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Acreditamos que você já identificou que, pelo seu caráter, as duas escalas tocadas são menores,
não é mesmo? Porém, há uma diferenciação entre elas. Você conseguiu identificar onde tais
escalas se diferem? Ouça novamente os áudios, cante com bocca chiusa ou com outra
vocalização e marque em um papel o grau no qual uma escala se diferencia da outra.
E então? Como você se saiu? Você observou que a distinção se encontra no sétimo grau de tais
escalas? Isso mesmo! Escutando o áudio mais uma vez e, agora, acompanhando a partitura a
seguir, você verá que no sétimo grau temos uma variação na escala menor em sua forma
harmônica.
Partindo da estrutura intervalar das escalas menores, as escalas escutadas nos áudios
propostos possuem a seguinte estrutura intervalar:
Figura 130 – Escala menor natural e harmônica.
Repare que, em sua forma harmônica, a escala menor apresenta uma alt eração no sét imo grau.
Segundo Ramires:
Observe que a alteração, colocada no sétimo grau da escala menor harmônica, permitiu que sua
estrutura intervalar alcançasse 1 t o m + 1 semitom entre os graus VI e VII, o que resultou num
intervalo de 2ª aumentada entre tais graus.
AT ENÇÃO!
É muito importante você observar que a alteração no sétimo grau,
característica da escala menor harmônica, não vem g rafada na armadura
de clave, sendo apresentada no decorrer da melodia como acidente
ocorrente. Dessa forma, uma escala menor harmônica possui exatamente a
mesma armadura de sua escala relativa maior (assim como acontece com a
escala menor na forma natural), porém apresentando, em sua estrutura, um
acidente ocorrente no sétimo grau.
Na melo dia de “Ô abre alas” (1899), da maestrina brasileira Chiquinha Gonzaga, você poderá
observar o que foi dito anteriormente. Se observar a armadura de clave, notará que ela não possui
acidente fixo algum; logo, a t o nalidade de tal música pode ser Dó maior ou Lá menor.
Observando a última nota da melodia (a qual encerra a música), encontramos a nota Lá, o que
nos leva a determinar que a t o nalidade dessa música é Lá e seu carát er é meno r (Lá menor).
Agora, para identificar a forma da escala (natural ou harmônica), é necessário analisar o interior
do trecho musical apresentado, o qual nos mostra a nota So l co m um acident e (sust enido ).
Você pode se recordar que a nota So l é o sét imo grau da escala de Lá meno r. O sét imo grau
elevado meio t o m é caract eríst ica da escala meno r em sua f o rma harmô nica. Assim,
temos, no trecho indicado a seguir, uma melodia em Lá meno r harmô nico .
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O mesmo ocorre com a canção folclórica “Nesta rua”, que está na tonalidade de Mi menor
harmônico, conforme apresentada no trecho a seguir:
Enquanto a escala menor em sua forma natural está intimamente ligada ao caráter da música
mo dal, a escala menor em sua forma harmônica tem seu surgimento relacionamento à
necessidade de adequação estrutural inerente às novas perspectivas musicais que surgem,
especificamente, a partir do período Barroco, inseridas dentro do nosso já conhecido sist ema
t o nal da música ocidental.
Segundo Batista, a alteração que a escala menor harmônica recebe em seu VII grau, criando um
intervalo de semitom entre o sétimo e o oitavo som,
[...] é essencial na música tonal, uma vez que origina um movimento de “preparação”,
com o intuito de “resolução” na tônica da escala, criando uma perspectiva de movimento,
característica do t o nalismo . Essa nota alterada recebe o nome de sensível da escala e
se relaciona a uma função da harmonia conhecida como do minant e (2016, p. 47).
Lembre-se!
Neste momento, é importante você recordar que o sétimo grau de uma escala diat ô nica
pode receber duas nomenclaturas distintas: subt ô nica (quando possui o intervalo de
um tom entre o VII e o VIII graus da escala) ou sensível (quando o intervalo entre o VII
grau e o VIII – tônica – é de um semitom).
Observe, na imagem a seguir, que, dentro de nossa escala menor na forma natural,
temos o sétimo grau classificado como subtônica, e, na escala menor, em sua forma
harmônica, o sétimo grau, classificado como sensível.
Figura 133 – Nomenclatura do VII grau nas escalas menores natural e harmônica.
Exercício 12
Figura 134 – Exercício 12.
atividade.
Exercício 13
Áudio 70
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Áudio 71
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Áudio 72
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Áudio 74
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Exercício 15
Os solfejos a seguir são desafios a duas vozes. Para isso, disponibilizamos na sequência três
áudios: o áudio “a” tocará a voz superior; o áudio “b” tocará a voz inferior; e o áudio “c” tocará as
duas vozes.
Estude as vozes separadamente e, quando se sentir seguro e à vontade, cante uma voz ouvindo
a outra, ou seja, cante a voz superior enquanto ouve o áudio “b”, ou cante a voz inferior enquanto
ouve o áudio “a”. Por fim, execute uma das vozes acompanhando o áudio “c”.
Áudio 76
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Áudio 77
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Áudio 78
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Áudio 79
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Áudio 80
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Áudio 81
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Figura 140 – Exercício 15 – Solfejos a duas vozes.
Áudio 82
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Áudio 83
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Áudio 84
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Áudio 89
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Áudio 90
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Exercício 16
Partindo dos áudios propostos, identifique se a escala utilizada para a construção de tais
melodias está em sua forma menor natural ou harmônica.
Áudio 91
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Áudio 92
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Áudio 93
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Exercício 17
Este exercício desafia você a realizar pequenos ditados melódicos! Assim como no Exercício 9,
cada áudio apresentará um pulso inicial e a tônica da melodia proposta. Aqui, você trabalhará a
escala menor em sua forma harmônica. Ouça o áudio quantas vezes forem necessárias,
memorize o contorno melódico e, quando se sentir seguro, transcreva as notas da melodia
tocada para uma folha pautada. T ente transcrever a melodia utilizando os graus da escala e,
depois, reescreva utilizando as notas da melodia. Vamos lá!
Áudio 94
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Áudio 95
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Áudio 96
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Vamos conferir suas respostas? Clique aqui e veja como você se saiu nesta
atividade!
Exercício 18
Nesta atividade de composição, a sugestão é que você crie pequenas linhas melódicas utilizando
a escala menor em sua forma natural e harmônica para serem utilizadas como ditados
melódicos. Pense como um educador musical que, em algum momento, poderá ministrar aulas
de Percepção e Estruturação Musical e proponha pequenas atividades que contemplem estes
conteúdos apresentados até aqui. Você pode, por exemplo, realizar tais ditados com seus
colegas! O que acha? Vamos lá?
Você viu até agora duas estruturas intervalares da escala menor, que, tanto em seu movimento
ascendente quanto em seu movimento descendente, possuem formas fixas, ou seja, se, na
escala menor natural, não temos alteração ocorrente nenhuma em seu movimento ascendente,
em seu movimento descendente, também não teremos alteração. O mesmo acontecerá com a
escala menor na forma harmônica: subindo ou descendo a partir de sua tônica, o sétimo grau
sempre terá a alteração característica de tal escala.
Já com a escala menor em sua forma melódica, não será assim! Tal escala possui
características distintas entre seus movimentos ascendente e descendente.
Em seu movimento ascendente, a escala menor melódica terá alterações em seus graus VI e VII,
que serão elevados meio tom acima da armadura de clave. Já em sua descida, “todas as notas
voltam conforme a armadura” (RAMIRES, 2004, p. 111), descendo exatamente como a escala
menor em sua forma natural.
Confira na imagem a seguir a estrutura intervalar da escala menor em sua forma melódica e ouça
os áudios, comparando a escala menor em suas três formas estudadas até aqui:
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[...] essa escala ao alterar, na subida, a sua 6ª nota evita o intervalo dissonante de 2ª
aumentada, presente na escala menor harmônica entre as 6ª e 7ª notas, gerando, em
seu lugar, um intervalo consonante de 2ª Maior. Esse fato, por sua natureza, fez com que
a essa apresentação escalar recebesse o nome de menor melódica (2004, p. 111).
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Sobre a utilização da forma menor na descida da escala menor melódica, Batista nos diz que:
1. As alterações dos graus VI e VII nas formas harmônica e melódica das escalas menores
não são grafadas na armadura. Aparecem na construção destas no interior das músicas
co mo acident es o co rrent es.
2. “As formas harmônica e melódica da escala menor surgiram como resultado da tendência
de aproximação das tonalidades menores com as maiores” (MED, 1996, p. 138).
3. Quando escrevemos nossas composições ou tocamos uma determinada música, seu
movimento melódico não precisa apresentar a grafia exata de uma escala diatônica
disposta em graus conjuntos. Porém, você deve observar as regras utilizadas para sua
construção, para que consiga identificar a escala, tonalidade e caráter da obra.
Na Figura 148, conseguimos identificar que a melodia apresentada foi construída sobre a escala
menor em sua forma melódica. Observe que, durante o movimento ascendente, tal melodia
apresenta os graus VI e VII com alterações e, durante o movimento descendente, não possui
alterações nos referidos graus, exatamente como proposto na armadura de clave. Essa descrição
é notada no segundo compasso da melodia em questão.
Curiosidade:
A escala menor melódica possui uma variação na qual seus graus VI e VII possuem
alterações tanto ascendente quanto descendentemente. Tal variação é chamada de
Escala Bachiana ou Escala Híbrida (MED, 1996).
Neste momento, é importante que você assista ao Vídeo Co mplement ar 7. No vídeo, trataremos
sobre as escalas menores nas três formas vistas até então.
Exercício 19
Exercício 20
Ordenar elementos
Dó menor
Na atividade a seguir, você encontrará a melodia da canção folclórica “Sapo Jururu”, em tonalidade
maior. T ransforme tal melodia em tonalidades menores, nas formas natural, harmônica e
melódica, utilizando acidentes ocorrentes. Para acessar a melodia, clique aqui.
No Áudio 102, você poderá ouvir a melodia nas tonalidades maiores e menores trabalhadas no
exercício 21. Espero que se divirta!
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Exercício 22
Ouça os áudios a seguir, nos quais você encontrará escalas menores em sua forma natural,
harmônica e melódica. Escute atentamente quantas vezes forem necessárias! Após internalizar
cada uma das melodias propostas, cante-as com boca chiusa e, posteriormente, solfeje, utilizando
o sistema silábico e numérico.
Áudio 103
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Figura 157 – Exercício 22 – Solfejos – Áudio 103.
Áudio 104
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Áudio 105
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Áudio 106
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Áudio 108
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Exercício 23
Agora, ouça em cada áudio os dois tetracordes. Identifique, no segundo tetracorde, os graus que
se diferenciam em relação ao primeiro tetracorde!
Áudio 109
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Áudio 111
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Áudio 112
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Áudio 113
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Figura 158 – Exercício 23 – T etracordes – Áudio 113.
Áudio 114
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Áudio 115
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Áudio 116
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Áudio 118
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Exercício 24
A partir dos trechos apresentados, identifique a escala utilizada para a construção de tais
melodias.
Exercício 25
Áudio 119
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Áudio 120
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Áudio 121
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Figura 162 – Exercício 25 – Áudio 121.
Áudio 122
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Exercício 26
Escolha uma das formas menores apresentadas a você e divirta-se compondo uma pequena
melodia em graus conjuntos, de pequena extensão e fácil execução. Você pode, neste momento,
definir um andamento para sua composição; um caráter (triste, alegre, dramático, vivo etc.); propor
repetições com ritornello e especificar para qual instrumento está compondo!
Para finalizar esta etapa de nossa viagem musical por meio das escalas menores, nos
apropriamos de uma citação de Batista, que no diz:
Como foi possível observarmos, o modo menor introduz uma série de novas
possibilidades na relação melodia-harmonia. É importante lembrarmos que, embora seja
possível distinguirmos as diferentes escalas menores a partir de suas características
peculiares, em um contexto musical tonal, essa distinção passa a não existir. Ou seja,
tudo o que foi originado nas três escalas fica à disposição do compositor para ser
utilizado de acordo com as necessidades da obra (2016, p. 49).