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Alguns fenômenos sociais, em particular o problema do pânico coletivo, apresentam

características de emergência. Pois é através das ações de cada pessoa em pânico que
surge um sistema totalmente complexo e descontrolado, podendo levar a muitos
mortos e feridos. O comportamento coletivo se manifesta em qualquer tipo de
sistemas onde os padrões são determinados pelas interações de um grupo de
entidades. Não há necessidade de se ter um líder e a comunicação também não é
explícita entre as entidades.
O comportamento coletivo apresenta o seguinte princípio que é útil tanto para a
natureza quanto para os humanos: deve haver algumas tarefas que são mais fácies de
serem realizadas em grupo ao invés de sozinhas. Alguns exemplos de comportamento
coletivo que podem ser encontrados na natureza são: bando de pássaros, cupins
construindo seu cupinzeiro e uma colônia de formigas.
Ao ver uma revoada de pássaros, observa-se que não existe um pássaro líder
mostrando aos demais a direção certa para voar, ao invés disso cada pássaro
simplesmente possui um comportamento natural para reagir ao redor dos outros
pássaros, e quando todos eles voam juntos surge o resultado que é o comportamento
coletivo chamado de revoada. Um outro exemplo são as formigas, as quais são capazes
de se organizarem para procurar alimentos, cuidar dos ovos e das larvas, defenderem
a colônia, etc. Ou seja, são entidades simples que através do comportamento coletivo
resolvem problemas complexos.
Na sociologia, a multidão, a violência coletiva chamada de linchamento, o pânico
coletivo, a moda, os boatos e os movimentos sociais são tratados como
comportamentos coletivos. Gustave Le bom, no seu trabalho sobre a psicologia das
multidões (Psychologie des Foules), diz que sejam quais forem os indivíduos que
compõem um grupo, não importando as diferenças entre os seus componentes, seja
seu modo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem
sido transformados num grupo, coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva
que os faz sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada
membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse
em estado de isolamento. Toda a análise de Le Bon está construída no sentido de
demonstrar o caráter irracional, impulsivo e mesmo regressivo da ação da multidão.
Outras teorias procuram explicar o comportamento da multidão. A teoria do contágio
diz que a multidão pode exercer um efeito hipnótico sobre seus membros. O
anominato cria um efeito de negligência de responsabilidades dentro das pessoas na
multidão a qual as fazem agir de forma irracional e até mesmo violenta. Isto não quer
dizer que elas não sabem o que estão fazendo. Como por exemplo no caso do
saqueamento de uma loja, a multidão saqueia porque naquele momento cada um
deles são anônimos e podem roubar as mercadorias e irem embora, com poucas
chances de serem reconhecidos e punidos.
A teoria da convergência diz que o comportamento coletivo é o resultado da
convergência de pessoas que pensam de maneira semelhante, sendo através do
comportamento coletivo que elas expressam suas atitudes e crenças. Um exemplo
claro é o que acontece em uma partida de futebol, pois existem duas torcidas distintas
e os torcedores de uma mesma torcida pensam semelhantemente uns dos outros. O
desejo de ambos os torcedores é ver seu time ganhar. Ao final do jogo, quase sempre
um time perde, e os torcedores deste time ficam frustados com a derrota, enquanto os
do ganhador ficam exaltados e felizes, demonstrando em si toda a superioridade de
seu time. Assim, se em alguma ocasião for criada uma situação de tensão entre as duas
torcidas, como por exemplo um torcedor do time ganhador zombar do perdedor na
frente dos seus torcedores, uma reação imedia-ta de violência e brutalidade poderá
ser tomada pelo grupo.
O pânico é geralmente definido por pavor ou susto repentino que provoca uma reação
desordenada de propagação rápida no organismo diante de um perigo. Imagine uma
situação na qual um pedestre tenha que atravessar uma avenida quando de repente,
ele percebe que um caminhão em alta velocidade e desgovernado se aproxima em sua
direção. Seu organismo reage imediatamente causando-lhe reações químicas e físicas,
ou seja, o indivíduo entra em pânico, o que é conhecido como pânico individual.
A síndrome do pânico também é do tipo individual. Só que neste caso não existe uma
causa. No caso do pedestre havia o caminhão. Na síndrome, é como se o cérebro fosse
como uma casa que tem um alarme contra ladrões. Esse alarme é muito útil para
situações de perigo. No entanto, para certas pessoas, esse alarme toca de repente,
sem nenhum motivo aparente.
O pânico coletivo envolve uma grande quantidade de pessoas ou uma multidão em
diversas situações de perigo. Imagine por exemplo, um estádio de futebol lotado
quando de repente uma arquibancada começa a cair. O que acontece? As pessoas
entram em pânico. O mesmo ocorre em um cinema e a sala começa a pegar fogo. O
estudo do pânico coletivo é de grande importância e utilidade para toda a sociedade.
Uma de suas finalidades é estudar por exemplo, a segurança das pessoas envolvidas
em situações de acidentes. Nessas circunstâncias o que ocorre frequentemente são
mortes de pessoas, as quais ao tentarem evacuar o recinto acabam sendo pisoteadas
por outras. Assim, o estudo das situações de pânico pode auxiliar no entendimento do
comportamento das pessoas nessas circustâncias, além de tentar criar planos de
prevenção e tomadas de decisões mais rápidas durante a ocorrência de algum desses
casos.
São três normas técnicas que tratam do problema da sinalização a fim de amenizar o
pânico. Uma delas, a NBR 13434-1 de 03/2004 – Sinalização de segurança contra
incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de projeto , fixa os requisitos exigíveis que
devem ser satisfeitas pela instalação do sistema de sinalização de segurança contra
incêndio e pânico em edificações; a NBR 13434-2 de 03/2004 – sinalização de
segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e
cores que padroniza as formas, as dimensões e as cores da sinalização de segurança
contra incêndio e pânico utilizada em edificações, assim como apresenta os símbolos
adotados; e a NBR 13434-3 de 07/2005 – Sinalização de segurança contra incêndio e
pânico – Parte 3: Requisitos e métodos de ensaio  que define os requisitos mínimos de
desempenho e os métodos de ensaio exigidos para sinalização contra incêndio e
pânico de uso interno e externo às edificações, a fim de garantir a sua legibilidade e
integridade.
A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como objetivo reduzir o risco
de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam
adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e
facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro
da edificação em caso de incêndio. A sinalização de segurança contra incêndio e pânico
faz uso de símbolos, mensagens e cores definidos na ABNT NBR 13434-2 e instalados
nas áreas de risco, conforme estabelecido nas seções 4 e 5.
Ela é classificada em sinalização básica e complementar. A básica é constituída por
quatro categorias, de acordo com a sua função: sinalização de proibição, cuja função é
proibir ou coibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio ou ao seu
agravamento; sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com
potencial risco; sinalização de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas
de saída e ações necessárias para o seu acesso; sinalização de equipamentos de
combate e alarme, cuja função é indicar a localização e os tipos de equipamentos de
combate a incêndio disponíveis. As sinalizações devem apresentar efeito
fotoluminescente.
Os recintos destinados a reunião de público sem aclaramento natural ou artificial
suficiente para permitir acúmulo de energia no elemento fotoluminescente das
sinalizações de saída devem possuir sinalização iluminada com indicação de saída
(mensagem escrita e/ou símbolo correspondente), sem prejuízo ao sistema de
iluminação de emergência de aclaramento de ambiente, conforme ABNT NBR 10898.
A sinalização complementar é composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser
empregadas nas seguintes situações: indicação continuada de rotas de saída; indicação
de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída, como pilares, arestas de
paredes, vigas, etc.; mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização
básica, onde for necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo. Os
diversos tipos de sinalização de segurança contra incêndio e pânico devem ser
implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem como
em função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra incêndio na
edificação.
A princípio, a sinalização básica deve estar presente em qualquer tipo de edificação
onde são exigidas, por norma ou regulamentação, saídas de emergência de uso
coletivo e instalação de equipamentos e sistemas de proteção contra incêndio.
Exemplos de instalação são apresentados no anexo A. Importante é que a sinalização
de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças de direção ou
sentido, saídas, escadas, etc., deve ser instalada segundo sua função, a saber: a
sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada imediatamente acima
das portas, no máximo a 0,10 m da verga; ou na impossibilidade desta, diretamente na
folha da porta, centralizada a uma altura de 1,80 m, medida do piso acabado à base da
sinalização; a sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo
que a distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja
de no máximo 7,5 m, e adicionalmente esta sinalização também deve ser instalada de
forma que no sentido de saída de qualquer ponto seja possível visualizar o ponto
seguinte, distanciados entre si em no máximo 15,0 m, sendo que a sinalização deve ser
instalada de modo que a sua base esteja no mínimo a 1,80 m do piso acabado; a
sinalização de identificação dos pavimentos no interior da caixa de escada de
emergência deve estar a uma altura de 1,80 m, medida do piso acabado à base da
sinalização, instalada junto à parede, sobre o patamar de acesso de cada pavimento;
se existirem rotas de saída específicas para uso de deficientes físicos, deverão ser
sinalizadas para tal uso.

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