo estes pontos com o centro obtém-se a divisão da circunferência menor.
A restante construção é idêntica à anterior.

PROJECÇÕES DE CILINDROS
1º - Projecções de um cilindro, de eixo vertical, com 25 mm de
altura e 25 mm de diâmetro da base.
Começamos por traçar dois eixos de simetria (linhas mistas finas)
perpendiculares entre si. Com o compasso desenhamos a
projecção no plano horizontal, ou seja, um círculo com 12,5 mm de
raio. Traçando as tangentes a este círculo, perpendiculares à linha
de terra, temos a representação do contorno da superfície
cilíndrica. Basta, agora, traçar a linha de terra e duas paralelas a
esta para delimitar a projecção do cilindro no plano vertical.

PROJECÇÕES DE CONES
1° - Projecções de um cone de eixo vertical com 32 mm de altura e
25 mm de diâmetro da base.
A construção é idêntica à
anterior.
Casos relativos superfície cónica:
 Dada a projecção no plano vertical de uma geratriz obter a
sua projecção no plano horizontal.
Por exemplo, à projecção no plano vertical v't' dada, corresponderá a
projecção vt no plano horizontal, obtida por união de v com a
projecção do ponto T pertencente à base.

 Dada a projecção no plano horizontal de um ponto qualquer


da superfície cónica, determinar a outra projecção.

Esta determinação pode fazer-se de duas maneiras, como mostra a


fig. (ponto N) e (ponto P), de forma idêntica ao que se passou com as
pirâmides. Foram dados n e p. No 2º caso, a linha assente na
superfície cónica e paralela ao plano horizontal é um arco de circunferência de nível, cujo raio é vp.

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PROJECÇÕES DE TRONCOS DE CONES


1° - Projecções de um tronco de cone de eixo vertical com as bases
de 25 a de 16 mm de diâmetro e com 25 mm de altura.
A fig. mostra a construção e, ainda, a determinação das projecções
da geratriz que passa por um ponto qualquer P, da superfície cónica,
dado pela sua projecção p' no plano vertical de projecção. Neste
caso, começamos por determinar a projecção P no plano horizontal,
usando um dos métodos já referidos. Traçamos depois a projecção
no plano horizontal da geratriz, unindo a projecção do eixo com p. A
restante construção é já conhecida. Os números pequenos indicam a
ordem a seguir.

51

PROJECÇÕES DE ESFERAS
1° - Projecções de uma esfera com 25 mm de diâmetro.
Esta construção, não tem qualquer dificuldade, pois basta marcar as projecções do centro da esfera.

Interessa considerar o caso: Dada a projecção p' no plano vertical de um


ponto P da superfície esférica, determinar a sua projecção no plano
horizontal.

Começamos por traçar a linha horizontal que passa por p', o que determina
um segmento de recta que é a projecção no plano vertical de um círculo que
resulta da intersecção do plano horizontal que passa por P com a esfera.
Agora, facilmente se obtêm a projecção no plano horizontal deste círculo e,
também, do ponto P.

PROJECÇÕES DE SÓLIDOS COMPOSTOS


PRISMAS COM PRISMAS
A fig. mostra um sólido e as suas dimensões. Este sólido é composto por
dois prismas de bases quadradas, como mostra a figura. A figura indica
ainda como se deve fazer a representação deste sólido em desenho de
projecções.
A fig. mostra um sólido constituído por um prisma de base quadrada com
um furo prismático, também, de base quadrada. A figura mostra,
igualmente, a sua representação em desenho de projecções.
Nas restantes figuras desta página, temos vários exercícios sobre
prismas com diversos entalhes.
Note o significado dos símbolos:

CILINDROS COM CILINDROS

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51
REPRESENTAÇAO DE VISTAS
Generalizando, vamos considerar o objecto a desenhar colocado no interior de um cubo «cubo de projecção»
cujas faces constituem seis planos de projecção, paralelos dois a dois. O cubo de projecção, quanto à sua
posição relativamente ao observador, tem duas faces horizontais (superior e inferior), duas faces frontais
(anterior e posterior) e duas faces de perfil (lateral esquerda e lateral direita).
Vamos obter as projecções do objecto sobre cada uma das seis faces do cubo. Desta forma, as seis
projecções correspondem às seis posições possíveis do desenhador ao observar o objecto ortogonalmente aos
planos de projecção (faces do cubo). Estas projecções são, em geral, designadas por vistas.
 Vista frontal (ou vista de frente, ou vista principal, ou alçado de frente) desenhada na face posterior do
cubo (face principal e fixa);
 Vista de cima, ou planta (ou vista superior) desenhada na face inferior do cubo;
 Vista da esquerda (ou vista lateral esquerda, ou alçado lateral esquerdo) desenhada na face direita do
cubo;
 Vista da direita (ou vista lateral direita, ou alçado lateral
direito) desenhada na face esquerda do cubo;
 Vista de baixo (ou vista inferior) desenhada na face superior
do cubo;
 Vista posterior (ou vista por detrás, ou alçado posterior)
desenhada na face anterior do cubo.
Consideramos como principal a face vertical de frente do cubo que
se encontra por detrás do objecto; consideramos, também, que a
nossa folha de papel de desenho é um plano vertical de frente que
contém essa face principal do cubo de projecção.
Para que as seis projecções possam ser representadas na folha
de desenho, o cubo é planificado como mostra a 1ª fig. e as vistas
ficam dispostas como indica a 2ª fig.
Note que a posição das vistas, relativamente à principal, é:
E - Vista da esquerda fica à direita da principal;
C - Vista de cima, ou planta fica por debaixo da principal;
D - Vista da direita fica à esquerda da principal;
B - Vista de baixo fica por cima da principal:
P - Vista posterior fica, em geral, à direita da vista da
esquerda.
Quando puder haver qualquer dúvida quanto ao método de
projecção adoptado, este método de projecção designado
por método do primeiro diedro (ou método europeu, ou
método E. usado em quase todo o Mundo) deve ser
assinalado na legenda, colocando o símbolo (que a 1ª fig.
tem no canto superior esquerdo) junto do local onde é
mencionada a escala do desenho.

COTAGEM

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A cotagem de um desenho está tratada na Norma NP297-ISO 129


A cotagem (inscrição no desenho das dimensões dos objectos
representados) obedece a princípios gerais aplicáveis aos desenhos
de construção civil, mecânica, eléctrica, etc.

ELEMENTOS DA COTAGEM
A cotagem é realizada usando; linhas de cota, linhas de chamada,
linhas de referência (linhas a traço continuo fino); setas, baras
oblíquas, e pontos; algarismos, letras e símbolos. 51

Linhas de cota
São segmentos rectos ou curvilíneos, em traço contínuo fino, em
geral paralelos ao contorno ou elemento do desenho cuja dimensão
definem.
Nunca usar como linha de cota qualquer outra linha (de contorno ou de eixo).
Deve evitar-se, tanto quanto possível, cruzar linhas de cota entre si ou com outras linhas.
Tanto quanto possível, as linhas de cota devem ficar fora dos contornos do desenho do objecto.

Linhas de chamada
São pequenos segmentos de recta, em traço contínuo fino,
perpendiculares ao segmento a cotar nos pontos do desenho a que se
referem as cotas. As linhas de chamada passam ligeiramente além das
linhas de cota.
As linhas de contorno ou de eixo podem ser usadas como linhas de
chamada.

As linhas de construção que definem a extremidade de uma dimensão a cotar e


as linhas de chamada devem ultrapassar ligeiramente o ponto em que se
cruzam.
Quando necessário as linhas de chamada podem ser oblíquas (com ângulos de
60a ou de 75°) com o segmento a cotar.
Tanto quanto possível deve evitar-se o cruzamento de linhas de chamada.

Setas e barras oblíquas


As setas podem apresentar as formas da fig.
As barras oblíquas são pequenas linhas traçadas a 45°.
As pontas das setas devem ficar sobre as linhas de chamada,
ou de contorno, ou de eixo a que a seta diz respeito.
Por vezes, quando as linhas de cota são muito curtas, ou não
são representadas as setas, ou duas setas opostas são
substituídas por um ponto ou por uma barra.

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Quando se cota um raio não se deve colocar qualquer seta na extremidade da linha de cota que parte do
centro. Num mesmo desenho só devem ser utilizadas extremidades das linhas de cota de um mesmo tipo. Nos
desenhos de construção civil e de construção metálica é mais corrente o uso de barras oblíquas.

51

Números de cota
Usar algarismos ISO 3098
INSCRIÇÃO -Mé todo 1

As cotas são colocadas a pequena distância


da linha de cota, aproximadamente a meio do seu comprimento.

Nas linhas de cota horizontais, os números ficam do lado de cima das linhas de cota.
Nas verticais ficam à esquerda.
De um modo geral, de acordo com a orientação das linhas de cota, os números podem
ser dispostos como indica a fig.
Deve notar que a leitura de um desenho é considerada como feita a partir do canto
inferior direito da folha de papel.
Na cotagem de ângulos há duas variantes para a inscrição dos valores dos ângulos;
 os números acompanhando as linhas de cota ou
 os números sempre em posição horizontal.

INSCRIÇÃO- Método 2
As cotas ficam sempre em posição horizontal
a as linhas de cota, não horizontais, são
interrompidas na zona média para a inserção
da cota.

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PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
Perspectiva isométrica simplificada
Sob o título de perspectiva isométrica, estudaremos a perspectiva
isométrica simplificada, pois é a mais usada, dado que é mais fácil e
permite a medição directa dos segmentos de recta.
As projecções das três arestas do cubo, mais afastadas do plano vertical,
fazem entre si um ângulo de 120°. A essas projecções chamamos eixos
isométricos. Os comprimentos marcados sobre esses eixos, ou em
rectas paralelas a eles (linhas isométricas), têm o verdadeiro valor dos
respectivos comprimentos do objecto. Na perspectiva isométrica, as
arestas representam-se na relação 1:1:1.
51

Os três eixos isométricos são, em geral, representados na posição


da fig. em que temos um eixo vertical e dois eixos fazendo 30º com a
horizontal, para cima desta. Por vezes, os eixos isométricos são
dispostos segundo outras direcções. Estas orientações dos eixos
permitem perspectivar o objecto, para mostrar a face superior, a face
inferior, a face lateral esquerda, ou a face lateral direita.
Todas as rectas não isométricas, isto é, todas as rectas não paralelas aos eixos isométricos têm perspectivas
com comprimentos diferentes do real. Por exemplo, as diagonais das faces do cubo têm perspectivas de
comprimento diferentes (umas são reduzidas e outras ampliadas).
As medições, na perspectiva isométrica, só podem realizar-se sobre linhas
isométricas.
Os planos das faces do cubo e os planos paralelos a eles são chamados planos
isométricos.
Os ângulos do objecto não se mantêm na perspectiva. Por exemplo, os 90° entre
2 lados dos quadrados tomam os valores 60º e 120° na perspectiva.

EXEMPLO:
Perspectiva isométrica de um paralelepípedo rectângulo definido pelas suas projecções
e cotas
Começamos por marcar, na folha de desenho, um ponto que será a perspectiva do vértice
mais próximo do observador. A partir deste ponto, traçamos os três eixos isométricos, numa
das posições indicadas, de acordo com o ponto de vista desejado.
Sobre estes eixos, marcamos a largura, a altura e a profundidade do objecto,
servindo-nos das cotas do desenho dado.
Pêlos extremos de cada eixo, traçamos as paralelas aos outros dois.
Note: Deve evitar-se, sempre que possível, representar as arestas e
contornos encobertos. Servindo-nos de outras posições dos eixos isométricos, o paralelepípedo poderá ser
apresentado como mostra a fig.

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EXEMPLO
Perspectiva de um prisma, com um entalhe, também, prismático.
Iniciamos a construção pela perspectivação do prisma. Depois, numa das
arestas de maior dimensão, marcamos as distâncias entre as faces laterais
e as arestas do entalhe.
Nesta perspectiva, há a considerar linhas não isométricas. Podemos fazer
a perspectiva utilizando um dos métodos seguintes:

51
1.º — Envolvendo a figura, composta por linhas não isométricas, por uma figura de linhas
isométricas (em geral, um rectângulo).

A fig. mostra a maneira de realizar esta perspectiva. Começamos por, na projecção, traçar linhas paralelas aos
eixos a envolver as linhas não isométricas. Os comprimentos dos segmentos marcados sobre estas linhas são
transportados em verdadeira grandeza para a perspectiva.
Este método é mais usado quando o objecto contém linhas não isométricas situadas em planos isométricos.

2.º — Processo das coordenadas


Consideramos os três eixos isométricos como eixos
coordenados, estabelecendo como origem um vértice
do poliedro. Mediante as cotas do desenho de
projecções dado, determinamos as coordenadas da
extremidade comum das arestas não isométricas.
Neste caso, esse ponto tem por coordenadas 29 mm
segundo o eixo Ox e 8 mm segundo o eixo Oy.
Este processo das coordenadas é, principalmente,
utilizado para localizar as extremidades das arestas
não isométricas assentes em planos não isométricas.

Perspectiva de um prisma de base hexagonal, dado pelas suas projecções.

Começamos por traçar o rectângulo envolvente do hexágono de uma base e fazemos a sua
perspectiva; sobre esta, marcamos as distâncias entre os vértices do rectângulo e os vértices cio
hexágono e unimos os pontos assim obtidos.
Dos vértices do hexágono, em perspectiva, traçamos as verticais com os comprimentos das arestas laterais do
prisma e, finalmente, unimos os seus extremos.

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EXEMPLO:
Perspectiva de uma pirâmide de base pentagonal, dada pelas suas projecções.

A perspectiva da base é realizada de forma idêntica à anterior, considerando o pentágono inscrito 51


num rectângulo.
O vértice da perspectiva é obtido marcando a altura da pirâmide sobre a vertical que passa pelo centro da
base.

EXEMPLO:
Perspectiva de um cilindro dado pelas suas projecções e cotas
Antes de executar esta perspectiva, teremos de estudar a forma de perspectivar as linhas curvas,
neste caso, as circunferências.

Circunscrevemos um quadrado à circunferência a perspectivar. A perspectiva deste conjunto é um


losango, cujo lado é igual ao diâmetro da circunferência, envolvendo uma elipse.

a) Traçado da elipse exacta

Vamos relacionar a figura (quadrado e circunferência) com a sua perspectiva (losango e elipse).
- Os pontos médios dos lados do quadrado são os pontos de tangência desses lados com a circunferência. Na
perspectiva, os pontos de tangência à elipse são os pontos médios dos lados do losango.

- Os diversos pontos da circunferência, incluindo aqueles em que ela


intersecta as diagonais do quadrado, podem ser localizados por
coordenadas, ou seja, pelas suas distâncias aos lados dos quadrados. Qualquer ponto da elipse pode ser
localizado por essas coordenadas. Aos pontos em que a circunferência intersecta as diagonais do quadrado
correspondem, na perspectiva, os extremos dos eixos da elipse.

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Mediante o conhecimento de 8 pontos e das tangentes respectivas, já poderemos


traçar, à mão livre, as pequenas elipses.

NOTA:
Pode evitar-se a construção separada do quadrado a circunscrever a
circunferência necessária para a obtenção dos eixos da elipse, fazendo o
seguinte:

Construímos o losango e, com 3 ajuda do esquadro de 45º, traçamos duas rectas que façam 45° com a
diagonal maior e partam de um extremo e do meio desta. Fica, assim, definido um segmento, que tem o
comprimento do semi-eixo maior da elipse. Com o esquadro de 60°, tiramos as paralelas aos lados do losango
que passam pêlos extremos do eixo maior e obtemos o eixo menor.
51
b) Elipse aproximada (oval)
A dificuldade que sempre representa o traçado de uma elipse levou à utilização de uma construção, por meio
de arcos de circunferência, que dê uma aproximação da elipse.
Assim, a elipse exacta é substituída por uma oval, a que chamaremos elipse aproximada, nos casos correntes
de perspectiva isométrica de circunferências (só em casos excepcionais se deve fazer a construção da elipse
exacta).
A construção da elipse aproximada faz-se a partir do losango.
Utilizando um esquadro de 60º, traçamos as linhas que passam
pêlos vértices dos maiores ângulos e vão intersectar os lados do
losango nos seus pontos médios. As intersecções destas linhas
definem os centros dos arcos de circunferência, tangentes aos lados
do losango, que irão construir a elipse aproximada.
A elipse aproximada tem um eixo maior mais curto do que o da elipse
verdadeira, parecendo-nos deformada.

Há, no entanto, uma construção, também bastante rápida, em que esta deformação praticamente desaparece.
Construído o losango, marcamos nele os pontos médios dos lados.
Traçamos os arcos maiores, como no caso anterior, com centros nos
vértices inferior e superior. Estes arcos são prolongados para além dos
pontos de tangência. Com centro no centro do losango, traçamos a
semicircunferência tangente aos arcos anteriores. Esta
semicircunferência determina, sobre a diagonal maior, os centros dos
arcos que fecham a elipse aproximada.
Usando os métodos de construção atrás mencionados, a perspectiva do
cilindro pode apresentar-se como mostram as figuras.

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Perspectiva de um cone definido pelas suas projecções e cotas.


Iniciamos esta construção pela perspectiva da base, usando um dos métodos
citados. Do centro da elipse, levantamos a vertical onde marcamos a altura
do cone e, assim, se obtém, o vértice da perspectiva. Traçamos depois as
tangentes à elipse da base que partem do vértice e representam os
contornos laterais do cone.

51
Perspectiva de um tronco de cone definido pelas suas projecções e
cotas.
Os losangos que envolverão as bases são traçados com os seus centros
afastados na distância correspondente à altura do tronco de cone.

Perspectiva de uma esfera em que é dado o seu raio r.


A perspectiva isométrica de uma esfera é um círculo. Dado que há ampliação,
1
o raio deste círculo é r  1,22r
0,816
O raio deste círculo pode ser determinado graficamente construindo a perspectiva
do círculo máximo horizontal da esfera. O semi-eixo maior da elipse é o raio da
perspectiva da esfera.

Perspectiva de uma peça em U dada pelas suas projecções.


As faces desta peça em U são limitadas por linhas rectas e por arcos de
circunferência que estabelecem as concordâncias. Vejamos, portanto, como se faz a
construção das perspectivas de arcos de circunferência.
Começamos por construir a perspectiva isométrica dos rectângulos que envolvem
as figuras que compõem as bases. Para melhor compreensão, completamos os
arcos representando as circunferências respectivas. De igual modo, representamos
os losangos da perspectiva. A partir dos losangos traçamos, por um dos métodos
estudados, as elipses da concordância. Na fig., usamos o processo mais corrente no
traçado de elipses aproximadas.

Como apenas necessitamos de um arco de cada elipse de concordância, não se


torna necessário fazer toda a construção, sendo, assim, possível uma grande
simplificação.

A partir de cada vértice do paralelogramo marcamos, em ambos os lados e à


distância do verdadeiro raio, os pontos de concordância. Por estes pontos, traçamos
as perpendiculares reais aos lados do paralelogramo, as quais se intersectam no centro do arco que
representa a concordância em perspectiva isométrica. Estas
perpendiculares são traçadas usando o tê e o esquadro de 30º e
60°.
Dada a espessura da peça, estes centros são transferidos, ao
longo da linha isométrica respectiva, para a outra face paralela.

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PERSPECTIVA CAVALEIRA
Os desenhos de projecções de perspectiva axonométrica são, como vimos,
baseados nas projecções ortogonais. Vamos, agora, estudar a perspectiva cavaleira, a
qual resulta de uma projecção oblíqua (as projectantes fazem ângulos deferentes, de
90º com o quadro).
Considerando o cubo de referência com duas das faces paralelas ao plano vertical de
projecção e as projectantes a 63,4° com este plano, obtém-se a perspectiva cavaleira
do cubo, onde temos:
- arestas horizontais em verdadeira grandeza; 51
- arestas verticais em verdadeira grandeza;
- arestas a 45° com redução a metade.
A relação dos lados é 1 : 1 : 0,5.

Verifica-se, portanto, que a face do cubo paralela ao plano vertical tem uma perspectiva
cavaleira igual à sua projecção. Assim, a face de frente tem na perspectiva
cavaleira a construção, geralmente simples, usada na projecção. Tendo isto em
conta, deveremos escolher a face de contorno mais irregular para face de frente.
A perspectiva cavaleira é de construção simples, principalmente quando há
linhas curvas na face paralela ao plano vertical, pois a circunferências da projecção
correspondem circunferências da perspectiva. Também, não se tornam
necessários esquadros especiais, pois serve o esquadro de 45º.
Para evitar uma pronunciada impressão de deformação, deveremos dispor a
maior dimensão da peça segundo um dos eixos em que não haja redução de
comprimento.
A perspectiva cavaleira é muito usada para acompanhar o desenho de
projecção, a fim de facilitar a sua leitura no operário que vai executar as peças
respectivas. Muitas vezes, a perspectiva cavaleira é feita em esboço, usando papel
quadriculado.
Perspectiva cavaleira de uma pirâmide recta de 32 mm de altura o base
hexagonal
de 16 mm de lado.
Começamos por construir a base em verdadeira grandeza e envolvemos o hexágono
por um rectângulo. Considerando a base como horizontal, a menor dimensão do rectângulo
deve ser colocada sobre a linha a 45°, depois de reduzida a metade. Transferimos, do
rectângulo para o paralelogramo, as distâncias entre os vértices do rectângulo e do
hexágono. Sobre a linha vertical que passa pelo centro da perspectiva do hexágono,
marcamos a altura da pirâmide e, finalmente, as arestas laterais,

Perspectiva cavaleira de um cilindro de 32 mm de altura e 32 mm de diâmetro da


base.
A perspectiva cavaleira de um cilindro é imediata, pois consideramos as bases paralelas
ao plano vertical. Pode, contudo, ser necessário fazer a perspectiva da circunferência
assente num plano perpendicular ao plano vertical de projecção. Quando a vista de
frente de um objecto corresponde a mais do que um plano, a vista de frente da
projecção já não corresponde rigorosamente ao desenho da face frontal da
perspectiva. A construção da perspectiva é iniciada pelo desenho da figura de um dos
planos, que tomamos como plano de referência. As figuras noutros planos devem ter
em consideração as distâncias desses planos ao plano de referência. No caso da fig.,
basta marcar ao longo do eixo de 45° metade de cada uma das distâncias entre os
planos sucessivos.

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CORTES
Corte total
Qualquer pessoa que já tenha visto uma torneira, como a que é mostrada a seguir, sabe que se trata de uma
peça complexa, com muitos elementos internos.

Se fôssemos representar a torneira em vista frontal, com os recursos que conhecemos até
agora (linha contínua larga para arestas e contornos visíveis e linha tracejada estreita para
arestas e contornos não visíveis), a interpretação ficaria bastante prejudicada, como mostra o
desenho a seguir.

Analise novamente as duas figuras anteriores. Pela foto, forma-se uma ideia do aspecto exterior 51
do objecto. Já a vista frontal mostra também o interior do objecto, por meio da linha tracejada
estreita. Porém, com tantas linhas tracejadas se cruzando, fica difícil interpretar esta vista
ortográfica.
Para representar um conjunto complexo como esse, com muitos elementos internos, o
desenhador utiliza recursos que permitem mostrar o seu interior com clareza.

Corte

Cortar quer dizer dividir, seccionar, separar partes de um todo. Corte é um recurso utilizado em diversas áreas
do ensino, para facilitar o estudo do interior dos objectos. Veja alguns exemplos usados em Ciências.

Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos


dos objectos mostrados.
Em Mecânica, também se utilizam modelos representados em corte para facilitar o estudo de sua estrutura
interna e de seu funcionamento.

Mas, nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objectos, para seu estudo. Em certos casos, você deve
apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que acontece em desenho técnico mecânico. Compare as
representações a seguir.

Mesmo sem saber interpretar a vista frontal em corte, deve-se concordar que a forma de representação da
direita é mais simples e clara do que a outra. Fica mais fácil analisar o desenho em corte porque nesta forma

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de representação usamos a linha para arestas e contornos visíveis em vez da linha para arestas e contornos
não visíveis.

Na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a complexidade dos detalhes internos da peça
torna difícil sua compreensão por meio da representação normal, como se viu no caso da torneira.

Corte total
Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. Veja.
Lembre-se que em desenho técnico mecânico os cortes são apenas imaginários.

Os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos
internos da peça ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se 51
encontra o observador.

Deve-se considerar o corte realizado por um plano de corte, também imaginário.


No caso de corte total, o plano de corte atravessa completamente a peça, atingindo as
suas partes maciças, como mostra a figura a seguir.

Corte nas vistas do desenho técnico


Os cortes podem ser representados em qualquer das vistas do desenho técnico
mecânico. A escolha da vista onde o corte é representado depende dos elementos que se quer destacar e da
posição de onde o observador imagina o corte.
Corte na vista frontal
Considere o modelo abaixo, visto de frente por um observador.

Nesta posição, o observador não vê os furos redondos nem o furo quadrado da base.
Para que estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte.
Imagine o modelo seccionado, isto é, atravessado por um plano de corte, como
mostra a figura.

O plano de corte paralelo ao plano de projecção


vertical é chamado plano longitudinal vertical. Este
plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua
extensão, atingindo todos os elementos da peça. Veja
as partes em que ficou dividido o modelo atingido pelo
plano de corte longitudinal vertical.

Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, você poderá analisar com maior facilidade os
elementos atingidos pelo corte. Acompanhe a projecção do modelo seccionado no plano de projecção vertical.

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Na projecção do modelo cortado, no plano vertical, os elementos atingidos pelo corte são representados pela
linha para arestas e contornos visíveis.
A vista frontal do modelo analisado, com corte, deve ser representada como na figura.

As partes maciças do modelo, atingidas pelo plano de corte, são representadas por rasuras.
Neste exemplo, as rasuras são formadas por linhas estreitas inclinadas e paralelas entre si.
As rasuras são formas convencionais de representar as partes maciças atingidas pelo corte. 51
O tipo de rasura usado no desenho anterior indica que o material empregado na confecção deste modelo é
metal.
Os furos não recebem rasuras, pois são partes ocas que não foram atingidas pelo plano de corte. Os centros
dos furos são determinados pelas linhas de centro, que também devem ser representadas nas vistas em corte.

Indicação do plano de corte


Observe novamente o modelo seccionado e, ao lado, as suas vistas ortográficas.

A vista superior e a vista lateral esquerda não devem ser representadas em corte porque o observador não as
imaginou atingidas pelo plano de corte. A vista frontal está representada em corte porque o observador
imaginou o corte vendo o modelo de frente. Sob a vista representada em corte, no caso a vista frontal, é
indicado o nome do corte: Corte AA.

Observe, na figura anterior, que a vista superior é atravessada por uma linha traço e ponto estreita, com dois
traços largos nas extremidades. Esta linha indica o local por onde se imaginou passar o plano de corte.
As setas sob os traços largos indicam a direcção em que o observador
imaginou o corte.
As letras do alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte, e usa-se
de duas letras maiúsculas repetidas para designar o corte: AA, BB, CC
etc.
Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte
pode ser feita na vista superior, como no exemplo anterior, ou na vista
lateral esquerda, como mostra a figura a seguir.

Sempre que a representação do corte for clara, não há necessidade de


indicar o plano de corte em outra vista.

Corte na vista superior


Como o corte pode ser imaginado em qualquer das vistas do desenho
técnico, agora você vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista
superior. Imagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um
observador.

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Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginar um corte. Veja, a seguir, o modelo
seccionado por um plano de corte horizontal.

Este plano de corte, que é paralelo ao plano de projecção horizontal, é chamado plano 51
longitudinal horizontal. Ele divide a peça em duas partes. Com o corte, os furos
redondos, que antes estavam ocultos, ficaram visíveis. Imagine que o modelo foi
removido. Veja como fica a projecção do modelo no plano horizontal.

Observe novamente o modelo seccionado e, ao lado, suas vistas ortográficas.

O corte aparece representado na vista superior. As partes maciças atingidas pelo corte foram rasuradas. A
vista frontal e a vista lateral esquerda estão representadas sem corte, porque o corte imaginado atingiu apenas
a vista superior. O nome do corte: Corte AA aparece sob a vista superior, que é a vista representada em corte.
A indicação do plano de corte, na vista frontal, coincide com a linha de centro dos furos redondos. As setas, ao
lado das letras que dão nome ao corte, indicam a direcção em que o corte foi imaginado. Quando o corte é
imaginado na vista superior, a indicação do local por onde passa o plano de corte pode ser representada na
vista frontal ou na vista lateral esquerda.

Corte na vista lateral esquerda


Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base.
Imagine um observador vendo o modelo de lado e um plano de corte vertical atingindo o
modelo, conforme a figura a seguir.

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Observe na figura seguinte, que a parte anterior ao plano de corte foi retirada, deixando visível o furo quadrado.

Finalmente, veja na próxima ilustração, como ficam as projecções ortográficas deste modelo em corte.

O plano de corte, que é paralelo ao plano de projecção lateral, recebe o nome de plano transversal. Na vista
lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado pela linha para arestas e contornos visíveis.
As partes maciças, atingidas pelo corte, são representadas por rasuras. O furo redondo, visível pelo
observador, também é representado pela linha para arestas e contornos visíveis. Nas vistas ortográficas deste
modelo em corte transversal, a vista frontal e a vista superior são representadas sem corte. Quando o corte é
representado na vista lateral, a indicação do plano de corte tanto pode aparecer na vista frontal como na vista
superior.

Mais de um corte nas vistas ortográficas 51


Dependendo da complexidade do modelo ou peça, um único corte pode não ser
suficiente para mostrar todos os elementos internos que queremos analisar.
Observe, por exemplo, o modelo a seguir.
Imagine este modelo visto de frente, seccionado por um plano de corte
longitudinal vertical que passa pelo centro da peça.

Imagine que a parte anterior do modelo, separada pelo plano de corte, foi removida e
analise a vista frontal correspondente, em corte.

Observe que esta vista mostra apenas parte dos elementos internos da peça: os dois rasgos passantes. O que
fazer para mostrar os outros dois elementos: o furo quadrado e o furo cilíndrico com rebaixo, de modo a tornar
mais clara a representação do modelo?
A solução é representar mais de uma vista em corte.

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