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APOSTILA TREINAMENTO

SUPERVISOR DE ENTRADA EM
ESPAÇO CONFINADO

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
SUMÁRIO
1. MODULO 1 .......................................................................................................................... 3
1.1. AULA 1 - Introdução a norma ................................................................................... 3
1.2. AULA 2 - Identificando espaços confinados........................................................... 3
1.3. AULA 4 - Proteção Respiratória ............................................................................... 5
1.4. AULA 5 - Riscos dos espaços confinados............................................................ 14
2. MODULO 2 ........................................................................................................................ 20
2.1. AULA 6 - Energias Perigosas em Espaço Confinado......................................... 21
2.2. AULA 7 - Como evitar acidentes em ambientes confinados ............................. 23
2.3. AULA 8 - Área classificada ..................................................................................... 27
2.4. AULA 9 - Limite de tolerância dos gases.............................................................. 28
2.5. AULA 10 - Concentrações de produto químico seus sintomas e efeitos ........ 31
3 MODULO 3 ........................................................................................................................ 31
3.1. AULA 11 - Medidas de controle teste atmosférico .............................................. 31
3.2. AULA 12 - História da detecção de gases............................................................ 32
3.3. AULA 13 - Avaliação de entrada ............................................................................ 36
3.4. AULA 14 - Controle e ventilação do espaço confinado ...................................... 45
4.1. AULA 15 - PET - Permissão de Entrada e Trabalho - PET ............................... 51
4. MODULO 4 ........................................................................................................................ 56
4.1. AULA 16 - EPI – Equipamento de Proteção Individual ...................................... 56
4.2. AULA 17 - Estatísticas de acidentes em EC ........................................................ 58
4.3. AULA 18 - Resgate e salvamento.......................................................................... 58
4.4. AULA 19 - Primeiros socorros ................................................................................ 71
4.5. AULA 20 - NÓS......................................................................................................... 74
5. MODULO 5 ........................................................................................................................ 77
5.1. AULA 21 - Responsabilidade civil e criminal ........................................................ 77
5.2. AULA 22 - Dicas importantes ................................................................................. 78
5.3. Referências bibliográficas ....................................................................................... 79

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
1. MODULO 1
1.1. AULA 1 - Introdução a norma

Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para


ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída,
cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Ou seja:

1. Não foi criado para circulação contínua de pessoas;


2. Suas entradas e saídas são limitadas;
3. Sua ventilação não é eficiente ou inexiste;

Se o local está dentro de um destes 3 quesitos, pode ser considerado um


Espaço Confinado.

A NR-33 foi criada com o objetivo estabelecer os requisitos mínimos para


identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nestes espaços

Alterações/Atualizações
Portaria MTE n.º 1.409, 29 de agosto de 2012 31/08/12;

1.2. AULA 2 - Identificando espaços confinados

Indústria de papel e celulose.


Indústria gráfica.
Indústria alimentícia.
Indústria da borracha,
Indústria naval e operações Marítimas.
Indústrias químicas e petroquímicas.
Tanques de combustíveis

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Compartimento
Silos de armazenagem
Vagões tanques
Fossas
Escavações ou trincheiras com mais de 1,25m
Incineradores
Tanques de asas de avião
Container
Vasos de pressão
Túneis
Chaminés
Fornos
Câmaras frigoríficas
Caixas d’água
Caminhões tanques
Poço de visitas
Caldeiras
Poço de sucção
Dutos de ar comprimidos
Minas
Caixas subterrâneas
Tonéis

Tipos de trabalho realizado em espaço confinado

Entramos para fazer:

Manutenção;
Reparos;
Limpeza;
Inspeção de equipamentos e reservatórios;
Resgates;
Obras de construções civis

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1.3. AULA 4 - Proteção Respiratória

Ar atmosférico
Antes de tratarmos de composição do ar, é importante que falemos um pouco sobre
Respiração humana.

O sistema respiratório
Tem como principal função realizar a troca gasosa, ou seja, levar oxigênio (O2) às
células e eliminar o dióxido de carbono (CO2) produzido por elas.

A maioria das células de nosso corpo utilizam O2 na realização de suas funções


metabólicas, este processo tem como resultado a liberação de CO2. O excesso de
dióxido de carbono tem efeito tóxico em nosso corpo, por esta razão, ele deve ser
eliminado. Isto é feito de forma rápida e eficiente pelo sistema respiratório.

Quando respiramos tomamos o oxigênio(O2) do ar ambiente e eliminamos o gás


carbônico (CO2).

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COMPOSIÇÃO DO AR

COMPOSIÇÃO APROXIMADA DE AR INALADO E EXALADO

CONSUMO DE AR EM SITUAÇÕES DE TRABALHO

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Programa de Proteção Respiratória

Obrigatório pela IN SSST/MTb 01 de 11/04/94


Estabelece diretrizes para a implantação do programa de proteção respiratória
Item 4.3.3 – Seleção de respiradores – uso em espaços confinados

ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA

Procedimentos operacionais escritos


Limitações fisiológicas e psicológicas dos usuários de respiradores
Seleção de respiradores
Treinamento
Ensaio de vedação
Manutenção, inspeção, higienização e guarda

ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA

O empregador deve atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e a autoridade pelo


programa de uso de respiradores. Essa pessoa deve possuir conhecimentos de
proteção respiratória suficientes para administrar de modo apropriado o programa.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS

Em toda empresa cujo uso de respiradores é necessário, devem existir procedimentos


operacionais escritos abrangendo o programa completo de uso de respiradores, os
quais deverão ser cumpridos

LIMITAÇÕES FISIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS DOS USUÁRIOS DE


RESPIRADORES

Cabe ao médico examinar se uma pessoa tem ou não condições médicas de usar um
respirador.

O administrador deve informar ao médico:


Tipo de respiradores (Rotina e emergência)
Atividades típicas de trabalho (Condições ambientais, frequência e duração da
atividade)

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Contaminantes expostos e deficiência de oxigênio

SELEÇÃO DE RESPIRADORES

Na seleção de respiradores, considerar:

Natureza da operação ou processo perigoso


Tipo de risco respiratório (propriedades físicas, deficiência de oxigênio, efeitos
fisiológicos sobre o organismo, concentração do material tóxico, LT, IPVS)
Localização da área de risco em relação a área mais próxima que possui ar respirável
Tempo de utilização do respirador
Atividade desenvolvida na área de risco
Características e limitações dos respiradores
Fator de proteção atribuído

TREINAMENTO

Cada usuário deve receber treinamento e reciclagem sobre:


Risco e efeitos sobre o organismo quando equipamento não utilizado adequadamente
Medidas de controle coletivo e administrativo
Razões para escolha de um determinado respirador
Funcionamento, características e limitações do respirador selecionado
Modo de uso e verificação de vedação (pelo usuário)
Cuidados de manutenção, inspeção e guarda
Reconhecimentos de situações de emergência e procedimentos
Exigências legais

ENSAIO DE VEDAÇÃO

Antes do fornecimento do respirador deve ser efetuado o ensaio de vedação


O usuário deve efetuar a VERIFICAÇÃO da vedação a cada utilização do respirador

SACARINA
ACETATO DE ISOAMILA
FUMOS IRRITANTES

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Fazer ensaio preliminar de sensibilidade
Bombear até atingir a sensibilidade do usuário (30 bombeadas)
Colocar o respirador 10 minutos antes do ensaio de vedação
Colocar o capuz
Respirar de boca aberta e com a língua para fora da boca
Nebulizar a solução de sacarina até limite pessoal
Movimentar a cabeça
Respirar normalmente
Ler um texto
Manter a concentração de aerossol constante

ENSAIO DE VEDAÇÃO – REPETIÇÃO DO TESTE

Realizar uma vez ao ano


Alteração de peso de 10 kg ou mais
Cicatrizes
Mudanças significativas na arcada dentária
Cirurgia plástica

MANUTENÇÃO, INSPEÇÃO, HIGIENIZAÇÃO E GUARDA

Deve ser executada de acordo com as instruções do fabricante


Deve ser mantido um procedimento que garanta ao usuário um equipamento limpo,
higienizado e em boas condições de uso

PROTETORES RESPIRATÓRIOS

Dependentes: Depende das condições do ar ambiente

Independentes: Não depende das condições do ar ambiente

Protetores respiratórios – PFF


Peça facial filtrante

SEMI FACIAL

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PEÇA FACIAL COMPLETA

ROUPAS DE PROTEÇÃO QUÍMICA

Roupas de proteção química – Características desejáveis

A roupa deve ser resistente contra todas substâncias, na forma gasosa, líquida ou
sólida, que possam ser prejudicial à saúde. A roupa não deve sofrer danos por esforços
mecânicos (não cortar, furar, etc.).
A roupa não deve ser afetada por diferenças de temperatura (calor ou frio intenso).
A roupa deve apresentar características de ser retardante de chamas, dielétrica e
oferecer proteção contra poeiras radioativas.

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A roupa deve ainda não acumular calor internamente, promover a livre movimentação,
visão e comunicação do usuário. A roupa deve ser leve, fácil de manusear e ser de fácil
descontaminação, além de ser de simples manutenção e sobre tudo apresentar um
preço baixo.

ROUPA DE PROTEÇÃO QUIMICA

Roupas de proteção química

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NÍVEL DE PROTEÇÃO A

Equipamento autônomo de pressão positiva;


Roupa de resistência química totalmente encapsulada;
Luvas internas, com proteção química;
Luvas externas, com proteção química;
Botas com resistência química, palmilha e biqueira de aço (dependendo do
desenho de confecção da roupa, deve ser empregada uma bota interna à bota
da roupa);
Rádio de comunicação, intrinsecamente seguro.

NÍVEL DE PROTEÇÃO B

Equipamento autônomo de pressão positiva;


Roupa de proteção química (capas e jaquetas com mangas longas, capas com
capuz, macacões, roupas de proteção contra respingos em duas peças, etc.);
Luvas externas com resistência química;
Luvas internas com resistência química;
Botas externas com palmilha e biqueira de aço;
Rádio de comunicação, intrinsecamente seguro.

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NÍVEL DE PROTEÇÃO C

Máscara facial e filtro apropriado;


Roupa com resistência química (macacão, conjunto de duas peças com capuz,
roupa descartável, etc.);
Luvas externas com resistência química;
Luvas internas com resistência química;
Botas externas com palmilha e biqueira de aço;
Rádio de comunicação, intrinsecamente seguro;

Classificação de filtros mecânicos


Classe do Filtro Penetração Máxima
Permitida

PFF 1 20%

PFF 2 6%

PFF 3 0,05%

Identificação de filtros

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1.4. AULA 5 - Riscos dos espaços confinados

RISCOS FÍSICOS

Riscos físicos são condições físicas que tem o potencial de causar estresses ou
prejudicar o corpo humano.

Alguns riscos são percebidos pelos sentidos, que são o tato, o olfato, a visão, o
paladar a audição;

EPI inadequado ou defeituoso;


Ergonômicos (postura Incorreta);
Ambiente Físico agressivo (presença de animais peçonhentos e/ou agressivos,
considerável volume de água);
Riscos Externos (queda de objeto no interior do espaço, queda de altura, falta de
sinalização etc.);

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RISCOS FÍSICOS

Ruído acima dos padrões toleráveis;


Calor ou frio extremo;
Problema de comunicação entre exterior e interior.
Aprisionamento.

Riscos dos Espaços Confinados Riscos Atmosféricos

Os riscos atmosféricos relacionados ao ar que respiramos podem incluir:

Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;


Atmosfera inflamável,
Tóxicas ou venenosas;

Incluem também riscos químicos:


Gás natural, tintas e solventes; e Biológicos:
Mofo, fungos, urina de rato, restos de animais mortos etc.);

RISCOS ATMOSFÉRICOS INTOXICAÇÃO

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A concentração de produtos tóxicos acima de limites de exposição pode produzir


intoxicação aguda ou doenças. As substâncias tóxicas em um ambiente confinado
podem ser: Gases ou pó fino em suspensão no ar.

Riscos Atmosféricos – Gases

Podemos encontrar dentro dos Espaços Confinados: O gás metano (CH4)


Não possui cor e nem cheiro, causa sérios estragos por ser um gás altamente
inflamável.
Devido possuir uma alta capacidade de absorção de radiação, o gás metano quando
liberado é altamente tóxico para a saúde a longo prazo.

Gás sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio, H2S)

Pode originar-se de várias fontes e muitas vezes é resultante de processos de


biodegradação. Por exemplo, a decomposição de matéria orgânica vegetal e animal.
Este gás já foi o responsável por diversos acidentes, sendo alguns deles fatais, pois é
extremamente tóxico e inflamável

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TABELA DE CONCENTRAÇÃO DE GÁS SULFÍDRICO - H2S

RISCOS ATMOSFÉRICOS – GASES

O Monóxido de Carbono (CO) é um gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito


perigoso devido à sua grande toxicidade. Quando inalado, combina com a hemoglobina,
a substância que transporta oxigênio nas células vermelhas do sangue. A hemoglobina,
então, não pode tomar o oxigênio do ar. A falta de oxigênio faz que as células e tecidos
morram.
É produzido pela queima em condições de pouco oxigênio. O monóxido de carbono é
um agente redutor, retirando oxigênio de muitos compostos em processos industriais.

Nitrogênio é um elemento gasoso, não tóxico, sem odor, sem cor, sem sabor, e que
constitui 78% em volume da nossa atmosfera. classificado como “asfixiante simples”,
ele desloca o Oxigênio e cria uma atmosfera com baixas concentrações desse gás
(<19.5%) sem efeitos fisiológicos significantes. Inalação de atmosfera rica em N2 pode
causar tontura, sonolência, náusea, vomito, excesso de salivação, diminuição do estado
de alerta, perda de consciência, e morte.

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TABELA DE CONCENTRAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO – CO

RISCOS ATMOSFÉRICOS ENRIQUECIMENTO E DEFICIÊNCIA DE O²

Respirar o oxigênio deficiente pode causar falta de coordenação, fadiga, erro


de julgamento, vômito, inconsciência e finalmente, a morte.

Quando o oxigênio excede 23% do volume, a atmosfera passa a ser conhecida como
oxigênio enriquecido. Materiais inflamáveis irão chegar ao ponto de ignição e queimarão
muito rápido em atmosferas de oxigênio enriquecido.

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RISCOS ATMOSFÉRICOS

Engolfamento, Condição em que uma substância sólida ou líquida, finamente dividida e


flutuante na atmosfera, possa envolver uma pessoa e no processo de inalação, possa
causar inconsciência ou morte por asfixia.

Asfixia, é a dificuldade respiratória devido ao baixo conteúdo de oxigênio do ar ambiente


ou obstáculo mecânico à respiração.

Respirar excesso de oxigênio se chama Hiperoxia Efeitos:

1. Vaso dilatação cerebral (risco de edema).


2. Riscos no pulmão: bronco displasia (inflamação e espessamento).
3. Aumento de radicais livres de oxigênio no sangue e como consequência lesão no
sistema nervoso central.

FAIXA DE CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

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Atmosfera IPVS

Atmosfera Imediatamente Perigoso a Vida e a Saúde. É uma condição encontrada no


ambiente confinado que supõe uma ameaça direta de morte, dando ocular, irritação ou
consequências adversas irreversíveis à saúde dos trabalhadores envolvidos impedindo
a sua fuga da atmosfera perigosa por meios próprios.

2. MODULO 2
Incêndio ou explosão em espaço confinado

Incêndio ou explosão, qualquer mistura entre valores inflamáveis e o ar poderá resultar


em uma atmosfera explosiva caso relação vapores inflamáveis e ar fique entre LIE
(limite inferior de Explosividade) e LSE (limite superior de Explosividade). Por isso
deverão ser eliminadas quaisquer fontes de ignição.

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2.1. AULA 6 - Energias Perigosas em Espaço Confinado

BLOQUEIO DE ENERGIAS

Toda atividade executada em espaço confinado deve ser feita após bloqueio das fontes
de energia (estado de energia zero em fontes de origem) conforme procedimento–
Bloqueio de fontes de energias.

Energia Elétrica:
Alimentação de máquinas e equipamentos;
Cabines primárias;
Rede de distribuição elétrica;
Contato com partes metálicas que acidentalmente podem estar com tensão;

Energia Pneumática:
Tubulações de ar comprimido;
Compressores;
Ar de instrumentação;

Energia Hidráulica
Pressão de óleo em máquinas injetoras;
Elevadores hidráulicos;
Fluído sobre pressão.
Riscos dos Espaços Confinados Riscos de Energia

Energia Química:
Produtos químicos perigosos em tubulações; Equipamentos que trabalham com
produtos químicos.

Energia Térmica: Máquinas com partes aquecidas;


Fornos; Tubulações aquecidas.

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Bloqueio de energias Perigosas

Sempre que for adentrar a ambientes confinados, realizar o bloqueio das energias e
realizar os testes de tensão zero, para evitar riscos de explosões.

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2.2. AULA 7 - Como evitar acidentes em ambientes confinados

Certificando-se que a sua empresa:

Segue a NBR 14.787 – “espaços confinados –prevenção de acidentes, procedimentos


e medidas de proteção”.

E atende a Norma regulamentadora n.º 33 Segurança e saúde nos trabalhos em


espaços confinados.

CAUSAS DE ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS - FONTE NIOSH

65% - Dos acidentes são devidos a problemas com a qualidade do ar


100% - Dos acidentes listados tem como ponto comum a falta de avaliação da atmosfera
e a falta de ventilação forçada
29% - Das pessoas dos acidentes com mortes eram supervisores ou chefes de equipe
60 % - Dos trabalhadores que morreram nos EC foram resgatando a vítima

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Como evitar acidentes em espaços confinados

CERTIFICANDO-SE QUE A SUA EMPRESA:


SEGUE A
NBR 14.787 – “ESPAÇOS CONFINADOS – PREVENÇÃO DE ACIDENTES,
PROCEDIMENTOS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO”.
E ATENDE A
NORMA REGULAMENTADORA n.º 33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM
ESPAÇOS CONFINADOS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS


NBR – NORMA BRASILEIRA
MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO NR – NORMA
REGULAMENTADORA

Isolamento de área e sinalização

Sempre isolar a área para evitar a entrada de pessoas leigas não autorizadas nas
entradas dos espaços confinados e isolar áreas onde se é feito sistema de ventilação,
pois os contaminantes podem causas danos nas pessoas que passam próximas a
saídas de ar.
O isolamento pode ser feito com fitas, cones, pedestais, por meio de planas de
sinalização.

Medidas de controle percepção de risco


A percepção de risco é habilidade de interpretar uma situação de potencial danos à
saúde
ou à vida da pessoa, ou de terceiros, baseada em experiências anteriores e sua
extrapolação para um momento futuro

Quantos rostos vocês veem?

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Medidas de controle administrativas

Manter, por escrito, os deveres dos supervisores de entrada, dos vigias e


dos trabalhadores autorizados com seus nomes e assinaturas.

Implantar o serviço de emergências e resgate mantendo os membros sempre à


disposição, treinados e com equipamentos em perfeitas condições de uso.

Providenciar exames médicos admissionais, periódicos e demissionais. Abordar


exames complementares, requisitados pelo médico do trabalho, de acordo com a
avaliação do tipo de espaço confinado.

A sinalização é importante para Informação e alerta


quanto aos riscos em espaços confinados.

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Quando você pode entrar em um espaço confinado?

Somente quando sua empresa fornece a autorização na permissão de entrada e


trabalho - PET, essa permissão de entrada e trabalho - pet é exigida por lei e é
executada pelo supervisor de entrada.

O serviço a ser executado deve sempre ser acompanhado por um vigia.

AVALIAÇÃO DOS RISCOS

Não nos esquecemos que, todas as atividades, por mais simples que sejam tem seus
respectivos riscos e devem ser eliminados ou minimizados, pois podem causar
incidentes ou acidentes.

É a máxima concentração de gás ou vapor que uma pessoa normal, pode respirar
durante uma jornada de trabalho de 8 horas diárias em cinco dias por semanas, sem
que apareçam sintomas de envenenamento ou doenças ocupacionais. O limite de
tolerância em medido em PPM.

LIMITES DE TOLERÂNCIA

Quando falamos de medição de gases, temos que conhecer as suas unidades de


medidas.

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As unidades utilizadas para gases e vapores tóxicos são as seguintes:

PPM (partes por milhão): significa partes de poluentes por milhão de partes de ar.
MG/m³: Significa miligramas de gás por metro cúbico de ar que se respira. É uma
unidade peso por volume.
MG/L: significa miligrama de gás por litro de ar.

2.3. AULA 8 - Área classificada

É um local sujeito a “probabilidade” da formação/existência de uma atmosfera explosiva.


Os pontos principais para classificação das áreas são:

Verificar presença de substâncias inflamáveis (gases, vapores ou poeiras).


Verificar características das substâncias presentes, como:
ponto de fulgor, limite de inflamabilidade e temperatura de auto inflamação.
Verificar equipamentos e instalações.

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2.4. AULA 9 - Limite de tolerância dos gases

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Avaliação dos riscos limites de tolerância

LSE (Limite Superior de Explosividade), é a concentração mínima de gás ou vapor


combustível, que em mistura CO o ar atmosférico pode provocar uma explosão pela
presença de faíscas, calor ou outras fontes de ignição.

LIE ou LEL (Limite Inferior de Explosividade) é o valor abaixo do qual a mistura ainda
não está apta a se inflamar, ou seja, é o limite onde se pode permanecer em segurança.

LIMITES DE TOLERÂNCIA

Muitas regulamentações governamentais (NBR 14.787) permitem a concentração de


até 10% LIE. A concentração zero é melhor e é o padrão para muitas indústrias. Lembre-
se que a atmosfera em espaços confinados pode mudar como resultados das atividades
de trabalho dentro ou ao redor do espaço confinado.

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Observações

LIE = LEL (Low explosive Limite). LSE = UEL (Up Explosive limited).
Limite Superior de Explosividade do gás natural
LSE = 15% volume gás.
Limite Inferior de explosividade do gás natural LIE = 5% volume gás.
10% do LIE = 0,5% volume gás.

2.5. AULA 10 - Concentrações de produto químico seus sintomas e efeitos

3 MODULO 3
3.1. AULA 11 - Medidas de controle teste atmosférico

O espaço deve ser testado imediatamente antes de qualquer entrada pela possibilidade
de três riscos atmosféricos, sendo eles:

Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;


Explosividade;
Atmosferas tóxicas.

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3.2. AULA 12 - História da detecção de gases

1974 – Flixborough, Reino Unido. Explosão de uma fábrica de produtos químicos: 23


mortos e 104 feridos;

1978 – Manfredonia, Itália. Vazamento de Amônia de uma


fábrica de produtos químicos: 10 mil retirados;

1984 – Bhopal, Índia. Vazamento de pesticida de fábrica:


2.500 mortos, milhares de feridos e 200 mil retirados;

1988 – Mar do Norte. Explosão da plataforma Piper Alfa:


mais de 167 mortos;

1996 – Osasco, Brasil. Explosão de um Shopping Center: mais de 40 mortos e 200


feridos.

Usava – se canários em jaulas para detecção de CH4, CO ou O2 baixo. O canário fraco


ou desmaiado era sinal de perigo.

Porém alguns canários eram mais resistentes que outros, causando grandes tragédias
subterrâneas onde as pessoas morriam e o canário continuava inteiro. Não era mais
confiável.

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Em 1815 foi inventada a “Flame Safety Lamp” (Chama Lâmpada de segurança).


Utiliza uma chama a partir da queima de óleo, dentro de
uma proteção de vidro. Chama alta indica presença de
combustíveis, chama baixa falta de oxigênio.
1º empresa criadora de detectores – Johnson Williams

1826-1827
(ano)

Em 1927 criado o detector de combustão catalítico. Pesava 6 quilos.

1929

1935 – Criado pela M.S.A 2º empresa de detecção

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1927 – Criado no Japão pela empresa Riken Keiki 3º empresa

1939

1965 – Primeiro detector de oxigênio – Johnson Williams

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

ALTAS TECNOLOGIAS

Monitor multigás para até 4 gases;


Capaz de medir mais de 40 substâncias diferentes;
Possui bomba de amostragem remota;
Possui memória para armazenamento de dados.

Monitor multigás para até 5 gases;


Trabalha com sensores PID e Infravermelho;
Capaz de medir mais de 40 substâncias diferentes;
Possui bomba de amostragem remota;
Possui memória para armazenamento de dados.

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Medidas de controle - Detector de gases

3.3. AULA 13 - Avaliação de entrada

O cenário para o controle dos riscos envolve três aspectos:

Pessoas, atividades e local.

Todos os riscos das atividades devem ser mapeados pela área de SSM da empresa em
conjunto com pessoas que conhecem as formas de executá-las. Cada empregado deve
ter conhecimento prévio dos riscos da sua atividade.

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Os riscos encontrados no local de realização da atividade, não fazem parte dela,
entretanto, também devem ser identificados, eliminados ou minimizados a níveis
aceitáveis, de modo que não contribuam para ocorrência de incidentes.

Recomenda-se a participação em um treinamento específico de percepção e avaliação


dos riscos encontrados no local de realização da atividade, obedecendo ao critério de
cada empresa.

MEDIDAS DE CONTROLE – AVALIAÇÃO DE ENTRADA


Qualquer entrada em espaço confinado deve seguir estratégia:
1º - A inspeção visual do local (riscos físicos);

2º - A atmosfera no espaço deve ser testada antes da entrada para


determinar se é aceitável;

3º - A atmosfera deve ser verificada durante a permanência no


espaço para se certificar que continua seguro;

4º - Em algumas situações será necessário avaliar a exposição dos


trabalhadores a agentes contaminantes gerados por processos
realizados durante a entrada.

Medidas de Controle - Teste Atmosférico Avaliação de entrada

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

A verificação dos gases deve ocorrer no mínimo, no início, durante e ao final das
atividades ou de acordo com a atividade (exemplo: trabalhos a quente) mantendo o
medidor dentro do EC durante toda a atividade.

Muitos espaços podem ser adequadamente testados do mesmo local de entrada. Se


isto não for possível, será necessário abrir as outras tampas (quando existentes).
Espaços longos e horizontais como vagões devem ser testados nos seus espaços
representativos ao longo do seu comprimento, ou seja, no meio e em ambos os cantos.
Nos Estados Unidos, a OSHAS requer um teste a cada 1,20cm.

Estas medições prévias devem efetuar-se desde o exterior ou desde zonas seguras. No
caso de não poder alcançar desde o exterior a totalidade do espaço, se deverá ir
avançando paulatinamente e com as medidas preventivas necessárias desde zonas
totalmente controladas.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

As autoridades governamentais tendo jurisdição irão regulamentar as condições


atmosféricas que serão aceitáveis em qualquer entrada.
A percentagem de oxigênio não deve ser inferior a 19,5% nem superior a 22,5%. Se não
for possível manter esse nível com aporte de ar fresco, deverá realizar-se o trabalho
com equipamento respiratório.

O limite de Explosividade deve ser monitorado com equipamentos disponham de sensor


regulado para sinalizar visualmente e acusticamente quando for atingido 10% do – LIE
(LEL).
Quando for superado 5% do limite inferior de Explosividade, o controle das medições
deverá ser continuado durante todo o serviço. No caso do uso do maçaricos (chama
aberta) o serviço só deverá ser liberado se o marcador permanecer no 0% (zero).

No caso de empresas que trabalham com fornecimento de gás combustível, é proibido


o uso de chama aberta, se necessário a PT (Permissão de trabalho), deverá ser
aprovada em conjunto com o supervisor da área.

TESTE ATMOSFÉRICO
Valores sugeridos para entrada e trabalho em EC.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Monitoramento

Embora um teste de pré-entrada indique se a atmosfera do espaço é ou não aceitável,


as condições atmosféricas podem mudar de repente. Um enriquecimento de oxigênio
pode ser produzido pelo vazamento de um equipamento de solda, o ar pode ser
deslocado por gás inerte ou substância tóxica contaminante pode penetrar.

Portanto, na entrada no espaço confinado durante o trabalho, tanto monitoramento


contínuo ou periódico deve ser realizado.

MEDIDAS DE CONTROLE MONITORAMENTO


Liberação de área
Um detector de gás com bomba de sucção é usado para medir os gases em locais de
difícil acesso ou para liberação de área.

MONITORAMENTO DE ÁREA
Hoje, no mercado há detectores de gás em modo difusão que são colocados na área de
atuação do trabalhador. Podem cobrir uma área de 50 a 75 m2 ou um raio de 5 a 7 m
em torno do monitor.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Monitoramento contínuo: Envolve a leitura direta e pessoal dos monitores que


continuamente monitoram o ar no espaço. Este método consiste em anexar um
monitor em um funcionário enquanto o trabalho está sendo realizado.

O monitoramento contínuo pode detectar rapidamente até mesmo uma mudança


mínima na atmosfera. Muitos monitores são equipados com alarmes automáticos e
sonoros, participantes podem ser avisados de uma condição de risco iminente antes
que fique perigoso.

MEDIDAS DE CONTROLE - MONITORAMENTO

Detector portátil
Cada trabalhador envolvido em uma atividade de risco carrega um detector de gás para sua
segurança.

Visa principalmente a segurança pessoal, ou seja do usuário do detector, contra a exposição por
gases tóxicos, deficiência de oxigênio e risco de explosão. Muitos modelos são “multi-gases” e
podem monitorar vários tipos de risco simultaneamente. Muito úteis em áreas com risco de
vazamento ou baixa ventilação, e na entrada em espaços confinados. Podem detectar
vazamentos com facilidade.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Requerimentos de um detector para monitoramento pessoal:

• Fácil de carregar (ergonômico)


• Fácil de usar
• Tempo de operação mínimo de 1 turno
• Proteção IP
• Robusto
• Cálculo de média de exposição:

TWA – Time Weighted Average - (Média ponderada da concentração em um intervalo


de tempo, a qual um trabalhador desprotegido pode ficar exposto em um período de
trabalho de 08 h, sem sofrer nenhum efeito adverso. 40 h)
STEL – Short Term Exposure Limit – (Concentração média máxima em um curto
intervalo de tempo, a qual um trabalhador desprotegido pode ficar exposto em um
intervalo qualquer de 15 min, sem sofrer nenhum efeito adverso.)

Requerimentos de um monitor de área:

Base estável;
Tempo de operação mínimo de 1 turno;
Alarme sonoro potente;
Alarme visual visível 360°;
Proteção IP (> IP 65);
Sensores precisos e estáveis

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Requerimentos de um detector para liberação de área

Sensores precisos e de rápida resposta;


Alarme de interrompendo do fluxo da bomba;
Display de fácil leitura;
Acessórios apropriados (comprimento da mangueira entre 2 e 45 mts);
Bomba eficiente

Detector Fixo

Podendo ser um sistema dedicado específico para detecção de gases. Algumas


empresas utilizam o sistema como parte do sistema de incêndio ou segurança da planta,
a finalidade é a de proteção 24hs do patrimônio, e trabalhadores no local. Podem atuar,
acionando além de alarmes de evacuação, sistemas de ventilação e fec .

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Tecnologia

Eletroquímicos (smart ou não)

IR- Infravermelho (pontual ou visada) Catalítico

Tecnologias em detectores

Eletroquímicos

PRINCÍPIO: O gás permeia pela membrana, e entra em contato com o eletrodo e


eletrólito do sensor. Uma corrente elétrica é gerada graças a uma reação química
interna. A leitura é convertida em “ppm” ou “ppb”

FINALIDADE: detecção específica de gases tóxicos

INFRAVERMELHO

PRINCÍPIO: Tecnologia NDIR (não dispersivo. Tipo de detecção IR por comprimento de


onda. A mistura ou amostra de gás passa por um feixe (duplo), absorvendo-o. A leitura
do gás é o IR emitido versus IR recebido. Sinal em %LEL ou %UEL ou % Volume
FINALIDADE: detecção de gases combustíveis (menos H2), e alguns tóxicos

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

TECNOLOGIAS EM DETECTORES

Catalítico

PRINCÍPIO: o gás atravessa a superfície cerâmica do sensor, havendo uma combustão,


que aumenta a temperatura do filamento de platina, fazendo com que a resistência
desse se altere. Essa “diferença” de resistência é a concentração de gás.

FINALIDADE: tecnologia acessível para detecção de gases combustíveis em escala de


0 a 100%LEL

3.4. AULA 14 - Controle e ventilação do espaço confinado

Ventilação é o processo de se movimentar continuamente ar fresco através do


espaço confinado e tem como objetivo:

-Substituir o ar contaminado por ar puro;


-Diminuir a chance de explosão mantendo a atmosfera abaixo do LIE no espaço;
-Reduzir ou eliminar a toxidade dentro do espaço confinado, diminuindo a concentração
de qualquer substância tóxica no interior do espaço;
-Aumentar a chance de sobrevivência de qualquer vítima presa no espaço, criando uma
atmosfera respirável;
-Resfriar o local.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

EXISTEM DOIS TIPOS DE VENTILAÇÃO:

Ventilação Natural
Depende da motivação da corrente de ar, sem assistência para a ventilação de um
espaço confinado. Dependendo da configuração do espaço, a ventilação natural,
juntamente com a eliminação da introdução de novas substâncias contaminantes, pode
ser suficiente para controlar ou atenuar os riscos atmosféricos. No entanto, isto é um
processo lento e não será frequentemente suficiente para manter condições adequadas
no espaço.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Ventilação mecânica
Usa meios mecânicos para mover o ar dentro e fora dos espaços confinados. Podemos
citar alguns métodos de ventilação Mecânica:

Insuflação
Exaustor captando ar limpo diretamente pela boca de sucção e insuflando o local
confinado via mangueira. Estes equipamentos permitem tanto a insuflação, quanto à
exaustão, entretanto, jamais se deve realizar a sucção da atmosfera inflamável de um
ambiente confinado através do equipamento de ventilação forçada. Este equipamento
não é intrinsecamente seguro e poderá causar a ignição dos gases inflamáveis.

Os espaços confinados que não estiverem apresentados vazamento contínuo de gás


deverão ter a sua atmosfera renovada em 7,5 vezes o seu volume. O tempo de
insuflação é calculado em função das dimensões do espaço confinado. Ex.: Um
equipamento que fornece uma vazão média de 1.100m3/h, o que corresponde
aproximadamente 20m3/min.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Exaustão

Este método puxa o ar para fora do espaço. Ar fresco é impelido para dentro do espaço
através de aberturas disponíveis. Isto pode ter um efeito maior do que o fornecimento
de ventilação, se o exaustor puder ser colocado perto de onde contaminantes estiverem
concentrados. Cuidados devem ser tomados na área fora do espaço.

Exaustão local;

Este método é usado quando contaminantes são colocados ou gerados em um ou mais


pontos específicos. Um sistema de exaustor local bem desenhado pode captura quase
todos os contaminantes antes que eles difundidos no espaço. Isto é feito quando se
coloca a boca do exaustor onde há concentração de contaminantes.

Sistemas combinados

Combinar sistemas de ventilação de fornecimento exaustor pode aumentar eficiência do


sistema de ventilação. Isto requer ventiladores múltiplos e condutos.

Equipamentos seguros para acesso a espaço confinado

A primeira e melhor precaução quando entrar num espaço confinado onde atmosfera
inflamáveis estão presentes é reduzir o risco para 0% de LIE.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Deve ser reconhecido que em alguns espaços não é possível obter ou manter este nível
com segurança. Como resultado, existem muitas medidas que podem ser usadas para
prevenir a introdução de fontes de ignição, incluindo:

Equipamentos que:

Não geram faíscas;


Sejam a prova de explosão e;
Intrinsecamente seguros;

FERRAMENTA NÃO FAISCANTE

Ferramentas especiais que não faíscam são feitas de bronze ou liga de cobre ou berílio.
No entanto, é possível para elas emitir faísca nos impactos com outras superfícies.
Porém a energia da faísca é tão baixa que é incapaz de produzi-las suficientemente.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Equipamentos utilizados

Equipamentos Elétricos Intrinsecamente Seguros


São equipamentos que geram voltagem inferior a 1.0 v. são desenhados e taxados
como intrinsecamente seguros de tal maneira que a faísca ou calor produzido, não
inflamarão concentrações de gases específicos tais como: Vapores; Poeiras e Fibras.

EQUIPAMENTO A PROVA DE EXPLOSÃO

É desenhado para evitar riscos de explosão de duas maneiras. Primeiro o equipamento


é desenhado para suportar a força da explosão resultante de qualquer ignição interna.
Segundo o equipamento é desenhado de forma a impedir o contato dos gases
combustíveis externos com as partes elétricas dos aparelhos.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

4 MODULO 5
4.1. AULA 15 - PET - Permissão de Entrada e Trabalho - PET

A permissão de entrada e trabalho-PET contém procedimentos escritos de segurança e


emergência.

Verificar se as medidas de segurança foram implantadas e se a PET está assinada pelo


Supervisor de entrada.

O trabalhador deve entrar no espaço confinado com uma cópia da permissão de entrada
e trabalho.

Objetivo da PET

• Avalia o espaço confinado;


• Determina o espaço a ser classificado;
• Adverte os funcionários;
• Identifica os riscos específicos;
• Medidas de segurança para eliminar ou controlar riscos;
• Espaço autorizado;
• Motivo da entrada;
• Data e duração da autorização;
• Trabalhadores autorizados;
• Vigias e supervisores de entrada;
• Assinatura do supervisor;
• Métodos para isolar/eliminar/controlar riscos;

51
TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
• Condições de entrada adequadas;
• Resultados de testes atmosféricos;
• Serviços de resgate e emergência;
• Procedimentos e equipamentos de comunicação;
• EPI e equipamentos especiais;

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Pessoas autorizadas

Esses são as pessoas envolvidas diretamente com atividades em ambientes


confinados.

Eles podem ser:

Trabalhadores (que entram no EC para execução da tarefa);

Vigias (que observam a atividade e desempenham um papel fundamental) e;

Supervisores (que são responsáveis pela coordenação da operação de entrada. Eles


são responsáveis também pela duração e pela segurança de todos os participantes);

DIREITOS DO TRABALHADOR

Deve conhecer o riscos e procedimentos de segurança e primeiros socorros antes de entrar em


um espaço confinado;

Deve conhecer o trabalho a ser executado e procedimentos de emergência, bem como os


equipamentos de resgate e ser treinado na sua utilização;

Deve participar de todos os treinamentos e realizar os exames médicos pertinentes às atividades


de espaços confinados;

Deve receber todos os equipamentos de segurança necessários para Execução dos trabalhos.

33.5.1 O empregador deve garantir que os trabalhadores possam interromper suas atividades e
abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem da existência de risco grave e iminente
para sua segurança e saúde ou a de terceiros.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

RESPONSABILIDADES DO TRABALHADOR

Alertar ao vigia qualquer sinal de perigo, queixa ou


qualquer outra situação que possa levar a um acidente;

Usar todos os equipamentos de proteção individual - EPI


fornecidos pelo empregador e exigir a substituição do
mesmo caso esteja danificado ou que seja impróprio para
a atividade;

Entrar no espaço confinado com uma cópia da PET;

VIGIAS

Pelo menos um vigia deve estar de plantão fora de cada


espaço permitido durante a operação de entrada.

Vigias monitoram as atividades dos trabalhadores autorizados. Eles não podem realizar
outros trabalhos que possam interferir com as responsabilidades do atendente do
espaço permitido.

54
TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

RESPONSABILIDADES DO VIGIA

Manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no


espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;

Permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os


trabalhadores autorizados;
Adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública
ou privada, quando necessário;

Operar os movimentadores de pessoas; e ordenar o abandono do espaço confinado


sempre que reconhecer algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição
proibida, acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar
efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro Vigia.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
COMUNICAÇÃO

Visual
Verbal
Radio sem fio
Via Cabos

Objetos proibidos em espaço confinado

4. MODULO 4
4.1. AULA 16 - EPI – Equipamento de Proteção Individual

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se


Equipamento de Proteção Individual -EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Equipamentos de Proteção Individual

Os equipamentos de proteção individual – EPI’ s devem ser fornecidos gratuitamente.


Devem ser utilizados EPI’ s adequados para cada situação de risco existente.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Proteção respiratória é de primordial importância, uma vez que a inalação é um dos


principais meios de exposição a agentes químicos tóxicos. Equipamentos de proteção
respiratória consistem em uma máscara conectada a uma fonte de ar ou dispositivo de
purificação de ar.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
4.2. AULA 17 - Estatísticas de acidentes em EC

Estatísticas da OSHA mostram que nos Estados Unidos, morrem anualmente 50


trabalhadores devido a acidentes ocorridos em espaços confinados, enquanto cerca de
5.000 sofrem lesões incapacitantes.

Essas mortes e lesões poderiam ser evitadas através do reconhecimento dos riscos e
da implementação de medidas de controle apropriadas antes do ingresso do trabalhador
no espaço confinado.

Embora não haja estatísticas precisas no Brasil – o Ministério do Trabalho não registra
uma classificação de acidentes em Espaços Confinados.

De acordo com especialistas em segurança do trabalho, em número de óbitos, estes


locais só são superados pelos acidentes com queda em altura na construção civil, sem
considerar a incidência da subnotificação, o que poderia aumentar o índice.

4.3. AULA 18 - Resgate e salvamento

A empresa além de capacitar regularmente trabalhadores para retirar as vítimas dos


espaços confinados em emergência e prestar-lhes os primeiros socorros, precisa
também fornecer equipamentos para a realização.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

O empregador deve elaborare implantar procedimentos de emergência e resgate


adequados ao espaço confinado.

O empregador deve fornecer equipamentos e acessórios que possibilitem meios


seguros de resgate.

Os trabalhadores devem ser treinados para emergências e resgate.

EQUIPAMENTOS DE RESGATE E SALVAMENTO

Tripé de Içamento;
Carretilha de Içamento;
Detector de gás – 4 gases;
Cilindros de suprimentos de ar respirável;
Mangueiras para suprimento de ar;
Cilindro de fuga (ar respirável);
Biruta (para identificar a direção do ar);
Placas de sinalização de segurança;
Cones e fitas zebrada;

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Escoramento para as valas com profundidade superior a 1,25m;
Tela de proteção contra projeção de partículas (no caso de uso de martelete
pneumático) e; Escada de madeira (no caso de acessar a vala).

EQUIPAMENTOS METÁLICOS

Conectores
São vários os modelos e marcas de conectores, que atendem às normas e
especificações para salvamento existentes no mercado, como veremos mais adiante.
Entre os equipamentos metálicos mais utilizados destacamos o MOSQUETÃO.

Abaixo vemos um mosquetão delta de aço simétrico, com suas partes principais.

1: Eixo longitudinal;
2: Eixo transversal;
3: Trava de rosca;
4: Gatilho;
5: Dorso ou Espinha;
6: Nariz ou Bloqueio;
7: Dobradiça.

Esse tipo de mosquetão é indicado para ancoragem de macas com vítimas, pois é um
dos mais resistentes do mercado, até 45kN.

1. Mosquetão de alumínio;
2. Mosquetão delta de aço assimétrico;
3. Mosquetão com trava automática;
4. Mosquetão oval;
5. Mosquetão sem trava (uso esportivo).

É importante destacar também um outro tipo de conector metálico: A MALHA RÁPIDA,


também conhecida como “quick link”, que é um elo metálico com uma porca sextavada
que rosqueia ambas as extremidades do anel, fechando-o, com a característica de
suportar esforços em quaisquer direções.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

É importante salientar que, independente do modelo, os mosquetões são desenhados


para suportar carga unidirecional ao longo do dorso, no eixo longitudinal e com a trava
fechada, conforme a figura abaixo.

Direção das forças que podem incidir sobre o mosquetão.

NORMAS E CERTIFICAÇÕES

As Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) existentes versam sobre


equipamentos de proteção individual e proteção contra quedas, sob o enfoque da
segurança do trabalho, cuja fabricação, em conformidade com essas normas, é indicada
pelo Certificado de Aprovação (CA).

Embora atendam suficientemente aos ambientes de trabalho, como os da construção


civil e da indústria, não contemplam atividades esportivas ou de salvamento, para as
quais são consideradas inadequadas, razão pela qual valemo-nos de normas
internacionais de consenso para especificação e aquisição de equipamentos.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

VIDA ÚTIL DO MOSQUETÃO

Vida útil é o tempo que o equipamento leva para perder suas características mecânicas,
sem desgaste, ou seja, sem uso. Não existe, por exemplo, nenhum estudo científico,
conhecido, sobre a vida útil dos mosquetões de alumínio (Al 7075), porém já tivemos
casos de mosquetões com mais de 10 anos de uso, que mantinham suas características
e romperam acima da carga estimada.

Para os mosquetões de aço aconselhamos que, em condições normais de uso, sejam


substituídos a cada 05 (cinco) anos, visto que sua utilização é constante em
treinamentos, além da exposição às condições adversas quando em uso nas operações
reais de salvamento.

RESISTÊNCIA DOS MOSQUETÕES

Nas atividades esportivas: A norma EN12275 diz que a resistência é descrita em Quilo
Newton (KN) ou Deca Newton (daN): 1 KN corresponde a 100 Kgf ou 100 Kg.
Há uma classificação, na norma europeia, para cada tipo de mosquetão, conforme
abaixo:

B (basic): para uso normal;


D (directional): uso com fitas expressas;
X (oval) uso múltiplo: escalada, espeleologia;
H (HMS ou pêra): para fazer segurança, para uso com nós (belaying);
K (klettersteig ou “Via ferrata”): para auto-segurança na via de escalada; tem trava
automática e abertura mínima de 21mm (todos os outros tipos têm abertura de 15mm);
Q (quick link): mosquetão para segurança extra, uso em espeleologia,

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ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
(maillon rapide).

CUIDADOS ESPECIAIS

Apesar de o mosquetão ser muito resistente, deve-se ter um cuidado muito grande com
ele. Nunca deixe um mosquetão na areia, pois ele pode ficar difícil de abrir. Outro
cuidado, e talvez o mais importante que se deve tomar, é de não o deixar cair no chão.
Se o seu mosquetão cair de uma altura de mais de 2 metros no chão, é aconselhável
que você o aposente.

INSPEÇÃO DO MOSQUETÃO

Ao inspecionar o mosquetão, observe toda sua estrutura procurando detectar


deformidades, amassamentos ou trincas. Observe ainda o alinhamento entre o bloqueio
e o dorso do mosquetão e a tensão da mola da dobradiça. Cheque seus mosquetões
regularmente e tenha certeza de que o gatilho abre e fecha apropriadamente. Se o
gatilho não funciona apropriadamente, ou está torto, separe e descarte-o.

DESCENSORES METÁLICOS

utilizados, tanto por profissionais da área esportiva, como da


área de salvamento em altura: OITO.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Também chamado de Freio Oito, trata-se de um dos mais antigos e conhecidos
mecanismos de frenagem. É um freio bastante difundido durante a formação de
bombeiros militares e corporações especializadas. Sua função, como a de qualquer
modo de frenagem, é diminuir o esforço que se faz ao descer pela corda. Isso é feito
devido ao atrito que a corda faz com os orifícios (olhais) do oito.

Cuidados: Por se tratar de um equipamento metálico é necessário que sejam


observados todos os cuidados citados em nosso último artigo. Contudo a inspeção
visual minuciosa e diária é obrigatória, visto que, após várias descidas podem ocorrer
desgastes visíveis na pintura e nas paredes do oito de duralumínio e de alumínio, os
quais podem condenar a sua utilização.

Não há como definir a sua vida útil, no entanto, é necessário que o profissional tenha
controle de tempo de utilização. Por isso orientamos a substituição após 05 (cinco) anos
de uso constante, ou, quando verificado o desgaste excessivo em suas paredes.

SISTEMA DE REDUÇÃO DE FORÇAS – RESGATE VERTICAL

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Os trabalhadores da equipe de resgate devem possuir equipamentos adequados para


a retirada de pessoas de espaços confinados.
Os trabalhadores da equipe de resgate devem utilizar cabo da vida.

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EQUIPAMENTOS NÃO METÁLICOS

As cordas representam o elemento básico do salvamento em altura, tanto que


encontramos diversas literaturas internacionais que utilizam a expressão “resgate com
cordas” (rope rescue). Na maior parte das vezes, a corda representa única via de acesso
do tripulante à vítima ou a única ligação deste a um local seguro, razão pela qual merece
atenção e cuidados especiais.

As cordas podem ser feitas de fibras naturais (algodão, juta, cânhamo, sisal, entre
outras) ou fibras sintéticas.

Até os anos quarenta utilizavam-se fibras naturais, principalmente de cânhamo como a


da figura acima a esquerda. A partir de 1950 começaram a adotar, para a fabricação
das cordas, fibras sintéticas como a da figura acima a direita. Graças a utilização destes
materiais tem sido possível desenvolver e aperfeiçoar, com objetivo de ampliar a gama
de utilizações e a segurança, cordas dotadas de uma estrutura diferenciada, definindo
assim, um modelo de fabricação que todas as indústrias respeitam.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
A MATÉRIA-PRIMA DAS CORDAS

Poliéster: as fibras de poliéster têm alta resistência quando úmidas, ponto de fusão em
torno de 250ºC, boa resistência à abrasão, aos raios ultravioletas e a ácidos e outros
produtos químicos, entretanto, não suportam forças de impacto ou cargas contínuas tão
bem quanto as fibras de poliamida. São utilizadas em salvamento, misturadas com
poliamida.

Kevlar: é uma fibra desenvolvida pela Dupont™, resistente a altas temperaturas e


extremadamente forte, porém é muito susceptível a abrasão tanto interna quanto
externa (as fibras são tão rígidas que se cortam entre si). Além disso, como não pode
absorver impactos e quebrar-se quando dobrada, não deve ser usada em operações de
salvamento.

Poliamida (nylon): o nylon do tipo 6.6 possui boa resistência à abrasão, em torno de
10% mais resistente à tração do que o poliéster, mas perde de 10 a 15% de sua
resistência quando úmido, recuperando-a ao secar. Excelente resistência a forças de
impacto. Esta é a fibra mais indicada para cordas de salvamento em altura.

RESISTÊNCIA DAS CORDAS

Ao avaliar uma boa corda, um leigo pode imaginar que o único critério a ser considerado
é a resistência para suportar cargas, porém sabemos que o fato de suportar grandes
pesos não garante a integridade daquele que depende dela para realizar sua missão.

É necessário lembrar primeiramente que o corpo de uma pessoa em movimento,


especialmente em queda livre, pode gerar uma força equivalente a centenas de quilos
sobre um sistema que irá suportá-lo, e, portanto, não se pode ingenuamente considerar
apenas o peso de uma pessoa para avaliar a resistência de uma corda.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO

Para a segurança de bombeiros, socorristas, entre outros profissionais de resgate prevê


situações dinâmicas que pode ultrapassar 15:1, ou seja, ter uma resistência mínima
quinze vezes maior que a carga esperada sobre o sistema.

Se adotarmos 100 kg como valor de referência para o peso de uma pessoa, e quisermos
adotar o fator 15:1, uma corda nova terá que ter uma resistência mínima à ruptura de
1.500 kg. Mas como existem outros fatores envolvidos na dinâmica da detenção de uma
queda e nas características das cordas, internacionalmente o valor mínimo é de 2.000
kg.

Os americanos, através da NFPA (National Fire Protection Association), determinaram


como carga de resgate o valor de 600 lbsf ou aproximadamente 270 kg, que considera
dois homens pesados mais equipamentos. Como adotam um fator de segurança de
15:1, a norma americana 1983 da NFPA exige para as cordas de resgate (uso geral)
uma resistência mínima a ruptura de 9.000 lbsf ou aproximadamente 40 kN (4.000 kg).

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
ABSORÇÃO DE IMPACTOS

As cordas dinâmicas são construídas para oferecer uma maior elasticidade, projetadas
especificamente para deter quedas de pessoas. Elas são mais populares no meio
esportivo, por serem utilizadas há décadas na escalada esportiva. As cordas dinâmicas,
dependendo do diâmetro e do fabricante, oferecem de 7% a 10% de elasticidade (teste
de alongamento com uma carga de 80 kg). No limite da ruptura, elas podem chegar a
75% de alongamento (padrão N.F.P.A.).

As cordas estáticas devem ser chamadas mais apropriadamente de semi-estáticas, pois


também oferecem elasticidade, mas com uma média de 3% de alongamento. Estas são
as cordas mais utilizadas nas operações de salvamento com helicópteros, pois a
principal fibra é a Poliamida (náilon), cujas características são a resistência à tração,
resistência a choques e um ponto de fusão em torno de 250 °C (poliamida 6,6).

ABSORÇÃO DE IMPACTOS

As melhores cordas semi-estáticas (pouco elásticas) utilizam alma (fibras internas) de


poliamida e a capa (trama externa) de poliéster, que oferece uma alta resistência
mecânica mesmo quando molhada, boa resistência a abrasão e razoável resistência a
agentes químicos.

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TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Maca sked (maca envelope), utilizada para imobilização de vítimas. Uma das melhores
ferramentas para resgate e transporte de vítimas em espaços confinados, restritos e
externos.

Após compactada, a maca envelope é fechada com suas próprias fivelas, tornando mais
simples e prático seu armazenamento dentro de sua mochila.

Podendo ser usada c/ pranchas de madeira ou em polietileno caso necessitar flutuação.


Através de cordas ou cintas de elevação pode ser arrastada ou içada facilmente e com
segurança.

4.4. AULA 19 - Primeiros socorros

É difícil fazer um resgate a uma vítima?

Sim, sempre será difícil fazer um resgate. Porque um resgate nunca é igual. Até
pessoas experientes erram.

Mas não podemos errar. Por isso devemos sempre treinar as mais diversas
possibilidades que poderão ocorrer.
O que são primeiros socorros?

71
TREINAMENTO DE SUPERVISOR
ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
É o primeiro atendimento a vítima fora do ambiente hospitalar, utilizando se de
processos de emergência que devem ser aplicados a vítimas para manter sinais vitais,
evitando o agravamento de diferentes quadros de saúde.

É difícil prestar socorro a uma vítima?

Omissão de Socorro é um dos crimes previstos no Código Penal brasileiro, em seu art.
135. É o exemplo clássico do crime omissivo. Deixar de prestar socorro a quem não
tenha condições de socorrer a si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública
que o possa fazê-lo, quando possível, é crime.

REVERSIBILIDADE DA MORTE APÓS A RCP

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Evite o uso do Boca-a-boca – Utilize AMBU ou Pocket


Ressuscitador (AMBU)

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MASSAGEM CARDIACA 30 X 2

O transporte de vítimas deve ser feito por meios adequados.


Utilizar prancha longa, colar cervical, imobilizador lateral de cabeça.
Para salvamentos utilizar maca SKED, quando necessário (de acordo com
movimentação).
Outros meios

4.5. AULA 20 - NÓS

Os nós são utilizados desde a ancoragem da corda, ou até para substituir alguns
equipamentos em caso de emergência. Devem ser:

Fácil de se confeccionar,
Ter um aspecto simples para facilitar a inspeção visual,
Ser estável quando preciso,
Preservar o Máximo a resistência da corda,
Poder ser desfeito após ter sofrido tensão.

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VOLTA DO FIEL - Nó inicial ou final de amarras. Não corre lateralmente e suporta bem
a tensão. Permite amarrar a corda a um ponto fixo.

NÓ DO PESCADOR - Utilizado para unir linhas de pesca, cordas corrediças, delgadas,


rígidas, cabos metálicos e até cabos de couro.

OITO DUPLO – Usado para realizar para fixar em ponto de ancoragem, um dos nós
mais práticos e resistentes.

São compostos por fibras sintéticas como poliamida (náilon) com grande resistência à
ruptura, porém sensíveis à contaminação química.

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5. MODULO 5

5.1. AULA 21 - Responsabilidade civil e criminal

RESPONSABILIDADE CIVIL

Artigo 30, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro:


"Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece."
Artigo 157 da CLT:

"Cabe às empresas:

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;


II. Instruir os empregados, através de Ordens de Serviço, quanto às precauções a
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III. Adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional
competente;
IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente."

Artigo 159 do Código Civil:

"Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência ou imperícia,


causar dano a outra pessoa, obriga-se a indenizar o prejuízo."

RESPONSABILIDADE CRIMINAL

Artigo 15 do Código Penal:


"Diz-se do crime:
Doloso - quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Culposo - quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
por imperícia."

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Artigo 121 do Código Penal:

"Quando o acidente decorre de culpa grave, caracterizado em processo criminal, o


causador do evento fica sujeito:
1º - Se resulta morte do trabalhador
§ 3º - Detenção de 1 a 3 anos.
§ 4º - Aumento da pena de um terço se o crime foi resultante de inobservância de
regra técnica de profissão."

Artigo 129 do Código Penal:

"Se resulta em lesão corporal de natureza grave ou incapacidade permanente para o


trabalho:
§ 6º - Detenção de 2 meses a 1 ano.
§ 7º - Aumento de um terço da pena se o crime foi resultante de inobservância de
regra técnica de profissão."

Artigo 132 do Código Penal:

"Expor a vida ou a saúde do trabalhador à perigo direto e iminente. Pena - Prisão de 3


meses a 1 ano."

Decreto 3048, de 06 de maio de 1999, aprova o Regulamento da Previdência Social


Art. 343. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de
cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho.
Lei 8213 de 24 de julho de 1991 (Dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social):

"Art. 19 § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de


cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho."

5.2. AULA 22 - Dicas importantes

Nunca trabalhe sozinho em Espaços Confinados;


Siga as orientações de Segurança;

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Avalie os Riscos;
Conhece o local de trabalho e a atividade a ser executada;
Monitore as atmosferas;
Não esqueça dos bloqueios de energias;
Deixe os equipamentos de resgate sempre apostos;
Use os equipamentos de Proteção;
Informe qualquer condição de perigo não vista anteriormente;
Na dúvida, não faça! Peça ajuda;

5.3. Referências bibliográficas

NR-18 da Portaria 3.214-78;


NRB-14787, Espaço confinado - Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas
de proteção;
NR-33, Espaços Confinados;
NR-06, Equipamentos de Proteção Individual.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR nº 14.787 Espaço
Confinado – Prevenção de acidentes,
procedimentos e medidas de proteção. São Paulo: ABNT. 2001.
2. BRASIL. Norma Regulamentadora. NR nº 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos
em Espaços Confinados – Brasília: Ministério do Trabalho. 1978.
3. BRASIL. Portaria. Portaria nº 3214 de 08.06.78. Brasília: Ministério do Trabalho.
1978.
4. ILO. International Labour Organization. Encyclopaedia of Occupational Health and
Safety. Geneva: ILO. 1971/72.
5. MINISTÉRIO DE TRABAJO Y ASSUNTOS SOCIALES. Trabajos em Espacios
Confinados. Madrid: Instituto Nacional de Seguridad e Higiene em El Trabajo. 2005.
6. PETIT, T; LINN, H. A Guide to Safety in Confined Spaces. Washington: NIOSH.
Government Printing Office. 1987.
7. REKUS, JF. Complete Confined Spaces Handbook. Maryland: CRC/Lewis
Publishers. 1984.
8. U.S. Department of Labor Occupational Safety & Health Administration. Confined
Spaces. Washington: OSHA. 2005.
9. U.S. Department of Labor Occupational Safety & Health Administration. Regulations
(Standards – 29 CFR) Permit- required confined spaces – 1910. 146. Washington:
OSHA. 2005.

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