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A Ação Hum-ana e oi Valores

ESQUEMATIZANDO

PROBLEMA DA COMPATIBILIDADE
O livre-arbítrio ê compatível com o determinismo?
V ▼
Incompatibilismo Compatibillsmo

0 livre-arbítrio nào e compatível O Irvre-arbitrio e compatível com


com o determinismo. o determinismo.
Se o determinismo e verdadeiro, É falso que se o determinismo e
entào nào temos livre-arbitrio verdadeiro, entào nào temos livre-a rbrtrio.
▼ ▼
Argumento da consequência Compatibilistas clássicos
Recorrem à estratégia da análise
(1) Se o determinismo e ver­
condicional para mostrar que:
dadeiro, entào nào temos Rejeitam 1
— ainda que o determinismo seja
possibilidades alternativas.
verdadeiro, por vezes temos
p
(2| Se nào temos possibilidades possibilidades alternativas. ê

alternativas, entào nào temos


T
livre-arbítrio.
Compatibilistas contemporâneos «<...■
(3) Logo, se o determinismo e
Recorrem aos casos de Frankfurt
verdadeiro, entào nào temos
Rejeitam 2 para mostrar que:
livre-arbítrio.
- mesmo sem possibilidades alternativas,
por vezes temos livre-arbitrio. 4
4
4
4

Rejeitam a analise condicional:


caso das gomas vermelhas

Rejeitam os casos de Frankfurt:


objeção das centelhas
de liberdade

PROBLEMA TRADICIONAL
Temos livre-arbítrio?

Libertismo Determinismo radical Determinismo moderado


- Sim, e portanto, - Nào. porque - Nào, apesar de
o determinismo e falso. o determinismo e verdadeiro. o determinismo ser verdadeiro.
V ▼
|4*) O determinismo
Temos livre-arbítrio*
é verdadeiro.
(5) Logo, o determinismo
(54) Logo, não temos
não é verdadeiro.
livre-arbítrio*
▼ ▼
Enfrenta as seguintes
Enfrenta as seguintes críticas
críticas: - Objeção da mecânica
- Objeção da ilusào quântica
- Objeção da aleatoriedade - Objeçào da
responsabilidade moral

SS
4. Determinismo e liberdade na ação humana

RESUMO

• O problema tradicional do I ívre-arbítrio e o seguinte: < Temos I ívre-arbítrio?».

• Temos llivre-arbítrio se, e so se, algumas das coisas que acontecem depen­
dem, em última análise, da nossa vontade.

• O determinismo e a tese de que tudo o que acontece e a consequência ne­


cessária de acontecimentos anteriores e das leis da natureza.

• Aparentemente, existe uma tensáo entre a crença de que temos livre-arbítrio


e a crença no determinismo.

• O problema da compatibilidade e o seguinte: *Sera o Irvre-arbítrio compatível


com o determinismo?*.

• Há duas respostas possíveis para o problema da compatibilidade: o incompa-


tibilismo e o compatibilismo.

• O incompatibilismo e a tese de que o Irvre-arbítrio nào e compatível com o


determinismo.

• O compatibilismo e a tese de que o livre-arbítrio e compatível com o deter­


minismo.

• Há três respostas possíveis para o problema tradicional: o determinismo mo­


derado (que e uma perspetiva compatibilista), o libertismo e o determinismo
radical (que sào, ambas, perspetivas incompatibilistasj.

• O determinismo moderado sustenta que:

1. o livre-arbítrio ê compatível com o determinismo:

2. tudo esta determinado;

3. temos livre-arbítrio.

• O libertismo sustenta que:

1. o livre-arbítrio e incompatível com o determinismo;

2. temos lívre-arbítrio;

e, por conseguinte,

3. nem tudo esta determinado.

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A Ação Hum-ana e oi Valores

- O determinismo radical sustenta que:

1. o livre-arbítrio e incompatível com o determinismo;

2. tudo esta determinado;

e, por conseguinte.

3. não temos livre-arbítrio.

• O argumento da consequência e um dos argumentos incompatibilistas mais


discutidos.

Os compatibilistas clássicos rejeitam a premissa 1 do argumento da conse­


quência (*Se o determinismo ê verdadeiro, então não temos possibilidades
alternativas»), recorrendo a uma análise condicional do conceito de <possibi-
lidades alternativas*.

$ Conceitos Os compatibilistas contemporâneos rejeitam a premissa 2 do argumento da


• livre-orbítrio consequência (<Se não temos possibilidades alternativas, então não temos
livre-arbítrio»), recorrendo aos chamados «rasos de Frankfurt*.
• determinismo

• responsabilidade moral Os libertistas pensam que e inevitável pensarmos que algumas das coisas
que acontecem dependem de nos.
• possibilidodes alternativas
• casos de Frankfurt
As principais objeções ao libertismo são: a objeção da ilusão e a objeção da
• compatibilismo aleatoriedade.

• incompotibilismo
Os deterministas pensam que e inevitável pensarmos que causas semelhan­
• determinismo moderado tes têm efeitos semelhantes.
• determinismo rodical
As principais objeções ao determinismo são: a objeção da mecânica quântica
• liberhsmo
e a objeção da responsabilidade moral.

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Questões propostas

GRUPO I

Nas questões do Grupo I. seleciona a única alternativa correta.

1. O determinismo é a tese segundo a qual

(A) tudo o que acontece é consequência necessária do passado e das leis da natureza,

nem tudo o que acontece é consequência necessária do passado e das leis da natureza.

(C) algumas das coisas que acontecem sào a consequência necessária do passado e das leis da
natureza.

(D) nada do que acontece é consequência necessária do passado e das lets da natureza.

2. Temos livre-arbrtrio se, e só se,

(A) tudo o que acontece depende, em última análise, da nossa vontade.

|B) algumas das coisas que acontecem dependem, em última análise, da nossa vontade.

(C) nada do que acontece depende, em última análise, da nossa vontade.

(D) nada do que acontece está predeterminado.

3. A perspetiva que se caracteriza por defender que «Tudo está determinado, por isso não temos
livre-arbítrio* é

(A) o libertismo.

(B) o determinismo radical.

(C) o determinismo moderado.

(D) o incompatibilismo.

4. A perspetiva que se caracteriza por defender que «Temos livre-arbítrio, por isso nem tudo está
determinado» ê

(A) o libertismo.

|B) o determinismo radical.

(C) o determinismo moderado.

(D) o incompatibilismo.

5. A perspetiva que se caracteriza por defender que «Ainda que tudo esteja determinado, temos
livre-arbítrio* é

(A) o libertismo.

|B) o determinismo radical.

(C) o determinismo moderado.

(D) o incompatibilismo.

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A Ação Hum-ana e o« Valore»

6 A perspetiva que se caracteriza por defender que «Se o determinismo é verdadeiro, então não
temos livre-a rbrtrio» é

o libertismo.

(B) o determinismo radical.

<C) o determinismo moderado.

(D) o incompatibilismo.

7. A estratégia da anãlise condicional pretende mostrar que

IA) uma vez que o determinismo é verdadeiro, nunca temos possibilidades alternativas e, por
conseguinte, não somos livres.

{B} ainda que o determinismo não seja verdadeiro, nunca temos possibilidades alternativas e, por
conseguinte, não somos livres.

(C) uma vez que o determinismo não é verdadeiro, por vezes, temos possibilidades alternativas
e, por conseguinte, somos livres.

(D) ainda que o determinismo seja verdadeiro, por vezes, temos possibilidades alternativas e, por
conseguinte, somos livres.

8. Num típico caso de Frankfurt,

{A) o agente toma por si mesmo uma decisão e existe uma circunstância que o forçaria nesse
sentido, caso ele não o trvesse feito.

o agente não toma por si mesmo uma decisão e e forçado a fazé-lo por uma circunstância.

<C) existe uma circunstância que leva o agente a agir de uma determinada maneira, ainda que
este decidisse por si mesmo agir desse modo.

{D) embora não exista nenhuma circunstância que o force nesse sentido, o agente toma por si
mesmo uma determinada decisão.

9. Analisa o argumento que se segue e seleciona a resposta correta.

(1) Se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio.


(2} O determinismo é verdadeiro.
(3) Logo, não temos livre-arbítrio.

IA) Apenas os deterministas radicais e os deterministas moderados aceitam o argumento.

{B) Apenas os deterministas radicais aceitam o argumento.

(C) Apenas os deterministas moderados aceitam o argumento.

(D) Apenas os libertistas aceitam o argumento.

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Qucstôei proposta»

10. Qual das seguintes afirmações pode ser utilizada para criticar o determinismo radical?

{A) Temos consciência dos nossos desejos, mas ignoramos as causas que os determinam.

(B) A mecânica quântica apresenta indícios de que existem acontecimentos genuinamente inde­
terminados.

(C) A analise condicional é falsa.

(D) Mesmo nos casos de Frankfurt o agente tem possibilidades alternativas.

GRUPO II

Responde de forma direta e objetiva ãs questões que se seguem

1. Considera o argumento que se segue:

(1) Se o determinismo é verdadeiro, então não temos possibilidades alternativas.


(2} Se não temos possibilidades alternativas, então não temos livre-arbítrio.
(3) Logo, se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio.

1.1 Formula uma objeção ã primeira premissa do argumento.

1.2 Formula uma objeção ã segunda premissa do argumento.

2- Considera o texto que se segue.

«Por liberdade, então, só nos é possível entender um poder de agir ou não agir, conforme as de
terminações da vontade; isto e. se escolhermos ficar parados, podemos ficar assim, e se escolhermos
mover nos também podemos faze lo. Ora essa liberdade hipotética c universalmente admitida como
pertencente a todo aquele que nào esteja preso t acorrentado.»

IXivKl Himx*. sabre o £'nrr/idl/i>rirfí? Jhi/ixino.


Trad taào Paulo Monteiro, Lisboa, INCM I2OIÍ2I. p Iü5

Formula uma objeção ã perspetiva defendida pelo autor do texto.


A Ação Humana e o« Valore»

Questões propostas

3. Considera o texto que se segue.

«Sc o livre-arbítrio nào existir. □ responsabilidade moral também nào existe. É, contudo, evidente
que a responsabilidade moral existe: se nào existisse tal coisa como a responsabilidade moral, nada
seria culpa de ninguém e é evidente que existem estados de coisas em rclaçào aos quais podemos
apontar o dedo c dizer, com justiça, a certas pessoas: Isto é culpa tua.»

Vjh Imvagvn. " Itaw to think jbaut lhe problcm aí rncc wtll*,
ln Juur/iul cf fthfcs 12 (3/41. (JüüBl pp. 327 428 (adaptado!

Qual das teorias estudadas em relaçao ao problema do livre-arbítrio está a ser criticada neste
texto? Porquê?

GRUPO III

Atenta no texto que se segue e responde á questão acerca do mesmo.

«Na mente nào existe vontade absoluta ou livre; mas a menteé determinada a querer isto ou aqui
lo por uma causa que também é determinada por outra, c essa outra, por sua vez, por outra, e assim
até ao infinito.

A mente c um certo e determinado modo de pensar [_]; por consequência [-.L nào pode ser uma
causa livre das suas ações, nào pode ter uma faculdade absoluta de querer ou nào querer; mas deve
ser determinada [~] a querer isto ou aquilo por uma causa, a qual é também determinada por outra,
c essa outra, por sua vez. por uma outra, etc. [_]

A experiência faz ver. portanto, tào claramcnte como a razào. que os homens se julgam livres ape
nas porque sào conscientes das suas ações e ignorantes das causas pelas quais sào determinados.»

Bento de Esplncsa, Èttoa, Trad Jcoqulm Hvrrcira Gomes.


l.isbcu Rei cgto D'Agua I W>2). pp. 253-272 (adaptado)

1. Concordas com a perspetiva defendida pelo autor do texto? Porquê?

Na tua resposta deves:

• identificar o problema subjacente ao texto;

• identificar justificadamente a tese defendida pelo autor do texto;

• formular explicita mente a tua perspetiva pessoal em relação ao mesmo problema;

• formular argumentos a favor da tua perspetiva:

• formular objeçãofões) ã<s) perspetivais) a que te opões.

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