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Coordenadora Editorial

Aline Soaper

A RODA DO
DINHEIRO
COMO FAZER A SUA
RODA GIRAR
A RODA DO
DINHEIRO
COMO FAZER A SUA
RODA GIRAR
Copyright ® 2019 by Editora Conquista Edição e Treinamento Ltda.
Todos os direitos desta edição são reservados à Editora Conquista.

DIRETORA EDITORIAL
Bárbara Chagas

SUPERVISORA EDITORIAL
Ana Carolina Chagas

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Aline Soaper

DIAGRAMAÇÃO
Nilton Teodoro dos Reis

CAPA
Carlo Renato

REVISÃO
Felipe Souza

ISBN
978-65-81233-02-0

Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por even-


tuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados desta publicação.

(21) 2146-2592
www.editoraconquista.com.br
COAUTORES

Aline Soaper
Raffaela Fahel
Thati $ilva
Priscilla Lemos
Miriane Mattioni
Luana Verdi
Liana Bittencourt
Cristiane Lupes
Maysa Moro
Biel Sousa
Odinéia Silva
Leonardo Pinheiro
José Monte
Mary Rossi
Érica Cotrim
Karina Ikeda
Rosana Rocco
Marcela Mafra
Valéria Fernandes
Sérgio Monte
Maykon Macedo Silva
Karine J. Martins
Silvana Bittencourt
PREFÁCIO

Este livro foi escrito pelos educadores e coaches financeiros do Instituto Soaper
com o objetivo de ajudar a fazer a sua roda financeira girar. Em todos os
nossos atendimentos, vemos o quanto os clientes ignoram várias áreas da
roda financeira e não entendem a sensação de que a vida nunca vai para fren-
te. Outros começam a vida profissional muito bem, ganham dinheiro, mas
estacionam em um determinado momento e não entendem essa paralisação
abrupta na vida financeira.

O fato é que o dinheiro faz parte de toda nossa vida. Desde que nascemos
já necessitamos do dinheiro para prover as necessidades básicas, e vamos
precisar dele até mesmo depois da morte. Mesmo sendo tão importante,
não fomos ensinados a lidar com ele em todas suas nuances, e também não
ensinamos essa doutrina às crianças.

Parece simples usar o dinheiro; é só você trabalhar, receber seu salário e pagar
as contas. Se tudo der muito certo, vai sobrar um dinheiro para algum lazer
e, depois disso, sobra um pouco para investir também, o que é um pouco
mais difícil, mas não impossível. Só que a roda do dinheiro não se limita a
isso. Conhecer as inúmeras possibilidades do dinheiro e equilibrar todas
as áreas te trará a tranquilidade financeira que você deseja e, até mesmo, a
independência financeira. Mas, caso você continue acreditando que o su-
cesso financeiro é restrito ao trabalho e ao pagamento das contas em dia,
essa tranquilidade pode nunca chegar, visto que você passa a correr em uma
esteira, sem sair do lugar.

Quando pensamos em uma roda girando, é importante que cada raio esteja
bem ajustado. Um pequeno furo é capaz de fazer com que a roda perca o
controle. Com sua vida financeira também é assim. Você pode não perceber
e deixar que apareçam pequenos furos que descontrolam sua vida financeira,
ou seja, possíveis causadores de um grande estrago.

Neste livro, temos o objetivo de propor um diálogo com você, com uma
linguagem simples e totalmente aplicável ao seu dia a dia. Nada de falar di-
fícil ou te apresentar conceitos que só funcionam nos livros. Aqui, usamos o
que aplicamos com nossos clientes de coaching financeiro, ideias que trazem
resultados realmente incríveis.
Por isso, te convido a acompanhar, nas próximas páginas, ensinamentos
valiosos sobre como melhorar cada etapa dessa roda e agir com o objetivo
de fazer a sua roda financeira girar.

Aline Soaper
SUMÁRIO

Aline Soaper
A Sua Roda Financeira Está Equilibrada e Saudável?.......................................10

Raffaela Fahel
Clareza: Equilibre Suas Finanças Iluminando Seu Caminho........................18

Thati $ilva
Mindset: Quais São os Seus Pensamentos Sobre Dinheiro?.......................... 24

Priscilla Lemos
Inteligência Financeira: Aprenda a Fazer as Melhores Escolhas para Ter uma
Vida Melhor .............................................................................................................. 32

Miriane Mattioni
Planejamento: Você Planeja O Que Vai Fazer com Seu Dinheiro ou Deixa a
Ocasião Decidir Por Você?..................................................................................... 40

Luana Verdi
Como Criar Fontes de Renda Extra..................................................................... 44

Liana Bittencourt
Inteligência Financeira: Como Obter Renda Passiva com Investimentos e
Melhorar Sua Relação com o Dinheiro?............................................................. 52

Cristiane Lupes
Fluxo de Caixa Pessoal - Mantendo o Equilíbrio............................................. 62

Maysa Moro
Despesas Pessoais: como Manter o Controle e Quando Reduzir................. 70

Biel Sousa
O Que é Educação Continuada............................................................................ 78

Odinéia Silva
Despesas Familiares – A Importância de Formar um Time que Sabe para
Onde Está Indo......................................................................................................... 84

Leonardo Pinheiro
Do Inferno das Dívidas ao Céu do Sucesso Financeiro e Pessoal................. 92
José Monte
Independência Financeira ou Aposentadoria? Como Não Depender da Pre-
vidência Social..........................................................................................................100

Mary Rossi
O Sonho como Força Motivadora para Cuidar da Sua Vida Financeira...108

Érica Cotrim
Doação: a Importância de Ser Abundante e Transbordar.............................116

Karina Ikeda
Empreendedorismo – O Dinheiro é o Coração da Sua Empresa................124

Rosana Rocco
Que Herança Você Quer Deixar para o Seu Filho?.........................................132

Marcela Mafra
A Tríade da Vida: Sua Saúde, Sua Mente e Seu Dinheiro..............................136

Valéria Fernandes
A Importância da Lista dos Sonhos e o Estabelecimento de Prazos para Rea-
lizá-los........................................................................................................................142

Sérgio Monte
Reserva Financeira – O que é? Como Calcular a Sua?...................................148

Maykon Macedo Silva


Investimentos Financeiros....................................................................................154

Karine J. Martins
Não é Pecado Ser Rico............................................................................................160

Silvana Bittencourt
Como Aumentar a Sua Renda Principal ..........................................................166

Conclusão ................................................................................................................173
Aline Soaper
alinesoaper@institutosoaper.com.br
@alinesoaper_oficial
Aline Soaper
Aline Soaper
Meu Dinheiro
www.institutosoaper.com.br

• Empresária, Educadora Financeira, Advogada e Master Coach Financeira

• Analista e treinadora comportamental, formada pela Florida Christian University

• Escritora, palestrante e CEO do Instituto Soaper

• Criadora da Formação em Coaching Financeiro do Instituto Soaper - Fincoach.

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A Sua Roda Financeira Está Equilibrada e Saudável?

Vamos começar a examinar a roda pelas receitas, porque é o que aprendemos


a fazer primeiro: Ganhar dinheiro! E preciso te alertar sobre isso! Nós apren-
demos que “ganhamos” dinheiro, mas, na verdade, só ganhamos dinheiro na
época da mesada, quando alguém te dá um presente, quando você recebe um
prêmio, ou até, quem sabe, ao se dar bem na loteria. Fora essas situações nas
quais você realmente GANHA dinheiro, com relação ao seu trabalho, seu
negócio e até seus rendimentos dos investimentos, você FAZ DINHEIRO!
Ou, como na expressão usada pelos americanos: MAKE MONEY.

Se você acreditar que ganha dinheiro, que ganha um aumento do seu chefe,
que ganha dinheiro dos seus clientes, você vai se manter em uma postura
passiva de esperar por alguém que queira te dar algo. Afinal, a gente dá al-
guma coisa para quem a gente quer. Quem recebe não tem muito controle
sobre isso. Mas sobre o seu dinheiro, você tem controle, sim. Seu chefe não
vai te DAR um aumento; você deve conquistar esse aumento de salário! Seu
negócio não vai te DAR dinheiro, você vai GERAR dinheiro com seu negó-
cio! A simples troca consciente dessas palavras já vai te ajudar a ver sua vida
financeira de outra forma. Daqui para frente, quando você estiver precisando
de mais dinheiro, por algum motivo, você vai se fazer a seguinte pergunta:

10
Como eu posso FAZER dinheiro? De forma legal e íntegra, é claro!

Tipos de renda

1. Renda principal:

A renda principal é aquela que você recebe no seu principal trabalho. As


formas básicas de renda principal são: salário de quem trabalha para outra
pessoa ou empresa e a renda obtida com negócio próprio, o que chamamos
de pró-labore. Essa renda é obtida com trabalho. Quanto mais trabalho, ge-
ralmente, maior será a renda obtida.

2. Renda extra

A renda extra é mais fácil de entender por causa do nome. É a renda que você
recebe além do seu salário ou negócio principal. Pode ser a partir da venda
de algum produto ou serviço, de um negócio próprio feito nas horas livres.
Existem muitas formas de gerar renda extra, e nos próximos capítulos do
livro você vai terá acesso a diversas dicas sobre como melhorar a sua vida
financeira com essa receita.

3. Renda passiva

A renda passiva é obtida sem a necessidade de estar trabalhando ativamente


para receber a renda. As formas mais conhecidas de renda passiva são os
investimentos financeiros; aluguéis de imóveis (no caso do proprietário in-
vestidor e não do corretor de imóveis); dividendos de empresas; royalties de
livros, músicas e produção artística audiovisual (como filmes, novelas, vídeos,
etc.). Essa forma de renda não é tão conhecida pela maioria das pessoas. Não
fomos educados financeiramente para buscar renda passiva. Nesse livro, te-
mos capítulos que tratam de várias formas de investimentos para obter esse
tipo de receita. Continue a leitura para aprender muito sobre esse assunto.

O quanto você está satisfeito com a sua Renda Principal?

De 0 a 10, preencha a sua roda financeira apresentada no início do capítulo,


o quanto você está satisfeita com sua renda principal.

11
Você já tem algum tipo de renda extra?

Se sim, marque na roda, no número 2, o quanto você está satisfeito com a


quantidade de renda extra que você está gerando.

E renda passiva? Você já tem algum tipo de investimento que te proporcione


esse faturamento sem que você precise trabalhar ativamente para receber
rendimentos? Se sim, marque na roda, no número 3, o quanto você está sa-
tisfeito com a sua renda passiva.

4. Fluxo de caixa

Depois de verificar como estão suas receitas, você precisa olhar para o seu
fluxo de caixa pessoal.

O seu fluxo de caixa pessoal é fluxo de entrada e saída de dinheiro da sua


conta durante o mês.

O problema acontece quando suas contas a pagar estão vencendo antes de sua
renda entrar na conta. É aí que as contas atrasam e você paga juros e multas
por atraso. Outro problema muito comum é o dinheiro acabar antes que você
consiga pagar todas as contas; você entra no cheque especial e acredita que
está tudo bem, porque logo terá dinheiro na conta de novo, mas o período no
qual você usa o cheque especial acarreta juros na sua conta e, então, o dinheiro
que entra na conta não representa o valor que você esperava receber, porque
os juros “comeram” parte da sua renda.

Por isso é muito importante você olhar como está o seu fluxo de caixa pessoal
e ajustá-la. Marque na sua roda do dinheiro, de 0 a 10, o quanto seu fluxo de
caixa está ajustado.

5. Despesas pessoais

Despesas pessoais são aquelas geradas por você mesmo. Estética, hobbies, es-
tudos, presentes, roupas e todas as coisas com as quais você gasta dinheiro para
proveito próprio, ou seja, que não representem em benefício direto da família.

12
6. Despesas familiares

Se você mora com alguém, com um companheiro, filhos, você possui des-
pesas que são de toda a família: moradia, escola dos filhos, lazer, transporte,
esportes, gastos com filhos e tudo o que envolve as despesas coletivas.

Quando você conseguir visualizar esses 2 tipos de despesas de forma se-


parada, obterá mais clareza para enxergar onde estão seus maiores gastos e
se será possível melhorar a qualidade e diminuir a quantidade de despesas.
Lembre-se de que quanto mais despesa, menos dinheiro haverá no seu bolso,
o que significa que será necessário mais trabalho e haverá menos sobra para
investir e fazer o dinheiro trabalhar para você (renda passiva).

Sem saber o valor das suas despesas, existe a possibilidade de deixar a sua
roda furada e perder o controle das suas finanças e da realização dos sonhos
e experiências que você deseja viver. Marque lá na sua roda, de zero a 10, o
quanto você está satisfeito com suas despesas pessoais e o quanto você está
realizado com suas despesas familiares.

Importante: Se você NÃO está satisfeito com a quantidade ou qualidade das


suas despesas, você vai se aproximar do zero; se você ESTÁ muito satisfeito
com sua realidade, você vai se aproximando do 10.

7. Dívidas

A dívida, geralmente, aparece para resolver um problema pequeno ou ines-


perado, mas em pouco tempo ela se torna o grande problema e você nem
se lembra de onde ela surgiu. No capítulo desse livro dedicado a te ajudar a
ficar longe das dívidas, Leonardo conta a própria experiência com as dívidas
e como conseguiu sair delas.

Se você hoje não tem dívidas, sua roda pode girar mais rápido, por isso você
poderá marcar, na sua roda do dinheiro, um número mais próximo ao 10;
caso você tenha dívidas, avalie o quanto elas estão te prejudicando. Quanto
pior a situação, mais perto do zero o valor ficará.

13
8. Investimentos

Os investimentos representam uma excelente forma de gerar renda passiva,


mas não é só para isso que eles servem. Existem investimentos para diver-
sos tipos de objetivos: Comprar uma casa, um carro, reformar a casa, fazer
uma viagem, uma festa de casamento etc. Também servem para garantir
uma aposentadoria com mais tranquilidade ou independência financeira.
Os investimentos podem ser destinados à reserva financeira, a qual pode
ser estratégica, para situações de emergência, para mudança de carreira e,
até mesmo, para um ano sabático.

Quando você descobre o quanto é importante começar a investir, você começa


a fazer escolhas diferentes em relação ao consumo, inicia um planejamen-
to para fazer uma compra e, até mesmo, para educar melhor os filhos em
relação às finanças. Preparamos vários capítulos explicando cada tipo de
investimento e para qual momento e objetivo cada modelo é mais indicado.
Marque lá na sua roda, de zero a 10, o quanto você está satisfeito com seus
investimentos atuais.

9. Reserva de segurança

A reserva e segurança é superimportante para todas as pessoas. Sabemos que


ao longo da nossa vida muitas mudanças podem acontecer, e é natural que isso
ocorra. Mesmo quando mantemos nosso pensamento positivo, confiamos
em Deus e fazemos a nossa parte. Imprevistos podem acontecer e, nessa hora,
contar com uma reserva de segurança é fundamental.

Essa reserva deve corresponder de 6 meses a 1 ano do valor do seu custo de


vida mensal, que são as despesas mensais necessárias para manter a sua vida.
Então, se o seu custo de vida é R$ 3.000,00 por mês, você deve formar e manter
uma reserva de segurança de R$ 18.000,00 a R$ 36.000,00, conservando esse
valor em um investimento que tenha liquidez.

A reserva de segurança só pode ser usada em casos de emergência ou com


muito planejamento, de modo que seja reposta o quanto antes.

Você tem reserva de segurança? Já tem o suficiente ou ainda está forman-


do? Marque na sua roda, no número 9, o quanto você está próximo da sua
reserva ideal.

14
10. Previdência complementar

A época da aposentadoria pode ser cruel para muitas pessoas que trabalharam
a vida toda e não conseguem manter o padrão de vida que tinham antes de
se aposentar. Com as atuais mudanças da previdência social, a aposentado-
ria fica cada vez mais distante e a expectativa de vida também está cada vez
maior. No entanto, de que adianta ter uma vida longa se os recursos ficam
cada vez mais escassos?

Para que isso não aconteça, é muito importante que você viva o presente
com uma visão também direcionada ao futuro. Marque na roda, na parte
10, o quanto você está satisfeito em relação à sua previdência complementar.

11. Doação

Se você quer realmente fazer a sua roda financeira girar, é preciso perceber,
também, o quanto você tem sido uma pessoa doadora. Um dos princípios
fundamentais da prosperidade é ser doador. Quando você doa, você retribui
o tanto que já tem recebido na sua vida, tornando-se uma pessoa cada vez
mais abundante. Não é preciso e nem indicado que você doe mais do que você
tem, porque, se fizer isso, você pode se colocar em situações complicadas e,
até mesmo, precisar de ajuda também. Mas, com certeza, você pode doar de
acordo com a sua possibilidade.

Ao pensar em doação, podemos lembrar apenas do dinheiro, mas existem


várias formas de doação; você pode praticar todas elas. Quanto mais você
experimentar doar, mais facilmente você perceberá quão abençoado você
tem sido.

Você já pratica a doação? Marque na sua roda, de 0 a 10, o quanto você está
satisfeito, hoje, com suas práticas relacionadas à doação.

12. Crescimento pessoal contínuo

Tão importante quanto todas as etapas mencionadas acima é o investimento no


seu próprio crescimento pessoal. O seu dinheiro cresce à medida que você cresce!

Separe parte do seu rendimento para investir em estudos e aperfeiçoamento


continuamente. De nada adianta você investir em ações de empresas, em

15
imóveis, em negócios se você não estiver investindo no mais importante: o
seu crescimento e desenvolvimento pessoal.

Buscar conhecimento em áreas paralelas também pode te ajudar a aumentar o


seu faturamento pessoal. As pessoas buscam, cada vez mais, por profissionais
que possuem uma visão ampla e talentos em áreas transversais, como finan-
ças, negócios, relacionamento humano, comunicação assertiva etc. Quanto
mais qualificado você for, mais facilmente sua roda financeira vai girar.

O quanto você tem investido no seu crescimento pessoal? Marque na sua


roda, de 0 a 10.

Após preencher toda sua roda do dinheiro, acompanhe os artigos desse li-
vro e busque as ações necessárias para melhorar cada etapa da sua roda do
dinheiro e fazer a sua roda girar. Isso trará inúmeros benefícios para a sua
vida, não apenas financeira, mas você verá a melhora também na sua vida
pessoal, profissional e nos seus relacionamentos.

Esse livro não é apenas sobre dinheiro, é sobre como melhorar a sua vida!

Referências

Robert Kiyosaki, Sharon L. Lechter, Pai Rico e Pai Pobre

T. Harv Eker , Os Segredos da Mente Milionária

Reinaldo Domingos, Terapia Financeira

Gustavo Cerbasi, Dinheiro: Os segredos de quem tem

16
Raffaela Fahel
(21) 97145 9196
raffaelafahel@gmail.com
raffa.maeinvestidora
www.raffaelafahel.com.br
Dinheiro de Salto

• Pós-graduada em Educação Financeira - Unoeste Paulista

• Coach Financeiro pelo Instituto SOAPER

• Certificação ANBIMA CPA-10 para atuação no Mercado Financeiro

• Certificação ANBIMA CPA-20 para atuação com Investimentos

• Ex-gerente concursada CAIXA ECONÔMICA (função que abandonou


para se dedicar somente às mães que querem aprender a investir)

• Advogada de formação, também é Escritora, Palestrante e CEO da Fahel


Gestão Financeira

• Analista Comportamental DISC pela HR Tools

• Analista Comportamental DISC pela Solides

• Coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching

• Especialista em crenças pelo Instituto Magno Novari

• Membro BNI (International Business Networking) na cadeira de Educação


Financeira. (Grupo Respeito/ Barra da Tijuca/ RJ)

• Participação Projeto Social Fazendo a Diferença

• Idealizadora do método A+SOMA.

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Clareza: Equilibre Suas Finanças Iluminando Seu
Caminho

“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. (Lewis Carroll, autor de
“Alice no País das Maravilhas”)

O primeiro e mais importante passo a ser dado para se ter uma vida financeira
equilibrada é ter clareza de onde você quer chegar. Isso é de fundamental
relevância, já que a sua vida financeira deve refletir quem você é.

Vivemos na era da informação. As pessoas estão abarrotadas de coisas para


fazer, livros para ler, cursos para estudar, lugares para conhecer, e tantas outras
coisas magníficas para aprender.

Com a informação em tamanha abundância nas mais diversas áreas da vida,


eu te pergunto: quem você é? O que te move? Como você quer ser lembrado
daqui a 5, 10, 30 anos?

Para te ajudar nesse processo, segue, aqui, seu guia para clarear e iluminar
o seu caminho!

Pense: você age como quem diz que quer ser? Ou vive como um barco à de-
riva atendendo demandas externas? Atendendo às expectativas dos outros?

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Você conhece o caminho que seu dinheiro percorre na sua conta? Será que so-
bra mês no seu salário? Ou é você quem determina quanto vai gastar e investir?

Lembre-se: Olhar para dentro de si mesmo é provavelmente o passo mais


difícil. Juntamente com o autoconhecimento, conseguir perceber que nossos
atuais resultados são consequências das nossas atitudes, dos nossos pensa-
mentos e dos nossos sentimentos nos dá uma enorme clareza do caminho
que deveremos percorrer.

Mas afinal: o que é clareza?

Clareza é tudo aquilo que limpa nossa mente da desorganização e coisas que
absorvemos no nosso cotidiano.

Diariamente, somos bombardeados com uma série de notícias, informações,


pessoas nos dizendo o que é certo ou errado fazer com o nosso dinheiro.
Bancos ligam oferendo crédito ou mesmo cobrando débitos, lojas incentivam
o consumo, pessoas gastam o que têm e, principalmente, aquilo que não têm
no limite do cartão de crédito.

Nesse contexto, a maioria das pessoas simplesmente não agem, apenas reagem
às mais diversas situações que aparecem em suas vidas. Elas vivem como um
barco à deriva.

O que deixa a situação “solta” é a falta de clareza. Ela é como uma bússola
que nos guia. Se as pessoas não têm direção, acabam agindo de qualquer
forma, compram sem nenhum propósito, depois pensam em como vão pagar,
colocam as despesas no cartão de crédito, e adivinhem? Vivem estressadas
pois passam a trabalhar porque precisam do dinheiro para pagar contas,
tributo, credores.

Sabe aquela pessoa que trabalha muito? Acorda cedo, pega um ônibus/metrô/
trem lotado, engarrafamento para chegar no trabalho, não sente o dia passar e na
quarta-feira já está exausta dentro de uma semana que ainda nem está no meio?

Essa mesma pessoa vai trabalhar muito, viver um padrão de vida que não
condiz com a sua realidade, pagar muitas contas no final do mês e, antes do
próximo mês começar, já estará endividada de novo. Isso é o que Robert T.
Kiyosaki chama de “corrida dos ratos”.

19
Em seu livo Pai Rico, Pai pobre, Robert demonstra como que, ao longo da
vida, vamos nos condicionando a trabalhar para os outros porque precisamos
de dinheiro. Nossas necessidades financeiras vão aumentando com o passar
do tempo de forma desproporcional à nossa renda.

Mas a boa notícia é que esse problema tem solução!

A clareza nos mostra o caminho a seguir. Ela nos faz enxergar o porquê to-
mamos algumas decisões enquanto abrimos mão de outras, afinal, quando
se tem noção das suas opções, você aprende e consegue fazer escolhas mais
inteligentes na sua vida.

Você passa a ter consciência de onde está, para onde quer ir e se, de fato, você
está indo na velocidade que deseja.

E o melhor de tudo: como ajustar sua rota para que você chegue onde quer
no menor espaço de tempo?

Papel e caneta na mão! Para te auxiliar preparei, aqui, um guia básico com
algumas perguntas que vão te guiar nesse processo:

1 – O que você faz hoje?

Liste o máximo de coisas que você mais faz ao longo do seu dia. Podem ser
coisas que te dão, ou não, prazer em fazer.

Mas devem ser coisas que você vivencia na maior parte de seu tempo.

2 – Segmente essas ações listadas em três áreas da sua vida.

Por exemplo: Vamos supor que tenha escolhido as seguintes áreas:

2.1) Profissional.

2.2) Afetiva (relação de proximidade com alguém).

2.3) Familiar.

20
Para cada uma dessas três áreas, você vai elencar as cinco principais atividades
desempenhadas por você hoje.

Nesse momento, você está desenhando quem você é no momento atual.

Você é fruto dos seus resultados. Lembra-se?

Esse é o ponto crucial pelo qual iniciaremos sua nova trajetória.

Hoje é o momento no qual você tem PODER de AÇÃO! Conhecer o cenário


atual é reduzir o risco de voltar a pisar em algum prego que te machucou.
Você já sabe como é a dor e não a quer mais, certo?

3 – Delimite, agora, escrevendo em um papel, onde você quer estar


daqui a 2, 5 e 10 anos.

Escreva, visualize e, de preferência, coloque em um quadro dos sonhos todos


os seus objetivos. Quanto mais específicos eles forem, melhor.

Você pode imprimir folhas de revistas, jornais, tudo que reflita suas aspira-
ções visualmente:

3.1) O local onde você se encontrará: casa, cidade, praia, jardim, avião.

3.2) Como você estará: sentada, de pé, dançando, rolando na grama.

3.3) Com quem você estará nessa sua “foto do futuro”: família, marido,
filhos, esposa, amigos, sozinha.

Libere sua imaginação e visualize-se sendo quem você quer ser.

O ontem nos serve de aprendizado e o amanhã, de sonho.

4 – Agora é hora de pensar em como o dinheiro vai te ajudar a con-


quistar cada um dos seus objetivos elencados anteriormente.

Aqui, a gente começa a estruturar um plano de ação para que você possa
alcançar seus objetivos já visualizados e sentidos por você mesmo.

21
5 – Por fim, trago a você uma importantíssima reflexão sobre o ma-
peamento da sua vida financeira:

O dinheiro que você elencou no item anterior será suficiente para todos os
seus planos?

Quais serão suas prioridades?

Essas prioridades estão alinhadas com seus valores mais profundos?

Como você poderia se estruturar para manter-se saudável financeiramente


e também possuir uma rotina leve e equilibrada (com as finanças e família)?

Nesse momento presente, cabe a você fazer escolhas que moldarão seu futuro.

O mais importante é que se perceba que o dinheiro é tão somente um veículo


para que você alcance prazeres que estão aliados aos seus valores. Por exemplo:
conseguir ficar mais tempo com a família, fazer viagens, passeios, não viver
somente para pagar contas.

Por fim, ter clareza significa conhecer a fundo seus valores pessoais e de que
forma eles regem a sua vida e as suas escolhas, afinal é o dinheiro que deve
te servir, e não o contrário.

22
Thati $ilva
thatisilvafinancas@gmail.com
@thatisilva_financas
thatisilvafinancas
Thati Silva Finanças

• Bacharelado em Administração de Empresas

• MBA em Gestão de Pessoas

• Experiência de 7 anos em uma Instituição Financeira Mundial, como Ge-


rente Pessoa Física e Gerente Pessoa Jurídica

• Certificação CPA 10

• Possui diversos treinamentos na área de atendimento com encantamento

• Curso Organize-$e (Organização Financeira) pelo Instituto Soaper

• Formação em Coach Financeiro pelo Instituto Soaper

• Imersão PC 2019 (Profissão Coaching) pelo IGT (Instituto Gerônimo Theml)

• Formação Mapeando Emoções – Dr. Rodrigo Rabello

• Analista Perfil Comportamental.

23
Mindset: Quais São os Seus Pensamentos Sobre
Dinheiro?

Adoro ler o que tem por trás da trajetória de cada pessoa e, para dizer o
porquê escolhi este tema para o meu capítulo, quero compartilhar com você
um pouco da minha história pessoal e profissional.

Nasci na cidade de Governador Valadares-MG em 25/03/1979. Sou a caçula


de três irmãos, com pais dedicados a formar cidadãos de bem e educados
para serem alguém na vida. Meu pai sempre foi comerciante. Mantém uma
mercearia até hoje em uma favela da cidade, local onde também mora. E
minha mãe sempre foi dona de casa, por opção dos dois.

Tive uma infância um tanto quanto repressiva: a didática era a do NÃO para
tudo. Não existia mesada, não havia o “me deixa ficar com o troco”. Mas isso
não nos causou um mal efeito.

Apesar de meu pai sempre ter sido o provedor em casa, não passávamos ne-
cessidade. Ele nunca deixou faltar comida e estudo. Roupas, sapatos e afins
eram com minha mãe, quando ela ficava na mercearia e tirava uns troquinhos
para nos vestir. Nunca vestimos marca, mas os vizinhos nos chamavam de
ricos. Que ilusão deles.

Sempre estudamos em escola pública, mas a melhor do centro da cidade. Na


época, era uma instituição que não demonstrava tanta diferença das parti-
culares. Estudavam mais ricos do que pobres. Fui me tornando adolescente
e comecei a sentir o peso dessa diferença. Quando minhas colegas me per-
guntavam onde eu morava e eu dizia que era numa favela, elas não acredita-
vam. Falavam que se eu não quisesse falar, que não falasse! Não acreditavam
mesmo! Diziam: “como alguém com tanta educação e limpeza, pode morar
naquele lugar?”. Entendi, ali, que a ideia que elas e a maioria daqueles que
moram em bairros “melhores” tinham de quem morava em uma favela, era
a de que nesse lugar só tinha marginal, traficante e gente mal vestida. Eu as
convidava para ir à minha casa, e 2% aceitavam. Todo o resto tinha medo. E
as que aceitavam, não voltavam. Senti o peso da exclusão, mas não as culpo
por isso. Até que um dia parei de falar que morava lá. Foi a forma que encon-
trei de não ter que dar toda aquela explicação e não ter que passar por todo

24
o constrangimento e rotulação novamente. Podem ter certeza. Ter passado
por isso na adolescência doeu muito. Imagina ser excluída nessa fase da vida,
na qual procuramos nos enturmar e encontrar nosso grupo.

Por ironia do destino, mais tarde fui trabalhar como representante de vendas
de uma marca de bebidas na favela onde eu morava. Que maravilha foi isso!
Meu pai, por proteção, não nos permitia frequentar o bairro e fazer isso de-
pois dos 20 anos, foi como se eu pudesse mostrar quem eu era de verdade e
também conhecer essas pessoas mais de perto. Muitos me diziam: “nossa eu
achava que você era metida, mas é tão gente boa”. Era o bairro que eu mais
vendia e proseava! Mas pude ver o lado ruim também. Muita pobreza que
eu nem sabia que existia. E dali saiu um objetivo: eu não queria morar lá a
vida inteira. Vi que a pobreza traz muito sofrimento. E aprendi a estudar e
trabalhar muito para conseguir o que quero.

Voltando um pouquinho no tempo, minha primeira experiência com dinhei-


ro se deu quando eu ainda criança, acompanhava meu pai na ida ao Banco.
Acontecia toda segunda-feira. Eu sabia que lá era o lugar do dinheiro e que ele
ia pagar as contas, sempre em dia, por sinal. Foi a primeira vez que uma Ins-
tituição Financeira cruzava o meu caminho. Lá na frente, ela cruza de novo.

Meus pais nunca conversavam sobre finanças em casa e nunca falavam sobre
esse assunto com os filhos. Acredito que seja porque não sabiam muito a
respeito. Estavam remando no dia a dia, fazendo e aprendendo. Eles também
nunca tiveram educação financeira em casa.

Minha mãe uma vez até se arriscou a vender algumas coisas, como lingerie,
roupa, mas não seguiu adiante. Ela não aceitava a inadimplência de alguns
clientes. Uma coisa que eles sempre deixaram claro é que se comprou, tem
que pagar, e em dia! Juros nunca fizeram parte do orçamento. Eu nunca vi
nenhum deles precisar de empréstimo ou necessitarem da ajuda de alguém
financeiramente. Nem cobrador na porta. Nunca vi.

Outra frase marcante do meu pai é: “dado é dado, vendido é vendido, empres-
tado é emprestado”, seja qual for o valor. Ele diz que se pegou emprestado 10
centavos, deve devolver, porque a palavra de uma pessoa é o que ela tem de
mais importante. Isso é muito latente em mim, e trago comigo.

25
O que absorvi da vivência com os meus pais: seja honesta, uma pessoa de
palavra, trabalhe, estude, guarde um dinheirinho e pague as contas em dia.

E o tato apurado para as finanças? Acredito que o start nasceu em casa, mas
a habilidade de lidar com o dinheiro foi adquirida ao longo do tempo, por
curiosidade e interesse mesmo.

Quando ingressei no mercado de trabalho, sempre vi pessoas endividadas


ao meu redor e nunca entendia o porquê as pessoas compravam coisas e
depois não conseguiam pagar. Tudo que eu idealizava comprar, eu planejava
e comprava. Foi assim com a primeira moto, depois com o primeiro carro,
depois com o primeiro apartamento. E tudo a partir de um salário comercial.
Mas a ideia que eu tinha era apenas de fazer a parcela caber no orçamento.
Hoje sei que devemos estar atentos ao valor final de qualquer financiamento.
Inclusive, o melhor é não financiar a perder de vista, quando se trata de bens
de consumo. Aprendi isso na pele, pois possuo um financiamento imobiliário
e, hoje, o objetivo é a quitação o mais rápido possível.

Comecei, também, a guardar dinheiro para caso algo acontecesse e eu pre-


cisasse dessa quantia. Mas hoje também sei que POUPAR é diferente de IN-
VESTIR. Nossas reservas precisam ter um propósito para existirem, senão a
facilidade de se sabotar é muito grande. Por exemplo: alguém planeja sentir
dor de dente? Que um pneu irá furar? São imprevistos, previstos e precisamos
estar preparados.

Para melhorarmos nossa vida financeira, precisamos melhorar nossa men-


talidade. Engana-se quem pensa que ganhar mais resolverá todos os seus
problemas. Se fosse assim, não teria ganhador da Mega-Sena falido.

O que você ouvia quando criança? Que fulana está com fulano por dinheiro,
que beltrano só pensa em dinheiro e não ajuda o irmão, que ciclano agora é
rico e ficou metido, que é mais fácil um camelo passar no buraco da agulha
que o rico entrar no reino dos céus. Fora acreditar que, para ser simples, é
necessário ser pobre. Quem quer ser isso tudo? Sabe o que acontece com
aqueles que acreditam nisso? Inconscientemente todo dinheiro que ganham,
gastam a fim de afastá-lo de si. Mas note: tudo isso de maneira inconsciente!

Gente, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Quantas pessoas endinhei-
radas e de bom coração você conhece? Eu conheço várias!

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Já ouviu também que é melhor eu querer apenas o suficiente para sobreviver?
Que dinheiro não é assim tão importante? Que assim que você tiver bastante
dinheiro, estará seguro? Ou que o dinheiro causa muitos problemas?

Cuidado com essa mentalidade. Ela pode estar bloqueando sua prosperidade!

Contando um pouquinho da minha vida profissional, comecei a trabalhar


de 17 para 18 anos, na cobrança de um estacionamento de um Banco e, ali,
a Instituição Financeira cruzou o meu caminho mais uma vez. Eu prometi
a mim mesma que trabalharia em um Banco. O tempo passou, fiz minha
faculdade de administração e eu não conseguia conquistar o que havia pla-
nejado. Trabalhei em muitos locais e vendi tudo o que se possa imaginar, até
que, por fim, percebi que Governador Valadares estava pequena demais para
mim e decidi me mudar para o ES no início de 2011. Trabalhei em uma loja de
eletrônica, imobiliária, em uma empresa que prestava serviços terceirizados
a um Banco, até que se acabaram as páginas da minha carteira de trabalho.
E opa, olha o Banco aí cruzando o meu caminho de novo? Percebi que ali
estava a minha porta de entrada. E não deu outra: tive de fazer outra carteira
de trabalho para finalmente trabalhar onde? No Banco!

Guarde uma coisa: aquilo que você deseja muito e profetiza, verdadeiramente,
que vai acontecer, acontece! Isso não é misticismo, é ciência. Na PNL você
aprende que as coisas nas quais você foca, expandem. E se você mentaliza
algo que deseja fortemente, seu cérebro vai buscar meios para que aquilo
aconteça. Eu sempre dizia a mim mesma que trabalharia no Banco, e lá fui
parar, mesmo 10 anos depois.

Enfim, lá eu acreditava que iria ajudar as pessoas a prosperarem financeira-


mente. Anos se passaram e percebi que não era bem assim. Eu vi que poderia
fazer isso exercendo a atividade que tenho hoje, que é trabalhar com Educação
Financeira. Pois todas as pessoas que eu atendia no Banco, para se endivida-
rem, não tinham uma mentalidade de crescimento.

Aí eu te pergunto: como é sua mentalidade com a prosperidade? Quando


quer adquirir algo, só consegue tomando um empréstimo? Quais são as suas
crenças sobre dinheiro? Quais são os seus hábitos? Quanta confiança você
tem em si mesmo? Qual é a sua capacidade de agir apesar do medo, da preo-
cupação, do incômodo, do desconforto? Você consegue ir em frente mesmo
quando não está disposto a fazer isso?

27
O seu modo de pensar sobre dinheiro se constitui da informação ou progra-
mação que recebeu, principalmente quando era criança.

Quais foram as primeiras fontes dessa programação? Para a maioria de nós,


a lista inclui pais, irmãos, amigos, professores, líderes religiosos, mídia.

Nessa fase somos condicionados ao exemplo. Como se comportavam os seus


pais ou responsáveis em questões relacionadas ao dinheiro quando você era
criança? Eles cuidavam bem ou mal das finanças? Eram gastadores ou eco-
nômicos? Vocês tinham dinheiro sempre ou só esporadicamente? O dinheiro
afluía com facilidade à sua família ou era suado? Era fonte de felicidade ou
motivo de discussões?

Isso tudo permite que você tenha o modelo financeiro que você tem hoje. E
se esse modelo, em vez de te ajudar, te atrapalha, é necessário virar essa chave
e dar outro significado a esses pensamentos. Para mudar isso, você precisa,
primeiramente, se conscientizar e entender que nem tudo vivido nos tempos
passados deve ser repetido e aplicado à sua vida de agora.

Mudança de mentalidade

Sempre trabalhei por CLT e, no meu último trabalho, ouvia muitas histórias
de pessoas que tinham sonhos entubados. Uma queria ser dentista, outra
queria trabalhar com moda, outra sonhava em ter o próprio negócio. Porque
é tão difícil buscar isso? A grande maioria das pessoas não confiam em si
mesmas. Não sabem a força que têm. Eu fui uma delas.

A ilusão da “estabilidade” prende, faz escravos de situações, muitas vezes,


doloridas. A vida baseada na “segurança” é uma vida fundamentada no medo.
Trabalhar no Banco começou a me trazer sintomas físicos. Eu tinha crises
de enxaqueca terríveis, manchas na pele e esquecimentos muito frequentes.
A psiquiatra só dizia que era stress emocional. Foi aí que eu decidi que não
viveria mais isso. Entrei de cabeça em cursos de autoconhecimento e descobri
que eu poderia, sim, fazer do meu talento uma profissão, a fim de ajudar as
pessoas a se organizarem financeiramente e serem plenamente felizes. Porque
eu, de fato, acredito que Educação Financeira salva vidas.

Pela primeira vez estou me arriscando a empreender. Não é nada fácil, mas
prazeroso. E também, se fosse fácil, todo mundo faria. E você pensa que eu

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já cheguei “lá”? Tá muito longe ainda! Estou no caminho, aprendendo e fa-
zendo. E convido você que tem alguma mentalidade limitante a vir comigo
e pensar mais além.

Não estou dizendo que há algo de errado em ter um contracheque estável,


ok? A não ser que ele interfira na capacidade que você possui de ganhar o que
merece. É nesse ponto que está o problema: ele geralmente interfere.

Quem pensa pequeno administra mal suas finanças ou evita esse tema com-
pletamente, de forma que essas pessoas não sabem o quão libertador é saber
para onde cada número vai. Ter suas finanças na palma da mão é sua bússola
para saber qual é o próximo passo, qual é o próximo sonho a conquistar.

Há quem diga, também, que não administra porque ganha pouco. Talvez
esteja ganhando pouco porque não administra. Lembra da frase que falei
anteriormente? As coisas nas quais você foca, expandem! Então pare de dar
desculpas e comece já a colocar foco em seu bolso ou ele te controlará. Você
não ganhará mais até provar que é capaz de lidar com o que possui.

Dicas práticas

Se seu orçamento está arrochado, comece levantando todos os seus gastos


e receitas. Quando ver todas as informações anotadas, não importa se for
em planilha ou caderno, você terá total clareza do que está fazendo. Assim,
poderá seguir duas opções: cortar/diminuir gastos ou gerar mais renda. Só
você pode fazer sua escolha.

Olhar o orçamento deve ser um hábito em sua vida, igual a escovar os dentes.
Se está no início, olhe diariamente. Depois que pegar o hábito, conseguirá
verificar semanalmente. Mas tem que ter horário certo. É um compromisso
mesmo.

Na hora de fazer uma compra, pergunte a si mesmo se realmente precisa


daquilo, se necessita naquela hora ou se já não tem algo parecido em casa.
A compra por impulso também é um péssimo hábito no que diz respeito ao
seu orçamento.

Bem, desejo que tenha uma vida abundante e que saiba administrar o que
recebe, independentemente de quanto ganha. Quando você colocar suas

29
finanças sob controle, todos os setores da sua vida irão bem. E lembre-se:
conhecimento é poder! Informe-se, especialize-se. Não espere ninguém fazer
isso por você.

Finalizo com uma frase que gosto muito de Benjamin Franklin: “Se você acha
que a instrução é cara, experimente o preço da ignorância”.

Referências

EKER, T. H. Os segredos da mente milionária. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

INSTITUDO COACHING FINANCEIRO – ICF. Manual do Crescimento.


São Paulo: Momentum, 2015.

DWECK, C. S. Mindset – a nova psicologia do sucesso. 14. ed. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2009.

30
Priscilla Lemos
(11) 98201-0222
contato@priscillalemoscoach.com.br
@coachpriscillalemos
www.facebook.com/priscillalemoscoach/
www.priscillalemoscoach.com.br

• Coach de Finanças Pessoais pelo Instituto Coaching Financeiro (ICF) e


pelo Instituto Soaper

• Economista pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

• Pós-graduada em Educação Financeira

• Especializada em Sistema de Crenças e em Mapeamento Emocional

• Analista Comportamental

• Coautora dos livros Mulheres que Inspiram e O Poder e a Arte de Se Rela-


cionar, pela Editora Conquista

• Trader em Bolsas de Valores internacionais

• CEO do portal especializado em educação financeira e desenvolvimento


humano www.chavedaliberdade.com.br, que tem como objetivo democratizar
a educação financeira no Brasil e parte da verba direcionada a instituições
de caridades

• Empreendedora do mercado digital com produtos à venda no Brasil e no


exterior, além de cursos e mentorias online ligadas às áreas financeira e de
empreendedorismo digital, como: Organização Financeira “Muito Além da
Planilha” e Guia Definitivo da Reserva de Emergência.

31
Inteligência Financeira: Aprenda a Fazer as Melhores
Escolhas para Ter uma Vida Melhor

O endividamento, hoje, atinge mais de 60% da população brasileira, segundo


dados do estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
As dívidas são relacionadas ao cheque especial, carnê de loja, cheque pré-da-
tado, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, sendo que o cartão de
crédito chega a representar quase 80% das dívidas da população.

E a solução para esse transtorno não seria, como muitos acreditam, a facili-
tação de crédito por parte do Estado brasileiro para que as pessoas consigam
negociar e pagar suas dívidas, porque o problema não está inserido nesse
contexto, mas sim na ausência da Educação Financeira. Sem ela, e com as
facilidades de compra constantemente divulgadas pelos comerciantes, o con-
sumidor acaba gastando mais do que ganha e adquirindo, muitas vezes, itens
dos quais nem sequer necessitava por estar envolvido somente pelo prazer
da compra.

Para se ter uma vida melhor é preciso fazer uma administração proativa e
saudável de seu dinheiro.

O que é Inteligência Financeira?

Há diversos tipos de inteligências, todas independentes entre si, como a in-


teligência intelectual, a emocional e a financeira. A Inteligência Financeira
diz respeito ao conhecimento que utilizamos para lidar com nossas questões
financeiras e está ligada a emoções e a ações relacionadas ao uso do dinheiro.

Segundo Robert Kiyosaki, autor best-seller, a Inteligência Financeira envolve


5 pilares, denominados “QIs”:

Pilar 1: Controlar seu Orçamento.


Pilar 2: Proteger seu Dinheiro.
Pilar 3: Ganhar mais Dinheiro.
Pilar 4: Alavancar seu Dinheiro.
Pilar 5: Obter Informações Melhores.

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Pilar 1: Controlar seu Orçamento

Tomar consciência de quanto se ganha e para onde está indo o seu dinheiro
é a base de tudo. Saber quanto se ganha é importante sim, mas compreender
o quanto se gasta é ainda mais relevante. Ter uma grande capacidade de
geração de riqueza não é garantia de um futuro próspero. Há aqueles que
são extremamente consumistas e gastam o que não podem para sustentar
um padrão de vida acima de sua capacidade financeira. É importante ter a
consciência de que, em algum momento, o dinheiro pode acabar. O resultado,
nesse caso, acaba sendo o endividamento e a falência.

Pilar 2: Proteger seu Dinheiro

Não se engane. Muitos estarão de olho em seu dinheiro. Logo, protegê-lo


será essencial. Sabidamente o Brasil, por exemplo, detém uma das maiores
cargas tributárias do mundo, além de uma legislação bastante complexa e
em constante mudança. Busque o auxílio de um profissional especializado,
caso julgue necessário, ou estude formas de conseguir elisão fiscal. A elisão
fiscal envolve procedimentos lícitos e éticos para reduzir, eliminar ou adiar o
pagamento de tributos. Veja que não estamos tratando, aqui, de elusão fiscal
nem de evasão fiscal, práticas ilícitas e antiéticas.

Pilar 3: Ganhar Mais Dinheiro

Sem desconsiderar, obviamente, os dois pilares anteriores, em minha opinião,


esse pilar é o primeiro “pulo do gato” na construção da sua independência
financeira. Quem pretende ganhar mais dinheiro não deve ter como foco
uma maior capacidade de consumo, mas deve ter o objetivo de alcançar a sua
independência financeira. E quando nos referimos à independência financei-
ra, não falamos, necessariamente, de se tornar rico, mas sim de não depender
mais de seu trabalho para pagar todas as suas despesas.

Sendo assim, você consegue imaginar os benefícios que a independência


financeira traz para a sua vida?

Liberdade de tempo, liberdade de espaço, liberdade de escolha e, principal-


mente, tranquilidade e segurança para a sua vida.

Ser capaz de aumentar a sua renda constantemente vai permitir que você
atinja a independência financeira e, posteriormente, a liberdade financeira, de

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maneira muito mais rápida, gerando, consequentemente, muito mais tempo
para usufruir dos benefícios que esse patamar possibilita.

Pilar 4: Alavancar seu Dinheiro

Pessoalmente, acredito que esse seja o segundo “pulo do gato” na construção


da sua independência financeira. Esse aspecto compreende a oportunidade que
você tem, por exemplo, de investir R$ 500,00 ao mês no decorrer de 30 anos e
atingir, ao final do período, R$ 291.368,44, se aplicar a juros mensais de 0,25%
ou R$ 1.747.482,07, aplicando os mesmos R$ 500,00, a juros mensais de 1%.

Isso representa uma diferença de R$ 1.456.113,60 nos rendimentos dos mes-


mos R$ 500,00 mensais investidos!

Muitos investem no banco e na poupança, obtendo retornos historicamen-


te baixos por pura falta de conhecimento, ou mesmo por comodismo. Ser
proativo, aqui, será decisivo em seus resultados!

Aprenda a pensar de maneira individual. Compare rentabilidades, riscos, a


tributação, taxas e condições de cada investimento existente que atenda ao
seu perfil de investidor.

Uma resposta para a pergunta que talvez possa estar presente em sua mente
nesse momento: “Qual é o melhor investimento, afinal?”. O melhor investi-
mento é aquele que você terá a possibilidade de acompanhar de perto, para
que possa estudar e se aprofundar continuamente, a fim de atingir sempre
os melhores retornos.

Pilar 5: Obter Informações Melhores

A Inteligência Financeira demanda aperfeiçoamento constante. Há um ca-


minho a ser percorrido até se atingir a independência e a liberdade financeira
(endividado, poupador/pequeno investidor, investidor com foco no longo
prazo, independência financeira e liberdade financeira). A Inteligência Fi-
nanceira permite obter retornos excepcionalmente altos no momento de
alavancar seu dinheiro (Pilar 4). Mas, antes de mais nada, é preciso aprender
a dar os primeiros passos nesse processo.

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Quem Precisa de Inteligência Financeira?

Se um indivíduo tem o hábito de gastar tudo o que ganha, muito provavel-


mente, ao obter um acréscimo em sua renda, seus gastos também aumentarão,
não resultando, necessariamente, em uma possibilidade de começar a poupar.
Aqui fica evidente a ausência de Inteligência Financeira, e indo mais adiante,
talvez haja, além da falta de Inteligência Financeira, ausência de Inteligência
Emocional ao lidar com o dinheiro (crenças negativas ligadas ao dinheiro,
de não merecimento, vazios emocionais, dentre tantas outras questões). No
entanto, nesse momento, focaremos na Inteligência Financeira.

Inteligência Financeira não tem nada a ver com o quanto se tem no bolso. Logo, a
velha desculpa de que é preciso ganhar mais para conseguir poupar não é válida.

Algumas pessoas podem tentar se justificar afirmando que não precisam de


Inteligência Financeira porque sua renda não é alta, considerando, erronea-
mente, que esse é um aspecto que se resume apenas a conhecimentos ligados
a investimentos. Essas pessoas estão absolutamente equivocadas.

A inteligência financeira é importante para todos nós, sem exceção. Para


aqueles que têm uma renda menor, a Inteligência Financeira os ajuda a to-
marem decisões de consumo mais conscientes e a aumentar as possibilidades
de geração de renda, fazendo com que o pouco se multiplique.

Mesmo aqueles que receberam grandes heranças ou ganharam grandes prê-


mios na loteria, se não desenvolverem a sua Inteligência Financeira, darão
rapidamente um jeito de perder tudo o que receberam, o que é uma pena,
porque nem sequer conseguirão se dar conta do que lhes faltou para sustentar
o que tiveram.

Por outro lado, havendo a ausência de Inteligência Financeira, ser detentor


de uma boa fonte de renda não é garantia de um futuro financeiramente
tranquilo. Veja exemplos de famosos como Michael Jackson, Nicolas Cage,
Kim Basinger e, entre os brasileiros, Maurício Mattar, Dedé Santana, Joana
Fomm, dentre tantos outros que, apesar de terem tido uma fonte de renda
volumosa, infelizmente vieram a declarar a falência.

Claro que a resposta aos motivos pelos quais muitos milionários vão à falência
pode estar relacionada, muitas vezes, a investimentos ruins, falta de sorte,

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golpes. Mas, no geral, a falência de pessoas que têm uma situação financeira
confortável é resultante dos gastos excessivos. Muitos mantêm um padrão de
vida alto, gastando sem pensar no futuro e, quando passam por alguma crise
financeira, têm dificuldades para ajustar seu custo de vida à nova realidade,
mantendo os mesmos gastos desmoderados de antes.

Precisam de Inteligência Financeira, inclusive, aqueles que detêm grandes


fortunas: ou eles mesmos têm inteligência financeira ou pagam pelos serviços
de alguém que tenha essa virtude a fim de administrar seu dinheiro.

Saber que temos o poder de mudar a nossa história é muito empoderador. E


tudo depende de assumirmos a responsabilidade por nossa vida financeira
e mudar o que precisa ser modificado.

Como ampliar sua Inteligência Financeira?

O sucesso financeiro não é decorrente de sorte ou de talento inato, e sim de


conhecimentos e habilidades que podem (e devem) ser adquiridos e desen-
volvidos no decorrer da vida. A Inteligência Financeira, em conjunto com a
Inteligência Emocional, fará com que você alcance uma vida mais próspera
e equilibrada mais rapidamente e com menos esforço. Algumas sugestões
práticas podem ajudá-lo nessa etapa:

• Tudo começa com a tomada de consciência de que a sua vida financeira (e


seu futuro) é de sua responsabilidade e de mais ninguém. Você precisa fazer
algo diferente caso deseje resultados além daqueles que você vem obtendo.

• Estabeleça prioridades! O dinheiro é um recurso limitado e nem sempre


é possível ter tudo o que se deseja. Por isso, definir o que realmente fará a
diferença para você é primordial. Tome consciência do seu padrão de vida.
Ele está adequado a sua renda atual? Avaliar se os seus “gastos essenciais” são
realmente “essenciais”, reduzir e substituir despesas e consumir consciente-
mente é o primeiro passo. Controle o seu orçamento para que você seja capaz
de poupar, no mínimo, 10% de sua renda.

• Tratando-se de Inteligência Financeira, um dos comportamentos mais va-


liosos que você pode adotar para a sua vida é ter foco no longo prazo. Muitos
acreditam que focar no futuro é sinônimo de abstenção dos prazeres do dia a
dia, mas não precisa, e nem deve, ser assim, já que a consistência, aqui, tam-

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bém é outro ponto poderoso e eficiente para se atingir o sucesso financeiro.
Poupar e investir com foco no futuro devem ser constantes em sua vida.

• Lembre-se que tempo é dinheiro! E que dinheiro é tempo! Vale se lembrar


disso antes de efetuar um gasto: pense em quanto tempo você precisou traba-
lhar para ganhar este dinheiro que você está considerando gastar. Portanto,
não gaste seu dinheiro de forma desnecessária. E nem dá para imaginar que a
sugestão de assistir menos televisão ou perder menos tempo nas redes sociais,
por exemplo, poderia estar entre as estratégias ligadas à Inteligência Financei-
ra, não é mesmo? Mas o sucesso financeiro não está somente relacionado ao
momento em que se está ativo, mas também ao modo como você lida com o
ócio. Não que o ócio não seja essencial para que se tenha equilíbrio na vida,
mas ele também pode ser utilizado de forma mais inteligente e construtiva.
Assistir a documentários na televisão, a aulas gratuitas disponíveis na inter-
net, desenvolver novas habilidades que podem vir a se tornar uma fonte de
renda extra para engordar as reservas financeiras podem estar entre alguns
dos exemplos. Enfim, reprogramar certos hábitos utilizando melhor o tempo
e focando sua energia em algo construtivo pode gerar bons resultados em
sua vida financeira.

• Estabeleça propósito para o seu dinheiro e metas de curto, médio e longo


prazo. Definir e atingir as metas de curto prazo será gratificante e você se
sentirá muito mais capaz de atingir as metas de médio e longo prazos. No
caso das metas de curto prazo também será muito mais fácil corrigir falhas e
fazer os ajustes necessários ao longo do caminho, o que, consequentemente,
facilitará o atingimento das metas de médio e longo prazos.

• Construa sua Reserva de Emergência o quanto antes. A Reserva de Emer-


gência deve ser sua prioridade número um, caso você ainda não a tenha.
Por melhor que seja o planejamento e controle de suas finanças, imprevistos
acontecem. Manter uma reserva vai permitir que você supere esses momentos
sem precisar recorrer a empréstimos bancários, cheque especial ou ajuda de
amigos. Sua Reserva de Emergência trará mais segurança e tranquilidade
para a sua vida.

E aí? Você está preparado para mudar a sua história e conquistar resultados nun-
ca imaginados? Só depende de você. E eu te convido a dar um primeiro passo!

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Referências

KIYOSAKI, R. O poder da educação financeira. Rio de Janeiro: Alta Books,


2017.

KIYOSAKI, R. Desenvolva sua inteligência financeira. Rio de Janeiro: Alta


Books, 2017.

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Miriane Mattioni
(16) 99715-9191
@Mirimattioni28

• Formada em Coaching Financeiro - Instituto Soaper

• Formada em Life Coach - IBC

• Atua como Coach Financeiro, Palestrante e Consultora Empresarial

• Missão: levar soluções através da clareza e autoconhecimento.

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Planejamento: Você Planeja O Que Vai Fazer com Seu
Dinheiro ou Deixa a Ocasião Decidir Por Você?

Quem nunca viveu no ritmo da música de Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me


levar, vida leva eu’’? Quem já esteve assim sabe que não dá certo, não é? Ainda mais
quando o assunto é dinheiro. E é por isso que ouvimos, por muitas vezes, alguém
dizer que ganha bem, mas nunca vê sobrar. Além disso, afirmam que a quantia
não foi suficiente para pagar as contas do mês. Você já ouviu alguém dizer isso?

Infelizmente, no Brasil, além de não termos a cultura da educação financeira,


não prezamos pelo hábito de elaborar planos para uma vida organizada e
conquistar nossos sonhos. Planejar é imprescindível para tudo na vida, mas,
com relação a finanças, essa ação se torna ainda mais importante.

Você já tentou viajar para um destino que não conhecesse previamente sem
a ajuda de um GPS? Pois bem, tentar realizar seus sonhos sem o auxílio de
um plano é a mesma coisa: a tendência de se perder no caminho e desistir
de alcançá-lo é muito grande.

Quando elaboramos um planejamento, o caminho para conquistar nossos


sonhos fica muito mais claro. A sensação de que é possível alcançá-los aumen-
ta e, com foco, conseguimos dizer “não” para as oportunidades que surgem,
mas que não fazem parte do nosso plano, tornando possível realizar nossos
objetivos em um tempo mais curto. E aí, animou para começar a planejar
aquela viagem que você tanto almeja, mas que é sempre trocada por uma
roupinha no shopping, de modo que nunca sobra um dinheirinho?

O grande problema em não se planejar é viver tentando vencer os imprevistos


que ocorrem no caminho por não se preparar antes: criar dívidas, viver preo-
cupado em como você vai fazer para pagar o cheque especial do banco ou o
cartão de crédito que já está atrasado, gerando ansiedade e estresse, bem como
afetando negativamente outras áreas da sua vida, como seu relacionamento.

Um bom planejamento financeiro exige disciplina. O que fará a diferença


entre o sucesso e o fracasso é o seu comprometimento em colocar tudo o
que planejou em prática. Como T. Harv Eker diz, “ As pessoas não planejam
fracassar, fracassam por não planejar”.

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Felizmente, não é difícil criar planejamentos. Para construir o seu é preciso
muito mais disposição e comprometimento do que conhecimentos avan-
çados em finanças ou Excel. Se você realmente quer sucesso financeiro, é
indispensável ter um planejamento. Não se preocupe se você nunca fez isso
antes. Vou deixar um modelo para você começar a dar seus primeiros passos
rumo ao sucesso financeiro.

É preciso entender a importância de um planejamento antes de começar


a elaborar o seu. Sendo assim, você terá motivos para agir, criando em si
mesmo a motivação para fazê-lo com vontade e ter forças para cumprir os
passos estabelecidos nele. Criar um planejamento é o mesmo que criar uma
fotografia do seu sonho: depois de ter a fotografia em mente, você consegue
aos poucos, dia após dia, completar as peças certas para transformar a sua
fotografia em realidade.

A chance de algo que você quer acontecer quando há um planejamento é


muito maior do que quando não existe. Quando sabemos o que queremos
e colocamos em um papel, em forma de passo a passo, as coisas acontecem.

Vamos começar?

Apresentarei um modelo para que vocês iniciem seus planos e siga rumo às
realizações.

SISTEMAS DE POTES - MODELOS T. Harv Eker

1° POTE

Esse espaço será reservado para a construção da sua Liberdade Financeira,


ou seja, o momento em que você não precisará trabalhar mais e poderá viver
de sua própria renda (renda passiva).

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 10%.

2° POTE

Reserva para realização dos sonhos (carro novo, viagens, festa etc.)

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 10%.

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3° POTE

Educação: você é o seu ativo mais importante. Aperfeiçoamento, sempre!

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 10%.

4° POTE

Necessidades básicas (moradia, transporte, alimentação).

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 55%.

5° POTE

Lazer (não é para poupar, é para se divertir!).

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 10%.

6° POTE

Contribuição, doação, dízimo, ajuda familiar etc.

Para esse pote, sugerimos uma reserva de 5%.

Você não precisa reproduzir exatamente o que foi apresentado no modelo; o


mais importante é que você o adeque à sua realidade e o faça de acordo com
suas condições, sabendo que quanto mais você valoriza determinado pote,
mais rápido você alcançará os resultados que ele pode oferecer.

Atualmente, olhando para esse modelo de planejamento, quais são seus per-
centuais para cada área e qual é o ideal para você?

Agora é com você!

Muito obrigada por ter chegado até aqui.

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Luana Verdi
(11) 99949-9083
luanagverdi@gmail.com
@luanaverdi_fincoach

• Administradora Formada em Comércio Exterior – UNIBERO

• Pós-graduada em Relações Internacionais – FAAP

• Pós-graduada em Educação Financeira – UNOESTE

• Formação em Coach Financeiro – Instituto Aline Soaper.

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Como Criar Fontes de Renda Extra

As pessoas estão cada vez mais descontentes com a renda que recebem
de empregos fixos e procuram encontrar meios de gerar renda extra para
aumentar o lucro de casa.

A utilização do cartão de crédito (dinheiro invisível) tornou as pessoas


consumistas. Acabam gastando o dinheiro que não têm, sem condições
de manter o padrão de vida, de modo que se encontram quase que obri-
gadas a procurar outra fonte de renda, caso não queiram ter problemas
financeiros.

O endividamento das famílias registrou a quinta alta consecutiva em


maio 2019, de acordo com um levantamento divulgado pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no dia 11 de
maio de 2019.

No mês de abril de 2019, o percentual de famílias brasileiras endividadas


alcançou 63,4%, um aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação
ao mês de abril de 2018 (62,7%). Trata-se do maior percentual desde se-
tembro de 2015 (63,5%).

Na comparação com maio do ano passado, o crescimento apurado foi de


4,4 pontos percentuais.

O indicador considera dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito,


cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro
e seguro.

Pela vontade que as pessoas têm de querer produzir lucro, muitas con-
seguem, por meio de atividades que gerem renda extra, até o dobro da
renda fixa. Porém, é um trabalho árduo, visto que é necessário abrir mão
do tempo livre para exercer essas atividades. Muitas pessoas querem e
fazem, mas outras querem e não fazem.

“Muitas pessoas querem mudanças, poucas querem mudar”.

44
Com a febre da economia colaborativa, diversos sites, como Uber e Airbnb,
facilitam a obtenção de renda extra. Eles conectam pessoas que buscam
oferecer serviços e compartilhar bens em troca de remuneração a outras
que estão dispostas ou até preferem pagá-las, já que os valores cobrados
podem ser mais atrativos.

Veja dez sugestões de renda extra:

1) Alugue seu imóvel ou parte dele.

2) Alugue seu carro.

3) Alugue objetos: mala de viagem, bicicleta, câmera, objeto para festas.

4) Alugue sua bicicleta, sua prancha.

5) Cuide de um cachorro, gato, algum animal de estimação.

6) Alugue sua vaga de garagem.

7) Faça qualquer tipo de trabalho. Existem sites que oferecem diversos


tipos de serviços.

8) Teste aplicativos e sites.

9) Seja um guia turístico.

10) Venda produtos feitos com suas próprias mãos.

Vimos, aqui, 10 possibilidades reais de ganhar uma renda extra. Escolha


aquela que mais se adequa à sua situação e tenha bons negócios.

A necessidade de as pessoas estarem conectadas a cada segundo geram


novas oportunidades para todos:

Crie um produto digital (e-book, webnário ou treinamento on-line) com o seu


conhecimento, pois as pessoas consomem esses produtos sem a necessidade
de que você esteja fisicamente com elas. Dessa forma você não vende horas.

45
Utilize o marketing do novo mundo para vender seus produtos digitais
através da internet, tornando-se conhecido mais rapidamente do que
pelas estratégias comuns.

Se você não está contente com o seu salário e seus gastos são muitos, então
você precisa, urgentemente, ter uma renda extra para não passar mais
apuros. Mas se você está com dúvidas, irei te apresentar 4 bons motivos
do porquê ter uma renda adicional:

1) Realização de sonhos distantes:

Comprar o carro dos sonhos, ter sua casa própria, fazer aquela viagem
inesquecível ou qualquer outra coisa que você queira se torna muito mais
provável quando você tem uma renda extra e sabe economizar esse di-
nheiro da melhor forma.

2) Pagar dívidas atrasadas e sair do cheque especial.

3) Garantia quando passar por sufoco.

Todas as pessoas estão expostas a passar por apuros como doença, aciden-
te ou quaisquer gastos inesperados que não estejam dentro do orçamento.

4) Viver melhor:

Com mais dinheiro você pode viver melhor, com uma qualidade vida
mais confortável, até mesmo com a possibilidade de obter itens luxuosos.
Viver bem é o que muitas pessoas querem e se você não tem um salário
principal que te possibilita isso, comece a trabalhar para ter uma renda
extra e melhorar e muito a sua vida.

Precisamos ter uma mentalidade de multiplicador.

Viemos ao mundo para ter vida e vida em abundância

A mentalidade de multiplicador é procurar ter diversas fontes de renda;


é pegar um produto e revendê-lo, agregando valor ao item.

46
A partir do momento que as pessoas perceberem que têm a capacidade
de gerar dinheiro, a vida de lamentação e miséria é alterada.

Somos seres dotados de inteligência. Tenho a certeza de que quando


utilizamos os nossos talentos de forma correta, a abundância chega em
nossas vidas.

Identifique os seus talentos. Tem sempre alguém que vai precisar de suas
habilidades e pagará por elas.

O que tenho notado é que as pessoas não estão sonhando; estão deixando
a vida levá-las. Realmente, para quem não sabe onde quer chegar, qualquer
caminho serve.

Fazer uma autoanálise dos seus sonhos e das suas necessidades é o pri-
meiro passo para identificar a conveniência de iniciar uma renda extra.

Escolhas criam realidades. É interessante como nomeamos as coisas para


conhecer melhor seus significados. A palavra “azar”, em português, é
literalmente o oposto de sorte, mas em francês significa “acaso”. Denomi-
namos os “jogos de azar” e uma das expressões de nossa língua é “deixar
ao azar”. Se analisarmos esses significados, veremos que, enquanto azar é
aquilo que não elegemos, que deixamos acontecer ao acaso, seu oposto, a
sorte, é o exercício de nossas escolhas. Quando definimos o que queremos
e nos colocamos nessa trilha, estamos exercitando nossa sorte.

Sorte não é algo aleatório, casual. É fruto de um plano mestre de seguir


um roteiro prévio, de estabelecer padrões e parâmetros para segui-los.
Sorte é uma construção originada por nossas escolhas. Assim, vale a pena
refletir um pouco sobre o assunto.

No livro Pai rico pai pobre, focado em desenvolver uma mentalidade em-
preendedora nas pessoas, Robert usa sua história pessoal para dar valiosas
lições de como os ricos educam seus filhos para atingirem o sucesso finan-
ceiro. Ele afirma, inclusive, que todos precisam ter diversas fontes de renda.

Para gerar renda extra, precisamos sair da zona de conforto e eliminar a


autossabotagem. O primeiro passo para sair da zona de conforto é reco-
nhecer que você está nela. Você sabe que a sua vida financeira está péssima

47
e começa a colocar a culpa no governo, no prefeito, na vizinha. Cada um
de nós é responsável pelas nossas escolhas. Tenha autorresponsabilidade.

Ter clareza dos seus sonhos é muito importante e vai te impulsionar a sair da
zona de conforto. Escreva em um papel o que você quer ser daqui a 2, 5, 10
anos e faça um plano de ação descrevendo como você alcançará esse objetivo.

Não espere que o tempo solucione o seu problema. Não assuma o en-
cargo de dar um jeitinho nos erros que cometeram no passado. Tenha
responsabilidade, reajuste o foco, elabore um plano e execute da melhor
maneira possível, com a plena consciência de que pode dar tudo errado.
Tenha persistência.

No livro Me poupe, Natalia Arcure montou um passo a passo para tomar


esse caminho sem volta. Coragem!

1) Cuide de seu planejamento financeiro e monte uma reserva de, no


mínimo, um ano.

2) Tenha um plano engatilhado. Não é necessário sair do seu emprego


atual e se dedicar ao novo projeto. Por enquanto, até atingir a reserva,
faça em paralelo e aprecie a jornada.

3) Não dê ouvidos aos pessimistas, às pessoas não vão te apoiar. Perma-


neça firme até alcançar o seu objetivo desejado.

É importante que tenhamos múltiplas fontes de rendas. Não depender


apenas de uma fonte nos dá liberdade de escolha.

Nós temos muitas crenças limitantes relacionadas ao dinheiro, porém é


necessário mudar o nosso modo de pensar para começarmos a prosperar.

As pessoas querem fazer, não querem ser. Esse é o problema. Primeiro


você tem de ser uma pessoa rica. Planeje ser rico. Torne-se alfabetizado
financeiramente. E, antes de pedir conselhos financeiros a alguém, des-
cubra se ele planeja ser pobre ou rico. Se ele planeja que seu rendimento
diminua quando ele se aposentar, não perca seu tempo com ele. Se você
quer ficar rico, siga conselhos de rico. Esse é o segredo. Você não pode
fazer sozinho. Eu odeio ser tão incisivo, mas essa é a verdade. O que é

48
necessário para se fazer dinheiro não é dinheiro, mas alfabetização fi-
nanceira. Você pode ter muito dinheiro e ainda pensar como uma pessoa
pobre. Se você pensa assim, não importa quanto dinheiro você ganhe,
você gastará todo ele e terminará pobre” (Robert Kiyosak).

Da mesma maneira que um corredor treina as pernas com os exercícios


certos, que um fisiculturista trabalha deliberadamente para ganhar mús-
culos peitorais mais exuberantes, e que um cantor exercita a perfeição do
seu vibrato, podemos, também, fortalecer nossos músculos emocionais
do sucesso financeiro. Podemos e devemos exercitar os comportamentos
financeiros certos, os quais nos fornecerão novos hábitos e, com eles, novas
crenças: de SER ricos, de FAZER muito mais dinheiro e de MERECER
riquezas sem medida.

“Somos o que fazemos repetidamente. Portanto, excelência não é um ato,


mas um hábito”. (Aristóteles).

Para a maioria de nós, lidar com dinheiro é uma completa novidade.

É necessário traçar metas para gerarmos renda extra. Traçar metas é o


mesmo que determinar a buscar algo que você ainda não é, não faz ou
ainda não possui. Estabelecer e realizar uma meta significa se tornar al-
guém diferente e provavelmente melhor ou mais capaz. Quando você sai
em busca de uma meta, necessariamente sai da zona de conforto e ativa
seu potencial adormecido. Traçar metas e estabelecer objetivos deveria
ser um estilo de vida para todas as pessoas.

Quanto maior o desafio da sua meta, mais você será desafiado a sair da
zona de conforto. Eu acredito em duas máximas sobre zona de conforto:
a primeira é a de que a vida só começa quando a zona de conforto acaba; a
segunda, que a zona de conforto é uma mentira com data certa para acabar.

Dinheiro gera dinheiro. Faça com que ele trabalhe para você! Você já parou
para pensar por que as pessoas independentes financeiramente parecem
que estão sempre envolvidas em situações que lhes trazem mais dinheiro?

Lembre-se que não importa quanto você ganha, mas sim quanto você é
capaz de acumular e gerar riqueza a partir do que você ganha. A renda
extra é uma excelente oportunidade de gerar mais dinheiro.

49
Referências

MAGALHÃES, D. O foco define a sorte. São Paulo: Integrare, 2015

ARCURE, N. Me Poupe! 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no


seu bolso. São Paulo: Sextante, 2018

VIEIRA, P. Fator de enriquecimento: uma fórmula simples e poderosa que


vai enriquecê-lo e fazer você atingir seus objetivos. São Paulo: Gente, 2016

DOMINGOS, R. Terapia financeira. Realize seus sonhos com educação


financeira. 1ªEdição. São Paulo: DSOP, 2012

KIYOSAKI, R. Pai rico, pai pobre. Alta Books, 2017

https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/11/percentual-de-fami-
lias-endividadas-sobe-pelo-5o-mes-seguido-e-chega-a-634percent-diz-
-cnc.ghtml

http://escoladinheiroonline.com/porque-ter-uma-renda-extra/

EBOOK RAMIRO BARROS

50
Liana Bittencourt
(11) 95950-1015
kapitalsistemico@gmail.com
@contadoraliana
Líana Bittencourt
https://lianabittencourt.com.br/

• Mestre em Contabilidade e Controladoria (FECAP)

• Contadora (FECAP) - CRC/SP: 1SP295011-O

• Administradora de Empresas (FRB)

• MBA Finanças Empresariais e Gestão Bancária (FRB)

• Pós-graduanda em Direito Sistêmico e Meios Adequados de Solução de


Conflitos (Hellinger Schule e Faculdade Innovare)

• Especialização em Matemática e Big Data (Prandiano)

• Analista de Perfil Comportamental (FEBRACIS)

• FinCoach - Educadora Financeira (Instituto Soaper)

• Coach Integral Sistêmico e em Business High Performance (FEBRACIS)

• Facilitadora em Constelações Familiares Sistêmicas

• Colunista da Revista Jurídica ProAdv.

51
Inteligência Financeira: Como Obter Renda Passiva com
Investimentos e Melhorar Sua Relação com o Dinheiro?

Um dos grandes desafios que enfrentamos nos dias de hoje diz respeito à
busca por uma melhor relação com o dinheiro, fazendo-o trabalhar para
nós, de modo a garantir melhor qualidade de vida. A inteligência financeira
não é algo distante da vida cotidiana, e pode ser aperfeiçoada a partir do
aprimoramento da educação financeira. A obtenção de renda passiva com
investimentos pode ser uma solução interessante para essa questão.

Conforme propõe o livro Dinheiro e Consciência (MELÉ, 2017), é necessário


refletir sobre a quem o nosso dinheiro serve. Habitualmente, o dinheiro está
a serviço do consumo, da segurança – a partir de sua multiplicação por meio
dos investimentos conscientes que geram riqueza – ou pode ser empregado em
doações, contribuindo para diminuir as mazelas sociais. Você já se pergun-
tou a quem serve o seu dinheiro? Que percentual de seus gastos se destina ao
consumo de itens desnecessários? Quanto você despende com investimentos
para que possam lhe garantir uma aposentadoria com dignidade?

Atualmente, observa-se que apenas uma pequena parcela da sociedade bra-


sileira se organiza financeiramente para a aposentadoria – cerca de 20%
(COVRE, 2018) –, o que pode se justificar por vários fatores: o fato de não
sobrar dinheiro do orçamento mensal, eventuais problemas financeiros, o
desemprego e a existência de outras prioridades. A situação de instabilidade
financeira pode ser agravada, por exemplo, em decorrência de guerras, crises
econômicas e períodos inflacionários, que reforçam a necessidade de se agir
com inteligência financeira para gerar uma sensata reserva, muitas vezes
motivada pelo “medo do amanhã”, mas que pode ser salvadora em face dos
mais variados imprevistos que eventualmente ocorram na vida do indivíduo.

Tomemos, como exemplo, três perfis distintos que figuram nas dinâmicas
econômicas: o “Investidor”, o “Empreendedor” e o “Banqueiro”. Existem aque-
les que possuem muito dinheiro e, muitas vezes, não sabem o que fazer com
ele: os chamados “Poupadores”, as pessoas financeiramente superavitárias. A
partir da renda acumulada, os “Poupadores” também podem assumir o papel
de “Investidores”, emprestando dinheiro para receber juros. Por outro lado,
existem, também, aqueles que tomam atitudes corajosas e arrojadas, possuindo

52
capacidade imaginativa para criar ideias e projetos que podem gerar renda
futura a partir de seus próprios negócios: os chamados “Empreendedores”.
Entretanto, esses podem ser pessoas financeiramente deficitárias, pois precisam
captar dinheiro para a construção de seus sonhos e, eventualmente, recorrem a
dívidas e empréstimos. Por fim, o “Banqueiro” é responsável pela intermedia-
ção entre o dinheiro do “Investidor” e do “Empreendedor”, ganhando dinheiro
a partir desse processo. Em resumo, podemos situar os seguintes perfis:

- O Investidor, que empresta para receber juros, acreditando que o custo de


oportunidade em emprestar sem esforço é melhor do que empreender.

- O Empreendedor, que precisa do dinheiro para gerar riqueza com a produ-


ção do seu negócio, entendendo que o custo de oportunidade em investir no
negócio é maior do que se estivesse no lugar do investidor, apenas guardando
e multiplicando seu dinheiro.

- O Banqueiro, o qual intermedeia a guarda do dinheiro do investidor para


utilização futura de pessoas financeiramente deficitárias e/ou idealizadoras
de projetos. Os bancos ganham, por meio da intermediação desse processo,
o chamado Spread Bancário, como é denominado o lucro das instituições
financeiras, apresentado na Figura 1.
Pessoas Pessoas
Financeiramente Financeiramente
Deficitárias Superavitárias
SPREAD BANCÁRIO = DEFICITÁRIOS - DEFICITÁRIOS

Possuem menos
dinheiro do que Possuem proje-
precisam Realizam desejos tos e metas bem
do presente, só tem Poupam rece- definidas
sonhos imediatos bendo juros
Se equilibram Possuem mais
pedindo dinhei- dinheiro do que
ro emprestado precisam
Comprometem a
renda futura com
o pagamento de Realizam desejos
juros bem planejados,
Buscam formas de vislumbram so-
guardar o dinheiro nhos para o futuro
que não precisam
no presente
A Corrida dos Ratos

Fonte: Leandro Ávila - Clube dos Poupadores

Figura 1. Spread Bancário. Fonte: Ávila (2018).

53
Com qual perfil você se identifica? Qualquer que seja a sua posição, sem-
pre é possível desenvolver sua inteligência financeira. Conforme aponta
Ávila (2018), a falta de educação financeira em uma sociedade limita a
capacidade dos indivíduos de aproveitar oportunidades de bons investi-
mentos. Sem educação financeira, as pessoas aceitam receber juros baixos
quando investem nas grandes e tradicionais instituições financeiras e
aceitam pagar juros altos quando precisam de dinheiro emprestado para
realização de seus sonhos. Para que esse ciclo se torne harmônico entre
as partes, o investidor e o empreendedor precisam estar conscientes e
bem esclarecidos sobre as taxas de juros existentes no mercado. Lem-
brando que é possível produzir e multiplicar as suas riquezas por meio
do trabalho, poupança e investimentos.

Busca-se, nesse sentido, atingir a harmonia entre as diferentes maneiras


de se relacionar com o dinheiro e a capacidade das pessoas de gerar em-
pregos, riqueza, dentre outros. Inclusive, há de se considerar que, nas
décadas recentes, a “energia do dinheiro” (PEREIRA, 2003) passou a
circular em uma velocidade extremamente alta, considerando o processo
de perda da materialidade do dinheiro, que virou um impulso eletrônico.
Com o avanço da tecnologia e da internet, o dinheiro passou a manter-
-se em constante movimento, estando em todos os lugares e, ao mesmo
tempo, em lugar nenhum fisicamente. Atualmente, tornou-se possível
investir adquirindo quotas de empresas em outros continentes sem que
haja a necessidade de se transpor as fronteiras fisicamente.

Esse contexto passa a se delinear porque o dinheiro, com sua energia, pas-
sou a ser conectado aos aspectos da riqueza emocional e espiritual, mul-
tiplicando-se por meio de um elemento poderoso: os juros, que oferecem
ao investidor uma remuneração pela riqueza acumulada e disponibilizada
nos bancos para o acesso de terceiros. A proposta desse artigo é mostrar
as potencialidades de utilização desse recurso, considerando que, quando
a energia do dinheiro é bem direcionada, pode-se criar oportunidades
estimulantes para sua própria multiplicação a partir dos juros compostos
existentes nos mercados de investimentos. Considerando o panorama
aqui desenhado, gostaria de apresentar-lhes a “renda passiva proveniente
dos investimentos” depositados nos meios dinamizadores da riqueza, que
podem ser bancos, corretoras de valores, empresas, imóveis etc. Investir
em educação financeira tornou-se imprescindível para quem quer mudar

54
de atitude, enriquecer e passar a decidir se utiliza a energia do dinheiro
de forma positiva ou negativa. Afinal, conforme pontua Pereira (2003),
o comportamento que normalmente você tem com o seu dinheiro é o
mesmo que você aplica em sua vida.

Nesse sentido, podemos incluir um elemento desafiador, que é o poder


dos juros compostos ao longo do tempo, os quais conferem a possibilidade
de se viver de renda passiva (ou de complementar sua renda com ela),
a partir das decisões que tomamos na escolha dos tipos de investimen-
tos. Existe uma cadeia de investimentos que se reproduzem sozinhos,
como se fossem um salário que não exige a produção de esforço laboral,
gerenciamento de produção ou venda de serviços, como fazem os em-
preendedores. Aplica-se a ideia de fazer o dinheiro trabalhar por você!
Com a expansão dos meios de acesso aos serviços financeiros, o ambiente
digital vem facilitando muito a vida daqueles que se dedicam aos estudos
sobre investimentos. Se, hoje, o maior ativo da classe média ainda é o
salário, há que se considerar que, com esforço e estudo sobre como a
energia do dinheiro circula, há possibilidades de fazer mais para o seu
salário aumentar e gerar renda passiva com investimentos. Há algumas
regras de ouro para isso:

• Mudança nos hábitos de consumo. Quanto você destina de sua renda


para o consumo de itens sem utilidade? Seria possível reduzir gastos
desnecessários?

• Quitação de dívidas. Quem é devedor jamais pode ser investidor, pois os


juros do credor são exponencialmente maiores do que os juros captados
pelos investidores. Você já verificou quanto de juros pagou no financia-
mento do seu veículo ou imóvel?

Estudar sobre finanças pessoais para começar a investir e montar uma


carteira de Renda Passiva com Investimentos: esse é o bônus que garante
o futuro próspero, fazendo o dinheiro trabalhar para você.

Existem alguns tipos de investimentos com capacidade de se automultipli-


car para gerar renda passiva. Dentre eles, podem-se considerar os princi-
pais: imóveis que geram renda por meio de aluguéis, lucros de dividen-
dos de empresas, rendimentos de ações, entre outros. Porém, permanece

55
a questão: como começar a obter renda passiva de forma paralela à renda
ativa? Em primeiro lugar, é preciso economizar, pois só se pode gerar
renda passiva a partir de um capital inicial acumulado. Depois, será
possível eleger os principais investimentos disponíveis para começar a
gerar renda passiva. A seguir, apresentaremos quatro opções para se obter
esse tipo de renda com investimentos: a compra de ações (dividendos),
de Letras do Crédito Imobiliário (LCIs), de Fundos de Investimento
Imobiliário (FIIs) ou do Tesouro Direto do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA).

Obtendo renda passiva a partir da compra de ações: os dividendos

Dividendos são partes do lucro obtido por empresas que são distribuídos
aos seus acionistas. Vale ressaltar que cada instituição tem uma política
específica de distribuição de lucros. Se a empresa apresenta lucro ao final
de um período, esse montante é distribuído com quem comprou parte de
seu capital – os acionistas. Antes de comprar ações, é necessário estudar
que empresas listadas na Bolsa de Valores oferecem boa remuneração
por meio de dividendos. Dependendo do estatuto social da organização,
esse pagamento pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual. Mais
uma vez, reitero que a educação financeira está a serviço de estimular
não apenas a redução de gastos ou o consumo consciente, mas também
pretende mostrar as possibilidades de investimentos existentes no mer-
cado financeiro.

Nesse sentido, há que se compreender que existem dois tipos principais


de ações: as “Preferenciais” (PN) e as “Ordinárias” (ON). As ações “pre-
ferenciais” possuem prioridade no recebimento dos dividendos, além
de receberem remuneração 10% maior do que o valor atribuído às ações
“ordinárias”. Outra diferença substancial entre esses dois tipos de ação
diz respeito ao poder de voto e decisões em longo prazo da companhia,
exercido apenas pelos acionistas ordinários. Por esse motivo, as ações
preferenciais possuem o direito de participar do dividendo a ser distri-
buído, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro líquido do exercício,
de modo a equilibrar a ausência do poder de voto nas decisões. A grande
vantagem para o investidor que estuda as possibilidades no mercado de
ações consiste em saber quais são as ações preferenciais que mais pagam,
obtendo melhores resultados em seus investimentos.

56
Lucrando com a compra das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs)

Outra possibilidade interessante para a geração de renda passiva é a aquisição


de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que funcionam como investi-
mentos de renda fixa, mas apresentam uma grande vantagem: a isen-
ção do Imposto de Renda sobre o lucro obtido na transação. As LCIs
são títulos que o investidor compra destinados aos créditos que serão
utilizados em financiamentos que as instituições financeiras fazem no
mercado imobiliário. A partir do dinheiro aplicado, a instituição pagará
juros sobre o empréstimo que você fez a ela, que, consequentemente, será
repassado para outros clientes do banco. Esse tipo de investimento tem
um nível de segurança maior devido à garantia de hipoteca do Fundo
Garantidor de Crédito (FGC), que assegura um capital de até R$ 250
mil caso ocorra a quebra da instituição. Para esse tipo de investimento,
existem as seguintes modalidades:

• Pós-fixado: o capital está ligado à variação da taxa Selic1 ou do CDI2.


Quando ocorre a situação de alta de juros, as LCIs ficam bem interessantes.

• Pré-fixado: a rentabilidade será contínua, preestabelecida em contrato


no momento da compra. Essa modalidade é ideal quando se espera forte
tendência de queda de juros.

• Atrelada à inflação: nessa modalidade, há um rendimento fixo pré-


-definido acrescido de correção da inflação anual, medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Sendo assim, verificou-se que, com base nos rendimentos passados, a


rentabilidade de uma LCI pode ser próxima a 100% do CDI, o que sig-
nifica que, dependendo do momento em que estamos analisando um
investimento, precisamos verificar se a taxa Selic está acima de 10%.
Em caso positivo, esse investimento poderá se aproximar de 1% ao mês.
Para isso, deve-se associar a corretoras de valores para simular algumas
opções de investimentos e estudar qual a melhor rentabilidade oferecida

1  A sigla “Selic”, que se refere à taxa básica de juros da economia brasileira, significa “Sistema Especial
de Liquidação e Custódia”. Trata-se de um sistema usado pelo Banco Central do Brasil para a emissão,
compra e venda de títulos.
2  A sigla “CDI”, “Certificado de Depósito Interbancário”, refere-se a títulos de emissão das instituições
financeiras que lastreiam as operações de depósito interbancário.

57
no mercado no momento presente. Não há receita de bolo, pois o mer-
cado é extremamente dinâmico e o dinheiro é uma energia que circula
cada vez mais rápido!

Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) também são


interessantes

Outra excelente opção para a geração de renda passiva são os Fundos de


Investimentos Imobiliários (FIIs). Os FIIs são quotas de um fundo de
investidores de imóveis e, assim como as LCIs, não possuem Imposto de
Renda sobre o lucro obtido em suas transações. Nesse tipo de investimen-
to, todo o capital arrecadado será reinvestido no mercado imobiliário.
Ou seja, a captação dos recursos de investidores pode ser utilizada, pelo
administrador de cada fundo, na oferta de financiamentos e aquisições
de imóveis (rurais ou urbanos), aluguéis, assim como na aquisição de
títulos e valores mobiliários, o que inclui as Letras de Crédito e Certifi-
cados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Cada fundo tem uma política de
investimento que deve ser estudada com atenção. Há algumas vantagens
que podemos destacar para esse tipo de investimento:

• Você não precisa comprar um imóvel para ser um investidor no mer-


cado imobiliário.

• Os recursos captados do fundo são investidos de forma diversificada


em vários tipos de imóveis, tais como shoppings centers, estabelecimentos
comerciais, residências, hotéis, dentre outros.

• Quando os preços aumentam no mercado imobiliário, quem investe


em FII também ganha na alta.

• O investidor não tem as famosas preocupações com inquilinos, paga-


mento de IPTU e demais taxas, simplesmente porque há um adminis-
trador cuidando disso tudo no FII.

O Tesouro IPCA: uma boa opção para os mais conservadores

O Tesouro IPCA é a modalidade de títulos emitida pelo governo brasilei-


ro que tem sua rentabilidade diretamente ligada à inflação. Isso significa

58
que a remuneração para o investidor se dá por meio da correção do Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescido de uma rentabilidade
pré-definida. E a dica de ouro para esse tipo de investimento é: quanto
maior o período de investimento, melhor a porcentagem de pagamento.
Essa rentabilidade pode ser escolhida de duas maneiras:

• No final do período, no momento do resgate do valor investido (por


exemplo, se estamos no ano de 2019 temos a chance de comprar títulos
que vão vencer em 2024, 2035, 2045 e 2050).

• Recebendo juros semestrais, por meio de pagamentos a cada seis meses


dessa rentabilidade. Uma vez escolhida essa opção, perceba que os juros
não ficarão rendendo de forma composta, mas serão devolvidos para o
investidor a cada semestre. A consequência final disso é o investimento
ter uma rentabilidade menor.

Por fim, recomendamos que você, antes de entrar em qualquer tipo de


investimento, analise a rentabilidade passada sabendo que pode não se
repetir no futuro, compare com outros títulos, estude sempre, aposte na
contratação de empresas especializadas em investimentos. Não há receita
de bolo, e a decisão a ser tomada depende das condições do mercado
no momento e do perfil do investidor. É muito importante cuidar com
zelo do processo de compra de um investimento, estudando possibili-
dades, pesquisando informações na internet e avaliando as melhores
opções. Costumo dizer para algumas mulheres que se elas cuidassem
do processo de compra de um investimento com a mesma cautela que
têm ao escolher, com carinho, um sapato, roupa ou maquiagem, seriam
as melhores investidoras do mercado! Isso também se aplica aos homens
quando vão escolher seus carros: olham, estudam, compram revistas ou
pesquisam na internet se o veículo tem bom rendimento de motor, bem
como qual o nível de consumo de combustível etc. Estou certa de que a
paixão pelos investimentos pode acontecer para qualquer pessoa, basta
entender o poder dos juros compostos trabalhando para enriquecê-la.
As informações aqui apresentadas servem como um pontapé inicial para
fazer seu dinheiro trabalhar por você. Todos nós queremos tempo livre,
afeto e felicidade pessoal. Para viver de renda passiva, ou complementar
sua renda ativa com ela, a recomendação é sempre buscar mais conheci-
mento. Pois cada um de nós precisa decidir se quer, o que quer, quando

59
e como quer. As melhores coisas da vida podem não ter preço, mas com
certeza que tem um custo a ser pago. E você, está com a vida financeira
organizada e preparada para pagar esse custo?

Referências

ÁVILA, L. Como Investir em CDB, LCI e LCA. Fortaleza: Clube dos Pou-
padores, 2018.

COVRE, R. Quase 80% dos brasileiros não se organizam financeiramen-


te para a aposentadoria. Consumidor Moderno, 2018. Disponível em:
shorturl.at/dvEI0. Acesso em: 24 out. 2019.

MELÉ, J. A. Dinheiro e consciência: a quem meu dinheiro serve? São


Paulo: João de Barro Editora, 2017.

PEREIRA, G. M. G. A energia do dinheiro: como fazer dinheiro e des-


frutar dele. Gulf Professional Publishing, 2003.

60
Cristiane Lupes
@cristianelupes
Cristiane Lupes
Cristiane Lupes

• Empresaria

• Administradora de Empresas,  graduada pela Unigranrio

• Formada em Logística e distribuição pela Universidade Estácio de Sa

• Consultora Empresarial formada pelo IDE

• Coach financeira formada pelo ICF ( Instituto Coaching Financeiro - Ro-


berto Navarro

• Fincoach.

61
Fluxo de Caixa Pessoal - Mantendo o Equilíbrio

Nessa obra que vou falar sobre Fluxo de Caixa. O meu objetivo é fazer com
que você, leitor, entenda, identifique e pratique alguns conceitos do mundo
empresarial em sua vida.

O mundo dos negócios possui muitas ferramentas que podemos utilizar na


gestão de nossa vida financeira. O Fluxo de Caixa é uma delas.

Você já imaginou comprar algo sem estourar o orçamento? Fazer a viagem


dos sonhos sem ter um pesadelo quando voltar? Realizar aquela reforma
desejada por algum tempo sem se endividar? Tudo isso e muitas outras coisas
são possíveis quando se conhece profundamente sua vida financeira. Nesse
caso específico, estamos falando do Fluxo de Caixa, que é a capacidade de
pagar todas as contas geradas dentro do mês.

Vamos começar a mergulhar nesse tema e lhe mostrar como é simples e


possível fazer uma boa gestão do seu dinheiro.

Se você ouvir a seguinte frase: “Como anda o seu Fluxo de Caixa?”, qual será
a sua reação?

1 - Você fica tranquilo.

2 - Desesperado.

3 – Pensa que isso não é para você.

4 – Diz que nunca ouviu falar.

Se sua resposta for a opção 1, talvez você já conheça esse conceito e pratica em
seu dia a dia, desfrutando do poder de decidir conscientemente suas decisões
de compra e investimentos, pagando à vista ou em parcelas.

Caso sua resposta seja DESESPERADO, talvez seja em razão da falta de co-
nhecimento ou prática. Mas não precisa se desesperar. Sempre é possível
começar! Vou mostrar, ao longo dessa obra, dicas práticas para que você possa
utilizar e começar a entender o seu Fluxo de Caixa e melhorar as suas decisões
financeiras. É mais simples que você imagina, e você não precisa marcar um

62
dia para iniciar. Já comece hoje mesmo com os dados que você tem e, ao longo
dos meses, poderá desfrutar dos benefícios e ir se aprofundando no assunto.

Se sua resposta foi “isso não é para mim”, digo que esse assunto é para todos os
que têm poucos ou muitos recursos financeiros. Só com um bom gerenciamento
do seu dinheiro você poderá mudar ou melhorar a sua condição financeira,
evitando desperdícios com compras e pagamentos desnecessários.

Talvez você nunca tenha ouvido falar em Fluxo de Caixa ou pense que isso
é assunto para empresários, economistas, administradores etc. Saiba que o
Fluxo de Caixa auxilia qualquer um, seja pessoa física ou jurídica, a enten-
der e melhorar seus gastos para que consiga saber se seu mês vai fechar no
vermelho ou no azul ao final do mês, direcionado a decisão de comprar algo
ou não, qual a melhor forma de pagamento etc.

Mas, afinal, o que é Fluxo de Caixa?

Por definição significa: o registro de todas as entradas e saídas de dinheiro


ou recursos financeiros em um determinado período.

Por que o Fluxo de Caixa é importante?

É relevante para que você acompanhe sua vida financeira. Quando você ti-
ver detalhado todo o seu Fluxo de Caixa, verá com mais clareza todas as
suas formas de entrada e saída de dinheiro. Poderá observar que, em alguns
casos, algumas despesas não cabem no seu orçamento. Algumas pessoas
conseguem até uma redução de gastos com coisas desnecessárias. Também
permite compreender que é necessário criar uma renda extra para equilibrar
o orçamento mensal. Quando você iniciar e dominar essa ferramenta, verá
que será muito mais simples decidir se vai comprar algo ou não e, em caso
positivo, como comprar e optar pelo pagamento à vista ou parcelado. É um
mapa de todas as suas receitas e despesas. Logo, assim que começar a listar
suas receitas e despesas, já terá uma ideia do poder do Fluxo de Caixa!

Por que preciso ter um Fluxo de Caixa?

Para que você tenha clareza de como vai começar e terminar o seu mês.
Comece a planejar o melhor momento de realizar os seus desejos de forma
consciente, sem arrependimentos, endividamento e pagamentos de juros.
Em breve você terá uma previsão mensal, ou até anual, para realizar seus
objetivos tão sonhados.

63
Como fazer para começar o meu Fluxo de Caixa?

1- Listar todas as suas receitas, todas as suas formas de recebimento de dinheiro:

• Salário.
• Comissões.
• Recebimento de aluguéis.
• Recebimento de juros.
• Venda de itens que você não utiliza mais (bazar).
• Venda de produtos.
• Juros de aplicações financeiras.
• Trabalhos extras etc.

2- Listar todas as suas despesas. O ideal é elencá-las por completo, inclusive


as pequenas compras do dia a dia!

• Pagamento de aluguel.
• Prestação do carro.
• Despesas com cartão de crédito.
• Pagamento de juros.
• Supermercado.
• Combustível.
• Farmácia.
• Educação.
• Plano de saúde.
• Academia.
• Salão de beleza.
• Lazer.
• Restaurante etc.

3- Classificar as receitas e despesas como fixas, variáveis ou fantasmas.


Antes, vou fazer uma breve explicação com alguns exemplos.

3.1 - Receitas e despesas fixas são aquelas que têm o mesmo valor todos os
meses. Desse modo, já podemos inseri-las na planilha para todo o período.

Exemplos de receitas fixas:

• Recebimento de salário.
• Recebimento de aluguéis etc.

64
Exemplos de despesas fixas:

• Aluguel.
• Prestação com o mesmo valor todos os meses.
• IPTU.
• Mensalidade de internet, TV, telefone.
• Mensalidade escolar etc.

3.2 – Receitas e despesas variáveis são aquelas em que o valor muda todos os
meses. Nesse caso, podemos trabalhar com estimativas com base no consumo
dos meses anterior.

Exemplo de Receitas variáveis:

• Recebimento de comissões.
• Recebimento de horas extras.
• Recebimento de juros de aplicações e investimentos etc.

Exemplo de Despesas variáveis:

• Contas de consumo, água, gás, energia elétrica etc.


• Fatura de cartão de crédito.
• Combustível.
• Supermercado etc.

3.3 - Despesas fantasmas são aquelas despesas pequenas que achamos irre-
levantes, mas que, quando contabilizadas, fazem uma grande diferença no
orçamento. Veja alguns exemplos:

• Gorgetas.
• Cafezinho.
• Compra de docinhos, chicletes, chocolates.
• Lanchinho etc.

É importante dizer que para algumas pessoas esses exemplos podem mudar,
por isso o fluxo de caixa é individual. Pode até ser aplicado no contexto fa-
miliar, mas cada família terá sua peculiaridade.

65
4 – Chegou a hora de colocar a mão na massa e organizar na planilha.
Observe o exemplo:

Vamos conhecer a história do Renato!

Renato é funcionário de uma empresa no regime CLT. Trabalha 44 semanais


e é casado com Mariana, que também trabalha no regime CLT e tem 2 filhos:
Arthur, de 10 anos, e Sarah, de 5. A renda líquida familiar é de 3.800 reais
líquidos, já descontados os impostos. Renato pretende comprar um carro.
Vamos avaliar o Fluxo de caixa da família do Renato para saber se essa des-
pesa cabe no orçamento dele?

Listar todas as receitas líquidas (já descontados os impostos e taxas):

Salário Renato 2000,00


Salário Mariana 1800,00
Total 3800,00

Despesas Despesas
Despesas Variáveis
Fixas Fantasmas
Doces após
Aluguel 800,00 Luz 120,00 100,00
o almoço
Condomínio 180,00 Água 68,00 Revistas 28,00
Escola Artur 480,00 Gás 58,00 Gorjetas 50,00
Escola Sarah 550,00 App de transporte 190,00
Tel, cel, internet 220,00 *Cartão de crédito 1600,00
Assinatura de Tv 110,00 Juros cheque especial 92,00
Manutenção da conta
Netflix 29,90 26,00
bancária
Anuidade de cartão 15,00
Total 2369,90 2169,00 178,00
Total Geral 4716,90
* A conta cartão de crédito contempla as compras de vestuário, supermercado e farmácia, restaurantes,
passeios etc.

Com o histórico do primeiro mês, chegamos à conclusão de que a família não


tem renda suficiente para essa despesa. Se realmente for o desejo da família,
algumas medidas deverão ser tomadas.

66
É importante lembrar que em compras parceladas, o valor lançado no mês é
sempre o valor da parcela e não o valor total da compra.

Vamos analisar o Fluxo de Caixa da família para os próximos 6 meses:


Receitas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Salário
2000,00 2000,00 2000,00 2000,00 2000,00 2000,00 2000,00
Renato
Férias
2666,67
Renato
Salário
1800,00 1800,00 1800,00 1800,00 1800,00 1800,00 1800,00
Mariana
Lucro
200,00 500,00 250,00 400,00 600,00 800,00
vendas
Férias
2400,00
Mariana
Total
3800 4000 4300 4050 4200 9466,67 4600
receitas
Despesas Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul
Aluguel 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00 800,00
Condomínio 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Escola Artur 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00
Escola Sarah 550,00 550,00 550,00 550,00 550,00 550,00 550,00
Tel, cel,
220,00 220,00 220,00 220,00 220,00 220,00 220,00
internet
Assinatura
110,00 110,00 110,00 110,00 110,00 110,00 110,00
de Tv
Netflix 29,90 29,90 29,90 29,90 29,90 29,90 29,90
Luz 120,00 110,00 122,00 105,00 103,00 115,00 119,00
Água 68,00 60,00 55,00 58,00 60,00 62,00 58,00
Gás 58,00 53,00 55,00 58,00 52,00 54,00 57,00
App de
190,00 150,00 170,00 180,00 170,00 160,00 210,00
transporte
Cartão de
1600,00 **1500,00 **1450,00 **1600,00 **1700,00 **1550,00 **2000,00
crédito
Juros cheque
92,00 **117 **80,00 **78,00 **92,00 **68,00 **50,00
especial
Manutenção
da conta 26,00 **26,00 **26,00 **26,00 **26,00 **26,00 **26,00
bancária
Anuidade
15,00 **15,00 **15,00 **15,00 **15,00 **15,00
de cartão

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Doces após
100,00 **80,00 **60,00 **50,00 **30,00 **30,00 **30,00
o almoço
Revistas 28,00 **14,00 0 0 0 0 0
Gorjetas 50,00 **25,00 **25,00 **25,00 **25,00 **25,00 **25,00
Total 4716,90 4519,9 4427,90 4539,90 4642,90 4474,90 4944,90
** Valores estimados com base no histórico familiar.

Resultado

Receitas 3800,00 4000,00 4300,00 4050,00 4200,00 9466,67 4600,00


Despesas 4716,90 4519,90 4427,90 4539,90 4642,9 4474,9 4944,90
Total -916,90 -419 -127,90 -489,90 -442,9 4991,77 -344,90
Total -916,90 -1335,9 -146,38 -1953,70 -2396,60 2595,17 2250,27
Acumulado

Podemos concluir que Renato e sua família gastam mais do que seus rendi-
mentos mensais podem pagar, e que seu orçamento fica limitado para adquirir
novas coisas. E você, tem um Fluxo De Caixa parecido com o do exemplo?

O Fluxo De Caixa é uma fotografia da sua realidade financeira, na qual você


terá de tomar decisões importantes, como:

Aumentar sua renda.


Diminuir suas despesas.
Aumentar o parcelamento das suas compras etc.

Agora é a sua vez de iniciar o seu Fluxo de Caixa e revelar a sua foto.

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Maysa Moro
(49) 9.9964.4523
maysadmoro@gmail.com
@maysamoro.fincoach
facebook.com/Maysamoro.fincoach
Maysa Moro

• Graduação em Administração

• MBA em Gestão Financeira

• Mentora e Coach Financeira

• Analista de Perfil Comportamental

• Gestora Financeira

• Palestrante.

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Despesas Pessoais: como Manter o Controle e Quando
Reduzir

Embora seja essencial conhecer as finanças pessoais detalhadamente, uma


grande parte dos brasileiros não se interessam em aprender sobre o assunto,
e, por isso, suas atitudes não são adequadas ao uso do dinheiro, o que acarreta
altos índices de inadimplência e endividados.

Já teve aquela sensação de olhar para a conta bancária e achar que alguma
coisa estava errada? Afinal, para onde foi todo o dinheiro? Ainda que se tenha
uma excelente memória, vai ser muito difícil lembrar de exatamente tudo o
que acontece com suas finanças de cabeça.

A falta do controle financeiro é algo muito sério. É difícil encontrar uma


pessoa que goste de fazê-lo, afinal, não é algo legal e divertido. Mas, apesar
disso, existem coisas que são necessárias quando se busca a prosperidade.

Para dar início ao controle financeiro pessoal, é necessário saber quais as


consequências de não realizá-lo. Ao aplicar essa estratégia, ficará claro o que
as pessoas não consideram como metas em suas vidas, tornando mais fácil
a decisão do melhor caminho a seguir.

Como consequências do descontrole, pode-se citar, principalmente, o en-


dividamento, mas o problema vai muito além de números. O descontrole
financeiro afeta diretamente a qualidade de vida, causando sérios problemas
de saúde como stress, depressão, instabilidade emocional e baixa produtivi-
dade, o que pode acarretar o desemprego.

Mas por onde começar? Pela consciência de que é preciso mudar e indo mais
além, comprometendo-se consigo mesmo e com sua família, se for o caso.
Tenha paciência e persistência. Dessa forma, você criará o hábito e a rotina de
fazer o controle, afinal, o resultado não é imediato; não vem de um dia para
o outro, e sim após algumas semanas. Ter em mente o que se deseja alcançar
no futuro ajuda a manter o foco.

Primeiro é preciso saber exatamente o que é controle pessoal. Como o pró-


prio nome já diz, é a atitude de controlar a movimentação financeira de uma
pessoa, de modo que o dinheiro seja melhor aproveitado.

70
Uma coisa que precisamos ter em mente é que nada é impossível, basta planejar.

Mesmo sabendo que precisam gastar menos do que ganham, as pessoas con-
tinuam fazendo as mesmas coisas. Culpa do nosso cérebro, que tem preguiça
de pensar! Não é impossível gastar menos, mas fato é que dá trabalho. Porém,
o resultado é muito maior.

A forma de controle deve ser a melhor maneira para cada um, não há regra,
não há padrão. Pode-se usar planilhas, aplicativos e o bom e velho caderni-
nho. Esse momento do dia não pode ser pesado e difícil de se fazer. Por isso,
escolha o que for mais fácil.

De acordo com Daniel Kahneman, em seu livro Rápido e devagar: duas


formas de pensar, temos duas formas de pensamento, como se fossem dois
sistemas. O sistema 1 é automático e imediato, já o sistema 2, mais estrutu-
rado e analítico. Dessa forma, é possível concluir que, na maioria das vezes,
preferimos permanecer confortáveis, sem prezar pelo esforço de pensamento,
agindo sempre da mesma maneira.

Isso nos leva, também, ao chamado “comportamento de manada”, ou seja, ao


hábito de fazer a mesma coisa e da mesma forma que as outras pessoas. Essa
perspectiva permite concluir que as pessoas gostam do que é rápido e prático.

É fato que menos de 50% da população brasileira aprende alguma coisa sobre
controle financeiro no ambiente familiar. Isso é um fluxo cultural.

Falar sobre a importância da educação financeira não é um assunto somente


sobre dinheiro, mas também sobre qualidade de vida. Afinal, quando as
finanças estão organizadas, é possível planejar desde os momentos de lazer
até a troca de algum bem material, sem falar na saúde, que fica muito melhor.

O controle financeiro deve ser hábito. Para ser eficiente, deve-se controlar todas
as receitas e despesas do período. Por não fazer o básico é que se chega na situação
de acumular dívidas. Mas de nada adianta apenas anotar tudo. É essencial saber
identificá-las e ter atitude diante dos gastos que estão escorrendo pela rachadura.
Ou seja, entender onde está o erro para fazer os ajustes necessários.

É muito importante ter um compromisso consigo mesmo no início de um


processo de controle financeiro.

71
Veja, agora, algumas dicas para o controle financeiro pessoal:

1 - Livre-se das dívidas: se você não possui, parabéns! Mas se está na sua
lista, é preciso resolver. Contas atrasadas geram mais despesas. Renegociar
é uma boa solução.

2 - Conheça sua renda: é necessário saber exatamente qual o seu rendimento


mensal, já descontando impostos e o que mais venha a ser debitado no seu
salário. Para quem é autônomo, o ideal é fazer uma média para tomar como
base.

3 - Saiba o seu custo de vida: é essencial para um controle financeiro. Some


todas suas despesas, desde as fixas até as varáveis (como supermercado). Uma
dica importante é viver sempre um degrau abaixo do seu poder aquisitivo.

4 - Descubra com o que você gasta: eu sei que isso é chato de falar, mas anote
todos os seus gastos, desde aquele cafezinho da reunião até os gastos durante
o happy hour.

5 - Observe o que pode ser economizado: não existem regras. Você deve agir
de acordo com o que acredita e com o que seja melhor para você, sempre
refletindo sobre a importância e a necessidade de cada gasto. Sempre pense,
também, sobre o que você pode fazer no futuro usando aquilo que for eco-
nomizando no dia a dia.

6 - Tenha metas: aquela velha história de que se você não sabe para onde vai,
qualquer lugar serve. Com o dinheiro funciona exatamente dessa maneira.
Trace suas metas e invista nelas, afinal, o dinheiro não vai sobrar.

7 - Programe as despesas anuais: tem coisas que é preciso pagar todo ano,
IPTU, licenciamento do carro, matrícula e material escolar, entre outras.
Se não houver programação dessas despesas, a diferença no fluxo de caixa
pessoal tende a ser grande.

8 - Aprenda a utilizar o cartão de crédito: não gaste o que você ainda não re-
cebeu. Analise se o que você vai parcelar não irá comprometer seu orçamento.

9 - Planeje as compras: após definir sua lista de desejos, trabalhe nela a fim
juntar o dinheiro necessário.

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10 - Aprenda sobre finanças: estude sobre investimentos. Isso irá te motivar
ainda mais a cuidar melhor do seu dinheiro.

Analisando apenas dessa maneira, é possível afirmar que ter controle das
finanças pessoais é uma tarefa simples, mas somente quem já passou ou passa
por essa dificuldade sabe exatamente o quão relevante esse processo é.

O ponto principal é saber que para a transformação acontecer de verdade,


faz-se necessária a mudança de hábitos.

Gasto muito, e agora?

O ideal é readaptar o padrão de vida. Sabendo exatamente como está a si-


tuação, pode-se começar a pensar de que forma agir. Ao pensar em ações
corretivas, considere os dois grupos de alternativa possíveis:

- Aumentar seus rendimentos.

- Definir limites de quanto gastar em cada categoria.

No momento em que for fazer as definições, leve em consideração as suas priorida-


des, ou seja, o que é mais importante para você. Você deve ser realista. Nada de que-
rer elaborar uma mudança drástica; isso não funciona. Estimule a sua criatividade.

Tudo bem se precisar fazer alguns cortes no orçamento. Isso é muito normal
e também pode ser planejado. Comece entrando em contato com os fornece-
dores. Há uma grande chance de negociar o valor do serviço e, muitas vezes,
não é necessário cancelar, apenas adaptar.

Comprar é muito bom, mas melhor ainda é adotar um consumo responsável.


Basicamente, temos duas formas de consumo: o necessário e o luxo. Embora
não seja possível reduzir tanto o consumo das necessidades básicas, é melhor
deixa-lo um pouco de lado e usufruir com menos frequência dos restaurantes,
passeios no shopping e tudo aquilo que não faz parte do essencial. Efetuar
compras mais inteligentes também exprime um caráter responsável, como
exemplo é possível citar a troca de marcas de produtos similares.

É importante reconhecer a necessidade de persistência e paciência, pois o


resultado não irá aparecer nos primeiros dias, mas, sim, a partir de algumas
semanas.

73
Por fim, é importante encontrar um equilíbrio entre o gastar e poupar. Encon-
trar esse ponto de estabilidade é desafiador, pois é preciso racionalizar toda
a movimentação financeira, o que não é usual, pois a prática mais comum
são os gastos emocionais, aqueles feitos por impulso, de modo que, depois
de certo tempo, já não é possível lembrar o motivo que originou tal compra.

Poupar e gastar devem andar lado a lado. Uma atitude não necessariamente
exclui a outra. É possível equilibrar as duas opções, basta ter disciplina em
ralação ao dinheiro.

Para complementar a organização e controle, é muito importante adquirir


conhecimento e informações sobre juros, inflação, preços e algumas formas
de investimento.

Referências

CERBASI, G. Dinheiro os segredos de quem tem. 7. ed. São Paulo: Gente, 2003.

CERBASI, G. Investimentos inteligentes. Sextante, 2013.

KAHNEMAN, D. Rápido e devagar, duas formas de pensar. Rio de Janeiro,


Objetiva, 2012.

KIYOSAKI, R. T. Pai rico pai pobre: o que os ricos ensinam a seus filhos sobre
dinheiro. 2. ed. Alta Books, 2017.

MARION, A. Coaching financeiro, guia prático de aplicação. São Paulo, Atlas 2019.

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Biel Sousa
bielsousafincoach@gmail.com
@bielsousa.fin
Biel Sousa
Biel Sousa Finacoach
bielsousa.com

• Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Estácio de Sá

• Coach Financeiro formado pelo Instituto Aline Soaper

• Atua como Gerente de Frota na Companhia Municipal de Limpeza Urba-


na - Comlurb

• Membro do Projeto Fazendo a Diferença

• Empreendedor, Palestrante e Escritor

• Coautor do Livro Coach Que Realiza e Transfoma (2019) – Editora Conquista.

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“Todo aperfeiçoamento intelectual deriva do lazer.”
Samuel Johnson, Escritor Inglês

Minha história

Durante muito tempo, eu sempre pensei que o segredo para crescer financei-
ramente era trabalhar muito. Hoje, entendo que trabalhar muito é importante,
sim, mas comemorar nossa evolução com momentos de lazer é essencial,
além, é lógico, de continuar com esse desenvolvimento pessoal por meio da
educação, seja ela formal ou não.

Você pode estar se perguntando: “Biel, mas como você descobriu isso? Como
você aplica isso na sua vida?”.

Fique calmo. Vou responder a essa e outras perguntas ao longo desse capítulo.
Mas, primeiramente, gostaria de contar quem eu sou e o porquê de eu estar
escrevendo nesse momento com um pouco de dor de cabeça por conta de um
resfriado (o inverno no Rio de Janeiro sempre me deixa um pouco doente).

Mas, voltemos ao tema.

Você provavelmente já ouviu a seguinte frase: “Fulano acabou o estudo”.

Não sei se pra você também é assim, mas quanto mais eu estudo mais eu
descubro que tenho um mundo de coisas para aprender. E sempre foi as-
sim pra mim. Desde pequeno era considerado o nerd da turma. Segui com
minha carreira escolar e terminei o ensino fundamental, o ensino médio e,
finalmente, o ensino superior.

Após a faculdade, 6 meses depois do término, para ser mais preciso, eu co-
mecei a perceber que não estava evoluindo. Já não estava aprendendo mais
nada. Depois de sair da faculdade eu estava apenas em uma rotina que se
repetia semana após semana: Casa – Trabalho – Balada – Casa.

Não estou criticando quem vive nessa rotina. Estou apenas afirmando que
para mim isso foi um ciclo que me levou ao desanimo e à falta de motivação.

Foi apenas quando conheci o mundo do desenvolvimento pessoal que des-


cobri que, na verdade, as pessoas de sucesso nunca param de estudar, seja no
âmbito, profissional, pessoal ou acadêmico.

76
Nessa mesma época, eu me endividei por uma questão familiar. Não tinha
todo o dinheiro disponível no momento, por esse motivo pedi um emprés-
timo ao meu banco.

Eu não sei você, mas eu não tive uma educação financeira quando criança.
Nem meus pais tiveram. Imagine meus avós! E esse foi o motivo pelo qual
eu cheguei a um momento da minha vida (agosto de 2017) que eu nunca vou
esquecer. Era por volta do dia 20. Uma noite de sexta. Saí para comer fora
com minha namorada na época. Após o jantar, a conta veio.

Eu: Crédito, por favor.

Garçom: Recusado, senhor.


Eu: Passa no débito, então.
Garçom: Recusado também, senhor.

Nesse momento pedi a minha namorada que pagasse a conta e depois daria
o dinheiro para ela. Eu tinha acabado de descobrir que não tinha mais saldo
no cartão de crédito, cheque especial e muito menos dinheiro. E ainda havia
um problema para agravar: eu ainda teria de esperar mais de 10 dias para
receber meu salário. Foi exatamente nesse instante que descobri que tinha
que aprender sobre finanças.

Comecei pelos livros Os segredos da mente milionária e Pai rico Pai pobre.
Depois, pesquisei conteúdos on-line e fui em busca de mais conteúdo, até que
em novembro de 2019, eu conheci, através do Instagram, uma pessoa mara-
vilhosa chamada Aline Soaper, que estava abrindo uma formação de Coach
Financeiro. Foi por causa dela que hoje estou aqui, escrevendo para você.

Hoje eu ajudo pessoas a criarem comportamentos que as levem para uma


vida de prosperidade financeira. Para que não passem pelo que passei.

Mas agora quero contar para você duas coisas que descobri na minha jornada:
a educação continuada e a importância do lazer.

77
O Que é Educação Continuada

De acordo com o site www.domboscoead.com.br, educação continuada é um


conceito em que o profissional, em todos os âmbitos de sua vida – profissional,
pessoal ou acadêmica –, obtém uma aprendizagem contínua. Segue a premissa
de que nunca é tarde para aprender algo.

Apesar de ser algo importante para qualquer pessoa, são poucas as que têm
uma educação continuada. E mesmo as que têm, muitas vezes se endividam
para realizá-la.

Mas, Biel, como posso continuar meu desenvolvimento sem me endividar?


Você já viu como os cursos são caros?

É exatamente por isso que esse capítulo existe. Mas vou responder isso um
pouco mais à frente. Não fique ansioso.

Qual a importância da educação continuada?

A base de tudo é o entendimento.



“Se você não sabe a importância daquilo que está fazendo, provavelmente não o fará”.
Biel Sousa

E aqui quero dividir com você a importância de continuar a sua educação.


Seja ela formal ou informal.

Segundo a SBCoaching:

“O desenvolvimento pessoal é um processo de potencialização de


habilidades e competências para conquistar objetivos e criar con-
dições para uma vida bem-sucedida em todas as suas INSTÂNCIAS”.

Seja para melhorar a performance no trabalho e avançar na carreira, desen-


volver habilidades e qualidades específicas ou até para alcançar seu potencial
total como pessoa, continuar a se educar é o princípio fundamental para que
isso ocorra.

78
Mas quais as opções para prosseguir a sua educação?

Antes de te responder isso, quero te apresentar um conceito que será muito


importante para você.

O “Euvestimento”

O conceito de “Euvestimento” é ver a si próprio como o seu maior ativo


passível de investimento.

Mas será que eu sou realmente um investimento?


Imagine as seguintes situações:

Situação 1)

Uma pessoa compra uma casa no valor de 100 mil e a aluga por 1 mil reais,
o que lhe dá um retorno mensal de 1%. Essa pessoa levará 100 meses para
recuperar o valor de investimento.

Situação 2)

Uma pessoa tem um salário de 3 mil e faz um curso de especialização em


sua área de atuação no valor de 10 mil reais, com duração de 6 meses. Após
a conclusão do curso, seu salário dobra, e em menos de 4 meses já possui seu
investimento de volta.

O “Euvestidor” é aquele que percebe que investir no seu conhecimento e


aperfeiçoamento rende os melhores juros.
“Investir em conhecimento sempre rende os melhores juros”.
Benjamin Franklin

Lazer para quê?

Segundo o Google, lazer é: tempo que sobra do horário de trabalho e/ou do cum-
primento de obrigações aproveitável para o exercício de atividades prazerosas.

No livro Essencialismo, o autor descreve a importância de dois conceitos que


a maioria das pessoas considera fútil, mas que combinam perfeitamente com
a definição de lazer:

79
O Descanso e o Brincar.

Esses dois conceitos são primordiais para que as atividades do dia a dia não
nos sufoquem.

Aumente a energia brincando

Quando nos referimos ao “brincar”, não pense que isso diz respeito simples-
mente ao ato que fazemos quando crianças, com bonecos e brincadeiras tipo
pique-esconde, amarelinha, entre outros.

Nós brincamos todas as vezes que estamos em um papo com um amigo que
nos faz sorrir, quando reservamos um tempo “implicar” com quem amamos.
Quando contamos uma piada. Quando somos criativos.

O ato de brincar causa um aumento da nossa criatividade e energia e nos


deixa mais animados e motivados.

O poder do descanso

O descanso é o ato de acalmar tanto o nosso corpo quanto a nossa mente.

Assim como a brincadeira, o descanso nos deixa com as energias renovadas.


A diferença é que enquanto o descanso está pautado no repouso, a brincadeira
está baseada na agitação.

Podemos descansar meditando, lendo um livro na praia, assistindo um filme etc.

Ao descansar, nosso organismo se recupera e nos deixa com 100% de energia


e disposição para o trabalho e rotinas do dia a dia.

Não é caro brincar e descansar

Se você analisar com calma, não é caro brincar e descansar.

Muitas vezes queremos fazer coisas que em vez de representarem momentos


de lazer, acabam se complicando tanto a ponto de se tornam tarefas que
roubam nossa energia.

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É como ir a uma viagem e, em vez de voltar pronto para o dia a dia, você faz
tantas coisas e acaba ficando mais cansado do que quando partiu para viagem.

Por isso é importante que você leve a sério seu lazer.

3 Rs da Sustentabilidade financeira (Rever, Reduzir e Remanejar)

Rever

É de suma importância estarmos revendo nossos gastos periodicamente.


Ainda mais, quando gastamos de forma emocional. Dessa maneira, quando
reservamos um tempo para rever nossas contas, podemos ter a clareza de
como está nossa saúde financeira.

Reduzir

Não é preciso viver como pobre, mas é preciso aprender a viver com o es-
sencial. Não estou falando para você, mulher, deixar de ir ao salão de beleza
ou homem deixar de tomar um chop com os amigos nas quartas de futebol.
Mas é preciso ter a consciência de que o gasto em coisas não essenciais são
um grande problema.

Remanejar

Uma vez que se tem consciência do que é prioridade e do que não é, podemos
remanejar uma parte do dinheiro para nosso lazer e aperfeiçoamento.

Como gastar com educação e lazer?

Vou te dar uma dica muito legal de como gastar com lazer.

Pegue um calendário próximo. Veja quantos fins de semana tem no próximo


mês. Digamos que sejam quatro. Agora você sabe que tem 8 dias de fim de
semana no próximo mês. Agora pense em quanto você pode gastar por mês
com diversão. Vamos supor que seja R$400,00. Assim, você sabe que pode
gastar R$50,00 por dia durante o fim de semana no próximo mês.

E com a educação?

81
Eu recomendo que você gaste de 5% a 10% do seu salário com educação, visto
que essa educação que vai permitir que você continue evoluindo tanto como
pessoa quanto como profissional com alto valor de mercado, podendo, assim,
dobrar seu salário a cada ano.

E como gastar com educação?

Com livros, cursos, formação, acompanhamento profissional etc. Tudo que


te leve para o seu próximo nível. Não adianta fazer um curso para deixar o
diploma na gaveta.

O investimento em educação tem que ter um propósito.

Seja um ROI Positivo

Para finalizar, espero que a partir de agora você se veja como um ROI positivo
(ROI – Retorno do investimento, em inglês).

Ser um ROI positivo significa você, independentemente da situação, fazer


cada real investido em si mesmo voltar para o seu bolso.

Trabalhe com afinco, estude com propósito e descanse com qualidade.

Referências

www.domboscoead.com.br

https://www.sbcoaching.com.br/blog/desenvolvimento-pessoal/

Google.com

Enssencialismo – Greg Mckeown

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Odinéia Silva
(48) 98404-2720
odineiasilvacoach@gmail.com
@odineiasilvacoach
@odineiasilvacoach

• Apaixonada por transformar pessoas e negócios levando equilíbrio e gran-


des resultados em todos os pilares da vida através das Finanças

• Graduação: Administração pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

• Especialização: MBA em Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria


(FGV)

• Coach em Finanças (Instituto Soaper)

• Coach Integral Sistêmico e em Business High Performance (FEBRACIS)

• Coach Executivo (FEBRACIS)

• Analista de Perfil Comportamental (FEBRACIS)

• Colunista da Revista O Empresário

• Empresária

• Palestrante.

83
Despesas Familiares – A Importância de Formar um
Time que Sabe para Onde Está Indo

Neste capítulo, vamos abordar a importância da base familiar e como esse


sistema influencia na vida do indivíduo, afinal, é nela que temos nosso primei-
ro convívio social, aprendemos e nos preparamos para a vida, seja adminis-
trando pequenos conflitos, seja nos unindo ou nos importando e respeitando
uns aos outros.

A família é o primeiro alicerce do crescimento espiritual e de sabedoria de


um indivíduo. São os pais que ensinam às crianças o caminho da vida, sendo
necessária muita cumplicidade, respeito, empenho, renúncia para o desen-
volvimento de um ser.

Segundo Bert Hellinger, criador das Constelações Familiares, a vida dentro


da família é permeada por quatro princípios, os quais ele nomeia de “Ordens
do Amor”. São compostas por lembranças que temos da nossa infância e dos
momentos mais simples de afeto, carinho e brincadeiras com nossos pais,
que nos fortalecem para que sejamos pessoas seguras e capazes de vencer os
desafios diários. Quando essas lembranças são permeadas de sentimentos
secundários, como raiva e medo, estamos conectados justamente com a falta
desse amor. Com isso, as dinâmicas dentro das famílias tornam-se a base
inicial para se conhecer as leis que são regidas pelo amor, mesmo em meio a
relações complexas e/ou trágicas.

Neste texto, pretendo trazer reflexões sobre a importância do convívio fami-


liar sob o enfoque da educação financeira em conjunto com as Constelações
Familiares, enfatizando as desordens encontradas no comportamento das
famílias em função do desequilíbrio sistêmico. Dessa forma, tem-se o objetivo
de revelar padrões familiares de escassez que geram desordens e promovem a
conscientização de cada familiar sobre seu papel, seu lugar e o que pode fazer
para alcançar a prosperidade financeira e o bem-estar familiar.

Diante de um cenário, há um item intrigante que permeia o comportamento


humano quando o assunto é dinheiro: o consumo desenfreado, que acarreta
o nível alto de endividamento em muitas famílias. As promoções dos mais
variados tipos e preços, cartazes dos mais variados tamanhos e cores, refor-
çam a importância de termos clareza do que essa enxurrada de estímulos ao
consumo pode provocar dentro do contexto familiar. Torna-se necessário

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saber quem somos e onde queremos chegar, agindo constantemente com
inteligência emocional e financeira a fim de nos tornarmos mais fortes do
que todas as influências, mantendo o foco na prosperidade financeira.

Família

O papel da família vai muito além de ensinar o que é errado ou o que é certo.
A maior tarefa da família é formar indivíduos seguros, respeitosos, autocon-
fiantes, tolerantes e felizes.

Ela é a principal responsável pela educação de suas crianças, bem como pela
transmissão de valores e crenças que, em sua maioria, são passados para
as crianças não pelo que a figura do pai ou da mãe representam, e sim por
aquilo que elas veem.

Afinal, se não sabemos quem somos, saberemos menos ainda para onde ire-
mos. A família precisa ser a base do ser humano para esse conhecimento
interno, a fim de que possamos desenvolver bem nossa capacidade de fazer
escolhas tanto pessoais como profissionais. Baseando-se no ponto de vista das
constelações familiares, o indivíduo nasce na família certa e se vincula a esse
sistema. Independentemente dos acontecimentos que ocorrem nas dinâmicas
dessa família, todos têm direito igual ao pertencimento nesse núcleo. Sendo
assim, quando há um familiar excluído, imediatamente esse sistema familiar
entra em desequilíbrio, iniciando um processo de emaranhamento. Nesse
momento se estabelece a primeira lei sistêmica: a do pertencimento, a qual
Bert Hellinger apresenta como consequência para uma vida desequilibrada,
o que reflete nas relações sociais, no contato com o dinheiro, na carreira e nas
decisões da vida profissional, dentre outras situações que podem se apresentar
ao longo da vida desse indivíduo.

O ponto de equilíbrio deve ser respeitado entre os familiares, começando


dentro da família, para que, na vida adulta, seja possível contrabalançar nas
relações profissionais. Um excelente exemplo disso na vida financeira das
famílias é a relação profissional desequilibrada entre a percepção de trabalho
e o valor do dinheiro recebido.

Aqui, deixo uma questão para reflexão: existe alguma lei sistêmica não res-
peitada em sua família que faz com que as despesas familiares sejam cada
vez maiores e pesadas a ponto de viver a sensação de formar um time de
endividados?

85
Inteligência emocional

Um dos pontos-chave para se formar um time familiar focado na prosperida-


de financeira é ensinar os filhos a lidarem com o seu bem-estar emocional e
não somente com o bem-estar físico. Em outras palavras: o número de jovens
ansiosos, depressivos, estressados e agressivos vem aumentando drasticamen-
te porque nós, pais, temos focado, muitas vezes, no que os nossos filhos devem
fazer (fazer inglês, natação etc) e não no que eles são (inteligentes, dedicados,
amorosos etc). As crenças que estão dentro das famílias de origem são fruto
de uma vida sofrida, de épocas de inflação em que o dinheiro perdia seu valor
de forma muito rápida. As novas gerações não precisam se sentir pertencentes
a ponto de fazerem um pacto com o passado de uma economia desastrosa.

Para pertencer a esse sistema, e por um amor inocente aos pais, o indivíduo,
muitas vezes, adota para si culpas e responsabilidades de seus familiares com
a finalidade de manter o sistema unido. São decisões tomadas, normalmente,
na primeira infância e de forma inconsciente, mas que repercutem ao longo
de toda a vida da pessoa. Por exemplo, no contexto de inflação e dificuldades
econômicas que nossos pais viveram, uma criança de quatro anos de idade que
viu seu pai falir, deixando a família na miséria, pode se sentir culpado por essa
situação. Como a culpa é um sentimento secundário, constitui-se a desordem
no sistema, fazendo com que esse indivíduo, quando adulto, também de forma
inconsciente, leve sua empresa a falir por uma identificação com o seu pai.

A busca que os pais fazem, nesse sentido, tem sido para não permitir que seus
filhos passem pelas experiências negativas e de escassez que eles passaram. Com
isso, a base do indivíduo vem sofrendo fortes consequências em razão da mudan-
ça tecnológica acelerada que surgiu para nos “ajudar”. São pais que oferecem toda
a sorte de brinquedos eletrônicos e artefatos digitais, os quais, nem sempre, são
brinquedos saudáveis. A ânsia por querer dar tudo do bom e do melhor é inte-
grada à correria do dia a dia. Muitas vezes terceirizamos o tempo que deveríamos
dedicar a nossos filhos aos celulares e tablets, formando, assim, indivíduos que
entram facilmente em desequilíbrio sistêmico por não sabem lidar com “nãos”
ou com “limites e regras”. São situações assim que podem levar a uma série de
sintomas na vida adulta, como crises de ansiedade e até mesmo a depressão.

Para isso, precisamos entender que as crianças devem brincar, fazer “crian-
cice”, correr seus próprios riscos e saber lidar com diferentes situações já
nos primeiros anos de vida, a fim de que nossos filhos sejam mais seguros e
saibam lidar com suas emoções, tornando-se, consequentemente, mais pre-
parados para a sociedade e para o mercado de trabalho, sendo mais FELIZES.

86
A felicidade está dentro de cada um de nós. Precisamos deixar isso sempre
muito claro para os nossos filhos, pois quando a pessoa entende que ser feliz
depende exclusivamente dela, que nós atraímos aquilo que pensamos, quando
entende o poder de aprender a se conhecer e de lidar com as próprias emoções,
darão menos importância a supérfluos, a despesas desnecessárias e terão uma
vida mais equilibrada e focada nos seus sonhos e objetivos.

Inteligência Financeira

Para uma vida financeira equilibrada, após uma análise profunda das pos-
síveis desordens nas leis sistêmicas dentro da família, pode-se partir para o
lado material da relação com o dinheiro, que corresponde à organização!
Ter organização é fator primordial para quem busca por controle financei-
ro, e é, também, uma das necessidades básicas para um bom planejamento
financeiro. Algumas pessoas utilizam apenas um caderninho bem simples
para anotar tudo o que entra e tudo o que sai. Já outras preferem utilizar um
aplicativo ou planilha. A forma que cada pessoa ou família adota para se
organizar não importa. Cada um tem seu jeitinho e não há nada de errado
nisso; o errado é não se organizar.

Abaixo, seguem 8 dicas que, para nós, foram essenciais para mantermos um
time de SUCESSO em nossa casa:

1) Falar abertamente sobre dinheiro – saber quanto cada integrante da casa


ganha é fundamental para que as finanças da família sejam encaradas de
forma natural e para que haja controle sobre as despesas.

2) Tratar o dinheiro do CASAL como uma coisa só, mantendo um valor pré-
-estipulado para os gastos individuais. Por exemplo: R$ 200,00 para o marido
e R$ 200,00 para a esposa (para guardarem ou gastarem com o que quiserem).

3) Ter objetivos em comum. Falar sobre sonhos e desejos do casal, estipulan-


do prazos a curto, médio e longo prazo para alcançá-los. Se for necessário,
ajuste sua meta.

4) Ter objetivos individuais: metas profissionais e até mesmo sonhos individuais.

5) Mantenha o orçamento do casal em dia. Faça o orçamento também dos


próximos meses, separando por tipo de despesas e estipulando teto de gastos.

6) Viva um degrau abaixo da sua renda.

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7) Faça uma reserva de segurança para possíveis imprevistos ou oportuni-
dades que venham a aparecer.

8) Dê mesada para os filhos, estipulando um percentual para sonhos maiores.

As pessoas de sucesso procuram se manter em constante movimento e cres-


cimento. Falam de experiências e ideias bem-sucedidas. Fazem girar energia
positiva dentro de si, de forma que as levem sempre mais para perto do seu
foco. Seus planos futuros são claros e bem definidos. Afinal, trabalhar e mal
conseguir ver a cor do dinheiro, bem como ter a sensação de que trabalha
somente para pagar contas não é algo prazeroso. Pelo contrário, é algo que
destrói famílias e relacionamentos todos os dias por não proporcionar ne-
nhuma qualidade de vida, seja pessoal ou familiar. Dessa maneira, podemos
sintetizar que educação financeira é um conjunto de conhecimentos, ferra-
mentas, atitudes e conceitos que nos levam a tomar atitudes mais conscientes
e adequadas em relação ao nosso dinheiro.

Orçamento Familiar

Para transformar sonhos em realidade é preciso estabelecer metas objetivas e


claras, as quais, normalmente, precisam de recursos financeiros para serem
alcançadas. Por isso, controlar o orçamento pessoal ou familiar é algo fun-
damental, que deve incluir a participação de todos os integrantes da família,
considerando os diferentes perfis de comportamento financeiro.

Deve-se controlar todos os ganhos (não esqueça de contabilizar outros valores,


como 13º, férias, horas extras, bonificação e outros) e as despesas mensais
da família, bem como estipular tetos para os próximos meses, comparando,
mensalmente, o valor orçado com o valor realizado.

Comece incluindo as despesas fixas (aluguel, condomínio, educação). Não


esqueça das despesas sazonais, como IPTU e IPVA, e, por fim, inclua teto
para as despesas variáveis, que são aquelas que acontecem todos os meses,
mas que são passíveis de redução ou aumento de valor (água, luz, telefone,
supermercado, combustível, gastos pessoais etc.).

Utilize valores dos dois ou três últimos meses como média para estipular um valor
como orçado. Dessa maneira, todos conhecerão a realidade financeira da família.

Essa reorganização na vida financeira, consiste em olhar para as despesas e


entender se são originadas por um desejo de consumo supérfluo ou essencial.

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Deve ser feita para pôr em ordem as prioridades dentro da família, sempre
mediadas por diálogos entre os vários membros do sistema, focando em um
propósito comum para que todos se esforcem para reduzir despesas.

Não resta dúvida que lidar com o dinheiro exige disciplina, estudo constante
e comprometimento, mas, acima de tudo, demanda mudança de mentalidade,
de forma que se torna necessário prezar pela consciência da importância de
mudar hábitos e usar os juros a seu favor, pois crescemos em uma cultura que,
até pouco tempo, não falava em “poupar”, tampouco em educação financeira.

Prosperidade Financeira: Força, Foco e União do Time que sabe


para onde está indo

A prosperidade financeira envolve um conjunto de hábitos que todos nós


podemos desenvolver a partir de nossas próprias atitudes.

Um hábito importante para a prosperidade financeira é o controle das nossas


emoções e impulsos, dominando, por exemplo, a vontade de comprar algo
ou simplesmente entendendo que aquele não é o momento de adquirir o
produto. Dessa maneira, aumentamos significativamente a possibilidade de
atingirmos a independência financeira.

Outro ponto-chave é entender os quatro pilares da prosperidade financeira:


ganhar (quais são as formas possíveis de aumentar a renda?), cuidar (para
onde está indo meu dinheiro? Os juros estão a meu favor ou contra mim?),
proteger (meu dinheiro está protegido de forma segura?) e multiplicar (onde
tenho investido meu dinheiro para multiplicá-lo?).

Nunca devemos esquecer dos hábitos de doar e agradecer para que se tenha
uma vida equilibrada e próspera financeiramente.

Ao longo desse capítulo, você pode constatar que um dos pontos-chave para
formar um time de sucesso é ter um orçamento individual ou familiar, ou seja,
olhar para os padrões familiares e identificar possíveis desequilíbrios das leis
que regem nosso sistema familiar. Dentro desse contexto, deve-se entender o
papel de cada membro da família, reconhecendo-os como parte do todo, de
forma a habilitá-los com relação à participação nas decisões com consciência.
Deve-se ter o hábito de conversar abertamente sobre dinheiro, falar sobre os
sonhos, traçar metas e objetivos juntos, zelando sempre pela estabilidade,
segurança e felicidade, sabendo claramente para onde se está indo.

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Enfim, são inúmeros os hábitos que devem fazer parte do nosso dia a dia e
da nossa identidade familiar, pelos quais seremos conhecidos e que serão
essenciais para a formação e andamento do time de sucesso chamado família.
Somente assim conseguiremos manter uma vida saudável financeiramente e
atingiremos a liberdade financeira de forma leve e tranquila.

Referências

HELLINGER,B. Ordens do Sucesso – Exito na vida êxito na profissão – 4.ed.


Atman, 2011

FREITAS,F. Desate os nós da sua mente – ed. IBRACS

90
Leonardo Pinheiro
(61) 99282-2730
@leonardinheiro
www.leofincoach.com.br

• Administrador

• Analista de Sistemas

• Auditor Federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União


(CGU) há mais de 14 anos

• Palestrante

• Escritor

• Professor da área de Finanças Pessoais.

91
Do Inferno das Dívidas ao Céu do Sucesso Financeiro
e Pessoal

É uma grande alegria e uma verdadeira honra saber que você se interes-
sou por esta obra e já fez o que a maioria das pessoas tem medo, o que é
considerado por muitos o momento mais difícil: dar o primeiro passo. E
isso vale para tudo na nossa vida, principalmente tratando-se de finan-
ças pessoais. No nosso caso, essa ação é fundamental para o início da
reviravolta financeira de quem está com dívidas e com endividamentos
e não sabe como se livrar delas.

Há dois segredos mágicos para resolver de vez o seu problema com dí-
vidas. O primeiro segredo constitui a etapa mais difícil desta jornada:
começar. Isso você acabou de fazer ao adquirir esse livro. O segundo
é um dos mais importantes: persistir. Para que você entenda melhor,
vou relatar a minha experiência vivida no mundo sombrio das dívidas e
do endividamento devido à extrema ignorância financeira. Eu culpava
tudo e todos por ter chegado ao fundo do poço e por ter, infelizmente,
colocado os meus pés na lama das dívidas. Via o mundo de baixo para
cima. Mas quer saber qual é a boa notícia dessa história? Tudo tem so-
lução! Basta agir e ter o desejo ardente de transformar e conduzir a sua
situação financeira a outro patamar.

Entretanto, foi necessário que algo acontecesse comigo para eu descobrir


o meu propósito de vida, um fato que, ao mesmo tempo, serviu para que
eu aprendesse a valorizar quem realmente tem importância: a família.
Não era para ser assim, mas a cada dia que passa tenho a convicção de
que tinha de ter passado pelo que eu passei. Tive o meu sonho profissio-
nal realizado após muitos anos de estudos e sacrifícios. Enfim, consegui
a tão almejada estabilidade no serviço público, passando a ser muito
bem remunerado. Com isso, vieram as supostas benesses que o cargo
e o contracheque proporcionam aos concursados, como o assédio dos
bancos com o crédito fácil. Isso, aliado a uma total ausência de educa-
ção financeira (para não dizer analfabetismo), tornou-se um ambiente
propício ao insucesso familiar, pessoal e profissional.

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O hábito de não se interessar em dar o devido valor e respeito ao dinheiro
desde a minha infância, somado ao hábito de criar dívidas continua-
mente, aprendido consciente e/ou inconsciente com o passar dos anos
no serviço público, me empurraram para o abismo da inadimplência e
da convivência, quase diária, com as cobranças de credores.

Eu vivia uma vida sempre calculada e baseada no valor das parcelas,


“se cabiam” ou não no pagamento mensal, e nunca no valor final das
compras. Gastava hoje sem pensar no amanhã. Em resumo: “Eu tinha
muito status e pouco extrato”. Essa era a minha realidade sendo servi-
dor público. Os problemas advindos da falta total de gestão financeira
estavam prestes a atingir a minha vida em cheio.

No dia 22/12/2016, quinta-feira, às vésperas do Natal, aconteceu o inevi-


tável. Aquela manhã trágica fez sair definitivamente de cena um menino
de dentro do corpo de um homem de 35 anos, que usava irresponsavel-
mente todo o seu dinheiro e o dos “outros”, como um garoto mimado
que comprava tudo o que queria, como se estivesse dentro de uma loja de
doces. Após anos travando batalhas com os bancos e credores, pagando
o mínimo das faturas do cartão, parcelas de financiamentos, juros altos,
tarifas, multas por atraso uso rotineiro do cheque especial, eu estava com
medo de ir ao posto de combustível abastecer o carro para ir ao trabalho
diante da possibilidade de o cartão de crédito não autorizar o pagamento
(limite “estourado”).

Eu achava que tinha “bala na agulha” até aquele dia. O cartão de crédito
não autorizou. Voltei para casa, fui falar com a esposa. Pedi 20 reais em-
prestados em vão. Recorri ao meu filho, de apenas 14 anos, solicitando
um valor menor, 10 reais, e ele me disse: “Pai, você não me dá mesada.
Como eu posso te emprestar 10 reais?”. Fui para a minha última opção:
minha filha de 4 anos, à época. Ela tinha um cofre. Ela sim me empres-
tou, contudo, sem a sua vontade, porque eu não cheguei a perguntar. O
desespero me fez pegar todas as cédulas que ela tinha e estava guardando
fazia alguns meses, quiçá anos. Consegui 17 reais. Saí de casa com a
“sensação de vitória” e me “sentindo muito esperto”. Ao mesmo tempo
comecei a sentir um aperto no peito. Na verdade, sobreveio o sentimento
de culpa gerado pela percepção de que eu acabei de cometer um crime
grave contra a minha própria filha.

93
Consegui chegar ao trabalho e uma palavra me resumia financeiramente:
Pobre. Tirei esse dia para fazer algo nunca feito antes: saber o quanto eu devo.
E descobri, no final do expediente, que as minhas dívidas e endividamentos
somavam R$ 190.527,21. Quase 20 vezes o salário bruto mensal. Sem contar
o financiamento imobiliário de R$ 337.897,33. Para piorar a situação, meses
antes cheguei a ser ameaçado pela chefia a ser colocado à disposição do Re-
cursos Humanos por baixa produtividade, inassiduidade, falta e iniciativa e
resultados abaixo da média tolerada. Quase joguei meu sonho profissional
pelo ralo.

Então, uma noite antes de dormir pedi ajuda aos céus com muita fé e um
desejo enorme de sair dessa situação. E fui atendido. Recebi, no outro dia, um
e-mail falando de um serviço de Coaching. Contratei, me dediquei, estudei,
apliquei, tive paciência e o resultado foi o esperado: a vitória. LIQUIDEI AS
MINHAS DÍVIDAS EM 02 ANOS E 06 MESES. Simples, mas não fácil. A
minha esposa e meus filhos são os grandes responsáveis por essa vitória e
o melhor: agora a minha família tem inteligência financeira e mentalidade
milionária.

A partir disso, devido ao meu sucesso, resolvi ser Coaching. Hoje me tornei
um Coaching Financeiro profissional devidamente habilitado pelo Instituto
Soaper. E o mais curioso foi o segmento no qual eu decidi atuar: dívidas e
endividamento familiar.

Revelo, agora, o caminho percorrido e na forma de um método, o qual,


adaptado por mim, ajudou na minha reviravolta da vida financeira, bem
como ajudou dezenas de clientes de coaching, clientes gratuitos, mentorados,

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amigos, parentes e conhecidos de amigos. Além dos dois segredos iniciais
(iniciativa e persistência), seguem os demais que, caso sejam cumpridos, vão
te ajudar a sair das dívidas e a nunca mais fazê-las:

Segredo 03 – Conscientização
Você precisa assumir para si mesmo e ter a humildade que você está “quebra-
do”, como também que levará algum tempo até regularizar essa situação. Para
mudar você terá que transformar seus hábitos financeiros e eliminar algumas
crenças limitantes em relação ao dinheiro. Então, é muito provável que apenas
mais dinheiro não resolverá sua situação, ou seja, se você pegar um empréstimo
para quitar todas as suas dívidas, em breve se endividará novamente.

É provável que você esteja nessa situação por consequência de hábitos finan-
ceiros errados. Além de se conscientizar, é necessário incluir a sua família
para juntos caminharem nessa árdua jornada.

Segredo 04: Mindset Financeiro


O termo Mindset significa “modelo mental”. É a configuração dos seus pen-
samentos. Da mesma forma que o mindset pode ser construído, ele pode ser
alterado. Para mudar algum hábito ou comportamento de gastador e de endi-
vidado, é preciso modificar o seu mindset, ou seja, sua forma de ver o mundo.

Se você tem muitas dívidas, o seu mindset está configurado no modo endi-
vidado. Sabe aquela frase que diz: “O que você foca se expande”? Pois é, se
você acordar pensando nas suas dívidas, trabalhar meditando nelas, ir para
casa pensando e antes de dormir continuar pensando, sabe o que continuará
fazendo parte da sua vida? DÍVIDAS. Portanto, para iniciar a mudança do
seu mindset, eu irei te passar um método simples em três etapas:

1) Pagar-se primeiro: ao receber o salário, defina um valor a ser retirado e


destinado para você começar a criar a sua reserva de emergência e pagar as
suas dívidas. Viva com o que restar.

2) Investir em conhecimento: A leitura transforma e, para isso, você deve in-


vestir em livros, fazer cursos, participar de eventos, seminários. Tudo isso é
transformador e auxilia significativamente nos resultados dos seus objetivos. Os
temas sugeridos são de finanças pessoais, inteligência emocional e investimentos.

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“Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância”. Ben Franklin

3) Gratidão: Agradeça por tudo o que você tem ao seu redor, até mesmo pelo
valor no extrato bancário que você tem agora. Um dos vários motivos pelos
quais as pessoas nunca alcançam o seu resultado financeiro é a ingratidão.

Segredo 05: Parar de Cavar


O primeiro livro que eu li sobre mudança de mentalidade foi o best-seller Pai Rico
Pai Pobre, de Robert Kiyosaki. Esse é um livro sobre o qual eu posso afirmar,
entre vários outros que eu li e ainda estou lendo, que “mudou a minha vida”.

“Se você descobre que se enterrou num buraco...pare de cavar”. Robert T. Kiyosaki

É simples fazer isso, mas não é fácil. Temos de lutar fortemente contra a nossa
crença de gastador. Fechar a torneira dos gastos é essencial para mudar de
vida.

Segredo 06: Reserva de Emergência


Esse é um dos conceitos mais importantes relacionados à educação financei-
ra. Reserva financeira é o termo usado para um armazenamento de valores
intocável e dedicada apenas para emergência e imprevistos. O seu objetivo
é ter um dinheiro de fácil e rápido acesso para pagar despesas imprevistas
sem comprometer o seu orçamento. A melhor ação é investir esse dinheiro
(renda fixa) e nunca guardá-lo na poupança.

Segredo 07: Diagnóstico


Essa etapa é a que mais assusta as pessoas: fazer um levantamento de todas
as dívidas. Sugiro que crie uma planilha no computador e crie os campos:
Credor, Valor original, Valor da Parcela, Taxa de Juros, Valor para Quitação e
Valor Pago. Preencha-a com todas as suas dívidas e siga para o próximo passo.

Segredo 08 – Priorização
Nesse ponto você precisa saber quais delas são mais importantes e essenciais
para a sua vida. Crie uma coluna na sua planilha chamada Prioridade e esco-
lha apenas duas opções: PERIGOSA E NÃO PERIGOSA. As Perigosas são
as que colocam o seu patrimônio em risco, ou seja, podem gerar sua perda.
Por exemplo: ser fiador, financiamentos imobiliários, de veículos, taxa de
condomínio e impostos (IPTU). As Não Perigosas são, geralmente, dívidas
com bancos que podem ser cobradas judicialmente ou extrajudicialmente, e
que, a priori, não afetam o seu patrimônio de imediato.

96
Segredo 09 – Simplificação
Essa fase diz respeito ao que chamamos de “cortes de gastos desnecessários”,
mas de forma inteligente. O objetivo é fazer sobrar dinheiro para saldar as
dívidas. Mas antes de começar a reduzir os gastos, é necessário saber quanto
se gasta e definir uma meta de redução. Para isso, você deve ter, a partir de
agora, a sua planilha mensal de receitas e despesas.

Essa planilha pode ser feita sob qualquer forma: no papel, no caderninho, na
folha A4, no Excel, no celular, em aplicativos etc. O que importa é preenchê-la
agora e em todos os meses seguintes, identificando aquelas despesas que te
deixam pobre e são invisíveis aos olhos do endividado. Por exemplo: tarifas
bancárias, anuidades de cartão de crédito, água, luz, celular, TV a cabo, luz,
entre outros. São gastos que devem ser poupados e revertidos na sua priori-
dade: pagar dívidas.

Segredo 10 – Negociação
Muitos dos devedores continuam endividados só porque não querem ou
não tem coragem de encarar seus próprios problemas. O grande diferencial
de quem tem dívidas e dos que ainda continuam com elas é a ação. Quem
quer realiza. Quem não quer dá uma desculpa. Sempre que for negociar, vá
pessoalmente, fale com os gerentes ou supervisores (nunca com atendentes
e por telefone), exija o valor real do seu débito e peça a proposta de quitação
para pagamento à vista. Em um segundo momento, se a proposta não for
cabível ao seu bolso, faça a sua contraproposta, isto é, uma proposta de acordo
com as suas reais condições financeiras.

Por fim, dito tudo isso, aconselho, fortemente, que você viva a sua vida com
plenitude. Não deixe de aproveitá-la com sua família devido à falta ou escassez
de dinheiro. Pense sempre em um futuro feliz, tranquilo e com dinheiro, pois
a maioria das pessoas, quando chegam ao final de suas vidas, ficam frustradas
por não terem realizado seus sonhos e fazem um único pedido no leito de
morte: voltar no tempo para fazer mais e melhor.

97
Referências

EKER T. H. Os segredos da mente milionária. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

HILL, N. Quem pensa enriquece. São Paulo: Fundamento, 2009.

KIYOSAK, R. Pai rico, pai pobre – o que os ricos ensinam a seus filhos sobre
dinheiro. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

SHINYASHIKI, R. Apresentações poderosas. 13. ed. São Paulo: Gente,2012.

98
José Monte
jrrmonte25@gmail.com
@jmonte_fincoah
Ribamar Monte
GANHOS & CIA

• Coach Financeiro certificado pelo Instituto Soaper/RJ

• Mestre em Finanças pela Universidade Federal da Paraíba

• Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Piauí

• Professor Universitário de Finanças Empresariais e Públicas

• Gestor Financeiro da Justiça Federal/PI

• Consultor de Projetos Econômicos

• Palestrante.

99
Independência Financeira ou Aposentadoria? Como
Não Depender da Previdência Social

O atual sistema previdenciário público brasileiro passou por recentes alte-


rações por meio da PEC n. 06/2019. A motivação das mudanças foi o déficit
orçamentário, ou seja, as despesas do sistema superavam as receitas. Com
os ajustes, há expectativa de formação de reserva ao longo de 10 anos, esti-
mada em 800 (oitocentos) bilhões de reais, para garantir a continuidade dos
pagamentos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o pagamento


de uma aposentadoria de um idoso com 65 anos é mantido por 11,5 trabalha-
dores ativos. A previsão é que, em 2020, a relação será de 7 (sete) para 1 (um);
em 2060, de 2,35 para 1, sob reflexo da diminuição da taxa de natalidade e
do aumento da expectativa de vida, pois hoje, vive-se, em média, 18,4 anos a
mais em relação à década de 80. Em 2019, a média é de 73 anos para homens
e 80 anos para mulheres.

Diante desse diagnóstico deficitário da previdência social e do constante


aumento de pessoas idosas no país, propõe-se estratégias pessoais econô-
micas para que os trabalhadores em geral, inclusive servidores públicos, no
futuro não dependam exclusivamente da previdência pública como fonte de
rendimentos para manterem sua qualidade de vida como antes, à época da
idade ativa. Dessa forma, contribuirão para suas felicidades.

No Brasil, foi realizada uma pesquisa pelo IBOPE/2002 (apud CERBASI


2016), concluindo que, dos brasileiros com rendimentos mensais iguais ou
superiores a R$4.500,00, 25% eram felizes. Então, infere-se que os 75% res-
tante eram propensos à infelicidade, de modo que a falta de saúde financeira
é uma variável que interfere nessa situação, uma vez que às vezes ganha-se
bem, mas gasta-se mal. Porém, a felicidade dependerá do país em que se vive,
haja vista a situação econômica de cada nação.

Visando a essa trajetória da independência financeira, o ponto de partida é


um planejamento estratégico baseado em um modelo, conforme pode ser
observado no gráfico a seguir:

100
GRÁFICO: MÉTODO WHAT
W

H
A

T
* autoria própria

W – What (o quê?): O que você deseja? Qual seu objetivo? É a clareza do que
você pretende. Nessa proposta, o que se pretende é a independência financeira.

H – How (como): De que maneira você alcançará o objetivo? Refere-se à fase


de planejamento, ou seja, é um projeto dividido em etapas a serem seguidas,
as quais deverão ser delimitadas. No gráfico acima, é uma reta uniforme em
relação às variáveis “W“ (o quê) e “T“ (tempo), porque, no planejamento,
espera-se que o objetivo seja alcançado na forma e no tempo esperado.

A – Action (ação): qualquer plano somente tem resultados se for posto em


ação, portanto, refere-se à execução do plano, com muita atitude e dinâmica.
Considerando que a ação sofre variações em relação ao planejado, a repre-
sentação gráfica não será uma reta, e sim um formato de curvatura entre as
variáveis “H” (como) e “T” (tempo).

T – Time (tempo): refere-se ao tempo de execução do plano. Normalmente


não será o mesmo período delimitado na fase de planejamento, porque, na
realidade, as ações são diferentes das projeções.

Voltando ao tema da independência financeira, segundo Kiyosaki, “Quan-


do a renda passiva é superior às suas despesas alcança-se a independência
financeira” (2017 p.40). Portanto, renda passiva são os rendimentos que se
percebe sem trabalho direto, como aluguéis, dividendos de ações, entre outros
ganhos de investimentos.

101
Na verdade, há uma relação entre ser independente financeiramente e ser
milionário. O segundo representa quem dispõe de R$1.000.000,00 em bens
em forma de investimentos, seja em títulos diversos, imóveis alugados, dentre
outros. Esse deve ser o objetivo, a clareza dos planos e expectativas, onde se
pretende chegar, o que quer. A primeira variável “W” – What (o quê?) – é o
ponto de inicial.

A segunda variável “H” – How (como), é a fase de planejamento para alcan-


çar a independência financeira. Trata-se de um projeto, com começo, meio
e fim. Deverão ser delimitadas as etapas principais, a fim de estabelecer o
caminho a percorrer.

Na ótica de Valle et al. (2010, p.93), “o planejamento pode ser entendido como
um macroprocesso formado por um conjunto de processos interativos, que
visam ao atendimento de objetivos previamente definidos, por meio do es-
tabelecimento de decisões e ações (...)”.

Destarte, nessa etapa o plano será preliminarmente conquistar saúde finan-


ceira por meio de um levantamento da situação atual, com detalhamento de
todos os ganhos e despesas mensais e anuais, embora estimados. Também
será necessário realizar o levantamento da situação econômica (patrimonial),
ativos versus passivos, para avaliação anual do crescimento do patrimônio
líquido, sendo essencial o constante controle financeiro, patrimonial e emo-
cional. Esse último está submerso em todo o planejamento, uma vez que todas
as ações serão frutos das decisões, as quais deverão ser racionais.

Segundo Vieira (2019) a inteligência emocional é um processo de comuni-


cação, e há um método infalível de se comunicar e gerar uma mentalidade
de riqueza consequente da independência financeira nas seguintes etapas:

1) Pagar-se primeiro, processo que corresponde a 5% de seus rendimentos.


Essa prática, decorrente da disciplina de guardar em espécie parte do que
se ganha, cria o comportamento do merecimento. Portanto, se você ganha
mensalmente R$5.000,00, inicie o processo reservando R$250,00 e, em 4
meses, transfira para uma conta de investimentos.

2) Doar 10% do que ganha a quem precisa, exercitando a gratidão. Esse hábito
transforma a mentalidade de escassez para uma mentalidade de abundância.
Portanto, doe a pessoas necessitadas, ONGs, hospitais, igrejas etc., pois, se

102
não doar afirmando que não tem, haverá o fortalecimento de falta em vez
de abundância.

3) Pagar as contas: os compromissos financeiros assumidos precisam ser qui-


tados no prazo estabelecido, primeiramente em razão do benefício emocional,
gerando sentimento de honestidade, confiança e prosperidade. E também
porque, ao pagar contas em atraso, haverá dispêndio com juros moratórios,
aumentando as despesas, podendo causar desequilíbrio orçamentário e finan-
ceiro. O ideal é pagar todas as contas com 60% da remuneração ou pró-labore.

4) Investir para a riqueza: o investimento é a multiplicação do dinheiro, o que


é diferente de apenas poupar. O hábito da poupança (guardar) normalmente
é utilizado para se realizar um sonho, como uma viagem, uma festa, comprar
um carro ou a casa própria, entre outros desejos.

Dessa forma, o investir irá incrementar o patrimônio, sendo o poder dos


juros compostos essencial nessa estratégia. No mercado financeiro, existem
várias oportunidades de investimentos. Destarte, investindo-se 10% do que
se percebe, a tendência é o aumento do patrimônio de forma geométrica. Há
diversas opções de investimentos, como a cobrança de aluguéis de imóveis,
aquisição de títulos públicos remunerados pela taxa SELIC (Sistema Especial
de Liquidação e Custódia), aquisições de ações de empresas de capital aberto,
certificados de depósitos bancários (CDB), entre outros.

5) Poupar para os sonhos – prática de guardar 10% do que se ganha, produ-


zindo a crença do merecimento. Dessa forma, os valores acumulados a essa
razão mensal poderão ser utilizados para uma viagem almejada ou aquisição
de um bem de desejo que lhe faça feliz.

Portanto essas 05 (cinco) estratégias, as quais totalizam 95% das suas receitas,
estabelecem um modelo de organização financeira que contribuirá muito
para sua saúde financeira e, consequentemente, com sua felicidade.

6) Abundar – a parte correspondente a 5%, para fechar o orçamento mensal


(100%) deve ser utilizada para lazer, aproveitar os bons momentos da vida,
praticando o bem-estar, especialmente com sua família, criando uma energia
de positividade e abundância.

103
A terceira variável, “A” – Action (Ação), diz respeito à implementação do plano,
por meio do cumprimento do orçamento estabelecido mensalmente, obede-
cendo aos limites de gastos garantidos pelos recebimentos. Além do ganho
principal, faz-se necessário rendas extras para fortalecer os investimentos.

Devem ser evitadas dívidas longas em razão das elevadas taxas de juros.
O importante é o hábito de investir mensalmente. Haverá necessidade de
abertura de uma conta corrente em corretora de valores e, de acordo com o
portfólio de cada uma, inicia-se o processo de investimento.

É recomendável atingir, primeiramente, uma média de 06 (seis) meses de


remuneração investidos em renda fixa, no caso de empregados celetistas e
servidores públicos. Para donos de negócios próprios, o ideal é que seja o
correspondente a 12 (doze) meses de remuneração.

São opções de investimentos para a reserva de emergência o Tesouro Selic ou


Tesouro IPCA, mas há outras opções, tais como Certificados de Depósitos
Bancários – CDB, Fundo DI vinculado ao Certificado de Depósito Interban-
cário – CDI, atualmente em média anual de 6,27%. Também há as Letras de
Crédito do Agronegócio – LCA e Letras de Crédito Imobiliário – LCI, ambas
atreladas ao CDI, com rendimentos isentos do imposto de renda, apresen-
tando certa vantagem aos investidores.

A caderneta de poupança não tem sido mais uma boa opção de investimento
devido à baixa rentabilidade, pois a taxa aplicada corresponde a 70% da taxa
Selic, quando essa é menor de 8,5%. No segundo semestre de 2019, a Selic
estava em 5% a.a.. Dessa forma, a poupança rendia apenas 3,5% a.a.. Então,
os outros investimentos de renda fixa, vinculadas à Selic ou ao CDI, com pro-
ximidade de taxas de rendimentos, são melhores como forma de remunerar
as reservas de emergência.

Historicamente, a taxa Selic variou nos últimos 11 anos na média anual de


10,01%, correspondendo a 0,8% mensal, mas, em 1997, atingiu o patamar de
45,90%. Dessa forma, por razoabilidade estimou-se a taxa mensal de 0,6%a.m.
nas estratégias de investimento a seguir:

Uma mulher com trabalho celetista a partir de 18 anos de idade, percebendo ren-
dimentos líquidos de R$3.000,00, guardando para si R$300,00 mensalmente, a
uma taxa média Selic de 0,6% a.m., ao se aposentar, aos 62 anos de idade, disporá
de um montante de R$1.133.564,00. Ao deixar o trabalho, com esse montante,

104
considerando um rendimento médio razoável de 0,5%a.m, precisará mensal-
mente de R$5.667,00 para continuidade de sua qualidade de vida, obviamente
considerando todas as outras variáveis econômicas, tais como inflação, taxas de
juros etc, uma vez que a economia de um país poderá mudar ao longo do tempo.

Para os homens, o cálculo muda devido ao tempo de trabalho necessário para


se aposentar, que é de 65 anos. Portanto, com um salário líquido de R$3.000,00,
investindo mensalmente em renda fixa, 10% de seu salário líquido, a uma taxa
média de Selic de 0,6% a.m., obterá um montante de R$1.418.048,00. Essa quantia
remunerada em média de 0,5% a.m permitirá saques mensais de R$7.090,00,
mais do dobro do salário líquido quando da vida laborativa.

Também há opções de investimentos em renda variável, uma alternativa


que poderá incrementar os ganhos para alcançar a independência financeira
mais cedo, no decorrer do tempo laborativo, por meio de ganhos exponen-
ciais. Mas o risco também aumenta, pois, em investimentos, quanto maior
o retorno, maior será o risco. São exemplos desses investimentos a compra
de ações (ordinárias ou preferenciais) de companhias de capital aberto, as
sociedades anônimas que possuem ações em venda no mercado financeiro,
tais como: Banco do Brasil S/A, Petrobrás, entre outras. As ações além da
valorização do valor de mercado, também rendem dividendos. No mercado
há boas companhias pagadoras de dividendos, algumas com percentuais
superiores ao rendimento da taxa Selic. Essa espécie de ganho tem a vantagem
de ser isenta na tributação do imposto de renda, embora o governo pretenda
fazer alterações em uma suposta reforma tributária para o país. Portanto, são
ganhos que, reinvestidos constantemente, podem incrementar o alcance de
sua independência financeira, como boa opção de renda passiva.

A quarta e última variável é “T” – Time (Tempo), medida durante a vida labo-
rativa, como calculado anteriormente. Nesse período poderão haver diversos
incrementos de renda passiva, fixa ou variável, como exposto. A dimensão
“tempo” é preponderante no processo, pois é sinônimo de vida, sendo a es-
sência para o alcance da independência financeira, uma vez que, quanto mais
cedo se implementar essas estratégias, mais próxima estará a liberdade em
relação à previdência social, a qual sempre poderá sofrer aumento do tempo
de contribuição dos trabalhadores e segurados em geral.

Nessa ótica, conclui-se que as pessoas precisam de disciplina no presente para


um futuro com mais tranquilidade, qualidade de vida e felicidade.

105
Referências

BCB. Taxas de juros básicas – histórico. Disponível em: https://www.bcb.gov.


br/controleinflacao/historicotaxasjuros. Acesso em: 16 ago. 2019.

BRASIL. Por que o Brasil precisa da Nova Previdência. Disponível em: https://
www.brasil.gov.br. Acesso em: 08 jul. 2019.

GUSTAVO, C. Dinheiro: os segredos de quem tem. Como conquistar e manter


sua independência financeira. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.

IBGE. Expectativa de vida do brasileiro. Disponível em: https:// www.ibge.


gov.br. Acesso em: 08 jul. 2019.

KIYOSAKI, R. Independência financeira – o guia para libertação. Rio de


Janeiro: Alta Books, 2017.

NIGRO, T. Do mil ao milhão: sem cortar ao cafezinho. Rio de Janeiro: Har-


pper Collins, 2018.

VIEIRA, P. Criação de riqueza: uma fórmula simples e poderosa que vai


enriquecê-lo e fazer você atingir seus objetivos. São Paulo: Gente, 2019.

VALLE, A. B.; SOARES, C. A. P.; FINOCCHIO JUNIOR, J.; SILVA, L. S. F.


Gerenciamento de projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

106
Mary Rossi
(11) 94286-9197
mary.dmx@hotmail.com
@maryrossi.dmx 

• Funcionária Pública na Cidade de Guarulhos

• Assistente Social

• Coach Financeira pelo Instituto Soaper

• Analista Comportamental

• Palestrante.

107
O Sonho como Força Motivadora para Cuidar da Sua
Vida Financeira

O cuidado com o dinheiro precisa estar em equilíbrio durante toda a


vida. Assim como você cuida do cabelo, da aparência e da saúde, você
também deve ter cuidado com o seu orçamento. Saber tudo o que acon-
tece com o seu dinheiro se faz necessário para que você não caia em
ciladas, dívidas ou até mesmo em situação de escassez financeira extrema.

Uma tomada de decisão mal avaliada pode tirar toda a sua autonomia
em relação ao dinheiro. Sem autonomia você perde o poder de escolha,
torna-se dependente de financiamentos e passa a pagar um preço muito
alto por todos os bens de consumo e serviços.

Saber como está sendo utilizado o próprio dinheiro, fazer planejamentos


de consumo e investir para dar saltos maiores é o segredo para ter uma
vida tranquila, com liberdade de escolha e resultados incríveis. Se você
não está conseguindo manter essa rotina de anotar os gastos, verificar
possibilidades e investir parte do dinheiro conquistado em cada mês,
provavelmente você está vivendo no ciclo da desorganização financeira
ou no ciclo do sonho frustrado, entenda:

O ciclo da desorganizaçao financeira

A desorganização financeira torna-se um ciclo a partir do momento


em que você decide cuidar do próprio dinheiro, começa anotar tudo
em uma planilha ou caderno e, em poucos dias, abandona a tarefa. Na
semana seguinte você começa anotar novamente e logo muda seu foco
sem justificativa alguma, permanecendo nesse ciclo. Você sabe que pre-
cisa ter esse cuidado com o orçamento, mas não consegue ser constante
em suas ações.

Isso ocorre porque a tarefa de anotar os gastos é muito desestimulante


e repetitiva. Na “obrigação” de prestar contas a si mesmo você fica en-
tediada com uma atividade sem emoção e parte logo em busca de fazer
algo que a deixa feliz, mesmo que momentaneamente.

108
Nenhuma tentativa de organizar as finanças é capaz de se sustentar por
si só. Entre anotar os custos de vida e ficar no sofá tomando um suco
bem gelado, com certeza a segunda opção será escolhida e você deixará
a anotação para amanhã, para depois, para o “quando der eu anoto”.

Figura 1

Por direcionar seus esforços somente para as anotações do custo de vida,


você não consegue manter a disciplina necessária para cuidar do próprio
dinheiro e, consequentemente, não descobre como está o seu fluxo de
caixa.

O ciclo do sonho frustrado

Organizar as finanças não é o seu desejo final, você quer algo maior, al-
guma coisa que te deixe feliz e que traga muitas emoções. Pouco importa
como estão as finanças, você quer mesmo é alcançar a compra da casa
própria, o casamento dos sonhos ou a viagem incrível. Acredita que só é
possível planejar a conquista do sonho quando o dinheiro estiver dispo-

109
nível na conta e, por esse motivo, nunca planeja as possíveis conquistas,
uma vez que o dinheiro sempre é escasso.

Em busca da realização dos desejos, passa a viver na dinâmica de: desejar,


acreditar na possibilidade, esperar acontecer por força do “destino”, por
sorte ou por acaso, ou ainda, conquistar mesmo que seja preciso pagar
o preço do financiamento (juros altos).

A repetição constante do eu desejo → eu acredito → eu não tenho dinhei-


ro → eu não realizo ou realizo a um preço altíssimo traz sentimentos
ruins de descontentamento e frustração com a vida, com o trabalho, com
ausência de resultados e, ainda, interfere nas relações familiares gerando
conflitos e confrontos.

Figura 2

Podemos ver, nas figuras 1 e 2, que uma organização financeira sem sonho,
assim como um sonho sem organização financeira, não se sustentam.

Você possui vários sonhos mas ainda não tem a sua vida financeira orga-
nizada, por esse motivo não está conseguindo ter folga no orçamento para

110
“comprar” o seu resultado. Você tem desejos que dependem de dinheiro,
porém, não avança em direção à sua conquista pela falta desse recurso.
Nesses casos, a frustração é certa; o tempo passa e nada se conquista.

O sonho

Muito se ouve falar de sonhos, de futuro e de querer. Ouvimos que “so-


nhar faz bem”, que “sonhar é natural” e que “quem sonha sempre alcan-
ça”. Mas o que é exatamente esse sonho? Por que é tão importante ter
sonhos em nossa vida?

Sonhar é a forma de expressar os nossos desejos, nosso querer mais ín-


timo quase nunca revelado na sua totalidade. Quando você deseja algo,
está expressando suas necessidades, suas fragilidades e suas convicções.

O seu sonho traz, de forma única, a percepção que você tem de felicidade,
de alegria, de realização e de cuidados com a família. Cada sonho possui
os seus valores, as suas crenças e os seus desejos, nada tem a ver com o
dinheiro que está no bolso ou o quanto de dinheiro entra na conta todos
os meses. O sonho é independente de qualquer outra coisa enquanto
está nos pensamentos.

Ele recebe esse nome porque muitas pessoas só realizam seus grandes
desejos em forma de pensamento. Sonham literalmente com conquistas;
querem muito, porém, acreditam que a realização está muito distante
de suas possibilidades.

Não há outro caminho para realizar aquilo que está em seus sonhos a
não ser através do alinhamento desejo x organização financeira. Quando
você decidir quais sonhos quer conquistar vai sentir uma motivação
inexplicável e esse impulso te colocará fielmente frente a frente com sua
planilha de gastos.

Para realizar um sonho incrível, é preciso colocar a sua vida financeira


no papel, na planilha ou no caderno. Essa fase de anotações do “custo
de vida” se tornará prazerosa a partir do momento que você definir um
objetivo maior a ser conquistado e incluí-lo em seu planejamento.

111
Observe que cuidar da vida financeira e mantê-la organizada é somente
o meio para realizar algo maior; é o caminho e não a linha de chegada,
o percurso em direção ao objetivo final: a realização do sonho.

Cuidar das finanças torna-se, então, um plano secundário quando você


alinha os seus sonhos de vida com o seu orçamento e, assim, encontra
motivação para seguir fielmente o que preestabeleceu em sua planilha.
O seu sonho é o plano primário, o mais importante e o mais incrível. É
ele que vai te incentivar a seguir as diretrizes traçadas por você em seu
orçamento no segundo momento.

O ciclo do sonho realizado

Para a construção de um lindo castelo é necessário o uso de ferramentas,


tijolos, cimento, revestimento e alguém para trabalhar, porém, antes
que o trabalhador entre em ação, é primordial que haja a planta daquela
obra para que tudo seja construído de forma segura. O planejamento é
a planta na construção do seu sonho!

A realização do sonho é como a construção do castelo: é preciso saber


o que se quer realizar (a planta), como isso vai acontecer de forma se-
gura (planejamento) e ter a ferramenta certa para que se torne possível (a
planilha).

A planilha de orçamento é a ferramenta principal na construção efe-


tiva dos sonhos. Quando as anotações são feitas de forma constante,
torna-se viável o processo da conquista. Se você se empenha, os resul-
tados logo são notados, porém, se você for inconstante, o sonho nunca
sairá do papel.

Você quer realizar sonhos, quer chegar lá no futuro e contar como fez
para levantar o seu “castelo”. Mesmo que tenha enfrentado vários desa-
fios e batalhas, você quer contar para o mundo como foi o seu processo
de conquista, dizer o quanto valeu a pena a sua jornada e toda a sua
organização financeira.

Agora pense: Como se sentiria se tivesse que preencher a planilha com


foco na construção do seu sonho? Como seria incrível anotar tudo cer-

112
tinho e depois olhar tudo aquilo que conquistou com sua organização
e empenho?

O sonho é a força motivadora que faz você querer estar perto das suas
anotações. Ele te faz entender que é necessário fazer um planejamento
financeiro para alcançá-lo.

No momento em que você define o que quer conquistar com o fruto


do seu trabalho (seu dinheiro), toda sua energia fica focada na busca
dessa realização e, consequentemente, suas decisões econômicas serão
mais assertivas, o que possibilitará a concretização do que antes parecia
impossível.

Figura 3

Conquistar o que se quer de verdade perpassa pela organização da vida


financeira, disso não dá para fugir. Saber o que se quer alcançar e fazer
o planejamento, mesmo que o dinheiro ainda não esteja disponível, é
a chave motivadora para ser constante nas anotações.

113
É nessa linha (literalmente) que se separam os sonhadores dos realizado-
res: aqueles que somente desejam, sonham e não usam esses desejos como
força motivadora são os que, em poucos dias, estarão tristes e frustrados,
porém, aqueles que definem no papel quais são os seus sonhos e desejos,
estarão no caminho certo em busca das suas conquistas e realizações.
 
 

114
Érica Cotrim
(21) 98557-9530
cotrimexecutiva@hotmail.com
@ericacotrimfincoach
fb.com/ericacotrimfincoach

• Graduada em Ciências biológicas

• Empresária

• FinCoach pelo Instituto SOAPER

• Palestrante

• Técnica em Agropecuária (CEJSJ).

115
Doação: a Importância de Ser Abundante e Transbordar
“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, ge-
nerosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos
medirão também” (A BÍBLIA, Lucas 6:38, versão ARA).

“Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus
ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus
lagares” (A BÍBLIA, Provérbios 3: 9-10, versão ACF).

A ideia de ser coautor em um livro foi o ponto de partida para a realização


de um desejo: registrar um pouco da minha experiência de vida, servindo de
exemplo à ideia de que tudo o que queremos e sonhamos acontece quando
damos o primeiro passo para colapsar com os pensamentos em matéria. Falar
sobre doação é falar sobre amor.

Comecei a trabalhar cedo. Tive muito contato com uma quantidade significa-
tiva de dinheiro, ganhando mais que meus pais. Tornei-me empreendedora,
sendo ensinada pela minha família a entregar 10% de todos os meus ganhos
para a entidade religiosa, começando, assim, a minha história de sucesso na
Roda do dinheiro. Desse modo, construí consciência de que podemos aben-
çoar uns aos outros, de forma que essa ação se torne um hábito agradável e
não um peso em nossa vida.
“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o
que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio
aos outros, alívio receberá” (A BÍBLIA, Provérbios 11:24-25. versão NVI).

Hoje, completo 34 anos empreendendo e nunca deixei de entregar os 10%.


Sempre estive pronta a presentear amigos e parentes, colocando em prática,
além da caridade, a generosidade, declarando para o mundo que, além de
obter realização financeira, ainda transbordo. Estudando educação finan-
ceira descobri o porquê que muitas pessoas ao meu redor sempre estão em
escassez. Vivem reclamando, não solicitam o que desejam, não arriscam, não
agradecem, não gostam de doar, de modo que ficam cada vez mais distantes
de realizarem os seus sonhos.

Estando no caminho certo, tenho vontade de gritar para o mundo o passo


a passo para ter a vida abundante que Deus preparou para cada um de nós.
Ele fala que ainda não temos o que desejamos porque não sabemos pedir.

116
Precisamos estudar a sua palavra (Bíblia Sagrada), o manual para o bom
funcionamento do ser humano.

Temos dito sobre ser caridoso e generoso, mas qual a diferença dessas palavras
que parecem tão semelhantes?

Caridoso: Indivíduo que se assemelha a Deus, porque Deus é o próprio amor.


Alguém que deseja ao próximo o mesmo que para si (Dicionário Informal
adaptado, 2008).

Generoso: Indivíduo que gosta de presentear, que perdoa facilmente e também


pratica a caridade (Dicionário Informal adaptado, 2019).

Doar é um princípio que não deve ser quebrado. Devemos viver com a certeza
do que queremos, ou seja, ter propósito definido. Melhorar a vida de outra
pessoa é um estilo de vida que faz bem a nossa alma.

Quando falo em doar, não cito só doação em dinheiro. Podemos doar de


várias formas, como:

1. Doar tempo
2. Doar conhecimento
3. Doar gentilezas
4. Doar ouvidos
5. Doar experiências
6. Doar atenção
7. Doar compreensão
8. Doar companhia
9. Doar gratidão
10. Doar energia
11. Doar humor
12. Doar respeito
13. Doar sorrisos
14. Doar um abraço
15. Doar apoio emocional
16. Doar uma palavra amiga
17. Doar amor, dentre outros

Os efeitos que essas doações produzirão em sua vida vão te trazer à memória
que a escassez acabou. Esse processo se tornará um imã de coisas boas, novas
oportunidades, novos amigos, nova vida cheia de alegria, saúde e prosperidade.

117
E a doação de dinheiro será consequência de uma vida plena e feliz, colocando
em prática o amor ao próximo. Seguem algumas dicas para que a doação
tenha efeito na sua prosperidade:

• Doe sem aguardar retorno.


• Doe com gratidão.
• Doe frequentemente.
• Doe para lugares que ajudem ao próximo.
• Doe a oportunidade de outros te presentearem. Precisamos estar abertos a
receber. Isso também faz parte dos princípios da prosperidade.
• Doe-se a si mesmo. Precisamos nos doar também a nós mesmos, reservando
10% em dinheiro vivo de nosso rendimento, recompensando-nos com um
valor que deve ser guardado para o futuro.

Muitas vezes, pensamos que não temos dinheiro nem para nós mesmos. Mas
agora já sabemos que todos podem doar. Mesmo quando não temos nada pal-
pável nas mãos, podemos oferecer ações (abraços, sorrisos, mão amiga) desde
que coloquemos em nossos corações o desejo de servir. As oportunidades
chegarão nos dando a chance de pôr em prática o que aprendemos, e a pros-
peridade será resultado diário. Dia após dia precisamos estar com a roda em
movimento, doando, recebendo, recebendo e doando. Um ciclo de bênçãos.

Toda grande mudança começa com um único passo: ajudando outras pessoas
a prosperarem. E, como resultado, você se surpreenderá com o aumento de
sua prosperidade. Qual o valor você tem agregado à sua vida e à de outras
pessoas? Você tem cumprido os princípios da prosperidade?

Segundo Roberto Navarro (2019), os princípios da prosperidade são:

1. Garantir dignidade a vida familiar - dar qualidade de vida a família e


supri-la de educação, transporte, saúde, alimentação, moradia e demais ne-
cessidades básicas.

2. Diversão - ter férias, ir ao cinema, shows, restaurantes. Não é necessário


que as saídas sejam frequentes, porém é essencial que se separe um tempo
para a diversão em família.

3. Fazer investimentos pensando no futuro - planejar sua independência


financeira e estabelecer um plano de aposentadoria. É imprescindível exe-

118
cutar os princípios e inicia-los. Não precisa ser com muito, porque o efeito
será gerado e o investimento aumentará significativamente, porém, se nunca
lançarmos a semente, nunca colheremos os frutos.

4. Doar - é doando que seremos intervenientes na sociedade, colaborando


para um mundo melhor. Podemos doar para a igreja, asilos, fundações de
caridade, ou seja, lugares nos quais possamos servir ao bem comum.

Há pessoas que usam seu dinheiro todo em coisas fúteis, como cigarro, be-
bida, compras desnecessárias, não cumprindo os princípios, tornando-se
equivocados em suas escolhas e pagando um alto preço por isso.

Nas famílias, observamos que os casos de separação, traição, muitas vezes,


estão relacionados com a quebra dos princípios financeiros, gerando a falência
da família.

Roberto Navarro diz, também, que as características mais marcantes na


quebra dos princípios são: infidelidade no matrimônio; deslealdade; stress;
preocupação com dinheiro; preocupação com as contas; infelicidade; co-
brança; enfraquecimento; sensação de não crescer, não progredir; e pobreza.

Baseando-se na leitura do livro de Adam Grant, Dar e Receber (2014), fiquei


desafiada a lhe perguntar:

Qual o tipo de pessoa você é?

1. Doador - aquele que sente prazer ao doar, preocupando-se sempre com o


próximo. Contudo há dois tipos de doadores:

• Doador Altruísta - doa-se por inteiro, prejudicando a si mesmo e os seus


interesses, pois os outros se aproveitam ao máximo de sua bondade.

• Doador Alterista - doa mais do que recebe, porém sabe selecionar a quem,
onde e como doar. Possui sabedoria ao realizar esse ato, tendo como trans-
cedência o sucesso.

2. Tomador - quer sempre receber, tudo deve ser em prol dele e de seus inte-
resses; não possui o desejo de doar nem de compartilhar.

119
Quão perigoso é?
Ele, porém, entrou e se pôs diante de seu senhor. Perguntou-lhe Eliseu: Don-
de vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. Porém ele
lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem
voltou do seu carro a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e
para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?

Portanto, a lepra de Naamã, se pegará a ti e à tua descendência para sempre.


Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve. (A BÍBLIA, II Reis:
5. 25-27, versão ARA)

3. Compensador - espera sempre algo em troca; quando não consegue retorno


fica frustrado e sofre.

Descobriu quem você é? Muitas vezes precisamos analisar a nós mesmos e


modificarmos o nosso perfil!

Como saber a porcentagem que devo doar?

Com base no livro Fatores de Enriquecimento, de Paulo Vieira (2016, p. 144),


relaciono, a seguir, duas tabelas, as quais irão te orientar quanto à adminis-
tração do seu dinheiro e sobre como aplicá-lo para abundar e transbordar:

Tabela 1:
AÇÕES O QUE FAZER
1 Pagar a si mesmo Guardar dinheiro vivo em casa
2 Doar Doar um percentual da renda à igreja ou a quem necessita
3 Pagar as contas Pagar todas as contas em dia, com facilidade e com sobras
Investir em ações, títulos, imóveis, loteamento, entre
4 Investir para ficar rico
outros
Poupar para os
5 Separar percentual para realizar um sonho
sonhos
6 Abundar Gastar, investir ou doar o que sobrou
Fonte: Vieira (2016, p.144).

Na tabela a seguir, insira os dados de acordo com a sua realidade e comece a


pôr esse método em prática HOJE.

120
Tabela 2:
AÇÕES % R$
1 Pagar a si mesmo
2 Doar
3 Pagar as contas
4 Investir para ficar rico
5 Poupar para os sonhos
6 Abundar
TOTAL 100%
Fonte: Vieira (2016, p.144).

Há muitos anos, mesmo sem conhecê-la profundamente, já utilizava essa
tabela de forma intuitiva em meu dia a dia. Desde então, tenho vivido expe-
riências incríveis com os resultados.

Chegando ao fim dessas linhas, desejo que cada palavra citada entre em seu
dia a dia, transformando-se em hábitos. Que esse conteúdo possa agregar
valores à sua vida e à vida de outras pessoas, potencializando relacionamentos,
trazendo o ato de doar (servir) como estilo de vida. Algo que traga união,
felicidade, sucesso e prosperidade de tal forma que transborde abundante-
mente, cumprindo, assim, o nosso propósito.

“Não pode haver maior dom do que o de dar o próprio tempo e energia para aju-
dar os outros, sem esperar nada em troca” (Nelson Mandella - BORELLI, 2016).

Com muito carinho.


Já com saudades.
Até o próximo livro!

“Como ser feliz seguindo princípios”.


Érica Cotrim

121
Referências

A BÍBLIA. Exortações da sabedoria a obedecer ao Senhor. Versão Almeida


Corrigida e Fiel (ACF). Provérbios 3: 9,10. Disponível em: google.com/amp/s/
amp.bibliaonline.com.br. Acesso em: 10 ago. 2019.

A BÍBLIA. Geazi é atacado de lepra. Versão Almeida Revista e Atualizada


(ARA). II Reis: 5. 25-27. Curitiba, PR: Editora Esperança, 2010.

A BÍBLIA. Não cabe ao discípulo julgar o próximo. Versão Almeida Revista e


Atualizada (ARA). Lucas 6:38. Disponível em: http://bible.com/pt/bible/1608/
LUK. Acesso em: 09 ago. 2019.

A BÍBLIA. O justo encontraste com o perverso. Nova Versão Internacional (NVI).


Provérbios 11: 25. Disponível em: bibliaonline.com.br. Acesso em: 10 ago. 2019.

BORRELI, D. F. Não faça nada esperando algo em troca. 2016. Disponível


em: https://valordafelicidade.wordpress.com/2016/04/06/nao-faca-nada-es-
perando-algo-em-troca/. Acesso em: 20 ago. 2019.

DICIONÁRIO INFORMAL. Caridoso. 2008. Disponível em: https://www.


dicionarioinformal.com.br/caridoso/. Acesso em: 09 ago. 2019.

GRANT, A. Dar e receber. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

NAVARRO, R. Os princípios do dinheiro para a prosperidade. Instituto Coa-


ching Financeiro, 2019. Disponível em: http://www.coachfinanceiro.com/
portal/os-principios-dinheiro-para-prosperidade/. Acesso em: 01 ago. 2019.

VIEIRA, P. Fator de enriquecimento: uma fórmula simples e poderosa que


vai enriquecê-lo e fazer você atingir seus objetivos. São Paulo: Gente, 2016.

122
Karina Ikeda
(11) 94769-4815
karina@karinaikeda.com.br
@ikedakarina
Karina Ikeda Coach
Karina Ikeda
www.karinaikeda.com.br

• Empresária

• Trabalhou por mais de 20 anos em grandes empresas multinacionais e


nacionais do ramo financeiro. Foi gestora de equipes de vários tamanhos e
perfis, desde 5 até 100 funcionários

• Formada em estatística e com pós graduação em finanças e atuária

• Especialista em negócios de pequenas e médias empresas e fazer com que


as empresas sejam mais lucrativas e com funcionários engajados

• Formada de Business Coach pela Empresa Auto Gerenciável (EAG)

• Faz parte da equipe de Coaches do EAG e do Farmácia Autogerenciável


(FAG)

• Formada em Life e Executive Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching.


• Associada a ICF – International Coaching Federation

• Analista comportamental e de Perfil de Comunicação pela Florida Christian


University e analista comportamental DISC

• Sou coautora dos livros “Seja a Sua Melhor Versão” da Editora Saphi e
“Coaching no DNA” da editora Literare.

123
Empreendedorismo – O Dinheiro é o Coração da Sua
Empresa

Quero convidar você a ter uma empresa com dinheiro!

Faz quanto tempo que você vive para pagar contas?

O que é o dinheiro?

O dinheiro é uma espécie de instrumento usado na forma de moedas e notas,


utilizado na realização de trocas comerciais da sociedade.

A origem etimológica da palavra dinheiro remete ao latim denarius, nome


dado à moeda que os romanos utilizavam para suas trocas comerciais.

Ele reúne algumas características consideradas básicas para ser um meio de


troca comercial muito utilizado.

O dinheiro permitiu a expansão do comércio em grande escala, e o surgi-


mento dos bancos também iniciou uma nova troca comercial financeira na
qual o dinheiro é a mercadoria. O dinheiro conseguiu facilitar a atividade
do comércio e deixá-la mais simples.

O que é o coração?

O coração é um dos órgãos mais importantes do corpo. A função dele é


bombear o sangue, fazendo com que ele circule por todo o nosso corpo e
leve nutrientes para cada setor desse organismo. Assim, é o coração que faz
com que o oxigênio chegue ao nosso cérebro e mantenha o organismo vivo.

Qual a relação entre eles na sua empresa?

O dinheiro, assim como o coração, é um dos órgãos mais importantes em


uma empresa. A sua função é impulsionar tudo o que você quer que aconteça
dentro e fora dela. O dinheiro permite ter pessoas para ajudar no seu caminho,
ter equipamentos para fazer um trabalho melhor, captar mercadorias para
vender e pagar os serviços necessários para o negócio funcionar.

124
Reflexão sobre o coração da sua empresa

Entender a força do dinheiro dentro da sua empresa é fundamental para que


a sua empresa se mantenha viva.

O dinheiro bombeia os nutrientes para a empresa, leva vitalidade para os


órgãos e áreas da sua empresa.

Ao longo dos anos, por causa de uma alimentação não balanceada, por não
praticar exercícios físicos regularmente e deixar de cuidar do nosso corpo,
nosso coração pode nos dar um susto.

Na empresa, acontece o mesmo. Quando não temos indicadores reais de


quais departamentos estão recebendo os nutrientes na medida certa, pode
ocorrer um verdadeiro “infarto” na organização. E é por isso que 5 milhões
de empresas brasileiras estão no vermelho, de acordo com o SEBRAE.

Foi o que aconteceu com um empresário do ramo farmacêutico que veio me


procurar. Ele não controlava as suas finanças pois as contas estavam sendo
pagas e sem atrasos. Diante disso, para que controlar estoques, não é mesmo?
Até que um dia, um novo concorrente chegou à cidade.

Em pouco tempo, o empresário viu seu faturamento cair e o coração da


empresa começou a bater mais lento. Como ele não sabia como fazer este
coração reagir, continuou fazendo as mesmas coisas sem acompanhar seus
indicadores. Foi o princípio de um infarto!

Sobreviver a um infarto não é fácil e precisamos mudar a forma de pensar


sobre a vida, assim como a forma de gerenciar a nossa empresa após uma
falta de dinheiro! Algumas ações radicais precisam ser tomadas para que a
saúde possa se recuperar.

A primeira atitude é olhar com cuidado as despesas e entender tudo o que


pode ser reduzido. Listar as entradas e saídas ajuda você a ter clareza do
funcionamento da empresa. Se você nunca fez este exercício antes, irá se
surpreender com o valor que pode ser economizado.

A segunda ação é refletir sobre o que o dinheiro significa para você. Qual
o seu pensamento quando você pensa em dinheiro? Você acha que ele vem

125
fácil? Que tem que trabalhar duro para conseguir ter dinheiro? Que precisa
de uma reserva pois sempre acontece algo fora do controle?

Todos esses pensamentos relacionados ao dinheiro surgiram em algum mo-


mento da sua vida e permanecem até hoje. Vou dar alguns exemplos:

Quem pensa que precisa trabalhar duro para ter dinheiro provavelmente faz
tudo na empresa, fica com medo de passar tarefas para os outros, já que se
ficar com “pouco” trabalho, o dinheiro não virá.

Quem acha que precisa sempre de uma reserva enorme para imprevistos,
inconscientemente, vai lidar sempre com acontecimentos “inesperados” na
sua vida.

Dá trabalho olhar para a vida financeira da empresa, não dá? Olhar os núme-
ros pode parecer chato e muita gente coloca alguém de confiança para fazer
isso e nem sequer confere o que está sendo feito. Saber das suas finanças de
uma forma simples e prática pode salvar a sua empresa.

Veja se você já passou por uma situação destas:

• O contador disse que a sua empresa teve lucro, mas você só trabalha e não
vê a cor do dinheiro.

• Faz anos que não sabe o que é sair de férias com a família.

• Acredita que precisa pagar tudo à vista, afinal você é um ótimo pagador.

• Já ficou sem dinheiro porque o comprador atrasou o pagamento ou porque


o faturamento caiu com a entrada de um concorrente.

Todas essas situações são previsíveis, se você se preparar para elas.

“Ah, Karina, com todas essas mudanças no mundo de hoje, isso é impossível!”.

Então eu vou mostrar, na prática, como que você pode prevê-las:

126
Dar dicas de preparo!

Você precisa cuidar bem do seu dinheiro e olhar para 5 coisas importantes:

1. Separe as instituições – Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ).

2. Registre corretamente – cuide para que os seus registros de entrada e saída


do dinheiro sejam bem feitos.

3. Analise os números, saiba quais análises precisam ser feitas.

4. Tenha inteligência financeira.

5. Tome decisões e entre em ação.

Vou te ajudar um pouco com cada um dos 5 passos para que você possa
controlar a sua empresa de uma maneira mais assertiva.

1. Separe as instituições – Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ): uma atitude
muito comum que vejo é a mistura das entidades. Por mais que possa parecer
óbvio, mais de 70% dos meus clientes quando iniciaram o processo de gestão
do seu negócio comigo tinham as instituições misturadas.

No seu negócio o ideal é que você tenha um pró-labore que vai garantir a sua
qualidade de vida e da sua família. No início de um negócio, nem sempre isso
é possível e, então, o dono da empresa acha que pode continuar trabalhando
da mesma forma para sempre. No início de um negócio, ele requer muito
investimento não só de dinheiro, como também de tempo e esforço por parte
do dono. Nessa fase geralmente o dono está sozinho, com muita garra e tem
certeza que este negócio vai dar certo!!

Comece a separar bem o dinheiro nessa fase! Tenha contas separadas, cartões
separados e controle.

2. Registre corretamente: cuide para que os seus registros de entrada e saída


do dinheiro sejam bem feitos.

127
Nesse passo você precisa ter controle. Tenha tudo registrado, tanto para as
contas da empresa quanto para as contas pessoais. Preciso te dizer que agimos
da mesma forma em todas as áreas da nossa vida e, portanto, se você não
cuida bem do seu dinheiro na vida pessoal, provavelmente você está cuidando
mal do seu dinheiro na sua empresa. Fique atento às entradas e saídas da sua
empresa. Já vi empresários que tinham mais do que o valor do faturamento
de um mês para receber dos seus clientes e nem sequer tinham ideia disso.

Olhar para os gastos fixos e renegociar pode te trazer ganhos que você nem
imagina. Não tenha vergonha de ligar para fornecedores e pedir mais prazo
de pagamento ou mesmo desconto, afinal, o “não” você já tem. Não é porque
faz anos que você paga o mesmo aluguel que você não pode fazer uma nova
negociação ou mesmo procurar um novo lugar e, com isso, além de reduzir
gastos, aproveitar para renovar os ares e mudar!

3. Analise os números: tem algumas peças chaves que você precisa conhecer
para analisar os números e a eficiência da sua empresa. Você já ouviu falar
de balanço patrimonial? Sabe como está o seu balanço? Pelo menos o do
primeiro semestre? Ou o do final do ano?

Você sabe o que é demonstrativo de resultados? Com ele você vai enxergar o
lucro da sua empresa. Lembre-se: você só pode distribuir lucros se ele existir
e se você tiver dinheiro no caixa.

A sua empresa pode ter lucro, mas não ter dinheiro em caixa, e isso pode se
tornar um problema.

Olhe para o seu fluxo de caixa e tenha previsibilidade e entenda quanto tempo
o seu dinheiro resiste caso o dinheiro pare de entrar no caixa agora. Você
sabe responder a essa pergunta?

4. Tenha inteligência financeira: como está a sua capacidade de planejar e


lidar com as suas finanças de forma inteligente?

A relação com o dinheiro envolve muito mais do que saber ou não fazer con-
tas, fórmulas ou matemática. Se a gente for pensar em Pareto (regra 80/20),
os 20% que fazem a diferença nos resultados financeiros de uma pessoa são
a forma como ela pensa, sente e age em relação ao dinheiro.

128
Vejo, em alguns dos meus clientes, que todo o conhecimento, toda a técnica,
todo o planejamento são deixados de lado quando as emoções dominam a
mente. Conheço pessoas extremamente capacitadas e inteligentes que para-
lisam diante de uma crença incapacitante. Pessoas muito preparadas tecni-
camente que repetem padrões familiares e ciclos de escassez por anos, sem
nem mesmo perceberem. Um indivíduo financeiramente preparado não terá
problemas com dívidas, falta de dinheiro para cobrir despesas básicas ou,
ainda, dificuldade de construir e estabelecer um patrimônio.

Para desenvolver a inteligência financeira você pode contar com alguém,


como eu faço com meus clientes, para facilitar a sua descoberta de novas
habilidades e comportamentos que podem te ajudar a crescer pessoalmente,
profissionalmente e financeiramente.

5. Tome decisões: a decisão de ter uma vida financeira mais equilibrada é só


sua! Você pode fazer escolhas todos os dias e decidir que quer ter uma empresa
que vai crescer e perdurar por muitos anos! Colocar a culpa nos outros não
te ajuda a tomar decisões.

Com esses 5 passos na mão você precisa entrar em ação.

Aprender a cuidar do seu coração é fundamental para que você continue


vivo! Comece hoje a entender quais são os exercícios que você precisa fazer
diariamente para evitar um infarto. Verifique quais os remédios que você
precisa tomar agora para que a sua saúde se recupere mais rápido. Alguns
remédios, por mais amargos que sejam, precisam ser ingeridos para que sua
saúde se recupere.

O dinheiro blinda a sua missão. Saiba gerenciar seu dinheiro para poder fazer
o que ama de verdade. Separar um momento para organizar as suas finanças é
o primeiro passo para evitar um infarto. Não morra jovem. Aprenda a cuidar
do coração da sua empresa. A escolha é sua!

129
Referências

Site Significados ;“Significado de dinheiro” Disponível em: https://www.sig-


nificados.com.br/dinheiro/ Acesso em 20/09/2019.

Cássia, Anna de. “O Coração” Disponível em: https://www.estudokids.com.


br/o-coracao/ Acesso em 20/09/2019.

KIYOSAKI, Robert T. Pai Rico Pai Pobre, Robert T. Kiyosaki, editora Alta
Books, pag.207 ano 1997

Experian, SERASA; Brasil contabiliza 5 milhões de micro e pequenas em-


presas no vermelho Disponível em:

https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/brasil-contabiliza-5-mi-
lhoes-de-micro-e-pequenas-empresas-no-vermelho Acesso em 20/09/2019.

130
Rosana Rocco
(21) 99625-7397
contato@rosanarocco.com.br
@rosanarocco.coach 
Rosana Rocco
Rosana Rocco
www.rosanarocco.com.br

• Certificação em Coaching Financeiro pelo Instituto Soaper

• Certificação em Coaching Criacional Avançado pelo IGT (Instituto Gerô-


nimo Theml )

• Certificação em Personal and Professional Coaching pela SBC (Sociedade


Brasileira de Coaching)

• Graduada em Administração de Empresas e Turismo

• MBA em Finanças, Controladoria e Auditoria pela FGV (Fundação Getúlio


Vargas)

• Extensão em Business Administration pela Ohio University

• Palestrante

• Especialista em Finanças Pessoais, Mindset Financeiro e investimentos


para iniciantes

• Atuou por 15 anos no mundo corporativo sempre em grandes empresas,


nas áreas de TI e Finanças.

131
Que Herança Você Quer Deixar para o Seu Filho?

As primeiras relações comportamentais, afetivas e emocionais na vida de uma


criança se estabelecem com sua família, principalmente com os pais. Por isso, à
medida que ela cresce e toma consciência das atitudes dos seus genitores, se tornará
capaz de distinguir o que é essencial manter ou não em sua vida. Quando a criança
chega à vida adulta, a convivência familiar passará a ter um caráter menos relevante.
Mas, como isso demora alguns anos para acontecer, é importante ter em mente
que devemos nos preocupar com os comportamentos que a criança herdará de
seus pais, para não receberem um legado indesejado.

Uma recente pesquisa internacional, realizada pela Unicamp, em parceria com a


Universidade de Madrid, comprovou que o comportamento dos pais influencia
diretamente o de seus descendentes. Fumar e beber na frente dos filhos, por exem-
plo, pode levá-los facilmente ao vício, da mesma forma que ações positivas podem
contagiar a criança. Ela entenderá que as atitudes dos seus pais são as corretas. No
decorrer do desenvolvimento, as crianças adotam ou repudiam esses exemplos
herdados dos pais, ou seja, assumem um perfil parecido ao deles ou se revoltam e
adquirem um comportamento contrário.

A influência que exercemos em nossos filhos não se restringe à criação de hábitos.


O modo como reagimos a determinadas situações também desempenha um
importante estímulo para a definição de seus próprios perfis quando chegarem
à fase adulta. Como você reagiria, por exemplo, se estivesse parado no trânsito,
acompanhado de seu filho, e outro motorista batesse na traseira do seu carro?
Quando você está conversando ao telefone, você presta atenção se os pequenos
estão por perto e se o assunto é adequado para a idade deles?

Se você pensou nas suas reações e sentiu um desconforto, inicia-se aqui, o primeiro
passo para uma conscientização do problema, pois o que geralmente acontece é o
não entendimento dos problemas que as ações adotadas por você podem causar.
Por isso, pense sempre em como você tem resolvido os problemas em sua vida, ten-
do em vista que seus filhos podem escolher os mesmos caminhos quando chegar a
vez de eles decidirem sobre o que é melhor ou pior em uma determinada situação.

É comum dizer que da vida nada se leva, porém você pode decidir deixar alguma
coisa para o seu filho.

Muitos pais trabalham para deixar aos seus filhos imóveis, empresas e bens, algo
pelo qual batalharam, se empenharam e que pode proporcionar uma certa se-
gurança financeira às futuras gerações. Manter uma herança depende da boa

132
administração desses bens. Quando isso não ocorre, o herdeiro recebe um estigma
negativo de quem não soube aproveitar o que lhe foi deixado. No entanto, mesmo
que não se deixe nada material, todos têm a oportunidade de deixar um legado
que gere contribuição para alguém no futuro.

No ambiente corporativo, como líder ou simplesmente como colega de trabalho,


você pode deixar um legado, um pouco da sua marca pessoal, que não só será
lembrada, mas também poderá ser mantida como referencial.

Certamente você se recorda de alguém com quem trabalhou ou algum chefe que
marcou sua vida. Talvez você até cite essa pessoa como referência nas rodas de
conversa. Ela pode até ter deixado uma caneta de “herança”, mas no legado que
ela imprimiu na sua história é que se encontra o verdadeiro valor que tem poder
para transformar e se multiplicar.

O maior legado que você pode deixar ao seu filho é ensiná-lo a lidar com suas
emoções e, naturalmente, ele aprenderá a lidar com o dinheiro.

Sempre tivemos notícias de casos de pessoas que nasceram em situação financeira


desfavorável, cresceram e foram capazes de criar verdadeiras fortunas. Outros
cresceram em meio a uma situação financeira abundante e conseguiram perder
tudo. Nesses dois cenários, o que temos em comum chama-se: Mindset Financeiro.

Mindset financeiro, ou simplesmente mentalidade financeira, refere-se aos padrões


de pensamentos que, consequentemente, geram comportamentos que determi-
nam como acontecerá a relação com o dinheiro (no capítulo 3 desse livro, o tema
mindset é abordado de forma mais detalhada).

Sua formação se dá na infância, através do que você viu, escutou e sentiu em relação
ao dinheiro. Pare por uns minutos agora e pense: o que você vivenciou quando era
pequeno no que diz respeito a finanças? Você tem boas memórias dos seus pais
falando sobre dinheiro? Como eles administravam as contas da casa?

Sua família já passou por alguma dificuldade financeira? Você presenciou alguma
briga relacionada a dívidas? Como foi isso para você?

Como foi o seu primeiro contato com o dinheiro? Você recebeu alguma quantia
em mãos para comprar algo? O que foi feito com o troco? Como foi a sua sensação?

Recorda-se do que foi feito com o seu primeiro salário?

Essas e outras perguntas contam, um pouco, como foi a sua história com o dinheiro
ao longo da vida. Tudo que você vivenciou diz muito sobre o seu relacionamento
atual com ele.

133
Estamos, a todo o tempo, criando crenças, que nada mais são do que algo que
acreditamos com tanta verdade a ponto de se tornar nossa realidade absoluta.

Refletir sobre a sua experiência com o dinheiro fará com que você passe a se ques-
tionar se o que você acredita sobre riqueza e prosperidade tem, de fato, algum
fundamento ou se foi algo que você escutou tantas vezes a ponto de aceitar como
verdade. Caso você perceba que aquilo que você acreditava era um pensamento de
outra pessoa, e não o seu, que outra perspectiva você escolhe ter a partir de agora?

Pense nas frases que você escutava quando criança, analisando-as, agora, com
a cabeça de adulto. Acreditar em tudo que você escutava te ajuda a criar a vida
próspera que você merece ou te atrapalha?

Depois de realizar essa autoanálise, reflita sobre como está sendo formada a men-
talidade financeira dos seus filhos atualmente? O que eles estão absorvendo de
você nesse momento? Acha que suas ações estão contribuindo para que seus filhos
cresçam e sejam adultos altamente capazes de lidar com seus recursos financeiros?

Como você espera que seja a vida dos seus filhos daqui a 20 anos?

Caso não possua filhos, pense em alguma criança de seu convívio que possa te
observar no trato financeiro. O que essa criança diria de você?

A palavra “legado”, no dicionário, significa “algo que é transmitido às gerações


que se seguem”.

A palavra “herança” no dicionário é “o patrimônio, incluindo bens, direitos e dívi-


das, deixado por alguém em razão do seu falecimento”. Existe, porém, algo que é
de valor incalculável e que você tem o poder de deixar para o seu filho. Um bem de
valor inestimável, mencionado algumas vezes nesse capítulo: o mindset financeiro”.

Aconteça o que acontecer com a sua vida, com o seu patrimônio e com os seus bens,
o seu filho e, consequentemente, seus netos serão capazes de construir o próprio
dinheiro se eles tiverem um mindset financeiro de abundância e de prosperidade.

Um legado como esse fará com que todas as gerações seguintes à sua estejam aptas
a atuarem como verdadeiras criadoras de riqueza.
“A melhor forma de prever o futuro é criando-o”. (Peter Drucker)

Crie, com as ações de hoje, o futuro que você deseja para você e para o seu filho.

134
Marcela Mafra
(81) 99613-9677
marcelapmafra@gmail.com
instagram.com/marcela.mafra

• Entusiasta da neurociência econômica e finanças comportamentais

• Acredita que a educação financeira e a mudança de hábitos financeiros pode


melhorar a qualidade de vida das pessoas

• Médica pela Universidade Federal de Pernambuco

• Coach financeira pelo Instituto Soaper

• Analista comportamental pelo Instituto Soaper - em formação

• Cursou alguns módulos do curso de Formação executiva em Mercado Fi-


nanceiro pelo CEDEPE Business School

• Participou de Workshop em Economia Comportamental pelo In Behavior Lab

• Participação continuada em outros eventos voltados à educação financeira


e comportamento humano.

135
A Tríade da Vida: Sua Saúde, Sua Mente e Seu Dinheiro

Você sente que não tem o controle da sua vida financeira? Sente-se an-
gustiado porque a qualquer momento algo de “pior” pode acontecer?
Tem a sensação de que acontecerá algum imprevisto com o qual você
não vai conseguir arcar, ou uma demissão inesperada? Alguma vez já
perdeu o sono por conta de problemas financeiros? Se você respondeu
positivamente a alguma ou a todas essas perguntas, recomendo que você
leia esse capítulo. Ele vai te ajudar a entender porque isso acontece e como
você pode superar esses problemas, a fim de viver em harmonia com suas
finanças, vendo sua roda financeira girar sem maiores dificuldades, sem
sair dos trilhos diante de eventuais atropelos.

O modelo atual de trabalho e estilo de vida que vivemos tem levado as


pessoas a buscarem a excelência a todo custo. Empregadores exigem o
máximo, e funcionários buscam dar o seu melhor para manterem seus
empregos. Empreendedores se dedicam e se empenham ao máximo para
vencer a concorrência e as dificuldades de empreender no Brasil. Todos
buscam melhores salários, melhores empregos, melhores desempenhos.
Busca-se “uma vida melhor”, a qual é resultado do “alto desempenho”.
Nesse contexto, muitos indivíduos vivem o dia a dia almejando con-
quistas que usufruirão no futuro, sem perceber, muitas vezes, o custo
de todo esse esforço, ou seja, o custo imaterial, o prejuízo pessoal na
própria saúde e bem-estar de abrir mão de horas de sono, de lazer, de
momentos em família para se dedicar ao trabalho e viver nesse ritmo
acelerado de alto desempenho.

Nesse cenário, podemos identificar um aumento significativo de pes-


soas apresentando sintomas como ansiedade, insatisfação e estresse nas
últimas décadas, relacionados, entre outros fatores, com o ritmo e jornada
de trabalho. Essas consequências irão afetar os diversos aspectos da vida
do indivíduo, envolvendo relacionamentos, família e saúde, chegando ao
extremo ao gerar casos graves, com necessidade de internação hospitalar,
causados por sintomas de fundo emocional estressor.

136
Outrossim, esses sintomas são também relatados por pessoas que apre-
sentam problemas financeiros, e que não enxergam saída para resolvê-los.
Em relação ao descontrole financeiro, é possível identificar uma relação
tanto de causa como de consequência quando se trata de impactos na
saúde do indivíduo. Pesquisas já mostraram que essas sensações de an-
siedade, estresse, nervosismo podem servir como gatilho para desen-
cadear um comportamento de gastos excessivos que podem levar ao
desequilíbrio financeiro.

Por outro lado, pessoas que estão vivenciando problemas financeiros


tendem a apresentar tais sintomas, afetando seu organismo e seu estado
emocional. Ou seja, quando estamos diante de um contexto estressante,
passamos a agir na impulsividade (não apenas em relação a compras),
para aliviar momentaneamente esse estresse. Nesse contexto, pode ocor-
rer a aquisição de novas dívidas, que irão perpetuar em um eterno ciclo
vicioso de causa e consequência. Agora, eu te pergunto: você quer saber
como interromper esse ciclo vicioso?

Estilo de vida
acelerado e cheio
de cobranças

Necessidade de Busca por


manter o emprego compensações
para honrar seus que aliviem esse
compromissos rítmo de vida

Gastos
Descontrole
impulsivos,
financeiro e
compras
endividamento
desnecessárias

137
Nosso organismo reflete biologicamente os nossos sentimentos

Você se lembra do dia que ia receber o resultado daquela entrevista deci-


siva para seu futuro? Ou da decisão do campeonato de futebol no qual seu
time estava concorrendo ao 1º lugar? Você deve ter sentido a boca seca,
o coração disparar em uma palpitação, pode ter perdido noites de sono,
como também a concentração nas suas atividades diárias de trabalho
e de casa. Tudo isso aconteceu sem que você conseguisse controlar e,
algumas vezes, você nem percebeu! Todas essas manifestações são bi-
ológicas, e ocorrem diante de situações que podemos caracterizar como
estressantes, que nos tiram da “zona de conforto”. Elas são involuntárias,
incontroláveis ou dificilmente contornáveis, causadas por uma variação
nos níveis de susbstâncias que atuam no nosso organismo, desencadeadas
por esses acontecimentos estressores. Entenda “estressor”, nesse context,
como uma situação que lhe causa impacto, podendo ser por um motivo
bom ou ruim. Por exemplo, eu imagino que você não escolhe passar a
noite sem dormir, mas, algumas vezes, apresenta insônia quando existe
algo “ocupando seus pensamentos” ao se deitar à noite.

Quando estamos vivendo sob pressão, alguns sintomas costumam se


manifestar, como irritação, isolamento, desatenção, baixa concentração
e baixa produtividade nas tarefas diárias. Esses elementos podem levar
a conflitos interpessoais na convivência do dia a dia, prejuízos no ren-
dimento profissional, sentimento de culpa e pode até facilitar a adesão
a vícios em alguns casos, como forma de fuga e tentativa de alívio do
sofrimento diante dessas situações.

Nesse contexto, pessoas endividadas ou insatisfeitas financeiramente


costumam vivenciar esses sintomas, associados ao sentimento de inca-
pacidade, frustração e autocobrança, que podem trazer grandes con-
sequências. Estar em débito ou em falta com suas responsabilidades é
uma situação bastante estressante para quem se sente assim, seja para
corresponder a uma expectativa do credor, não ter a rotulação do seu
nome negativado, ou mesmo por uma ideologia pessoal,

138
O ritmo de vida atual

Por outro lado, podemos identificar indivíduos que vivem uma jornada
de trabalho exaustiva e carregada, muitas vezes com baixo aproveita-
mento e desestímulo no trabalho devido ao cansaço. A pessoa sente a
necessidade de aliviar a pressão da rotina através de pequenas recompen-
sas ao longo dos dias. Observamos uma tendência atual de consumismo
que oferece a ideia de que precisamos comprar para nos sentir bem, com
a premissa de que essa é uma boa solução para resolver ou atenuar o
cansaço e os problemas do dia dia. Dessa maneira, a pessoa é estimulada
a realizar gastos e compras descontroladas, tendo ou não a noção real
das suas condições financeiras e, também, de que aquela atitude pode
trazer consequências financeiras desastrosas. O fácil acesso ao crédito,
as propagandas incisivas, a cultura do consumismo capitalista facilitam
a aquisição de problemas que ainda não existiam.

Nesses casos, a rotina exaustiva, que era causa do problema persistente,


leva a pessoa a permanecer no ciclo sem fim, com grande impacto emo-
cional no seu trabalho e autoestima. Vemos indivíduos sem foco no tra-
balho, com baixo desempenho e que precisam trabalhar mais horas para
exercer a mesma função, os quais são cobrados cada vez mais por seu
desempenho, pela necessidade de manter seu rendimento e poder cum-
prir suas obrigações financeiras.

Um olhar positivo

Quando vivenciamos um momento de alegria, alcançamos um objetivo,


realizamos um sonho, nosso organismo responde com reações positivas.
Ele reage com a liberação de substâncias relacionadas com a realização,
prazer, felicidade, bem-estar. Quando estamos diante desses hábitos
consumistas, estamos inconscientemente buscando essa satisfação. Os
seres humanos estão sempre em busca de viver essas sensações positivas.
O que acontece é que, se esses hábitos não estiverem sustentados em um
contexto de equilíbrio financeiro, o resultado final será desatroso, como
já foi descrito nesse texto, por mais que a motivação seja genuína. Por-
tanto, para sentir e viver essas experiências verdadeiramente duradouras
e positivas, precisamos de alicerces firmes e saudáveis.

139
Nesse pensamento, pode-se entender o quanto a vida financeira, a saúde
e o bem-estar estão intimamente interligados, interferindo um no outro
e vice-versa. Não significa que só será feliz quem for milionário. Na ver-
dade, nem falamos sobre números. Esse capítulo é sobre a necessidade
de cuidar das nossas finanças para ter plena saúde e uma vida tranquila.
Construir e cuidar dos pilares financeiro, físico e mental é essencial, e
mantê-los em equilíbrio vai muito além das cifras na conta bancária. É
esse equilíbrio que vai te permitir alcançar o bem-estar que você certa-
mente deseja e busca na sua trajetória de vida, independentemente do
caminho que vem percorrendo até chegar aqui.

Cuide da sua saúde e da sua mente, observe o ritmo de vida que está levan-
do, busque otimizar seu trabalho e ter mais produtividade, encontre tempo
para outras atividades que façam você se sentir vivo. Procure definir, de
forma clara, os seus sonhos e planeje sua realização, pois de nada adianta
uma vida de trabalho e dinheiro sem o real sentido para vivê-la.

Se de alguma forma você se identificou com o que foi descrito nesse capítulo,
siga as recomendações desse livro. Eles irão te guiar para um caminho de
prosperidade, com saúde e equilíbrio financeiro. E se mesmo assim não con-
seguir sozinho, não tenha medo de pedir ajuda. Busque sempre o seu melhor.

140
Valéria Fernandes
(21) 98784-3619
valeriafernandes.fincoach@gmail.com
@valeriafernandes.fincoach

• Administradora de Formação

• Analista Comportamental (DISC)

Certificações Financeiras

• Coach Financeiro - Instituto Soaper

• Inteligência Financeira – Gustavo Cerbasi

• Do Mil ao Milhão (Gastar Bem, Ganhar Mais e Investir Melhor) - Thiago Nigro

• Código da Riqueza (Mindset) – Thiago Nigro

• Organize-$e – Instituto Soaper.

141
A Importância da Lista dos Sonhos e o Estabelecimento
de Prazos para Realizá-los

“Todos seus sonhos podem se tornar realidade se você tiver a coragem de persegui-los”.
(Walt Disney)

Walt Elias Disney (1901-1966) teve uma trajetória marcada por supera-
ção, criatividade, ousadia e persistência. Na época em que iniciou suas
produções, teve algumas de suas criações “roubadas” por produtores
aos quais prestava serviços, mas cada frustação lhe dava mais força para
persistir em seu sonho. Focar em suas metas e objetivos fez com que ele
se reerguesse todas as vezes que se deparava com decepções e frusta-
ções. Ao persistir, ele buscava força interior para seguir em frente até a
realização do seu sonho.

Com essa referência, entendo que o sonho é o nosso maior motivador


para seguir a vida, pois é ele quem dá sentido para as ações que tomamos
no nosso dia a dia, ajudando a persistir no caminho da realização.

O dinheiro é apenas um recurso potencializador dos desejos e anseios


que carregamos dentro de nós. Conhecer a si mesmo, saber quais são
seus sonhos e o que eles representam para você é essencial.

Todo sonho nasce a partir de uma emoção. Saber “nomear” essa emoção
te trará clareza do porquê você quer realizar tal sonho, Isso representará
um motivador maior para que você não desista.

Eu quero saber de você: quando foi que você parou de sonhar? Em que
momento você deixou a sua situação financeira atual impactar na sua
capacidade de sonhar?

Desde nova eu queria ter um carro. Falei para mim mesma que assim
que concluísse a faculdade, compraria meu carro, e assim foi. Mas só
falar foi o suficiente? Claro que não! Primeiro pensei: “por que quero ter
um carro?”. “Ah, porque vai me oferecer liberdade para que eu possa ir
para onde eu quiser, na hora que eu quiser”. “Porque eu quero ser uma
mulher independente, livre para escolher onde ir e em que momento ir”.

142
Percebem quais foram as minhas emoções? Ou podemos dizer quais va-
lores de vida que me impulsionaram a comprar um carro? A liberdade e
independência são os meus valores; só eu posso vivê-los. Quero mostrar,
aqui, para vocês que o sonho tem que ser SEU. Se a intenção da realiza-
ção do seu sonho é agradar alguém, você tem uma grande tendência a
se frustrar, pois é algo que não está sob seu controle.

Para te ajudar a encontrar essas emoções dentro de você, vou dar uma
dica: liste todos os sonhos que passarem na sua cabeça. Isso mesmo, pe-
gue agora um papel e uma caneta e escreva todos seus sonhos pequenos,
médios e grandes. Não importa a proporção! São seus sonhos, os quais
podem realizados daqui a um, cinco, dez, vinte ou trinta anos.

Vou te ajudar: pode ser comprar uma casa, uma viagem para Fernando
de Noronha, um curso de inteligência emocional, a renovação do seu
guarda-roupas duas vezes ao ano. Não importa! Só se permita sonhar.

Depois de listar o máximo de planos futuros que conseguir no momento


dessa leitura, pare, olhe para a relação de sonhos por alguns segundos
ou minutos e identifique qual emoção surge, escrevendo-a ao lado de
cada sonho. Se a emoção não foi forte o suficiente, isso não é sonho.
Provavelmente é só uma vontade. E como já dizia a sábia vovó: “vontade
é aquilo que dá e passa”.

Ter clareza e significados fortes para realizar cada sonho te impulsionará


a dar continuidade na conquista desses objetivos.

Agora, você concorda comigo que melhor do que sonhar é realizar, não é mesmo?

Então, vamos à tríade da realização de sonhos:

OBJETIVO

CUSTO TEMPO

143
Para realizarmos o sonho, precisamos transformá-lo em objetivo e, para
isso, ele deve ter um custo e um tempo de realização.

Observe, como exemplo, o meu sonho de adquirir um carro:

Objetivo: Comprar o carro X – Aqui você precisa definir exatamente o


tipo de carro que você quer: modelo, ano, cor, novo, seminovo.

Custo: R$40.000,00 – Valor de compra, IPVA, seguro e afins.

Tempo: 4 anos (48 meses).

Atenção: não estamos trabalhando, aqui, com a possibilidade de financia-


mento e qualquer tipo de empréstimos. Somos defensores da conquista
pelo autoesforço, merecimento e ação.

Nessa hora, fazemos uma conta simples:

objetivo = custo / tempo

O resultado representará o valor a ser investido todos os meses para que,


ao final do tempo estipulado, seu sonho se realize. Ao aplicar os valores
do exemplo do carro na fórmula apresentada, teremos:

Carro X = 40.000 / 48 = R$833,33.

Essa é a hora em que muitos travam, paralisam, ficam na ansiedade e as


crenças limitantes começam a exalar. “Eu não consigo juntar esse valor”,
“só vou conseguir isso quando eu ganhar mais”, “ainda é muito cedo para
eu pensar nisso”, “só quem é rico consegue realizar esse sonho”, “não
sobra dinheiro para conquistar esse objetivo”.

Não deixe que essas vozes tomem conta de você. Pare e respire, beba
uma água, reveja todas as outras dicas dos capítulos anteriores desse
livro. Agora, comece a pensar positivamente e responda aos “COMOS”:
“como posso agir para aumentar minha renda?”, “como posso atuar com
vendas para alcançar esse valor?”, “como posso fazer com que esse valor
esteja presente em minha renda todos os meses?”, “como posso organizar
meu estilo de vida, de consumo atual, para poder realizar esses sonhos?”.

144
Já dizia minha mentora, Aline Soaper: “são as perguntas que movem o
mundo”.

O pensamento de que é impossível realizar tal sonho vai surgir, mas não
se prenda a ele. Após estudar, mapear, idealizar seu sonho as coisas vão
acontecendo. ACREDITE!

Enquanto eu escrevia, como um filme em minha mente vieram as me-


mórias de sonhos pequenos e grandes que tinha e já realizei ao longo
da minha trajetória até aqui. Sugiro que você também faça essa autor-
reflexão: “o que eu conquistei até hoje estava dentro dos meus sonhos e
planejamento?”. Se a resposta for “sim”, parabéns por tudo o que con-
quistou! Se a resposta for “não”, use esse momento para olhar para o
agora e idealizar o futuro.

Desejo que você seja um EMPREENDEDOR DE SEUS SONHOS.

“Oi? Como assim?”. Bom, empreender é ter atitude, ir em direção à rea-


lização de algo, mesmo que seja desafiador e imaginável, mas apoiado
na determinação de fazer acontecer. Então permaneça firme!

Espero ter despertado em você a força, a coragem, os desafios e os sen-


timentos gerados pelo poder que o SONHO tem.

AHO

145
Referências

BRUNET, T. Dinheiro é emocional: saúde emocional para ter paz finan-


ceira. São Paulo: Vida Editora, 2018.

CERBASI, G. Como organizar sua vida financeira. Rio de Janeiro: Sex-


tante, 2015.

CONNELLAN, T. Nos bastidores da Disney: os segredos do sucesso da


mais poderosa empresa de diversões do mundo. 22. ed. São Paulo, 2010.

DOMINGOS, R. Terapia financeira: realize Seus Sonhos com educação


financeira. São Paulo: DSOP, 2012.
NAVARRO, R. Coaching financeiro: a arte do enriquecer. Rio de Janeiro:
Momentum, 2014.

OGATA, M. É isso! São Paulo: Ser Mais, 2013.

146
Sérgio Monte
(19) 98136-9950
montesergio1960@gmail.com
sergiomonte_fincoach
@sergiomonte60

• Certificado FinCoach pelo Instituto Soaper

• Sócio Empreendedor da S&F Administração e Serviços Ltda

• Graduado em Administração de Empresas

• MBA em Finanças e Controladoria

• Técnico em Contabilidade

• Diretor Financeiro de Empresas de médio e grande porte

• Possui diversos cursos de Administração, Custos, Planejamento e Orça-


mento de Micro e Pequenas Empresas.

147
Reserva Financeira – O que é? Como Calcular a Sua?

        
É comum que adversidades surjam na vida das pessoas, e quando acontecem,
geralmente, causam um enorme transtorno financeiro, de modo que ninguém
nunca está preparado para enfrentá-las.

São poucas as pessoas (ou famílias) no Brasil que conseguem guardar uma
parte de sua renda para se prevenir diante desses transtornos. Eles podem
ocorrer a qualquer momento, sem que ninguém imagine. Ter um dinheiro
reservado ajuda muito nessas horas. 

Entretanto, a grande maioria dos brasileiros não faz uma reserva financeira,
seja por falta de conhecimento ou, até mesmo, por comodismo. Com isso
acabam gastando o que sobra de sua renda em supérfluos ou produtos de
uso pessoal.

Quando acontece algum infortúnio e você não tem um valor poupado, bate
o desespero e, na ânsia de resolver o problema, acaba recorrendo ao cartão
de crédito, cheque especial, empréstimos bancários, familiares e amigos, o
que acaba gerando uma dívida sem tamanho.

E o que fazer para que isso não aconteça, ou seja, para que você consiga ter um
sono tranquilo e transforme esse problema em uma pequena inconveniência?
O ideal é construir a sua Reserva Financeira (ou reserva de emergência).

Você deve iniciar sua reserva antes mesmo de adquirir qualquer bem que
possa usufruir, seja um carro, uma casa ou, até mesmo, uma viagem.

Ao tomar a iniciativa de formar sua reserva financeira, você estará dan-


do o primeiro passo para constituir seu patrimônio ou sua independência
financeira. 

E, para que isso seja possível, é necessário providenciar o levantamento de


alguns números de suas finanças pessoais ou familiares mensais. É exata-
mente sobre isso que vamos falar agora.

148
Fonte: pixabay.com

          “ Se você quer chegar onde a maioria não chega, 


                faça o que a maioria não faz” (Bill Gates)

Mas o que é uma Reserva Financeira?

Reserva Financeira é uma quantia de seu salário, pró-labore ou renda, sepa-


rada exclusivamente para cobrir os gastos com emergências que não estavam
previstas no seu orçamento mensal ou anual. Deverá ser usada somente em
casos de extrema necessidade.

As situações de emergência mais comuns, dentre muitas outras, são:

a) Perda de emprego.

b) Problemas graves de saúde.

c) Acidentes de trânsito.

d) Reparos no imóvel.

e) Crise nos negócios.

149
Por onde começar a calcular sua Reserva Financeira?

Primeiro - Pague suas dívidas

Caso você não as tenha, parabéns! Caso tenha, faça uma relação com todas
as suas dívidas a pagar de curto, médio e longo prazo, dando preferência, no
ato do pagamento, àquela que tem o maior valor de juros. Procure negociar
essa dívida com o credor de forma que o valor das parcelas diminua e o prazo
se alongue. Assim você terá “fôlego” para liquidar as demais. Nesse período,
procure não acumular novas dívidas.

Segundo - Faça um orçamento

Você pode iniciar seu orçamento anotando, primeiramente, os seus ganhos


mensais líquidos. Seu salário, seu pró-labore e suas rendas (aluguel, renda
extra etc). 

Em seguida, faça uma relação de todas as suas despesas fixas: habitação,


saúde, educação, alimentação, transporte, impostos e despesas pessoais; e
das despesas eventuais, como lazer, anuidade de cartão de crédito, tarifas
bancárias, doações, dízimos etc. Não esquecendo as parcelas das dívidas de
curto, médio e longo prazo. O saldo do orçamento é que lhe dará um norte
sobre quanto precisará reservar e onde investir. 

Se você tiver um pouco de conhecimento em informática, poderá elaborar


em uma planilha no programa Excel. Caso tenha habilidades com aplicativos
de celular, poderá utilizá-los também. Mas se não souber usar nenhum dos
dois, nada como um caderninho ou uma boa folha de papel A4. Eu, parti-
cularmente, prefiro fazer em planilha Excel.

Terceiro - Definindo um valor para sua Reserva

Para definir um valor, você precisa determinar um prazo. Esse prazo pode ser
de, no mínimo, 3 meses e, no máximo, 12 meses de suas despesas mensais.
Se você for um funcionário público com boa estabilidade, três meses são o
suficiente. Mas se for funcionário celetista ou dono de uma empresa, o ideal
são doze meses para cobrir as despesas pessoais mensais ou a necessidade
de fluxo de caixa da empresa. 

150
Mas, atenção: é de suma importância que você gaste menos do que ganha, certo?

Quarto - Como atingir o valor desejado

Se você já fez a lição de casa, ou seja, os passos anteriores, então já está pre-
parado para iniciar a construção de sua reserva financeira.

Primeiramente, defina qual o percentual de seus ganhos mensais que desti-


nará para a constituição dessa reserva financeira. Lembre-se do orçamento
que você fez. Esse valor a ser investido não pode tornar seu saldo negativo.
Caso isso aconteça, reveja seu orçamento e faça cortes nas despesas. 

Normalmente as pessoas definem um percentual entre 10% e 20% do total


de suas receitas. Caso não seja possível, comece com uma quantia menor e
vá subindo aos poucos. Leve em consideração a urgência para a constituição
dessa reserva. Nesse caso, todos os esforços serão necessários. 

Quinto - Onde aplicar minha reserva financeira?

Como se trata de um valor que pode vir a ser utilizado em um momento de


emergência, o ideal é investir em uma aplicação financeira de baixo risco e li-
quidez imediata (aquela em que você pode tirar o dinheiro com mais facilidade).

Se você tem pouco ou nenhum conhecimento sobre como investir o seu di-
nheiro, comece buscando aprender sobre como investir no Tesouro Direto.
Você pode encontrar muitas informações no site oficial (www.tesouro.fazenda.
gov.br). Se você prefere investir no seu Banco, escolha um CDB que tenha ren-
tabilidade maior que 100% do CDI. Se você for mais conservador, a Caderneta
de Poupança é uma outra opção. Ainda existem as aplicações em FIIs, LCIs
e LCAs, as quais dependem das condições do seu Banco quanto à liquidez.

O sucesso da constituição da reserva financeira está diretamente ligado ao


hábito de investir com frequência, e isso requer disciplina e persistência. À
medida que for começando a conhecer esse mundo, você poderá fazer in-
vestimentos com mais riscos e, com isso, aumentar suas reservas e acelerar a
formação de seu patrimônio financeiro. Então, mãos à obra!
  “O entusiasmo é a maior força da alma. Conserva-o e nunca te faltará poder para conse-
guires o que deseja”. (Napoleon Hill)

Sucesso a todos! 

151
Referências

BLOG CLUBE DO VALOR. Reserva financeira. Disponível em: https://clu-


bedovalor.com.br/reserva-financeira/. Acesso em: 23 ago. 2019.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de educação financeira e gestão


de finanças pessoais (conteúdo básico). Disponível em: https://www.bcb.gov.
br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf. Acesso em: 23 ago. 2019.

CERBASI, G. Como organizar sua vida financeira. Rio de Janeiro: Sextante,


2015

152
Maykon Macedo Silva
(41) 99666-6663
maykon22@gmail.com
@maykonmacedosilva
fb.com/maykon.macedosilva

• Bacharel em Administração pela UFPR

• Pós-graduado em Finanças e em Gestão de Pessoas

• Certificação Profissional Anbima, série 20

• Certificação Especialista em Investimento Anbima – CEA

• Planejador Financeiro certificado CFP®

• Fincoach - Coach Financeiro pelo Instituto Soaper

• Analista de Perfil Comportamental pelo Instituto Soaper

• Mentor Financeiro e de Certificações Financeiras

• Palestrante de Educação Financeira e Investimentos.

153
Investimentos Financeiros

Qual é o melhor investimento?

Todos queremos ter resultados extraordinários na vida, e com os investimen-


tos não poderia ser diferente. Porém, a resposta depende do que você está
buscando. Qual a sua meta? Qual o seu sonho? Fazer uma viagem, trocar de
carro, comprar uma casa, atingir a sua independência financeira?

Este livro traz alguns capítulos que podem te ajudar a obter a clareza necessária
para identificar esses objetivos. Eu pretendo te ajudar a entender quais são as
opções de investimentos que você pode escolher a fim de atingir esses objetivos
de forma precisa e sem assumir riscos que você não está disposto a correr.

O que considerar no momento de fazer um investimento

Nos investimentos existem diversas variáveis que devem ser analisadas. Vou
apresentar três muito importantes, as quais sempre devem ser avaliadas no
momento que você vai fazer um investimento.

• Rentabilidade: é o quanto a sua aplicação pode gerar de retorno; quanto


maior, melhor.

• Risco: é a possibilidade de o investimento não render conforme o esperado;


quanto menor, melhor.

• Liquidez: é a velocidade com que podemos resgatar o investimento e trans-


formá-lo em dinheiro; quanto maior, melhor.

Uma das coisas mais importantes que um investidor deve saber é que não
existe retorno sem risco, ou seja, quanto maior (menor) o risco de um deter-
minado investimento, maior (menor) o retorno esperado.

A rentabilidade, que é o que todos queremos, está sempre associada ao risco,


então, cabe ao investidor definir o nível de risco que está disposto a correr para
obter a rentabilidade desejada, de forma que consiga resgatar o investimento
no momento desejado.

154
Mas como saber o que é melhor para mim? Para isso, precisamos fazer o Sui-
tability ou a Análise do Perfil do Investidor, que é a verificação de adequação
dos produtos e serviços financeiros às necessidades, interesses e objetivos
do investidor. Essa avaliação se tornou obrigatória, para todas as institui-
ções financeiras que oferecem produtos de investimento aos seus clientes,
conforme instrução CVM 539 de 2013. Nesse questionário, são avaliados
os seus objetivos, o valor a ser investido, quanto tempo que você pretende
manter o dinheiro aplicado e qual o seu nível de conhecimento dos produtos
de investimento e do mercado financeiro.

Perfis de investimento

A categoria que você se enquadra na API – Análise de Perfil do Investidor –


está relacionada, principalmente, à sua tolerância ao risco. Os perfis elencados
são: conservador, moderado ou agressivo (também chamado de arrojado).

Perfil Conservador: prioriza a segurança na hora de realizar seus investi-


mentos; busca produtos de baixo risco, pois não suporta perder dinheiro.

Perfil Moderado: preza pela segurança, porém tem um pouco mais de tolerância
ao risco, o que lhe permite buscar algumas aplicações que apresentem uma ren-
tabilidade maior, com o objetivo de ter resultados acima da média do mercado.

Perfil Agressivo: é aquele que está disposto a assumir riscos, inclusive de


perder parte do seu capital em busca de maiores lucros.

A partir dessa classificação, a própria instituição financeira pode apresentar


algumas opções de investimentos mais adequadas ao seu perfil.

Tipos de investimentos para diferentes objetivos

Outro ponto muito importante a ser considerado é saber qual é o propósito


de fazer essa aplicação. É para a reserva de emergência/oportunidade, para
um projeto específico, como uma viagem ou aquisição de um bem, ou para
a sua aposentadoria? Para cada um desses objetivos temos diversas opções de
investimentos, então vamos entender quais são os tipos de aplicação, Renda
Fixa e Renda Variável, e quais as vantagens e desvantagens de cada uma para
tomarmos a melhor decisão na hora de investir.

155
Investimentos de renda fixa

Os investimentos em Renda Fixa são aqueles cuja remuneração ou forma de


cálculo é definida no momento da aplicação. Em geral são títulos de dívida
nos quais o investidor empresta dinheiro a um emissor, recebendo o valor
acrescido de juros em uma data futura. Os principais investimentos em Ren-
da Fixa são: Poupança, CDB – Certificado de Depósito Bancário, Títulos
Públicos, Debêntures, LCI – Letra de Crédito Imobiliário e LCA – Letra de
Crédito do Agronegócio. Esse tipo de aplicação é considerado mais seguro,
pois não sofre tanto com as oscilações do mercado, por isso é o mais indicado
para quem tem o perfil conservador e para quem está iniciando no mundo
dos investimentos para formar a reserva de emergência/oportunidade.

Independentemente do perfil do investidor, a Renda Fixa está presente na


maioria das carteiras de investimento, pois traz segurança aos resultados.
Porém, muitas pessoas me perguntam se ainda vale apena investir em renda
fixa, pois a sua rentabilidade está ligada à taxa de juros. Com a redução desse
indicador, os resultados já não são mais tão expressivos como antes. Por isso,
vou listar algumas vantagens e desvantagens desse tipo de aplicação.

Vantagens

Rentabilidade: o retorno das aplicações é estável e recorrente, o que facilita


no planejamento para a formação de patrimônio.

Segurança: boa parte dos investimentos de renda fixa tem a garantia do FGC,
que cobre valores de até R$ 250 mil, em caso de falência ou liquidação do emissor.

Liquidez: alguns títulos de renda fixa possuem liquidez diária, ou seja, você
pode resgatar o valor a qualquer momento.

Isenção: algumas aplicações como poupança, LCI e LCA, possuem a isenção


de imposto de renda para pessoa física.

Facilidade: as aplicações podem ser feitas através de um banco ou corretora


de forma simples e com valores acessíveis a todos os investidores.

156
Desvantagens

Rentabilidade: Como a maioria dos investimentos em Renda Fixa acompa-


nha a taxa de juros, se esse indicador estiver baixo, a rentabilidade será baixa,
o que dificulta o crescimento do seu patrimônio.

Taxas: algumas taxas de tributos incidem sobre os investimentos em renda


fixa. Avalie a incidência de IOF, IR e demais taxas no momento em que for
fazer a aplicação.

Carência: alguns investimentos em renda fixa possuem prazo de carência,


não sendo possível solicitar o resgate antes do prazo definido.

Investimentos de renda variável

Nas aplicações de Renda Variável, o investidor não sabe qual será a rentabili-
dade que poderá obter previamente. Como o próprio nome diz, os preços dos
ativos podem sofrer variações o tempo todo, sendo redefinidos por conta de
diversos eventos que afetam as empresas emissoras, a economia e o próprio
mercado financeiro.

Fazem parte dessa categoria os investimentos em Ações, Derivativos, Câmbio


e Fundos Imobiliários.

Vantagens

Rentabilidade: Por serem opções mais arriscadas e com grande oscilação, é


possível que tenham um retorno muito maior do que em renda fixa.

Participação em grandes empresas: Quando você compra a ação de uma


empresa, você se torna proprietário de uma pequena parte dela, de modo que
seus investimentos podem crescer junto com ela.

Facilidade: Atualmente, com alguns cliques, é possível comprar e vender ações,


moedas, FIIs e muitos outros. Além disso, você tem a liberdade e comodidade
de comprar e vender seus ativos a qualquer momento – sem precisar ficar
esperando o prazo de vencimento, como nos investimentos em renda fixa.

157
Desvantagens

Maior exposição ao risco: Se na renda variável há mais possibilidades de o


investidor obter bons resultados, deve-se ressaltar que essa vantagem vem
acompanhada de mais riscos. Diferente da renda fixa, que conta com garan-
tias do Tesouro Nacional e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a renda
variável não te oferece nenhuma garantia de que o seu dinheiro vai estar lá
quando você quiser resgatar.

Maior Complexidade: Para investir em renda variável, é importante que você


tenha um grande conhecimento para diminuir o risco de perder os seus recursos.

Custos: A renda variável pode ter diversos custos que podem comprometer
parte da sua rentabilidade: taxa de corretagem, taxa de custódia, emolumen-
tos, Imposto de Renda, taxa de home broker e etc.

Volatilidade: A alta oscilação desse mercado exige controle emocional do inves-


tidor, pois, em alguns momentos, uma ação pode ter um rendimento muito bom
e, no mês seguinte, se desvalorizar da mesma forma. Então, cabe ao investidor
ter o controle a fim de saber o melhor momento para comprar e vender.

Considerações

Um dos questionamentos mais comuns entre os iniciantes é sobre investir


em renda fixa ou variável. De forma geral, as duas modalidades são bem
diferentes, a começar pela rentabilidade. A renda fixa é uma modalidade de
investimento que oferece retornos estáveis e recorrentes. Por isso, ela costuma
ser muito indicada para os investidores iniciantes. Na verdade, as aplicações
dessa categoria estão presentes nas carteiras da maioria dos investidores,
o que muda é o percentual alocado em relação à renda variável. Antes de
investir, compare os benefícios que cada um dos ativos pode oferecer, como
rendimento, liquidez e prazo de vencimento. Os seus objetivos financeiros
dependem das suas escolhas. Para isso invista também em conhecimento,
pois terá mais opções e segurança para fazer a escolha certa. Quanto mais
cedo você iniciar, mais rápido vai conseguir acumular o seu valor objetivo e
realizar os seus sonhos. Bora investir!

158
Karine J. Martins
(27) 99724-1139
Karinejmartins@gmail.com
@financasdescomplicadas.es

• Paulista, mas capixaba de coração

• Formada em Comunicação Social pela UVV

• Pós-graduada em Gestão de Negócios pela FUCAPE

• Atua no mercado financeiro há mais de 15 anos

• Exerceu cargo de gerente de banco no ES por 10 anos

• Coach financeiro - ajuda as pessoas a preparem sua mente para ganhar,


guardar e multiplicar seu dinheiro

• Educadora e palestrante na área financeira

• Possui diversos cursos na área financeira e comercial: Organize-se 2019,


Coach Financeiro 2019, Analista de Perfil Comportamental 2019, Multipli-
cador de Educação Financeira – SICOOB 2019, Gestão de Finanças Pessoais
- Bacen 2018, Matemática Financeira 2018, Técnica de Vendas 2017 e Pilares
da Gestão da Comercial 2017.

159
Não é Pecado Ser Rico

Somos imagem e semelhança do criador e, de acordo com a ordem natural


do universo, primeiro precisamos SER depois FAZER para que possamos
TER e, quando tivermos, podermos CONTRIBUIR. Porém, atualmente,
estamos vendo uma inversão na escala de valores: as pessoas entendem que
primeiro é necessário TER para que, então, elas possam FAZER o que lhes
permitirá SER. Desse modo, passamos a vida em busca do dinheiro e não
sabemos o porquê ele foge das nossas mãos. O dinheiro deve ser sempre um
meio e nunca um fim.

Um grande erro na vida financeira é acreditar que o dinheiro não é impor-


tante, pois, afinal, como você poderá ter dinheiro se não acreditar que ele é
importante? Se isso acontecer ele provavelmente irá fugir de você. Temos que
ter respeito com o nosso dinheiro. Ele é extremamente útil no plano material,
pois somos administradores do que temos.

Você sabia que a Bíblia também pode ser considerada um livro de Educação
Financeira? É, sim! E nela você vai encontrar muitos ensinamentos sobre o
dinheiro e sua importância, visto que quase metade das parábolas de Jesus
o mencionam e muitos apóstolos também ensinavam, falavam e corrigiam
o povo sobre o relacionamento com o dinheiro.

Muito já ouvimos dizer que o dinheiro é a raiz de todos os males, mas a Bí-
blia mostra exatamente o oposto. Em 1 Timóteo 6:10, podemos ler: “Porque
o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns
se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Nesse
trecho, a Bíblia deixa claro que o dinheiro não é a raiz dos males, mas sim
o amor ao dinheiro, pois em Timóteo está escrito que onde estiver o seu
tesouro, ali estará o seu coração. Jesus deixou claro que não se pode servir
a dois senhores, visto que essa atitude irá aborrecer a um e agradar o outro.

A oração do Pai Nosso, que Jesus nos ensinou, diz:


“Livrai-nos do mal, Amém”.

Pedimos proteção a Deus diariamente, solicitamos que ele nos afaste do mal
e acabamos sempre chamando do dinheiro de maldito, bem como amaldi-
çoamos nossos salários toda vez que abrimos nossos contracheques. Você

160
já parou para pensar sobre o que estamos dizendo com essas atitudes? Se
rezamos para que Deus nos afaste do mal e entendemos o dinheiro como
um desse males, com certeza iremos nos distanciar do dinheiro cada vez
mais e, depois, ainda questionaremos por que o dinheiro foge de nós. Não é
o dinheiro que foge de nós, somos nós que nos afastamos dele.

Muitas das nossas crenças limitantes vêm da interpretação equivocada da


Bíblia. Crescemos ouvindo os representantes religiosos dizerem os ricos não
entrarão no Reino dos Céus. Já parou para pesquisar o que os principais
líderes religiosos pensam sobre dinheiro? Se não, acho que chegou a hora!

É preciso mudar seu pensamento, mudar suas atitudes ou então você passará
a vida toda correndo atrás do dinheiro, e ele fugindo de você. Nas finanças
chamamos isso de “corrida dos ratos”.

De acordo com a Wikipedia, “Corrida dos ratos é um termo usado para um


exercício sem fim, autodestrutivo ou inútil. Evoca a imagem dos esforços
inúteis de um rato de laboratório tentando escapar correndo em uma roda
ou em volta de um labirinto”.

É assim que você se sente? Trabalha o mês todo esperando o salário e, quan-
do ele vem, já está todo comprometido? Está na hora de mudar seu modelo
mental e construir um modelo mental para a riqueza, seguindo as leis de
Deus, pois é isso o que Deus quer de você.

“Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam
comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para
o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna” (1 Timóteo 6:18,19).
Ou seja, Deus não é contra o dinheiro, pelo contrário, ele quer que você
enriqueça em boas obras, isto é, que receba o dinheiro com trabalho digno
e repartam de boa mente, contribua com os menos favorecidos e possa se
apoderar da vida eterna.

E como alcançar a prosperidade?

A Bíblia nos dá um conselho:

Louvai ao SENHOR. Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, que


em seus mandamentos tem grande prazer. A sua semente será poderosa na
terra; a geração dos retos será abençoada. Prosperidade e riquezas haverá na
sua casa, e a sua justiça permanece para sempre.(Salmos 112:1-3)

161
Deus quer que você viva com qualidade de vida, seja rico, próspero e feliz.
Para tanto é necessário ter clareza de desejo e de objetivo. Afinal, para que
precisamos de dinheiro? Quais benefícios o dinheiro irá trazer para nossa
vida? Entender o nosso propósito financeiro é o primeiro passo e, para defi-
nirmos para onde queremos ir, é preciso traçar metas e buscar objetivos, pois
somos seres prósperos por natureza. O próprio Jesus nos disse: “eu vim para
que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10).

Então, para que serve do dinheiro?

O dinheiro serve para lhe trazer segurança, felicidade, uma vida abundante
rica e saudável, mas é necessário ter sabedoria para lidar com o dinheiro, a fim
de que não se construa abismos entre os homens por cobiça, inveja, vaidade.
Ter dinheiro não é pecado, mas utilizá-lo de forma errada é.

É uma energia do bem. Ele não determina seu caráter, mas potencializa quem
você é. Portanto, se você é uma pessoa boa, o dinheiro te ajudará a ser ainda
melhor. O erro não está no dinheiro, mas, sim, em sua má utilização. Em Ecle-
siastes 10:19 lemos: “Para rir se fazem banquetes, e o vinho produz alegria, e
por tudo o dinheiro responde”. O dinheiro irá te ajuda a alcançar o que almeja
em sua vida. Quem não deseja colocar seu filho em uma boa escola? Morar
em uma casa bacana? Viajar de férias com a família? Ajudar os enfermos?

“Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.


Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:19,20). Seu dinheiro é o
fruto do seu trabalho. Estamos acostumados a dizer que ganhamos dinheiro,
mas a verdade é que o recebemos como fruto do nosso trabalho. Seu trabalho
é a árvore, seu salário é o fruto; se não gosta do seu trabalho, seu fruto não irá
te saciar, portanto, louve pelo seu dinheiro, agradeça o que você tem, mesmo
que ainda ache que não é o suficiente. Trabalhe para prosperar, crescer, mas
desde já mude seu olhar em relação ao dinheiro. Ao valorizar o que você
tem, os frutos virão. “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem
é desonesto no pouco, também é desonesto no muito” (Lucas 16:10).

“Tão boa é a sabedoria como a herança, e dela tiram proveito os que veem o
sol. Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas
a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor”
(Eclesiastes 7:11,12).

162
A Bíblia também nos alerta a não gastar por impulso. “Os pensamentos do
diligente tendem só para a abundância, porém os de todo apressado, tão so-
mente para a pobreza” (Provérbios 21:5). Quando agimos precipitadamente,
gastamos mais do que deveríamos, não conseguimos poupar. É necessário,
por muitas vezes, nos protegermos de nós mesmos. Temos de nos livrar de
maus hábitos que não nos permitem conquistar nossos objetivos.

O que nos faz gastar dinheiro à toa é querer ter o padrão que vida que não
podemos. Estamos vivendo um nível acima, enquanto deveríamos estar vi-
vendo um degrau abaixo. Gastar menos do que se ganha é uma premissa
básica para que seu planejamento possa funcionar. “No primeiro dia da se-
mana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua
prosperidade” (1 Coríntios 16:2).

Nas finanças comportamentais existe um termo conhecido como comporta-


mento de manada, é o famoso modismo, ou seja, fazer algo somente porque
todos estão fazendo. Esse é um grande suicídio financeiro. Comprar o celular
que todo mundo tem, ir para a festa que todo mundo vai, sem o menor plane-
jamento e, quando se dá conta, as dívidas já estão imensas e, nesse momento,
são necessários cortes drásticos para sair dessa situação.

Poupar é um hábito e pode se iniciar com pouco. Cada real é importante nessa
fase. Existem bons investimentos que começam com aproximadamente trinta
reais e, ao contrário do que as pessoas pensam, não é necessário ser um expert
em finanças para guardar dinheiro e multiplicar seus rendimentos, mas é
necessário ter planejamento, disciplina e recorrência. Você poderá aproveitar
sua vida e poupar ao mesmo tempo, só que precisará fazer algumas escolhas,
na maioria das vezes.

A Bíblia faz menção a esses passos na história de José do Egito, em Gênesis


41: o Faraó sonhou com sete vacas gordas, cheias de carne, e mais sete vacas
magras. Perguntou a José o que significava aquele sonho e ele respondeu
que o Egito passaria por sete anos de fartura e, depois, sete anos de seca. O
Faraó ordenou que uma parte de toda a colheita durante os anos de fartura
fossem guardados e, quando vieram os anos de seca, havia comida não só
para seu povo, mas também para vender para os povos vizinhos. Veja como
por meio de um simples planejamento, disciplina e recorrência o povo do
Egito passou pelos anos de seca com o estoque que pouparam durante os
sete anos de fartura.

163
Seja fiel aos seus princípios, anote seus sonhos. Eles irão determinar quais
são suas prioridades financeiras e como você vai gastar seu dinheiro. Pelo
simples fato de definir as metas para realizar os sonhos, a maioria das pessoas
já consegue formar uma boa reserva. Defina metas claras e atingíveis. Sem
um alvo definido a reserva financeira acaba não tendo sentido. Lembre-se
que sonhar grande e sonhar pequeno demandam o mesmo trabalho.

Faça doações. Acredite na lei do retorno. A bíblia diz que aquele que atende será
atendido. A doação é uma forma de servir a Deus e colocar a sua fé em prática.
Doadores são pessoas que querem o bem coletivo. Quanto mais prósperos
somos, maior o nosso dever em contribuir com o nosso semelhante. Esta é
uma das nossas maiores responsabilidades em nossa vida: crescer e contribuir.

A doação multiplica sua abundância e prosperidade. Não estou falando de


doação somente de dinheiro. Doe seu tempo, faça algo de coração para ajudar
os outros. Você vai ver que a corrente do bem, a qual se inicia com um simples
gesto seu, vai voltar em uma proporção infinitamente maior. Prosperidade e
abundância acompanham as pessoas que doam, pois quem doa não traz para
a sua vida a escassez, pois ele está mostrando para si próprio que ele tem para
si e para os outros, de modo que em sua vida vibre plenitude e generosidade.

“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o


que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio
aos outros, alívio receberá” (Provérbios 11:24-25).

Caro leitor, que minhas palavras entrem em seu coração e mude sua mente,
de forma que você possa entender que Deus quer que sua vida seja rica e
plena. Deus deseja que seus sonhos se realizem, mas para que tudo isso possa
acontecer, você precisa ter um compromisso consigo mesmo. Eu te convido
a iniciar, hoje, uma nova página em sua vida financeira, porque o seu lugar
é no topo, e eu estarei te esperando lá!

Um Abraço!

Referências

https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrida_dos_ratos

https://www.bibliaonline.com.br/acf/index

164
Silvana Bittencourt
(19) 99617- 5334
Silvana.coliveira@hotmail.com
@financeiro_educacaows
@wscontabeis

• Contabilista

• Analista Financeira

• Fundadora do escritório WS. Contabilidade Consultiva

• Coach Financeiro pelo Instituto Soaper – Fincoach

• Analista de Perfil Comportamental - Instituto Soaper

• Educadora Financeira

• Criação de Riqueza (FEBRACIS)

• Organize -$e - Instituto Soaper

• Palestrante.

165
Como Aumentar a Sua Renda Principal

Vamos começar nossa caminhada relatando como aumentar a sua renda


principal. Existem algumas atitudes que são imprescindíveis, merecem to-
dos os cuidados e precisam ser analisadas quanto ao seu comportamento
diante do seu desejo. Em nossa vida precisamos ter clareza e com o dinheiro
não é diferente. Vamos falar sobre meta, disciplina, procrastinação, medo
de julgamento e mudança de mindset para ajustar o termostato financeiro.
Sim! Todos nós temos um termostato financeiro e precisamos definir qual é
a temperatura que queremos ou precisamos ter para realizar nossos sonhos.
É com esse tema que iniciaremos nossa conversa a fim de entender porque
muitas pessoas não conseguem aumentar sua renda principal.

Termostato Financeiro

Termostato financeiro é um conceito da inteligência financeira, da educação


financeira, que ajuda a pessoa a entender porque algumas pessoas mantêm
um determinado padrão de vida sem alterações, enquanto outras pessoas
conseguem dar um salto e ter milhões. O mesmo acontece com o nosso cor-
po quando a temperatura média de repente fica muito alta ou muito baixa.
Nosso corpo começa trabalhar para que ela normalize, ou seja, até chegar à
temperatura que o nosso corpo está acostumado. Preste atenção à palavra
“acostumado”!

Entendendo nosso Termostato Financeiro

Imagine uma pessoa que tem um salário com variação de R$5.000,00,


R$5.100,00, R$5.500,00 e por algum motivo, precisa mudar de cidade e
buscar um novo emprego. Qual é a média de salário que essa pessoa irá
considerar? Que tipo de emprego ela vai procurar? Ela buscará um emprego
com salário estimado entre R$5.000,00 e R$5.500,00, visto que sua mente
está acostumada a receber esse valor (termostato financeiro). Mas, como es-
tamos abordando a possibilidade de aumentar a renda principal, precisamos,
em primeiro lugar, ajustar nosso termostato financeiro. Como essa pessoa
está mudando de cidade e de emprego, procurará por um emprego no qual
ganhe um salário aproximado ao que ela já está acostumado a ganhar. Mas,

166
como ela se encontra em uma situação de emergência, poderá aceitar uma
oportunidade profissional na qual ganhe até menos.

1 – Como ajustar meu termostato/entrada de dinheiro?

Nosso termostato financeiro precisa ser ajustado aos poucos. Um termostato


desalinhado pode gerar um colapso nas finanças. Para que não haja uma
explosão de temperaturas, esse processo precisa ser gradual a fim de que o
psicológico esteja preparado. Caso você receba R$ 5.000,00 e de repente passe
a receber R$ 10.000,00, é necessário que você esteja com os pés no chão, ou
correrá o sério risco de logo comprometer todo seu ganho, toda sua renda e,
ainda causar o endividamento. Quanto sua mente está ajustada em relação
ao dinheiro?

1.1 – Termostato e nosso mindset fixo

O mindset (modelo mental) fixo relacionado ao dinheiro acontece quando nós


possuímos, dentro da nossa mente, alguns conceitos formados, enraizados
e achamos que não podem ser mudados. Por exemplo, o valor que devemos
receber, ou porque vimos alguém dizer que dá para viver com um valor pe-
queno, crescemos ouvindo que não é bom ter muito dinheiro, que dinheiro
não traz felicidade, criamos em nossa mente que muito dinheiro vai nos fazer
mal, não merecemos receber um valor maior. Se o nosso mindset não for
de crescimento, não conseguiremos aumentar a renda principal. Quero que
você grave isto em sua mente: mindset em crescimento.

1.2 – Termostato e nosso mindset em crescimento

Com o mindset em crescimento, podemos então traçar novas metas, no-


vos sonhos, novos planos e deixar para trás o não merecimento. Teremos
a possibilidade de buscar algo novo, de aperfeiçoar nossos conhecimentos,
estabelecer novas conexões a partir de uma virada de chave em nossa mente.
Não ficaremos mais limitados ao valor que estamos acostumados a receber, e
vamos entender que podemos gerar mais dinheiro. Sim! Fazer mais dinheiro.
Afinal nós fazemos dinheiro; ninguém ganha dinheiro. Se ficarmos parados,
ninguém nos oferecerá valor algum. Nós temos nossa renda porque produ-
zimos dinheiro todos os dias quando trabalhamos. Se queremos prosperar,
nosso mindset deve ser de crescimento.

167
Quebrando as barreiras para aumentar minha renda principal

Uma das grandes barreiras para muitas pessoas é o tão famoso não me-
recimento. Instalamos, em nossa mente, a ideia de que a nossa renda tem
de representar um valor X. Isso fica instalado junto a outros pensamentos,
como: “pelos meus conhecimentos, esse valor está dentro do que eu mereço”,
“acredito que essa renda está adequada para o meu perfil”, “para meu padrão
de vida esse valor X está ótimo”.

Quando pensamos assim, bloqueamos qualquer outra possibilidade de cres-
cimento. Precisamos ampliar a visão de oportunidades, melhorar o círculo
de relacionamento. Em nossas escolhas, sempre precisamos ter uma visão de
futuro. Converse com pessoas que estão onde você quer chegar. Acostume-se
com o número que você deseja alcançar.

Clareza

É necessário ter clareza: por que eu quero ou preciso aumentar minha renda
principal? Os motivos podem ser vários, mas precisam estar bem claros em
nossa mente. Não podemos querer dinheiro apenas por querer. Precisa-se
de um propósito. Por exemplo: “preciso aumentar minha renda principal
porque preciso construir uma reserva de emergência”, “para investir em meus
estudos”, “para dar um padrão de vida melhor para minha família”, “ porque
preciso trocar o carro”, “porque quero empreender futuramente, então vou
precisar de um valor X”, ou seja, é sempre necessário estabelecer um propó-
sito muito claro, inclusive destacando o valor que precisará ser aumentado.
Precisamos ser extremamente específicos.

Metas

Depois de ter clareza do motivo pelo qual queremos aumentar nossa renda
principal, é preciso traçar metas a fim de alcançar o valor desejado. Essa meta
deve ter prazo definido para começar a acontecer (curto, médio ou longo).
Por exemplo: hoje meu valor é X, e, em até 12 meses, precisará ser XX. Não
trace metas muito grandes, porque, ao fazer isso, corremos um grande risco
de não cumpri-las. Crie várias metas pequenas. Pense em uma escada: cada
degrau é uma micrometa. Se você tem uma renda de R$ 1.000,00 e quer
alcançar uma renda de R$ 2.000,00, trace micrometas.

168

O seu trabalho, agora, é estabelecer metas e cumpri-las. Para isso, você vai
precisar de foco e disciplina.

Foco e Disciplina

Por não termos foco, qualquer vento muda nossa maneira de pensar ou agir.
Qualquer pessoa que venha falar algo diferente já modifica nossa rota. Se agir-
mos dessa maneira, com toda certeza não vamos chegar a lugar algum. Aliada
ao foco está a disciplina. Sem sair da zona de conforto, não há como obter
resultados diferentes. De nada vale sermos norteados sempre por meio das
mesmas atitudes em nossas vidas, ou nos tornaremos pessoas indisciplinadas
com relação ao nosso tempo. Desse modo estaremos sempre procrastinando,
perdendo tempo nas redes sociais ou qualquer outra atividade que não irá
nos ajudar a subir os degraus que precisamos galgar para atingir nossa meta.
Precisamos mudar nossas atitudes urgentemente.

Medo

Entre tantos temores, algumas pessoas sofrem com o medo do julgamento.


Perguntas como “o que irão dizer se eu mudar de emprego?”, “trocar o certo
pelo duvidoso para ter um salário maior? Afinal já estou há anos nessa em-
presa”, “e se eu resolver empreender e não der certo?” assombram em razão
da incerteza.

O fato é que para sair da zona de conforto e buscar uma mudança em nossas
vidas é preciso analisar os riscos e fazer tudo com os pés no chão. O medo é
um sentimento que nos deixa estagnados, sem ação para novas conquistas
e evoluções

169
Crenças Limitantes Sobre Dinheiro

Como nascem as crenças? As crenças são instaladas em nosso cérebro por


repetição. De tanto as pessoas falarem sobre algo, nosso cérebro o entende
como uma verdade absoluta, a qual está sempre associada a sentimentos.
Por exemplo, desde muito pequeno, quando o bebê chora e a mãe oferece o
alimento repetidas vezes, ele já instala uma crença: “Quem não chora, não
mama!”.

Uma crença bem comum de se ouvir é: Nada dá certo para mim. Entre
tantas convicções que carregamos desde de criança, temos as crenças limi-
tantes. Quando o assunto é dinheiro, não é diferente. Seguem abaixo algumas
crenças financeiras limitantes:

• Quem tem muito dinheiro é desonesto, arrogante, corrupto, mesquinho,


passou por cima de outras pessoas e não ama ninguém de verdade.

• Crianças que nasceram pobres nunca terão as mesmas oportunidades


profissionais.

• Dinheiro que vem fácil, vai fácil. Não é possível ficar rico trabalhando ho-
nestamente.

Instituto Soaper – Como identificar crenças limitantes sobre dinheiro


– Finchoaching.

Para abandonar uma crença limitante, vamos passar por três etapas: o pri-
meiro passo é querer vencer essa crença limitante; o segundo, ter um motivo;
e o terceiro, estabelecer uma crença fortalecedora. Vamos ao exemplo:

Crença limitante: Quem tem muito dinheiro é desonesto.

Frase formadora da crença: Não tem como ter dinheiro sem ser desonesto
(cresceu ouvindo isso).

Motivo para mudança: Eu quero ter dinheiro porque descobri que posso ter
uma boa renda sendo honesto, recolhendo meus impostos.

Crença fortalecedora: Eu posso ter a quantia de dinheiro e bens que eu quiser.


Sei que serei bem-sucedido e feliz, pois pessoas honestas também enriquecem.

170
Antes de pensar em como aumentar sua renda principal, faz-se necessário
analisar tudo que já foi dito até aqui. Se você se identificou, não procrastine
mais. A hora é agora, pois não há milagre, e sim, ação.

Falamos sobre termostato financeiro, quebra de barreiras, clareza, metas, foco,


disciplina, medo, crenças limitantes, e se você já entende tudo isso, vamos,
então, dizer como aumentar sua renda principal.

Aumentando a sua renda principal

Em primeiro lugar, é preciso analisar a sua renda principal. Se você está satis-
feito com ela, é preciso analisar o porquê você produz esse valor. Se sou CLT
(carteira assinada) minha análise será primeiramente sobre a empresa na qual
estou trabalhando. Por exemplo: “a empresa em que estou trabalhando tem
um plano de carreira?”, “É uma empresa séria?”, “Eu vou conseguir crescer
dentro dessa empresa?”. Se sim, saia da zona de conforto e se especialize no
assunto. Mostre sua expertise e demonstre que você está no cargo errado,
como também que você pode ajudar a empresa a crescer muito mais. Agora,
se sua resposta for “não” e você achar que pode sustentar novas atribuições e
que seu nível de expertise está sendo jogado no ralo, o que te impede de buscar
novas portas? Analise os riscos, monte sua reserva de emergência e seja feliz.

Empreender

Uma das maneiras para aumentar sua renda principal está no empreende-
dorismo (comércio). Descubra qual é o ramo no qual você quer atuar, crie
sua marca, faça uma pesquisa do tipo de mercado pretendido e utilize um
dos 4 pilares da inteligência financeira: MULTIPLICAR seu dinheiro. Um
exemplo muito utilizado é o da garrafa d’água: você investe R$1,00 e vende
o produto por R$ 3,00, mas não se esqueça, a primeira atitude de um bom
empreendedor na hora da venda é separar o valor investido. Muitas empresas
quebram por não implementarem um fluxo de caixa. Se você vender a garrafa
d’água por R$3,00 e usar, ou seja, “desviar” os R$ 3,00, qual valor você terá
disponível para investir novamente?

Ser bom no que faz

O mundo está cheio de pessoas que vivem na média. Precisamos sair da


média. Você gosta do que você faz ou você está onde está por falta de opor-

171
tunidades? Era o que tinha para o momento? Faço essa pergunta porque esse
fator está relacionado diretamente com seu ganho. Quando exercemos nossas
atividades profissionais com prazer, e não apenas por dinheiro, o retorno
sempre será maior, pois você se tornará uma pessoa realizada e feliz, obtendo
dentro de você a gratidão a Deus pela possibilidade de levantar mais um dia
e ter mais 24 horas para vencer e dar o seu melhor, os seus 101%. O dinheiro
será a consequência, e não a causa. Mas lembre-se: você tem que ser o melhor.
Se você tem medo, vai com medo mesmo. Vai lá e faz!

Referências

INSTITUTO SOAPER. Como identificar crenças limitantes sobre dinheiro.


Finchoaching.

172
Conclusão
Se você chegou até aqui é porque você está realmente comprometido com
seu próximo nível. Não apenas na sua vida financeira, mas em todas as áreas
da sua vida.

Esse livro foi escrito para te ajudar na sua caminhada rumo a uma vida finan-
ceira mais equilibrada. Quando não damos atenção a alguma dessas partes
que te mostramos ao longo de todo o livro, a roda gira com muito mais difi-
culdade e ao longo dos anos, você pode ter consequências muito graves por
ter ignorado alguma dessas etapas. Como chegar na aposentadoria e não ter
construído uma reserva que te permita viver com tranquilidade e no nível
de vida que você deseja viver.

Se você está começando a sua vida financeira agora ou mesmo que você já
esteja próximo da aposentadoria, o melhor momento para mudar esses há-
bitos e comportamentos é AGORA. Não olhe para o passado apenas para se
arrepender do que não foi feito. Decida começar hoje, um passo por vez. É
possível melhorar muito sua vida financeira com pequenas mudanças.

Entenda que você não vai conseguir resolver todos os problemas da noite para
o dia. Você não vai fazer 1 único investimento que será a grande virada. Não
acredite em pessoas que te prometam ganhos muito acima do que existe no
mercado. Cada vez que você busca encurtar o caminho mais longe você fica
da construção de uma vida financeira sólida e bem sucedida. A ambição te
coloca em ação, mas a ganância te leva a cometer os piores erros.

O sucesso da vida financeira não está no ponto de chegada, está justamente


na construção desse caminho e na caminhada. Em aprender a aproveitar cada
momento da vida como um presente, cada problema como um aprendizado
e cada conquista como uma bênção de Deus e uma recompensa pela sua
dedicação e esforço para alcançar.

Existe uma história de um homem que se tornou um executivo bem sucedi-


do e foi perguntado por um jornalista que fazia uma matéria sobre sucesso
profissional, se ele se considerava um homem rico. Ele parou por alguns mi-
nutos, pensou sobre o que aquela jornalista queria saber sobre ser rico. Até
que começou a falar com a jornalista da seguinte maneira: “Eu não sei o que
realmente significa ser rico para você, mas quando eu era criança, eu achava

173
que ser rico era poder comer carne todos os dias, porque nossa família era
muito pobre e quando tinha carne lá em casa, nós fazíamos festa por poder
ter algo diferente para comer. Hoje eu posso comer em qualquer restaurante
que eu quiser e não me falta nada. Por isso, eu posso sim ser considerado
um homem rico.”

A jornalista também parou por alguns segundos e apenas acenou a cabeça


agradecendo ao entrevistado. Na verdade, aquela reportagem valeu muito
mais do que apenas uma tarefa cumprida.

Eu não sei o que significa ser rico para você. Mas quero te convidar a escrever
em algumas linhas quais são as evidências que você está se tornando uma
pessoa mais rica. Quando você vai olhar para os seus resultados financeiros
e poder comemorar que está no caminho certo?

O dinheiro é um recurso que nos permite escolher viver mais experiências, ter
mais segurança e principalmente escolher o que vamos ou não fazer. Decida
agora cuidar do seu dinheiro para que você possa ter mais poder de escolhas
ao longo da vida.

Cuide bem do seu dinheiro que ele cuidará de você!

Aline Soaper
Coordenadora Editorial

174
@editoraconquista
@conquistaeditora
Editora Conquista
(21) 2146-2592

www.editoraconquista.com.br

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Você também pode gostar