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DOCUMENTO REVISADO

INSTRUÇÃO DE TRABALHO CÓDIGO

FOLHA
MANUAL OPERACIONAL 1
ASSUNTO EMISSÃO
CAPINA QUÍMICA MECANIZADA
(Regulagem e calibração de pulverizadores mecanizados) Nº REVISÃO
1

REGULAGEM E CALIBRAÇÃO DE PULVERIZADORES MECANIZADOS

1. DEFINIÇÕES

Regulagem: É preparar o pulverizador para atender as recomendações fornecidas para


uma boa aplicação de herbicida, ou seja, utilizar uma ponta adequada para produzir gotas
de uma determinada classe de tamanho (µ) e aplicar um determinado volume de calda (l/ha)
do defensivo em velocidade operacional de trabalho, etc.

Calibração: É verificar se o desempenho do pulverizador está como o previsto pela


regulagem conforme o recomendado. Na calibração, também é realizado o diagnóstico do
estado dos bicos.

Aferição: Após a calibração fazer os ajustes finos para deixar o pulverizador no ponto
para o trabalho. O desempenho do pulverizador depende desses ajustes finos, como o uso
de pontas aferidas, manômetros calibrados e etc.

2. PROCEDIMENTOS – ANTES DA REGULAGEM DO PULVERIZADOR

 Verificação da limpeza dos filtros: Principal, linha e da ponta do pulverizador, se


estiver sujo realizar a limpeza (Figura 1);
 Verificação da limpeza das pontas do pulverizador, se estiver sujo realizar a limpeza
utilizando escova de limpeza de pontas de pulverização com cerdas macias (Figura
2);
 Verificação das mangueiras condutoras de calda se não estão furadas ou dobradas,
para evitar vazamentos e redução no volume aplicado (Figura 3);
 Verificação do regulador de pressão, principalmente os componentes: sede de
válvulas, válvulas e molas, se não estão gastas ou presas por impurezas;
 Verificar a manutenção da bomba se não há vazamentos e se está lubrificada (nível
de óleo ou graxa);

Figura 1 - Filtro da ponta sujo Figura 2 - Escova de limpeza de Figura 3 - Mangueira dobradas
pontas de pulverização com
cerdas macias
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3. EQUIPAMENTOS NECESSARIOS

Devemos nos conscientizar que na regulagem e calibração do pulverizador o VOLUME


DE CALDA (l/ha) é apenas um dos parâmetros da pulverização a serem acertados, e que
os outros parâmetros como DISTRIBUIÇÃO DA PULVERIZAÇÃO (CV%), TAMANHO DE
GOTAS (µ), DENSIDADE DE GOTAS (gotas/cm2) e POTENCIAL DERIVA (%) são tão ou
mais importantes que a taxa de aplicação.
Tabela 1 - Parâmetros passiveis de serem avaliados em uma regulagem de pulverizador

Tabela 2 - Equipamentos utilizados na regulagem e calibração de pulverizadores


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4. FÓRMULAS E FATORES DE CONVERSÃO ÚTEIS

Figura 4 - Fórmulas para pulverizadores terrestres

VELOCIDADE EM Km/h

V = 180
T
Onde
V = Velocidade em km/h
T = Tempo em segundos
Figura 5 - Fatores de Figura 6 - Relação entre Figura 7 - Conversão
conversão pressão e vazão m/s em km/h
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5. REGULAGEM

1° Passo: Definir a ponta de pulverização

A definição da ponta será em função do tipo de leque e de gotas que necessitamos,


tamanho de gotas será em função:

 Do modo de ação do produto:

- Herbicidas sistêmicos e de solo podem ser aplicados com gotas muito grossas ou
grossas, a partir de 20 gotas/cm2.

- Produtos de contato (herbicidas, fungicidas e inseticidas), vão exigir gotas médias


ou finas, com mais de 40 gotas/cm2.

- O fungicida de inverno, do grupo Triazóis, que embora sistêmicos somente se


deslocam pela planta de baixo para cima, exigem que o produto atinja as partes
inferiores da planta, exigindo assim gotas médias ou finas, mais de 40 gotas/cm 2.

 Das condições climáticas:

- Em condições mais favoráveis à evaporação e deriva (mais ventos, maiores


temperaturas e menores umidades relativas) – evitar produzir gotas finas ou médias.

 Da situação do nosso alvo:

- Quando o alvo estiver mais alto e fechado, e necessitarmos de penetração na


folhagem (herbicidas, inseticidas e fungicidas de contato) devemos produzir gotas
finas ou médias.

- Na dessecação com glifosato, se existir o “efeito guarda chuva” (alvo maior ou a


própria palha dificultando a pulverização de chegar às plantas daninhas menores
que ficam por baixo), necessitaremos de gotas médias ou finas para atingir o alvo.

Para a definição da ponta, será necessário o uso das informações do fabricante que
relaciona o tamanho da gota e também a Taxa de Aplicação (Tabela 3).
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2° Passo: Definição da Taxa de Aplicação – l/ha

Seguir a instrução do fabricante do defensivo e/ ou a recomendação da equipe técnica.

A taxa de aplicação deve levar em consideração o nível da infestação na área quanto à


área foliar do alvo a ser controlado.

Tabela 3 – Informações do bico fornecidas pelo fabricante do mesmo


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3° Passo: Checar a velocidade de deslocamento

Marcar uma distância de 50 metros e cronometrar o tempo de deslocamento na


velocidade normal do trator na marcha e rotação de trabalho.

O trator deve iniciar o deslocamento 20 metros antes dos 50 metros (Figura 8).

Figura 8 - Distância de deslocamento do trator

Repetir o mesmo procedimento duas vezes, na condição local do talhão (dentro do


talhão) e tirar a média em segundos do deslocamento.

Para se obter a velocidade em km/h, basta dividir 180 pelo tempo médio em segundos
gasto nos 50 metros (Figura 9).

VELOCIDADE EM Km/h

V = 180
T
Onde
V = Velocidade em km/h
T = Tempo em segundos
Figura 9 - Conversão m/s em km/h

Figura 10 - Tabela de velocidade - Referência


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4° Passo: Checar o espaçamento das pontas ou faixa de pulverização (em cm)

Aplicação em área total (Barra Longa – Dessecação e Pré Total)

E= Espaçamento médio entre as pontas na barra de pulverização (em cm).

Recomenda-se que as distâncias entre pontas sejam iguais.

Figura 11 - Espaçamento entre bicos na barra de pulverização

Aplicação em faixa (Pré emergente em linha, Lamininha e Conceição fechada e


aberta)

E = Faixa de aplicação por ponta (em cm).

Faixa de aplicação (preconizada) dividido pelo número de pontas.

Exemplo: A faixa pulverizada preconizada é 200 cm e possui 5 pontas, portanto


E= 200/5 = 40 cm.

200 cm

Ex: 200/5 = 40 cm
200 cm
Figura 12 - Faixa preconizada Figura 13 - Croqui da barra protegida
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Aplicação em área total (Barra Curta ou pontas únicas do tipo ¼ KLC, Boomjet,
etc.).

E = Faixa de aplicação total (em cm)

Utiliza-se vazão única em Barra Curta constituídas de pontas de grande projeção como
o XP (teejet) e o XT (hypro) nas extremidades, podendo ou não ter outros pontas no meio
da barra curta, bicos ¼ KCL, Boomjet e etc.

Dessa forma deve-se medir o comprimento da faixa pulverizada (no solo) pelo
pulverizador.

Figura 14 - Croqui da Barra Curta - Bicos Hypro

Figura 15 - Croqui da Barra Curta – Teejet


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5° Passo: Calcular a vazão necessária da ponta

Aplicação em área total (Barra Longa – Dessecação e Pré Total)

A vazão em l/min para BARRA LONGA (Dessecação e Pré Total) será calculada pela
seguinte fórmula:

Aplicação em faixa (Pré emergente em linha, Lamininha e Conceição fechada e


aberta)

A vazão em l/min para Pré emergente em linha, Lamininha e Conceição fechada e


aberta será calculada pela seguinte fórmula:
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Aplicação em área total (Barra Curta ou pontas únicas do tipo ¼ KLC, Boomjet,
etc.).

A vazão em l/min para Barra Curta ou pontas únicas do tipo ¼ KCL, Boomjet e etc.
será calculada pela seguinte fórmula:

6° Passo: Escolha da pressão de trabalho da ponta e numeração da ponta a ser


usada

Uma vez determinada vazão necessária da ponta, dentro do tipo de ponta já definido,
no primeiro passo, determinar a pressão de trabalho adequada.

A pressão adequada será calculada pela seguinte fórmula:


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7° Passo: Calibração

A – Estando à barra regulada, tipo de ponta, taxa de aplicação, velocidade de


deslocamento, espaçamento entre pontas, vazão e pressão adequadas;

B – Coletar o volume de saída de água em um minuto em todas as pontas (repetir o


mesmo procedimento três vezes), e anotar;

C – Medir a pressão de trabalho em no mínimo 50% do total de pontas com o auxilio de


um manômetro de bico e calcular a média das pressões;

D – Determinar a vazão média obtida, e:

 Verificar se não há pontas variando mais de 5% desta média (se isto ocorrer, é
sinal que o desgaste já está excessivo, e todas as pontas devem ser
trocadas por novas);

 Verificar se não há pontas variando mais de 10% da vazão nominal (se isto
ocorrer é sinal que o desgaste já está excessivo, se ocorrer com apenas
uma ponta deve se trocar a mesma por uma ponta nova, caso ocorra em
mais de uma ponta deve se trocar todas as pontas);

A pressão nominal pode ser verificada consultando a tabela da ponta fornecida


pelo fabricante ou calculada pela seguinte fórmula:

8° Passo: Determinação da quantidade de produto/volume de calda

Por regra de 3, calcular a dose de produto no tanque, a partir da capacidade do tanque


e da taxa de aplicação desejada.

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