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Colégio “Método”

Larissa Silva Santos

Pra não dizer que não falei das flores

Caminhando e cantando

Mauá

2016
Larissa Silva Santos

Pra não dizer que não falei das flores

Caminhando e cantando

Trabalho de conclusão do terceiro bimestre


apresentado como exigência parcial para
obtenção de nota referente a atividade bimestral.

Orientador: Professora Elaine Matos

Mauá

2016
Agradecimento
Agradeço, primeiramente a Deus, que permitiu que fizesse a realização deste
trabalho.
À Professora Elaine Matos por toda sua atenção, dedicação, paciência e
esforço para que eu pudesse ter confiança e segurança na realização do mesmo.
Agradeço aos meus amigos, por confiarem em mim e estarem do meu lado
em todos os momentos da vida.
E enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, seja de
forma direta ou indireta, fica registrado aqui, o meu muito obrigado!
Sumário
Introdução...........................................................................................................05

1- Pra não dizer que falei das flores...................................................................06

1.1 Geraldo Vandré.......................................................................................07


1.2 Letra.........................................................................................................08

2-Época...............................................................................................................12

2.1 1968-Brasil e no mundo..........................................................................12

2.2 Censura- AI 5..........................................................................................14

Conclusão............................................................................................................15

Bibliografia...........................................................................................................16

Anexos.................................................................................................................17
Introdução
O presente trabalho foi abordado em tese a musica ‘Pra não dizer que falei
das flores”, de Geraldo Vandré, trazendo a história do compositor, o objetivo da letra,
e as história da época.
A música tem uma importância histórica muito grande, traz em evidencia, a
sociedade que vivia com medo por estarem vivendo uma época de Ditadura no
Brasil, no entanto era uma sociedade que tinha medo, mais tinha vontade de lutar,
buscavam a paz de uma forma sadia, mesmo que houvesse a censura, a busca por
liberdade era maior.

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Capitulo 1

Pra não dizer que não falei das flores (História)

Em 13 de dezembro de 1968, o governo militar editou o Ato Institucional


Número 5 (AI-5) dando amplos poderes ao executivo, suspendendo o habeas corpus
para crimes políticos.
Entre tantas músicas, que de uma forma ou de outra nos conta os longos 20
anos de ditadura, existe uma em especial: "Pra Não Dizer Que Não Falei Das
Flores", também conhecida como "Caminhando". Esta música foi composta em 1968
durante anos em silêncio, mas que deixou como herança para as novas gerações,
uma composição que por muitos é considerada um hino contra a ditadura. Alguns
ainda dizem que é a Marselhesa brasileira. Marselhesa foi um canto de guerra
revolucionário que acompanhava a maior parte das manifestações francesas, e em
1975 tornou-se hino nacional da França.
A música "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", tem grande importância
na história político-social do Brasil e suas contribuições para a transformação da
sociedade brasileira perduram até os dias atuais. A letra de uma música traz consigo
pensamentos de uma época, ideologias e características da cultura de um povo e,
como um texto, é formada por elementos pragmáticos que trazem informatividade e
a situacionalidade de sua composição.
"Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" participou do III Festival
Internacional da Canção e ficou em segundo lugar. Depois disso, teve sua execução
proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira. A composição se tornou um
hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura
militar durante o governo militar, e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora /
Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi
interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.
Ainda em 1968, com o AI-5, Geraldo Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de
passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano
anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França.
Geraldo Vandré voltou ao Brasil em 1973 e até hoje, vive em São Paulo e
compõe. Muitos, porém, acreditam que Geraldo Vandré tenha enlouquecido por
causa de supostas torturas que ele teria sofrido. Dizem que uma das agressões

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físicas que sofreu foi ter os testículos extirpados, após a realização de um show, por
policiais da repressão. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz
que só não se apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor” abafa
sua obra.
A canção "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" foi usada em 2006 pelo
Governo Federal como trilha musical para publicidade de suas Políticas de
Educação como o ProUni e o ENEM, sendo executada em um ritmo diferente. Dessa
forma, a música que foi considerada uma ameaça ao governo ditatorial passou a ser
usada para publicidade do governo no período democrático.
A melodia da canção tem o ritmo de um hino, e sua letra possui versos de rima
fácil (quase todos terminados em ão), que facilitam memorizá-la, logo era cantada
nas ruas. E o sucesso de uma canção que incitava o povo à resistência levou os
militares a proibi-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos
versos: "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na
mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem
razão".
A primeira cantora a interpretar "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" após
o período em que a canção esteve censurada foi Simone, em 1979, conquistando
enorme sucesso de crítica e público.

1.1 Geraldo Vandré (Compositor)

Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias (1935)


um advogado, cantor, compositor, poeta e violonista brasileiro, conhecido por ser um
dos nomes mais célebres da música popular brasileira. Seu sobrenome é uma
abreviatura do sobrenome do seu pai, o médico otorrino José Vandregíselo.
Foi o primeiro filho do casal José Vandregíselo e Maria Martha Pedrosa Dias.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado em 1957 na
Universidade do Distrito Federal, pela qual se formou em 1961, quando esta passou
a se chamar Universidade do Estado da Guanabara. Militante estudantil, participou
do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Conheceu Carlos Lyra, que se tornou seu parceiro em canções como "Quem
Quiser Encontrar Amor" e "Aruanda", gravadas por Lyra e por Vandré. Gravou seu

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primeiro LP, "Geraldo Vandré", em 1964, com as músicas "Fica Mal com Deus" e
"Menino das Laranjas", entre outras.
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV
Record com o sucesso Disparada (parceria com Theo de Barros), interpretado
por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda,
de Chico Buarque.
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção da TV
Globo com Pra não Dizer que não Falei das Flores, também conhecida como
"Caminhando". A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e
estudantil que fazia oposição à ditadura durante o governo militar, e foi censurada. O
refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, /
Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os
ditadores. No festival, a música ficou em segundo lugar, perdendo para Sabiá, de
Chico Buarque e Tom Jobim. A música Sabiá foi vaiada pelo público presente no
festival, que bradava exigindo que o prêmio viesse a ser da música de Geraldo
Vandré.
Hoje, Geraldo Vandré reside no centro da cidade de São Paulo,casado com
Bianca Beatriz sempre viaja para o Rio de Janeiro. Em 12 de setembro de 2010 (dia
de seu aniversário de 75 anos), Vandré concedeu no Clube da Aeronáutica no Rio
de Janeiro uma polêmica entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, na qual
critica o cenário cultural brasileiro desde os anos 1970 e afirma que seu afastamento
da música popular não foi causado pela perseguição sofrida pela ditadura, mas sim
pela falta de motivação para compor ao público brasileiro, vítima do processo de
massificação cultural.

1.2 Letra
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando

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E seguindo a canção

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome


Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não

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Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas


Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando

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Uma nova lição

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora


Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

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Capitulo 2
Época (1968)
Pense em 1789 e você logo imaginará o início da revolução francesa. No
século XX, 1945 entrou para a História como o marco do fim da Segunda Guerra
Mundial e 1989 carrega a lembrança da queda do Muro de Berlim. Todos esses
anos têm eventos tão únicos e extraordinários associados a eles que é fácil saber de
imediato o que representam. No entanto, nenhum deles possui a aura de magia que
acompanha 1968. Quarenta anos depois, 68 continua enigmático, estranho e
ambíguo como um adolescente em crise existencial. Ele foi o ano da livre
experimentação de drogas. Das garotas de minissaia. Do sexo sem culpa. Da pílula
anticoncepcional. Do psicodelismo. Do movimento feminista. Da defesa dos direitos
dos homossexuais. Do assassinato de Martin Luther King. Dos protestos contra a
Guerra do Vietnã. Da revolta dos estudantes em Paris. Da Primavera de Praga. Da
radicalização da luta estudantil e do recrudescimento da ditadura no Brasil. Da
tropicália e do cinema marginal brasileiro. Foi, em suma, o ano do “êxtase da
História”, para citar uma frase do sociólogo francês Edgar Morin, um dos pensadores
mais importantes do século XX. Foi um ano que, por seus excessos, marcou a
humanidade. As utopias criadas em 68 podem não ter se realizado. Mas mudaram
para sempre a forma como encaramos a vida. 

2.1 1968-Brasil e no mundo


A década de 1960 é marcada por transições significativas no Brasil e no
mundo. Nos Estados Unidos, Robert Kennedy e Martin Luther King foram
assassinados pela obra de forças de tom conservador. Na Tchecoslováquia, a
“Primavera de Praga” colocava jovens em luta contra as exigências do socialismo
nivelador e hegemônico imposto pela União Soviética. Entre os franceses, uma onda
de protestos estudantis colocava fábricas em greve e questionava o tom
conservador daqueles tempos.
Nessa mesma época, o Brasil vivia uma delicada transição política
envolvendo a crise do populismo e a instalação de um regime ditatorial. Chegando
ao poder no ano de 1964, os militares alegavam que o país era seriamente
ameaçado por uma revolução que envolveria a ação de estudantes, movimentos
sociais e sindicalistas influenciados pelo comunismo. Segundo o seu próprio
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discurso, os militares pretendiam salvaguardar a democracia por meio da sua
“revolução”.
Em certo sentido, uma parte das classes militares acreditava que o golpe de
1964 deveria ter vida curta. Serviria como uma ação cirúrgica, capaz de em pouco
tempo devolver o posto presidencial para as mãos dos civis. Por outro lado, outro
grupo de militares, conhecidos como integrantes da chamada “linha dura”,
desejavam o prolongamento do governo militar e uma ação de repressão mais
sistemática contra os grupos de esquerda existentes.
Já nessa época, alguns militantes estudantis e outras lideranças de esquerda
acreditavam que a via democrática e os partidos políticos não seriam capazes de
ameaçar o governo militar. Desse modo, preferiram organizar guerrilhas rurais e
urbanas que tentavam desestabilizar o regime através de assaltos, sequestros e
ataques contra os possíveis representantes do regime. Naquele ano, a Vanguarda
Popular Revolucionária realizou ataques contra um hospital e lançou explosivos
contra um quartel do Exército.
No mês de março uma grande agitação estudantil tomou as ruas do Rio de
Janeiro para protestar contra a qualidade de serviços prestados aos estudantes
universitários. Durante a manifestação, o estudante Edson Luís, de apenas
dezesseis anos, foi morto pelos militares. O evento chamou atenção dos veículos de
comunicação e logo serviu para que as críticas ao regime se intensificassem. No
velório do estudante, uma aglomeração com cinquenta mil pessoas expunha a
desaprovação popular ao acontecido.
No dia 26 de junho, a Passeata dos Cem Mil, ocorrida no Rio de Janeiro,
reuniu trabalhadores, políticos, artistas, professores, religiosos e estudantes
decididos a questionar a repressão daqueles tempos. Apesar de ter um clima
pacífico, essa passeata serviu de exemplo para que eventos de semelhante
natureza acontecessem em outros pontos do país, intensificando o repúdio ao
governo militar. Em São Paulo, estudantes esquerdistas da USP entraram em
confronto contra os anticomunistas do Mackenzie.
Naquela mesma época, as autoridades militares conseguiram desarticular
uma reunião clandestina da União Nacional dos Estudantes, acontecida na cidade
paulista de Ibiuna. Aproximadamente 900 estudantes foram presos pela simples

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participação naquele evento político. Em alguns casos, os pais dos jovens evolvidos
foram perseguidos ou exonerados de suas funções públicas.
No Congresso Nacional, o discurso crítico e irônico do deputado Márcio
Moreira Alves, do MDB da Guanabara, deu uma feição institucional aos que se
opunham a ingerência militar. Logo após o proferimento, o procurador-geral da
República selecionou alguns trechos isolados do discurso e realizou cópias a serem
distribuídas nos quartéis. A repercussão das palavras proferidas por Márcio Moreira
serviu de pretexto para que as liberdades individuais fossem ainda mais restringidas.
O governo pediu ao Congresso uma autorização para processar o deputado e
anular a sua liberdade parlamentar. Em votação, os congressistas negaram o pedido
dos militares. Sentindo-se acuado, agora pelas vias políticas, o governo militar
decidiu estabelecer o Ato Institucional nº 5. Pelo decreto, oficializado em 13 de
dezembro, diversos direitos políticos e individuais foram suprimidos em prol do
fortalecimento da repressão que marcou o governo militar.

2.2 Censura- AI 5
Ainda em 1968, com o AI-5 (Ato Institucional 5), Vandré foi obrigado a exilar-
se. Depois de passar dias escondido na fazenda de Aracy de Carvalho Guimarães
Rosa, viúva do escritor Guimarães Rosa, falecido no ano anterior (setores da
imprensa afirmam que ele também teria sido escondido pelo governador de São
Paulo Abreu Sodré no Palácio dos Bandeirantes), o compositor partiu para o Chile e,
de lá, para a Argélia, Alemanha, Grécia, Áustria, Bulgária e França. Voltou ao Brasil
em 1973, onde gravou apresentações para o programa de Flávio Cavalcanti e para
o Fantástico, da TV Globo, mas foram censuradas. Até hoje, vive em São Paulo e
compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de
supostas torturas que ele teria sofrido pelo governo militar. Em entrevista no ano de
2010 essas especulações foram desmentidas pelo cantor, dizendo que só não se
apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor" abafa sua obra.

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Conclusão

Com esse trabalho pude concluir a importância da musica como forma de


“voz”, objetivo de um protesto mais discreto. Como a musica foi feita no período da
ditadura militar provisória, composta por Geraldo Vandré, o povo brasileiro estava
abaixando a cabeça para os militares, e ele nos trouxe suas preocupações sociais, e
queria acordar o povo, e incentiva-los a lutar, ele tanta abrir os olhos das pessoas
tentando explicar a realidade que assolava o país.
Em 1968, o país ficou conhecido como um ano louco e enigmático, uma
geração de jovens com um desejo de um país melhor, de paz, que pretendia lutar
para terem uma liberdade, mesmo que para isso tivessem que se entregar de corpo
e alma. Muito diferente de hoje, que aceitamos tudo que nos é imposto, sem ao
menos questionarmos, ou saber do que realmente se trata, estamos em uma
geração alienada, fraca, aceitamos tudo e ficamos calados.
Mesmo não estando em uma época de ditadura, nossa alma sofre mais
calada, do que nosso corpo, se estivesse lutando para uma sociedade melhor.

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Bibliografia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Geraldo_Vandr%C3%A9

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80894-5990,00-
O+ANO+DAS+TRANSFORMACOES.html

http://brasilescola.uol.com.br/historiab/o-brasil-1968.htm

https://www.letras.mus.br/geraldo-vandre/46168/

http://www.eternasmusicas.com/2013/02/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores.html

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Anexos

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