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20 horas
Programa Gestão de Riscos em Saúde e Segurança no
Trabalho Rural
SENAR 2015
Ficha técnica
2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Informações e Contato
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua
87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar – Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300 (62)
3412-2700 / 3412-8701 – E-mail: senar@senargo.org.br -
http://www.senargo.org.br/ - http://ead.senargo.org.br/
Superintendente
Eurípedes Bassamurfo da Costa
Gestora
Rosilene Jaber Alves
Coordenação
Fernando Couto de Araújo
Consultor Técnico
Arthur Eduardo Alves de Toledo
Apresentação
Fonte: Shutterstock
Bem-vindo! Você está iniciando o curso Prevenção de acidentes com máquinas agrícolas NR-
31.12 do Programa Gestão de Riscos em Saúde e Segurança no Trabalho Rural.
Você sabia que antes da criação da NR-31 em 2005, era necessário seguir outras normas para
manter a segurança dos trabalhadores envolvidos com qualquer tipo de máquina agrícola? Essas
regras constavam principalmente na norma urbana NR-12, que possui anexos com referências téc-
nicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física
dos trabalhadores, e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do
trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos.
Quando a NR-31 foi discutida e elaborada, o item 12 dessa norma foi destinado aos assuntos
relacionados às máquinas, fazendo uma referência à NR-12. Em dezembro de 2011, foram feitas
várias modificações na NR-31 e a principal ocorreu justamente no item 12, pois tudo que havia
na NR-12 relacionado com máquinas, equipamentos e implementos do setor agrícola, passou a
fazer parte da NR-31.
Para compreender melhor todas essas mudanças, você verá, nas próximas aulas, regras e restri-
ções que não existiam e que, agora, devem ser cumpridas.
Estudo de caso
Módulo 6
Noções de primeiros socorros e a importância do uso
dos EPIs
Fonte: Shutterstock
Chegamos ao último módulo do curso 3. Durante todo o curso, você teve a oportunidade de saber mais
sobre a prevenção de acidentes com máquinas agrícolas e discutir sobre quais são as maneiras mais
adequadas e seguras de evitar acidentes com máquinas e implementos agrícolas. Além disso, você
aprendeu como identificar os riscos, e interpretar os símbolos universais e adesivos de segurança.
Agora, neste módulo, você obterá noções de primeiros socorros, informações acerca da importância da
utilização de EPIs e EPCs, e os princípios básicos de prevenção de incêndio. O conteúdo está dividido
da seguinte forma:
• Aula 1: Medidas indicadas em caso de acidentes.
• Aula 2: Equipamentos de proteção individual e coletiva.
• Aula 3: Princípios básicos de prevenção de incêndio.
Aula 1
Para fazer o atendimento, o primeiro passo é ter iniciativa, pois tomar as providências neces-
sárias rapidamente pode salvar uma vida. A iniciativa pode ser avaliar o local e afastar novos
perigos, verificar as condições da vítima como o pulso, respiração, local e tipo de ferimento ou
até mesmo fazer uma ligação e avisar uma autoridade competente, principalmente se a pessoa
que está prestando o socorro não se sentir segura para resolver a situação. O importante é agir
dentro de suas capacidades físicas e mentais. Entrar em pânico pode piorar a situação e não irá
contribuir em nada para resolver a situação.
O socorrista também deve ter criatividade, pois nem sempre no campo poderá contar com todos
os utensílios para a prestação de primeiros socorros. Assim, é necessário que o socorrista seja
criativo e identifique possíveis materiais para serem utilizados em caso de o acidente ocorrer em
local distante ou de difícil acesso. Outro ponto importante para o socorrista é ter solidariedade
e estar disposto a fazer o atendimento, independentemente de quem tenha sofrido o acidente.
Cobras
O primeiro procedimento é não fazer torniquete ou garrote, essa prática não impede que o
veneno seja absorvido e ainda dificulta a circulação, podendo causar necrose e gangrena.
Também não é recomendado fazer incisões (cortes) no local, tentar extrair o veneno sugan-
do o local da picada, aplicar medicamentos que possam dificultar o diagnóstico da vítima e
ingerir bebidas alcoólicas.
Quando possível, identificar o animal causador do ataque, pois existem soros específicos
para cada tipo. No Brasil, são encontrados quatro gêneros de serpentes peçonhentas. Três
delas ocorrem em Goiás, são eles os gêneros Bothrops – jararacas e jararacuçu, Crotalus –
cascavel, e Micrurus – coral verdadeira. O outro gênero encontrado no Brasil é o Lachesis,
mas em Goiás não há a ocorrência.
Insetos
Aranhas e escorpiões
As medidas em caso de ferimentos superficiais são lavar o ferimento com água e sabão, proteger
o ferimento com gaze ou pano limpo, não tentar retirar farpas, vidros ou partículas de metal do
ferimento e não colocar pastas, pomadas, óleos ou pó secante, por exemplo, sal, açúcar ou pó
de café.
Se os ferimentos forem profundos, as medidas indicadas são cobrir o ferimento com pano limpo
e usar técnicas para cessar hemorragia (curativo compressivo), não lavar para não aumentar o
risco de hemorragia, não remover objetos fixados no ferimento para não agravar a situação e
providenciar transporte de emergência.
Aula 2
Fonte: Shutterstock
As maiores reclamações quanto ao uso de EPIs são dos desconfortos por eles proporcionados.
Para tanto, devem ser fornecidos os EPIs de tamanho adequado a cada trabalhador, e concedi-
das também instruções quanto ao seu uso correto.
Para a utilização de alguns EPIs que causarem desconforto térmico e exigirem maior esforço físi-
co, os trabalhos podem ser organizados, quando possível, para serem desenvolvidos no período
da manhã ou no final da tarde.
É preciso controlar a entrega dos EPIs mediante registro formal. Nesse recibo, devem ser discri-
minados os EPIs entregues ao trabalhador.
Para cada trabalhador rural deve ser elaborada uma Ficha de Distribuição e Controle de EPIs.
Essa ficha visa atender aos controles administrativos e aos aspectos legais, pois além do termo
O empregado também tem responsabilidades. Ele deve utilizar o EPI apenas para a finalidade
a que se destina, higienizar, guardar e conservar os equipamentos. Deve também comunicar ao
empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao uso e cumprir as determinações do
empregador quanto ao uso adequado dos EPIs.
A definição de quais equipamentos serão necessários para realizar determinada tarefa depende-
rá de uma avaliação de riscos. Essa avaliação determinará os riscos ou perigos a que o trabalha-
dor está exposto e com base nisso serão definidas as medidas a serem tomadas, dentre elas, a
escolha dos EPIs. De uma maneira geral, os EPIs mais utilizados na proteção de operadores de
máquinas são botas de couro, com solado antiderrapante e com biqueira de aço; máscara semi-
facial de tecido tipo P-2 descartável, para as situações em que seja necessário evitar a inalação
de poeira, vapores e partículas tóxicas; protetor auricular tipo plug ou concha, camisa de mangas
compridas, óculos de segurança com proteção UV; óculos transparente para as situações de pou-
ca luminosidade, em barracões, oficinas e também durante as manutenções da máquina.
Muitos trabalhadores têm dificuldade e até mesmo resistência a usar os EPIs e essa situação só
pode ser mudada com a conscientização. Uma das resistências mais comuns é a utilização dos
protetores auriculares, que devem sempre ser utilizados quando o nível de ruído ultrapassar oi-
tenta e cinco decibéis (85 dBA). O protetor irá agir limitando o ruído. Os abafadores (tipo concha)
e protetores internos (tipo plug) mais comuns, utilizados para o trabalho com máquinas agríco-
las, reduzem entre vinte e um a trinta e um decibéis.
Vamos apresentar a importância da utilização desse equipamento. Para tanto, é necessário en-
tender um pouco sobre como nós conseguimos ouvir, e conhecer algumas estruturas do nosso
sistema auditivo.
Diagrama do ouvido médio e das divisões internas da cóclea, representando a direção da passagem do som.
Fonte: MIROL, 2002.
Neste diagrama, podemos perceber o caminho que o som faz dentro do nosso sistema auditivo.
Primeiro ele passa pelo tímpano, que é uma estrutura de proteção do sistema. Ao passar pelos
pequenos ossos martelo, bigorna e estribo, o som provoca uma vibração que é transmitida por
esse conjunto de pequenos ossos para o canal vestibular e para a cóclea. A vibração movimenta
o líquido dentro dessas estruturas que, por sua vez, movimentam os pequenos pelos, chamados
de cílios, que transmitem o som para o nosso cérebro. Resumidamente, é assim que ouvimos.
Não é fantástico?
Bem, mas o que acontece quando somos expostos a ruídos e não nos protegemos? Esses peque-
nos pelos são quebrados. Vamos analisar as duas imagens a seguir.
Consegue perceber a diferença na quantidade de cílios? Nessa situação, os cílios foram que-
brados. Esse dano é cumulativo e irreversível. A sensação para quem está nessas condições é a
de que ele acostumou com o barulho da máquina, mas na verdade ele perdeu a capacidade de
escutar, ou seja, ficou surdo. Para que isso não ocorra, basta seguir as instruções de segurança e
usar os equipamentos recomendados.
Aula 3
Esse processo é fácil se realizado em seu início, por isso, é preciso conhecer as diferentes classes
de incêndio e os tipos de extintores utilizados em cada uma delas. Aqui estudaremos somente os
riscos envolvidos com máquinas agrícolas. Todos os extintores utilizados em máquinas agrícolas
são vermelhos e o que diferencia um do outro é uma informação de classificação no seu rótulo
de identificação.
Agora, vamos identificar esses conceitos. Que extintor é este apresentado na figura abaixo?
Vamos identificar mais um tipo de extintor. Qual é a indicação de uso desse extintor?
Algumas medidas básicas para evitar incêndio em máquinas são o armazenamento adequado de
material, a organização, a limpeza das máquinas, além da manutenção adequada de instalações
elétricas de máquinas e equipamentos.
Recapitulando
Nosso curso chegou ao fim. Parabéns! Nele, você conheceu os princípios gerais de segurança e
saúde no trabalho, acompanhou o estudo da NR-31.12, entendeu a importância da sinalização de
segurança, e aprimorou seus conhecimentos sobre o trânsito de máquinas agrícolas e os cuida-
dos na operação e manutenção. Conhecemos também quais são as medidas mais indicadas em
casos de acidentes, os princípios da prevenção de incêndio e a importância de se usar os equi-
pamentos de proteção, os EPIs. Esperamos que os conteúdos apresentados neste curso ajudem
a prevenir os acidentes com máquinas, implementos e equipamentos agrícolas.
1. O operador ao realizar uma tarefa no período noturno, sofre um acidente com uma cobra do
gênero Bothrops. Ele não conseguiu capturá-la, mas fez a identificação. De acordo com o que
você aprendeu no Módulo 6, qual dos procedimentos ele deve seguir?
a) O operador deve fazer um torniquete imediatamente e só liberar a circulação novamen-
te após conseguir atendimento médico.
b) O operador deve fazer uma caminhada longa a fim de espalhar o máximo possível o
veneno e assim evitar que no local da picada possa ocorrer necrose ou gangrena.
d) O operador deve colocar gelo ou água gelada, lembrar-se de retirar alianças e joias,
devido ao inchaço e, se forem muitas picadas, procurar um médico.
2. De acordo com o conteúdo apresentado no Módulo 6, em caso de acidentes devem ser pro-
videnciados os primeiros socorros. A pessoa que irá realizar esses procedimentos deve ter
algumas características. Assinale a alternativa que melhor identifica as características deseja-
das em um socorrista.
a) O socorrista deve ser um médico ou enfermeiro para poder realizar esses procedimen-
tos.
b) O socorrista pode ser qualquer pessoa com um pouco de conhecimento e técnica para
prestar os primeiros socorros em uma situação de emergência, desde que faça tudo o
mais rápido possível, sem se preocupar com as regras, afinal quanto mais tempo demo-
rar, pior a situação fica.
c) O socorrista deve ter a característica de tomar a iniciativa, fazer tudo com bastante pres-
sa e resolver o problema rapidamente.
3. O operador percebe um princípio de incêndio na máquina em que está operando e ele precisa
fazer o controle antes que o fogo se espalhe e transformando-se em um incêndio. Do posto
de operação, ele percebe que tem duas opções de extintores, um extintor com o rótulo de
identificação com a indicação da classe de incêndio na cor verde e outro extintor com o rótulo
de identificação com a indicação de classe de incêndio com duas cores, uma vermelha e outra
azul. O fogo é na palha que ficou presa próximo a uma peça giratória e, devido ao próprio
movimento de fricção, deu início ao fogo. De acordo com o que você aprendeu no Módulo 6,
qual deve ser a atitude do operador frente a esse princípio de incêndio?
a) O operador deve descer da máquina, chamar ajuda e se afastar, pois ele não tem ne-
nhum conhecimento em combate de incêndio e não tem como saber qual extintor uti-
lizar.
b) O operador deve manter a calma e utilizar o extintor com o rótulo de identificação com
a indicação de classe de incêndio com as cores vermelha e azul para combater esse
princípio de incêndio.
c) O operador deve manter a calma e utilizar o extintor que estiver mais próximo dele para
combater esse princípio de incêndio.
d) O operador deve manter a calma e utilizar o extintor com o rótulo de identificação com
a indicação de classe de incêndio com a cor verde para combater esse princípio de in-
cêndio.
Finalizando o curso
Ao longo deste curso, você conheceu as principais mudanças ocorridas na NR-31.12 e como o
conhecimento das sinalizações encontradas em máquinas agrícolas ajuda a evitar acidentes. Viu,
ainda, a importância da utilização de EPIs e EPCs e como prestar os primeiros socorros.
Agora, é hora de colocar esse conhecimento em prática no dia a dia e garantir uma atuação mais
segura e dentro da norma. Aproveite todo o conhecimento adquirido e bom trabalho.
Fonte: Shutterstock
Prevenção de acidentes com máquinas agrícolas NR-31.12
Bibliografia
ANDRADE, J. G.; PEREIRA, L. I. Manual Prático de Doenças Transmissíveis. Goiânia: IPTSP-UFG/
HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS, 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Fundação Olwaldo
Cruz, 2003.
DEBIASI, H.; SCHLOSSER, J. F.; WILLES, J. A. Acidentes de trabalho envolvendo conjuntos trato-
rizados em propriedades rurais do Rio Grande do Sul. In: Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 3,
p. 779-784, mai-jun, 2004.
______. (Org.) Prevenção de Acidentes com Tratores Agrícolas e Florestais. Botucatu: Ed. Dia-
grama, 2010.
MAIA, P. A. Estimativa de exposições não contínuas a ruídos. Campinas, SP: Fundacentro, 2002.
Prevenção de acidentes com máquinas agrícolas NR-31.12
Módulo 2
1) B
2) C
3) A
Módulo 3
1) D
2) B
3) B
4) B
Módulo 4
1) A
2) C
3) D
Módulo 5
1) D
2) B
3) C
Módulo 6
1) C
2) D
3) D
Prevenção de acidentes com máquinas agrícolas NR-31.12
Quadro I - Máquinas a que se aplicam as exclusões de dispositivos referidos nos itens: 31.12.23, 31.12.30, 31.12.31.
Motocultivadores X X X X X
Outros microtratores e
cortadores de grama
X X X X X
autopropelidos (peso bruto total
abaixo de 600kg)
Pulverizadores autopropelidos X
Adubadoras autopropelidas e X
X
tracionadas
Escavadeiras Hidráulicas X
Plantadeiras tracionadas X X X X X
Plataforma porta -
implementos(acoplável ao X X X X X
motocultivador)
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Prevenção de acidentes com máquinas agrícolas NR-31.12
Quadro III - Tabela para consulta de disponibilidade técnica para implantação de EPC (item 31.12.32.)