Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual de Identificação de Doenças Da Soja
Manual de Identificação de Doenças Da Soja
Julho, 2005
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de Soja
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 256
Londrina, PR
2005
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Soja
Rodovia Carlos João Strass - Acesso Orlando Amaral
Caixa Postal 231
86001-970 - Londrina, PR 1a Edição
Fone: (43) 3371-6000 - Fax: 3371-6100 1a impressão 07/2005 - tiragem: 7.000 exemplares
Home page: http://www.cnpso.embrapa.br
e-mail (sac): sac@cnpso.embrapa.br
É permitida a reprodução parcial,
Comitê de Publicações da Embrapa Soja desde que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.
Presidente: João Flávio Veloso Silva
Secretária executiva: Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Manual de identificação de doenças de soja /
Membros: Alexandre Magno Brighenti dos Santos Ademir Assis Henning ... [et al.] Londrina:
Antonio Ricardo Panizzi Embrapa Soja, 2005.
Clara Beatriz Hoffmann-Campo 72 p. : il. color. ; 9,5 cm. - (Documentos/
Décio Luiz Gazzoni Embrapa Soja, ISSN 1516-781X; n. 256).
George Gardner Brown
Ivan Carlos Corso
Léo Pires Ferreira
Waldir Pereira Dias 1.Soja-Doença. 2.Doença de planta.
I.Henning, Ademir Assis. II.Título. II.Série.
Supervisor editorial: Odilon Ferreira Saraiva
Normalização bibliográfica: Ademir Benedito Alves de Lima CDD 633.3493
Editoração eletrônica: Neide Makiko Furukawa
Embrapa 2005
Autores
Ademir Assis Henning Claudine Dinali Santos Seixas Maurício Conrado Meyer
Engo Agro, Ph.D. Engo Agro, Dra. Engo Agro, Dr.
Embrapa Soja Embrapa Soja Embrapa Soja
Caixa Postal 231 Fone: 3371-6283 Campo Experimental de Balsas
86001-970 - Londrina, PR claudine@cnpso.embrapa.br Caixa Postal 131 - St. Industrial
Fone: (43) 3371-6261 Fax: 3371-6100 65800-000 - Balsas, MA
henning@cnpso.embrapa.br José Tadashi Yorinori Fone (99) 3541-2170
Engo Agro, Ph.D. mauricio@embrapabalsas.com.br
Álvaro Manuel Rodrigues Almeida Embrapa Soja
Engo Agro, Ph.D. Fone: 3371-6251 Rafael Moreira Soares
Embrapa Soja tadashi@cnpso.embrapa.br Engo Agro, Dr.
Fone: 3371-6256 Embrapa Soja
amra@cnpso.embrapa.br Leila Maria Costamilan Fone: 3371-6284
Engo Agro, MS rafael@cnpso.embrapa.br
Cláudia Vieira Godoy Embrapa Trigo
Engo Agro, Dra. Fone: (54) 311-3444 Waldir Pereira Dias
Embrapa Soja leila@cnpt.embrapa.br Engo Agro, Dr.
Fone: 3371-6258 Embrapa Soja
godoy@cnpso.embrapa.br Léo Pires Ferreira Fone: 3371-6276
Engo Agro, Dr. wdias@cnpso.embrapa.br
Embrapa Soja
Fone: 3371-6267
leo@cnpso.embrapa.br
Apresentação
10
J.T. Yorinori
J.T. Yorinori
11
J.T. Yorinori
Cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis)
(Phomopsis phaseoli f.sp. meridionalis)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
O sintoma inicial, visível aos 15-20 dias A fase assexuada é importante na A forma mais econômica e eficiente de
após a infecção, são pequenos pontos contaminação dos restos culturais du- controle da doença é pelo uso de culti-
negros que evoluem para manchas rante a entressafra. A forma sexuada vares resistentes. As seguintes medi-
alongadas a elípticas e mudam da colo- (Diaporthe) é responsável pela ocorrên- das de controle também podem ser uti-
ração negra para a castanho-aver- cia da doença na nova safra. Depen- lizadas: tratamento de semente, rota-
melhada. No estádio final, as manchas dendo das condições climáticas da re- ção da cultura com algodão, arroz, gi-
adquirem coloração castanho-clara, com gião, os restos culturais podem manter rassol, milho, pastagem ou sorgo e su-
bordas castanho-avermelhadas, geral- o fungo viável. Sob condições prolon- cessão com aveia branca, aveia preta,
mente de um lado da haste. Infecções gadas de alta umidade, peritécios po- milheto; semeadura com maior
dem ser produzidos nos cancros de plan- espaçamento entre as linhas e entre
severas causam quebra da haste e aca- plantas, de modo a evitar estiolamento
tas ainda verdes. Doença de evolução
mamento. As lesões são profundas e a lenta pois as infecções ocorridas logo e acamamento; adubação e calagem
coloração da medula necrosada varia de após a emergência formam os cancros equilibradas.
castanho-avermelhada, em planta ainda entre a floração e o enchimento das
verde, a castanho-clara a arroxeada, em vagens. As plantas adultas adquirem re-
haste seca. Uma das indicações de planta sistência à doença. Normalmente, o ní-
em fase adiantada de infecção é a vel de infecção na semente é baixo.
presença de folhas amareladas e com
necrose entre as nervuras (folha carijó).
12
L.M. Costamilan
13
A.A. Henning
15
Ferrugem (Phakopsora pachyrhizi e P. meibomiae)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Podem aparecer em qualquer estádio O processo de infecção depende da A existência de raças de P. pachyrhizi
de desenvolvimento da planta. Os pri- disponibilidade de água livre na super- dificulta o controle através da resis-
meiros sintomas são caracterizados fície da folha, sendo necessárias no tência. O controle químico é a ferra-
por minúsculos pontos (no máximo 1 mínimo 6 horas, com um máximo de menta mais viável atualmente. Os
mm de diâmetro) mais escuros do que infecção ocorrendo com 10 a 12 ho- fungicidas dos grupos dos triazóis e
o tecido sadio da folha, de uma colo- ras de molhamento foliar. Tempera- estrobilurinas têm-se mostrado mais
ração esverdeada a cinza-esverdeada, turas entre 18°C e 26,5oC são favo- eficientes. Além do controle químico,
com correspondente protuberância ráveis para a infecção. Quanto mais evitar semeadura na época mais fa-
(urédia), na página inferior da folha. cedo ocorrer a desfolha, menor será vorável à doença, selecionar cultiva-
As urédias adquirem cor castanho-cla- o tamanho dos grãos e, conseqüen- res mais precoces, eliminar plantas vo-
ra a castanho-escura, abrem-se em um temente, maior a perda do rendimen- luntárias de soja (guaxa ou tigüera)
minúsculo poro, expelindo os esporos to e da qualidade (grão verde). A fer- na entressafra, evitar a semeadura em
hialinos que se acumulam ao redor dos rugem americana (P. meibomiae) é re- safrinha e, fundamentalmente, fazer
poros e são carregados pelo vento. O conhecida como de pouco impacto o monitoramento periódico da lavou-
tecido da folha ao redor das urédias sobre o rendimento; a ferrugem asiá- ra.
adquire coloração castanho-clara a tica (P. pachyrhizi) é mais agressiva e
castanho-avermelhada. pode causar grandes perdas.
16
C.V. Godoy
17
18
J.T. Yorinori
R.M. Soares
19
J.T. Yorinori
R.M. Soares
Mancha foliar de ascoquita (Ascochyta sojae)
Sintomas Condições de desenvolvimento
A.M.R. Almeida
As manchas foliares iniciam-se como Essa mancha foliar ocorre nos Cerra-
pequenos pontos castanho-averme- dos. Os esporos (conídios) são expe-
lhados; expandem-se para lesões cir- lidos dos picnídios em forma de mas-
culares, atingindo até 1,5 cm. À me- sa de esporos (cirros) e são dispersos
dida que as manchas se expandem, a pela ação da água.
parte central torna-se castanho-clara,
diferenciando-se das bordas castanho-
avermelhadas. A parte central rompe-
se com facilidade, deixando a folha Controle
furada ou rasgada. Na parte mais cla-
ra do centro, observam-se pequenos Devido aos baixos níveis de ocorrên-
pontos castanho-escuros que consti- cia, não se recomendam medidas de
tuem os picnídios do fungo. A doen- controle.
ça normalmente inicia em reboleiras.
20
Mancha foliar de mirotécio (Myrothecium roridum)
Sintomas Condições de desenvolvimento
M.C. Meyer
Pode ser confundida com as manchas A ocorrência da mancha de mirotécio
de ascoquita e olho-de-rã. O fungo tem início em reboleiras. Ocorre de
pode infectar toda a parte aérea da forma generalizada nos Cerrados. Os
planta, mas é mais comum na folha. esporos são disseminados a curta ou
A lesão inicia-se por uma mancha cir- longa distâncias pela ação da chuva
cular, verde-clara e evolui para man- e do vento.
chas arredondadas, atingindo 3-5 mm
de diâmetro. Na página superior da
folha, as manchas apresentam cen- Controle
M.C. Meyer
tro castanho-claro e margem casta-
nho-escura. Na página inferior, a co- Devido aos baixos níveis de
loração é uniformemente castanho-es- ocorrência, não se recomen-
cura e, sob condição de alta umida- dam medidas de controle.
de, apresenta pontos brancos, como
pequenos tufos de algodão, os quais
constituem o micélio do fungo, onde
formam-se pequenas massas negras
de esporos no centro das lesões.
21
Mancha olho-de-rã (Cercospora sojina)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
A doença pode ocorrer em qualquer O fungo é disseminado através da O uso de cultivares resistentes e o
estádio da planta, mas é mais comum semente infectada e dos esporos le- tratamento de semente com fun-
a partir do florescimento. Atinge fo- vados pelo vento e sobrevive em res- gicidas benzimidazóis em mistura com
lha, haste, vagem e semente, inician- tos de cultura. A doença é favorecida fungicidas de contato, de forma sis-
do como pequenos pontos de en- por condições de altas umidade e tem- temática, são fundamentais para o
charcamento (anasarca), que evoluem peratura. controle da doença e para evitar a in-
para manchas com centros castanho- trodução do fungo ou de uma nova
claro na página superior da folha, e cin- raça. No Brasil foram identificadas 25
za, na inferior, e bordos castanho-aver- raças.
melhados, em ambas as páginas. Em
haste e vagem, as lesões têm aspecto
de encharcamento na fase inicial, evo-
luindo para manchas circulares, casta-
nho-escura, na vagem, e manchas elíp-
ticas ou alongadas com centro cinza e
bordos castanho-avermelhados, na has-
te. Na semente, causa rachaduras e
manchas de coloração parda a cinza.
22
R.M. Soares
R.M. Soares
23
R.M. Soares
Mancha parda (Septoria glycines)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Os primeiros sintomas aparecem cer- O fungo sobrevive em restos de cul- Devido à sobrevivência do fungo nos
ca de duas semanas após a emergên- tura. A infecção e o desenvolvimento restos culturais, o controle mais efici-
cia, como pequenas pontuações ou da doença são favorecidos por condi- ente é obtido pela rotação de cultu-
manchas de contornos angulares, cas- ções quentes e úmidas. A dispersão ras, acompanhado da melhoria das
tanho-avermelhadas, nas folhas dos esporos ocorre pela ação da água condições físico-químicas do solo,
unifolioladas. Em situações favoráveis, e do vento. O fungo necessita de um com ênfase na adubação potássica.
a doença pode atingir as primeiras período mínimo de molhamento de 6 Em monocultura, em anos chuvosos,
folhas trifoliadas e causar severa horas e temperaturas entre 15oC e o controle pode ser feito com aplica-
desfolha. Nas folhas, surgem pontua- 30oC para desenvolver sintomas, com ções de fungicidas.
ções pardas, menores que 1 mm de um ótimo de 25oC.
diâmetro, as quais evoluem e formam
manchas com halos amarelados e cen-
tro de contorno angular, de coloração
castanha em ambas as faces medin-
do até 4 mm de diâmetro. Em infec-
ções severas, causa desfolha e
maturação precoce.
24
C.V. Godoy
J.T. Yorinori
25
R.M. Soares
Mela ou requeima (Rhizoctonia solani)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
O fungo pode infectar a soja em qual- A doença é favorecida por tempera- Deve-se adotar medidas integradas,
quer estádio de desenvolvimento, afe- turas entre 25°C e 30oC e longos envolvendo práticas como utilização
tando toda a parte aérea da planta. períodos de umidade. A freqüência e de cobertura morta do solo, através
As partes infectadas secam rapida- a distribuição das chuvas, durante o do sistema de semeadura direta, nu-
mente, adquirem coloração castanho- ciclo da cultura, são fatores determi- trição equilibrada (principalmente K,
clara a castanho-escura. Folha e nantes para a ocorrência da doença. S, Zn, Cu e Mn), rotação/sucessão
pecíolo infectados ficam pendentes ao O fungo sobrevive no solo por meio com culturas não hospedeiras, ade-
longo da haste ou caem sobre as plan- de microesclerócios, em restos de cul- quação de população de plantas e
tas vizinhas, propagando a doença. tura e em hospedeiros alternativos. A espaçamento, tratamento de semen-
Nos tecidos mortos, o fungo forma disseminação ocorre, principalmente te, uso de semente com boa qualida-
finas teias de micélio com abundante por meio de respingos de chuva e pelo de sanitária e fisiológica, eliminação
produção de microesclerócios, de cor crescimento micelial e formação de de plantas daninhas e resteva de soja
bege a castanho-escura. Infecções nas microesclerócios, com disseminação e controle químico com fungicidas.
haste e vagem resultam em lesões por contato entre plantas. O patógeno
castanho-avermelhadas. A doença apresenta uma ampla gama de hos-
ocorre em reboleiras. pedeiros.
26
M.C. Meyer
M.C. Meyer
27
M.C. Meyer
Míldio (Peronospora manshurica)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
A doença tem início nas folhas O patógeno é introduzido na lavoura Não há medidas de controle recomen-
unifolioladas e progride, podendo atin- por meio de sementes infectadas e por dadas devido a pouca importância
gir toda a parte aérea. Os sintomas esporos disseminados pelo vento. econômica da doença até então.
iniciais são manchas de 3 a 5 mm, Ocorre em praticamente todas as re-
verde-claro, que evoluem para cor giões produtoras de soja do Brasil. As
amarelo na página superior da folha, condições climáticas de temperaturas
e mais tarde para tecido necrosado. amenas (20oC-22oC) e umidade ele-
No verso da mancha amarelada, apa- vada, principalmente na fase vege-
recem estruturas de frutificação do tativa, são favoráveis à doença. À
patógeno, de aspecto cotonoso e de medida que as folhas envelhecem,
coloração levemente rosada a cinza. tormam-se resistentes.
As infecções na vagem podem resul-
tar em deterioração da semente ou in-
fecção parcial, com formação de uma
crosta pulverulenta, constituída de
micélio e esporos, dando uma colora-
ção bege a castanho-clara ao tegu-
mento.
28
C.V. Godoy
29
R.M. Soares
Tombamento e morte em reboleira de rizoctonia (Rhizoctonia solani)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
O sintoma se inicia por podridão cas- O tombamento ocorre entre a pré- A ocorrência do tombamento por R.
tanha e aquosa da haste, próximo ao emergência e 30-35 dias após a solani pode ser reduzida por trata-
nível do solo e estende-se para baixo emergência, sob condições de tem- mento da semente com fungicida
e para cima. Em fase posterior, o sis- peratura e umidade elevadas. A mor- para proteger contra o fungo presen-
tema radicular adquire coloração cas- te em reboleira é observada geralmen- te no solo, rotação da cultura com
tanho escura, o tecido cortical fica te após a floração, em áreas recém gramíneas e eliminação da compac-
mole e solta-se com facilidade, expon- abertas, sendo raramente detectada tação do solo, para evitar o enchar-
do um lenho firme e de coloração bran- em campos cultivados por mais tem- camento.
ca a castanho-clara. Freqüentemente, po. A doença é favorecida por tem-
ocorre o estrangulamento no nível do peraturas amenas em anos chuvosos.
solo, resultando em murcha, tomba- A taxa de transmissão do fungo por
mento ou sobrevivência temporária, semente é baixa e sua importância é
com emissão de raízes adventícias questionável, pois o mesmo ocorre
acima da região afetada. naturalmente nos solos.
30
A.M.R. Almeida
A.M.R. Almeida
A.A. Henning
31
Tombamento e murcha de esclerócio (Sclerotium rolfsii)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Pode infectar plântulas causando tom- O fungo é comum em todas as regi- O fungo é capaz de infectar mais de
bamento ou murcha. O tombamento ões do Brasil, porém, a incidência da 200 espécies vegetais o que torna
resulta de uma podridão mole, aquo- doença é variável. A presença de res- difícil seu controle. O enterrio de res-
sa que, geralmente inicia logo abaixo tos culturais em decomposição pode tos de cultura contribui para a decom-
do nível do solo. Normalmente, ocor- favorecer a ocorrência da doença. posição de esclerócios por outros mi-
re ao longo das fileiras, dando apa- Condições de alta umidade e calor crorganismos do solo.
rência de morte em reboleira. Plântulas (30oC-35oC) são favoráveis ao desen-
mortas, quando pressionadas com os volvimento do fungo, a partir da ger-
dedos, parecem chochas. Em plantas minação de esclerócios ou de micélio
mais velhas, a infecção causa amare- desenvolvido em matéria orgânica no
lecimento das folhas que murcham e solo. As infecções também são comu-
caem. O fungo desenvolve-se ao lon- mente observadas após um período
go da haste da planta, desde a região de seca. Esclerócios desidratados são
do colo, formando uma cobertura estimulados a germinar quando a
branca de micélio, podendo produzir umidade retorna e exudatos de plan-
esclerócios de cor creme, que se tor- tas estão presentes no solo. O fungo
nam marrom escuro. pode ser disseminado através de solo
aderido a equipamentos.
32
M.C. Meyer
A.M.R. Almeida
33
Oídio (Erysiphe diffusa)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
É um parasita obrigatório que desen- A infecção pode ocorrer em qualquer O método mais eficiente de controle
volve-se em toda a parte aérea da estádio de desenvolvimento da plan- é o uso de cultivares resistentes. O
planta. Apresenta uma fina cobertura ta, porém, é mais comum por ocasião controle químico pode ser utilizado
esbranquiçada, constituída de micélio do início da floração. Condições de através da aplicação de fungicidas
e esporos pulverulentos. Nas folhas, baixa umidade relativa do ar e tempe- foliares do grupo dos triazóis e/ou dos
com o passar do tempo, a coloração raturas amenas (18oC a 24oC) são benzimidazóis. Para controle nos es-
branca do fungo muda para castanho- favoráveis ao desenvolvimento do fun- tádios iniciais, indica-se usar preferen-
acinzentada e, em condições de in- go. O desenvolvimento do fungo é cialmente o enxofre (2 kg i.a./ha).
fecção severa, pode causar seca e inibido acima de 30oC.
queda prematura das folhas.
34
C.V. Godoy A.M.R. Almeida
35
Podridão branca da haste (Sclerotinia sclerotiorum)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Os primeiros sintomas são manchas A fase mais vulnerável da planta vai Evitar a introdução do fungo na área
aquosas que evoluem para coloração do estádio da floração plena ao início utilizando semente certificada livre do
castanho-clara e logo desenvolvem da formação das vagens. Alta umida- patógeno. Efetuar tratamento de se-
abundante formação de micélio bran- de relativa do ar e temperaturas ame- mente com mistura de fungicidas de
co e denso. O fungo é capaz de infec- nas favorecem o desenvolvimento da contato e benzimidazóis. Em áreas de
tar qualquer parte da planta, porém, doença. Esclerócios caídos ao solo, ocorrência da doença, fazer a rotação/
as infecções iniciam-se com freqüên- sob alta umidade e temperaturas en- sucessão de soja com espécies resis-
cia a partir das inflorescências e das tre 10oC e 21oC, germinam e desen- tentes como milho, aveia branca ou
axilas das folhas e dos ramos laterais. volvem apotécios na superfície do trigo; eliminar as plantas hospedeiras
Ocasionalmente, nas folhas, podem solo. Estes produzem ascósporos que do fungo; fazer adubação adequada;
ser observados sintomas de murcha e são liberados ao ar e são responsá- aumentar o espaçamento entre linhas,
seca. Em poucos dias, o micélio trans- veis pela infecção das plantas. A reduzindo a população ao mínimo re-
forma-se em massa negra e rígida, o transmissão por semente pode ocor- comendado.
esclerócio, que é a forma de resistên- rer tanto através de micélio dormente
cia do fungo. Os esclerócios variam (interno) quanto de esclerócios mis-
em tamanho, e podem ser formados turados às sementes. Uma vez intro-
tanto na superfície como no interior duzido na área, o patógeno é de difí-
da haste e das vagens infectadas. cil erradicação.
36
A.A. Henning
A.A. Henning
37
38
C.V. Godoy
39
M.C. Meyer
Podridão parda da haste (Phialophora gregata)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
A partir do estádio de enchimento de O fungo sobrevive em restos cultu- Para evitar a introdução do patógeno
grãos, pode ser observado escu- rais de soja e no solo e não é dissemi- em novas áreas, deve-se realizar a lim-
recimento marrom-escuro da medula nado por semente. A semeadura dire- peza de máquinas e implementos.
de haste e de raiz. Esses sintomas ta tende a aumentar a incidência da Várias medidas de controle podem ser
podem ser acompanhados de súbita doença. A infecção ocorre através do adotadas, dentre elas a utilização de
clorose e necrose internerval de fo- sistema radicular, aproximadamente cultivares resistentes e a rotação de
lhas (folha carijó), seguida de que- 30 dias após a germinação. O aumen- culturas.
da precoce. A doença não apresenta to da intensidade de sintomas, tanto
sintoma externo na haste e nas raízes. foliares quanto internos na haste, é
favorecido por temperatura do ar en-
tre 15oC e 27oC e alta umidade do
solo após o florescimento.
40
A.M.R. Almeida
L.M. Costamilan L.M. Costamilan
41
Podridão radicular de roselínia (Rosellinia necatrix)
Sintomas Condições de desenvolvimento
J.T. Yorinori
Plantas isoladas ou agrupadas apre- O fungo infecta diversas espécies de
sentam folhas amarelo intenso, plantas perenes e é um importante
freqüentemente mais acentuado em agente de degradação de madeira.
uma metade do folíolo, podendo tam- Pode ocorrer em qualquer região de
bém apresentar necrose entre as cultivo, sem grande influência do cli-
nervuras (folha carijó). A raiz apre- ma.
senta podridão seca que decompõe o
tecido lenhoso, de forma que a raiz
rompe-se com facilidade ao se arran- Controle
car a planta. Sob condições de solo
úmido, produz uma camada de micélio Em geral, a doença não requer a ado-
branco e rizomorfas visíveis na super- ção de medidas de controle, entretan-
fície do solo. to a rotação com gramíneas pode
amenizar o problema.
42
Seca da haste e da vagem (Phomopsis spp.)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Os sintomas da doença na planta apa- O fungo sobrevive como micélio dor- Recomenda-se o uso de sementes
recem durante a fase final do ciclo, mente em restos de cultura ou semen- sadias, tratamento de semente; rota-
sendo caracterizados por pontuações te infectada, podendo sobreviver na ção de cultura e manejo adequado do
pretas (picnídios), que são formados forma de picnídios em restos de cul- solo, principalmente com relação à
linearmente na haste e pecíolos e, ao tura. A disseminação dos esporos adubação potássica. Durante a arma-
acaso, sobre dentro da cultura é feita por zenagem da semente em condição
as vagens. respingos de chuva. Períodos ambiente, Phomopsis spp. perde via-
prolongados de umidade, as- bilidade rapidamente, ocorrendo, ao
sociados a altas temperaturas mesmo tempo, um aumento gradual
na maturação, favorecem a na porcentagem de germinação. O tra-
disseminação do fungo das tamento de semente com fungicidas
vagens para as sementes. Seu sistêmicos, especialmente os benzimi-
maior dano é observado em dazóis é altamente eficaz para a
anos chuvosos, nos estádios erradicação do fungo.
Embrapa Soja
45
A.M.R. Almeida
47
Doenças causadas por bactérias
Crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv. glycinea)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
É comum na folha, mas pode atacar Semente infectada e restos do culti- Não há medidas de controle recomen-
haste, pecíolo e vagem. Inicia com vo anterior de soja são as fontes ini- dadas para essa doença.
manchas aquosas, semi-transparentes ciais de inóculo. A semente infectada
quando olhadas contra a luz, que não mostra sintoma. A doença é
necrosam e aglutinam, formando áre- favorecida por alta umidade, principal-
as grandes de tecido morto. Pode ha- mente chuva com vento e sob tem-
ver ou não halo amarelado ao redor peraturas amenas (20oC a 26oC). Em
da mancha, largo sob temperatura dias secos, finas escamas do exsudato
amena e estreito ou ausente sob tem- da bactéria se disseminam na lavou-
peratura mais alta (mais de 27ºC). Ob- ra, mas para haver infecção há a ne-
servação na página inferior da folha cessidade de filme de água na super-
permite definição exata da doença, fície da folha, quando há manhã com
mancha angular, de cor negra e, nas orvalho ou períodos de chuva. A bac-
horas úmidas da manhã, mostra uma téria penetra na folha pelos estômatos
película brilhante, que é o exsudato ou por ferimentos.
da bactéria. Ataques severos causam
rasgamento dos espaços internervais
da folha e queda de folhas.
50
L.P. Ferreira
51
A.M.R. Almeida
Pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Típica de folha, mas também infecta O patógeno é transmissível pela se- Uso de cultivares resistentes.
haste, pecíolo e vagem. As manchas mente que não mostra sintoma típi-
são arredondadas, nunca angulares, co. Os restos de cultura são, também,
e de coloração parda. Na página infe- fonte de inóculo. Infecções secundá-
rior da folha, no centro da lesão, ocor- rias são favorecidas por chuva e ven-
re pequena elevação de cor esbranqui- to, aliados às condições de umidade
çada, parecendo um vulcãozinho, que elevada e temperatura alta (acima de
dá o nome comum da doença, pústula 28ºC). A bactéria pode sobreviver na
bacteriana. Além dessa elevação, esta rizosfera da cultura do trigo e, assim,
doença se diferencia do crestamento manter o inóculo para a lavoura de
bacteriano pela inexistência do brilho soja seguinte.
na página inferior. Em cultivares susce-
tíveis, o grande número de pústulas na
superfície da folha dá a aparência ás-
pera, à vista e ao tato. Em estádios mais
avançados da cultura, com base apenas
nos sintomas, a pústula pode ser con-
fundida com o crestamento bacteriano.
52
A.M.R. Almeida
53
J.T. Yorinori
Doenças causadas por vírus
Mosaico cálico (Alfalfa Mosaic Virus - AMV)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
As folhas de plantas infectadas tor- O vírus causador do mosaico cálico Cultivares resistentes são disponíveis.
nam-se cloróticas e enrugadas. Nor- depende de pulgões para sua trans- No entanto, a virose nunca chegou a
malmente, as plantas não são afeta- missão e da presença de plantas hos- ser um problema no Brasil.
das em seu desenvolvimento. No en- pedeiras. No Brasil, sua pre-
tanto, quando as plantas originam-se sença é bem reduzida.
de sementes infectadas, o desenvol-
vimento é reduzido. A transmissão por
semente é facilmente observável, a
partir de clorose das folhas primárias.
A.M.R. Almeida
56
Mosqueado do feijão (Bean Pod Mottle Virus - BPMV)
Sintomas Condições de desenvolvimento
A.M.R. Almeida
São mais evidentes durante períodos O vírus causador do mosqueado do
de rápido crescimento das plantas e feijão transmite-se por coleópteros das
de temperaturas amenas. Sintomas espécies Cerotoma trifuncata e
típicos são caracterizados por mos- Epicauta vitata. O BPMV infecta pou-
queado clorótico e bolhas em folhas cas espécies de plantas, sendo todas
jovens, que tendem a diminuir de in- da família Fabaceae (leguminosas).
tensidade à medida que as folhas fi- Feijoeiro, lespedeza, Stizolobium
cam mais velhas. Em associação com deeringianum, Trifolium incarnatum e
o vírus do mosaico comum da soja Desmodium paniculatum são alguns
causa severa distorção foliar, nanismo exemplos.
e necrose do topo das plantas.
Controle
Não há descrição de genótipos resis-
tentes ao BPMV.
57
Mosaico comum da soja (Soybean Mosaic Virus - SMV)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Plantas infectadas apresentam folhas O vírus do mosaico comum da soja À semelhança de outras viroses ve-
trifolioladas encarquilhadas, com al- foi introduzido no Brasil através de getais, a maneira mais eficiente de se
gumas bolhas e com mosaico distri- semente infectada e está distribuído controlar esta doença é através de
buído irregularmente sobre o limbo em todas as regiões onde a soja é cul- cultivares resistentes. Inúmeras culti-
foliar. A maturação é atrasada e é tivada. É transmitido por pulgões, a vares de soja são resistentes a esse
comum encontrar plantas verdes no partir de plantas hospedeiras. Condi- vírus.
meio de plantas já amadurecidas. ções climáticas que favorecem a po-
Genótipos suscetíveis produzem se- pulação de pulgões contribuem para
mentes com manchas (mancha café). maior incidência do vírus no campo.
Essas manchas são marrons ou pre-
tas, de acordo com a cor do hilo. Há
entretanto, genótipos suscetíveis que
não produzem sementes manchadas.
Semente sem mancha pode transmi-
tir o vírus e originar plântula infectada.
No entanto, nem todas as sementes
manchadas originam plântulas infec-
tadas.
58
A.M.R. Almeida
59
A.M.R. Almeida
Necrose da haste (Cowpea Mild Mottle Virus - CPMMV)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Na floração e início de formação de O vírus é transmitido pela mosca bran- Diversas cultivares de soja são resis-
vagens, os sintomas tornam-se evi- ca (Bemisia tabaci). Toda condição tentes e podem ser facilmente utiliza-
dentes com aparecimento da queima que favoreça o desenvolvimento da das em regiões onde o problema se
do broto e da necrose das hastes, população de mosca branca também manifestou. Além das dificuldades de
quando as plantas acabam morrendo. favorece o aparecimento da doença, se controlar mosca branca, a trans-
Corte longitudinal das hastes mostram desde que haja planta hospedeira missão de forma não persistente fa-
escurecimento da medula. Plantas que disponível, porém ainda não foram vorece a disseminação nos campos de
não morrem apresentam severo nanis- identificadas no Brasil. soja.
mo e folhas deformadas. Plantas
infectadas podem produzir vagens, as
quais são deformadas e com grãos
pequenos.
60
A.M.R. Almeida
61
A.M.R. Almeida
Queima do broto (Tobacco Streak Virus - TSV)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Plantas infectadas pelo vírus da quei- O vírus é transmitido por tripes e Não existem cultivares resistentes.
ma do broto apresentam o broto apical infecta diversas espécies vegetais Como a população de tripes é reduzi-
curvado, necrosado e facilmente como girassol e amendoim. No cam- da pela ação das chuvas, recomen-
quebrável. Normalmente, apresentam po, a principal planta fonte de inóculo dam-se semeaduras tardias, época em
escurecimento da medula da haste é a cravorana (Ambrosia polystachya). que a incidência da virose permanece
principal, o que se constitui no princi- inferior a 15% de plantas infectadas,
pal sintoma para diagnose desta do- com prejuízos desprezíveis. O uso de
ença. Após a morte do broto apical, inseticidas, por pulverização ou gra-
as plantas produzem excessiva nulados, aplicados junto com a semen-
brotação axilar, com folhas afiladas e te não propiciou controle, visto que
de tamanho reduzido. O crescimento os tripes virulíferos mantêm a migra-
é paralisado, conferindo aspecto de ção durante longo período, de fora
planta anã. A semente formada pode para dentro das lavouras, e conse-
apresentar mancha associada à rup- guem infectar as plantas antes de
tura do tegumento, que fica com me- morrer pelo efeito dos inseticidas.
nos brilho.
62
A.M.R. Almeida
63
A.M.R. Almeida
Doenças causadas por nematóides
Nematóide de cisto (Heterodera glycines)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
O nematóide penetra nas raízes da O cisto pode permanecer no solo por A prevenção da infestação deve ser
planta e dificulta a absorção de água e mais de oito anos, mesmo na ausên- feita através da limpeza de máquinas,
nutrientes, causando a redução de por- cia do hospedeiro. Em solo úmido, implementos, ferramentas e calçado
te e número de vagens, clorose e baixa com temperaturas de 20oC a 30oC, e utilização de semente beneficiada,
produtividade. Os sintomas aparecem os juvenis eclodem e, se encontrarem sem partículas de solo. As estratégi-
em reboleiras e, em muitos casos, as a raiz de uma planta hospedeira, pe- as de controle incluem a rotação de
plantas acabam morrendo. O sistema netram e o ciclo se completa em cer- culturas com espécies não hospedei-
radicular fica reduzido, apresentando ca de quatro semanas. O trânsito de ras, o manejo do solo (nível adequa-
minúsculas fêmeas com formato de li- máquinas, equipamentos e veículos, do de matéria orgânica, adubação
mão ligeiramente alongado, de colora- levando partículas de solo contami- equilibrada, ausência de compac-
ção branca a amarelada. Quando a fê- nado, tem sido o principal agente de tação, dentre outras e a utilização de
mea morre, seu corpo se transforma dispersão do nematóide. Também cultivares resistentes. Existem, no Bra-
numa estrutura resistente, de coloração pode ser disseminado por enxurrada, sil, várias cultivares resistentes adap-
marrom escura, cheia de ovos, deno- animais e semente contendo partícu- tadas às diferentes regiões de culti-
minada cisto, que se desprende da raiz las de solo. vo.
permanecendo no solo. A diagnose re-
quer análise de amostras de solo e/ou
raízes, em laboratório de nematologia.
66
R.M. Soares
R.M. Soares
W.P. Dias
Cultivar resistente
Fêmeas
67
Nematóides de galhas (Meloidogyne incognita e M. javanica)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Em áreas infestadas, ocorrem man- Os nematóides causadores de galhas Os métodos de controle mais eficien-
chas em reboleiras, onde as folhas das parasitam um grande número de es- tes são a rotação de culturas e a uti-
plantas afetadas, normalmente, apre- pécies de plantas. Devido a essa ca- lização de cultivares resistentes. A
sentam manchas cloróticas ou necro- racterística, esses organismos sobre- rotação de culturas deve ser bem pla-
ses entre as nervuras (folha carijó). vivem na maioria das plantas dani- nejada, uma vez que a maioria das
Às vezes, pode não ocorrer redução nhas, dificultando o controle. O ciclo espécies cultivadas multiplicam os
no tamanho das plantas, mas, por oca- de vida é muito influenciado pela tem- nematóides de galhas. Por isso, deve-
sião do florescimento, nota-se inten- peratura. A 25oC, o ciclo se completa se fazer uma correta identificação da
so abortamento de vagens e amadu- em três a quatro semanas. espécie de Meloidogyne e, se possí-
recimento prematuro. Nas raízes ata- vel, da raça ocorrente. Na rotação, é
cadas, observam-se galhas em núme- importante incluir espécies de adubos
ro e tamanho variados, dependendo verdes, visando recuperar a matéria
da suscetibilidade da cultivar de soja orgânica e a atividade microbiana do
e da densidade populacional do solo. A semeadura direta contribui
nematóide. A diagnose requer análise para reduzir a disseminação. Atual-
de amostras de solo e/ou raízes, em mente, várias cultivares de soja
laboratório de nematologia. ressitentes a M. incognita e/ou M.
javanica, estão disponíveis no país.
68
R.M. Soares
W.P. Dias
69
Nematóides das lesões (Pratylenchus spp.)
Sintomas Condições de desenvolvimento Controle
Além da sintomatologia geral, descri- O nematóide pode parasitar, além da Não existem cultivares de soja resis-
ta para outros nematóides, observam- soja, o milho, a cana-de-açúcar, o al- tentes. A rotação de culturas pode ser
se áreas necrosadas nas raízes da soja. godão e o amendoim, entre outros. eficiente na redução da densidade
Isso se deve ao ataque às células do Os maiores danos ocorrem em solos populacional do nematóide, minimi-
parênquima cortical, onde o parasita com teores elevados de areia, especi- zando os danos. Entretanto, como o
injeta toxinas durante o processo de almente se a soja é implantada após mesmo é polífago, o planejamento da
alimentação. Sua movimentação na pastagem degradada. rotação deve ser cuidadoso, evitando
raiz também desorganiza e destrói gramíneas que, de modo geral, são
células. As raízes parasitadas podem boas hospedeiras do parasita.
ser, posteriormente, invadidas por fun-
gos e bactérias. Não há formação de
galhas e o sistema radicular fica re-
duzido e escurecido. A diagnose re-
quer análise de amostras de solo e/ou
raízes, em laboratório de nematologia.
70
Agropecuária Veiga
71 W.P. Dias
'UV¶FKQ
Estádio &GUETKÁºQ
Descrição
C 8% &CGOGTIÄPEKCCEQVKNÃFQPGUCDGTVQU
KX
G V 8 2TKOGKTQPÎHQNJCUWPKHQNKQNCFCUCDGTVCU
+ U C
C G
V
8 5GIWPFQPÎRTKOGKTCHQNJCVTKHQNKQNCFCCDGTVC
( I
G 8 6GTEGKTQPÎUGIWPFCHQNJCVTKHQNKQNCFCCDGTVC
8
8P 'PÃUKOQ
ÕNVKOQPÎEQOHQNJCVTKHQNKQNCFCCDGTVCCPVGUFCHNQTCÁºQ
4 +PÈEKQFCHNQTCÁºQCVÃFCURNCPVCUEQOWOCHNQT
4 (NQTCÁºQRNGPC/CKQTKCFQUTCEGOQUEQOHNQTGUCDGTVCU
N
C 4 (KPCNFCHNQTCÁºQ8CIGPUEQOCVÃEOFGEQORTKOGPVQ
Estádios de R
K
E 4 /CKQTKCFCUXCIGPUPQVGTÁQUWRGTKQTEQOEOUGOITºQURGTEGRVÈXGKU
KP 4 )TºQURGTEGRVÈXGKUCQVCVQCFCITCPCÁºQ
desenvolvimento C
X
K
T
R
4 /CKQTKCFCUXCIGPUEQOITCPCÁºQFG
da soja
V G
W
F
V
U 4 /CKQTKCFCUXCIGPUGPVTGGFGITCPCÁºQ
+
Q
T
C
J
4 /CKQTKCFCUXCIGPUGPVTGGFGITCPCÁºQ
4 /CKQTKCFCUXCIGPUGPVTGGFGITCPCÁºQ
+ R
G C
P
4 8CIGPUEQOITCPCÁºQFGGHQNJCUXGTFGU
4
Q
G º
U
C Á
C 4 +PÈEKQCFGCOCTGNGEKOGPVQFGHQNJCUGXCIGPU
4 'PVTGGFGHQNJCUGXCIGPUCOCTGNCU
( X
T
4 /CKUFGFGHQNJCUGXCIGPUCOCTGNCU
G
U
D
1
4 +PÈEKQCFGFGUHQNJC
4 /CKUFGFGFGUHQNJC´RTÃEQNJGKVC
4 2QPVQFGOCVWTCÁºQFGEQNJGKVC
Fonte: Tecnologias de produção de soja - Paraná 2005. Londrina: Embrapa Soja, 2004.
72